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Curso Técnico de Edificações – Módulo III – Prática de Obras II – Prof. Maxbel Cabral 1/7 Prática de Obras 2 1. REVESTIMENTOS DE PAREDES 1.1. Função A função principal de um revestimento de parede é proteger as alvenarias contra a chuva e a umidade, e também estéticas, embelezando as fachadas e ambientes que compõem a construção. Os primeiros revestimentos aplicados à alvenaria são as massas grosa e fina, que também serve de base para aplicação de pinturas, azulejos ou outros revestimentos. No caso de alvenaria aparente, visa-se certa economia ou um apelo estético, porém neste caso tanto os blocos como as massas de assentamento e a própria execução deverão ser de excelente qualidade, pois o matérial de fechamento ficará exposto a ação do tempo. O revestimento mais popular é o de argamassa de cimento, cal e areia, pela sua economia e simples execução. Normalmente aplicamos três camadas: chapisco, emboço (massa grossa) e reboco (massa fina). Curso Técnico de Edificações – Módulo III – Prática de Obras II – Prof. Maxbel Cabral 2/7 2. CHAPISCO É um revestimento rústico empregado nas superfícies de alvenaria, pedra ou concreto, a fim de facilitar o revestimento, dando maior pega, devido à superfície porosa. Pode ser acrescido de adesivo para argamassa. O chapisco é uma argamassa de cimento e areia média e grossa sem peneirar no traço 1:3. Consumo de materiais por m² é de cimento = 2,25 kg e areia 0,0053 m³. Deve ser lançado sobre a parede previamente umedecida com auxílio da colher, em uma única camada de argamassa. Os tetos, independentemente das características de seus materiais, e as estruturas de concreto devem ser previamente preparados mediante a aplicação de chapisco. Este chapisco deverá ser acrescido de adesivo para argamassa a fim de garantir a sua aderência. A camada de chapisco deve ser uniforme, com pequena espessura e acabamento áspero. A cura do chapisco se dá após 24 horas da aplicação, podendo assim aplicar o emboço. O chapisco pode ser ainda usado como acabamento rústico, para revestimento externo. Outro recurso de aplicação é o uso de vassoura ou peneira para salpicar a superfície. Curso Técnico de Edificações – Módulo III – Prática de Obras II – Prof. Maxbel Cabral 3/7 3. EMBOÇO – Revestimento grosso A argamassa usada no emboço, também chamada de massa grossa, é a mesma usada no assentamento dos tijolos comuns. Quando a obra se localiza em região onde a cal virgem é acessível, aconselha-se empregá-la como aglomerante. Após hidratá-la (leite de cal), misture-a com a areia média, o que dará uma excelente argamassa, dispensando-se o uso do cimento. Porém, se a superfície for receber um recobrimento pesado (azulejos, ladrilhos, pastilhas, pedras etc.), recomenda-se o acréscimo de cimento à mistura. A cal virgem, quando se tem facilmente, é um material eficiente e barato, porém um tanto trabalhoso e perigoso em seu manejo. Deve ser preparada com uma semana antes de ser empregada para garantir que atinja uma plasticidade adequada e tem a questão da ‘queima da cal’ que é o desprendimento de calor durante a reação com a presença de água, que pode causar queimaduras num usuário desprevenido. A cal virgem tem como substituta a cal hidratada (saco de 20 kg), mais acessível e prática de manusear. Prepara-se a mistura da cal hidratada com a areia média, mais água. A proporção é de 160 a 200 kg (8 a 10 sacos) para um metro cúbico de areia, dependendo da qualidade da cal. No caso de reforço da massa, acrescenta-se cimento (cerca de 100 a 150 kg – 2 a 3 sacos). A aplicação é de cima para baixo, ou seja, do telhado para os alicerces. Sobre os andaimes são colocados caixotes ou padiolas (60 litros de argamassa). O pedreiro