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SEMIOTÉCNICA Estado de vigília A percepção consciente do mundo exterior e de si mesmo. Estado de sonolência O paciente é facilmente despertado, responde mais ou menos apropriadamente, mas logo volta a dormir Estado de obnubilação Quando o nível de consciência é pouco comprometido, permanecendo o paciente em estado de alerta ainda que algo diminuído Estado de confusão mental Configura-se por perda de atenção, o pensamento não é claro, as respostas são lentas e não há uma percepção temporoespacial normal Estado de torpor estupor Quando a alteração de consciência for mais pronunciada, mas o paciente ainda é capaz de ser despertado por estímulos mais fortes e tem movimentos espontâneos EctoscopiaEctoscopia EXAME FISICO GERAL Também chamada de Exame Físico Geral ou Somatoscopia, a Ectoscopia costuma ser a primeira etapa do exame físico. Nela são obtidos dados gerais, independentemente dos vários sistemas orgânicos ou segmentos corporais, obtendo-se, com isso, uma visão global do paciente. O paciente deve ser examinado em ortostase e na posição sentada, bem como caminhando. Para melhor conforto do paciente e melhor sistematização do exame físico geral, deve-se examiná-lo primeiramente sentado na beira do leito ou na mesa de exame, ou ainda deitado, caso essa posição seja mais confortável para ele. Em um segundo momento, pede-se para o paciente ficar de pé ou andando, conforme a necessidade É uma avaliação subjetiva com base no conjunto de dados exibidos pelo paciente e interpretados pelo examinador. É o que o paciente aparenta visto em sua totalidade. Esse estado inclui aspectos quantitativos e qualitativos. Na ectoscopia, avaliamos os aspectos quantitativos que consistem no nível de consciência e suas alterações. São alterações do nível de consciência: Bom Estado Geral (BEG) Regular Estado Geral (REG) Mau Estado Geral (MEG) Estado de coma Quando o paciente não for despertado por estímulos fortes e não tiver movimentos espontâneos. ESTADO GERAL NÍVEL DE CONSCIÊNCIA Consciência pode ser definida como um estado de total percepção ou conhecimento de si mesmo e do meio ambiente. Coma é um estado de inconsciência, habitualmente prolongado (com duração de horas, dias ou meses), do qual o paciente pode ou não emergir. A escala de coma de Glasgow, instrumento mais utilizado para determinar alterações de nível de consciência, consiste na análise de três parâmetros: abertura ocular, resposta verbal e resposta motora. Os extremos da escala, ou seja, valores próximos a 15 ou 3 pontos, caracterizam a normalidade (15 pontos) ou o estado de coma grave (3 pontos). COMA MED RESUMOS Abertura Ocular Espontânea 4 Ao comando verbal 3 À dor 2 Sem resposta 1 Ao comando verbal À dor - localizar 6 5 Resposta Motora Flexão normal do membro estimulado Flexão anormal Extensão Sem resposta 4 3 2 1 Resposta Verbal Orientada Confusa Inapropriada Incompreensível Sem resposta 5 4 3 2 1 Entre os dois extremos, encontram-se vários graus de comprometimento de nível de consciência, sendo que abaixo de 8 pontos, corresponde ao estado de coma Escala de Coma de Glasgow Resposta a uma ordem simples – “feche os olhos e mostre a língua” Orientação no tempo e no espaço – “onde está e que dia é hoje?” Execução de um cálculo simples – “quanto é 2 + 2?” A avaliação do nível de consciência pode ser feita também pela exploração da perceptividade e da reatividade. A perceptividade pode ser analisada da seguinte maneira: Se veio à consulta sozinho; Acompanhado; Em cadeira de rodas; De muletas ou bengalas. Os extremos da escala, ou seja, valores próximos a 15 ou 3 pontos, caracterizam a normalidade (15 pontos) ou o estado de coma grave (3 pontos). Perceptividade e reatividade Nomear seis flores. A reatividade pode ser analisada por: Reação de orientação e de alerta – o examinador provoca um ruído e observa se o paciente o localiza