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CONCURSO DE PESSOAS 
 
Há vários concursos na dogmática penal: 
1. Concurso de crime: quando há vários crimes possíveis diante de um mesmo fato; 
2. Concurso de normas: quando há varias normas, aparentemente, a ser aplicadas diante 
de um mesmo fato; 
3. Concurso de penas: quando há varias penas a ser aplicadas diante de um mesmo fato; 
e 
4. Concurso de pessoas: quando há mais de uma pessoa na feitura de uma infração 
penal. 
Disciplinado pelos arts. 29 a 31 do código penal 
Concurso de delinqunetes agentes ou concursus ou codelinquencia concurso ou delinquentium 
O crime pode ser praticado por uma ou varias pessoas, em concurso. Uma pessoa pode 
matar isoladamente, mas pode valer-se da ajuda de outras pessoas para a realização do delito. 
 Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este 
cominadas, na medida de sua culpabilidade. 
 § 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de 
um sexto a um terço. 
 § 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-
á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido 
previsível o resultado mais grave. 
Circunstâncias incomunicáveis 
 Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando 
elementares do crime. 
 Casos de impunibilidade 
 Art. 31 - O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em 
contrário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado. 
Conceitos: 
A ciente e voluntaria participação de duas ou mais pessoas na mesma infração penal. 
-Convergência de vontades para um fim comum. 
-Não há necessidade, de prévio acordo, basta a ciência da participação no delito. 
Conceito de concurso de pessoas: 
Haverá concurso de pessoas quando, em uma mesma infração penal (crime ou contravenção), 
houver duas ou mais pessoas; 
Nomes a serem utilizados: autores/coautores e participes (no Brasil não existe o “cumplice”). 
 Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na 
medida de sua culpabilidade. 
O concurso de pessoas refere-se ao estudo daqueles casos em que o mesmo fato resulta da obra 
de diversas pessoas reunidas. 
Concorrência de duas ou mais pessoas para o cometimento de ilícito penal. 
UNISUBJETIVO- delito de concurso eventual. 
PLURISUBJETIVO- delito de concurso necessário. 
Atenção!! 
Deve-se destacar, entretanto, que os crimes plurissubjetivos que são aqueles em que o próprio 
tipo penal exige a pluralidade de agentes, ou seja, que são de concurso necessário, não oferecem 
maiores dificuldades. 
A exigência pluralística é de autores, e não de participes. 
Tais crimes são classificados em: 
a. De condutas paralelas; as alies possuem mesmo objetivo (art. 288 CP) 
b. De condutas divergentes ou contrapostas; as alies sai realizadas de uns contra os 
outros (art. 137 do CP) 
c. De condutas convergentes; as ações dos dois agentes se encontram (art. 235 CP) 
O estudo do concurso de pessoas não abrange tais delitos. 
O estudo de concurso de pessoas apenas tem importância nos casos de crimes unisusubjetivos, ou 
seja, quando o tipo penal exige apenas um agente realizando a conduta típica. 
Nestes casos, embora um agente fosse suficiente para a pratica delitiva, é possível que haja 
a contribuição de terceiros, havendo, portanto, concurso eventual de pessoas, no qual a adequação 
típica se dá de forma indireta, nos termos do artigo 29, caput do CP. 
Teorias do concurso de agentes 
Teoria monista ou unitária: o crime, ainda que tenha sido praticado em concurso de varias 
pessoas, permanece sempre único e indivisível. Nela não se destingue categorias de pessoas, sendo 
todos autores. Assim, considera-se que toda pessoa que concorre para a produção do delito causa-
o em sua totalidade, devendo, portanto, responder por ele. 
Teoria dualista: já para esta teoria, no concurso de pessoa há um crime para os autores e 
outro para os participes. Para ela, existe no crime uma ação principal praticada pelo autor e que é 
a ação típica, e ações secundarias, acessórias,q eu são os participes. 
No caso, os participes instigariam ou auxiliariam a pratica do delito. No entanto, esta teoria 
se esquece que o crime é um só. 
Teoria pluralista: para esta teoria, a pluralidade de agentes nada mais é do que a 
concorrência de ações distintas. Assim ocorre uma pluralidade de delitos, com casa pessoa 
praticando um delito próprio e autônomo. 
No entanto, esta teoria não leva em consideração que as vontades dos agentes não são 
autônomas, mas convergentes para um único fim, uma ação única. 
