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Apelação Fiança -Atividade 09

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 5ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE SÃO LEOPOLDO/RS.
PROCESSO n. 5003194-31.2019.8.21.0033
PEDRO, nacionalidade xxx, casado xxx, desempregado, inscrito no CPF n. xxx e RG n. xxx, residente e domiciliado na Rua X, número X, Bairro X, cidade X, endereço eletrônico X , e MARIANA, nacionalidade xxx, casada xxx, desepregada , inscrita no CPF n. xxx e RG n. xxx, residente e domiciliada na Rua X, número X, Bairro X, cidade X, endereço eletrônico X, por seu procurador signatário, com endereço profissional na Rua, número, Bairro, Cidade, endereço eletrônico, onde recebe intimações, não se conformando com a respeitável sentença de fls.XX, proferida no autos da Ação de Cobrança
n. 5003194-31.2019.8.21.0033, vêm, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, interpor
APELAÇÃO, com fundamento no artigo no artigo 1.009, do Código de Processo Civil, em face de
LUIGI, nacionalidade xxx, estado civil xxx, profissão, inscrito no CPF n. xxx e RG n. xxx, residente e domiciliado na Rua X, número X, Bairro X, cidade X, endereço eletrônico X, pelas razões de fato e de direito, anexas.
FACE AO EXPOSTO, REQUER se digne Vossa Excelência receber o presente recurso e intimar o Apelado para, querendo, apresentar contrarrazões, no prazo legal, com a posterior remessa dos autos ao Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul.
Espera Deferimento.
Porto Alegre, 26 de março de 2021.
P.p.
ADVOGADO, OAB/XX
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
APELANTES: PEDRO E MARIANA
APELADO: LUIGI 
PROCESSO DE ORIGEM Nº 5003194-31.2019.8.21.0033
VARA DE ORIGEM: 5ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE SÃO LEOPOLDO
RAZÕES DE APELAÇÃO
I- DOS FATOS
1. Trata-se de Ação de Cobrança ajuízada pelo apelado contra os apelantes, visando a cobrança dos alugueres e encargos vencidos na totalidade de R$100.000,00, porquanto o apelante Pedro assinou contrato de fiança.
2. No ano xxxx, o apelante, após pedido de seu irmão Fabrício, assinou contrato de fiança, visto que o seu irmão locou um imóvel do apelado.
3. Entretanto, o apelante é casado em comunhão universal de bens com a apelante e no referido contrato de fiança não houve a outorga uxória.
4. Após a citação, os apelantes apresentaram defesa onde postularam, além da improcedência, pelo deferimento do beneficio da Assistência Judiciária Gratuita.
5. Decisão de fl. Xxx defere o benefício da Assistência Judiciária Gratuita aos apelantes. 
6. Sobrevém sentença em fl. Xxx, onde o juízo julgou procedente o pedido do apelado, sob o fundamento de que os apelantes são solidariamente responsáveis pelos débitos deixados pelo irmão do apelado. Os apelantes foram condenados no pagamento da totalidade da dívida, R$100.000,00, corrigido monetariamente, juros de mora e multa de 10% a contar dos vencimentos e honorários advocatícios da parte contrária em 10%. 
7. Importante ressaltar, novamente, que os apelados são casados em comunhão universal de bens. É sabido que o regime de bens é o conjuto de regras que visa disciplinar as relações patrimoniais entre o marido e a mulher, relativos à propriedade, disponibilidade, administração e gozo de seu bens. 
8. Ante o regime de bens dos apelantes, o apelado não desincumbiu no ônus que lhe incumbia, conforme o artigo 373, I, do CPC.
II- DO DIREITO
1. Conforme mencionado acima, os apelantes são casados no regime universal de comunhão de bens, não havendo nenhuma prova juntadas aos autos pelo apelado que demonstre que houve a autorizão expressa da apelante ou que esta tenha sido fiadora em conjunto, indo contra o disposto no artigo 373, I, do CPC.
2. Ao realizar um contrato de fiança, se a pessoa for casada, é importante saber que a fiança não terá validade se o cônjuge não concordar com ela. A exceção é apenas para os regimes de “separação absoluta”, onde não ha necessidade da outorga uxória, conforme o disposto no artigo 1.647, III, do CPC. 
