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APG - SOI III Bianca Cardoso - Medicina 3 o Período DPOC O Gold (Iniciativa Global para DPOC) é um documento de criado 1998, objetivava produzir orientações de melhor qualidade no manejo da DPOC. O Gold a partir de uma revisão de literatura de vários estudos que seguem vários pré-requisitos, devem ter potencial impacto no manejo de DPOC. • Doença comum, previnida e tratável • Caracterizada por sintomas respiratórios persistentes e limitação do fluxo de ar (por alterações das vias aéreas ou alveolares), usualmente causada por exposição à partículas ou gases tóxicos • Reação inflamatória crônica no parênquima pulmonar e nas vias aéreas em resposta à partículas ou gases nocivos Sintomas e padrão de início - os 3 sintomas principais são: - Dispneia - Tosse crônica - Produção de escarro O sintoma precoce mais comum é a dispneia do esforço. Os sintomas menos comuns incluem chiado e aperto no peito.No entanto, qualquer um desses sintomas pode se desenvolver de forma independente e com intensidade variável. Fisiopatologia • O principal fator gatilho para a doença é a exposição a partículas e gases tóxicos (o que leva à um prejuízo ao transporte mucociliar e quebra da barreira epitelial, além de liberar radicais livres de oxigênio), o que desencadeia uma reação inflamatória baseada em neutrófilos, macrófagos e linfócitos TCD8 com liberações de citocina inflamatórias, metaproteinase e elastase metrofilica, levando também ao dano tecidual. • O estresse oxidativo e o excesso de proteinase no pulmão desencadeiam a cascata inflamatória, que persiste mesmo após a a finalização do tabagismo, por mecanismos desconhecidos - possui papel importante no mecanismo da amplificação da resposta inflamatória • Com a extensão da inflamação, é liberado exsudado na luz dos bronquíolos terminais das pequenas vias aéreas, isso se relaciona com a limitação do fluxo aéreo e acelera o declínio da Vf1, pelo mecanismo do aprisionamento aéreo na expiração, levando a hiperinsuflação pulmonar. O dano tecidual leva tanto a bronquite crônica, quanto ao enfisema • Em graus mais avançados o paciente pode apresentar hipertensão pulmonar Principais subtipos: I. Bronquite Crônica - Tosse produtiva crônica por três meses em cada um dos dois anos consecutivos em um paciente em que outras causas de tosse crônica (por exemplo, bronquiectasias) foram excluídas. Pode preceder ou segui r o desenvolvimento da limitação do fluxo de ar. II. Enfisema - mudanças estruturais às vezes associadas à DPOC, incluindo o aumento anormal e permanente dos espaços de espaço aéreo distal aos bronquíolos terminais que é acompanhado pela destruição das paredes do espaço aéreo, sem fibrose óbvia (ou seja, não há fibrose visível a olho nu). A exclusão da fibrose óbvia destinava-se a distinguir a destruição alveolar devido ao enfisema daquela devido às pneumonias intersticiais. No entanto, muitos estudos encontraram aumento do colágeno nos pulmões de pacientes com DPOC leve, indicando que a fibrose pode ser um componente do enfisema. - Embora o enfisema possa existir em indivíduos que não têm obstrução do fluxo de ar, é mais comum entre pacientes que têm obstrução moderada ou grave do fluxo de ar. III. Asma - Distúrbio inflamatório crônico das vias aéreas no qual muitas células e elementos celulares desempenham um papel. A inflamação crônica está associada à resposta das vias aéreas que leva a episódios recorrentes de chiado, fal ta de ar, aperto no peito e tosse, particularmente à noite ou no início da manhã. Esses episódios geralmente estão associados à obstrução generalizada, mas variável, do fluxo de ar dentro do pulmão, que muitas vezes é reversível espontaneamente ou com tratamento As alterações patológicas predominantes da DPOC são encontradas nas vias aéreas, mas mudanças também são observadas no parênquima pulmonar e na vasculatura pulmonar. Vias aéreas: - inflamação crônica - aumento do número de células de cálice - hiperplasia da glândula mucosa - fibrose - estreitamento e redução no número de pequenas vias aéreas e colapso das vias aéreas devido à perda de amarração causada pela destruição da parede alveolar no enfisema Parênquima Pulmonar O enfisema afeta as estruturas distais ao bronquíolo terminal, consistindo no bronquío respiratório, ductos