• Vê-se, portanto, que em regra o direito penal brasileiro adota a teoria monista, ao 
dispor que há só um crime, e que todos os participantes respondem por ele. 
Porém, os parágrafos do art. 29, o código penal estabelece uma aproximação da teoria 
dualista. Ao determinarem uma punição diferenciada da participação. 
Qual a teoria adotada pelo Código Penal Brasileiro? 
Nos termos do art. 29 “Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a 
este cominadas, na medida de sua culpabilidade.” 
Apesar da adoção da teoria monista, esta pode ter caráter matizado ou temperado segundo 
alguns autores. 
Devido ao crime de aborto no código penal que pune separadamente a mãe e o médico ou 
quem pratica aqui caráter dualista- mas permaneceremos na figura monista, pois apesar da 
identificação do código permanece um único delito. 
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, 
na medida de sua culpabilidade. 
 § 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto 
a um terço. 
 § 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a 
pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado 
mais grave. 
Ex: dois sujeitos se unem para praticar um furto; enquanto um ingressa na casa e subtrai os bens, 
o outro vigia do lado de fora. Ambos respondem pelo furto. (art. 155) 
Ex: “A” empresta duas armas para B e C matarem D (nessa hipótese, B e C são co-autores do 
“homicídio”, e A é participe). O art. 29 estabelece que o agente que, de qualquer modo, concorre 
para um crime, incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade. (teoria 
monista) 
Requisitos: 
a. Pluralidade de agentes culpáveis 
O concurso de pessoas depende de pelo menos duas pessoas, e, consequentemente, de ao menos 
duas condutas penalmente relevantes. Essas condutas penalmente relevantes. Essas condutas 
podem ser principais, no caso de coautoria, ou então uma principal e outra acessória, praticadas 
pelo autor e pelo participe respectivamente. 
Logo: + de 1 agente e + de 1 conduta. 
O concurso de pessoas se aplica a crimes unissubjetivos, unilaterais ou de concurso eventual. aqui 
todos os agentes devem ser culpáveis. 
Atenção! 
Você irá denunciar “A” e “B” no seguinte: 
a) Art. 155, §4º, IV do CP, ou 
b) Art. 155, §4º, IV cc. Art. 29 caput do CP 
R= Letra a, porque no caso B seria redundância. 
b. Relevância causal das condutas para produção do resultado; 
A conduta de cada um dos agentes tem que ter uma relevância para cometer o delito ou seja, deve 
contribuir para atingir o objetivo. 
Não necessariamente terão a mesma pena. 
Ex: A vai até B pedir sua arma para matar C, pois A não encontrava a sua. B entrega a arma sabendo 
do que seria feito. A retorna para casa e encontra sua arma, onde ele usou para matar C. 
c. Adesão (vinculo) subjetiva entre os agentes; 
Ligados por um vinculo de ordem subjetiva, um nexo psicológico e assim revelar a vontade 
homogênea, visando a produção do mesmo resultado. 
Todos devem ser culpáveis. 
Liame- acordado entre os agentes- ligação. 
Não se reclama o prévio ajuste, nem muito menos estabilidade no agrupamento,o que acarretaria 
a caracterização do delito de associação criminosa (art. 288 CP), se presente ao menos três. 
OBS: se um agende responde dolosamente e o outro culposamente não tem concurso de pessoas- 
vontade homogênea ou principio da convergência. 
Ex: A e B querem matar. Eles estão de acordo, sabem um da existência da vontade do outro. Os 
dois atiram ao mesmo tempo. C morreu, mas NÃO é possível identificar de qual arma foi a única 
bala que matou C. Os dois respondem por homicídio consumado. 
d. Unidade de infração penal para todos os agentes; 
Com a teoria unitária, monista- como regra- todos os coautores e participes se sujeitam a um único 
tipo penal. 
Todos que concorrem para o crime respondem pelo mesmo crime. 
e. Existência de fato punível. 
Depende da punibilidade de um crime, a qual requer em seu limite mínimo o inicio da execução. 
Iter criminis. 
Exemplo: 
Bruna, com 19 anos de idade, grávida, e Celso, com 17 anos de idade, combinaram de subtrair bens 
de uma residência cujos moradores estavam viajando. Bruna ficou responsável por vigiar a 
entrada da casa e pegar os objetos que Celso lhe entregasse pela janela. Quando Celso estava 
dentro da casa, foi surpreendido pela empregada da família e acabou por acertar-lhe a cabeça com 
um objeto pontiagudo, causando-lhe a morte. Bruna somente tomou conhecimento do fato quando 
Celso lhe narrou o ocorrido ao chegarem com os objetos a um esconderijo. 
A partir da situação hipotética precedente, julgue o item a seguir. 
 
