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Metodologia do Treinamento Físico e Desportivo - Capacidade de Desempenho Esportivo

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07/03/2023, 23:30 Capacidade de desempenho esportivo
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03735/index.html# 1/47
Capacidade de desempenho esportivo
Prof. Paulo de Tarso Veras Farinatti
Descrição
A conceituação de desempenho desportivo e a descrição de seus componentes e características.
Propósito
A compreensão dos determinantes da capacidade de desempenho desportivo e das possibilidades de
aplicação do treinamento desportivo é importante na formação do profissional de educação física,
porquanto configura aspecto central de sua atuação enquanto prescreve exercícios físicos de forma geral.
Objetivos
Módulo 1
Conceituação de capacidade de desempenho desportivo
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Reconhecer a capacidade de desempenho desportivo e seus elementos.
Módulo 2
Fatores determinantes da capacidade de desempenho desportivo
Identificar os fatores determinantes da capacidade de desempenho desportivo.
Módulo 3
Treinamento desportivo e suas características na atualidade
Reconhecer as aplicações do treinamento desportivo e suas características na atualidade.
Introdução
Para a formação do profissional de educação física, é fundamental conhecer os determinantes da
capacidade de desempenho desportivo, assim como suas formas de aplicação no treinamento desportivo.
Cada indivíduo tem o seu limite máximo de desempenho que cabe ao profissional identificar e explorar.
Competições levam o atleta a superar seus adversários e seus próprios limites, mas, para isso, há de se ter
uma rotina adequada de treinamento para o aumento da capacidade de desempenho. Assim, é fundamental
que se tenha conhecimento sobre todos os processos intrínsecos e extrínsecos que influenciam o
desempenho. Em outras palavras, o profissional de educação envolvido no processo de treinamento deve
conhecer os fatores pessoais e externos que influenciam o desempenho para o bom gerenciamento desses
fatores.

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Primeiramente, abordaremos os principais componentes que influenciam o desempenho, assim como seus
fatores limitantes. Em seguida, você será capaz de identificar os fatores que determinam o desempenho,
tais como: os fatores genéticos, psicossociais, cognitivos e ambientais. Por fim, discutiremos outros
tópicos relevantes sobre o processo de treinamento, no que diz respeito ao treinamento na atualidade, à
detecção e promoção de talentos, periodização e gerenciamento do estresse.
1 - Conceituação de capacidade de desempenho
desportivo
Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer a capacidade de desempenho
desportivo e seus elementos..
De�nição de desempenho desportivo
A definição de “desempenho” remete ao custo-benefício de quaisquer procedimentos aplicados para se
atingir um objetivo. Assim, refere-se à relação entre o esforço para se alcançar uma meta e os resultados
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efetivamente obtidos. Em outras palavras, quanto menor o esforço para se atingir um objetivo, maior o
desempenho.
Quando se trata da aplicação dessa noção ao desporto, temos características específicas. Pode-se definir
desporto como uma competição que envolva qualquer tipo de atividade física, que se desenvolve de acordo
com regras preestabelecidas. Logo, quando falamos em “desempenho esportivo”, referimo-nos às
conquistas e vitórias que atletas alcançam ou podem vir a alcançar. Para isso, parte-se da premissa que
devem explorar seus talentos e recursos ao máximo. A noção de desempenho desportivo, portanto, remete
à exploração dos recursos individuais dos atletas no limite do seu máximo possível.
O desempenho desportivo decorre do conjunto de processos e resultados de uma ação desportiva,
orientados segundo normas aceitas e compartilhadas em um contexto competitivo. Logo, não há como se
falar em desempenho desportivo sem a existência de competições que forçassem os atletas à superação
dos adversários e, por causa disso, dos próprios limites. Não há como maximizar a capacidade de
desempenho desportivo sem desenvolver diferentes qualidades por meio de rotinas de treino. Em última
instância, o objetivo do treinamento desportivo é otimizar a capacidade de o atleta realizar as tarefas
impostas por uma dada modalidade com o máximo rendimento e o menor desgaste.
Existem nuances na conceituação do que seria o “desempenho desportivo”. Enquanto alguns autores o
analisam no contexto dos processos envolvidos e dos resultados obtidos, outros focalizam apenas os
resultados das ações desportivas. O primeiro foco parece-nos mais completo, pois permite destrinchar os
fatores que determinam o desempenho em diferentes contextos, bem como o papel do treinamento
desportivo.
Pode-se conceituar “desempenho desportivo” como o produto da ótima execução de
tarefas relacionadas aos desportos.
Uma vez relacionado a uma perspectiva de custo-benefício e valorizando-se a análise dos processos que o
determinam, o desempenho desportivo deveria, idealmente, ser analisado a partir de uma visão sistêmica
de processo e produto – o melhor resultado deve ser alcançado com o menor desgaste. Aquilo que se
considera como “ótimo” para o desempenho nos desportos dependerá de fatores como idade, sexo, nível de
exigência (alto rendimento ou iniciação desportiva) e limitações típicas da população com que se lida
(como no caso do desporto paralímpico).
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Componentes do desempenho desportivo
Para Maria Tereza Böhme (1994), o desempenho desportivo pode ser explicado por seis componentes, os
quais incluem capacidades e condições específicas:
Capacidades coordenativas gerais, como capacidades de diferenciação, reorganização e
aprendizagem.
Habilidades motoras básicas (andar, saltar, arremessar etc.) e habilidades desportivas
específicas.
Qualidades físicas condicionantes por aspectos energéticos (aeróbio/anaeróbio), como
resistência e força.
Qualidades físicas coordenativas, como velocidade e flexibilidade.
Processos da percepção, combinação e raciocínio estratégico na modalidade desportiva.
Vontade, atitude, motivação, temperamento, caráter, dentre outras.
Capacidade técnica 
Capacidade (aptidão) física 
Capacidade cognitivo-tática 
Capacidade psíquica 
Condições limitantes 
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Talento, saúde, constituição corporal e infraestrutura material.
Clima, assistentes, atmosfera da competição, relações familiares, profissionais e financeiras,
interações entre treinador e atleta.
Pode-se afirmar, portanto, que o desempenho esportivo consiste em fenômeno complexo e multifatorial,
que resulta de processos intrínsecos e extrínsecos. Idealmente, portanto, deveria ser analisado e
compreendido na perspectiva de um sistema aberto do tipo processo-produto. Na verdade, o desempenho
alcançado por um atleta reflete suas condições globais em determinado instante, ou seja, sua “capacidade
de desempenho” dependerá de condições em constante mudança. Por isso, a manutenção da capacidade
para o desempenho desportivo de excelência exige constante intervenção.
Os fatores determinantes de qualquer sistema processo-produto envolvem muitos condicionantes. Há
muitos anos, em trabalhos pioneiros sobre seleção de talentos desportivos, Robert Malina (1980) sugeriu
um modelo no qual o desempenho desportivo era descrito em três grandes dimensões, que se influenciam
de maneira complementar e interdependente:
Dimensão orgânica
Dimensão motora
Dimensão cultural
Para uma análise correta da capacidade de desempenho, devem ser considerados aspectosque dizem
respeito às condições pessoais e externas. É fácil aceitar que o desempenho alcançado em qualquer
desporto é influenciado não só pelas qualidades físicas e técnicas, mas também por normas sociais que
estabelecerão, em diferentes medidas, as expectativas colocadas sobre atletas e treinadores.
Condições externas 
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Atenção!
O bom gerenciamento desses fatores pode ajudar a potencializar as virtudes de atletas e equipes. Por outro
lado, ao saírem de controle, esses fatores podem expor fraquezas e contribuir com descontroles de ordem
emocional que comprometerão o desempenho.
