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Lívi� Thaí� Rodrigue� C�st� - 2° Períod� - Medicin� Semiologia Respiratória ✨ Divisão: ● Superior: (fossas nasais, nasofaringe, orofaringe, laringofaringe e laringe) ● Inferior: Traqueia, brônquios, bronquíolos, ductos alveolares e alvéolos ● Condutora: Nariz externo, cavidade nasal, faringe, laringe, traqueia, brônquios e bronquíolos ● Respiratória: Alvéolos e Pleura NOTA: Ângulo de Louis é a projeção da sincondrose manubrioesternal ✨ Ventilação x Respiração ● A ventilação pulmonar é o processo que permite a chegada de ar aos alvéolos para que ocorram as trocas gasosas ● Respiração pulmonar é a relação que se estabelece entre o sangue e os alvéolos, ou seja, é a hematose ● Respiração tecidual é a relação que se estabelece entre os gases que estão no sangue e células ● Ventilação (inspiração e expiração; músculo diafragmático, intercostais externos, esternocleidomastoideo e escalenos), Respiração pulmonar (hematose) respiração tecidual (hemácias entregando O2 aos tecidos) ✨ Manifestações Clínicas Pulmonares ● Podem ser divididas em primárias, secundárias, mediastinais e extratorácica ● Primárias: São aquelas que se originam na própria estrutura do órgão e se dividem em sete: Tosse, expectoração, hemoptise, chieira torácica, expectoração, hemoptise, chieira torácica, dor torácica, dispneia e cianose. Essas manifestações expressam acometimento de vias aéreas, das pleuras ou simplesmente um distúrbio funcional da ventilação ou das trocas gasosas ● Secundárias: Frequentemente estão mais associadas às pneumopatias, mas não são específicas e exclusivas das doenças pulmonares. Podem ser gerais (quando a doença pulmonar está sendo reconhecida pelo corpo como uma agressão ao sistema como um todo). Na maioria das vezes as reações gerais decorrem de processos inflamatórios, infecciosos ou neoplásicos, instalados em qualquer parte do corpo não sendo, portanto, característica exclusiva de doenças pulmonares ● Mediastinais: Acontecem em virtude da vizinhança entre pulmão e mediastino, uma vez que os processos pulmonares podem escapar dos limites pleurais invadindo estruturas mediastinais. Exemplo: Síndrome da veia cava superior Lívi� Thaí� Rodrigue� C�st� - 2° Períod� - Medicin� Semiologia Respiratória ● Extratorácicas: São algumas síndromes que frequentemente acompanham as doenças pulmonares que mantém uma relação de causa e efeito. ✿ O hipocratismo digital é a manifestação extratorácica mais importante ✨ Manifestações Clínicas Pulmonares Primárias ● As sete manifestações serão classificadas conforme o seu ponto de origem ✦ Manifestações das Vias Aéreas ● Tosse Visão Geral: ● É um mecanismo de defesa que tem por objetivo a limpeza das vias aéreas inferiores e da laringe. Entretanto, também pode ser um fenômeno irritativo, seco e sem o que expelir. NOTA: A manobra da expiração forçada “huffing” também tem a mesma função da tosse. Já o espirro - outro mecanismo expulsivo - cumpre o papel de limpeza da nasofaringe e das fossas nasais ● Não há tosse normal ● É um fenômeno reflexo que se inicia após a sensibilização de um receptor: O centro da tosse encontra-se, possivelmente, no bulbo, o que o caracteriza como um reflexo involuntário Mecanismo da Tosse: ● Produzida através de uma cadeia sequencial de quatro fases consecutivas ● Fas� nerv�s�: Os receptores da tosse são disparados com estímulos mecânicos, químicos e térmicos. A inflamação da mucosa das vias aéreas inferiores é o estímulo mais importante por danificar o epitélio e expor as terminações nervosas ● Fas� inspiratóri�: Os músculos inspiratórios são acionados para que haja uma inspiração mais curta. Ocorre um aumento no volume pulmonar para aumentar a massa de ar a ser expelida posteriormente ● Fas� Compressiv�: Trata-se de uma verdadeira manobra de valsava durante um curto espaço de tempo, pois a glote é fechada contra um vigoroso esforço da musculatura expiratória Lívi� Thaí� Rodrigue� C�st� - 2° Períod� - Medicin� Semiologia Respiratória ● Essa manobra teve como seu objetivo inicial a remoção de corpos estranhos do ouvido de pacientes, além de remover a supuração presente no ouvido médio. Essa manobra aumentava a pressão no interior das tubas auditivas, eliminando quaisquer obstruções que por ventura poderiam estar ali presentes, melhorando a queixa de hipoacusia dos pacientes. Outra aplicação dessa manobra foi com a equipe de cirurgia, quando passaram a utilizar a técnica para identificação de hérnias da parede abdominal e em outras alterações da circulação venosa, como, por exemplo, a varicocele. ● Fas� expl�siv�: É a fase que realmente confere benefício à tosse ao promover a remoção do material a ser expelido Complicações da tosse: - Fraturas das costelas: Está associado a fatores predisponentes, como osteoporose senil, doenças neoplásicas, doenças metabólicas e et. - Ruptura do reto abdominal - Laceração e escape de ar para o espaço intersticial e essa dissecção do ar em direção ao hilo é causa de pneumomediastino e de enfisema subcutâneo. Mas, se essa dissecção ocorrer em sentido oposto - em direção à pleura visceral e ao parênquima, ocorrerá o pneumotórax NOTA: A tosse sendo uma manobra de Valsalva modificada reduz o débito cardíaco, à hipotensão arterial e à hipertensão venosa sistêmica Uso de medicamentos capazes de causar tosse - É essencial identificar o uso de medicamentos capazes de causar tosse como os inibidores da enzima conversora da angiotensina (captopril, enalapril, etc) e os beta-bloqueadores. Os primeiros, por causarem tosse irritativa, sem expectoração em 10% a 20% dos seus usuários, que