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Avaliação Físicofuncional
Responsável pelo Conteúdo:
Prof.ª M.ª Elaine Ferrão Fernandes
Revisão Textual:
Prof.ª Esp. Adrielly Camila de Oliveira Rodrigues Vital
Revisão Técnica:
Prof.ª M.ª Marcia Regina Pinez Mendes
Avaliação Respiratório
Avaliação Respiratório
 
 
• Conhecer as especificidades da avaliação do paciente com alterações respiratórias;
• Compreender a anamnese e o exame físico do paciente com alterações respiratórias;
• Analisar os dados obtidos na avaliação respiratória.
OBJETIVOS DE APRENDIZADO 
• Avaliação Respiratória.
UNIDADE Avaliação Respiratório
Avaliação Respiratória
A avaliação de um paciente compreende dados do paciente e dados da patologia 
dentro do contexto da vida deste paciente. 
Antes de começarmos a avaliação, devemos nos apresentar e explicar tudo que 
vamos realizar com o paciente e justificar nossas ações. Desta forma, começamos a 
constituir o vínculo terapeuta-paciente e tornamos o atendimento mais humanizado. 
Devemos tomar o cuidado de chamar o paciente pelo nome e nunca pelo leito e 
ou pela doença que o aflige no momento. 
O paciente deve ser ouvido, observado e avaliado com diferentes testes e exames. 
Os dados sobre o paciente vão além dos seus sintomas físicos e abrangem diferentes 
aspectos, como: psicológicos, socioambientais, vícios, hábitos, antecedentes pesso-
ais, familiares e nutricionais (SARMENTO, 2016a).
O grande objetivo de uma avaliação é obter dados sobre o paciente e a sua saúde, 
para elaborar os objetivos de tratamento e este propriamente dito. 
Reavaliações são necessárias ao longo do tratamento, para identificar mudanças 
no estado de saúde do paciente e realizar mudanças no tratamento frente às mudan-
ças observadas. 
O paciente com alterações respiratórias requer cuidados e observações especí-
ficas. A avaliação respiratória é muito ampla e se diferencia de acordo com o mo-
mento em que se encontra o tratamento do paciente, ou seja, se ele se encontra em 
atendimento hospitalar ou ambulatorial.
Vale a pena ressaltar que o fisioterapeuta necessita seguir os protocolos de assep-
sia, o uso de equipamentos de proteção individual e acompanhar toda a evolução 
do paciente lendo o seu prontuário, bem como deixar registrados os dados da sua 
avaliação e do tratamento realizado.
Iremos questionar, observar e avaliar características da estrutura e função do sis-
tema respiratório e de outros sistemas, como o sistema cardíaco. Tipo de tosse, aus-
culta pulmonar, sinais de fadiga, presença de vícios (fumo e álcool), características de 
moradia e exposição a grandes partículas, entre outros dados, são importantes na 
avaliação respiratória e iremos tratar disso a seguir. 
Anamnese do Paciente com Alterações Respiratórias
Inicialmente iremos colher os dados pessoais: nome, idade, sexo, nacionalidade, 
estado civil, profissão/ocupação, número do registro no hospital, leito, diagnóstico, 
encaminhamento médico. 
Em continuidade questionaremos: queixa principal, os hábitos de vida (exercícios), 
vícios (fumo, alcoolismo), condições de moradia, sintomas, alergias, uso de medica-
mentos e a descrição da história clínica do paciente (SARMENTO, 2016a). 
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Além da história clínica, devemos levantar a história familiar (HF), a história social 
(HS) e os antecedentes pessoais. 
Os sintomas deste paciente denotam o aumento do trabalho respiratório e, em 
alguns casos, de doença cardíaca. Vamos descrever cada sintoma do paciente respi-
ratório que deve ser abordado.
A dispneia (falta de ar) é um sintoma predominante e pode ser classificada de 
acordo com a sua gravidade em:
• Dispneia aos grandes esforços: a falta de ar após a atividade física acima do 
habitual, como subir uma rua íngreme, jogar bola e andar de bicicleta; 
• Dispneia aos médios esforços: decorre de atividades habituais que antes eram 
realizadas sem dificuldade, como subir escadas ou arrumar a cama;
• Dispneia aos pequenos esforços: aparece após atividades de rotina, como 
tomar banho ou vestir-se;
• Dispneia de repouso: surge sem realizar nenhuma atividade (em repouso); 
• Ortopneia: dificuldade respiratória que melhora quando o paciente eleva o 
 tórax em posição vertical (sentado ao leito);
• Trepopneia: aparece em decúbito lateral, como acontece com o paciente com 
derrame pleural que se deita sobre o lado normal.