De modo geral e fazendo uma ponte com os efeitos do treinamento continuado, pode-se afirmar que a
capacidade de desempenho é determinada pelos níveis de habilidade, força, resistência e recuperação.
Esses fatores são importantes para todas as modalidades desportivas, muito embora o papel relativo de
cada um deles isoladamente ou combinados seja específico. Essas quatro dimensões são influenciadas por
fatores intrínsecos e extrínsecos.
Fatores intrínsecos
São fatores que remetem ao potencial genético, às condições de saúde, à habilidade e experiência
atléticas.
Fatores extrínsecos
São múltiplos fatores, incluindo nutrição, qualidade do sono, interações sociais, escolaridade, relação
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treinador-atleta e ambiente físico e social.
Fatores que afetam o desempenho desportivo
Os programas de treinamento
Os programas de treinamento desportivo buscam desenvolver ao máximo capacidades gerais e específicas
para a otimização do desempenho nas condições particulares que uma dada modalidade enseja. Isso
envolve não só capacidades físicas, mas também recursos de natureza psicológica, técnica, tática, dentre
outras, bem como influências do meio ambiente. As condições intrínsecas ou individuais incluem os
recursos para que o atleta possa fazer frente ao meio ambiente e às exigências do contexto competitivo,
valendo-se de suas aptidões ou qualidades. Essas condições são, em grande medida, influenciadas pelo
treinamento.
As condições intrínsecas diretas e indiretas podem influenciar a capacidade de desempenho. As qualidades
intrínsecas do atleta, como suas condições clínicas, morfológicas, coordenativas, de força ou resistência
influenciam no desempenho. Em desportos coletivos, aspectos táticos e mesmo ligados às qualidades dos
relacionamentos interpessoais somam-se aos fatores individuais. Esses elementos interagem para produzir
determinado nível de desempenho, podendo ser aperfeiçoados de maneira isolada ou conjunta, como
podemos ver na imagem a seguir.
Condições intrínsecas do desempenho desportivo.
As condições intrínsecas do desempenho desportivo podem ser classificadas em indiretas ou diretas. As
primeiras incluem órgãos e sistemas que dão base às últimas, quais sejam, as capacidades físicas,
motoras, cognitiva e psicológica. Em suma, as condições diretas dependem das indiretas e o treinamento,
ao melhorar as condições diretas, certamente provoca mudanças favoráveis nas condições indiretas. Na
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prática, isso significa que a análise do desempenho pode se voltar para as condições diretas, posto que
refletem as adaptações nos órgãos e sistemas dos quais são dependentes (como na imagem anterior).
Outro grupo de fatores, apesar de identificáveis, tem seu desenvolvimento limitado em virtude de
características genéticas ou ambientais. Em geral, esses fatores constituem limitações cuja superação
depende da melhoria de capacidades específicas – adaptações a condições extremas de calor e frio, ou
ainda de altitude são exemplos de fatores não modificáveis que afetam a capacidade de desempenho. Por
isso, a preparação de atletas de elite demanda a contribuição de equipes multiprofissionais, preparadores
físicos, dirigentes, técnicos, psicólogos, nutricionistas, apenas para citar alguns.
Adicionalmente, deve-se destacar a importância de uma análise criteriosa da treinabilidade dos candidatos
a atletas (ou seja, o potencial de desenvolvimento de determinadas qualidades físicas, motoras, técnicas
etc.). Esse é um aspecto central para que se estabeleçam objetivos e expectativas exequíveis para a sua
capacidade de desempenho, aspectos fundamentais para o planejamento da carreira atlética.
Os limitantes do rendimento
De outra parte e pensando no desempenho desportivo como um processo multifatorial, temos as condições
limitantes do rendimento que se objetiva. Mais uma vez, temos uma subdivisão que remete a fatores
limitantes pessoais e sociais. Esses aspectos podem ser de natureza física, psicológica ou social, incluindo
elementos mais óbvios nas esferas física e motora, mas também fatores diversos como o nível de
escolaridade, suporte social, atitudes sociais em relação ao desporto (valorização, pressão etc.), qualidade
das comissões técnicas e o próprio conhecimento do atleta acerca do desporto praticado.
Em abordagem bastante didática que tocou em todos esses fatores, Maia (1996) resumiu em um esquema
teórico e aditivo o que se poderia chamar de “fórmula genérica do desempenho”.
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Fórmula genérica do desempenho
Por todas essas razões, aceita-se que os critérios aplicados na avaliação do potencial desempenho
desportivo dependam da estrutura mais geral na qual o atleta se insere e devam ser fundamentados nesse
contexto. Em diferentes situações, atletas com potencial físico equivalente terão desempenho diverso.
Exemplo
Um futebolista, que conta com instalações de má qualidade (campos, bolas etc.) para o treino, não terá
condições de aperfeiçoar suas condições técnicas e táticas no mesmo nível que um outro que dispõe de
boa estrutura. Igualmente, pressões externas de torcidas, imprensa ou dirigentes podem afetar
desfavoravelmente o desempenho de jogadores tidos como de bom nível técnico.
Dessa forma, o desempenho desportivo configura a expressão das relações entre pressupostos individuais
da condição atlética (física, técnica etc.) e as influências ambientais, relações essas que são modificadas
pelo treinamento. No trabalho clássico de Fleishman (1964), o desempenho desportivo já era definido como
fruto de comportamentos manifestos em uma dada situação e momento. Uma conjuntura ótima de fatores
deve concorrer para que se atinjam altos níveis de desempenho.
Em livro também clássico, Tubino (1979) definia treinamento desportivo, com base nessas considerações,
como o conjunto de meios utilizados para o desenvolvimento das qualidades técnicas, físicas e
psicológicas de um atleta ou de uma equipe, tendo como objetivo final o máximo desempenho na época
desejada.
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Elementos do desempenho desportivo
Enfim, temos os elementos que deverão ser considerados na análise do desempenho desportivo. Em uma
perspectiva de processo-produto, não basta compreender os fatores determinantes do desempenho
(processo). Deve-se, igualmente, ter em mente quais os elementos a serem analisados para que defina um
construto do produto a ser analisado. González e Bracht (2012) estabelecem que os elementos do
desempenho esportivo podem ser divididos em sete categorias:
Técnica.
Tática.
Capacidade física.
Capacidade volitiva.
Combinações táticas.
Sistema de jogo.
Estratégia.
A seguir sumarizamos esses elementos, apresentando definições operacionais para sua avaliação, com
base nas propostas de diferentes autores (WEINECK, 1986; GONZÁLEZ; BRACHT, 2012).
Envolvea qualidade de execução dos movimentos necessários à prática desportiva.
Envolve as escolhas que o atleta/jogador toma no momento da ação do jogo. Abrange os processos
cognitivos que orientam as ações dos jogadores durante uma competição.
Elemento técnico 
Elemento tático 
Capacidades físicas 
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Envolvem a capacidade de responder às demandas orgânicas da prática desportiva (resistência,
força, velocidade, flexibilidade etc.).
Envolvem as características psicológicas dos indivíduos ou grupos para atuar de maneira adequada
durante as competições.
Envolvem as ações coordenadas de dois ou mais jogadores para conseguir os objetivos de ataque e
defesa.
Envolvem as estruturas que organizam as ações coordenadas de todos os jogadores de uma equipe,
definindo estruturas de jogo nas situações previstas, sejam de ataque, defesa ou transição (contra-
ataque/retorno defensivo).
Envolve o planejamento do desenvolvimento de jogo que precede o confronto com competidores
específicos, incluindo a escolha ideal de combinações táticas e sistemas de jogo específicos.