com os olhos, com abertura e movimentação Reação de piscamento à ameaça de atingir os olhos Reação à dor – aplicação de estímulos dolorosos leves. DEPENDÊNCIA FALA E LINGUAGEM Disfonia ou afonia: alteração do timbre da voz causada por alguma alteração no órgão fonador. A voz pode tornar-se rouca, fanhosa ou bitonal Dislalia: termo usado para designar alterações menores da fala, comuns em crianças, como a troca de letra (“tasa” por “casa”) Disartria: decorre de alterações nos músculos da fonação, incoordenação cerebral (voz arrastada, escandida), hipertonia no parkinsonismo (voz baixa, monótona e lenta) ou perda do controle piramidal (paralisia pseudobulbar) Avaliar a voz, avaliar a lógica do discurso, se há distúrbios de articulação das palavras, de troca de letras ou se fala o nome dos objetos corretamente. Avaliar a voz, avaliar a lógica do discurso, se há distúrbios de articulação das palavras, de troca de letras ou se fala o nome dos objetos corretamente. As alterações da fala classificam-se, basicamente, da seguinte maneira: MED RESUMOS Disfasia: aparece com total normalidade do órgão fonador e dos músculos da fonação e depende de um distúrbio na elaboração cortical da fala. Há diversos graus de disfasia, desde mínimas alterações até perda total da fala. Outros distúrbios: incluem retardo no desenvolvimento da fala na criança, a disgrafia (perda da capacidade de escrever) e a dislexia (perda da capacidade de ler) ESTADO DE HIDRATAÇÃO Alteração abrupta de peso Alterações de pele quanto à umidade, elasticidade e turgor Alterações das mucosas quanto à umidade Fontanelas (no caso de criança) Alterações oculares Estado Geral Avalia-se o estado de hidratação do paciente levando-se em conta os seguintes parâmetros: Na prática clínica, os parâmetros usualmente avaliados são a umidade das mucosas, principalmente da língua e da mucosa oral, e o turgor da pele(pesquisa do sinal da prega). Em indivíduo hidratado, as mucosas devem estar úmidas e brilhantes, e o sinal da prega, ausente. Dificuldade da técnica: A avaliação do estado de hidratação é comumente mais complicada em idosos que normalmente apresentam boca seca e diminuição do turgor da pele, características do processo de envelhecimento, sem apresentar desidratação. O paciente é classificado em hidratado ou desidratado. Se desidratado, deve ser graduado subjetivamente em cruzes variando de 1 (+) a 4 (++++). O esquema abaixo ilustra alguns sinais e sintomas de desidratação, de acordo com ta intensidade: ESTADO DE NUTRIÇÃO NUTRIDO/BEM NUTRIDO SUBNUTRIDO HIPONUTRIDO/DESNUTRIDO EXCESSO DE PESO Esta é uma avaliação também subjetiva que leva em consideração a avaliação de alguns parâmetros: peso, musculatura, panículo adiposo, desenvolvimento físico, estado geral, pele, pelos e olhos. Classifica- se o paciente como: Peso abaixo do peso mínimo normal Musculatura hipotrófica Panículo adiposo escasso Pele seca e rugosa (aspecto de lixa) Cabelos e unhas finos, secos e quebradiços Xeroftalmia e fotofobia É de grande importância clínica saber identificar os sinais de subnutrição /desnutrição. Sinais clínicos de subnutrição/desnutrição: MED RESUMOS BIOTIPO BREVILÍNEO (ÂNGULO DE CHARPY >90O) Comparado ao Sancho Pança, pescoço curto e grosso, tórax alargado e volumoso, membros curtos e relação ao tronco, tendência para baixa estatura, musculatura desenvolvida e panículo adiposo espesso. NORMOLÍNEO/ MEDIOLÍNEO (=90º) Apresenta equilíbrio entre os membros e tronco, desenvolvimento harmônico da musculatura e do panículo adiposo. LONGILÍNEO (<90º) Comparado ao D. Quixote, pescoço longo e delgado, tórax afilado e chato, membros alongados com franco predomínio sobre o tronco, musculatura delgada e panículo adiposo pouco desenvolvido, tendência para estatura elevada. MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS 1. ALTURA/ESTATURA A altura total ou medida planta-vértice é mais comumente utilizada. Sua verificação é importante para o controle do crescimento e avaliação do grau de nutrição. Em pacientes adultos não acamados, sua medida é feita com o paciente ereto, sem calçados e pés justapostos.Dificuldade da técnica: Nos pacientes acamados, a determinação da altura pelo método tradicional torna-se inviável. Uma alternativa é medir a envergadura, que consiste na distância compreendida entre os extremos dos membros superiores, estando o indivíduo com os braços abertos, em abdução de 90°, pois, normalmente, a envergadura equivale à altura. 