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PATOLOGIA ESTUDO DIRIGIDO Infla��ção � r��a�� t��i���l Antes de tudo, é preciso entender o seguinte sobre a inflamação: ➔ 1°: Embora, na linguagem médica comum e para os leigos, a inflamação sugira uma reação prejudicial, ela é, na verdade, uma resposta protetora essencial para a sobrevivência. A sua função é livrar o hospedeiro tanto da causa inicial da lesão celular (p. ex., microrganismos, toxinas) como das consequências dessa lesão (p. ex., células e tecidos necrosados). Embora normalmente protetora, em algumas situações, a reação inflamatória torna-se a causa da doença, e os danos produzidos constituem a sua característica predominante. De forma geral, essas consequências prejudiciais são autolimitadas e se resolvem quando a inflamação diminui, deixando pouco ou nenhum dano permanente. Em contraste, existem muitas doenças para as quais a reação inflamatória é mal direcionada (p. ex., contra os próprios tecidos nas doenças autoimunes) ou a reação inflamatória ocorre contra substâncias ambientais normalmente inofensivas que provocam uma resposta imune (p. ex., nas alergias) ou é excessivamente prolongada (p. ex., nas infecções por microrganismos resistentes à erradicação). ➔ 2°: Sem a inflamação, infecções não seriam reconhecidas, feridas nunca cicatrizariam e tecidos lesados permaneceriam constantemente purulentos. 1. Quais as características gerais da inflamação. Didaticamente, como podemos caracterizar inflamação, infecção, processo inflamatório e processo infeccioso? As manifestações externas da inflamação, muitas vezes chamadas sinais cardinais, são: calor, rubor (vermelhidão), tumor/edema (tumefação), dor e perda de função. A inflamação é uma resposta dos tecidos vascularizados às infecções e aos danos teciduais que recruta células e moléculas do sistema de defesa do hospedeiro da circulação para os locais onde são necessários, a fim de eliminar os agentes agressores. O processo inflamatório é caracterizado pela liberação de leucócitos e proteínas que são direcionados contra os agentes estranhos, como microrganismos e tecidos lesados ou necróticos, e ativam as células e moléculas recrutadas que, em seguida, exercem suas funções com a finalidade de eliminar as substâncias prejudiciais ou indesejadas. Infecção, segundo o Ministério da Saúde, é a penetração e desenvolvimento ou multiplicação de um agente infeccioso no organismo do homem ou outro animal. Quando a infecção gera sinais e sintomas, temos um caso de doença infecciosa. Nem sempre, no entanto, os agentes causadores de infecções, ou seja, os agentes infecciosos, causam doenças infecciosas. Os processos infecciosos são fenômenos multicausais decorrente da existência de: (a) um agente infeccioso; (b) uma via de acesso ao hospedeiro; (c) uma porta de entrada; (d) um hospedeiro PATOLOGIA suscetível, que pode culiminar numa doença infecto-contagioso e em complicação infeccioso. 2. No processo infeccioso, como se dá o reconhecimento dos microrganismos ou dos seus componentes moleculares? O primeiro passo nas respostas inflamatórias é o reconhecimento de microrganismos e células necróticas por meio de receptores celulares e proteínas circulantes. As células e os receptores que reconhecem agentes invasores evoluíram como adaptações de organismos multicelulares à presença de microrganismos no meio ambiente, e as respostas que desencadeiam são críticas para a sobrevivência. Os Receptores celulares para microrganismos: Fagócitos, células dendríticas e muitas outras células expressam receptores que detectam a presença de patógenos infecciosos. A melhor definição desses receptores pertence à família dos receptores Toll-like (TLRs). Os TLRs reconhecem “motivos” comuns a muitos microrganismos, muitas vezes chamados padrões moleculares associados a patógenos. O reconhecimento dos microrganismos por meio desses receptores estimula a produção e a expressão de uma série de proteínas secretadas e de membrana. Essas proteínas incluem citocinas que induzem inflamação, citocinas antivirais (interferons) e citocinas e proteínas de membrana que promovem a ativação de linfócitos e respostas imunes ainda mais potentes. 