Quer saber mais sobre os elementos que afetam o desempenho esportivo? Não perca o vídeo a seguir.
Capacidades volitivas 
Combinações táticas 
Sistemas de jogo 
Estratégia 

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Elementos do desempenho esportivo
Neste vídeo, o especialista aborda as definições e os fatores que afetam o desempenho esportivo, por meio
de um breve resumo do conteúdo abordado.
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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Quanto ao desempenho desportivo, é correto afirmar:
A
Trata-se de um construto determinado exclusivamente pelas qualidades físicas e
técnicas individuais.
B
Trata-se de uma noção que pode ser analisada a partir de uma visão sistêmica de
processo e produto, em que os resultados devem ser alcançados com o menor
desgaste.
C O desempenho ótimo depende de fatores intrínsecos, mas não extrínsecos.
D
Fatores genéticos preponderam sobre fatores ambientais na definição da capacidade
de desempenho desportivo.
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Parabéns! A alternativa B está correta.
A capacidade de desempenho desportivo é uma noção multifatorial, na qual aspectos de ordem
fisiológica, psicológica, social, cognitiva e organizacional interagem para produzir resultados a partir de
processos os mais eficientes possíveis.
Questão 2
São condições intrínsecas internas diretas do desempenho desportivo:
Parabéns! A alternativa A está correta.
As condições intrínsecas do atleta podem ser classificadas em diretas ou indiretas e influenciam no
seu desempenho. A base para boas condições intrínsecas diretas são as boas condições indiretas, ou
seja, boas condições dos sistemas orgânicos levam a boas condições físicas, motoras, cognitiva e
E
Sabe-se que as capacidades físicas compensam deficiências volitivas, técnicas ou
táticas.
A Qualidades físicas, qualidades técnicas e qualidades táticas.
B Capacidades físicas e capacidades motoras.
C Capacidades cognitivas e capacidades psicológicas.
D Sistemas orgânicos e inorgânicos.
E Qualidade do sono, nutrição e motivação.
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psicológica. Portanto, equipes multiprofissionais são fundamentais na preparação e desenvolvimento
da carreira do atleta profissional.
2 - Fatores determinantes da capacidade de
desempenho desportivo
Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car os fatores determinantes da capacidade
de desempenho desportivo.
Fatores de natureza biológica
Fatores genéticos
Agora, apresentaremos alguns dos fatores determinantes intrínsecos e extrínsecos da capacidade de
desempenho desportivo, classificados de acordo com a sua origem, a saber:
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Fatores genéticos
Fatores psicossociais
Fatores cognitivos
Fatores ambientais
É fácil compreender que indivíduos diferentes, submetidos a rotinas similares de treinamento, alcançarão
níveis diversos de desempenho. O senso comum indica, portanto, que as características hereditárias são
aspectos muito importantes na capacidade de desempenho em situações específicas.
Um indivíduo cujos pai e mãe têm baixa estatura dificilmente será alto o suficiente para ser atleta de
alto rendimento no basquetebol.
Pessoas com pais altos e pesados dificilmente serão atletas de excelência na ginástica artística.
Nesse ponto, é importante esclarecer um aspecto que é, frequentemente, objeto de questionamentos por
parte de pais e estudantes. É claro que existem padrões morfológicos e fisiológicos ótimos para o
desempenho em diferentes modalidades desportivas. Para que se atinjam desempenhos de excelência,
essas características devem estar presentes para o que o patrimônio genético concorre de maneira
importante.
Características individuais determinadas pela genética são fundamentais para
atletas de alto rendimento, mas isso não quer dizer que a prática continuada de
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determinados desportos vá alterar de maneira significativa essas características.
Assim, se indivíduos de baixa estatura dificilmente serão atletas de alto nível no basquetebol ou voleibol,
então a prática desses desportos não os fará “crescer” além dos limites determinados geneticamente. Na
mesma linha de pensamento, não há razão para o receio que alguns pais manifestam em colocar seus
filhos para praticar ginástica artística, temendo que isso vá limitar sua estatura. Crianças cuja expectativa
de estatura seja elevada provavelmente não exibirão desempenho de excelência na modalidade, mas não
deixarão de atingir a estatura programada pelos genes em virtude de sua prática.
Dito isso, deve-se notar que há ainda dúvidas em relação a quanto os fatores extrínsecos, incluindo o
treinamento, podem modificar aspectos genéticos relacionados a determinadas facetas do desempenho
desportivo e, portanto, da contribuição desse fator para a capacidade de desempenho (BOUCHARD et al.,
1997).
Estudos concentrados em semelhanças e diferenças no desempenho atlético dentro de famílias, inclusive
entre gêmeos, sugerem que fatores genéticos responderiam por 30% - 80% das diferenças interindividuais.
Fatores genéticos são importantes na maturação neuromuscular e, portanto, para o desenvolvimento de
habilidades motoras específicas. Sua contribuição relativa, porém, é difícil de determinar. Alguns estudos
vêm buscando investigar as variações em genes específicos que poderiam estar envolvidos nessas
características, comparando atletas com não atletas.
Talvez os genes associados ao desempenho atlético mais bem estudados sejam o ACTN3 (alfa-actinina-3)
e ACE.
ACTN3
Atua na codificação da proteína alfa (α)-actinina-3, predominantemente encontrada em fibras musculares de
contração rápida. Por isso, por vezes, as pessoas se referem a ele como o gene da “força e velocidade”. Há
variantes desse gene que produzem proteínas muito curtas que se decompõem rapidamente. Isso tende a
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reduzir a proporção de fibras rápidas em relação às lentas, desse modo, ajudando a determinar o potencial
de força, potência e velocidade que os indivíduos podem produzir.
ACEAtua regulando a produção da Enzima Conversora de Angiotensina (ECA), que converte um hormônio
chamado angiotensina I em angiotensina II. A angiotensina II estimula a constrição dos vasos sanguíneos,
aumentando a pressão arterial. Mas ela também parece influenciar a função do músculo esquelético e
propicia uma maior proporção de fibras musculares de contração rápida e maior velocidade.
Outros genes menos estudados parecem ter, igualmente, papéis diversos associados ao desempenho
atlético. Alguns estão envolvidos na função dos músculos esqueléticos, enquanto outros desempenham
papéis na produção de energia para as células, comunicação entre células nervosas ou outros processos
celulares. Há, ainda, pesquisas que examinaram variações em todo o genoma de atletas de elite para
determinar se áreas específicas do genoma estão associadas ao atletismo. Mais de 150 variações ligadas
ao desempenho atlético foram identificadas, mesmo que os estudos ainda sejam poucos. Pode-se dizer, em
suma, que o significado real da maioria dessas alterações genéticas ainda resta a ser definido. É provável,
no entanto, que um grande número de genes esteja envolvido, cada um deles contribuindo com uma
pequena parcela para desempenhos atléticos específicos.
enoma
Conjunto de todos os genes de um indivíduo.
Fatores de natureza psicológica e social
Fatores psicossociais
Atualmente, reconhece-se que os fatores psicossociais são determinantes da capacidade de desempenho
desportivo. A Psicologia do Esporte é uma ciência interdisciplinar que se baseia no conhecimento de muitas
áreas relacionadas, dedicando-se ao estudo de como variáveis psicossociais podem afetar o desempenho
individual ou coletivo. São muitos os fatores de ordem psicológica que influenciam no desempenho, todos
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eles influenciados pelo ambiente social, dentre eles a motivação, concentração (ou atenção), confiança,
ansiedade ou agressividade.