• Dispneia paroxística noturna: surge à noite, quando o paciente dorme e esta 
o acorda. É sinal de sobrecarga cardíaca e acúmulo de sangue dos pulmões. 
A permanência na posição deitada favorece o retorno venoso e aumenta o volu-
me sanguíneo circulante e, consequentemente, a sobrecarga cardíaca, pulmonar 
e assim surge a dispneia (SARMENTO, 2016b). 
As causas da dispneia podem ser divididas em: 
• Atmosféricas: quando a composição da atmosfera é pobre em O2 ou quando 
sua pressão parcial está menor; 
• Obstrutivas: quando as vias respiratórias, da faringe aos bronquíolos, sofrem, em 
diminuição do calibre, como em laringite, carcinoma brônquico, asma e bronquiolite;
• Parenquimatosas: todas as afecções que podem reduzir a área de hematose de 
modo intenso, como as condensações;
• Toracopulmonares: alterações capazes de modificar a dinâmica toracopulmo-
nar, diminuindo a sua elasticidade e movimentação (fraturas de costelas, cifoes-
coliose e mialgias intensas);
• Diafragmáticas: o diafragma é o músculo respiratório e toda afecção que inter-
ferir em seus movimentos pode causar dispneia (paralisias, hérnias);
• Pleurais: a pleura parietal é dotada de inervação sensitiva e sua irritação pro-
voca dor, esta aumenta com a inspiração. Nos grandes derrames a expansão 
pulmonar é diminuída, o que pode levar à dispneia;
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UNIDADE Avaliação Respiratório
• Cardíacas: surgem da má função cardíaca pela congestão pulmonar que desen-
cadeia a dispneia;
• Do sistema nervoso: alteração do ritmo respiratório por alteração do sistema 
nervoso (hipertensão craniana) e as chamadas dispneia suspirosa de origem 
psicogênica (SARMENTO, 2016b).
A tosse é um reflexo de proteção desencadeado pela presença de secreção ou 
corpos estranhos nas vias aéreas (faringe, laringe, traqueia ou brônquios).
Iremos observar se a tosse é produtiva ou seca. Quando produtiva verificamos a 
sua efetividade na eliminação de secreção. A intensidade e efetividade da tosse são 
importantes na avaliação fisioterapêutica.
A gravidade da tosse pode ser um distúrbio ocasional ou problema contínuo e 
iremos classificá-la em:
• Tosse produtiva; 
• Tosse seca; 
• Tosse alta (em tom de latido), pode significar doença laríngea ou traqueal; 
• Tosse recorrente depois de beber ou comer é um sintoma de aspiração;
• Tosse produtiva crônica: tosse característica de bronquite crônica e bronquiectasia;
• Tosse noturna é um sintoma importante de asma em crianças e adolescentes e 
em pacientes idosos ocorre nos casos de insuficiência cardíaca (SARMENTO, b).
O sistema respiratório tem a importante função de proteger o ser humano do 
contato com microrganismos, bactérias e partículas existentes no ar, via sistema 
muco ciliar, que por sua vez tem funções importantes:
• Barreira mecânica: o epitélio das vias aéreas com a ação ciliar associada a 
presença de muco captura partículas e busca eliminá-las;
• Proteção química: o muco da via aérea tem propriedades antioxidantes;
• Barreira biológica: ocorre pela interação com microrganismos e células infla-
matórias, prevenindo, assim, sua aderência e migração através do epitélio.
Desta forma devemos colher dados sobre o escarro, em um indivíduo normal o 
trato traqueobrônquico produz e elimina cerca de 100 ml de secreção diária. O escarro 
é caracterizado pelo excesso de secreção traqueobrônquica e nele pode conter muco, 
detritos celulares, micro-organismos, sangue e partículas estranhas. As suas caracterís-
ticas auxiliam no diagnóstico e na identificação da gravidade da doença. 
Devemos obter dados sobre do escarro como: Cor, consistência e quantidade. 
