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Miguel Vicente Datchuplam | UNIVERSIDADE LUSÓFONA DA GUINÉ 7 Introdução A Guiné-Bissau inseriu-se no mundo de cooperação Internacional com os outros Estados desde o período pós independência, afim de procurar com vista ao seu progresso político, económico, cultural, social e entre outros. Aliás, desde os primórdios da independência, a Guiné-Bissau, é representada pelo PAIGC, já mantinha relações importantes com países como a China, ainda no âmbito da luta armada pela independência nacional, o país contou com apoios financeiros e militares da Republica Popular da China segundo (MBUNDE, 2018). O presente artigo cientifico visa investigar e compreender a cooperação internacional como um motor fomentador do desenvolvimento, um estudo referente a Guiné-Bissau. Esse estudo é muito relevante, a Guiné- Bissau sendo um pais pobre, necessita de ajuda dos outros Estados para poder avançar-se. Como sabemos que o pais vive de muitas tensões políticas, facto que atrasa o seu desenvolvimento. Miguel Vicente Datchuplam | UNIVERSIDADE LUSÓFONA DA GUINÉ 8 Cooperação Internacional: Conceito e evolução histórica O tema da cooperação internacional é caracterizado por ser “plural, descentralizado, histórico e contingente” (AYLLON, 2006). Ou seja, um grande número de conceitos e perspetivas teóricas definem a cooperação internacional. Portanto, para análise das mudanças da cooperação internacional para o desenvolvimento, faz-se necessário, inicialmente, apresentar, alguns conceitos, o surgimento e as transformações dos agentes que integram o sistema da cooperação internacional ao longo da história. ``A cooperação não é da contemporaneidade, sobreviveu há muitos séculos´´, segundo Pinhel (2011, p 9), depois das guerras os países mais avançados têm ajudado os países menos desenvolvidos, estes países cooperaram-se em diversos domínios, face ao desenvolvimento. Ramiro Ladeiro Monteiro sintetiza o atrás exposto ao enunciar que a ``Cooperação é um conceito novo no quadro das relações internacionais, podendo ser descrita como a transferência de recursos de um pais para outro a fim de promover o desenvolvimento do pais recetor.´´ Baseando nestas ideias podemos dizer que a cooperação internacional surgiu desde que os Estados começaram a manter os laços de amizade, neste ponto não podemos falar de Relações Internacionais sem falar de cooperação, que é uma das ferramentas para com os outros Estados. Através dessa ideia, a cooperação internacional começou a fortalecer-se a partir da segunda metade do século XX como uma ferramenta de relacionamento entre os atores que compõem a sociedade internacional. As ações de cooperação têm lugar em vários domínios: na economia, pela oferta de tecnologia e pela concessão de crédito externo e de incentivos ao investimento; na cultura, através de intercâmbios diversos; na educação, desde o ensino básico até à formação de quadros, quer através da deslocação de professores, quer através do acolhimento de estudantes noutros países; por vezes, na assistência humanitária e na saúde, pelo fornecimento de géneros, equipamento hospitalar e fármacos, e pelo envio de técnicos de saúde; na vertente militar, pela participação na formação e organização das tropas; na vertente política, Miguel Vicente Datchuplam | UNIVERSIDADE LUSÓFONA DA GUINÉ 9 pela concessão de direitos políticos, sociais e económicos especiais aos cidadãos dos países cooperantes, e pelo auxílio prestado em negociações de paz (quando há situações de guerra civil), na fiscalização de processos eleitorais, etc. Sob o ponto de vista guineense, a cooperação internacional tem muita relevância, por que permite a Guiné-Bissau fortificar o relacionamento com outros Estados e organismos internacionais, contribui para o desenvolvimento do pais, como por exemplo, a cooperação cubana na Guiné-Bissau que, desde o período da luta e até agora, tem estado a contribuir para o progresso da nossa pátria, em especial a saúde e a cooperação militar. No entanto vale a pena ressaltar que a Guiné-Bissau sendo um Estado soberano, não escapou desta cooperação, assim sendo, o presente governo está a lutar para