Prévia do material em texto
ALICE – MEDICINA – T4 INTRODUÇÃO À PATOLOGIA SEGUNDA PARTE ETIOLOGIA Refere-se às causas subjacentes e fatores responsáveis pelo início e progressão da doença. Atualmente, muitas doenças comuns são causadas por uma combinação de suscetibilidade genética hereditária e vários gatilhos ambientais. Elucidar os fatores genéticos e ambientais subjacentes às doenças é um tema importante da medicina moderna. PATOGENIA Refere-se aos mecanismos de progressão da doença, que explicam as alterações celulares e moleculares que originam as anormalidades funcionais e estruturas específicas que caracterizam determinada doença. CAUSAS DA LESÃO CELULAR • Hipoxia e isquemia; • Toxinas; • Agentes infecciosos; • Reações imunes; • Anormalidades genéticas; • Desequilíbrios nutricionais; • Agentes físicos; • Envelhecimento. LESÃO CELULAR REVERSÍVEL Os principais marcos da lesão reversível são a redução da fosforilação oxidativa, com consequente depleção do armazenamento de ATP e tumefação celular do retículo endoplasmático e da mitocôndria. MORTE CELULAR • Distúrbios graves, como a perda de oxigênio e suprimento de nutrientes e as ações de toxinas, causam uma forma de morte rápida e incontrolável que tem sido chamada de morte celular “acidental”. Tal manifestação morfológica é a necrose. • Em contraste, quando a lesão é menos grave ou as células precisam ser eliminadas durante os processos normais, ativam um conjunto meticuloso de vias moleculares que culminam com a morte. Como este tipo de morte pode ser manipulado por agentes terapêuticos ou mutações genéticas, descreve-se como morte celular “regulada”. O aspecto morfológico da maioria dos tipos de morte celular regulada é a apoptose. ALICE – MEDICINA – T4 NECROSE É uma forma de morte celular na qual as membranas se desintegram e as enzimas células extravasam e, por fim, digerem a célula. A necrose provoca uma reação local no hospedeiro, chamada inflamação, que é induzida por substâncias liberadas das células mortas e que serve para eliminar os vestígios de tecidos mortos e iniciar o processo de reparo subsequente. As enzimas responsáveis pela digestão da célula são derivadas dos lisossomos e podem ser provenientes das próprias células doentes e de leucócitos recrutados como parte da reação inflamatória. A necrose frequentemente é o ponto culminante da lesão celular reversível que não pode mais ser corrigida. PADRÕES MORFOLÓGICOS DE NECROSE TECIDUAL • Necrose de coagulação; • Necrose liquefativa (pus); • Necrose gangrenosa; • Necrose caseosa; • Necrose gordurosa (pancreatite – saponificação da gordura); • Necrose fibrinoide. APOPTOSE É uma via de morte celular na qual as células ativam enzimas que degradam o DNA nuclear das células, bem como as proteínas nucleares e citoplasmáticas. Os fragmentos das células apoptóticas, então, se separam, gerando a aparência responsável pelo nome. A membrana plasmática da célula apoptótica permanece intacta, mas é alterada de tal forma que os fragmentos, chamados corpos apoptóticos, se tornam altamente “comestíveis”, levando ao seu rápido consumo por fagócitos. AUTOFAGIA Refere-se à digestão lisossômica dos componentes da célula. Constitui um mecanismo de sobrevivência em períodos de privação de nutrientes, de modo que a célula em privação pode sobreviver digerindo o próprio conteúdo e reciclando-o para fornecer nutrientes e energia. Nesse processo, organelas intracelulares e porções do citosol são os primeiros a serem sequestrados para dentro de um vacúolo autofágico derivado de RE, cuja ALICE – MEDICINA – T4 formação é iniciada pelas proteínas citosólicas que detectam a privação de nutrientes. Em algumas circunstâncias, a autofagia pode estar associada à atrofia dos tecidos.