geralmente é diagnosticada antes de três semanas de uso. E os β-bloqueadores, inclusive na forma de colírios, por piorarem a obstrução das vias aéreas de pacientes com asma ou DPOC, e causarem tosse com ou sem dispnéia e chiado. Em geral, a tosse causada por medicamentos melhora em poucos dias após a suspensão dos mesmos. Quando necessário, deve-se utilizar broncodilatadores e/ou corticosteróides. Classificação Clínica da Tosse - Aguda: é aquela que dura menos de três semanas Lívi� Thaí� Rodrigue� C�st� - 2° Períod� - Medicin� Semiologia Respiratória - Crônica: Duração igual ou maior a três semanas - Seca: Quando não há presença de secreção é apenas o estímulo aos receptores da tosse - Produtiva: Existe secreções, isto é, muco ou catarro Tipos de Tosse Tosse quintosa: geralmente pela madrugada, com intervalos curtos de acalmia, acompanhada de vômitos e sensação de asfixia. (coqueluche e afecções pulmonares). Tosse-síncope: após crise intensa resulta na perda da consciência. Tosse bitonal: paresia ou paralisia de uma das cordas vocais, significando comprometimento do nervo laríngeo inferior (recorrente). Tosse rouca: laringite crônica, comum em tabagistas. Tosse reprimida: é a que o paciente evita em razão de dor torácica ou abdominal que ela provoca (inicio de pleuropneumopatias, pneumotórax espontâneo, neuralgias intercostais, traumatismos toracoabdominais e fraturas de costelas) ● Expectoração Visão Geral ● O escarro é uma mistura de secreções transportadas pela corrente mucociliar até a faringe e eliminada pela boca, cuja composição inclui material proveniente de trato respiratório inferior, nasofaringe e boca Defesa mecânica dos pulmões ● Mecanismos físicos de limpeza mecânica, como a depuração mucociliar, o sistema de filtro das vias aéreas superiores e os reflexos , como a tosse e espirros, garantem a defesa das vias aéreas e impedem a entrada de agentes invasores até o parênquima pulmonar Depuração Mucociliar ● É o principal mecanismo responsável pela defesa das vias aéreas ● O movimento ciliar tem o intuito de remover as impurezas do ar por meio de movimento de “esteira rolante” até a nasofaringe Investigação Clínica do Escarro ● Para ser chamado de escarro precisa existir a contribuição de secreções do trato respiratório inferior. Dessa forma, quanto maior a quantidade de muco e de células do trato respiratório inferior, mais representativo será o material ● Os aspectosa serem considerados são volume, aspecto e cheiro - Volume: Um volume igual ou superior a 30 ml é considerado de médio a grande porte. Grandes volumes de escarro é frequente nas supurações pulmonares, como bronquiectasias, abcessos pulmonares, pneumonia necrosantes, etc - Aspecto: Pode ser seroso, mucóide, mucopurulento, purulento, sanguíneo e em moldes brônquicos Seroso: Pouco material das vias aéreas inferiores e por isso pouca utilização para exames laboratoriais Mucóide: Translúcido como clara de ovo e baixa celularidade. É um material bem representativo e o mais apropriado ao exame citológico na investigação do câncer pulmonar. Significa que não há infecção brônquica por germes piogênicos, mas acompanha as infecções por vírus e agentes atípicos. A bronquite crônica não Lívi� Thaí� Rodrigue� C�st� - 2° Períod� - Medicin� Semiologia Respiratória infectada, a asma geralmente acompanham o escarro mucóide, mas durante crises de exacerbação se tornam mucopurulentos Mucopurulento e Purulento: Traduzem infecção por germes piogênicos e alta celularidade. O escarro purulento pode assumir uma cor esverdeada devido a uma enzima eliminada pelos piócitos degenerados, a verdoperoxidase e acontecem, normalmente, quando as secreções ficam retidas muito tempo na árvore brônquica, como nas bronquites crônicas infectadas, abcessos pulmonares. Especialmente na asma e em outras eosinofilias pulmonares, o escarro mucopurulento pode ser decorrente da inflamação eosinofílica, não significando, portanto, infecção bacteriana associada Hemoptóico: Escarro com rajas de sangue (hemoptise) - Cheiro: Escarro fétido significa infecção por germes anaeróbios, como em algumas pneumonias necrosantes ● Hemoptise Visão Geral ● Significa qualquer sangramento proveniente do trato respiratório inferior, ou seja, abaixo da glote não importando o volume ● Decorre do sangramento dos vasos da parede brônquica (principal origem) e do parênquima pulmonar. ● Mecanismos: distúrbio da integridade do vaso ou da coagulação. ● A falsa hemoptise é quando o sangramento não vem do trato respiratório inferior Investigação Clínica da Hemoptise ● Deve, primeiramente, excluir a falsa hemoptise ● Relato de “ronqueira no peito” antecedendo o episódio é bastante sugestivo da origem pulmonar do sangramento ● Crepitações na ausculta ● Histórico de doença pulmonar prévia, como pneumonias na infância e tuberculose, cardiopatia, tabagismo, são dados importantes para a etiologia da hemoptise ● Hipocratismo digital favorece a hipótese de bronquiectasias ● Quando o sangue é eliminado junto ao escarro mucopurulento, uma causa infecciosa deve ser considerada, como bronquite infectada e na DPOC ● Causas: Bronquiectasias, CA de laringe e de brônquios, TBC, PNM, abcessos, traumas, neoplasias metastáticas, infarto pulmonar, iatrogenias (broncoscopia, punção torácica, estenose mitral, sangramento proveniente da ruptura de veias, etc ● As hemoptises maciças (acima de 600ml/dia) levam ao choque, embora a maior causa de morte seja asfixia provocada pelo tamponamento da traqueia por coágulos. ● Vômica Visão Geral ● Eliminação brusca de uma quantidade abundante de pus ou líquido de outra natureza através da glote ● Causas: