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1. COLORAÇÃO MED RESUMOS Pele e FânerosPele e Fâneros EXAME CLINICO Coloração Continuidade ou integridade Umidade Textura Espessura Temperatura Elasticidade e mobilidade Turgor Sensibilidade As condições básicas para o exame da pele são: iluminação adequada, desnudamento das partes a serem examinadas, conhecimento prévio dos procedimentos semiotécnicos. Devem ser investigados os seguintes elementos: 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. As principais alterações da coloração da pele são: palidez, vermelhidão ou eritrose, cianose, icterícia, albinismo, bronzeamento, dermatografismo e fenômeno de Raynaud. Normocorado Hipocorado; Hipercorado; Icterícia (esclera, frênulo lingual, pele); Cianose (hipocratismo digital) Lesões elementares; Rarefação pilosa. Palidez generalizada: observada em toda a pele, revelando diminuição das hemácias circulantes nas microcirculações cutânea e subcutânea. Pode decorrer de dois mecanismos: Significa atenuação ou desaparecimento da cor rósea da pele. A palidez deve ser pesquisada em toda a extensão da superfície cutânea, inclusive nas regiões palmoplantares. Nos pardos e negros só se consegue identificar palidez nas palmas das mãos e nas plantas dos pés. Distinguem-se dois tipos de palidez: ■ Vasoconstrição generalizada. ■ Redução real das hemácias − hemoglobina Palidez localizada ou segmentar: constatada em áreas restritas dos segmentos corporais, sendo a isquemia a causa principal. PALIDEZExame da PeleExame da PeleExame da Pele Generalizada: observada nos pacientes febris, nos indivíduos que ficaram expostos ao sol, nos estados policitêmicos e em algumas afecções que comprometem toda a pele (escarlatina, eritrodermia, psoríase) Localizada ou segmentar: pode ter caráter fugaz quando depende de um fenômeno vasomotor (ruborização do rosto por emoção, “fogacho” do climatério), ou ser duradoura. Significa exagero na coloração rósea da pele e indica aumento da quantidade de sangue na rede vascular cutânea, podendo decorrer de vasodilatação. A vermelhidão compreende os seguintes tipos: Significa cor azulada da pele e das mucosas. Manifesta-se quando a hemoglobina reduzida alcança no sangue valores superiores a 5 g/100 mλ. A cianose deve ser pesquisada no rosto, especialmente ao redor dos lábios, na ponta do nariz, nos lobos das orelhas e nas extremidades das mãos e dos pés (leito ungueal e polpas digitais). Nos casos de cianose muito intensa, todo o tegumento cutâneo adquire tonalidade azulada ou mesmo arroxeada. VERMELHIDÃO E ERITROSE CIANOSE Generalizada: observada em toda a pele, embora predomine em algumas áreas Localizada ou segmentar: apenas segmentos corporais adquirem coloração anormal, significando obstrução de uma veia que drena uma região, enquanto a cianose generalizada ou universal pode ser causada por diversos fatores. Leve Moderada Intensa. Quanto à localização, a cianose diferencia- se em: Quanto à intensidade, a cianose é classificada em três graus: ICTERÍCIA Coloração amarelada da pele, das mucosas visíveis e da esclerótica, resultante de acúmulo de bilirrubina no sangue. A coloração ictérica pode ser desde amarelo- clara até amarelo-esverdeada. Uso de substâncias que impregnam a pele (p. ex., quinacrina), ingestão excessiva de alimentos ricos em carotenos (cenoura, mamão, tomate) MED RESUMOS As principais causas são: hepatite infecciosa, hepatopatia alcoólica, hepatopatia por medicamentos, leptospirose, malária, septicemia, lesões obstrutivas das vias biliares extra-hepáticas (litíase biliar, câncer da cabeça do pâncreas) e doenças nas quais ocorre hemólise (icterícias hemolíticas). A perda de continuidade ou integridade da pele ocorre na erosão ou exulceração, ulceração, fissura ou rágade. Umidade normal Pele seca Umidade aumentada ou pele sudorenta A verificação da umidade inicia-se pela inspeção, mas o método adequado é a palpação, por meio das