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Tipos de Diabetes Mellitus UBIRAJARA C AGUIAR INTRODUÇÃO Diabetes Mellitus (DM)= Grupo heterogêneo de distúrbios metabólicos Apresentam em comum a hiperglicemia. Resultado de uma deficiente secreção de insulina pelas células β, resistência periférica à ação da insulina, ou ambas. INTRODUÇÃO Epidemia em curso Envelhecimento da população Maior urbanização e industrialização Crescente prevalencia de obesidade e sedentarismo Mortalidade 3x maior que população geral Classificação A classificação proposta pela Associação Americana de Diabetes (ADA) (1997) baseia-se na etiologia do diabetes mellitus e não na sua forma de tratamento. Os termos diabetes mellitus insulinodependente e não insulinodependente devem ser eliminados. Classificação Diabetes tipo 1 Diabetes tipo 2 Diabetes gestacional Outros tipos específicos de diabetes Responde por 5%-10% dos casos de DM; Decorre da destruição das células betapancreáticas com consequente deficiência total e absoluta na produção de insulina. Na grande maioria dos casos, essa destruição é mediada por autoimunidade (a hiperglicemia permanente manifesta-se quando 90% das ilhotas são destruídas). Não tem relação com fator genético. DIABETES TIPO 1A DIABETES TIPO 1A Fator ambiental (sobretudo infecções virais) Mimetismo molecular (antígenos virais x células) Suscetibilidade genética (HLA – DR3, DR4) Lesão celular autoimune das células betapancreáticas DIABETES TIPO 1A Os marcadores desta destruição autoimune são os autoanticorpos: anti-ilhotas (ICA) anti-insulina (IAA) antidescarboxilase do ácido glutâmico (anti-GAD) anticorpos para as tirosinofosfatases IA-2 e IA-2b. anti transportador de zinco 8 (anti-Znt8A) (novo) Esses autoanticorpos são detectados meses ou anos antes do diagnóstico de DM, ou seja, na fase pré-clínica da doença (antes da hiperglicemia). DIABETES TIPO 1A O desenvolvimento do DM1 é dividido em 4 fases: Préclínica, com suscetibilidade genética e autoimunidade contra a célula beta Início clínico do diabetes Remissão transitória (período de “lua de mel”) Diabetes estabelecido associado a complicações agudas e crônicas DIABETES TIPO 1A DIABETES TIPO 1A O DM1 pode surgir em qualquer idade, mas predomina em crianças, adolescentes e adultos jovens (até 25 anos); os pacientes têm tendência à cetose, requerendo obrigatoriamente insulina como tratamento. Cerca de 80% dos casos surge antes dos 18 anos de idade. A cetoacidose diabética pode ser manifestação inicial da doença em até 30% dos casos. (obtenção de energia através da gordura -> corpos cetônicos -> queda do pH -> taquipneia) DIABETES TIPO 1B O DM1 idiopático ou DM tipo 1B representa 4 a 7% dos pacientes com DM1 recém diagnosticada e inclui casos de deficiência absoluta de insulina não imunomediados, nem associados ao HLA. Indivíduos com esse tipo de diabetes cursam com cetoacidose episódica e apresentam diferentes graus de deficiência de insulina entre os episódios. DIABETES TIPO 1B A maioria dos pacientes descritos até o momento são de ascendência africana ou asiática. A patogênese da deficiência insuliínica no DM1B não é conhecida, porém foi referido, em publicação recente, que mutações no gene da insulina podem ocasionalmente ser encontradas em crianças e jovens com DM1B. LADA A forma lentamente progressiva de destruição das células beta ocorre geralmente em adultos e é referida como Latent Autoimune Diabetes in Adults (LADA). Os critérios diagnósticos do LADA incluem: Idade no diagnóstico entre 25 a 65 anos Ausência de cetoacidose diabética (CAD) ou hiperglicemia acentuada sintomática no diagnóstico ou imediatamente após, sem necessidade de insulina por pelo menos 6 a 12 meses (diferenciando-se do DM1 do adulto) Existência de autoanticorpos (especialmente anti-GAD, diferenciando-se do DM2) LADA Comparados aos casos de DM2, pacientes com LADA tendem a ter IMC mais baixo, menor prevalência de componentes da síndrome metabólica e necessidade mais precoce de insulinoterapia. Além disso, pacientes com LADA apresentam maior prevalência de outros autoanticorpos: antiTPO, anti21hidroxilase e anticorpos associados à doença celíaca. DIABETES MELITUS TIPO 2 DIABETES MELITUS TIPO 2 90 a 95% de todos os casos de diabetes Surge habitualmente após os 35 anos de idade, e a maioria dos pacientes (aprox. 80%) tem sobrepeso ou obesidade. Pode acometer adultos mais jovens, até mesmo crianças e adolescentes (diretamente relacionado com o aumento na taxa de obesidade nesse grupo etário). 