transfere a massa com a colher para a Curso Técnico de Edificações – Módulo III – Prática de Obras II – Prof. Maxbel Cabral 4/7 desempenadeira voltada para cima, preenchendo-a, e com a colher retira e aplica esse material na superfície a ser revestida. Tal superfície deve estar molhada. É importante que se saiba que a parede deve ser previamente umedecida para que haja aderência entre a argamassa e o tijolo. Umidade em excesso não permitirá a fixação, pois a massa escorrerá da parede. No entanto paredes completamente secas também não dão resultado adequado, pois o tijolo absorverá repentinamente a água existente na mistura e, da mesma forma, esta se desprenderá. O revestimento é iniciado por meio de guia, que são faixas verticais distanciadas em 2,50 m. Elas servem como referência para o prumo e o alinhamento do revestimento. Curso Técnico de Edificações – Módulo III – Prática de Obras II – Prof. Maxbel Cabral 5/7 O espaço entre os calços da mesma guia é preenchido com argamassa em excesso, passando-se uma régua entre os dois calços , com movimentos de vai e vem, retirando-se o excesso de massas deixando uma faixa alinhada e a prumo. O mesmo se fazendo para as outras guias. O painel entre as guias será preenchido com argamassa em excesso. A seguir, o pedreiro fará correr uma régua apoiada entre as guias e, com movimento lateral de vai e vem (sarrafear), retira o excesso de massa. Ao correr a régua, perceberá onde existe falha (falta de massa), atirando nesse ponto, mais argamassa, torna a correr a régua, retirando o excesso. A superfície final, apesar de alinhada e aprumada, será porosa, o que é benéfico, pois facilitará a aplicação da próxima camada. A uniformidade, a obediência ao prumo e ao alinhamento tem uma importância fundamental nesse revestimento grosso, pois o fino (acabamento) será aplicado a seguir e numa espessura muito fina. A espessura do emboço numa parede bem alinhada e aprumada não deve passar dos 2 cm. Atualmente temos produtos especialmente desenvolvidos com o objetivo de baratear a construção ou então reduzir o seu prazo. Um desses produtos é o cimento de alvenaria. Essa argamassa nada mais é que um cimento com uma resistência menor que o cimento comum, pois não é de uso estrutural. É embalado em sacos de papel de 40 kg de aproximadamente 35 litros. Seu preparo é igual ao da argamassa tradicional. Recomenda-se que, após estar pronta, descanse por 15 minutos antes da sua aplicação, permitindo a absorção da água pelo pó calcário, favorecendo a plasticidade, a aderência e a retenção de água. Curso Técnico de Edificações – Módulo III – Prática de Obras II – Prof. Maxbel Cabral 6/7 Seu traço em volume para emboço interno ou externo é 1:4 (cimento de alvenaria : areia). Esse traço equivale a um consumo de 295 Kgf de desse aglomerante por metro cúbico de argamassa. Seu rendimento para 2 cm de espessura é de: 1 m de argamassa: 50 m² 1 sc de argamassa: 7 m² Outro produto utilizado é o denominado ‘Qualimassa’. É uma massa pronta de cimento e areia, que vem acondicionada em sacos de papel de 50 kg, pronta para o uso, bastando acrescentar água. Seu rendimento é de 2,7 m para cada saco de 50 kg e espessura de 1 cm de revestimento e seu consumo de água é de 7 litros por saco. É preciso ter extremo cuidado na separação e guarda desse material, para não ser confundido com o cimento estrutural. Sua armazenagem segue os mesmos critérios do cimento comum. Esses produtos semiprontos tem sua aplicação ideal em reformas ou em obras com problemas de espaço para estocar material. 