• Cor:
 » Branca: muco normal;
 » Amarela: muco e inflamaçãocrônica;
 » Esverdeada: muco denso, substancias inflamatórias e infecção;
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 » Marrom: muco, substancias inflamatórias e fragmentos de parênquimas;
 » Rósea: muco e hemácias destruídas.
• Consistência:
 » Fluida normal;
 » Semi–espessa;
 » Espessa.
• Quantidade:
 » Pequena;
 » Média;
 » Grande.
O mesmo pode ser classificado em: 
• Mucóide;
• Mucopurulento;
• Purulento.
A hemoptise é a presença de sangue no escarro, podendo ser estrias sanguíneas 
no escarro até uma grande hemorragia. 
A hemorragia pode colocar em risco a vida do paciente e pode necessitar de 
embolização da artéria brônquica ou cirurgia e pode estar presente em carcinoma 
brônquico, tuberculose e bronquiectasia 
A dor é um sinal que deve ser investigado de forma minuciosa, por ser um indicativo 
de que algo não está bem. A dor torácica, geralmente se origina por inflamação mus-
culoesquelética, pleural, traqueal ou dor cardíaca. A dor torácica deve ser localizada e 
devemos verificar a intensidade, duração, evolução e fatores de melhora e piora.
Causas de dor torácica: 
• Parietais: as dores parietais possuem diferentes causas, inflamação localizada, 
distensão muscular por traumatismos ou por excesso de exercícios, fratura, me-
tástase, espondiloartrose cervical, radiculite ou dorsalgia;
• Pleurais: pneumotórax, derrame pleural, pneumonia ou infarto pulmonar são 
causas de dor pleural;
• Pulmonares: traqueíte, traqueobronquite, carcinoma brônquico ou corpo estranho; 
• Cardíacas: angina de peito, infarto do miocárdio ou prolapso da valva mitral;
• Pericárdicas: derrame pericárdico;
• Vasculares: aneurisma dissecante da aorta, hipertensão pulmonar ou embolia 
pulmonar maciça;
• Mediastínicas: tumores ou pneumomediastino;
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UNIDADE Avaliação Respiratório
• Digestivas: esofagite de refluxo, hérnia hiatal ou pancreatite;
• Psicogênicas: tensão, fadiga, neurose de angústia ou hiperventilação 
 (MACHADO, 2018). 
Nos anos 80, a fisioterapia respiratória passou a ter um grande crescimento e reconheci-
mento. Os fisioterapeutas especialistas se organizaram e fundaram a Sociedade Brasileira 
de Fisioterapia Respiratória (SOBRAFIR), que em 2006, por questões jurídicas, foi renome-
ada para Associação Brasileira de Fisioterapia Cardiorrespiratória e Fisioterapia em Terapia 
Intensiva (ASSOBRAFIR). A associação organiza os eventos científicos, aplica provas de pro-
ficiência aos especialistas, entre outras ações importantes. 
Visite o site e acompanhe suas ações: https://bit.ly/3g7ODSp
Exame Físico
Iremos avaliar o paciente de forma objetiva e realizar: inspeção estática, inspeção 
dinâmica, palpação, verificar os sinais vitais, a ausculta pulmonar e colher os dados 
da radiografia de tórax, tomografia, exames laboratoriais (gasometria arterial, hemo-
grama, eletrólitos) e espirometria (MACHADO, 2018).
A inspeção estática é realizada quando o paciente está em repouso e não estamos 
observando os movimentos respiratórios. 
Quando o paciente se encontra hospitalizado, o exame físico se inicia com a 
observação do paciente no leito e começamos avaliando o estado de consciência 
do paciente. 
A avaliação da consciência pode ser realizada por diferentes escalas especificas 
para cada caso:
• Observamos o grau de consciência temporal, espacial e pessoal;
• Fazemos uso da escala de Glasgow em pacientes em coma não farmacológico;
• As escalas de Ramsay e de Rass são as mais utilizadas em pacientes em sedação 
e/ou agitação.
O paciente com risco de rebaixamento do nível de consciência deve sempre ser 
avaliado neste item, pois encontra-se sob a iminência de aspiração (risco de pneumo-
nia aspirativa) e retenção de secreção pulmonar. 