3. A Quinta Turma do STJ decidiu, por unânimidade, o seguinte: “ A fiança, cuja validade depende de outorga uxória, quando prestada por pessoa casada em comunhão de bens, não se confunde com a fiança conjunta. Esta se qualifica quando ambos se colocam como fiadores”. (Resp 1.0387.74)
4. Esse é o entedimento pacífico do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, conforme decisões abaixo colacionadas:
RECURSO INOMINADO. AÇÃO DE COBRANÇA. LOCAÇÃO. ALEGAÇÃO DE NULIDADE DA FIANÇA POR AUSÊNCIA DE OUTORGA UXÓRIA. FIADOR QUE NÃO PODE SE BENEFICIAR DE SUA PRÓPRIA TORPEZA. LEGITIMIDADE PARA ANULAÇÃO DA GARANTIA ATRIBUÍDA AO CÔNJUGE QUE NÃO ANUIU COM A FIANÇA. ARTIGO 1.650 DO CÓDIGO CIVIL. SENTENÇA MANTIDA POR SEUS PRÓPRIOS FUNDAMENTOS. RECURSO DESPROVIDO.(Recurso Cível, Nº 71009543307, Terceira Turma Recursal Cível, Turmas Recursais, Relator: Luís Francisco Franco, Julgado em: 27-08-2020)
APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO PRIVADO NÃO ESPECIFICADO. EMBARGOS DE TERCEIRO. FIANÇA. NULIDADE DA GARANTIA. AUSÊNCIA DE OUTORGA MARITAL. A garantia prestada sem outorga uxória ou marital é nula de pleno direito, atingindo inclusive a meação, conforme disposto no artigo 235, inciso III, do Código Civil de 1916 (inciso III do artigo 1.647 do Código Civil). INEFICÁCIA TOTAL DA GARANTIA. Mesmo antes da entrada em vigor do novo Código Civil, e, logicamente, da edição da Súmula 332, do STJ, a Corte Superior já se manifestava no sentido da invalidade total da garantia. APELAÇÃO DESPROVIDA.(Apelação Cível, Nº 70080778715, Décima Quinta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Ana Beatriz Iser, Julgado em: 27-03-2019)
Apelação Cível. Embargos de terceiro. Nulidade de fiança. Fiador casado em comunhão de bens. Garantia prestada sem outorga uxória. Ato nulo. O casamento e o regime de bens adotado pela terceira embargante e seu esposo foram comprovados, demonstrando-se, assim, a exigência do consentimento do cônjuge para a concessão da garantia de fiança. Uma vez reconhecida a nulidade da fiança prestada sem a outorga uxória, a invalidade se estende a todo o ato da fiança, conforme orientação do Superior Tribunal de Justiça e precedentes jurisprudenciais deste Tribunal. Apelação a que se nega provimento.(Apelação Cível, Nº 70074868506, Vigésima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Carlos Cini Marchionatti, Julgado em: 27-09-2017)
5. A outorga conjugal é bem elucidada por PAULO LÔBO, ao explicar
Quando o fiador for casado, a fiança depende de outorga conjugual (CC, art. 1.647, III). Sem consentimento expesso e respectiva assinatura do outro cônjuge, a fiança é considerada nula, não produzindo qualquer efeito. Salvo se o fiador emitir declaração falsa, ocultando seu estado civil de casado (STJ, Resp 1.345.901). Porém a nulidade da fiança apenas pode ser demandada pelo cônjuge que não anuiu ou por seus respectivos herdeiros (STJ, AgRg no Resp 1.232.895).[footnoteRef:1] [1: LÔBO, Paulo. Direito Civil: Contratos, volume 3. 6° Edição. São Paulo: Saraiva Educação, 2020. p – 434.
] 
6. Ademais, o apelado não demonstra em nenhum de seus documentos juntados aos autos que o apelante tentou ocultar seu estado civil, muito menos a existência de declaração assinada pelo apelante, onde informava, de forma erronea, o seu estado civil, ônus que lhe incumbia, conforme já mencionado anteriormente. 
7. Em razão de todo o exposto, resta claro que o contrato objeto da lide é nulo, ante a inexistência de anuência do cônjuge, não podendo os apelantes serem condenados ao pagamento do débito. 
FACE AO EXPOSTO, REQUER se dignem
Vossas Excelências, após o recebimento do presente recurso em seu duplo efeito, CONHECER e PROVER o Recurso de Apelação para declarar nulo contrato de fiança, reformando a sentença do juízo a quo, julgando improcedente a ação de cobrança.
REQUER, ainda, a condenação do Apelado ao pagamento dos ônus sucumbenciais.
REQUER, finalmente, a dispensa do preparo, tendo em vista que os Apelantes são beneficiários da Gratuidade de Justiça, conforme documento.
Espera Deferimento.
Porto Alegre, 26 de março de 2021.
P.p.
ADVOGADO, OAB/XX.

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