alveolares, sacos alveolares e alvéolos, conhecidos coletivamente como acinus. Essas estruturas, em combinação com seus capilares associados e intersticio, formam o parênquima pulmonar. A parte do acinus que é afetada pela dilatação ou destruição permanente determina o subtipo de enfisema. Fatores de Risco • Ambientais - tabagismo (tabagista passivo também) - exposição ocupacional - poluição do ar - exposição à queima de biomassa • Individuais - genético (deficiência hereditária da alfa 1 de antitripsina, sirinoproteina do grupo das serpinas, que inativa a elastase neutrófilos que é produzida no fígado) - asma - hipereatividade brônquica - infecções de repetição Diagnóstico • Estabelecer um diagnóstico correto de DPOC é importante porque o manejo adequado pode diminuir os sintomas (especialmente a dispneia), reduzir a frequência e a gravidade das exacerbações, melhorar o estado de saúde, melhorar a capacidade de exercício e prolongar a sobrevivência. APG - SOI III Bianca Cardoso - Medicina 3 o Período • Como os fumantes atuais e antigos também estão em risco de vários outros problemas médicos para os quais o tratamento é muito diferente, os sintomas respiratórios não devem ser atribuídos à DPOC sem a avaliação e diagnóstico apropriados. • A ferramenta de avaliação ABCD de atualização no GOLD 2011, acrescentou a carga multimodal a carga de sintomas e chamou atenção a importância da prevenção de exarcebação na DPOC. • A atualização recomenda SEMPRE a espirometria, mesmo sem sintomas e apenas se tiver fatores de risco, para reconhecer pacientes de DPOC na fase inicial da doença. • Porque geralmente o paciente não reconhece a falta de ar, ele sempre reconhece somente o cansaço a alguma atividade física básica, ele sempre entende a falta de ar como algo muito grave e fora de seu contexto. • Pacientes geralmente são bem limitados e que tem uma qualidade de vida reduzida. A importância do tratamento e terapêutica é sempre evitar novas exarcebações/crises. Classificações de r isco: Em 2017 houve uma desmembramo-nos da classificação sintomática da classificação espiriométrica e hoje basicamente o tratamento é guiado pela estratificação e classificação sintomática. Atualmente então são 3 atualmente depois das atualizações e mudanças: 1. Avaliação espirométrica: Baseada na prova de função pulmonar. Tem 4 graus para classificar o paciente de acordo com o resultado do Vf1. 2. Sintomatológica: Baseada em alguns questionários. A classificação ABCD hoje tem maior correlação com desfechos negativos do que a classificação espirométrica e por isso é ela quem, atualmente, dita o tratamento. 3. Estratificações baseadas nas últimas exacerbações do paciente, ou seja, últimas crises. Na atualização do GOLD a classificação ABCD já vale para avaliação inicial do paciente. AB = Na horizontal, são pacientes menos graves. A paciente com pouca dispinéia e, B paciente com mais dispinéia. CD = Nível de exarcebação. Pacientes exarcebadores estão classificados em C e D são pacientes mais graves. Que apresentam + de 1 hospitalização no ano ou tiveram + 2 crises no ano. O broncodilatador é e sempre foi a BASE. E hoje é utilizado os broncodilatadores de LONGA AÇÃO, seja o LABA ou o LAMA. Nas classes mais leves será usado como MONOTERAPIA, DROGA ISOLADA. Já nas classes mais graves,será usado em ASSOCIAÇÃO duas classes de broncodilatadores de mecanismos diferentes, como laba lama. LABA: Beta adrenégico de longa ação. LAMA: Anticolinégico de longa ação. - de primeira linha, principalmente quando os sintomas são persistentes - início de ação mais lento, porém efeito mais longo, logo, são mais adequados para regime de manutenção Tratamento O tratamento depende do estágio da doença e de uma abordagem interdisciplinar. Busca o alívio dos sintomas e a prevenção da progressão da doença. BRONCODILATADORES • Base do tratamento • Aumentam o fluxo aéreo, aliviam os sintomas e diminuem a taxa de exacerbações. • Os anticolinérgicos (LAMA) produzem broncodilatação via bloqueio dos receptores colinérgicos parassimpático geradores de contração do músculo liso dos brônquios. • Os fármacos de longa ação, os BALAs e tiotrópio, são o tratamento de primeira escolha para todos os pacientes, excetos para os que estão sob baixo risco com menos sintomas. • A associação dos 2 pode ser útil em pacientes