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TÉCNICAS DE GENÉTICA MOLECULAR RESUMO – BIOLOGIA MOLECULAR SNUTAD E SIMMONS – FUNDAMENTOS DE GENÉTICA 6. ED. CAPÍTULO 14 – pag. 267 a 377 Amanda Beatriz Adriano da Silva1 Devido à complexidade do genoma haploide de mamíferos, grande parte das técnicas utilizadas para análise de genes e de outras sequências de DNA precisam que a sequência esteja disponível em quantidade significativa na sua forma pura ou quase pura. Dessa forma, com o desenvolvimento de novas tecnologias de DNA recombinante e de clonagem gênica, os geneticistas moleculares ampliaram os métodos que possibilitam que genes ou outros segmentos de grandes cromossomos possam ser isolados, replicados e estudados por técnicas de sequenciamento de ácidos nucleicos, microscopia eletrônica e técnicas analíticas. Destacam-se dois métodos de amplificação dos genes ou de outras sequencias de DNA, nas quais, utilização de amplificação da sequência in vivo e outra em in vitro. Na primeira metodologia, tem-se a produção de um minicromossomo (possui o gene de interesse) em um tubo de ensaio e, em seguida, é colocado em uma célula hospedeira, tal procedimento possui duas etapas: a incorporação do gene de interesse em um pequeno cromossomo autorreplicante e a amplificação do minicromossomo recombinante por sua replicação em célula hospedeira apropriada. Já na segunda metodologia, são sintetizados filamentos curtos de DNA complementares às sequências de DNA de cada lado do gene de interesse e são utilizados para iniciar sua amplificação in vitro por uma DNA polimerase especial denominada de termoestável (reação em cadeia da polimerase PCR). Nesse sentido, tem-se as endonucleases de restrição que realizam cortes internos nas moléculas de DNA que são sítio-específicas, e suas enzimas de restrição tipo II só clivam as moléculas de DNA em sequências nucleotídicas específicas reconhecidas como sítios de restrição. Sua função biológica é de proteção do material genético das bactérias contra possíveis invasões por DNA estranhos como moléculas de DNA de espécies 1 Discente do Curso de Biomedicina, Universidade do Estado do Pará, Campus VIII, Marabá/PA. diferentes ou DNA viral, por isso, podem ser chamadas de sistema imune dos procariotos, dessa forma, todos os sítios de clivagem são protegidos por elas, caso ela não esteja presente o DNA pode sofrer degradação. Ressalta-se, que geralmente as endonucleases de restrição reconhecem sequências de DNA que são palíndromos (pares de nucleotídeos que podem ser lidas indiferentemente da esquerda para a direita e vice-versa a partir de um eixo central de simetria), elas ainda podem realizar cortes em bisel, clivar dois filamentos de uma dupla hélice em diferentes pontos. Os fragmentos de DNA produzidos, apresentam terminações unifilamentares complementares, se unem por ligações de hidrogênio e podem ser reunidos em situações apropriadas de renaturação através da enzima DNA ligase, possibilitando a reconstrução das ligações fosfodiéster faltantes em cada um dos filamentos, ou seja, as moléculas de DNA podem ser cortadas em pedações denominados como fragmentos de restrição e podem se unir pela DNA ligase. Então, uma molécula de DNA que apresente fragmentos de DNA de duas origens diferentes é chamada de DNA recombinante, para que ocorra a reconstrução das moléculas de DNA recombinante é necessária a amplificação dessas moléculas, ou seja, deve-se produzir várias cópias ou clones delas mesmas, isso acontece com a garantia de que um dos DNA parentais incorporados nessa molécula de DNA recombinando possua a capacidade de autorreplicação (vetor de clonagem). O vetor de clonagem apresenta três principais componentes, o primeiro é uma origem de replicação, segundo é um gene marcador selecionável dominante e terceiro deve apresentar pelo menos um sítio de clivagem único para endonuclease de restrição (não interfere nem na origem de replicação e nem no gene marcador selecionável). São denominados polylinker ou sítio de clonagem múltipla os vetores de clonagem modernos que apresentam um grupo de sítios de restrição específicos. Existem vetores de clonagem que são versões modificadas de plasmidios, apresenta um fator limitante que é a aceitação de insertos relativamente pequenos de DNA estranho. Existe a amplificação in vitro de genes de outras sequências de DNA que é realizada pela reação em cadeia de polimerase (PCR), onde a mesma abrange oligonucleotídios sintéticos complementares a sequências conhecidas que flanqueiam a sequência de interesse para amplificação enzimática principal do segmento interposto de DNA no tubo de ensaio. Esse método apresenta três etapas, a primeira tem-se o DNA genômico que apresenta a sequência a ser amplificada e é desnaturado por aquecimento à temperatura de 92°C por aproximadamente 15 segundos, em seguida, o DNA desnaturado é anelado na presença de excesso dos iniciadores oligonucleotídicos sintéticos através de incubação de ambos em 50°C a 60°C por 30 segundos (a temperatura ideal de anelamento depende da composição de bases do iniciador). Por fim, na terceira etapa, a DNA polimerase é usada para replicar o segmento de DNA entre os sítios complementares aos iniciadores oligonucleotídicos (DNA genômico desnaturado apresenta função de molde). Dessa forma, as tecnologias de PCR possibilitam a obtenção de dados estruturais definitivos sobre genes e/ou sequências de DNA quando sua quantidade de DNA for muito pequena, o método também é muito utilizado em diagnostico de doenças humanas hereditárias (importante na utilização do DNA fetal que é pequeno), em casos forenses para identificação de indivíduos através de DNA isolado de amostras pequenas de tecido. Ou seja, graças a PCR é possível a identificação de sequências muito pequenas, como no caso de gotas de sangue, sêmen e fios de cabelo por exemplo, por isso, o método apresenta grande importância em casos jurídicos e para diagnósticos de diversas doenças humanas.
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