polpas digitais e da palma da mão. Pela sensação tátil, pode-se avaliar a umidade da pele com razoável precisão. Observa-se uma das seguintes possibilidades: A textura da pele é avaliada deslizando-se as polpas digitais sobre a superfície cutânea: Pele de espessura normal Pele atrófica Pele hipertrófica ou espessa Para se avaliar a espessura da pele, faz-se o pinçamento de uma dobra cutânea, usando o polegar e o indicador. Essa manobra deve ser realizada em várias e diferentes regiões, tais como antebraço, tórax e abdome. Por meio dela, pode-se observar: 2. CONTINUIDADE OU INTEGRIDADE 3. UMIDADE 4. TEXTURA Textura normal Pele lisa ou fina Pele áspera Pele enrugada 5. ESPESSURA 6. TEMPERATURA Para avaliação da temperatura da pele, usa- se a palpação com a face dorsal das mãos ou dos dedos, comparando-se com o lado homólogo de cada segmento examinado. A temperatura da pele varia entre amplos limites: MED RESUMOS Temperatura normal Temperatura aumentada Temperatura diminuída. Podem ser relatadas: Elasticidade normal Aumento da elasticidade ou pele hiperelástica Diminuição da elasticidade ou hipoelasticidade Mobilidade normal Mobilidade diminuída ou ausente Mobilidade aumentada Mobilidade: pousa-se firmemente a palma da mão sobre a superfície que se quer examinar e movimenta-se a mão para todos os lados, fazendo-a deslizar sobre as estruturas subjacentes (ossos, articulações, tendões, glândula mamária etc.). Do ponto de vista da elasticidade, pode-se ter: Quanto à mobilidade, pode-se verificar: Elasticidade é a propriedade de o tegumento cutâneo se estender quando tracionado; mobilidade refere-se à sua capacidade de se movimentar sobre os planos profundos subjacentes. Elasticidade: pinça-se a prega cutânea com o polegar e o indicador, fazendo em seguida certa tração, ao fim da qual se solta a pele. Normal: = Hidratada Diminuído = Desidratada Sensibilidade dolorosa: a perda da sensibilidade dolorosa é chamada hipoalgesia ou analgesia, e o aumento da sensibilidade dolorosa denomina-se hiperestesia ■ Hipoalgesia ou analgesia: pode ser percebida pelo paciente que nota ausência de dor ao contato com algo aquecido ou ao se ferir (pesquisada tocando-se a pele com a ponta de uma agulha) ■ Hiperestesia: é a sensação contrária, ou seja, até os toques mais leves e suaves despertam nítida dor. 7. ELASTICIDADE E MOBILIDADE 8. TURGOR 9. SENSIBILIDADE Sensibilidade tátil: fricciona-se levemente o local com uma mecha de algodão (anestesia ou hipoestesia refere- se a perda ou diminuição da sensibilidade tátil). Sensibilidade térmica: os receptores específicos são os bulbos terminais de Krause, para as temperaturas frias, e os corpúsculos de Ruffini, para as quentes. LESÕES ELEMENTARES Alterações de cor Elevações edematosas Formações sólidas Coleções líquidas Alterações da espessura Perda e reparações teciduais 1. 2. 3. 4. 5. 6. ALTERAÇÕES DE COR1. Mancha ou mácula, a depender do tamanho da lesão: até 1 cm e acima de 1 cm, respectivamente. Representam áreas circunscritas de coloração diferente da pele normal, porém não têm alterações na superfície MED RESUMOS Decorrente de deposição de bilirrubina (icterícia), pigmento carotênico (ingesta exagerada de mamão e cenoura), tatuagem e outros. MÁCULAS X MANCHAS PIGMENTARES VASCULARES HEMORRÁGICAS DEPOSIÇÃOPIGMENTAR ACRÔMICAS HIPOCRÔMICAS ERITEMA TELANGIECTASIAS PETÉQUIAS EQUIMOSES BILIRRUBINA ARTIFICIAL: TATUAGEM BETA-CAROTENO HIPERCRÔMICAS 2. ELEVAÇÕES EDEMATOSAS Podem ser diferenciadas dos eritemas porque não desaparecem à compressão, já que é um sangue extravasado. Podem ser subdivididas em petéquias (até 1 cm) e equimoses (>1 cm). Petéquias. Resultantes de distúrbios da microcirculação da pele. Podem ser divididas em telangiectasias ou máculas/ manchas eritematosas. Eritema em bochechas. Decorrem de alterações da deposição de melanina. Podem ser acrômicas, hipocrômicas ou hipercrômicas. Mancha acrômica em mãos (vitiligo). Elevações