Abcesso pulmonar, empiema pleural (pus na cavidade pleural), mediastinites supuradas, abcessos subfrênicos. Lívi� Thaí� Rodrigue� C�st� - 2° Períod� - Medicin� Semiologia Respiratória ● Chieira Torácica Visão Geral ● É uma manifestação de vias aéreas que traduz obstrução brônquica. Essa obstrução deve ser mais central, ou seja, ao nível de grandes vias aéreas, para que seja percebida e audível pelo próprio paciente NOTA: Quanto mais periférica a obstrução, menor é a possibilidade de ocorrer a chieira torácica e quanto mais central mais audível é a chieira ● Causa: Fluxo aéreo mais rápido e turbulento nos brônquios cartilaginosos obstruídos resultante dos mecanismos de broncoespasmos, edema, inflamação da mucosa brônquica, muco, fibrose cicatricial, tumores ou corpo estranho ● Chieira torácica fixa: Obstruções neoplásicas, cicatricial ou por corpos estranhos que causam os ruídos constantes no dia-a-dia ● Chieira torácica variável: A asma paroxística e a DPOC são as principais causas, pois a obstrução é causada por broncoespasmos, edema e inflamação da mucosa e muco intraluminal decorrentes dessas condições clínicas. Mas, viroses na infância e asma cardíaca também causam a chieira variável ✦ Manifestações Pleural ● Dor torácica parietal ● Manifestação pulmonar da pleura (mais sensível) ● Representa a maioria das causas de dor relatada no tórax ● Pode ser tanto superficial quanto profunda, mas sempre bem localizada ● ● Pode ser ventilatório-dependente, porém está melhor relacionada com os movimentos de tronco, e o paciente, em geral, descobre uma posição antiálgica ● Divide-se em: - Dor Muscular Acometimento dos grandes músculos Normalmente existe história de um traumatismo prévio ou de um exercício incomum Raramente se origina dos músculos intercostais, como em certas infecções virais, como na inluenza e na pleurodinia epidêmica Quadros de tosse muito intensa provocando uma mialgia difusa Regra: A dor muscular profunda, bem localizada e não é ventilatório-dependente. O exame local revelará um grupo muscular espástico, com muita hiperestesia local e dor ao estiramento - Dor Costal É uma dor superficial, bem localizada, ventilatório dependente acompanhada de muita hiperestesia local A compressão do esterno no sentido ântero-posterior gerará muita dor no local da lesão Decorrente, geralmente, de trauma local ou tosse intensa, o que pode fraturar costelas inferiores. Mas, também pode ocorrer fratura patológica por osteoporose, osteomielite, etc. Síndrome de Tietze: É uma pericondrite das quatro primeiras articulações condrocostais, que produz uma dor costal profunda, tipo dolente, ventilatório-dependente, com hiperestesia local e infiltração fusiforme dos tecidos subcutâneos. * Regra: Superficial, bem localizada, ventilatório – dependente e acompanhada de hiperestesia local. Decorrente de trauma local, tosse intensa com fratura de costelas. - Dor Nervosa ● É uma dor difusa e acompanhada de hiperestesia local com irradiação para a área de distribuição cutânea do nervo Lívi� Thaí� Rodrigue� C�st� - 2° Períod� - Medicin� Semiologia Respiratória ● Associação de queimação a hiperestesia local é sugestiva de dor com origem nervosa ● Nervo intercostal: A única neurite intercostal observada frequentemente é a provocada pelo vírus da varicela zoster, que afeta as raízes dorsais e os nervos periféricos ● Raízes Nervosas: As dores radiculares ocorrem por compressão ou irritação das raízes nervosas posteriores ● Regra: Superficial ou profunda, difusa e acompanhada de hiperestesia local com irradiação para área de distribuição cutânea de nervo e relato de queimação (nevralgia pós herpética, radiculopatia). - Dor Pleural ● Somente a pleura parietal tem inervação sensitiva oriunda dos nervos intercostais ● A dor pleural é predominantemente somática, bem localizada e do tipo picante (pontada ou facada), sendo precisamente apontada pelo paciente e ventilatório dependente ● Dor menos dependente dos movimentos do tronco ● Inexistencia de hiperestesia ● A dor pleural decorre dos estímulos aos receptores sensitivos por irritação ou inflamações, como no infarto pulmonar, pneumonias, pleurites ● Regra: bem localizada, picante e apontada pelo paciente, ventilatório – dependente, percebida como pontada ou facada, inexiste hiperestesia local ou esta é mínima (PNM, pleurites, infarto pulmonar).O estímulo doloroso destas regiões será percebido no ombro ou na região cervical lateral. O paciente adota uma posição de repouso ventilatório, e o reflexo da tosse é espontaneamente inibido. - Dor Toracica Mediastinal ● É uma dor visceral, profunda, difusa, do tipo dolente e quase sempre projetada na região retroesternal ● Esofagite, espasmos esofágicos, dissecção aguda de aorta, tumores ● ● Regra: Profunda, mal definida, normalmenteretroesternal (dissecção aguda de aorta, esofagite, espasmos esofágicos, tumores). O paciente costuma localizar através de movimentos com a mão espalmada sobre o esterno, e insiste que a dor é interiorizada. - Dor Torácica Visceral ● Regra: Profunda e mal definida e associada à condições emocionais ✦ Manifestações Funcionais NOTA: O pulmão tem como função principal a respiração, entretanto outras tarefas também são delegadas a ele, como a filtração sanguínea que retém êmbolos impedindo acidentes vasculares embólicos no cérebro e em outros órgãos ocorra, defesa contra agentes nocivos, etc ● Dispnéia - É a sensação de uma respiração difícil e o ato de respirar passa a ser percebido com um esforço desagradável - Indivíduos sem distúrbios mentais e/ou físicos (indivíduos hígidos) sentem a dispnéia quando executam tarefas mais