A motivação pode ser definida como um impulso que faz com que as pessoas ajam para atingir seus
objetivos. Diversos aspectos da personalidade podem predispor a uma maior ou menor dedicação aos
treinos, assim como manter níveis ótimos de motivação por longos períodos. Muitos autores atribuem à
motivação um papel central na manifestação de traços psicológicos dos atletas, como a concentração,
persistência ou confiança.
Os desportistas podem exibir motivos diversos para manter determinados níveis de esforço e concentração
durante treinos e competições. Isso pode derivar de fatores internos ou externos isolados ou combinados
(motivação intrínseca ou extrínseca), que variam de acordo com o contexto e época. Na motivação
intrínseca, destaca-se o nível de prazer provocado pela atividade desportiva e pelo próprio desempenho. Na
motivação extrínseca, a participação sofre influência decisiva da aquisição de benefícios que podem ser de
natureza material (por exemplo, retorno financeiro) ou social (por exemplo, prestígio).
Altos níveis de motivação intrínseca favorecem a satisfação das necessidades psicológicas do atleta,
frequentemente relacionadas ao “processo”: experiência de competência, sentimento de equipe e a própria
evolução no desporto. No caso da motivação extrínseca, o “resultado” prevaleceria sobre o “processo”.
A forma pela qual as tarefas são realizadas e o prazer suscitado tendem a ser secundários, podendo
mesmo estar subordinados aos ganhos auferidos. Por isso, a avaliação do sucesso tem como parâmetros
as recompensas pelo esforço realizado. Para Đurović e colaboradores (2020), isso implicaria em maior
importância em “ser melhor que os outros” versus “ser melhor que si mesmo”. Os autores esclarecem que,
apesar de a motivação intrínseca ser fundamental para o sucesso desportivo em longo prazo, a importância
dos motivos externos não deve ser menosprezada.
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A teoria da autoeficácia é fundamental para a compreensão do desempenho desportivo como fruto das
modificações de comportamento relacionadas às influências do entorno físico e social. O psicólogo Albert
Bandura (1997) definiu a autoeficácia como a crença na capacidade de se adotar os comportamentos
necessários para atingir desempenhos específicos. Logo, o senso de autoeficácia remete a quanto as
pessoas se acreditam capazes de exercer controle sobre si e eventos que afetam suas vidas. O senso de
autoeficácia fornece base para motivação, bem-estar e realização pessoal.
Nesse contexto, quatro fatores seriam cruciais para o atleta: experiência prévia, aprendizado vicário (isto é,
por meio da observação do comportamento dos outros), retorno positivo e visualização (ou antecipação) do
sucesso. Esses fatores poderiam ser resumidos em quatro grandes categorias:
Experiências de sucesso
Advêm dos desafios que são superados com sucesso. Se o atleta já teve sucesso
anteriormente, ele esperará ter novamente no futuro. O contrário também é verdade e
experiências repetidas de insucesso são uma das razões de abandono do desporto.
Experiências vicárias
O aprendizado vicário decorre da observação de modelos sociais, como família, amigos,
professores, dentre outros. No caso do desempenho desportivo, se o atleta observa outro
realizando com sucesso em determinados movimentos, essa experiência terá um impacto
positivo em sua autoeficácia.
Persuasão social
A t fi á i d tl t é it i fl i d l ã i l t d id l í l
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Na visualização do sucesso, o atleta se imagina realizando uma tarefa bem-sucedida. Esse componente da
autoeficácia foi sugerido por James Maddux (2013), quando se referiu a “experiências imaginárias” de
sucesso, nas quais os indivíduos retratam seus objetivos como alcançáveis e, com isso, passam a acreditar
em si mesmos. Assume-se que sejamos capazes de autorregulação ao escolhermos nossos objetivos e
regularmos nosso comportamento em sua busca. No centro desse processo de autorregulação, situa-se a
capacidade de antecipar ou desenvolver expectativas – usar o conhecimento e a experiência passados para
formar crenças sobre eventos futuros e estados e crenças sobre nossas habilidades e comportamentos.
Em suma, melhores níveis de autoeficácia parecem associar-se a diversos benefícios na vida diária, como
resiliência à adversidade e estresse, hábitos de vida saudáveis, melhor desempenho laboral, educacional e,
evidentemente, desportivo. Evidências acumuladas indicam que autoeficácia influencia no esforço, na
persistência e no desempenho nos desportos. Atletas com maior autoeficácia acreditam mais em suas
capacidades de executar habilidades específicas e prevalecer sobre os demais. Intervenções para melhorar
a autoeficácia aprimoram a disposição para se esforçar mais e persistir no enfrentamento de condições
adversas. O esforço e a persistência trabalham para melhorar o desempenho desportivo.
Fatores cognitivos
A autoeficácia dos atletas é em muito influenciada pela persuasão social, traduzida pelo nível
de encorajamento e desencorajamento que se provê em relação à capacidade de
desempenho. Receber feedback verbal positivo ao realizar tarefas complexas ajuda a
convencê-los de que reúnem as condições de realizá-las com sucesso.
Estados �siológicos e emocionais
O estado físico e psicológico influencia em como as pessoas se sentem sobre suas
habilidades em uma determinada situação. Aprender a gerenciar a ansiedade ao vivenciar
situações desafiadoras é um aspecto importante da capacidade de desempenho desportivo.
Corpo e mente são conectados e reações de ordem fisiológica e emocional têm influência
mútua. Estados emocionais como frustração ou raiva podem afetar negativamente o sentido
de autoeficácia dos atletas.
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O conhecimento é essencial para interpretar a informação do ambiente de maneira apropriada e utilizá-la
em padrões táticos e técnicos específicos de determinada modalidade esportiva. Ainda que o atleta seja
capaz de realizar padrões motores consistentes, pode não ter sucesso em produzir as respostas desejadas
devido à falta de conhecimento.
Evidentemente, o equilíbrio entre conhecimento e ação depende da complexidade das modalidades
desportivas.
Em desportos individuais caracterizados pela execução de habilidades motoras fechadas (corridas,
saltos, arremessos, natação etc.), a execução da tarefa (ou as ações motoras) tende a predominar. A
necessidade de tomar decisões rápidas em função de modificações do ambiente é relativamente
pequena.
Em habilidades motoras abertas, como é o caso da maior parte dos desportos coletivos, não basta a
capacidade de realizar gestos tecnicamente corretos. O conhecimento das regras, características e
nuances táticas dos desportos é aspecto fundamental da capacidade de desempenho, uma vez que
decisões rápidas são tomadas o tempo todo em ambientes que mudam constantemente. Nesses casos,
o desempenho desportivo decorre de uma complexa interação entre capacidade técnica e conhecimento.
Os fatores que levam a um melhor desempenho desportivo incluem estruturas cognitivas específicas para
as tarefas impostas pelas diferentes modalidades desportivas. Os processos de identificação e
processamento da informação dependem das demandas táticas, mas também do entorno (local de jogo,
pressão das torcidas etc.). Há evidências de que atletas de maior destaque em desportos com habilidades
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abertas sejam aqueles com melhor capacidade de memorizar condições de jogo estruturadas. Com isso,
têm maior capacidade de tomar decisões acertadas e rápidas durante os jogos, independentemente de
similaridades na qualidade de execução das habilidades motoras (isto é, o nível técnico) que possam ter
com atletas com menor capacidade cognitiva (RÉ, 2010).
Na prática, a insegurança em relação à ação dos oponentes diferencia atletas experientes de inexperientes.
O conhecimento advindo da experiência, por exemplo, faz com que fontes de informações transitórias
sejam valorizadas em situações de pressão, relativizando o peso de fontes mais seguras (como os
movimentos e transições praticados nos treinos).