3. Quais são as causas da inflamação e como essas causas deflagram o processo inflamatório? As reações inflamatórias podem ser desencadeadas por vários tipos de estímulos: • Infecções (bacterianas, virais, fúngicas, parasitárias) e toxinas microbianas estão entre as causas mais comuns e clinicamente importantes da inflamação. Diferentes agentes patogênicos infecciosos provocam respostas inflamatórias distintas, desde uma inflamação aguda leve, que causa pouco ou nenhum dano duradouro e erradica com sucesso a infecção, até reações sistêmicas graves que podem ser fatais, ou reações crônicas prolongadas que causam lesão tecidual extensa. • A necrose tecidual provoca inflamação independentemente da causa da morte celular, que pode ser por isquemia (fluxo sanguíneo reduzido, a causa do infarto do miocárdio), trauma e lesão física e química (p. ex., lesão térmica, como em queimaduras ou congelamento; irradiação; exposição a alguma substância química do meio ambiente). • Corpos estranhos (estilhaços, sujeira, suturas) podem induzir a inflamação per se, ou porque causam lesões traumáticas nos tecidos ou por carregarem microrganismos. Até mesmo algumas substâncias endógenas estimulam inflamações potencialmente prejudiciais se grandes quantidades forem depositadas nos tecidos. • As reações imunes (também chamadas hipersensibilidade) são reações nas quais o sistema imune, normalmente protetor, danifica os próprios tecidos do indivíduo. As respostas imunes prejudiciais podem ser dirigidas contra autoantígenos, causando doenças autoimunes, ou podem ser reações inadequadas contra substâncias PATOLOGIA ambientais, como ocorre nas alergias ou contra microrganismos. A inflamação é uma das principais causas de lesão tecidual nessas doenças (Cap. 5). Como os estímulos para as respostas inflamatórias nas doenças autoimunes e alérgicas (autoantígenos e antígenos ambientais) não podem ser eliminados, essas reações tendem a ser persistentes e difíceis de curar, estão frequentemente associadas à inflamação crônica e são causas importantes de morbidade e mortalidade. 4. Quais as características da inflamação aguda? A resposta inicial rápida às infecções e aos danos teciduais é denominada inflamação aguda. Em geral, se desenvolve dentro de minutos ou horas e é de curta duração, entre algumas horas ou alguns dias. As suas características principais são a exsudação de líquido e proteínas plasmáticas (edema) e emigração de leucócitos, predominantemente neutrófilos (também chamados leucócitos polimorfonucleares). Atenção: Quando a inflamação aguda atinge o objetivo de eliminar os agentes agressores, a reação diminui e a lesão residual é reparada. 5. Descreva as reações vasculares no processo agudo, fazendo um paralelo com os principais mediadores inflamatórios envolvidos. As reações vasculares da inflamação aguda consistem em alterações no fluxo sanguíneo e na permeabilidade dos vasos, ambos destinados a maximizar o movimento das proteínas plasmáticas e dos leucócitos para fora da circulação em direção ao local da infecção ou lesão. O extravasamento de líquidos, proteínas e células sanguíneas do sistema vascular para tecidos intersticiais ou cavidades corporais é conhecido como exsudação. gravidade específica. É essencialmente um ultrafiltrado de plasma sanguíneo que é produzido como resultado do desequilíbrio osmótico ou hidrostático em vasos com permeabilidade vascular normal. 