pesadas do que estão acostumadas - Subjetiva: São os sintomas e incluem o aperto no peito, falta de ar, fôlego curto, sufocação, cansaço, canseira, incapacidade de encher os pulmões, etc. - Mecanismo: A dispnéia pode ocorrer por uma demanda excessiva de ventilação, como na gravidez, altas altitudes, anemias hipertireoidismo, etc, ou por um distúrbio ventilatório (Neuromuscular, Restritivo - perda da elasticidade pulmonar- , Obstrutivo - Resistência das vias aéreas - e Misto - Restritivo e obstrutivo-) ,como a DPOC, a miastemia gravis e esclerose lateral amiotrófica, bem como pela associação desses dois mecanismos - Causas: Cardiopatias, pleuropatias e embolia pulmonar, como a DPOC, anemia, pneumotórax espontâneo, dispnéia psicogênica Lívi� Thaí� Rodrigue� C�st� - 2° Períod� - Medicin� Semiologia Respiratória NOTA: A dispnéia é a manifestação clínica que traduz um distúrbio da ventilação enquanto a cianose demonstra dificuldade de trocas gasosas - Aguda: Os sintomas não perduram por muito tempo - Crônica: Os sinais perduram por um considerável espaço de tempo - Variações da dispnéia: - Taquipneia: Aumento da frequência - Hiperpnéia: Aumento de amplitude - Bradipnéia: Respiração lenta - Apnéia: Ausência da ventilação - Ortopnéia: Dispnéia em decúbito dorsal que involui quando o paciente assume uma posição ereta, o que o impede de permanecer deitado. Geralmente, associado à insuficiência cardíaca esquerda NOTA: A dispnéia paroxística noturna é uma variação da ortopnéia e alguns pacientes com refluxo gastroesofágico podem despertar à noite com essa dispnéia em decorrência de um broncoespasmo reflexo - Platipnéia: Dispneia em posição ortostática (ereto) e alívio em decúbito. Comum em pacientes com doenças hepáticas avançadas e grandes fístulas com shunt direita-esquerda - Apnéia: Ventilação pulmonar ausente - Trepopnéia: Dispneia em decúbito lateral doente. Alívio ao assumir o decúbito lateral oposto ao afetado e é encontrado principalmente em pacientes com derrame pleural ● Cianose - Conceito: É a coloração azulada da pele e da superfície mucosa, atribuída a aumento da hemoglobina não saturada de oxigênio (hemoglobina reduzida) NOTA: A hemoglobina reduzida é fisiológica, ou seja, já existe no sangue arterial e venoso, entretanto são suas concentrações que determinam a possibilidade de existir ou não cianose NOTA: Uma saturação abaixo de 88% indica uma hipoxemia acentuada e , dessa forma, a cianose costuma ser uma manifestação tardia da hipoxemia - Cianose Central: É chamada de central quando é provocada por problemas cardíacos ou pulmonares. São três eventos: Hipoventilação alveolar, problemas com as trocas gasosas no pulmão e desvio arteriovenoso O sangue já chega desoxigenado aos capilares por falta de oxigenação do sangue nos pulmões. As mucosas ficam arroxeadas - Cianose periférica: O mecanismo básico é o aumento da hemoglobina reduzida no sangue venoso decorrente de um fluxo de sangue reduzido para os tecidos O tecido fica desoxigenado As mucosas não ficam arroxeadas Caso ocorra uma redução generalizada do fluxo sanguíneo, ocorrerá uma cianose generalizada na pele e superfície mucosa, mas não há correção com oxigenoterapia, pois é problema é no fluxo e não na quantidade de O2, sendo corrigida com aquecimento, dilatação ou massagem local NOTA: Hipóxia é a carência de oxigênio a nível tissular, já a hipoxemia é a carência de O2 no sangue. Tanto a hipóxia quanto a hipoxemia não podem ser avaliadas através da cianose, sendo necessários dados clínicos mais sensíveis, como: - A resposta cardiocirculatória: Pulso acelerado, débito cardíaco aumentado, dilatação dos vasos periféricos, constrição das arteríolas pulmonares e aumento da pressão na artéria pulmonar - A resposta ventilatória: Aumento da frequência respiratória, mas é um sinal tardio Lívi� Thaí� Rodrigue� C�st� - 2° Períod� - Medicin� Semiologia Respiratória - A resposta do tecido hematopoético: Aumento de eritropoetina produzida pelos rins em um quadro de hipoxemia crônica, havendo uma policitemia secundária - A resposta do SNC: Cefaléia, confusão mental, incoordenação motora e da fala ✨ Manifestações Clínicas Pulmonares Secundária - São as manifestações pulmonares que acompanham as pneumopatias, sem, no entanto, estarem diretamente relacionadas à sua função principal: a respiração. - Esses eventos ocorrem devido às relações anatômicas que envolvem o pulmão e as vias aéreas, ou como decorrência - Podem ser Gerais: Febre, anorexia, emagrecimento, astenia, baqueteamento digital, síndromes paraneoplásicas e da veia cava superior(CA pulmonar lobo superior direito) ● Febre : As grandes elevações térmicas são comuns nas doenças infecciosas agudas, mas também podem estar presentes em outras doenças inflamatórias, como na pneumonite lúpica. Além disso, as doenças com evolução crônica costuma produzir febre prolongada de baixa intensidade, de caráter intermitente, como na tuberculose. ● Astenia, anorexia e emagrecimento: Estão presentes em quadros inflamatórios, neoplásicos e estados hipermetabólicos - Mediastinais: O mediastino é um espaço composto por numerosas estruturas e preenchido por tecido conjuntivo e depósitos de gordura, o que confere elasticidade e mobilidade ao mediastino. O envolvimento das estruturas mediastinais por doenças respiratórias pode ocorrer por invasão direta - contiguidade - ou por meio da disseminação linfo-hemática para gânglios do mediastino - O mediastino sofrerá invasão, compressão ou tração tanto por doenças inflamatórias, quanto por neoplasias ● Síndrome da veia cava superior: É um conjunto de sinais e sintomas decorrentes da