Isso acelera a capacidade de decidir em situações imprevistas e diminui a possibilidade de erros. Além
disso, níveis maiores de conhecimento sobre a natureza e exigências do desporto praticado ajudam o atleta
a mediar suas intervenções durante o jogo, em aspectos como a seletividade das ações motoras e
dosagem de energia, tornando-o mais eficiente na medida em que compreende melhor as situações de jogo
e as próprias limitações físicas e técnicas.
Resumindo
Para que se compreenda melhor a capacidade de desempenho de atletas, deve-se considerar o papel
relativo dos processos cognitivos para o sucesso em dada modalidade. É preciso acompanhar como os
conhecimentos necessários são adquiridos, seja por meio de ensinamentos teóricos seja por meio da
prática. Em muitas situações, não basta treinar as habilidades motoras, mas também desenvolver o
conhecimento de como podem ser aplicadas em diferentes contextos. Em desportos coletivos, aceita-se
que isso seja aspecto fundamental da capacidade de desempenho. Mesclar atletas experientes com mais
novos, dada a importância do tempo de prática e experiência para a aquisição de conhecimentos
específicos, parece ser uma estratégia interessante para a renovação das equipes.
Fatores ambientais
O meio ambiente é um fator decisivo para o rendimento e a programação das atividades dos atletas. Como
visto, o desempenho desportivo pode ser influenciado por fatores intrínsecos e extrínsecos. Estes últimos
referem-se às influências do entorno físico e social, podendo ser classificados como de natureza física,
social e organizacional. Os fatores físicos decorrem das condições materiais de treinamento e
competições, enquanto os fatores sociais derivam, principalmente, da interação dos atletas entre si e com
as comissões técnicas. Essas interações podem ser facilitadoras ou debilitantes. Além disso, problemas
familiares também se enquadrariam na categoria de fator social.
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O fator organizacional refere-se à organização ou clube ao qual o atleta pertence e pode tratar de assuntos
como liderança, administração, finanças, dentre outros. Com fins didáticos, pode-se encaixar o fator
nutricional e a qualidade do sono como aspectos decorrentes de todos esses fatores, sendo importantes
para as condições funcional e de saúde dos atletas. No estudo da capacidade de desempenho desportivo,
os fatores contribuintes geralmente atuam em conjunto, em vez de isoladamente: uma boa nutrição leva a
uma melhor saúde e melhor capacidade atlética. Assim, os fatores extrínsecos apresentam-se ligados aos
fatores intrínsecos.
Aqui, consideraremos como fatores ambientais que afetam o desempenho exclusivamente aqueles
decorrentes do ambiente físico, uma vez que fatores do ambiente social, de certa forma, foram
contemplados quando discutimos os fatores de ordem psicossocial.
Diversos fatores ambientais podem contribuir para o desempenho atlético, como clima (incluindo calor, frio
ou ventos), altitude, poluição ou qualidades das instalações. Muitas dessas variáveis são imprevisíveis,
principalmente em competições ao ar livre. No entanto, o planejamento e o treinamento específico podem
ajudar na aclimatação a determinadas condições, sobretudo as relacionadas ao clima e à altitude. Em
climas frio ou quente, é necessário usar o equipamento apropriado. Para reduzir o risco de lesões e otimizar
o desempenho, os atletas devem fazer um aquecimento adequado, usar roupas apropriadas e manterem-se
adequadamente hidratados. Em temperaturas muito quentes ou ambientes úmidos, a hidratação torna-se
extremamente importante.
Atletas com alergias ou problemas respiratórios podem ter uma diminuição no desempenho devido a
fatores ambientais, como alta contagem de pólen ou má qualidade do ar. A análise da qualidade do ar nos
locais de competição e treinamento é importante, pois isso pode permitir que os atletas limitem sua
exposição treinando quando as contagens são baixas ou tomando as devidas precauções durante as
competições (BORRESEN, 2008).
A altitude elevada pode criar desvantagens para os atletas não aclimatados. Em desportos que exigem
resistência, não apenas o desempenho nas competições é comprometido. O tempo de aclimatação deve
ser longo, pois altitudes elevadas limitam o volume possível de treinamento, devido à incapacidade de
realizar exercícios tão intensos como no nível do mar. Assim, para retomar os níveis de treino praticados no
nível do mar, deve-se dar tempo ao atleta, o que precisa ser levado em conta no planejamento de sua
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aclimatação. Há também a probabilidade de perda de apetite, o que pode levar à perda de peso e
comprometer os tempos de recuperação.
Resumindo
Se não previstos e compensados, fatores ambientais podem ensejar problemas como desidratação,
insolação, hipertermia e congelamento devido a mudanças na temperatura; dificuldade em respirar em
locais com alta contagem de pólen e má qualidade do ar; mal de altitude, perda de peso, perda de apetite
em grandes altitudes. Por isso, deve-se antecipar e preparar para os fatores ambientais adversos que
podem prejudicar a capacidade de desempenho máximo.
Resta a questão da influênciado meio ambiente na manifestação de potenciais talentos desportivos. Para
Winfried Joch (2005), haveria dois componentes determinantes dos talentos desportivos, um estático e
outro dinâmico.
Componente estático
Compreende a disponibilidade e disposição para submeter-se a intervenções capazes de otimizar o
potencial de desempenho e as possibilidades reais do meio ambiente em que vive para que seu talento se
exprima, incluindo as condições de acesso e treinamento de longo prazo na modalidade para a qual exibe
talento.
Componente dinâmico
Compreende as mudanças relacionadas ao desenvolvimento biopsicossocial do atleta e a forma pela qual
são gerenciadas por meio de planejamento e métodos adequados.
Se pudermos exemplificar melhor estes componentes, no caso do componente estático, por exemplo, fica
fácil compreender que uma criança que reúna potencial genético para ser um grande esquiador de fundo,
mas que nasça em um país onde não há neve, dificilmente manifestará esse talento. Por outro lado, se não
há acesso a piscinas ou quadras de tênis, a probabilidade de se revelarem nadadores ou tenistas de
excelência é remota.
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Como componente dinâmico, a condução equivocada de processos de treinamento ou a introdução precoce
de competições estressantes podem causar prejuízos ao futuro atleta, seja por lesão ou evasão da
modalidade.
Fatores ambientais in�uenciam na capacidade de desempenho desde a iniciação
desportiva até situações de alto rendimento.
Independentemente dos fatores ambientais, fato é que a maioria dos atletas treinará e competirá na maioria
das condições. Um fator para ajudar a mitigar o mau desempenho é a aclimatação. Acostumar os atletas às
condições ambientais em que vão treinar e competir pode ser vantajoso, pois tais condições deixarão de
constituir surpresa. Embora muitos fatores ambientais não possam ser controlados, um planejamento
adequado ajuda a limitar o impacto negativo no desempenho. Ter equipamentos adequados, aclimatar-se
às condições treinando em condições comparáveis e entender como o ambiente afetará os atletas são
providências importantes para que os atletas possam competir da melhor maneira possível.
Fatores da capacidade de desempenho desportivo
Neste vídeo, o especialista faz um apanhado do conteúdo abordado até aqui, apresentando os principais
fatores que influenciam o desempenho desportivo.

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Falta pouco para atingir seus objetivos.
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Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Quanto aos fatores determinantes da capacidade de desempenho desportivo, pode-se dizer que
Parabéns! A alternativa E está correta.
Melhorar a autoeficácia traz benefícios diários ao atleta. Diminui o estresse, incorpora hábitos de vida
saudáveis e melhora o desempenho desportivo. Atletas com maior autoeficácia são mais persistentes
e autoconfiantes. O encorajamento e o feedback positivo ajudam o atleta a realizar tarefas com êxito.