com respostas inadequadas a um broncodilatador simples Inalado. CORTICOSTEROIDES • Associado ao broncodilatador pode melhorar os sintomas, a função pulmonar e a qualidade de vida em pacientes de DPOC. • Aumenta o risco de pneumonia. • Não são recomendados para tratamentos de longa duração. ASMA • Processo inflamatório crônico das vias aéreas (da parede brônquica), caracterizada por hiperresponsividade das vias aéreas inferiores e limitação variável ao fluxo de ar, os quais são reversíveis espontaneamente ou com o tratamento. • Então, basicamente, se caracteriza por uma doença crônica das vias aéreas de condução, geralmente causada por um reação imunológica marcada por: - Broncoconstr ição: dev ido ao aumento da sensibilidade das vias aéreas a uma variedade de estímulos (hiper-rratividade brônquica) - Inflamação das paredes brônquicas - Aumento da secreção mucosa • Engloba um conjunto de doenças, cuja apresentação clínica é semelhante, definidas pela presença de sibilos, aperto no peito e tosse que se apresentam de forma aguda ao longo do tempo e que aliviam com broncodilatador. • Pacientes com asma são muito dinâmicos e precisam de reavaliação nos primeiros 30min. • A via aérea do paciente com asma é um pouco diferente, porque possui um número maior de glândulas, que produzem MAIS muco. Além disso, a via aérea possui APG - SOI III Bianca Cardoso - Medicina 3 o Período espessura menor, porque há uma constrição da musculatura brônquica. • E quando o paciente tem piora súbita, rápida dos sintomas, a via aérea fica mais apertada e há uma piora do processo inflamatório. A árvore brônquica fica mais constrita, mais inflamada, com mais secreção o que dificulta muito a expiração. • Os gati lhos mais comuns são infeções (virais principalmente, mas pode ser bactéria também. Inclusive a bactéria pode vir a rebote do processo inflamatório que iniciou viral) de vias aéreas. • Mudança climática, exposição a mudanças ambientais com aeroalergenos, e aderência ao tratamento, são gatilhos para crise asmática. Classificação da crise: - Estado geral do paciente - se conversa ou não - se utiliza musculatura acessória - saturação - FC e FR - a depender da gravidade do paciente, coletar dados gasométricos. Paciente LEVE A MODERADO: • Chega bem ao atendimento, queixa pouco de cansaço, apresenta pouco sibilo, consegue responder frases completas sem utilizar quase nada a musculatura acessória. • FC e FR podem estar próximas do normal. • Paciente muitas vezes a redução do seu pico respiratório é pouquinha. • Um caso que com a inalação irá melhorar super rápido. Paciente GRAVE • É o paciente que realmente deveria estar la. Precisa ficar internado para fazer as medidas iniciais. Paciente MUITO GRAVE: • Precisa de entubação. • Chega na iminência de uma insuficiência respiratória. • Chega confuso, ansioso, muitas vezes sonolento, muito cansado, não consegue falar frase completa, usa muito a musculatura acessória, muito taquicárdico e taquipneico, saturando muito mal menos de 92%. • nesse paciente que é necessário coletar a gasometria. Com o resultado da gasometria, se esse paciente estiver hipercápnico (queda da ventilação alveolar ou quando não consegue se elevar, muito CO2), está em franca insuficiência respiratória. Precisa de medidas muito rápidas no atendimento. Fisiopatologia A asma é, na verdade, uma condição heterogênea, que se apresenta com diferentes fenótipos, decorrente dos múltiplos mecanismos fisiopatológicos subjacentes. O efeito final é um processo inflamatório crônico das vias aéreas com hiperresponsividade brônquica. • A longo prazo, ocorre o remodelamento brônquico e permanência da obstrução. • Caracterizada pela interação entre fatores genéticos e ambientais, a exposição a antígenos leva a uma cascata inflamatória complexa com ativação linfocítica, podendo ser via resposta Th2 (mais prevalente) ou Th1. • Uma anormalidade fundamental na asma é a resposta exagerada do Th2 aos antígenos ambientais normalmente inofensivos, ou seja, a ativação Th2 excessivas que culmina na reação de hipersensibilidade tipo I mediada por IgE • As células Th2 secretam citocinas que promovem uma inflamação e estimulam a produção de IgE e outros anticorpos pelas células B. As citocinas são: - IL-4: estimula a produção de IgE - IL-5: ativa e recruta eosinófilos (células de proteção) - IL-13: estimula a secreção de muco pelas glândulas submucosas brônquicas e promove a produção de IgE por células B. • A resposta Th2 é a resposta relacionada com a atopia e a eosinofilia, ocorrendo aumento das IL-4, IL5 e IL-13, gerando ativação dos linfóticos B em plasmócitos produtores de IgE, ativação e sensibilização mastocitária, além de infiltração eosinofílica. 