Bruna é responsável pelos fatos ocorridos na casa, inclusive pela morte da empregada, em 
função do prévio ajuste criminoso feito com Celso. 
Resposta: 
Bruna não será responsável pela conduta perpetrada por Celso, pois ela quis participar de crime 
menos grave. 
O caso apresentado se amolda ao instituto de cooperação dolosamente distinta, prevista no art. 
29, §2º, do CP: “§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á 
aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o 
resultado mais grave”. 
Vale registrar os requisitos do concurso de pessoas: 
1. Pluralidade de agentes e de condutas, 
2. Nexo de causalidade entre as condutas, 
3. Liame subjetivo entre os agentes (acordo de vontades entre os agentes) 
4. Identidade de infração penal 
Autoria 
Quando a lei penal descreve um tipo, a sanção se dirige a quem realiza a conduta tipificada. 
No entanto, a art. 29 do CP não distingue entre o autor da conduta típica e colaboradores, 
considerando autores todos os que concorrem para o delito. 
Quem pratica o núcleo do verbo do crime. 
Co autor 
Embora as tarefas sejam diferentes, existe a decisão comum de realizar a conduta. 
Todos terão o domínio final de fato, pela realização conjunta do delito, cada um com a sua 
tarefa. 
Não há acessoriedade, já que cada um desempenha uma função fundamental para o objetivo. 
Deve praticar as condutas principais: 
Não é necessário que todos os agentes pratiquem o verbo descrito no tipo; basta que a sua 
conduta, atípica, se isoladamente observada, seja essencial para a realização do fato típico. 
Participe 
Instigação- auxiliar- induzir 
O agente contribui para a pratica de uma infração penal sem cometer atos diretamente 
ligados à figura típica e sem ter o domínio final do ato. 
A conduta do coautor ou do participe deve possuir relevância para o cometimento do crime. 
O participe não existe de maneira isolada no direito penal- logo- para existir o participe é 
necessário a existência do autor. 
Este colabora para conduta do autor. 
Espécies de participação: 
1. Participe moral: induzimento (fazer nascer a ideia criminosa para o autor) e 
instigação (reforçar ideia já existente na mente do autor). 
2. Participe material: a assistência material (auxilio); ex: emprestar a arma. 
Assim: pluralidade de agentes culpáveis 
2 ou mais pessoas... na pratica do crime, assim essas duas pessoas podem ser: 
Autores- coatoria (2 ou mais autores) 
Autor + participe- instituto da participação. 
Desvio subjetivo da conduta 
Outrossim, o §2º do supracitado artigo expõe a denominada participação em crime menos 
grave (desvio subjetivo de conduta) nesse sentido: 
§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada 
a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado 
mais grave 
Segundo Rogério Greco: 
A estimula B a causar lesões em C. 
Ao dar início às agressões, B, agindo agora com animus occidendi (dolo de matar) 
espanca C até a morte. 
Como se percebe, B não fora instigado por A a causar a morte de C. Tal fato se deveu, 
exclusivamente, a um desvio subjetivo da conduta de B. 
Em razão do disposto no § 2º do art. 29 do Código Penal, A somente deverá ser 
responsabilizado por seu dolo, ou seja, se a finalidade de sua participação era estimular, instigar o 
agente a causar lesões em alguém 
Circunstâncias incomunicáveis 
Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo 
quando elementares do crime. 
A B cominam que devem agredir c 
 com a intensão de lesionar 
 FILHO 
 
 Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou 
qualificam o crime: 
 II - ter o agente cometido o crime: 
e) contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge; 
 
A – FUNCIONARIO PUBLICO 
B- NÃO FUNCIONARIO PUBLICO 
CRIME DE PECULATO POR FURTO (ART. 312, 1º, DO CP) 
 
 Casos de impunibilidade 
 Art. 31 - O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em 
contrário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado. 
Iter criminis. 
“Conforme a autoria do escritório, tanto o agente que da a ordem como o que cumpre 
respondem pelo tipo penal. “ 
Certo ou errado? 
Certo. 
Denomina-se o autor de escritório ou “co-autor de escritório” o autor intelectual do 
crime, que tem o domínio organizacional do fato e, desse modo, organiza ou planeja ou dirige a 
atividade dos demais.

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