Questão 2
Um bom nível cognitivo tende a otimizar a capacidade de desempenho desportivo porque
A o treinamento sempre compensará desvantagens genéticas.
B
os efeitos do exercício físico sobre fatores de risco cardiovascular não ocorrem em
pacientes com síndrome lipodistrófica.
C
quando contraria a predisposição genética, a prática desportiva pode causar prejuízos
às crianças, fazendo que não atinjam a estatura ou a força ótimas.
D
a motivação extrínseca sempre produz melhores resultados em longo prazo que a
motivação intrínseca.
E
estratégias para melhorar a autoeficácia tendem a melhorar o desempenho desportivo
individual e coletivo.
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Parabéns! A alternativa D está correta.
Quanto maior o conhecimento sobre o desporto, melhor será o desempenho do atleta. As tomadas de
decisão, as ações motoras e a energia gasta são mais eficientes quando o atleta compreende as
jogadas e as suas próprias limitações físicas e técnicas.
A cultura geral é sempre bom e ajuda o atleta a compreender melhor o mundo.
B ajuda a compensar deficiências técnicas e físicas.
C
influencia decisivamente no rendimento em modalidades desportivas com habilidades
abertas.
D
ajuda na tomada rápida e precisa de decisões em ambientes competitivos
caracterizados por constante mutação.
E
torna o atleta mais reflexivo, pensando mais e melhor antes de realizar uma ação
técnica ou tática.
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3 - Treinamento desportivo e suas características na
atualidade
Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer as aplicações do treinamento
desportivo e suas características na atualidade.
O talento desportivo
Treinamento desportivo na atualidade
Não há dúvida quanto à importância do treinamento para o desempenho desportivo de alto nível.
Intervenções adequadas podem otimizar o talento inato e, em muitos casos, levar indivíduos menos
favorecidos geneticamente a exibir capacidade compatível com desempenhos desportivos de excelência.
De certo modo, em muitas modalidades, é possível mesmo questionar a premissa de que fatores genéticos
sejam os maiores determinantes do alto desempenho.
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Por exemplo, sabe-se que o desenvolvimento precoce de algumas habilidades motoras não é possível sem
estimulação adequada, também precoce. Assim, em muitos desportos a capacidade de desempenho é
decisivamente influenciada pelas oportunidades de aprendizado e prática adequadas desde a iniciação.
Na verdade, não há casos de atletas que tenham atingido altos níveis de desempenho sem terem passado
por anos de treinamento, independentemente de sua predisposição genética.
Em suma, capacidades para o desempenho desportivo de excelência são desenvolvidas por meio do
treinamento, e não simplesmente adquiridas de forma inata.
Isso não quer dizer que se possam desprezar fatores hereditários ou ambientais, os quais influenciam
decisivamente nos níveis de desempenho. É remota a possibilidade de um indivíduo obter sucesso em
qualquer desporto se não tiver predisposição genética mínima ou acesso a ambientes favoráveis. Aceitar
que esses fatores podem, em grande medida, ser compensados por programas de treinamento adequados
significa tão somente que devem ser levados em conta em um planejamento de longo prazo, desde a
iniciação desportiva até o alto desempenho.
Atualmente, a preocupação com a construção de uma capacidade de desempenho desportivo compatível
com esses objetivos reconhece que o treinamento consiste em processo contínuo, realizado ao longo de
muitos anos. A qualidade do treinamento e do meio social ao qual os atletas são expostos desde os
primeiros anos de vida são questões centrais para a manifestação efetiva de possíveis talentos desportivos.
Agora você vai ver algumas das tendências atuais do treinamento desportivo, considerando fatores que
podem influenciar na capacidade de desempenho. Estudaremos aspectos relacionados à detecção do
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talento desportivo, periodização e preparação psicológica para o gerenciamento de estresse provocado
pelos treinos e competições.
Detecção e promoção do talento desportivo
Pode-se definir talento desportivo como a aptidão inata para o desempenho em determinada modalidade
desportiva. O talento desportivo consiste no produto entredisposições genéticas e psicológicas, a fase do
desenvolvimento em que se encontra a criança e as exigências de um dado desporto. Hohmann e
colaboradores (2002) propuseram um modelo operacional para a relação dinâmica entre níveis de
desempenho competitivo e pressupostos iniciais (potencial) e futuros (expectativas) do indivíduo.
Dentre as variáveis que definiriam o potencial para o desenvolvimento da capacidade de desempenho,
teríamos fatores como a motivação, morfologia corporal, coordenação e idade biológica, classificados
como “pressupostos pessoais de desempenho”. Por outro lado, o desempenho competitivo final dependeria
da satisfação de “condições contextuais de desempenho”, dentre as quais estão os sistemas de suporte
social e o treinamento adequado.
Assim, a detecção de talentos desportivos designaria as estratégias utilizadas para localizar crianças e
adolescentes cujos pressupostos pessoais sejam indicativos de potencial para desempenho de excelência,
mas também de que estariam dispostas e prontas para iniciar programas de iniciação desportiva como
primeira etapa de projeto de treinamento em longo prazo.
Lionel Messi e Cristiano Ronaldo são exemplos de atletas cujo processo de desenvolvimento começou ainda na infãncia.
A seleção de talentos desportivos pode ser entendida como o conjunto de
estratégias e meios utilizados para detectar indivíduos que reúnem potencial acima
da média para responderem aos níveis mais elevados de treinamento
sistematizado em longo prazo, visando ao alto rendimento desportivo.
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No Brasil, discute-se com profundidade aspectos teóricos e práticos de seleção de talentos desportivos. Em
última análise, as estratégias para selecionar talentos resumem-se a processos de avaliação de maneira a
selecionar alguns indivíduos dentre muitos, com base em critérios preestabelecidos. Logo, os
procedimentos devem se alicerçar em parâmetros teóricos consistentes, mas também em técnicas de
medida e classificação robustas do ponto de vista matemático e estatístico.
O diagnóstico da aptidão física e qualidades físico-motoras parece ser um dos focos principais nos
processos de detecção de talentos. Para isso, geralmente, são elaborados referenciais etários para
diferentes variáveis, como crescimento e maturação, adiposidade, força, velocidade, dentre outros. Em
grande parte das estratégias adotadas mundialmente, vale-se de escores padronizados para essas
variáveis, de maneira que se possa compará-las, como o escore Z, por exemplo.
Mas você sabe o que é o escore Z?
Resposta
A estatística Z permite diagnosticar o perfil relativo a uma ou mais variáveis e determinar, em termos
percentuais, o quanto determinado indivíduo se afasta da média populacional. Escores Z acima do esperado
para uma dada qualidade ou conjunto de qualidades físicas são frequentemente tidos como indicativos de
talentos desportivos.
Considerando tendências atuais, nota-se que a identificação de talentos desportivos tem preocupação
especial com “fatores positivos” apresentados pelos atletas. Dentre esses fatores, destacam-se:
Velocidade, agilidade, coordenação, força, impulsão, potência aeróbia, flexibilidade e equilíbrio.
Motivação, disciplina, concentração, humildade, honestidade, controle emocional e da ansiedade,
capacidade de aprendizagem, autoeficácia e autoconfiança.
Fatores físicos 
Fatores psicológicos 
Fatores antropométricos 
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Massa corporal e percentual de gordura, estatura e envergadura.
Recepção, passe, drible, finalização, finta, domínio de marcação, estilos.
Inteligência e leitura de jogo, tomada de decisão, habilidade perceptiva.
Apesar de os fatores psicossociais (coletividade, comunicação, respeito, liderança, relacionamentos
interpessoais) serem considerados importantes na determinação de possíveis talentos desportivos, a maior
parte dos estudos parece subordiná-los aos demais. Mesmo frente à definição precisa desses pressupostos
do talento desportivo, o estágio atual da ciência ainda é inicial. O estado da arte do conhecimento na área
não permite que se façam prognósticos exatos de talentos desportivos para as diferentes modalidades
possíveis.