1. Diante da exposição ambiental, esse tecido, previamente sensibilizado, desencadeia uma cascata de e v e n t o s q u e c u l m i n a n a l i b e r a ç ã o d e broncoconstrictores que leva aos broncospasmo. 2. Por outro lado, há pacientes que ativam a resposta Th1, havendo predomínio de outras interleucinas, com infiltração neutrofílica ou paucigranulocítica. Esses pacientes também sofrem influência da exposição ambiental, havendo liberação de citocinas que geram broncoconstrição e limitação variável ao fluxo de ar. Ambas as respostas levam à migração de miofibroblastos, com aumento da camada muscular, assim como hipertrofia das células de goblet (caliciformes, que sintetizam e secretam muco), com hipersecreção de muco. • A medida que a doença se agrava, há secreção local aumentada (muco) de fatores de crescimento, induzindo hipertrofia e hioer-reatividade das células musculares lisas brônquicas. • A via aérea asmática é caracterizada pelo: - acúmulo de muco na luz brônquica seguida por um aumento no número de células caliciformes secretoras de muco na mucosa e na hipertrofia das glândulas submucosas; - inflamação crônica intensa devido ao recrutamento de eusinófilos, macrófagos e outras células inflamatórias; - espessamento da membrana basal e hipertrofia e hiperplasia das células musculares lisas; Manifestações Clínicas Quadro clínico: O diagnóstico da asma é feito antes dos 7 anos de idade em 75% dos casos; destes, grande parte entrará em remissão durante a puberdade. Logo, muitos pacientes adultos com sintomas de asma têm história semelhante na infância. Embora menos frequente, a asma pode desenvolver-se em todas outras faixas etárias. Sinais e sintomas: - Dispneia; - Sibilância ou chiado; - Tosse, que é a manifestação mais frequentee persistente da asma, em geral pior durante a noite ou início da manhã; - Aperto no peito e desconforto torácico durante a crise. Obs: Tosse crônica sem outros sintomas não é sugestivo de asma. A tosse asmática vem acompanhada de outros sintomas respiratórios. APG - SOI III Bianca Cardoso - Medicina 3 o Período História de exacerbações: • Sinais e sintomas paroxísticos; • Frequência de crises e sazonalidade (mudança do clima); • Associação a exposição ambiental (cheiros fortes, produtos de limpeza, pelos de animais, mofo); • H i s t ó r i a d e u s o d e m e d i c a m e n t o s c o m o betabloqueadores ou Ácido acetilsalicílico; • Broncospasmo após atividade física ou crise de riso; • Necessidade de visitas ao serviço de emergência e hospitalizações; • Alívio dos sintomas com uso de broncodilatador. História patológica pregressa (fundamental na caracterização da asma e atopia): • Asma na infância; • Sinusite crônica; • Rinite e/ou conjuntivite alérgicas; • Dermatite atópica; • Polipose nasal. • História social: • Características da residência, escola ou local de trabalho; • Tabagismo; • Profissão (asma ocupacional); • Uso de drogas ilícitas. Fatores sugestivos de asma: • Sazonalidade; • Crises desencadeadas por infecções virais, alérgenos, poluentes ou pelo exercício físico; • História pessoal de atopia; • Exacerbações mais comuns durante a noite; • Resposta à medicação broncodilatadora; • Exacerbações desencadeadas por Ácido acetilsalicílico ou betabloqueadores. Fatores de risco: • Predisposição genética para a produção de uma resposta mediada pela IgE a alergênios comuns; • Histórico familiar de asma; • Gênero masculino durante a infância; • Gênero feminino após 40 anos de idade; • Dermatite atópica; • Rinite alérgica; • Poluição e exposição ambiental a alérgenos como ácaros, pólen, alérgenos de barata, pelos de animais; • Tabagismo ativo; • Tabagismo passivo durante infância; • Obesidade. Fenótipos da Asma • Fenótipo é o conjunto de características visíveis decorrente da interação gênica, ambiental, fisiopatológica e demográfica, definindo subtipos de apresentações de asma. Afinal, nem toda asma é igual. Os fenótipos