obstrução - seja por compressão ou pela tração - da veia cava superior na presença ou não de trombose venosa. A obstrução da VCS resulta no acúmulo de sangue à montante, fator que leva ao desenvolvimento dos sinais e sintomas presentes na SVCS ➢ Caracteriza-se por edema e pletora (aumento da volemia causando turgência vascular) de face, pescoço e membros superiores ➢ A partir do momento em que há obstrução da VCS, inicia-se o desenvolvimento de uma circulação colateral, sendo o sistema venoso ázigos um dos principais a se desenvolver. Nota: O sistema venoso ázigos é um conjunto de veias responsáveis por drenar a parede dorsal, abdominal e torácica, constituindo-se como uma drenagem complementar à da veia cava inferior Nota: A circulação colateral é um circuito fisiológico de proteção contra alterações isquêmicas que, potencialmente, evita os efeitos de uma oclusão arterial e com isso pode influenciar nas dimensões e no crescimento de uma lesão isquêmica. Lívi� Thaí� Rodrigue� C�st� - 2° Períod� - Medicin� Semiologia Respiratória ➢ Obstrução acima da veia ázigos: O retorno venoso da cabeça e do pescoço se faz através da veia jugular externa, plexo superficial de parede anterior do tórax, ramos perfurantes das veias intercostais mamária interna, atingindo, assim, o leito da veia ázigo. ➢ Obstrução abaixo da ázigos: É mais raro. Sintomas mais intensos. Retorno venoso ocorre em sentido caudal, através das veias superficiais da parede torácica e abdominal, atingindo a veia cava inferior - Extratorácicas: São representadas por algumas síndromes que, quandopresentes, devem alertar o clínico para a presença de certas pneumopatias, mesmo não havendo relação anatômica com as estruturas respiratórias. Isso se deve a uma relação de causa e efeito. São o baqueteamento digital, as síndromes paraneoplásicas, as síndromes endócrinas e as síndromes neurológicas ● Síndromes Paraneoplásicas: É um conjunto de sinais e sintomas observados em sítios distantes do local em que se encontra o tumor ou metástase. ➢ São mais comumente associadas aos tumores de pulmão (mais comum), estômago e mama. ➢ As SP correm quando um câncer causa sintomas incomuns devido a substâncias que circulam na corrente sanguínea. Essas substâncias podem ser hormônios produzidos pelo tumor ou anticorpos produzidos pelo sistema imunológico. - SP Hormonais: ➢ Síndrome de Cushing: Secreção ectópica de ACTH ➢ Hipercalcemia: Destruição óssea metastática, secreção de PTH símile (hipercalcemia humoral) e aumento da atividade osteoclástica (hipercalcemia osteolítica) ➢ SIHAD (Secreção inapropriada do hormônio antidiurético): Pode estar associada à pneumonia bacteriana, tuberculose e empiema e decorre da prodição e secreção de arginina vasopressina (AVP) pelas células tumorais. ● Baqueteamento Digital: A alteração anatômica básica que define o hipocratismo digital é o aumento de tecido conjuntivo vascularizado e o edema intersticial na região subungueal, seja nas mãos ou nos pés. Isso faz com que haja aumento do volume da extremidade digital e a base da unha seja empurrada para cima alterando o aspecto anatômico dos dedos ➢ Uma característica marcante do baqueteamento digital é a sua frequente regressão com a cura da doença primária, por exemplo, ressecção do câncer de pulmão ➢ Dentre as doenças pulmonares, é frequentemente encontrado no câncer de pulmão, fibrose pulmonar idiopática e doenças supurativas, como empiema, abscesso pulmonar e bronquiectasias. ➢ A importância de seu reconhecimento é a sua relação com determinados grupos de doenças Lívi� Thaí� Rodrigue� C�st� - 2° Períod� - Medicin� Semiologia Respiratória ● É um estudo comparativo ● Para inspeção, percussão, palpação e ausculta, cada região deve ser comparada com a mesma região do hemitórax oposto. ● Tórax anterior: 1-Região esternal: limitada pelas linhas esternais. 2-Região Supra-esternal: fora da parede torácica, prolongamento das linhas esternais, começa em cima dos primeiros anéis cartilaginosos e é limitada abaixo da fúrcula esternal. Lateralmente é limitada pelos músculos esternocleidomastóideos. 3-Região Supraclavicular: na frente é limitada pela borda superior da clavícula, atrás pela borda superior do trapézio e medial pela linha esternal ao pescoço. 4-Região infraclavicular: o limite de cima é a borda inferior da clavícula, o limite inferior é a linha traçada horizontal a partir da 3ª articulação condrosternal. Medialmente tem-se a linha esternal e lateral a borda anterior do deltóide. 5-Região mamária: em cima o limite é a 3ª articulação condrosesternal, e o inferior é a 6ª articulação. O limite interno é a linha esternal e o externo é a linha axilar anterior. 6-Região inframamária: na parte de cima o limite é a linha horizontal na 6ª articulação condrosternal, e embaixo é a arcada costal, lateralmente vai até a linha axilar anterior. LE: linha esternal. ● Tórax lateral: 7-Região axilar: limitada pelas linhas axilares posteriores e anteriores. Em cima tem-se o côncavo axilar e embaixo é a linha que passa pela 6ª articulação costal. 8-Região infra-axilar: em cima tem-se a linha da 6ª articulação costal. E embaixo é a arcada costal. Lateralmente têm-se as linhas axilares posterior e anterior. LAA: linha axilar anterior LAM: linha axilar media LAP: linha axilar posterior ● Tórax posterior: Lívi� Thaí� Rodrigue� C�st� - 2° Períod� - Medicin� Semiologia Respiratória 9-Região Supra-escapular: em cima e lateral tem a borda superior do trapézio, emaixo é a linha que passa pela borda superior da escápula. E o limite interno é a linha vertebral. 