6. Diferencie exudadato de transudato. Exsudato é um líquido extravascular que contém alta concentração de proteína e detritos celulares. Sua presença indica que há aumento na permeabilidade de pequenos vasos sanguíneos, geralmente durante a reação inflamatória. Em contrapartida, o transudato é um líquido com baixo teor de proteínas, pouco ou nenhum material celular e baixa. PATOLOGIA7. Como se dá o recrutamento de leucócitos para o local da inflamação? Os leucócitos que são recrutados para locais de inflamação desempenham a função-chave de eliminar os agentes ofensivos. Os leucócitos mais importantes nas reações inflamatórias típicas são aqueles capazes de fagocitose, ou seja, neutrófilos e macrófagos. Os neutrófilos são produzidos na medula óssea e rapidamente recrutados para locais de inflamação; os macrófagos respondem de forma mais lenta. 8. Qual foi a contribuição clínica da compreensão do processo de recrutamento leucocitário? A prova mais reveladora da importância das moléculas de adesão dos leucócitos, dentro do processo de recrutamento leuocitário, é a existência de deficiências genéticas associadas a essas moléculas que resultam em infecções bacterianas recorrentes consequentes aos problemas de adesão dos leucócitos e à inflamação defeituosa. 9. O que são as armadilhas extracelulares de neutrófilos? As armadilhas extracelulares dos neutrófilos (neutrophil extracellular traps – NETs) são redes fibrilares extracelulares que concentram substâncias antimicrobianas nos locais de infecção e impedem a disseminação dos microrganismos prendendo-os nas fibrilas. São produzidas por neutrófilos em resposta aos agentes infecciosos (principalmente bactérias e fungos) e mediadores inflamatórios (p. ex., quimiocinas, citocinas e proteínas do complemento). 10. Quais e como se dão os danos teciduais causados por neutrófilos? Neutrófilos e monócitos contêm grânulos ricos em enzimas e proteínas antimicrobianas que degradam microrganismos e tecidos mortos e também são capazes de contribuir para a lesão tecidual. Esses grânulos são ativamente secretados e então diferenciados dos lisossomos clássicos. Os neutrófilos possuem dois tipos principais de grânulos: grânulos específicos menores s (ou secundários) e grânulos azurófilos maiores (ou primários), ambos os tipos de grânulos podem sofrer exocitose (degranulação) o que desencadeia a liberação extracelular do conteúdo dos grânulos. Diferentes enzimas dos grânulos apresentam funções distintas. Por causa dos efeitos destrutivos das enzimas dos grânulos, a infiltração leucocitária inicial, se não for controlada, pode potencializar ainda mais a inflamação devido aos danos teciduais. 11. Como se dão os possíveis desfechos da inflamação aguda? Em parte, a inflamação diminui após o agente agressor ser removido, simplesmente porque os mediadores de inflamação são produzidos em explosões rápidas, apenas enquanto o estímulo persiste, apresentam meia-vida curta e são degradados após a sua liberação. Os neutrófilos também apresentam meia-vida curta nos tecidos e morrem por apoptose em poucas horas, até um dia ou dois após deixarem o sangue. Além disso, à medida que a inflamação se desenvolve, o PATOLOGIA processo desencadeia vários sinais de parada, que interrompem ativamente a reação. 12. Quais são os principais mediadores inflamatórios, quais as suas origens e suas funções? Os mediadores da inflamação são as substâncias que iniciam e regulam as reações inflamatórias. Os mediadores mais importantes da inflamação aguda são as aminas vasoativas, os produtos lipídicos (prostaglandinas e leucotrienos), as citocinas (incluindo quimiocinas) e os produtos da ativação do complemento.Os mediadores podem ser produzidos pelas células no local da inflamação, ou podem circular no plasma como precursores inativos que são ativados no local da inflamação. 