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1/2 Eixo de constituição histórica da Epidemiologia: a metodologia estatística Para muitos autores o projeto de quantificação de enfermidades representa um elemento metodológico distintivo da nova ciência da saúde. John Graunt (1620-1674), através de seus registros populacionais, foi um dos precursores da Demografia, da Estatística e da Epidemiologia. Conduziu os principais estudos analíticos de estatística vital e identificou diferentes causas mortis em vários grupos populacionais, correlacionando ao gênero e condições de moradia. Pierre-Charles Alexandre Louis (1787-1872), médico e matemático, é considerado um dos fundadores da Epidemiologia por introduzir o método estatístico na contagem dos eventos. A pesquisa da origem das doenças, com auxílio da matemática, influenciou o desenvolvimento dos primeiros estudos de morbidade da Inglaterra. Caráter pioneiro nas estatísticas de saúde é atribuído ao médico William Farr (1807-1883). William Farr, trabalhou quarenta anos no Escritório Geral de Registros da Inglaterra, onde criou um registro anual de mortalidade e morbidade para a Inglaterra e País de Gales. Suas “estatísticas” chamaram a atenção para as desigualdades: mais da metade das crianças não chegava aos 5 anos, a idade média do óbito nas classes altas era de 36 anos, trabalhadores do comércio 22 anos e da indústria 16 anos. Apesar da razoável integração entre a Clínica Moderna e a Estatística, ainda faltava uma característica essencial, um “algo a mais”, para que dessa integração surgisse uma nova ciência da saúde de caráter essencialmente coletivo. E esse “plus” era a Medicina Social: a saúde é uma questão social e política! Começou a 2/2 surgir um movimento de preocupação sociológica com a saúde e um compromisso com os processos de mudança de sua situação.