2. PESO Subir na plataforma da balança e ficar parado; Levantar o “grande peso” suavemente sobre a barra e movê-lo lentamente para a direita, observando a seta na extremidade direita da trave de equilíbrio, parando de mover o peso quando a seta estiver nivelada; Mover o “peso menor” na barra lentamente para a direita e parar quando a seta estiver nivelada; Adicionar os números indicados nas aberturas ou por pequenas setas em ambos os pesos para chegar ao seu peso corporal; Mover ambos os pesos de volta para a esquerda e descer da balança. A verificação do peso é de grande importância para se avaliar a perda ou ganho ponderal e o estado nutricional. A melhor maneira de se medir o peso é através da balança antropométrica, pois esta possui maior precisão. Para obter valores mais fidedignos, idealmente, o paciente deve estar despido O peso na idade adulta é classificado da seguinte maneira: Peso Ideal: para determinar, aplica-se a regra simples de Broca. O peso ideal se aproxima do número de centímetros que excede um metro de altura e se expressa em kg. Para o sexo feminino, subtraem-se 5% do valor encontrado. MED RESUMOS Sexo masculino, 1,70m. Peso ideal = 70 kg Sexo feminino, 1,70m. Peso ideal = 70 – 5% = 66,5kg Exemplo: 3. ÍNDICE DE MASSA CORPOREA (IMC) IMC PESO ALTURA= INTERPRETAÇÃO IMC < 18,5 Desnutrição 18,5 - 24,9 Normal 25 - 29,9 Sobrepeso 30 - 34,9 Obesidade grau I 35 - 39,9 Obesidade grau II > 40 Obesidade grau III (mórbida) 4. RELAÇÃO CINTURA/QUADRIL PERÍMETRO DA CINTURA (CM) RCQ = PERÍMETRO DO QUADRIL (CM) Este indicador é utilizado para relacionar a gordura localizada na região abdominal e no quadril. É um indicativo indireto da quantidade de gordura visceral, a gordura que envolve os órgãos intra-abdominais. Com o seu auxílio, estabelecem-se alguns padrões de obesidade: obesidade tipo androide ou “forma de maça” e obesidade tipo ginecoide ou “forma de pera”. A primeira refere-se à concentração de gordura na região abdominal, enquanto a segunda, à concentração no quadril. Estudos demonstram que pessoas com “forma de maçã” têm maior risco de desenvolver doenças cardiovasculares Mulheres: RCQ < 0,85 Homens: RCQ < 0,90 Localize a espinha ilíaca anterossuperior e a parte inferior das suas costelas; Os valores considerados normais são: Como medir o perímetro da cintura: Coloque uma fita métrica no local que fica no meio do caminho entre esses dois pontos citados acima; Habitualmente, localiza-se cerca de 3 cm acima da linha do umbigo. Ao nível do trocânter maior do fêmur, cerca de 20 cm abaixo da cintura. Como medir o perímetro do quadril: Circunferência Abdominal ≥ 94 cm (H) ≥ 80 cm (M) Aumentado ≥ 102 cm (H) ≥ 88 cm (M) Substancialmente Aumentado INDICADOR VALORES DE CORTE RISCO DE COMPLICAÇÕES METABÓLICAS 5. CIRCUNFERÊNCIA DA PANTURRILHA (CP) Menor que 35 cm: deve-se realizar acompanhamento de De 31 a 34 cm: exige vigilância nutricional ao idoso (atenção); Menor que 31 cm: caracteriza depleção de massa muscular (sarcopenia) (necessária intervenção). Medida importante para acompanhar o estado nutricional de pacientes hospitalizados, principalmente os acamados, pois permite avaliar a depleção da massa muscular. É utilizada também no rastreamento de sarcopenia em idosos. Os pontos de corte de CP para idosos brasileiros são: rotina; A medida da CP deve ser feita com o