Uma temática que vem despertando a atenção entre os estudiosos refere-se aos meios para não se
descartarem crianças e adolescentes em virtude de vieses de avaliação, como é o caso do “efeito relativo
da idade”. Esses efeitos dizem respeito às diferenças entre os indivíduos devidas à maturação, em idades
típicas das categorias de iniciação desportiva.
Deve-se lembrar que a maturidade tende a favorecer indivíduos com idade biológica mais avançada, cujas
estatura, força ou velocidade são normalmente mais altas em comparação com crianças de mesma idade
cronológica com níveis inferiores de maturidade. Isso pode levar a enganos, confundindo-se diferenças de
desempenho como algo ligado ao potencial das crianças, quando na verdade são tão somente frutos da
interferência de uma variável de natureza biológica. Essa diferença pode desaparecer ou mesmo inverter-se
quando os níveis de maturação se equilibram. Pode-se, mesmo, pensar que haveria mais chance de
desenvolvimento entre crianças com maturidade mais atrasada, apesar do relativo insucesso nas
competições em categorias de base, quando comparadas com crianças mais maduras.
Fatores técnicos 
Fatores táticos 
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Tomemos como exemplo um atleta nascido em janeiro no Brasil – na adolescência, isso representaria 11
meses de diferença em comparação a um atleta nascido em novembro.
O estágio da maturação física nesse caso pode representar diferenças enormes no desempenho, o que
poderia levar à escolha do primeiro para equipes de categoria etária superior, descartando-se o segundo,
mesmo este sendo um talento promissor. O efeito relativo da idade, portanto, pode levar a erros no
processo de seleção de talentos, principalmente em desportos coletivos.
Comentário
No Brasil, na maioria dos casos, a detecção de talentos desportivos depende quase que exclusivamente das
experiências pessoais dos treinadores. Apesar de ser inegavelmente importante como ponto de partida, é
fácil aceitar que isso é insuficiente como estratégia única para diagnosticar, em crianças com diferentes
níveis de desenvolvimento, toda a complexidade de fatores que podem vir a determinar o desempenho
desportivo na idade adulta.
Segundo Gaya et al. (2002), a elaboração de propostas abrangentes e de longo prazo, com base na ciência,
para a busca de talentos desportivos ainda é incipiente em nosso país. Uma honrosa exceção é o Projeto
Esporte Brasil (PROESP-BR), coordenado pelo professor Adroaldo Gaya, da Universidade Federal do Rio
Grande do Sul, que se vale da estatística Z.
O PROESP é realizado pela Rede Nacional de Centro de Excelência Esportiva (Rede CENESP), do Ministério
do Esporte do Brasil, com objetivo de mapear o perfil das condições de crescimento e desenvolvimento
somatomotor (controle da motricidade pelo sistema nervoso somático) e dos indicadores dos níveis da
aptidão física relacionados ao rendimento desportivo de crianças e jovens brasileiros entre 7 e 17 anos.
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Logo do PROESP.
Planejamento em longo prazo
Periodização do treinamento
Conforme discutido, o desempenho atingido por um indivíduo reflete condições específicas no espaço-
tempo, que resultam de uma predisposição genética mais ou menos modulada por variáveis extrínsecas,
das quais o treinamento físico é uma das mais importantes.
Na atualidade, permanecem vivas questões fundamentais paraa compreensão do papel do treinamento na
produção de desempenhos desportivos de excelência. Ainda se encontram indefinidas algumas questões,
tais como:

As variáveis de desempenho mais importantes em diferentes modalidades desportivas e seu papel relativo.

As melhores formas de acompanhar a evolução da capacidade de desempenho e de otimizá-la ao longo de
temporadas sucessivas de treinamento.
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
A influência do crescimento e maturação e como considerar esses fatores na introdução do atleta em
situações de competição.

A influência da relação entre sobrecarga e recuperação na otimização da manutenção de capacidades
elevadas de desempenho desportivo pelo maior tempo possível.
Uma alternativa para responder a essas dúvidas são estudos acerca da interface treinamento-desempenho,
com a construção de modelos estatísticos que expressam as sobrecargas de treinamento em séries
temporais, cruzando-as com as flutuações de desempenho.
Pode-se definir a “periodização do treinamento desportivo” como as mudanças periódicas na estrutura da
aplicação de cargas, formando ciclos (por exemplo, anuais ou semestrais).
Desse modo, a periodização é uma maneira de se “racionalizar” a preparação dos atletas, planejando-se
picos de desempenho para atender às demandas das competições principais, mas também oferecendo
oportunidade de recuperação para preservar suas condições atléticas, evitando-se ocorrências indesejáveis
como lesões ou sobretreinamento (overtraining).
A periodização, então, necessariamente propõe a divisão do treinamento em fases estruturais (ciclos,
estágios etc.) que se diferenciam em relação a propósitos quantitativos e qualitativos.
É importante apontar algumas tendências atuais da aplicação do treinamento sob a ótica da periodização.
A teoria do treinamento desportivo é uma área dinâmica, que se atualiza em resposta a inovações de ordem
teórica e prática.
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Exemplo
As novas técnicas de medida e avaliação aumentaram em muito as possibilidades de acompanhamento
dos atletas durante o treinamento e nas competições, facilitando o delineamento de programas que levam
em conta as exigências específicas das diferentes modalidades desportivas. Com isso, tornou-se viável o
estabelecimento de ciclos cada vez menores e controlados já que, nos desportos coletivos, os atletas de
diferentes posições podem mesmo estar em ciclos diferentes de periodização, de acordo com o seu estágio
de treinamento e necessidades de recuperação frente à participação nos jogos ou não.
Em termos teóricos, talvez as principais inovações e tendências que se observam no treinamento
desportivo sejam aquelas relacionadas ao que se convencionou chamar “projeção de desempenho” ou
“projeção de macrociclos”. Como dito, a aplicação de novas tecnologias permite a elaboração de sistemas
de preparação mais precisos, desde o nível micro até o nível macro, valendo-se da integração de dados
advindos de modernos sistemas de avaliação (análise de desempenho, avaliação fisiológica, clínica etc.).
Com isso, pode-se projetar expectativas para a capacidade de desempenho atlético por meio da análise da
evolução de diferentes capacidades físicas e técnicas. Essa abordagem integrativa vem se tornando
predominante na elaboração e gerenciamento da preparação de atletas.
As expectativas dos modelos integrativos formam o que se pode considerar como um modelo-alvo a ser
atingido. Os microciclos envolvem objetivos complexos e múltiplos subordinados ao modelo alvo,
considerando modelagens que respondam às seguintes necessidades:
1. Parâmetros futuros (alvo) da atividade competitiva definida no macrociclo.
2. Alterações na condição física, técnica e tática do atleta para que se alcance o modelo alvo.
3. Sistematização quantitativa e qualitativa das cargas para a realização das tarefas definidas no modelo
alvo e considerando o estágio atual do atleta.
Paralelamente, a existência dos parâmetros oferecidos pelo modelo alvo permite uma avaliação constante
de quanto se encontra distante das demandas da atividade competitiva. Com isso, microciclos “corretivos”
podem ser aplicados, otimizando as tarefas aplicadas durante o treinamento de forma mais realista do que
as propostas pelos modelos mais tradicionais de periodização, como as abordagens clássicas de Matveev
(modelo plurianual) ou Verkhoshanski (modelo em blocos).