13. O que são os metabólitos do ácido araquidônico e qual a implicação clínica do conhecimento a respeito? Os mediadores lipídicos prostaglandinas e leucotrienos são produzidos a partir do ácido araquidônico presente em fosfolipídeos da membrana e estimulam reações vasculares e celulares na inflamação aguda. ● Estímulos mecânicos, químicos e físicos ou outros mediadores (p. ex., C5a) desencadeiam a liberação de ácido araquidônico a partir das membranas por meio da ativação de fosfolipases celulares, principalmente a fosfolipase A2 . Tais mediadores, também chamados eicosanoides, são sintetizados por duas principais classes de enzimas: cicloxigenases (que geram prostaglandinas) e lipoxigenases (que produzem leucotrienos e lipoxinas). Os eicosanoides se ligam aos receptores PATOLOGIA acoplados à proteína G em muitos tipos celulares e podem mediar praticamente todos as etapas da inflamação 14. O que são citocinas inflamatórias, quais as suas origens e suas funções no processo inflamatório? As citocinas são proteínas secretadas por muitos tipos celulares (principalmente linfócitos ativados, macrófagos e células dendríticas, mas também por células endoteliais, células epiteliais e do tecido conjuntivo) que medeiam e regulam reações imunes e inflamatórias. O TNF e a IL-1 desempenham papéis críticos no recrutamento de leucócitos, na promoção da adesão ao endotélio e migração através dos vasos. As ações do TNF e da IL-1 contribuem para as reações locais e sistêmicas da inflamação. 15. Qual o papel do sistema complemento no processo inflamatório? O sistema complemento é uma coleção de proteínas solúveis e seus receptores de membrana funcionam principalmente na defesa do hospedeiro contra microrganismos e reações inflamatórias patológicas. Essas proteínas estão envolvidas nos processos da imunidade inata e adaptativa na defesa contra patógenos microbianos. No processo de ativação do complemento, são elaborados vários produtos da clivagem de proteínas do complemento que causam aumento da permeabilidade vascular, quimiotaxia e opsonização. 16. Faça um paralelo entre vasodilatação, aumento da permeabilidade vascular, quimiotaxia, jornada de leucócitos e lesão tecidual, com os mediadores envolvidos na inflamação. Os leucócitos que são recrutados para locais de inflamação desempenham a função-chave de eliminar os agentes ofensivos. Os leucócitos mais importantes nas reações inflamatórias típicas são aqueles capazes de fagocitose, ou seja, neutrófilos e macrófagos. A jornada dos leucócitos do lúmen do vaso para o tecido é um processo que ocorre em múltiplas etapas, sendo mediado e controlado por moléculas de adesão e citocinas. Os leucócitos geralmente fluem rapidamente no sangue e, na inflamação, devem ser interrompidos e depois levados ao agente agressor ou ao local de danos teciduais, fora dos vasos. Esse processo pode ser dividido em fases, consistindo primeiro na adesão de leucócitos ao endotélio no local da inflamação, depois na transmigração dos leucócitos através da parede do vaso e movimento das células em direção ao agente agressor. Quando o sangue flui dos capilares para as vênulas pós-capilares, as células circulantes são varridas pelo fluxo laminar contra a parede do vaso. As hemácias, sendo menores, tendem a se mover mais rapidamente do que os leucócitos, que são maiores. Como resultado, as hemácias ficam confinadas à coluna axial central e os leucócitos são empurrados para a parede do vaso, mas o fluxo evita que as células se PATOLOGIA liguem ao endotélio. À medida que o fluxo sanguíneo se torna mais lento no início da inflamação (estase), as condições hemodinâmicas mudam (diminuição do esforço de cisalhamento da parede) e mais leucócitos assumem uma posição periférica ao longo da superfície endotelial. Esse processo de redistribuição dos leucócitos é chamado marginação. Ao se aproximar da parede do vaso, os leucócitos são capazes de detectar e reagir às alterações do endotélio. Se as células endoteliais são ativadas por citocinas e outros mediadores produzidos localmente, elas expressam moléculas de adesão às quais os leucócitos se prendem frouxamente. Os leucócitos ligam-se e destacam-se e, assim, começam a rolar na superfície endotelial, em um processo chamado rolamento. As células finalmente param em algum ponto em que aderem