indivíduo sentado, com os pés aproximadamente a 20 cm do corpo, joelho em ângulo de 90°, sendo considerada a medida mais larga da panturrilha da perna esquerda. MED RESUMOS 6. PERÍMETRO CEFÁLICO Realizada logo após o nascimento, e importante para acompanhamento da criança até os 2 anos de idade. Em crianças com algum déficit, deve ser medido até os 5 anos de idade. Para diagnóstico da microcefalia, o valor do PC deve ser inferior a 33 cm na criança a termo. A medida é realizada com fita inextensível, observando os pontos anatômicos das bordas supraorbitárias (arco das sobrancelhas) e a proeminência occipital em seu ponto mais saliente, na parte posterior. FÁCIES É o conjunto de dados exibidos na face do paciente, e a resultado dos traços anatômicos + a expressão fisionômica. Não apenas os elementos estáticos, mas, e principalmente, a expressão do olhar, os movimentos das asas do nariz e aposição da boca. Certas doenças imprimem na face traços característicos, e algumas vezes, o diagnostico nasce da simples observação do rosto do paciente. Os principais tipos de fácies são: FÁCIES NORMAL OU ATÍPICA Expressão individual que não sugere distúrbio. É importante identificar, no rosto do paciente, sinais indicativos de tristeza, ansiedade, medo, indiferença e de apreensão. FÁCIES HIPOCRÁTICA Expressão caracterizada por palidez, discreta cianose labial, olhos fundos, parados e inexpressivos, o nariz afila-se e os lábios se tornam adelgaçados. Esse tipo de fácies indica doença grave e é quase sempre presente nos estados agônicos das afecções que evoluem de modo lento. FÁCIES RENAL Tem como elemento característico o edema que predomina ao redor dos olhos, completando o quadro com a palidez cutânea. É observada nas doenças renais, particularmente na síndrome nefrótica e na glomerulonefrite aguda. FÁCIES TETÂNICA Observa-se contratura muscular da face, com acentuação dos sulcos naturais, enrugamento da região frontal (lábios distendidos transversalmente como para sorrir = riso cínico/sorriso forçado. Sensação de dor crônica permanente. MED RESUMOS A pele espessa é sede de grande número de lepromas de tamanhos variados e confluentes, em maior número na fronte. Os supercílios caem, o nariz se espessa e se alarga. Os lábios tornam-se mais grossos e proeminentes. As bochechas e o mento se deformam pelo aparecimento de nódulos. A barba escasseia ou desaparece. Conferem ao rosto do paciente um aspecto de cara de leão. Tais alterações que a compõem são produzidas pelas lesões da hanseniana. FÁCIES LEONINA FÁCIES ADENOIDIANA Caracterizada por nariz pequeno e afilado e a boca sempre entreaberta. Aparece nos indivíduos com hipertrofia das adenoides, as quais dificultam a respiração pelo nariz ao obstruírem os orifícios posteriores das fossas nasais. FÁCIES PARKINSONIANA A cabeça inclina-se um pouco para frente e permanece imóvel nesta posição. O olhar fixo, os supercílios elevados e a fronte enrugada conferem ao paciente uma expressão de espanto. Chama a atenção, também, a falta de expressividade facial. A fácies parkinsoniana é observada na síndrome ou na doença de Parkinson. FÁCIES BASEDOWIANA Seu traço mais característico reside nos olhos e no olhar. Os olhos são salientes (exoftalmia) e brilhantes, destacando-se sobremaneira no rosto magro. A expressão fisionômica indica vivacidade. Contudo, às vezes, tem um aspecto de espanto e ansiedade. Outro elemento que salienta as características da fácies basedowiana é o bócio. Indica hipertireoidismo. MED RESUMOS FÁCIES MIXEDEMATOSA Constituída por um rosto arredondado, nariz e lábios grossos, pele seca, espessada e com acentuação de seus sulcos. As pálpebras tornam-se infiltradas e enrugadas. Destaca-se uma expressão fisionômica indicativa de desânimo e apatia. Esse tipo de fácies aparece no hipotireoidismo ou mixedema. FÁCIES ACROMEGÁLICA caracteriza-se pela saliência das arcadas supraorbitárias, proeminência