10- Região escapular: coberta pela escápula 11-Região Inter-escapuulovertebral: entre a linha vertebral e a escapular, é limitada em cima e embaixo pelas linhas horizontais que passam pelas bordas superior e inferior da escápula. 12-Região infra-escapular: é limitada na parte de cima pela linha horizontal que passa pela ponta inferior da escápula. Embaixo é a arcada costal inferior. O limite interno é a linha vertebral, e o externo é a linha axilar posterior. LEC: linha escapular LV: linha vertebral Inspeçã�: ● Normal =Tórax atípico, eupnêico, sem esforço respiratório (tiragens ou uso de musculatura acessória) com expansibilidade preservada bilateralmente O tórax anterior é observado com o paciente em decúbito dorsal e a região posterior com o paciente sentado, em pé ou em decúbito lateral Inspeção estática(forma do tórax) Inspeção dinâmica (movimentos respiratórios) Estática Alterações da parede torácica: Abaulamentos, retrações, cicatriz e/ou lesões de pele O tórax sem alterações mantém uma relação entre AP/L de 1:2 (diâmetro lateral duas vezes o valor do diâmetro ântero-posterior) Tipos de tórax: - Tórax globoso ou em tonel: Aumento do diâmetro ântero- posterior: relação com o lateral: 1:1; Presente em doenças que cursam com obstrução ao fluxo aéreo ou com perda da força elástica pulmonar (bronquite crônica,DPOC,Asma, bronquiequitasias); Decorre da hiperinsuflação pulmonar. Pode estar associada a alterações degenerativas que acompanham o envelhecimento Lívi� Thaí� Rodrigue� C�st� - 2° Períod� - Medicin� Semiologia Respiratória - Tórax em Peito de Pomba ou Pectus carinatum: Relação 1:1 em virtude somente da proeminência do esterno Pode ser congênito ou adquirido Maioria dos pacientes é assintomática Forma congênita(alteração vai se pronunciando a medida que a criança cresce) Forma adquirida acompanha defeitos congênitos do septo interatrial ou interventricular Outra causa: asma grave persistente da infância. - Tórax em Peito Escavado ou Pectus excavatum: Relação menor que 1:2 em virtude da retração do esterno para dentro Congênito Repuxamento excessivo das fibras anteriores do diafragma que se prendem ao esterno inferior e ao apêndice xifóide. Geralmente não há repercussão clínica Indicação cirúrgica de natureza estética O tórax se deprime para dentro de tal maneira que os arcos costais anteriores se projetam mais anteriormente que o próprio esterno. - Tórax plano ou chato: Parede anterior perde sua convexidade normal Redução do diâmetro ântero-posterior. Musculatura pouco desenvolvida:Indivíduos longilíneos, doenças consuptivas Dinâmica ● Avalia-se: Tipo respiratório, Ritmo respiratório, Frequência respiratória, Amplitude dos movimentos, Presença ou não de tiragem, Expansibilidade dos pulmões ● Frequência respiratória: Adulto em repouso: 12 a 16 irpm(incursões respiratórias por minuto) a 20 irpm eupnéico. Frequência respiratória maior que 35 representa um dos critérios de gravidade (insuficiência respiratória). ● Ritmos respiratórios: -Cheyne-Stokes: O efeito básico é uma hiperresponsividade dos quimiorreceptores ao CO2. Ocorre quando o tempo de circulação para o cérebro está aumentando como na IC Períodos variáveis de incursão respiratória cada vez mais profunda intercalada com apnéia (hiperpnéia e apnéia). Acomete crianças e idosos. IC, IR, depressão respiratória por medicamento (morfina), tumor cerebral. Lívi� Thaí� Rodrigue� C�st� - 2° Períod� - Medicin� Semiologia Respiratória -Biot: Irregularidade imprevisível, Incursões superficiais ou profundas, Períodos irregulares. Depressão respiratória e lesão bulbar,meningite -Kussmaul: Inspirações profundas e ruidosas seguidas de pausas e expirações rápidas e breves. Acidose metabólica – eliminação de CO2 - Suspirada: Movimentos respiratórios interrompidos por suspiros. Traduz tensão emocional e ansiedade. 1-Cheyne-stokes (ciclopnéia) hiperpnéia , bradipnéia e apnéia Causas; insuf cardíaca, TU cerebral, Intoxicação por morfina ou barbitúricos, uremia 2-Kussmaul Amplos mov inspiratórios e inspiratórioscom pausas de apnéia : rápida e profunda Causa: acidose metabólica 3-Biot (atáxica) Pausas de apnéia de duração variável- irregularidade imprevisível Causa: meningite, TU, TCE (lesão do c. respiratório) 4-Apnéia do sono -Pausas respiratórias prolongadas (>10 seg) Causas: DPOC, micrognatismo, cifoescoliose, obesidade 5-Síndrome de Pickwick - Apnéia do sono em obesos Palpaçã�: ● Começa a palpação pelo hemitórax normal, avalia-se o hemitórax de cima para baixo, na região posterior, lateral e anterior, depois passa para o hemitórax suspeito começando pela região ainda tida como normal ● Pesquisa: Áreas dolorosas, linfonodos, expansibilidade e FTV - Expansibilidade: O médico coloca as mãos cobrindo a região supraclavicular de cada lado, de modo que as pontas dos dedos apoiam-se no trapézio. Os dois polegares juntam-se no nível da linha médio esternal na região infraclavicular fazendo uma prega cutânea. O paciente respira profundo e o médico observa o afastamento dos dois polegares Aumentada: compensador (Ex: D. pleural e atelectasia unilat) Diminuída: unilateral: atelectasia, D. pleural unilat, PNM, atelectasia bilateral: enfisema Lívi� Thaí� Rodrigue� C�st� - 2° Períod� - Medicin� Semiologia Respiratória pulmonar. D. pleural bilat, politrauma, depressão resp., polio, miastenia - FTV: Sensação tátil do examinador na parede torácica produzida pela voz do paciente quando o mesmo fala lentamente uma palavra de tonalidade grave. Aumenta na consolidação e diminui ou é abolido no derrame pleural, atelectasia e pneumotórax. A palpação do frêmito deve ser sempre comparativa. A transmissão das ondas sonoras é melhor nos meios sólidos, depois