4. REBOCO – Revestimento fino Reboco ou revestimento fino ou massa fina é a camada que vem dar acabamento final às paredes. Com espessura de 5 mm e composta por cal hidratada e areia no traço 1:2, esta camada permite um acabamento liso e uniforme. A areia utilizada deverá estar peneirada e os grãos serão provenientes de areia grossa, consequentemente mais duros, o que dá ao revestimento um maior grau de dureza. Nas regiões onde há obtenção de cal virgem,faremos massa de cal com areia no traço 1:2, obtida pela mistura de pasta e areia fina peneirada. Sua aplicação, seja cal virgem ou hidratada, deverá ser com desempenadeira bem cheia de argamassa, que será espremida e arrastada contra a parede, fazendo ficar bem fixada à parede. Deve-se ter o cuidado de se molhar o emboço antes da aplicação da argamassa do reboco. O acabamento é feito com desempenadeira em movimentos circulares, borrifando-se água sobre a massa por meio de uma brocha, o que dá por fim numa superfície uniforme. Também para revestimento fino, existem no mercado inúmeros fabricantes de massa fina industrializada. Curso Técnico de Edificações – Módulo III – Prática de Obras II – Prof. Maxbel Cabral 7/7 5. Traços para argamassas de revestimento (por lata) APLICAÇÃO TRAÇO Rendimento por saco de cimento de 50 kg DICA Chapisco 1 lata de cimento 3 latas de areia 30 m² O chapisco é a base do revestimento. Sem ele as outras chamadas de revestimento podem descolar da parede ou do teto. Em alguns casos, como em muros, pode ser o único revestimento. A camada de chapisco deve ser a amis fina possível. Emboço 1 lata de cimento 2 latas de cal 8 latas de areia 17 m² O emboço serve para regularizar a superfície da parede ou do teto. Sua espessura deve variar de 1 a 2 cm. Reboco 1 lata de cimento 2 latas de cal 9 latas de areia 35 m² Esta camada de acabamento de parede ou de teto deve ser a mais fina possível. NOTA IMPORTANTE: este material foi montado pelo professor e é meramente didático para o auxílio do estudo de seus alunos em sala de aula. Não deve ser reproduzido nem divulgado em hipótese alguma, por trata-se de uma obra composta também por apanhados de informações, de bibliografias e de apostilas técnicas de outros profissionais. Curso Técnico de Edificações – Módulo III – Materiais de Construção – Prof. Maxbel Cabral 1/5 Prática de Obras 2 6. REVESTIMENTOS DIVERSOS 6.1. PASTOSOS (PRONTOS OU A PREPARAR) Alguns dos revestimentos a serem estudados são mais adequados a áreas externas de edificações ou internas, quando houver um apelo mais decorativo. Tais revestimentos costumam ser empregados por atenderem a dois fatores: A dificuldade que se tem na execução da pintura externa em obras de grande porte e, A garantia de cinco anos prevista no Código de Edificações (qualidade do serviço). Pelas suas maiores resistências às intempéries, no caso dos revestimentos externos, esses compensam o investimento inicial em relação ao uso da pintura comum, pois a vida útil é bem superior. 7. MASSA RASPADA Como o nome indica, tal revestimento tem como acabamento final um aspecto de rusticidade, porém apresentando-se homogêneo e contínuo. Sua embalagem são sacos de 50 kg, rendendo 1,8 kg por milímetro de espessura aplicado por m. Sua aplicação é sobre emboço bastante molhado, ou seja, substituindo o reboco. Com uma desempenadeira grande aplica-se o material ‘esticando-o’ (espessura entre 8 a 10 mm) de forma ininterrupta em todo o pano previsto a ser revestido, evitando-se emendas. A raspagem da massa aplicada é feita com uma régua rígida de aço (dimensões 5 por 40 cm) em movimentos semelhantes ao de um limpador de para-brisa da esquerda para direita. Primeiramente no sentido horizontal depois vertical. Assim vai-se obtendo um resultado rústico na superfície, como o esperado. O procedimento descrito acima deverá ser feito quando a massa estiver no ponto apropriado. Seu preparo deve ser feito bem misturado à água limpa (3 : 1 de água). E no caso de cores distintas, usar masseira para cada uma delas. Curso Técnico de Edificações – Módulo III – Materiais de Construção – Prof. Maxbel Cabral 2/5 Este material depois de preparado deve ser utilizado num prazo máximo de cinco horas. 