das maçãs do rosto e maior desenvolvimento do maxilar inferior, além do aumento do tamanho do nariz, lábios e orelhas. Nesse conjunto de estruturas hipertrofiadas, os olhos parecem pequenos. FÁCIES CUSHINGOIDE Ou Lua Cheia. Como a própria denominação revela, chama a atenção de imediato o arredondamento do rosto, com atenuação dos traços faciais. Estetipo de fácies é observado nos casos de síndrome de Cushing por hiperfunção do córtex suprarrenal. Pode ocorrer também nos pacientes que fazem uso prolongado de corticosteroides. FÁCIES MONGOLOIDE Está na fenda palpebral seu elemento característico, uma prega cutânea (epicanto) que torna os olhos oblíquos, bem distantes um do outro. Acessoriamente, nota-se um rosto redondo, boca quase sempre entreaberta e uma expressão fisionômica de pouca inteligência ou mesmo de completa idiotia. É observada no mongolismo, trissomia do par 21 ou síndrome de Down. FÁCIES DE DEPRESSÃO As principais características estão na expressividade do rosto. Cabisbaixo, os olhos com pouco brilho e fixos em um ponto distante. O sulco nasolabial se acentua e o canto da boca se rebaixa. O conjunto fisionômico denota indiferença, tristeza e sofrimento emocional. É observada nos transtornos depressivos. MED RESUMOS FÁCIES PSEUDOBULBAR Tem como principal característica súbitas crises de choro ou riso, involuntárias, mas conscientes, que levam o paciente a tentar contê-las, dando um aspecto espasmódico à fácies. Aparece geralmente na paralisia pseudobulbar. FÁCIES DA PARALISIA FACIAL PERIFÉRICA Chama a atenção a assimetria da face, com impossibilidade de fechar as pálpebras, além de repuxamento da boca para o lado são e apagamento do sulco nasolabial. FÁCIES MIASTÊNICA Ou fácies de Hutchinson. Caracterizada por ptose palpebral bilateral que obriga o paciente a franzir a testa e levantar a cabeça. Ocorre na miastenia grave e em outras miopatias que comprometem os músculos da pálpebra superior. FÁCIES DO DEFICIENTE MENTAL Os traços faciais são apagados e grosseiros; a boca constantemente entreaberta, às vezes com salivação. Hipertelorismo e estrabismo, quando presentes, acentuam essas características morfológicas. Todavia, o elemento fundamental desse tipo de fácies está na expressão fisionômica. O olhar é desprovido de objetivo, e os olhos se movimentam sem se fixarem em nada, traduzindo um constante alheamento ao meio ambiente. É comum que tais pacientes tenham sempre nos lábios um meio sorriso sem motivação e que se acentua em resposta a qualquer solicitação. Acompanha tudo isso uma voz grave percebida por um falar de meias palavras, às vezes substituído por um simples ronronar. FÁCIES ETÍLICA Chamam a atenção os olhos avermelhados e certa ruborização da face. O hálito etílico, a voz pastosa e um sorriso meio indefinido completam a fácies etílica. MED RESUMOS FÁCIES ESCLERODÉRMICA Denominada também fácies de múmia, justamente porque sua característica fundamental é a imobilidade facial. Isso se deve às alterações da pele, que se torna apergaminhada, endurecida e aderente aos planos profundos, com repuxamento dos lábios, afinamento do nariz e imobilização das pálpebras. A fisionomia é inexpressiva, parada e imutável. ATITUDE E DECÚBITO PREFERIDO NO LEITO Define-se atitude como a posição adotada pelo paciente no leito ou fora dele, por comodidade, hábito ou com o objetivo de conseguir alívio para al- gum padecimento. Algumas posições são conscientemente procuradas pelo paciente (voluntárias), enquanto outras independem de sua vontade ou são resultantes de estímulos ce- rebrais (involuntárias). Só têm valor diagnóstico as atitudes involuntárias ou as que proporcionam alívio para algum sintoma. Se isso não for ob- servado, pode- se dizer que o pacien- te não tem uma atitude específica ou que ela é indiferente. As atitudes voluntárias compreendem a ortopneica, a genupeitoral, a posição de cócoras, a parkinsoniana