que essa política melhore, no que diz respeito a retoma de cooperação com alguns Estados, que há vários anos, ou seja, depois da independência esses estados encerraram a cooperação, não podemos falar do desenvolvimento da Guiné-Bissau sem deixar de falar da cooperação Internacional. Porém, a cooperação continua a representar uma das nossas melhores esperanças para resolvermos os complexos desafios da humanidade relacionados com o desenvolvimento da Guiné-Bissau. O papel da Cooperação Internacional A cooperação Internacional é uma das principais ferramentas da política externa guineense. A Cooperação Internacional desempenhou e desempenha um papel relevante no desenvolvimento do país. Apesar das vicissitudes políticas e económicas que o país enfrenta, a Guiné-Bissau obteve maior apoio da Comunidade Internacional e dos seus parceiros, em prol do seu desenvolvimento. Por consequência, a cooperação internacional é considerada ato de mútua ajuda entre dois ou mais Estados (países) cuja a finalidade é um objetivo em comum. Este pode ser das mais diversas espécies: político, cultural, estratégico, humanitário, económico. Miguel Vicente Datchuplam | UNIVERSIDADE LUSÓFONA DA GUINÉ 10 Segundo Embaixador Apolinário Mendes de Carvalho, ‘’A cooperação internacional resulta da conjugação de vontades políticas, subjacentes aos objetivos dos Estados em matéria de relacionamento externo. Ela é um instrumento de realização da Política Externa.’’ A Guiné-Bissau como um dos país do terceiro mundo não pode ficar isolado e sem manter a cooperação com os países mais avançados, através desta ordem de ideia que, a cooperação internacional para o desenvolvimento tem um lugar vital na nossa sociedade. O mundo precisa de novas formas de cooperação. Em muitas áreas, os sistemas de governação regional e internacional ultrapassaram o bilateralismo. Os países devem aprofundar as parcerias existentes e esforçar-se por criar parcerias novas. Mendes de Carvalho sintetiza o seguinte: Ao nível da cooperação internacional isso faz-se sentir, na alteração da geografia de parceiros, no crescimento da cooperação sul-sul, na importância crescente da dimensão regional, no peso crescente das potências emergentes no ordenamento económico, na monitorização dos processos pelo FMI, CAD/OCDE e pela OMC. Igualmente a qualidade de governação e o nível de estabilidade interna provocaram alterações no leque de principais parceiros de cooperação para o desenvolvimento da Guiné-Bissau. A saída da Holanda e da Suécia, sobretudo, afetaram grandemente a quantidade de ajuda externa recebida pela Guiné-Bissau.(2007, p. 7) Mas para terem êxito na melhoria dos resultados do desenvolvimento a Guiné-Bissau deve estar motivado por algo mais que o interesse próprio. Como referiu em Maio o secretário-geral da ONU, António Guterres, na 37ª Sessão da Comissão Económica da ONU para a América Latina e Caraíbas, um dos melhores modos para fazer isso consiste em redefinir os parâmetros do próprio desenvolvimento. A Política Externa no processo de Desenvolvimento Miguel Vicente Datchuplam | UNIVERSIDADE LUSÓFONA DA GUINÉ 11 Os estudos da Política Externa constituem uma parcela considerável da produção em Relações Internacionais em todo o mundo e particularmente na Guiné-Bissau. De acordo com Ferreira, (2001, p. 9) ‘’Não podemos analisar esse processo de uma forma isolado, como amplamente estudado dentro das relações internacionais, o Sistema Internacional é composto por diferentes atores que interagem entre si, nesse sistema ou sociedade, a depender da abordagem teórica considera-se que o principal ator é o Estado, uma entidade que atua na busca de diferentes objetivos dentro do ambiente externo.’’ Para um bom funcionamento da Política externa é necessário primeiramente que a Política interna estejanum bom caminho, por que quando interna for má significa que a Externa não passa também nesse sentido, por outro lado o aumento da importância das Forças Armadas como instrumento da política Externa, principalmente através da participação em missões no exterior. No caso africano, pelo fato de a política interna dos Estados não é eficaz, isso causa uma política externa ineficaz. A Guiné-Bissau dentro do continente africano não escapou a regra. Através destas analises dá para entender que há uma ligação entre a política interna e a Externa. A Política Externa é uma política pública , visto que é gerada por governo de um Estado, com o objetivo de direcionar suas ações políticas no exterior. A política externa pode ser expressada em duas vertentes: Bilateral- trata-se da relação de um pais com o outro pais específico; Multilateral- como o próprio nome diz, muitos, participação do país em organizações e fóruns internacionais. De acordo com o Reino (1997), ex-embaixador de Portugal na ONU e em Madrid: ‘‘A Política Externa corresponde aos objetivos e princípios que o Estado Miguel Vicente Datchuplam | UNIVERSIDADE LUSÓFONA DA GUINÉ 12 quer seguir face á comunidade Internacional. Uma das características importantes da Política Externa que a distingue das demais políticas, é ter como campo de ação um espaço que escapa em grande parte ao seu controlo. A política Externa assume hoje uma importância extremamente relevante, derivada das rápidas e constantes transformações que se verificam ao nível de Relações Internacionais’’. A principal finalidade da cooperação ao desenvolvimento deve ser a erradicação da pobreza e da exclusão social e o incremento permanente dos níveis de desenvolvimento político, social, económico e cultural. De ponto de vista política, a Guiné-Bissau apresenta muita fragilidade, facto pelo qual o desenvolvimento está sendo tardio a chegar, sucessivos golpes de Estado, como atrás foi mencionado que, para um bom funcionamento da Política Externa é preciso que a interna esteja num bom caminho . Cooperação Sul-Sul A cooperação Sul-Sul (CSS) é uma estrutura de colaboração entre os países do Sul nos domínios político, económico, social, cultural, ambiental e técnico. De acordo com (Lechini, 2009) "A Cooperação Sul-Sul pode ser definida como a associação cooperativa de países do chamado “Sul Global”, visando o desenvolvimento e obtenção de maior espaço político no sistema internacional e maior autonomia em relação ao “Norte Global” A CSS, é um conceito bastante complexo segundo a Unidade Especial de Cooperação Sul-Sul do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), é essencialmente um processo pelo qual dois ou mais países trabalham em conjunto para alcançar o desenvolvimento de capacidades por meio de intercâmbios de conhecimentos, habilidades, recursos e tecnologias (UNDP, 2004). Um Relatório da CSS na Ibero-América 2011 afirma que: "A CSS é desde a sua origem uma modalidade que promove a integração, vista não só a partir de um Miguel Vicente Datchuplam | UNIVERSIDADE LUSÓFONA DA GUINÉ 13 enquadramento institucional, mas sim a partir da possibilidade de estreitar laços e definir parceiros a partir de interesses comuns. (pag. 16, 2011)" No referido documento registaram-se alguns dos princípios básicos da Cooperação Técnica, entre eles o benefício mútuo e a geração da auto- suficiência nacional e coletiva. Fez-se também alusão ao impacto que tem a política e o comportamento dos países mais desenvolvidos no progresso das nações menos desenvolvidas. Os países do Sul têm muito a contribuir não só entre si, mas também para os países do Norte. Objetivos da Cooperação Sul-Sul Os principais objetivos da CSS, segundo o Plano de Ação de Buenos Aires para Promover e Realizar a Cooperação Técnica entre os Países em Desenvolvimento aprovado pela Assembleia Geral em 1978 (resolução 33/134 ), são: Fomentar a autossuficiência dos países em desenvolvimento aumentando a capacidade criativa para encontrar soluções aos seus problemas de desenvolvimento, segundo suas próprias aspirações, valores e necessidades específicas; Promover e fortalecer a autossuficiência coletiva entre os países em desenvolvimento através do intercâmbio de experiências; da partilha, compartilhamento e uso de seus recursos técnicos e outros recursos; e do desenvolvimento de suas capacidades complementares; Fortalecer a capacidade dos países em desenvolvimento para identificar e analisar conjuntamente suas principais questões de desenvolvimento e formular as estratégias necessárias para resolvê-los; Aumentar