causadas por edema na derme ou hipoderme. Enquadra-se a lesão urticada ou do tipo urticária,que corresponde a formações sólidas, uniformes, de formato variável (arredondadas, ovalares, irregulares), em geral eritematosas, e quase sempre pruriginosas, resultando de um edema dérmico circunscrito. A afecção mais frequentemente responsável por este tipo de lesão urticária Essas alterações de cor podem ser pigmentares, vasculares, hemorrágicas ou por deposição pigmentar. Lesão urticada (urticária) PIGMENTARES VASCULARES HEMORRÁGICAS DEPOSIÇÃO PIGMENTAR MED RESUMOS 3. FORMAÇÕES SÓLIDAS Formações sólidas localizadas na hipoderme, mais perceptíveis na palpação do que na inspeção, diferentemente das pápulas e placas. De forma geral, os limites das lesões são imprecisos, podendo ter uma consistência firme, elástica ou mole. A. Nódulo em corte esquemático, mostrando lesão sólida em derme profunda. B. Nódulo eritematoso em região nasal. Lesões sólidas, salientes, que podem ter formas lobulares, filiformes ou em couve-flor, com consistência mole. Algumas dermatoses podem apresentar vegetações, como: verrugas, sífilis, condiloma acuminado, granuloma venéreo, neoplasias e dermatites medicamentosas. 4. COLEÇÕES LÍQUIDAS Diferenciadas pelo tamanho (<1 e 1 cm, respectivamente), são elevações que contém líquido claro em seu interior. Encontradas em situações muito comuns no cotidiano médico, como na varicela, no herpes, em queimaduras e no pênfigo foliáceo. Vesícula As formações sólidas abrangem pápulas, tubérculos, nódulos, nodosidades e gomas e vegetações. Diferenciam-se pelo conteúdo líquido que está presente, podendo ser classificadas como vesículas/ bolhas, pústulas, abscessos e hematomas. São vesículas de conteúdo purulento, aparecendo, por exemplo, na varicela, no herpes-zóster, nas queimaduras, nas piodermites, na acne pustulosa. Acne pustulosa São elevações superficiais da pele bem delimitadas. Podem ser puntiformes (<1 cm), recebendo o nome de pápulas, ou um pouco maiores (>1 cm), podendo coalescer, denominada então de placa. A cor da lesão é muito variada, podendo ser rósea, castanha ou arroxeada, a depender da dermatose (picada de inseto, verruga, erupções medicamentosas, acne, hanseníase e outras) Pápula PÁPULAS/PLACAS NÓDULOS VEGETAÇÃO VESÍCULAS/BOLHAS PÚSTULA MED RESUMOS ABCESSOS HEMATOMA Consistem também em coleções purulentas, de tamanho variável, localizando-se na derme e hipoderme .Exemplos: furunculose, hidradenite, blastomicose, abscesso tuberculoso Abcesso Formações líquidas resultantes do derramamento de sangue na pele ou nos tecidos adjacentes. LESÕES SECUNDÁRIAS 1. ALTERAÇÕES DE ESPESSURA QUERATOSE ESPESSAMENTO OU INFILTRAÇÃO LIQUENIFICAÇÃO 2. PERDAS E REPARAÇÕES TECIDUAIS ESCAMAS Traduz-se por aumento da consistência e da espessura da pele que se mantém depressível, menor evidência dos sulcos da pele, limites imprecisos. O exemplo mais típico é a hanseníase virchowiana Modificação circunscrita ou difusa da espessura da pele, que se torna mais consistente, dura e inelástica, em consequência de espessamento da camada córnea. O exemplo mais comum é o calo. Quando se localiza nas palmas das mãos e nas plantas dos pés chama-se, respectivamente, queratose palmar e plantar. Alterações de espessura Perdas e reparações teciduais 1. 2. Espessamento da pele com aumento dos sulcos, formando um quadriculado em rede. É encontrada nos eczemas liquenificados ou em qualquer área sujeita a coçaduras constantes. Infiltração da pele (hanseníase) Principais afecções que se manifestam por essa lesão: queratose senil, queratodermia palmoplantar, ictiose, Queratose (queratodermia palmar) Abrangem a queratose, o espessamento, a liquenificação, esclerose, edema e atrofias. São lesões decorrentes da eliminação ou destruição patológica da pele, ou por reparação dos tecidos cutâneos. São elas: escama, erosão, úlceras, fissuras, crostas e cicatrizes. Lâminas epidérmicas secas, que