8. MARMORIZADO – IMITAÇÃO DE MÁRMORE Nessa técnica existem vários produto de base mineral, alguns muito semelhantes à massa raspada tanto no preparo e rendimento, diferindo na aplicação e seu acabamento final visa assemelhar-se ao mármore ou mesmo ao concreto aparente. Para sua aplicação o emboço (fundo) deve estar bem sarrafeado e molhado ou pode-se utilizar um ‘primer’ (rolo) antes da aplicação do produto (duas demãos num intervalo de 6 horas). Aplica-se o produto com uma desempenadeira de aço inoxidável em duas demãos (intervalo 6 horas). Depois de curado (+ 6 horas), faz-se uma terceira aplicação com movimentos aleatórios, que dará o aspecto marmorizado e aguarda-se a secagem. Agora com uma desempenadeira inoxidável devidamente limpa, pressiona-se a parede em movimentos aleatórios conseguindo-se assim o brilho desejável. Curso Técnico de Edificações – Módulo III – Materiais de Construção – Prof. Maxbel Cabral 3/5 9. ACRÍLICOS Podem ser de dois tipos: Granulares e Texturizados Granulares – revestimentos compostos por grãos de mármore ou dolomita, tratados e pigmentados industrialmente e aglutinados com resina. O produto deve ser aplicado sobre o emboço (1 : 3 : 8) em volume, com tempo de cura de 30 dias. Após o emboço curado deverá ser aplicado uma camada de líquido selador e as demãos necessárias seguirão às instruções do fabricante e o tempo de espera é de 6 horas. A fachada a ser revestida deverá ser dividida em painéis menores, possibilitando que cada painel seja executado de uma vez. A divisão dos painéis é feita com fita crepe no sentido vertical. Ao término de um painel, após estar completamente seco, aplica-se a fita sobre seu limite para que o próximo painel a ser executado fique com uma emenda perfeita em relação ao anterior. Esse material é aplicado e espalhado com desempenadeira de aço isenta de ferrugem e o excesso retirado com desempenadeira de plástico. Em geral a espessura adequada é de 3 mm. O consumo desse produto é de 4 a 6 kg por m² aplicado. Curso Técnico de Edificações – Módulo III – Materiais de Construção – Prof. Maxbel Cabral 4/5 Texturizados – são produtos 100% acrílicos, de média camada e hidro- repelentes e com pigmentos de alta resistência aos raios UV (anti- desbotamento). Possuem alto poder de aderência e durabilidade. Sua aplicação é nas mesmas condições dos granulares. A primeira aplicação é feita com rolo de lã e seu tempo de secagem é de 6 horas. A posterior com rolo alveolar (espuma com superfície furada). As aplicações são sempre na mesma direção (de baixo para cima na vertical). O aspecto mais ou menos fechado da textura é em função do número de passadas do rolo alveolar. O rendimento do produto é em torno de 1,2 kg/m². 10. GESSO O pó de gesso é misturado em água limpa, até a consistência de pasta que permita que seja espalhada pela alvenaria com a utilização de desempenadeira de aço lisa ou com jateamento e alisado com desempenadeira. O procedimento lembra em muito o emboço e reboco de argamassa, sendo necessário o uso de guias (mestras) de prumo e de nivelamento. Por ser um material hidrófilo recomenda-se que seja aplicado em paredes cujas duas faces sejam internas à construção. Cuidados também devem ser tomados com relação ao contato com caixas esmaltadas das tomadas e interruptores, pois em contato com o gesso, enferrujam provocando manchas em torno desses pontos de instalação. O ideal é o uso de caixas plásticas. Curso Técnico de Edificações – Módulo III – Materiais de Construção – Prof. Maxbel Cabral 5/5 11. CANTONEIRAS Um recurso para reforçar os cantos vivos das paredes, é o uso de cantoneiras de chapa galvanizada ou de alumínio, garantindo reparos adequados com o passar do tempo. A colocação é feita antes do revestimento de alvenaria, sendo fixadas com argamassa de cimento e areia (traço 1 : 3). 