a quantidade e melhorar a qualidade da cooperação internacional em matéria de desenvolvimento através da reunião das capacidades para melhorar a eficácia dos recursos alocados Miguel Vicente Datchuplam | UNIVERSIDADE LUSÓFONA DA GUINÉ 14 para a cooperação; Criar e fortalecer as capacidades tecnológicas existentes nos países em desenvolvimento para melhorar a eficácia com a qual estas capacidades são utilizadas para fortalecer a capacidade dos países em desenvolvimento para absorver e adaptar a tecnologia e habilidades para endereçar suas necessidades específicas de desenvolvimento; Aumentar e melhorar as comunicações entre os países em desenvolvimento para alcançar uma melhor compreensão dos problemas comuns e um melhor acesso aos conhecimentos e experiências existentes, assim como para criar novos conhecimentos relativos às soluções dos problemas de desenvolvimento; Reconhecer e responder aos problemas e requisitos dos países menos desenvolvidos, dos países em desenvolvimento sem litoral, dos pequenos Estados insulares em desenvolvimento e dos países mais afetados, como por exemplo, pelos desastres naturais e outras crises, e; Permitir aos países em desenvolvimento alcançar um maior grau de participação nas atividades económicas internacionais e ampliar a cooperação internacional em matéria de desenvolvimento. Brasil e Guiné-Bissau: um exemplo de cooperação Sul-Sul A Cooperação Sul-Sul (CSS) adota, com frequência, um discurso fortemente centrado no desenvolvimento e que mantém à distância o tema da segurança. No entanto, cada vez mais os provedores de CSS implementam iniciativas de cooperação em países afetados por conflitos ou instabilidade política recorrente. A relevância desses esforços para a construção da paz (e, mais amplamente, na sustentação da paz) não deve ser ignorada. Miguel Vicente Datchuplam | UNIVERSIDADE LUSÓFONA DA GUINÉ 15 De acordo com o Ministério de Relações Exteriores , o acordo de cooperação técnica entre os dois governos foi assinado em 18 de maio de 1978, com o objetivo de favorecer a abertura de novas oportunidades para a cooperação bilateral em temas definidos como prioritários pelos governos de dois países. O Brasil participa, desde os anos de 1960, em programas de cooperação para o desenvolvimento em outros países de renda média e em países de renda baixa, a partir dos anos 2000 seu papel se fortaleceu do ponto de vista quantitativo e qualitativo (MILANI; SUYAMA e LOPES, 2013). A relação dos dois Estados possui um longo histórico de parcerias bilaterais e multilaterais. Para a autora o Brasil foi o primeiro Estado fora do bloco socialista a reconhecer a independência da Guiné-Bissau, em 1974. No mesmo ano foi inaugurada a embaixada de Bissau em Brasília.(Thais Cordeiro, Pag.2). A relação bilateral entre a Guiné-Bissau e o Brasil é marcada pela cooperação técnica em áreas como saúde, agricultura, educação, formação profissional e fortalecimento das instituições do Estado. A cooperação prestado pelo Brasil ao pais africano ocorre tanto bilateralmente quanto multilateralmente por meio da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa. As relações de Cooperação entre Portugal e a Guiné-Bissau Em Janeiro de 1976 o Decreto nº 75/76, de 27 de Janeiro aprova o Acordo Geral de Cooperação e Amizade celebrado entre a República da Guiné-Bissaue Portugal, assinado em 11 de Julho de 1975. No Artigo 1º é reconhecida a existência de especiais laços de amizade e de solidariedade entre os respetivos povos, pelo que declaram que seguirão uma política comum de cooperação. (Decreto nº 75/76, pag.1, 1976). Considerando que as relações entre a República Portuguesa e a Miguel Vicente Datchuplam | UNIVERSIDADE LUSÓFONA DA GUINÉ 16 República da Guiné-Bissau se alicerçam em importantes afinidades históricas e culturais, partilhando uma língua e matriz jurídica comuns, que têm evoluído de forma dinâmica ao longo dos anos de acordo com as estratégias, objetivos e prioridades de desenvolvimento de ambos os países (Programa Estratégico de Cooperação Portugal – Guiné-Bissau 2021-2025, p. 2) Portugal definiu a estratégia de cooperação com a Guiné-Bissau através da articulação das