Após a avaliação do estado de consciência iremos verificar a presença ou não de 
suporte ventilatório. 
Devemos observar se o paciente está: 
• Respirando espontaneamente em ar ambiente;
• Fazendo uso de suporte ventilatório com oxigênio suplementar (por cateter nasal 
ou máscara facial);
• Ou em ventilação com suporte mecânico. 
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A ventilação com suporte mecânico pode ser: ventilação não invasiva e ventila-
ção invasiva. 
Na ventilação com suporte mecânico devemos colher dados importantes como:
• Interfase da ventilação (com máscara, tubo traqueal e traqueostomia); 
• Parâmetros ventilatórios;
• Posicionamento da cânula na traqueia. 
Ainda devemos realizar a avaliação dos sinais vitais (já aprendidos na disciplina – 
Avaliação Físico-funcional I), através de monitores multiparamétricos antes, durante 
e depois da realização dos procedimentos fisioterapêuticos. 
Cabe aqui salientarmos que a cada aumento de 0,6°C na temperatura corporal, 
há cerca de 10% de aumento de consumo de O2 e na produção de CO2, o que acaba 
por produzir uma demanda excedente ao sistema cardiorrespiratório, aumentando a 
frequência cardíaca e respiratória (SARMENTO, 2016a).
Igualmente a avaliação da pele nos traz dados importantes, é um órgão em perfeita 
sintonia com todo o organismo e reflete o estado de saúde do organismo. Obser-
vamos coloração, hidratação e presença de cicatrizes em decorrência de drenagem 
torácica, toracotomias, entre outras causas.
Na avaliação da pele investigamos as mudanças da sua coloração e associamos 
este resultado ao que está acontecendo com o organismo e, consequentemente, ao 
estado do paciente (SARMENTO, 2016a). 
Alterações da coloração da pele:
• Palidez: deve ser investigada em toda a extensão da superfície cutânea, sem 
se esquecer das regiões palmares e plantares e pode ser generalizada quando 
observada em toda a extensão da pele, localizada e/ou segmentar; 
 » A palidez generalizada indica diminuição das hemácias circulantes nas micro-
circulações cutânea e subcutânea. Ocorre vasoconstrição, generalizada em 
consequência de estímulos neurogênicos ou hormonais e por redução real das 
hemácias ou mais especificamente das hemoglobinas, que são as responsáveis 
pela coloração rosada da pele;
 » A palidez localizada ou segmentar tem a isquemia como principal causa. 
• Cianose: significa cor azulada da pele e manifesta-se quando a hemoglobina 
reduzida alcança valores superiores a 5 g/100 mL no sangue. A cianose deve 
ser procurada no rosto, especialmente ao redor dos lábios, na ponta do nariz, 
nos lobos das orelhas e nas extremidades das mãos e dos pés e pode ser gene-
ralizada ou localizada;
 » A cianose localizada ou segmentar deriva da obstrução de uma veia que drena 
uma região;
 » A generalizada possui diferentes mecanismos causais. Em casos de cianose 
tipo central, há diminuição excessiva da saturação arterial, hipoventilação pul-
monar e obstrução da superfície respiratória pulmonar.
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UNIDADE Avaliação Respiratório
O sistema muscular também deve ser avaliado de forma comparativa (comparar 
um lado com o outro), a fim de que se possa observar alterações no trofismo dos 
diferentes grupos musculares (MACHADO, 2018). 
Na avaliação óssea procura-se identificar retrações, abaulamentos difusos ou 
 localizados. As retrações podem ser em decorrência de tuberculose. Abaulamentos 
localizados podem ser em razão da presença de tumores, aneurisma e hipertrofia de 
ventrículo direito em crianças.
Na avaliação de edema periférico o edema pode estar presente em pacientes 
com insuficiência cardíaca, em pacientes com baixo nível de albumina, com função 
linfática ou venosa reduzida, recebendo administração de altas doses de esteroides e 
mal posicionado no leito. O edema leve se limita à somente articulações e o edema 
grave pode atingir o corpo inteiro. 
As patologias respiratórias produzem alterações morfológicas nos tórax e a partir 
deste fato foi estabelecido diferentes tipos torácicos e devemos ficar igualmente aten-
tos a este fato nas nossas avaliações. 
A classificação do tipo de tórax é baseada nos diâmetros, forma do tórax e se 
relaciona com os biótipos corpóreos. 