firmemente. Após a adesão à superfície endotelial, os leucócitos migram através da parede do vaso, espremendo-se entre as junções intercelulares das células. Este extravasamentode leucócitos, chamado transmigração, ocorre principalmente em vênulas pós-capilares, local em que há retração máxima das células endoteliais. O movimento adicional dos leucócitos é orientado por quimiocinas produzidas nos tecidos extravasculares, que estimulam a movimentação dos leucócitos em direção a um gradiente químico. Após o extravasamento da circulação, os leucócitos migram pelos tecidos em direção ao local da lesão por um processo chamado quimiotaxia, que é definido como a locomoção a favor de um gradiente químico. Tanto substâncias exógenas como substâncias endógenas podem atuar como fatores quimiotáticos para os leucócitos. 17. Descreva os padrões morfológicos da inflamação aguda. A inflamação aguda se manifesta por alterações vasculares, edema e infiltração predominantemente neutrofílica. Os marcos morfológicos das reações inflamatórias agudas são a dilatação de pequenos vasos sanguíneos e o acúmulo de leucócitos e fluidos no tecido extravascular. As reações vasculares e celulares são responsáveis pelos sinais e sintomas da resposta inflamatória. O aumento do fluxo sanguíneo para a área lesada e o aumento da permeabilidade vascular levam ao acúmulo de líquido extravascular rico em proteínas plasmáticas (edema) e é responsável por vermelhidão (rubor), calor e tumefação (tumor) que acompanham a inflamação aguda. 18. O que é a inflamação crônica e quais as suas causas? A inflamação crônica é uma resposta de duração prolongada (semanas ou meses), na qual inflamação, lesão tecidual e tentativas de reparo coexistem em diferentes combinações. A inflamação crônica surge nos seguintes contextos: • Infecções persistentes por microrganismos: que são difíceis de erradicar, tais como micobactérias e certos vírus, fungos e parasitas. Esses organismos geralmente provocam uma reação imune chamada hipersensibilidade do tipo tardio. PATOLOGIA • Doenças de hipersensibilidade. A inflamação crônica desempenha um papel importante em um grupo de doenças causadas por ativação excessiva e inadequada do sistema imune. • Exposição prolongada a agentes potencialmente tóxicos, exógenos ou endógenos. Um exemplo de agente exógeno é a sílica particulada, um material inanimado não degradável que, quando inalado por períodos prolongados, resulta em uma doença pulmonar inflamatória chamada silicose. 19. Quais as características morfológicas da inflamação crônica? A inflamação crônica caracteriza-se por: Infiltração de células mononucleares, que incluem macrófagos, linfócitos e plasmócitos; destruição tecidual induzida pelo agente ofensivo persistente ou pelas células inflamatórias; tentativas de cura pela troca do tecido danificado por tecido conjuntivo, pela angiogênese (proliferação de pequenos vasos sanguíneos) e, em particular, pela fibrose. 20. Quais as células e os mediadores envolvidos no processo crônico? A combinação de infiltração leucocitária, lesão tecidual e fibrose que caracterizam a inflamação crônica é o resultado da ativação local de vários tipos de células e da produção de mediadores. ● Macrófagos: As células predominantes na maioria das reações inflamatórias crônicas são os macrófagos, que contribuem para a reação através da secreção de citocinas e fatores de crescimento que atuam sobre várias células, destruindo invasores e tecidos estranhos e ativando outras células, principalmente os linfócitos T. ● Linfócitos: Microrganismos e outros antígenos ambientais ativam os linfócitos T e B, que amplificam e propagam a inflamação crônica. Embora a principal função desses linfócitos seja como mediadores da imunidade adaptativa, que proporciona defesa contra patógenos infecciosos, essas células estão frequentemente presentes na inflamação crônica e, quando ativadas, a inflamação tende a ser persistente e