80 a 90% dos pacientes com DM2 têm síndrome metabólica DIABETES MELITUS TIPO 2 Resistência periférica à ação insulínica nos adipócitos e no músculo esquelético Secreção deficiente de insulina pelo pâncreas Aumento da produção hepática de glicose, resultante da resistência insulínica no fígado. Lipólise reduzida e lipogênese estimulada Deficiência/resistência incretínica Hiperglucagonemia Reabsorção aumentada de glicose pelos túbulos renais Resistencia a leptina e a insulina no cérebro DIABETES MELITUS TIPO 2 lipogênese DIABETES MELITUS TIPO 2 DIABETES MELITUS TIPO 2 Alta proporção de DM2 assintomáticos ou oligosintomáticos, o diagnóstico é tardio, com um atraso de pelo menos 4 a 8 anos. Portanto complicações micro e macrovasculares já podem estar presentes no momento do diagnóstico DIABETES MELITUS TIPO 2 A síndrome hiperosmolar hiperglicêmica é a complicação aguda clássica do DM2 (elevada mortalidade). Tipicamente, a cetoacidose diabética (CAD) raramente ocorre espontaneamente no DM2. Fatores estressantes. DIABETES MONOGÊNICO Nesses casos de hiperglicemia, destaca-se o chamado MODY (Maturity-Onset Diabetes of the Young). Diabetes familiar com idade de diagnóstico precoce (infância, adolescência ou adultos jovens) e modo de transmissão autossômico dominante (revelado pela presença de três gerações da mesma linhagem afetadas), associado a defeitos na secreção de insulina. A etiologia e a fisiopatologia do MODY foram amplamente esclarecidas após encontro de associação de casos de MODY com as regiões do cromossomo 20 (MODY1) e do 7 (MODY2). DIABETES MONOGÊNICO Estima-se que todos os subtipos de MODY sejam responsáveis por, aproximadamente, 2% a 5% de todos os casos de diabete, incluindo uma parcela (entre 5% a 10%) de pacientes originalmente classificados como portadores de diabete tipo 1. No entanto, é importante ressaltar que a verdadeira prevalência do MODY ainda é desconhecida. DM1A – autoanticorpos e HLA: genético (crianças e jovens) – inicialmente insulinodependente DM1B – etiologia desconhecida e gene da insulina alterado (crianças e jovens) LADA – autoanticorpo (adulto) – inicialmente não insulinodependente DM2 – resistência insulínica (adulto/SM) – posteriormente pode se tornar insulinodependente MODY – genético/familiar (C 20 e 7) defeito na secreção (criança/jovem) – podem tornar-se insulinodependentes DIABETES GESTACIONAL DIABETES GESTACIONAL DM gestacional (DMG) representa a principal complicação metabólica da gravidez e é observado em 1 a 18% das gestantes, dependendo da população estudada e do critério diagnóstico utilizado. No Estudo Brasileiro sobre Diabetes Gestacional, esse percentual foi de 7,6%. Definido como a intolerância à glicose, de qualquer grau, diagnosticadapela primeira vez durante a gravidez, e que pode ou não persistir após o parto DIABETES GESTACIONAL Diabetes pré-gestacional ≠ DMG A gravidez é um estado diabetogênico caracterizado pela produção placentária de hormônios com efeito hiperglicemiante, particularmente a somatomamotrofina coriônica humana (antes denominada lactogênio placentário), resistência insulínica e degradação da insulina por enzimas placentárias. O pâncreas precisa elevar o nível de secreção de insulina em 1,5 a 2 vezes. Quando isso não ocorre, o DMG tende a se manifestar. DIABETES GESTACIONAL Gestantes com DMG estão sujeitas a complicações obstétricas (polidrâmnio, toxemia gravídica, ruptura prematura de membranas amnióticas etc.) e a maior frequência de partos por cesárea. Além disso, têm um risco aumentado para, futuramente, desenvolver DM2, dislipidemia e hipertensão. Diagnóstico de Diabetes- Clínico Sintomas clássicos: poliúria, polidipsia, polifagia e perda de peso. Característicos de insulinopenia. (ocorre no início da DM1, ao longo do LADA e DM2) No DM2 cerca de 50% desconhecem a doença no início, podem apresentar sintomas inespecíficos: tonturas, dificuldade visual, astenia, câimbras, vulvovaginite de repetição (açúcar na urina alimenta MO na região vaginal=proliferação), disfunção erétil. Diagnóstico de Diabetes- Laboratorial Diagnóstico de Diabetes- Laboratorial Diagnóstico de Diabetes- Laboratorial Diagnóstico de DMG- Laboratorial Ou qualquer dos critérios diagnósticos de Diabetes Em grávidas não diabéticas previamente, realizar o TOTG entre 24 a 28 semanas de gestação Hemoglobina Glicosilada- HbA1c Reflete a média das glicemias durante os últimos 2 a 3 meses. Relação com riscos de desenvolvimento e progressão das complicações crônicas do DM. Padrão-ouro na avaliação do controle glicêmico, deve ser realizada 2 vezes por ano mínimo ou 4 vezes nos paciente que tem esquema terapeutico alterado. Recomendação: Manter HbA1c< 7% "A coragem não é ausência do medo; é a persistência apesar do medo.” Obrigado! @ubirajara.endocrino
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