Os tipos de tórax são classificados em:
• Tórax normal: mantém uma relação entre os diâmetros anteroposterior e late-
rolateral de 1:2, ou seja, odiâmetro lateral é, normalmente, duas vezes maior do 
que o diâmetro anteroposterior e segue os biótipos corporais; 
 » Normolíneo: são indivíduos com musculatura, panículo adiposo harmônico e 
ângulo infraesternal (Charpy) em torno de 90°. 
 » Brevilíneo: são indivíduos com membros curtos, tórax alargado, estatura baixa, 
com pedículo adiposo espesso e ângulo infraesternal (Charpy) com mais de 90°. 
 » Longilíneo: são indivíduos com tórax afilado e achatado, com os membros 
longos, a musculatura delgada, estatura alta e ângulo infraesternal (Charpy) 
com menos de 90°.
• Tórax plano ou expiratório (chato): é um tórax longo e estreito, com a região 
anterior plana e com redução do diâmetro anteroposterior;
• Tórax enfisematoso, globoso, inspiratório ou ectásico (barril): caracteriza-
-se pelo seu arredondamento exagerado. É um tórax largo, curto, com os diâ-
metros transversos e o esternovertebral aumentado. Esse tórax é encontrado em 
pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC);
• Tórax raquítico: apresenta o rosário raquítico (porque na união de cada costela 
com sua cartilagem forma-se uma saliência óssea), o sulco de Harrison e uma 
depressão horizontal que circunda a parte inferior do peito; 
• Tórax de pombo: em forma de quilha (pectus carinatum), as costelas se dis-
põem retilíneas a partir de seus ângulos, determinando a proeminência do 
 esterno, de modo que o peito se parece com o tórax das aves, ou com quilha dos 
navios. Encontra-se no raquitismo e em afecções crônicas das vias respiratórias; 
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• Tórax infundibuliforme (forma de rim): apresenta uma depressão no esterno, 
na região inferior, e na região epigástrica vizinha. Este tipo de tórax, que é habi-
tualmente congênito, pode também ser adquirido (tórax de sapateiro);
• Tórax piriforme: apresenta a região superior ao tórax. Até a quarta costela é 
muito arqueada anterior e lateralmente; os músculos respiratórios escalenos e os 
esternocleidomastóideos são muito desenvolvidos e se contraem visivelmente. 
O esterno se torna proeminente, assim como a extremidade esternal das claví-
culas. Nos seus dois terços inferiores, o tórax é achatado e estreito;
• Tórax em forma de batel (barco): é muito raro e caracteriza-se por uma 
 depressão mediana da parte superior do tórax, chegando até a quinta costela. 
A depressão pode chegar a 5 cm de profundidade. 
Devemos ficar atentos na inspeção à presença de drenos torácicos. O dreno é 
indicado quando existe a necessidade de retirar sangue, pus, linfa e derrame 
neoplásico (MACHADO, 2018).
Na sua presença é preciso tomar os seguintes cuidados: medir o débito, observar 
o aspecto do líquido drenado, verificar oscilação, não fixar o sistema na cama, 
não pinçar e não levantar o frasco.
Assim que terminação a inspeção estática, começamos a inspeção dinâmica ao 
observarmos os movimentos respiratórios, ou seja, ao avaliarmos a frequência respi-
ratória, o padrão respiratório e a presença de tiragens. 
A frequência respiratória normal em um adulto é de aproximadamente 12 a 20 
respirações por minuto (rpm).
As alterações na frequência respiratória são classificadas em: 
• Taquipneia: é o aumento da frequência respiratória maior que 20 rpm e pode ser 
vista em qualquer forma de doença respiratória, acidose metabólica e ansiedade;
• Bradipneia: é definida por frequência respiratória menor que 10 rpm. Ocorre 
em decorrência da depressão do sistema nervoso central por uso de narcóticos 
ou trauma;
• Apneia: é a ausência de respiração por mais de 15 segundos.
O padrão respiratório é determinado pelo segmento do tronco que predomina 
durante os movimentos respiratórios. 