líquidos e finalmente no ar. O paciente é solicitado a repetir em voz alta o número 33.O FTV deve ser uniforme com exceção da área do lobo superior direito onde já é aumentado. Diminuição generalizada do FTV: enfisema, obesidade, edema de parede torácica Diminuição localizada do FTV: PNTX, D. pleural, Atelectasia Aumento localizado do FTV: PNM com condensação (precisa ter brônquio pérvio) Percussã� ● Técnica Digito-digital (falanges distais do dedo médio). Percutir entre os espaços intercostais / Sempre comparar bilateralmente ● Área pulmonar – som claro pulmonar, vibrações lentas, som de baixa tonalidade com maior duração, densidade zero ● Alterações: Submacicez e macicez: Redução ou inexistência de ar nos alvéolos (como se percutisse em órgão solido), som de alta frequência e tonalidade, curto e seco. (Derrame pleural, consolidação, massa e infarto pulmonar,Atelectasia) Submacicez e macicez: Redução ou inexistência de ar nos alvéolos (como se percutisse em órgão sólido), som de alta frequência e tonalidade, curto e seco. (Derrame pleural, consolidação, massa e infarto pulmonar,Atelectasia) ● Som timpânico ou Hipertimpânico: pneumotórax ● Som maciço: derrame pleural, pneumonia, atelectasias Auscult� ● Ausculta-se: 1-Murmúrio vesicular (ruído suave, mais intenso nas bases e diminuído ou ausente no precórdio) 1-MURMÚRIO VESICULAR: Técnica: Paciente sentado com mãos no joelho, tórax despido (tossir algumas vezes antes) Auscultar: anterior, posterior, lateral e fossas supraclaviculares (ápices pulm) OBS: pêlos e roupas podem simular ruidos anormais (semelhantes a estertores) - MV aumentado difusamente: hiperventilação Lívi� Thaí� Rodrigue� C�st� - 2° Períod� - Medicin� Semiologia Respiratória - MV diminuído localmente: atelectasia, PNM, D. pleural, PNTX - MV diminuído difusamente: enfisema, obesidade, asma grave 2- Ruídos adventícios Som bronquial: - Auscultado com o estetoscópio sobre o pescoço. - Originado na faringe, laringe e traquéia. O fluxo aéreo nessa aéreas é rápido e turbulento. Ocorre na inspiração e expiração. -Caracterizado por inspiração rude, uma pausa e uma expiração também rude, bem audíveis. -Som puro, sem interferência do parênquima pulmonar Som Vesicular - Há progressiva desaceleração do fluxo aéreo à medida em que o ar se distancia da traquéia em direção aos alvéolos. - O fluxo aéreo deixa de ser turbulento e passa a ser transicional (fluxo não é turbulento nem laminar). - As vibrações provocadas pelo fluxo aéreo e pela fricção da corrente aérea nas paredes brônquicas são capazes de originar som ao nível das grandes vias aéreas. - Durante a inspiração existe um maior número de vibrações. - Inspiração de intensidade e duração maior, bem audível, suave e uma expiração curta e pouco audível. - Som predominante em todo o tórax (predominância do parênquima pulmonar). Som broncovesicular -Audível nas regiões do tórax correspondentes às zonas apicais dos pulmões. -Regiões infra e supra claviculares, supra-escapulares e interescapulovertebral. -Menor densidade de parênquima (menor interferência na transmissão do som). - - A interferência parcial do parênquima faz com que esse som não seja tão rude e intenso quando o bronquial. - Maior proximidade da traquéia (expiração melhor audível). - Som intermediário entre o bronquial e o vesicular. - A inspiração e expiração tem duração e intensidade iguais e não há pausa entre elas. ● Sons respiratórios fisiológicos: Apenas 3: bronquial, vesicular e broncovesicular. ● Som bronquial apenas no pescoço; no tórax traduz anormalidade, devido a interferência do filtro acústico pelo parênquima pulmonar. ● Sons com mesma intensidade em cada hemitórax ● Sons encontrados em seus respectivos locais de ausculta ● Alterações: Som bronquial no tórax: - Consolidação de espaços aéreos: substituição do ar por transudato, exsudato ou células (líquido), de modo que o seu conteúdo deixa de ser gasoso. - Parênquima deixa de funcionar como filtro não ocorrendo mais a absorção de nas notas de alta frequência (assume densidade sólida); por ex. PNM. - O som se transmite melhor no meio sólido; sons ficam mais puros. - Pode acontecer também em cavitações, quando perde a capacidade de filtro acústico seletivo. - Pode ser confirmado através da broncofonia e pela pectorilóquia afônica. Ausculta da voz: Pede-se ao paciente que fale uma frase, uma palavra ou número, enquanto o examinador ausculta sua parede torácica. - Normalmente não é possível distinguir nenhuma sílaba da fala do paciente. -Modificações patológicas podem ser: Broncofonia, pectorilóquia, egofonia - Broncofonia: refere-se aos sons vocais que são mais altos e mais claros do que o normal Lívi� Thaí� Rodrigue� C�st� - 2° Períod� - Medicin� Semiologia Respiratória quando ouvidos através da parede torácica. Mas a voz ainda é confusa e só é possível a identificação de algumas sílabas da fala do paciente. Em casos de condensação pulmonar com brônquio pérvio - Pectorilóquia: é semelhante a broncofonia, mas se distingue bem todas as sílabas. Compreende-se perfeitamente a fala do doente. - Egofonia: Apresenta qualidade anasalada, caprina. Compreende a egofonia como a interposição de líquido entre a condensação e a parede torácica (Derrame pleural de médio volume, hidrotórax e consolidação pulmonar) - Pectorilóquia afônica: é a pectorilóquia na ausculta da voz sussurrada. Em casos de condensação pulmonar com brônquio pérvio Ruídos Adventícios - Crepitações: Sons descontínuos, explosivos e de curta duração (menor que 20 ms) Produzidas por 2 mecanismos: 1- presença de secreções nas grandes vias aéreas: pode ocorrer na inspiração e expiração e até mesmo após a tosse. É comumente encontrada em pacientes comatosos com retenção de secreções altas, nas bronquiectasias, bronquite crônica e nos casos avançados de um edema pulmonar, também são comuns na fase de resolução das pneumonias. Possui modificação com a tosse (principal característica). 