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1 Laís Flauzino | GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA | 7°P MEDICINA Cirurgia 1M1 – FUNDAMENTOS DE CIRURGIA GINECOLÓGICA MATERIAIS: • Pinças • Afastadores • Agulha Pinças: 1. Kelly 2. Kocher/Faure 3. Haunstead ou mosquito 4. Longuete 5. Allis 6. Pozzi Afastadores: 1. Farabeuf 2. Doyen 3. Suprapúbica 4. Maleável 5. Balfour Fios: • Absorvível x Inabsorvível • Sintético x Orgânico • Monofilamentar x Multifilamentar • Espessura 2 > 1 > 0 > 2-0 > 3-0 • Nylon – mono, sintético, inabsorvível • Seda/algodão – multi, orgânico, inabsorvível • Prolene (polipropileno) – mono, sintético, inabsorvível • Catgut – mono, orgânico, absorvível • Vicryl (ácido poliglicólico) – multi, sintético, absorvível. Agulhas: • Ponta • Abertura • Tamanho Cilíndrica, cortante e cortante invertida. É importante pq tem tecidos diferentes – a aponeurose por exemplo é um tecido duro, então usa-se a cortante; agora um tecido mais frágil o ideal é usar a cilíndrica para não rasgar o tecido. Aberturas – notas como quartos de círculo. Para fechar a pele o ideal é ¼, agora um ponto dentro da pelve estreito é mais fácil usar uma agulha mais curva. ANATOMIA CIRÚRGICA: • Parede abdominal inferior • Órgãos e ligamentos 2 Laís Flauzino | GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA | 7°P MEDICINA • Vascularização Parede abdominal: O corte é mais lateral à incisão que a gente faz normalmente, mas mostra: pele, TCSC (tecido adiposo subcutâneo), músculos obliquo externo, obliquo interno e transverso, com suas fáscias, gordura pré peritoneal, peritoneo. A primeira coisa é abrir a barriga – fazer uma incisão na parede abdominal. Tudo a ser falado é considerando a parede abdominal da região hipogástrica – abaixo do umbigo. Músculos: reto, oblíquo externo, oblíquo interno, transverso. Aqui vemos esses músculos de frente, na lateral do abdome, e o reto com sua aponeurose no meio. Mostra também a composição da aponeurose do reto pelas fáscias dos músculos. Cada um desses músculos solta uma aponeurose/fascia branca e a junção da áscia do transverso, do oblíquo interno e do oblíquo externo formam a fáscia do reto abdominal no meio. Só que isso acontece em formas diferentes em alturas diferentes do abdome. Na porção inferior do abdome m. oblíquo interno funde com m. transverso e fáscias passam anteriormente ao m. reto. Acima da linha arqueada, se for abrir por exemplo na altura do umbigo encontra-se essas fáscias se juntando fazendo uma aponeurose na frente e outra atras do músculo reto. Aqui a diferença entre acima e abaixo da linha arqueada, como operamos no abdome inferior pegamos a aponeurose do reto toda anterior a ele. Abaixo dele fáscia transversalis, gordura pré peritoneal, peritoneo parietal. Abaixo da linha arqueada – onde corta para cesárea/histerectomia, essas três aponeuroses passam por cima do músculo reto abdominal então as camadas são: pele, tecido subcutâneo, aponeurose do músculo reto abdominal, músculo reto abdominal, fáscia transversalis, gordura pré-peritoneal, peritônio. Vascularização: Vasos epigástricos superficiais vs inferiores. À direita (da paciente) vemos o superficial, que as vezes lesamos e coagulamos no tecido subcutâneo, acima da aponeurose. Os inferiores, À esquerda, mais calibrosos, são encontrados sob o ventre do músculo reto quando fazemos incisões mais amplas (cerca de 6-7cm da linha média) e geralmente são ligados. 3 Laís Flauzino | GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA | 7°P MEDICINA Temos artérias principalmente vindas da femoral – ramos circunflexos que sobem para irrigar a pele da parede abdominal. A mais importante é a artéria epigástrica inferior – quando se faz um incisão um pouco mais lateralizada, pode lesar ela e ela é grande o suficiente para não conseguir queimar e tem que dar um ponto para liga-la. Os vasos correm longitudinalmente (cefalocaudalmente) e a incisão transversal pode lesionar um deles; isso é muito comum quando se fala de lesão nervosa. Nervos ileohipogástrico e ilioinguinal: parestesia em faces internas