grave. ● Eosinófilos: são abundantes nas reações imunomediadas por IgE e nas infecções parasitárias. ● Mastócitos: estão amplamente distribuídos no tecido conjuntivo e participam das reações inflamatórias agudas e crônicas. ● Neutrófilos: embora sejam característicos da inflamação aguda, muitas formas de inflamação crônica, com duração de meses, continuam a exibir um grande número de neutrófilos, induzidos por microrganismos persistentes ou por citocinas e outros mediadores produzidos por macrófagos ativados e linfócitos T. 21. O que é e quais as características da inflamação granulomatosa? A inflamação granulomatosa é uma forma de inflamação crônica caracterizada por coleções de macrófagos ativados, muitas vezes com linfócitos T, e às vezes associadas à necrose central. Os macrófagos ativados desenvolvem um citoplasma abundante e passam a se assemelhar a células epiteliais, sendo PATOLOGIA chamados células epitelioides. A formação de granulomas é uma tentativa celular de conter um agente agressor difícil de erradicar. Nesta tentativa, frequentemente há uma forte ativação de linfócitos T que desencadeia ativação dos macrófagos, o que pode causar lesões nos tecidos normais. 22. Quais são os efeitos sistêmicos associados com a inflamação? A inflamação, mesmo localizada, está associada a reações sistêmicas induzidas por citocinas que são coletivamente chamadas resposta de fase aguda. Qualquer pessoa que tenha sofrido uma grave doença bacteriana ou viral (p. ex., pneumonia ou gripe) experimentou manifestações sistêmicas da inflamação aguda. Essas alterações são reações a citocinas cuja produção é estimulada por produtos bacterianos como o LPS, o RNA viral de fita dupla e por outros estímulos inflamatórios. As citocinas TNF, IL-1 e IL-6 são mediadores importantes da reação da fase aguda. Os efeitos sistêmicos da inflamação são: ● Febre: citocinas (TNF, IL-1) estimulam a produção de prostaglandinas no hipotálamo. ● Produção de proteínas de fase aguda: proteína C reativa, outras; síntese estimulada por citocinas (IL-6, outras) que atuam nas células hepáticas. ● Leucocitose: citocinas (CSFs) estimulam a produção de leucócitos a partir de precursores na medula óssea. ● Em algumas infecções graves, choque séptico; queda da pressão sanguínea, coagulação intravascular disseminada, anormalidades metabólicas; induzidas por altos níveis de TNF e outras citocinas. 23. O que é o reparo tecidual e quais as diferenças entre regeneração tecidual e cicatrização? É a capacidade de reparar os danos causados por danos tóxicos e inflamação é crítica para a sobrevivência de um organismo. A resposta inflamatória a microrganismos e tecidos lesados não serve apenas para eliminar esses perigos, mas também inicia o processo de reparo. O reparo ocorre por meio de dois tipos de reações: regeneração por proliferação das células residuais (não lesadas) e maturação de células-tronco teciduais e deposição de tecido conjuntivo para formar uma cicatriz. ● Regeneração: ocorre por meio da proliferação das células que sobrevivem à lesão e que mantêm a capacidade proliferativa como, por exemplo, o epitélio que se divide rapidamente, na pele e nos intestinos, e em alguns órgãos parenquimais, principalmente o fígado. Em outros casos, as células-tronco teciduais podem contribuir para a restauração dos tecidos lesados. ● Cicatrização: Se os tecidos lesados são incapazes de regeneração completa ou se as estruturas de suporte do tecido são gravemente lesadas, o reparo ocorre por deposição de tecido conjuntivo (fibrose), um processo que resulta na formação de PATOLOGIA cicatriz. Embora a cicatriz fibrosa não possa realizar a função das células perdidas do parênquima, ela proporciona estabilidade estrutural suficiente para tornar o tecido lesado capaz de funcionar. 24. Quais os mecanismos da regeneração tecidual? A regeneração das células e tecidos lesados envolve proliferação celular, que é dirigida pelos fatores de crescimento e é criticamente dependente da integridade da matriz extracelular e do desenvolvimento de células maduras a partir de células-tronco. 