O padrão respiratório fisiológico é classificado em: 
• Respiração torácica ou costal: há predomínio da elevação do tórax sobre o 
abdome e é mais comum nas mulheres e nos indivíduos com biótipos longilíneos;
• Respiração abdominal ou diafragmática: há predomínio da elevação do 
 abdome em relação ao tórax durante o ato inspiratório. É observada nos homens 
em geral, principalmente nos brevilíneos e nas crianças;
• Tipo misto toracoabdominal: ocorre quando as costelas e o diafragma par-
ticipam igualmente da respiração. É o tipo mais comumente encontrado nos 
indivíduos adultos do sexo masculino.
15
UNIDADE Avaliação Respiratório
O padrão respiratório patológico é classificado em:
• Respiração paradoxal ou invertida: é observada quando há assincronismo 
entre o compartimento torácico e o abdominal, ou seja, enquanto um se eleva, 
o outro se retrai. Esta respiração é encontrada em pacientes com insuficiência 
respiratória aguda e que demonstram fadiga muscular;
• Respiração de Cheyne-Stokes: é caracterizada por um período de apneia, 
seguido de inspirações gradativamente mais profundas até atingir a inspiração 
máxima e gradativamente passa para um decréscimo até atingir uma nova pau-
sa. No período de apneia o nível de gás carbónico no sangue sobe e serve de 
estímulo aos centros respiratórios bulbares para desencadearem novas inspi-
rações. Este padrão respiratório está presente em pacientes com insuficiência 
cardíaca, hipertensão intracraniana, acidentes vasculares encefálicos e trauma-
tismos cranioencefálicos;
• No ritmo de Biot, a respiração apresenta-se com duas fases: a primeira, de 
apneia, e a segunda, com movimentos inspiratórios e expiratórios anárquicos 
quanto ao ritmo e à amplitude. Este padrão também está presente em pacien-
tes com insuficiência cardíaca, hipertensão intracraniana, acidentes vasculares 
 encefálicos e traumatismos cranioencefálicos;
• Já a respiração de Kussmaul é uma respiração rápida, profunda e ruidosa, 
sendo a acidose a sua principal causa. 
Outra evidencia da existência de dificuldade na expansibilidade pulmonar é a pre-
sença de tiragem que iremos descrever neste momento. 
As tiragens difusas ou localizadas, resultam do aumento da pressão negativa na 
cavidade pleural durante a inspiração no paciente com dificuldade na expansibilidade 
pulmonar. No paciente com tiragem observamos um afundamento em algumas regi-
ões corporais no momento da inspiração. 
Classificação das tiragens:
• Supraclavicular: afundamento na região acima da clavícula; 
• Infraclavicular: afundamento na região abaixo da clavícula;
• Intercostal: afundamento na região intercostal;
• Epigástrica ou diafragmática: afundamento na região epigástrica e ou diafrag-
mática. 
A COVID-19 é uma doença infecciosa causada pelo SARS-CoV-2 (coronavírus) que compro-
mete diferentes sistemas corporais, entre eles o trato respiratório. A fisioterapia respira-
tória possui um papel fundamental em vários âmbitos, na assistência ao paciente grave 
(intubação, ventilação mecânica e mudanças de decúbito), nas condutas terapêuticas para 
remoção de secreção brônquica e na melhoria da função respiratória e na atenção primária. 
Veja a descrição do papel do fisioterapeuta na ASSOBRAFIR: https://bit.ly/3g7ODSp
16
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Na sequência iremos realizar a palpação, que por sua vez permite examinar: a 
 forma, o volume, a sensibilidade e a consistência das estruturas corporais e das lesões.
Em outras palavras é utilizada para verificar a integridade de partes moles da 
parede torácica, a expansibilidade torácica, o tônus muscular e a presença de enfi-
sema subcutâneo. 
Na avaliação muscular, emprega-se a inspeção e a palpação dos músculos que 
participam da respiração. Na inspeção, observe com o paciente em repouso o relevo 
dos músculos. A palpação é feita com objetivo de verificar a troficidade e a tonicidade.
No enfisema subcutâneo, deve-se observar o ar nos tecidos subcutâneos do tórax, 
do pescoço e da face. Ao realizarmos a palpação da pele na presença de enfisema 
subcutâneo sentimos crepitação. Isso ocorre quando há pneumotórax ou pneumo-
mediastino e o ar escapa para o tecido subcutâneo. 