e anteriores das coxas. Nervos que são responsáveis pela sensibilidade da faixa anterior e medial das coxas – pct pode ficar muitos meses para recuperar a sensibilidade dessas regiões. Cavidade peritoneal: Útero e fundos de saco. Útero é o órgão central desse processo. Tem os óstios tubários. Colo, corpo (até os óstios tubários) e acima é o fundo. Falando da nossa víscera principal, o útero. Mencionar rapidamente sua composição em serosa, miométrio, endométrio; colo, corpo, cornos, fundo, etc. Mostrar naquela RM a relação com outras estruturas pélvicas, os fundos de saco peritoneais e em especial sua intima relação com a bexiga anteriormente. A parte preta é a cavidade abdominal, a gente forma os chamados fundos de sacos peritoneais – anterior (próximo a bexiga) e posterior. Suporte uterino: Ligamentos cardinais: • Paramétrio (transição corpo-colo) e paracolpo (transição colo-vagina) • Leque para parede pélvica posterolateral O útero é mantido no lugar por algumas estruturas de sustentação. 4 Laís Flauzino | GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA | 7°P MEDICINA Ligamento cardinal – composto por paramétrio (ao lado do útero) e paracolpo (ao lado da vagina); são outra forma de falar sobre o ligamento cardinal. Se insere na região de transição corpo e colo do útero e faz um leque para a parede pélvica posterolateral. O principal ligamento é o cardinal – tem duas origens: paramétrio e paracolpo. Vai para a parede posterolateral. Uterossacros: • Origem na transição corpo-colo • Até espinhas ciáticas e sacrais Imagem laparoscópica. Esse ligamento é mais posterior. Redondos: • Principalmente músculo liso • Artéria de Sampson • Corpo anterolateral – canal inguinal – grandes lábios Não tem funçao importante de sustentação – é a orelha azul do útero, sai do útero, entra pelo canal inguinal e se insere no grande lábio. É o elemento mais anterior do anexo. Largo: • Tenda de peritônio anterior e posterior • Gordura areolar • Do redondo ao infundibulopélvico Não tem função de sustentação. Capa como se fosse asa. Na verdade é o peritônio. O ligamento largo é principalmente gorduroso e avascular, e por isso é uma boa porta de acesso ao retroperitoneo. Vascularização presente nas áreas dos mesos. Percebemos aqui que ele recobre toda a estrutura dos anexos. Dá pra entender também como ele é uma reflexão do peritônio parietal que recobre essas estruturas e depois “volta” posteriormente. Mais caótica essa figura, mas é ótima pra ver como o peritônio recobre a bexiga, forma o fundo de saco anterior, forma depois o ligamento largo recobrindo os anexos e volta pra formar posteriormente o peritoneo parietal. Anexos: • Tubas: intramural, ampola, istmo e infundíbulo • Ovários: presos ao útero por feixe fibroso curto (ligamento útero-ovariano) 5 Laís Flauzino | GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA | 7°P MEDICINA Infundibulopélvio = suspensory ligament of the ovary Infundibulopélvico: • Feixe peritoniovascular • Leva a. e v. ovarianas • Origem no retroperitônio Ligamento útero-ovariano – liga o ovário. O ovário é ligado na parede pélvica por esse ligamento infundibulopélvico. Dele sai a artéria e a veia ovariana. O trajeto dos vasos ovarianos lado retroperitoneo até o ovário, a origem aórtica desses vasos. Na imagem de VLP vemos o infundibulopelvico trazendo os vasos do retroperitoneo para o anexo. • Vasos ilíacos: artérias sobre veias. Bifurcam-se em: • Ilíaca interna (hipogástrica), de onde saem vários ramos que irrigam os órgãos pélvicos: vagina, bexiga etc • Ilíaca externa: se torna femoral após ligamento inguinal, irriga períneo, pele e MMII. A aorta bifurca em vasos ilíacos comuns, esses vasos bifurcam em artéria ilíaca externa e artéria ilíaca interna.A externa desce para a perna (femoral – os vasos da parede abdominal derivam dela - circunflexas). As vísceras – útero, bexiga e etc são irrigados pelos ramos da artéria ilíaca interna – artéria hipogástrica. Outros ramos da aorta que são importantes para a vascularização da pelve. Focar no que importa: a externa originando a irrigação da perna (femoral) e aqueles vasos que passam na parede abdominal. A interna com divisão posterior mais somática e a anterior com ramos viscerais. A bifurcação da aorta, a bifurcação dos ilíacos com o ramo externo indo pra perna e finalmente a bifurcação da ilíaca interna, com seu ramo posterior 6 Laís Flauzino | GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA | 7°P MEDICINA fazendo um leque para as vísceras e o posterior indo, bem, para estruturas somáticas posteriores. Irrigação do útero: • Artéria uterina – ramo da porção anterior da hipogástrica • Ramo ascendente e descendente – anastomose com vaginal e ovariana Essa rede de anastomose anastomosa a artéria uterina com a ovariana inclusive. Então é por isso que na hemorragia puerperal uma das coisas que se pode fazer para tentar conter o sangramento é ligar a artéria ilíaca interna (hipogástrica) e o útero não morre de isquemia pq ela tem outras origens. O útero é irrigado pelas artérias uterinas que vem da hipogástrica e se inserem ali na trnsição corpo-colo assim como os ligamentos cardinais e uterossacro. Dali ela se bifurca e aqui a gente vê as várias anastomoses que ela forma. Comentar que essas anastomoses são algumas das que permitem a ligadura das hipogástricas sem a perda do útero (ovarianas vem da aorta). INCISÕES TÍPICAS: • Longitudinal vs Transversa • Pfannestiel • Maylard Transversais: Mais estética, menos deiscência (menos tensão). Longitudinais: Mais rápidas e melhor campo As linhas de força da parede abdominal são latero- laterais então fazer uma incisão longitudinal e depois costura, as linhas de força puxam para abrir essa incisão novamente. Incisão não é o lugar da pele que você vai cortar, é toda a técnica desde o primeiro corte na pele até estar dentro da cavidade peritoneal. Incisão é um processo. Pfannestiel: Transversal, concavidade para cima. Incisão pele e subcutâneo Incisa bainha do reto transversalmente Disseca reto abdominal de sua bainha Incisão cuidadosa no peritônio na linha mediana Faz um corte transversal, com concavidade para cima, entre as espinhas ilíacas anteriores, faz a incisão em pele e subcutâneo. Debaixo da pele e subcutâneo vem aponeurose e músculo. Então faz incisão na aponeurose mostrando o músculo reto por baixo, levanta a aponeurose com duas pinças e disseca a aponeurose do músculo (separar – pq são colados) para aumentar o campo. O músculo reto abdominal são dois músculos – um de cada lado e no meio deles há um espaço, então divulsiona para os lados e nesse espaço da de cara com peritônio. Abre o peritônio e entramos dentro da cavidade abdominal. Maylard: • Incisão até bainha do reto • Incisão na bainha do reto até aponeurose do oblíquo externo 7 Laís Flauzino | GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA | 7°P MEDICINA • Ligadura das epigástricas inferiores É um corte um pouco mais lateral, normalmente pega as artérias epigástricas inferiores e vão necessitar de serem ligadas. Ao invés de divulsionar o músculo reto, vamos transeccioná-lo – bisturi elétrico. Quando se faz isso, o músculo some devido a tensão e você não consegue mais juntá-los na linha média. É sempre uma escolha – só se faz isso se houver necessidade. Por exemplo: cirurgia oncológica. Transecção do musculo reto Abertura transversal do peritônio EXEMPLO: HISTERECTOMIA TOTAL ABDOMINAL. O objetivo é tirar o útero, ele está preso em alguns lugares: vagina, ligamentos cardinais uterossacros, ligamento redondo e ligamento útero=ovariano, ovário e ligamento infundibulopélvico. A primeira coisa é abrir a barriga – cortar pele, subcutâneo, aponeurose, dissecar aponeurose do músculo reto, empurrar o músculo para cada lado e abrir o peritônio. Ai pode ser em qualquer ordem: corta o ligamento rendondo, pinça, amarra etc. (pinçamento, secção e ligadura), ligamento largo, empurra a bexiga, ai vê os vasos, depois solta o anexo (deixa o ovário) cortando no ligamento uteroovariano, corta envolta da vagina, tira o útero, fecha a vagina e sai fechando por camadas – peritônio não precisa pq fecha sozinho.
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