2- reabertura súbita de brônquios previamente colapsados: ocorre pela da tração elástica exercida pelo parênquima quando esse se desinsufla ou pelo isolamento da tração elástica pela infiltração da parede do tubo por edema, inflamação, fibrose ou tecido neoplásico. - Sibilos: Sons contínuos, musicais, e de duração maior que 250m/s. - Também têm sua origem nas vias aéreas e requerem o fechamento prévio de brônquios. - É umavibração das paredes brônquicas impulsionadas por um jato de ar em alta velocidade. - Sibilos graves de baixa tonalidade = roncos (fluxo aéreo menor e um som com vibrações de menor frequência). - Sibilos inspiratórios e expiratórios ou intensos sugerem maior grau de obstrução ao fluxo aéreo, indicando que as paredes brônquicas encontra-se rígidas e colapsadas ao ponto de oclusão tanto na inspiração quanto na expiração (obstrução brônquica mais intensa decorrente de edema, inflamação ou broncoespasmo) -Tórax silencioso = obstrução muito intensa (crises graves de asma; traduz mau prognóstico).Acompanham as doenças que levam a obstrução do fluxo aéreo, como asma e DPOC DERRAME PLEURAL Derrame pleural é definido como acúmulo de líquido no espaço pleural. Normalmente, esse espaço está preenchido por uma fina camada de líquido que permite a facilitação dos movimentos dos pulmões. Porém, algumas Lívi� Thaí� Rodrigue� C�st� - 2° Períod� - Medicin� Semiologia Respiratória situações podem levar a um desbalanço entre a produção e absorção de líquido, causando o derrame pleural. Exame físico: Inspeção - a traquéia pode estar desviada para o lado oposto nos grandes derrames. Palpação - expansibilidade diminuída; FTV diminuído ou ausente. Percussão - maciço a submaciço. Ausculta - MV diminuído ou ausente; por vezes atrito pleural PNEUMOTÓRAX Pneumotórax é a presença de ar entre as duas camadas da pleura (membrana fina, transparente, de duas camadas que reveste os pulmões e o interior da parede torácica), resultando em colapso parcial ou total do pulmão. Exame físico: Inspeção - dispnéia, cianose, tiragem intercostal, desvio da traquéia para o lado contrário da lesão. Palpação - diminuição ou ausência da expansibilidade, FTV diminuído ou ausente. Percussão - timpanismo, hiperressonância. Ausculta - MV diminuído ou ausente; ausência ou diminuição da voz sussurrada CONSOLIDAÇÃO A consolidação pulmonar é definida como a substituição do ar dos alvéolos por líquido, células ou a combinação destes dois. Exame físico Inspeção - sem anormalidades Palpação - expansibilidade sem alterações; FTV aumentado Percussão - macicez na região isenta de ar Ausculta - estertores no final da inspiração na região envolvida, broncofonias (egofonia, pectorilóquia) ATELECTASIA Lívi� Thaí� Rodrigue� C�st� - 2° Períod� - Medicin� Semiologia Respiratória A atelectasia, ou colapso, ocorre devido à hipoventilação dos pulmões. Pode envolver todo o pulmão ou um lobo, segmento ou subsegmento. A atelectasia também é definida como colapso dos espaços alveolares, geralmente de magnitude grave o suficiente para aparecer em uma radiografia simples de tórax. Exame Físico Inspeção - a traquéia pode estar desviada para o lado comprometido. Palpação - expansibilidade diminuída; FTV geralmente ausente quando persiste o tampão brônquico. Percussão - macicez na região sem ar. Ausculta - MV ausente enquanto persiste o tampão brônquico DPOC DPOC é a limitação do fluxo de ar provocada por resposta inflamatória a toxinas inalatórias, frequentemente fumaça de cigarro. No entanto, diversas outras toxinas também podem desencadear este processo. O processo inflamatório crônico pode provocar alterações nos brônquios (bronquite crônica), bronquíolos (bronquiolite obstrutiva) e parênquima pulmonar (enfisema pulmonar). Os alvéolos crescem, se unem e perdem a elasticidade e a força para expulsar o ar, o que dificulta a respiração. Exame Físico: Inspeção - taquipnéia, expiração prolongada, tórax em tonel, dedos em baqueta de tambor. Palpação - diminuição da expansibilidade; FTV diminuído. Percussão - hiperressonância, limite inferior de ambos pulmões rebaixados. Ausculta - MV diminuído, prolongamento da expiração, ocasionalmente roncos, sibilos e estertores. ASMA BRÔNQUICA A asma brônquica é uma inflamação obstrutiva crônica dos brônquios com exacerbações agudas reversíveis, causada pela reação aumentada por vários estímulos inalatórios ou alimentares, ocasionando constrição da musculatura desses brônquios (broncoespasmo), edema da sua parede e hipersecreção das glândulas mucosas, dificultando a respiração (dispnéia), aperto no tórax, tosse, com sinais clínicos de sibilos (chiados) e roncos à auscultação. É um dos principais problemas de saúde pública. Exame Físico: Inspeção - taquipnéia, expiração prolongada, por vezes com tiragem intercostal. Palpação - diminuição da expansibilidade; FTV diminuído. Percussão - hiperressonância ocasional. Lívi� Thaí� Rodrigue� C�st� - 2° Períod� - Medicin� Semiologia Respiratória Ausculta - MV diminuído, prolongamento da expiração, roncos e sibilos OBS: Derrame pleural, pneumotórax desviam a traquéia para o lado contrário da lesão Atelectasia: desvia traquéia homolateral a lesão Referência�: Semiologia Médica - Mario López, José Laurentys Medeiros –5ª Edição. 2009. Editora Atheneu.
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