tendem a se desprender. Ao se desprender, podem apresentar um aspecto de farelo (furfuráceas) ou em tiras (laminares ou foliáceas). Corte esquemático de escama, mostrando desprendimento de lâminas corticais. MED RESUMOS EROSÃO ÚLCERA FISSURAS CROSTA CICATRIZ Eliminação da epiderme, podendo ser traumática (escoriação) ou não traumática (pós-ruptura de vesículas, bolhas e pústulas, por exemplo). Perda das estruturas da pele, que atinge pelo menos a derme (o que a diferencia da erosão). Úlceras em maléolo medial Perda da continuidade da pele de forma linear (superficial ou profunda), que não é causada por instrumento cortante. Fissuras no pé Aspecto secundário ao ressecamento de secreções existentes em uma pele previamente lesada; estão presentes muitas vezes na fase final da cicatrização de lesões como impetigo. Crostas (pênfigo foliáceo) Crosta melicérica (carcinoma de Bowen) Proliferação de tecido fibroso como reposição ao tecido destruído. Podem ser róseo-claras, avermelhadas ou com um pigmento mais escuro do que a pele ao redor. As cicatrizes podem ser deprimidas ou exuberantes (como a cicatriz hipertrófica e o queloide). Queloide no ombro MED RESUMOS TIPO DE IMPLANTAÇÃO DISTRIBUIÇÃO Compreendem cabelo, pelos e unhas. Exame dos FânerosExame dos FânerosExame dos Fâneros Nas mulheres, a implantação do cabelo é mais baixa, diferente dos homens, nos quais existem as “entradas” laterais. Alterações hormonais em ambos os sexos podem determinar mudanças nesse tipo de implantação. No geral, é uniforme; por isso, quando existem regiões sem pelos, chamamos de alopecia, que pode ser causada por diversos fatores. A calvície é uma alteração comum, de componente genético, que pode ser parcial ou total. Alopecia QUANTIDADE Varia de um indivíduo para outro, porém, de forma geral, à medida que ocorre o envelhecimento, a quantidade de cabelo se torna mais escassa. COLORAÇÃO Varia com a etnia, porém alterações na cor podem decorrer de mudanças artificiais ou patológicas CABELO Para análise do cabelo, devem ser levados em consideração o tipo de implantação, a distribuição, a quantidade presente, a coloração e outras características (como espessura e consistência). PELOS Hipertricose: consiste no aumento exagerado de pelos terminais, sexuais e bissexuais ou não sexuais, em relação ao indivíduo. Pode ser congênita ou adquirida, difusa ou localizada Hirsutismo: é o aumento exagerado de pelos sexuais masculinos na mulher. Pode ser constitucional, idiopático ou androgênico. Localizam-se nos folículos pilossebáceos e até a puberdade, têm a característica de ser fino, escasso e de cor castanho-claro. Após a puberdade, tornam-se mais grossos, abundantes e de coloração mais escura. Nos homens, há formação da barba, pelos no tronco e distribuição dos pelos pubianos em forma de losango. Já nas mulheres, não há barba, nem pelos no tronco; os pelos pubianos se distribuem em forma triangular. Os principais achados clínicos são: UNHAS Onicólise: unhas parcialmente descoladas do leito ungueal; Unhas distróficas: espessadas, rugosas, de formato irregular. Ocorre principalmente em pacientes que sofrem traumatismos constantes na unha e aqueles com onimicose. Deve-se analisar as seguintes características das unhas: forma, tipo de implantação, espessura, superfície, consistência, brilho e coloração. As unhas normais têm curvatura lateral nítida, com superfície lisa, brilhante, com cor róseo-avermelhada, além de apresentar espessura e consistência firmes. Algumas alterações são importantes de serem destacadas: MED RESUMOS Paroníquia: processo inflamatório de origem micótica que rodeia as unhas. Unhas em “vidro de relógio”: implantação da unha forma ângulo maior que o habitual, tornando-se convexa em todos os sentidos. Pode estar presente em pessoas hígidas da raça negra, porém podem ter outras causas, como cardiopatias congênitas. MED RESUMOS
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