Gerenciamento do estresse
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Ao longo de sua carreira, um atleta se depara com várias situações de pressão psicológica, tendo assim que
lidar com muitos estressores. As fontes de estresse podem ser pessoais (preocupação ou ansiedade) ou
situacionais, relacionadas à equipe. Como se sabe, níveis elevados de estresse podem ter um impacto
negativo no desempenho e aumentar a probabilidade de lesões.
A avaliação do estresse pode ser considerada sob dois pontos de vista, a reação individual e a sua fonte, ou
como se costuma designar, os estressores.
No desporto de alto rendimento, o principal tipo de estresse que tem sido estudado é o estresse
organizacional, ou seja, o estresse psicossocial relacionado ao “trabalho”. Sob esse aspecto, quatro
dimensões principais parecem se destacar: pessoais, de equipe, de liderança e ambientais.
A tensão entre atletas e entre atletas e treinadores tem contribuição especialmente nociva para o senso de
autoeficácia e motivação, portanto para a capacidade de desempenho em geral. Assim, o treinamento para
aprender a lidar com o estresse é fundamental.
A preparação mental é uma tendência do treinamento desportivo na atualidade. Esse tipo de intervenção
envolve estratégias cognitivas, emocionais e comportamentais para que atletas e equipes desenvolvam
condições ideais de desempenho durante treinos e competições. Dentre os traços psicológicos trabalhados
no desporto, os níveis de agressividade e confiança aparecem frequentemente na literatura.
A agressividade do atleta não pode ser confundida com competitividade, nem com simples manifestações
de raiva. Conquanto ambas possam contribuir para uma agressão concreta, a competitividade é uma
atitude, a raiva é uma emoção. A agressão em si é um comportamento que envolve ação de causar dano a
alguém. O comportamento agressivo pode assumir muitas formas, desde o abuso verbal até a violência
física. Níveis elevados de estresse podem aumentar a agressividade do atleta, predispondo a
comportamentos agressivos e minando a sua autoconfiança. O estresse não precisa ser de natureza
psicológica – cargas e volumes elevados de treinamento sem recuperação adequada podem aumentar a
agressividade. Por isso, trata-se de um traço que deve ser identificado e trabalhado constantemente.
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Uma questão-chave da psicologia do desporto é como a autoconfiança influencia o desempenho dos
atletas. A autoconfiança pode ser encarada como um “modulador da predisposição mental” para o
desempenho. A confiança aparece consistentemente como uma característica de atletas bem-sucedidos.
Os níveis de confiança influenciam como os atletas sentem, respondem e pensam seu entorno, associando-
se estreitamente com a autoeficácia. A perseverança e o esforço dispendido pelos atletas sofrem influência
direta do seu nível de confiança. Fatores que possam comprometer tal confiança, portanto, devem ser
objeto de vigilância permanente ao longo das diferentes fases de treinamento e, particularmente, nas
competições.
Conclui-se que, se até um passado recente a maior parte das pesquisas examinava a autoconfiança em
relação ao desempenho desportivo em termosde habilidade, o comportamento motivacional vem
recebendo cada vez maior atenção.
Resumindo
Atualmente, as emoções e atitudes dos atletas são consideradas fatores tão importantes para um maior ou
menor desempenho quanto fatores mais tradicionalmente abordados, como a condição física e técnica.
Níveis indesejados de agressividade, confiança e motivação comprometem todas as outras dimensões da
capacidade de desempenho desportivo. A identificação de potenciais estressores e a preparação do atleta
para o seu gerenciamento consistem em importante tendência do treinamento na atualidade, oferecendo
campo para crescimento acadêmico e profissional.
Treinamento desportivo na atualidade
Neste vídeo, o especialista responde a algumas perguntas sobre os principais tópicos vistos até aqui.

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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Em relação à detecção e promoção de talentos desportivos, podemos afirmar que
Parabéns! A alternativa A está correta.
O potencial para o desenvolvimento da capacidade de desempenho é afetado por “pressupostos
pessoais de desempenho”, enquanto o desempenho competitivo final resulta de “condições contextuais
de desempenho”. A seleção de talentos é um processo complexo e impreciso no atual estágio da
ciência.
A depende de pressupostos pessoais e contextuais.
B depende de pressupostos pessoais.
C depende de pressupostos contextuais.
D consiste na aplicação de modelos preditivos estatísticos.
E é uma ciência precisa pouco aplicada no Brasil.
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Questão 2
No que tange ao papel do treinamento para a capacidade de desempenho desportivo, podemos afirmar
que
Parabéns! A alternativa B está correta.
O treinamento apropriado pode aperfeiçoar o talento inerente e aumentar a capacidade de desempenho
esportivo de indivíduos menos favorecidos geneticamente. Alguns resultados chegam a alcançar
desempenhos de excelência.
Considerações �nais
A sempre se subordina a limitações de ordem genética.
B pode otimizar o potencial genético e, em alguns casos, compensar possíveis limitações.
C sempre se superpõe a determinantes de natureza hereditária.
D
se não houver periodização plurianual, seus efeitos sobre a capacidade de desempenho
são inócuos.
E
é importante na infância e adolescência, na idade adulta servindo apenas para
consolidar o que foi atingido naquelas fases.
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Neste estudo, compreendemos o significado de desempenho no universo desportivo e no contexto
competitivo. Sabemos que o desempenho de um atleta é influenciado pelas qualidades físicas e técnicas e
é resultado de fatores intrínsecos e extrínsecos, cujo bom gerenciamento é responsável por potencializar
virtudes de atletas e equipes. Portanto, aprofundar seus conhecimentos a respeito desses fatores é
fundamental.
Vimos também que fatores fisiológicos, cognitivos, sociais e psicológicos podem alterar o rendimento do
atleta. Assim sendo, a preparação de atletas de alto rendimento deve ser realizada com equipes
multiprofissionais, constituídas de preparadores físicos, técnicos, nutricionistas, psicólogos e outros. Dada
essa diversidade de fatores, atletas diferentes, mesmo que submetidos às mesmas rotinas de treinamento,
alcançarão níveis diversos de desempenho.
Reconhecemos a importância da Psicologia do Esporte. Diversos fatores de ordem psicológica influenciam
no desempenho, como, por exemplo, a motivação, a concentração, a confiança e a ansiedade. A motivação
é um elemento-chave do comportamento dos atletas. O sentido de autoeficácia também é fundamental
para o bom desempenho e é base para motivação, bem-estar e realização pessoal.
Por fim, entendemos a importância do treinamento para o desempenho desportivo de alto nível. O atleta
alcança altos níveis de desempenho após ser submetido a anos de treinamento, ou seja, as aptidões para o
desempenho desportivo de excelência são desenvolvidas por meio da continuidade do treinamento, e não
meramente adquiridas de forma instintiva.
Podcast
Antes de encerrarmos, o professor Paulo Farinatti apresenta os principais componentes do desempenho
desportivo, os seus fatores limitantes, seus fatores determinantes, além do processo de detecção de
talentos, periodização e gerenciamento do estresse.
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WEINECK, J. Manual do treinamento esportivo. São Paulo: Manole, 1986.
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Para complentar seus conhecimentos sobre o tema abordado:
Leia o artigo: Conheça as tecnologias que auxiliam na preparação dos atletas olímpicos, de Debora
Priscila Silveira, na página da Oficina da Net.
Assista ao vídeo: A psicologia esportiva como ferramenta essencial na preparação de atletas de alto
rendimento, no canal da TV UNESP, no YouTube. O vídeo aborda a importância da Psicologia Esportiva na
preparação dos atletas de alto rendimento. Os entrevistados deste programa são o professor Afonso
Antonio Machado e a campeã olímpica Maurren Maggi.

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