suas competências e das mais-valias existentes, com as prioridades definidas pelas autoridades guineenses, no sentido de contribuir para a redução da pobreza, nomeadamente através do Documento de Estratégia Nacional de Redução da Pobreza (DENARP), e para o seu desenvolvimento económico e social, sendo a estratégia corporizada através da execução de Planos Anuais de Cooperação (PAC), enquadrados por um Programa Indicativo de Cooperação. (Programa Indicativo de Cooperação Portugal-Guiné-Bissau 2008- 2010, pag. 26) Os sectores estratégicos da cooperação com a Guiné-Bissau foram definidos partindo de uma combinação das prioridades estabelecidas pelo governo guineense para o desenvolvimento do país, com os objetivos e as capacidades financeiras e humanas de resposta por parte da Cooperação Portuguesa, e as mais-valias existentes em áreas específicas. Assim, por um lado, a qualidade e eficácia do apoio prestado requer um bom enquadramento político, suportado por adequadas políticas de desenvolvimento da Guiné-Bissau, pelo que as áreas de intervenção serão selecionadas em coerência com o quadro de desenvolvimento nacional e as respetivas prioridades, nomeadamente com o DENARP (Idem. pag. 37). Cooperação Chinesa na Guiné-Bissau A Republica Popular da China, é um parceiro do desenvolvimento, visto que contribui para o progresso da Guiné-Bissau, a China tem sido um grande aliado na recuperação de muitos edifícios no país, destruídas durante a Guerra, a relação entre estes dois países tem muita relevância. Miguel Vicente Datchuplam | UNIVERSIDADE LUSÓFONA DA GUINÉ 17 Segundo o Embaixador da República da Guiné-Bissau na República Popular da China, Sr. Malam Sambu: A República Popular da China e a Guiné-Bissau estabeleceram as relações Diplomáticas em 15 de Março de 1974. Em 26 de Maio de 1990, a Guiné-Bissau anunciou o estabelecimento das chamadas ``Relações Diplomáticas com Taiwan e em 31 de de Maio do mesmo ano a China pronunciou o cessamento das Relações Diplomáticas com a Guiné-Bissau. Em 23 de Abril de 1998, a China e a Guiné-Bissau restabeleceram as Relações Diplomáticas. Depois do reestabelecimento da relação, a República popular de China ajudou a Guiné-Bissau a construir e a concluir muitos projetos, como: A construção do Estádio Nacional Hospital Estação da tecnologia Cereal Hospital de Canchungo Edifício da Assembleia Nacional Popular As residências de Ex-combatentes, etc... Este país parceiro, não só relaciona com a construção de edifícios, mas também tem atuando em diversas áreas, como, a pesca, a saúde, educação... A china ajuda na formação dos quadros guineenses. A China atribui anualmente bolsas de estudo para licenciatura de estudantes guineenses em diversas áreas. O Governo da China ofereceu recentemente à Guiné-Bissau um conjunto de materiais destinados a impulsionar a produção de arroz no país africano. O donativo está avaliado em US$1,25 milhões. (Gomes, p. 10) Programas de outros parceiros de cooperação Considerando os eixos prioritários do Documento de Estratégia Nacional Miguel Vicente Datchuplam | UNIVERSIDADE LUSÓFONA DA GUINÉ 18 de Redução da Pobreza (DENARP), os principais parceiros de cooperação na Guiné-Bissau têm concentrado, nos últimos anos, a sua atuação segundo o Programa indicativo de Cooperação, pag. 28, essas áreas são seguintes: BAD – reabilitação de infra-estruturas sociais, governação económica, desenvolvimento rural, segurança alimentar, apoio ao sector privado. Banco Mundial – reabilitação de infra-estruturas. Brasil – educação, reforma do sector de segurança e defesa, apoio ao sector privado. CEDEAO – reforma do sector de segurança e defesa, reforma administrativa, governação política e justiça. Cuba – educação, saúde, agricultura, apoio a infra-estruturas. FMI – apoio à governação económica e ao sector privado. FNUAP – género, educação e saúde. França – saúde, apoio à governação económica. OMS – saúde, apoio a infra-estruturas. PAM – educação, saúde, segurança alimentar. PNUD – educação, saúde, género, governação económica, reforma do sector segurança e defesa, reforma administrativa, governação política e justiça, apoio sector privado e à governação económica. UE – reabilitação de infra-estruturas sociais, educação, saúde, governação económica, reforma do sector de segurança e defesa, reforma administrativa, governação política e justiça, apoio ao sector privado e à governação económica. UEMOA – reabilitação infra-estruturas sociais, educação, saúde, género, apoio à agricultura, governação económica, governação política e justiça, apoio sector privado e à governação económica. UNICEF – educação, saúde, saneamento, justiça. Miguel Vicente Datchuplam | UNIVERSIDADE LUSÓFONA DA GUINÉ 19 UNODC – plano de combate ao narcotráfico na Guiné-Bissau. UNOGBIS – reforma do sector de segurança e defesa, governação política e justiça. Miguel Vicente Datchuplam | UNIVERSIDADE LUSÓFONA DA GUINÉ 20 Considerações Finais A partir do exposto pode-se concluir que a cooperação internacional é um vasto campo nas Relações Internacionais para com os Estados. Ao longo da discussão entendemos que essa cooperação visa atender os Estados, como é caso da Guiné-Bissau, portanto, com a ajuda externa dos parceiros internacionais que o país recebe isso faz o país progredir. A cooperação significa envolver as populações na definição, planificação e criação do seu próprio futuro, capacitando as pessoas e comunidades para intervirem e liderarem o seu próprio processo de desenvolvimento. A cooperação internacional a cada dia, torna-se a principal ferramenta do desenvolvimento. Percebemos que, a Cooperação Internacional tem um papel muito relevante na construção de um mundo melhor, no desenvolvimento e na construção da Paz, a Guiné-Bissau é um país que precisa dessa ajuda externa dos outros países, visto que é um país fraco em diversas áreas. Deste modo, aprendemos que, para termos uma boa política externa, primeiramente devemos fazer com que a interna seja melhor, por que é a interna que atrai a externa. Através das analises feitas ao longo da discussão o dá para entender que há uma ligação entre a política interna e a Externa. A CSS traz um benefício à Guiné-Bissau, essa cooperação, especialmente, delimita-se como novo objeto de estudo no campo das Relações Internacionais.(Marina, pag. 15). Portanto, temos alguns exemplos dessa cooperação, que estão a dar um contributo para o nosso Estado. A cooperação brasileira e a chinesa, que estão participando significativamente para a construção da Paz, do desenvolvimento e na formação educacional da nossa população, vale a pena ressaltar que os nossos governantes devem estar de mãos dadas e lutar para uma melhoria da CSS. A República portuguesa é um parceiro da Guiné-Bissau ao longo de Miguel Vicente Datchuplam | UNIVERSIDADE LUSÓFONA DA GUINÉ 21 muitos anos e até hoje estão a se cooperar, de um lado para outro essa cooperação deve ser ser gerida para que ambos os Países tenham ganho. Deste modo, a Guiné-Bissau não deve ficar de braços cruzados, esperando tudo venha do seu parceirode desenvolvimento, como sabemos que, nenhum Estado pode viver sozinho, assim sendo, a cooperação precisa da mútua colaboração do outro Estado. Estas cooperações devem respeitar princípios como o respeito aos direitos humanos e buscar o desenvolvimento, a construção e a paz destes países que cooperam. Miguel Vicente Datchuplam | UNIVERSIDADE LUSÓFONA DA GUINÉ 22 Referências AYLLON, Bruno. La cooperación internacional para el desarrol: fundamentos y justificaciones en la perspectiva de la teoria de las relaciones internacionales. Carta internacional¸são paulo V.2, n2, P. 32-47, out. 2007. CAIXEITA, Marina Bolfarine: A Cooperação Sul-Sul: Novos referenciais teóricos nas Relações Internacionais como contribuição das epistemologias do Sul. Porto Alegre, 2015, pag.15 CARVALHO, Apolinário Mendes de. A cooperação internacional e a politica externa guineense, Bissau, pag. 8, out. de 2007. Cooperação internacional- disponivel em: https://www.infopedia./$cooperacao-internacional- acesso em 5 de março de 2021. Cooperação Internacional para o Desenvolvimento do norte e no Sul: que lições e desafios para o Brasil? Disponível em: http://library.fes.de/pdffiles/bueros/brasilien/10532-20140207.pdf acesso em: 30/10/2021. CORDEIRO, Thais. 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