mais comuns são: asma alérgica (atópica), asma não alérgica, asma de início tardio, asma associada à obesidade, asma com obstrução persistente: a) Asma atópica: Facilmente reconhecida, associada à exposição ambiental a alérgenos, além da presença de outras doenças atópicas como dermatite (eczema), r in i te a lérg ica, conjunt iv i te a lérg ica, a lerg ia medicamentosa e alimentar; - tipo mais comum, exemplo clássico de reação de hipersensibilidade mediada por IgE (tipo I). b) Asma induzida por fármacos: ex aspirina c) Asma ocupacional: Associada a história de exposição ambiental como poeiras orgânicas e produtos químicos com odores fortes; d) Asma não-alérgica: Associada a presença de resposta Th1 com perfi l neut ro f í l i co , eos inof í l i co ou paucigranulocítico. São normalmente resistentes ao corticoide; e) Asma de início tardio: Mais comum em mulheres, podendo ter perfil mais eosinofílico, sem resposta IgE mediada; f) Asma associada à obesidade: Em razão do processo inflamatório crônico da obesidade, há inflamação neutrofílica ou paucigranulocítica; g) Asma com obstrução persistente: Asma de longa data, cuja reversibilidade é parcial, em razão do remodelamento brônquico. Diagnóstico • Os sinais e sintomas são inespecíficos e não há um exame complementar exclusivo. • É fundamental que haja a combinação da história clínica, exame físico, reversibilidade da obstrução e variabilidade do fluxo de ar, assim como alguns marcadores como eosinofilia e IgE. Espirometria: olha a capacidadempulmonar. Indicada para todos os pacientes com suspeita de asma, para d i a g n ó s t i c o , d e t e r m i n a ç ã o d e g r a v i d a d e e acompanhamento do tratamento. APG - SOI III Bianca Cardoso - Medicina 3 o Período - objetivo de demonstrar a limitação ao fluxo aéreo e a reversibilidade por prova broncodilatadora, o que caracteriza a asma. - espirometria normal não exclui o diagnóstico de asma. Além disso, a prova broncodilatadora nem sempre será positiva, principalmente nos pacientes em uso de medicação. Alterações esperadas: • Índice de Tiffeneau (VEF1/CVF) < 70%; • Volume expiratório forçado no 1o segundo (VEF1) < 80%; • Prova broncodilatadora positiva (aumento em 200 mL e 12% na VEF1 ou em 350 mL na CVF após broncodilatador - 400 microgramas de Salbutamol). Nota: Uma alteração precoce nos distúrbios obstrutivos é a redução do FEF 25-75%, que demonstra que o fluxo expiratório está reduzido, mesmo com o parâmetro acima mencionado dentro dos valores de referência. No entanto, não deve ser usado isoladamente como rotina no diagnóstico da asma. Prova broncoconstritora: Pode ser utilizada para aumentar a sensibilidade da espirometria, fazendo uso da Metacolina como broncoconstritor e observando a queda na VEF1 após sua administração. Se a queda for superior a 20%, a prova é positiva. No entanto, o teste é pouco específico, podendo ser positivo também na rinite alérgica, DPOC, bronquiectasia e fibrose cística (condições não asmáticas também caracterizadas por hiper-responsividade). Monitorização do peak flow (PEF): Indicado como alternativa no diagnóstico da asma, mas principalmente para monitorização terapêutica, podendo comparar evolutivamente a PEF e durante episódios de crise ou na presença de potenciais alérgenos. Representa a variabilidade do fluxo aéreo durante o dia, sendo compatível com asma uma variação > 20% durante o dia. Hemograma: Embora não seja necessária para o diagnóstico, a presença de eosinofilia > 4% (300-400 cel/ microlitro) corrobora o diagnóstico. Radiografia de tórax: Exame de imagem indicado para avaliação inicial de pacientes com suspeita de asma, podendo revelar complicações ou causas alternativas de sibilância. Imunoglobulina E: Indicado para pacientes com diagnóstico de asma e necessidade de definição de fenótipo. Não é necessário para todos os pacientes, sendo indicado principalmente para os quadros graves. Teste de alergia (prick test): Útil para definir os possíveis alérgenos causadores da alergia e exacerbação da asma. Não é definidor para o diagnóstico de atopia, mas contribui para o diagnóstico. A correlação entre gatilho e crise deve ser mais pela história clínica do que pelo teste em si. Tomografia de tórax: Não está indicada para a avaliação diagnóstica inicial. Pode ser útil em pacientes com sintomas