25. O que é cicatrização e quais as etapas envolvidas no processo? Se o reparo não puderser realizado somente por regeneração, ele ocorre pela substituição das células lesadas por tecido conjuntivo, levando à formação de uma cicatriz, ou por uma combinação de regeneração de algumas células residuais e formação de cicatriz. Etapas na Formação de Cicatrizes: ● Alguns minutos após uma lesão, um tampão hemostático composto por plaquetas é formado, o que interrompe o sangramento e proporciona uma estrutura para as células inflamatórias infiltrativas; ● Inflamação. Esta etapa é composta pelas típicas respostas inflamatórias aguda e crônica. Os produtos da degradação da ativação do complemento, quimiocinas liberadas a partir das plaquetas ativadas e outros mediadores produzidos no local da lesão agem como agentes quimiotáticos para recrutar neutrófilos e monócitos durante as 6 a 48 horas seguintes; ● Proliferação celular. Na etapa seguinte, o que leva até 10 dias, vários tipos de células, incluindo células epiteliais, endoteliais e outras células vasculares e fibroblastos, proliferam e migram para fechar a ferida, agora limpa. ● Remodelação. O tecido conjuntivo que foi reorganizado é depositado pelos fibroblastos para produzir uma cicatriz fibrosa estável. Este processo se inicia 2 a 3 semanas após a injúria e pode continuar por meses ou anos. 26. Quais os fatores que influenciam no processo de reparo tecidual e como pode ser dar essa ação? A capacidade de reparar os danos causados por danos tóxicos e inflamação é crítica para a sobrevivência de um organismo. A resposta inflamatória a microrganismos e tecidos lesados não serve apenas para eliminar esses perigos, mas também inicia o processo de reparo. O reparo ocorre por meio de dois tipos de reações: regeneração por proliferação das células residuais (não lesadas) e maturação de células-tronco teciduais e deposição de tecido conjuntivo para formar uma cicatriz. 27. O que é, quais as características e quando ocorrem as cicatrizações de primeira intenção? PATOLOGIA A cicatrização das feridas da pele pode ser classificada como cicatrização por primeira intenção (união primária), que se refere à regeneração epitelial com formação mínima de cicatrizes, como a que ocorre nas incisões cirúrgicas com bordas bem aproximadas. 28. O que é, quais as características e quando ocorrem as cicatrizações de segunda intenção? A cicatrização por segunda intenção (união secundária), que se refere às feridas maiores que cicatrizam por meio da combinação de regeneração e cicatrização. 29. Quais os desvios da normalidade de reparo tecidual que podem acontecer na finalização do processo? Complicações no reparo tecidual podem surgir devido a anomalias em qualquer um dos componentes básicos do processo, incluindo formação de cicatriz deficiente, formação excessiva dos componentes do reparo e formação de contrações. Os defeitos são observados em inúmeras situações clínicas, como resultado da influência de fatores locais e sistêmicos. 30. O que é sepse e qual o paralelo possível dela com o processo inflamatório? Nas infecções bacterianas graves (sepse), as numerosas bactérias e seus produtos no sangue estimulam a produção de enormes quantidades de várias citocinas, principalmente TNF e IL-1. Os altos níveis sanguíneos de citocinas causam anormalidades clínicas e patológicas generalizadas, como coagulação intravascular disseminada, choque hipotensivo e distúrbios metabólicos, incluindo resistência à insulina e hiperglicemia. Esta tríade clínica é conhecida como choque séptico. Essa reação é chamada síndrome de resposta inflamatória sistêmica (SIRS). Nessa sentido, deve-se lembrar que as citocinas TNF e IL-1 são mediadores importantes da reação da fase aguda.
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