• Expansibilidade torácica: a expansibilidade torácica pode ser avaliada por 
inspeção, entretanto, a palpação é mais precisa e pode ser feita também 
com cirtometria que será abordada na disciplina“Laboratório de Avaliação 
Físico-Funcional II”.
Juntamente à nossa avaliação iremos realizar a ausculta pulmonar que é de suma im-
portância para avaliação e para o atendimento do paciente com alterações respiratórias. 
Ausculta pulmonar é um método de avaliação que permite melhor análise do 
funcionamento pulmonar. A ausculta do sistema respiratório evidencia sons distintos 
de acordo com a região auscultada e a presença de alterações, podemosauscultar: o 
ruído laringotraqueal, o murmúrio vesicular e os ruídos adventícios. 
Ao auscultar a laringe e a traqueia tem-se um ruído de grande intensidade forma-
do por vibrações de alta frequência. Isso surge na fase expiratória e é chamado de 
ruído laringotraqueal.
No tórax tem-se um ruído de menor intensidade na fase inspiratória relacionado 
à passagem de ar pelas porções periféricas do tecido pulmonar, denominado mur-
múrio vesicular. Em situações restritivas e obstrutivas, diminuem a expansibilidade 
do parênquima pulmonar e, consequentemente, o murmúrio vesicular se encontrará 
diminuído e, em contrapartida, na normalidade o murmúrio vesicular aumenta. 
Os ruídos adventícios são anormais e se originam na árvore brônquica, nas vias 
aéreas distais ou no espaço pleural (SARMENTO, 2016a).
Os ruídos adventícios são classificados em:
• Cornagem: representa o estreitamento das vias aéreas superiores. É de grande 
intensidade sonora, podendo ser audível;
• Ronco: é o som que surge com o aumento da resistência nos brônquios de grosso 
calibre na presença de excesso de secreção;
• Sibilos: são ruídos contínuos, bastante agudos, podendo ser localizados ou 
 generalizados. São de maior intensidade na fase expiratória, por causa da difi-
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UNIDADE Avaliação Respiratório
culdade que o ar encontra para sair das vias aéreas estreitadas. Revela aumento 
da resistência à passagem do fluxo de ar;
• Estertores crepitantes: são ruídos finos, de mesmo timbre e intensidade, presen-
tes apenas na fase inspiratória. São produzidos pelo deslocamento das paredes 
dos alvéolos, indicam alteração alveolar, presente na pneumonia, embolia pul-
monar e na fase inicial do edema agudo de pulmão;
• Estertores subcrepitantes: são ruídos grossos, que se assemelham ao rompi-
mento de bolhas. São encontrados no fim da inspiração e no começo da expira-
ção, surgem do choque entre o fluxo de ar e as secreções líquidas nos brônquios. 
Podem ser finos, médios e grossos, de acordo com o diâmetro do brônquio onde 
são gerados.
Para treinar a ausculta pulmonar, a Universidade Federal de Ouro Preto disponibiliza em seu 
site de semiologia os sons da ausculta pulmonar normal e também os sons anormais. 
Disponível em: https://bit.ly/3jI976F
E por fim iremos introduzir o estudo do exame radiológico (será abordado com 
maior profundida na disciplina Fisioterapia respiratória), o exame radiológico e as 
imagens das estruturas internas do tórax são importantes para a identificação de 
anormalidades do coração, do parênquima pulmonar, da pleura, da parede torácica, 
do diafragma, do mediastino e do hilo (MACHADO, 2018).
As radiografias do tórax auxiliam o diagnóstico de pneumonia, tumor de pulmão, 
doença pulmonar obstrutiva crônica, colapso pulmonar (atelectasia) e presença de ar 
(pneumotórax) ou líquido (derrame pleural) no espaço pleural. 
Devemos seguir um roteiro predeterminado e sequencial:
• Partes moles: mamas, região cervical, supraescapular, tecido subcutâneo, ab-
dome superior;
• Esqueleto torácico: clavículas, ombros, costelas posteriores e anteriores, om-
bro, corpos vertebrais e esterno;
• Diafragma e seios costofrênicos e cardiofrênicos;
• Coração e mediastino; 
• Pulmões: traqueia, parênquima pulmonar, hilos pulmonares e pleura.