recorrentes e em suspeita de complicações, como bronquiectasias e aspergilose broncopulmonar alérgica. Fração expirada de óxido nítrico (FeNO): Mensura a quantidade de NO liberado. Reflete o metabolismo dos eosinofílicos. A presença de valores elevados sugere um tipo de resposta Th2. Não é definidor de asma, mas auxilia na definição do fenótipo nos casos graves. Como confirmar o diagnóstico em quem já está usando medicação? Muitos pacientes iniciam CI e broncodilatador de longa duração após uma crise de broncospasmo. Para confirmar o diagnóstico nesses pacientes, muitas vezes é necessário reduzir a dose ou suspender a medicação e avaliar a resposta clínica do paciente. Atenção! É fundamental manter esses pacientes sob supervisão, para o caso de exacerbação dos sintomas. Tratamento Buscam diminuir a intensidade e a frequência dos sintomas e o grau de limitações que o paciente apresenta. Tem o objetivo de reverter e prevenir a inflamação das vias aéreas. Conduta inicial com os pacientes com crise asmática: 1) Broncodilatador de ação rápida (de curta duração), tira o paciente do quadro agudo (Salvador da pátria). Há duas classes importantes de bronquiodilatadores:a) SABA BETAGONISTAS - de curta duração, como fenoterol e o salbutamol; - são medicamentes superpotentes, por via inalatória (se a doença está dentro da via aérea, carrea-la através da via aérea faz com que o sítio da ação seja mais próximo). - Efeito adverso é arritmia. b) E o SAMA que é o antimuscarínico de curta ação, como Atrovent, Ipatrópio. O sama e o saba só se usam em associação nas formas graves. 2) Corticoide sistêmico, o uso deve ser precoce, porque só começa fazer efeito depois de 4h a 6h, então se ele naturalmente tem efeito tardio, quanto mais demorar a administração, menor o aproveitamento para o paciente. - Se o paciente está sonolento, administrar por via endovenosa e não por cp. Por 3 a 10 dias - 5 a 6 dias pelo GINA. 3) Oxigênio suplementar apenas para quem precisa, quem está com saturação limítrofe, não é para todos. ( apenas de 92% até que ele sature a 94-95%) 4) Sulfato de magnésio, só quando as outras drogas não fazem efeito. que é uma droga em contexto específico para pacientes graves ou que tem resultados parciais com o tratamento inicial. Não é rotina. Efeitos colaterais: redução de reflexos, arritmia não é muito comum, 5) Antibiótico, mas deve-se lembrar que na maioria das vezes o gatilho é VIRAL e não bacteriano. 6) Aminofilina, droga que precisa de cautela na utilização e é cada vez MENOS utilizada. Só utilizada quando todas a outras linhas terapêuticas falharam. Em casos refratários. Muitos efeitos colaterais: cardiotóxica. B-2 AGONISTAS ADRENÉRGICOS • SABA • Relaxa o músculo liso das vias aéreas • Alívio rápido: os B 2-agonistas de curta ação (BACAs) têm rápido início de ação (5-30min) proporcionando alívio de 4-6h. APG - SOI III Bianca Cardoso - Medicina 3 o Período - usados no tratamento sintomático do broncoespasmo e dão alívio rápido na broncoconstriição aguda - não teme feito anti-inflamatório e nunca devem ser usados como terapêutica única para pacientes com asma crônica - a monotemática com BACA pode ser boa para pacientes com asma intermitente ou broncoespasmos induzidos por exercício. • C o n t ro l e p o r l o n g o p r a z o : S A L M E T R O L e FORMOTEROL - proporcionam longa duração de broncodilatação por pelo ou menos 12h. - Não devem ser usados para alívio rápido de uma crise de asma. - Deve ser usado apenas combinada com um medicamento de controle de asma. CORTICOSTEROIDES • Ideias para controle de longo prazo em pacientes com algum grau de asma persistente. • Inibem a liberação de ácido araquidônico por meio da inibição da fosfolipase A2, produzindo, assim, efeito anti- inflamatório direto nas vias aéreas. • Nenhuma outra medicação é tão eficaz como os CSIs no controle da asma em longo prazo em crianças e adultos. • Ações no pulmão: não afetam diretamente o músculo liso das vias aéreas e sim a inflamação, diminuindo a cascata inflamatória (eusinófilos, macrófagos e linfócitos T), revertendo o edema de mucosa, diminuindo a permeabilidade dos capilares e inibindo a liberação de leucotrienos (broncoconstrição). - Reduzem a hiper-reatividade do músculo liso das vias aéreas REFERÊNCIAS: •
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