e os diferentes decúbitos. As atitudes involuntárias incluem a atitude passiva, o ortótono, o opistó- tono, o emprostótono, o pleurostóto- no e a posição em gatilho e torcicolo e mão pêndula da paralisia radial. EXAME DAS MUCOSAS Coloração: a coloração normal é róseo- avermelhada e a nomenclatura habitual é: mucosas coradas. A diminuição ou a perda da cor designa-se como mucosas descoradas ou palidez das mucosas. É um achado semiológico de grande valor prático, pois indica a existência de anemia. Procura-se fazer também uma avaliação quantitativa usando-se a escala de uma a quatro cruzes. Mucosas hipercoradas significam acentuação da coloração normal e traduzem aumento das hemácias naquela área, como ocorre nas inflamações (conjuntivites, glossites, gengivites) e nas policitemias. A cianose consiste na coloração azulada das mucosas. Na icterícia as mucosas tornam-se amarelas ou amarelo- esverdeadas. Umidade: em condições normais as mucosas são úmidas, traduzindo bom estado de hidratação. As mucosas secas perdem o brilho, os lábios e a língua ficam pardacentos, e todas essas mucosas adquirem aspecto ressequido. Presença de lesões. As mucosas facilmente examináveis a olho nu e sem auxílio de qualquer aparelho são as mucosas conjuntivais (olhos) e as mucosas labiobucal, lingual e gengival. O método de exame é a inspeção, coadjuvado por manobras singelas que exponham as mucosas à visão do examinador. Os seguintes parâmetros devem ser analisados: MED RESUMOS POSTURA OU ATITUDE NA POSIÇÃO DE PÉ A postura pode ser classificada da seguinte maneira: Boa postura: Cabeça ereta ou ligeiramente inclinada para diante; Peito erguido, fazendo adiantar ao máximo essa parte do corpo; Abdome inferior achatado ou levemente retraído; Curvas posteriores nos limites normais. Postura sofrível: Cabeça levemente inclinada para diante; Peito achatado; Abdome algo protruso, passando a ser a parte mais saliente do corpo; Curvas posteriores exageradas. Má postura: Cabeça acentuadamente inclinada para diante; Peito deprimido; Abdome saliente e relaxado; Curvas posteriores extremamente exageradas. MARCHA Deve ser analisada solicitando-se ao paciente que caminhe certa distância, descalço, de preferência com calção, com olhos abertos e fechados, indo e voltando sob a observação do examinador. A marcha normal pode sofrer variações em relação a particularidades individuais, ou em razão de transtornos do aparelho locomotor. As marchas anormais incluem a marcha helicópode, ceifante ou hemiplégica, a marcha anserina, a marcha parkinsoniana e a marcha claudicante. SINAIS VITAIS 1. TEMPERATURA Normal: entre 35 oC e 37 oC Febre leve ou febrícula: até 37,5 oC Febre moderada: 37,5 - 38,5 oC Febre alta ou elevada: > 38,6 oC Hipertermia: >41 oC Hipotermia: abaixo de 35 oC 2. PRESSÃO ARTERIAL Localizar pulsações da artéria braquial Colocar o manguito 2-3 cm acima da dobra do cotovelo. Palpar o pulso radial (também pode ser feito na artéria braquial). Inflar o manguito até o desaparecimento do pulso; em seguida, desinflar o manguito lentamente. Quando reaparecer o pulso, será obtido o valor da pressão sistólica. Colocar o estetoscópio sobre a artéria braquial e insuflar o manguito cerca de 30 mmHg acima do valor encontrada para pressão sistólica pelo método palpatório. PASSO A PASSO PARA AFERIR: CLASSIFICAÇÃO PRESSÃO ARTERIAL Sistólica Diastólica Normal < 120 < 80 Pré-hipertensão (limítrofe) 121 - 139 81 - 89 Hipertensão, estágio I (leve) 140 - 159 90 - 99 160 - 179 100 - 109Hipertensão, estágio II (moderada) > 180 > 110Hipertensão, estágio III (grave) 3. FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA Normal: entre 16 a 20 Bradipneia: abaixo de 16 Taquipneia: acima de 20 MED RESUMOS 4. FREQUÊNCIA CARDÍACA 5. PULSOS Avaliar se estão presentes, simétricos com frequência regular e rítmicos. Normal: 60 - 100 bpm
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