Devemos analisar os dados radiográficos observando fatores que podem causar 
aumento da transparência pulmonar, como:
• Erro de técnica;
• Redução da espessura das partes moles;
• Pneumotórax;
• Hiperinsuflação pulmonar (asma, doença pulmonar obstrutiva crônica, bo-
lhas, enfisema).
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São sinais de hiperinsuflação: mais que 10 arcos costais visíveis acima do diafragma; 
aumento da transparência pulmonar (diminuição do leito vascular); aplanamento 
do diafragma; aumento do diâmetro anteroposterior do tórax; coração em gota; 
aumento dos espaços intercostais; bolhas parenquimatosas (SARMENTO, 2016b). 
Fatores que podem diminuir a transparência pulmonar: 
 » Infiltrados (alveolares e intersticiais);
 » Atelectasias;
 » Nódulos e massas;
 » Opacidades pleurais (derrame pleural, espessamento pleural, calcificações 
pleurais, massas).
• Sinais de atelectasias pulmonares:
 » Deslocamento das cissuras em direção à lesão; 
 » Desvio do mediastino para o lado da lesão;
 » Elevação do hemidiafragma.
• Reduções dos espaços intercostais:
 » Hiperinsuflação compensatória do parênquima normal.
• Sinais de infiltrado intersticial pulmonar:
 » Reticular;
 » Nodular;
 » Reticulonodular.
Bem, agora que chegamos ao final da avaliação do paciente respiratório podemos 
dizer que é complexo e importante esse tópico na formação de um fisioterapeuta. 
Bons estudos e façam a diferença na nossa profissão. 
Importante!
O fisioterapeuta sempre deve acompanhar o Ministério da Saúde, observando a orienta-
ção sobre as políticas públicas adotadas na avaliação e tratamento de diferentes patolo-
gias nas diversas fases da vida. 
O Ministério da Saúde, junto com outros ministérios, instituições de pesquisa, ONGs, en-
tidades médicas e associações de portadores de doenças crônicas, elaborou o plano de 
ações estratégicas para o enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DNCT). 
As DNCT incluem as doenças pulmonares obstrutivas crônicas e atingem muitos 
brasileiros, principalmente as populações vulneráveis. Acompanhe sempre os planos 
de ação do Ministério da Saúde. 
A seguir temos o link para o plano atual de ação no manejo das DCNT: https://bit.ly/3jMGO75
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UNIDADE Avaliação Respiratório
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Livros
Fisioterapia respiratória no paciente crítico: rotinas clínicas
Ler o capítulo 4 do livro: 
SARMENTO, G. J. V. Fisioterapia respiratória no paciente crítico: rotinas 
clínicas. 4. ed. São Paulo: Manole, 2016.
Avaliação respiratória, capacidade funcional e comorbidade em indivíduos com hipertensão arterial
RUAS, G.; Couto, V. F.; PEGORARI, M. S.; OHARA, D. G.; JAMAMI, L. K.; 
JAMAMI, M. Avaliação respiratória, capacidade funcional e comorbidade em 
indivíduos com hipertensão arterial. Saúde Coletiva, vol. 10, núm. 59, 2013, pp. 
31-36 Editorial Bolina São Paulo, Brasil.
 Leitura
Avaliação da força respiratória muscular de crianças segundo a classificação do índice de massa corporal
SCHIVINSKI, C. C. S.; ROSA, G. J. Avaliação da força respiratória muscular de 
crianças segundo a classificação do índice de massa corporal. Revista Paulista de 
Pediatria, 2014. 
https://bit.ly/2CNYBdz
Avaliação das pressões respiratórias máximas em pacientes renais crônicos nos momentos 
pré e pós-hemodiálise
ROCHA, C. B. J.; ARAÚJO, S. Avaliação das pressões respiratórias máximas 
em pacientes renais crônicos nos momentos pré e pós-hemodiálise. J. Bras. 
Nefrol. vol.32 no.1 São Paulo Jan./Mar. 2010. 
https://bit.ly/39xDesM
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Referências
MACHADO, M. G. R. Bases da fisioterapia respiratória: terapia intensiva e reabi-
litação. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018. 
SARMENTO, G. J. V. Fisioterapia respiratória de A a Z. São Paulo: Manole, 
2016a.
_______. Fisioterapia respiratória no paciente crítico: rotinas clínicas. 4. ed. São 
Paulo: Manole, 2016b.
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