12. REVESTIMENTO RÚSTICO É comum que parte dos alicerces fiquem aparentes acima dosolo e devem levar um revestimento especial, já que estão sujeitos a ação de respingos de chuva. A água respingada costuma carregar consigo pó, sujando a parede até certa altura. Por isso é recomendável revestir tal superfície – até uns 50 centímetros – com um revestimento de proteção. Uma opção barata e eficiente é o revestimento rústico. Trata-se de argamassa de cimento e areia grossa (traço 1 : 3) aplicada atirando-a de encontro à parede por meio de uma peneira com malha de 1,5 mm. Mesmo sendo um revestimento de aspecto irregular, quando aplicado com perícia tem bom aspecto. Este revestimento é bastante forte e impermeável, protegendo a parede contra a penetração de água. NOTA IMPORTANTE: este material foi montado pelo professor e é meramente didático para o auxílio do estudo de seus alunos em sala de aula. Não deve ser reproduzido nem divulgado em hipótese alguma, por trata-se de uma obra composta também por apanhados de informações, de bibliografias e de apostilas técnicas de outros profissionais. Curso Técnico de Edificações – Módulo III – Materiais de Construção – Prof. Maxbel Cabral 1/6 Prática de Obras 2 6. REVESTIMENTOS NOBRES 6.1. CERÂMICOS, GRANITOS & MÁRMORES, PASTILHAS E PEDRAS DECORATIVAS 7. CERÂMICOS Ultimamente estes materiais são assentados com argamassa pronta, uma mistura de cimento CP-32, areia classificada e aditivos especiais. Podendo ser aplicado sobre o emboço, concreto limpo, blocos de concreto ou blocos sílico-calcários bem alinhados e molhados antes da aplicação. Diluído em água numa proporção de 1 : 4 (um volume de água para quatro de volumes do produto). Aplicado com desempenadeira dentada, tendo esse material estendido tempo de utilização de 15 minutos em áreas interna e de 5 em áreas externas. Azulejos e ladrilhos são aplicados a seco, ou seja, sem imersão prévia em água. Cerâmica – 7,5 x 7,5 cm e 10 x10 cm: revestimento com acabamento em textura acetinada ou textura brilhante em cores variadas, com excelente resistência à ação do tempo e à abrasão. Sua aplicação deve ser em superfície previamente emboçada. Recomenda-se a aquisição de mais 10% além do previsto para área de cobertura. Este excedente é suficiente para cortes e eventuais manutenções. No recebimento do material na obra, recomenda-se verificar se todas as embalagens têm a mesma referência e indicação de tamanho, cor e classificação. Na ocasião da aplicação das peças retire-as de diferentes Curso Técnico de Edificações – Módulo III – Materiais de Construção – Prof. Maxbel Cabral 2/6 caixas ao mesmo tempo (5 ou 6 caixas de cada vez) e as misture, conseguindo assim um melhor visual de conjunto. Alguns fabricantes as entregam em forma de painel. Peças de 7,5 x 7,5 cm de tamanho vêm em painéis de 16 peças. Peças de 10 x 10 cm, painéis de 9 peças. CERÂMICA EXTRUDIDA (Tipo Gail) Apresenta grande variedade de acabamentos, dimensões e cores, possibilitando inúmeras opções de uso. Categoria Industrial – desenvolvida para resistir a ataques mecânicos, corrosivos, óleos, graxas, produtos químicos, abrasão, bactérias, germes e variações térmicas; Categoria Comercial – desenvolvida para atuar em áreas de tráfego intenso (lanchonetes, shoppings, bancos etc.); Categoria Ouro Preto – utilizada em tanto em edificações comerciais quanto em residências, onde requer padrão superior de acabamento. Categoria Esmaltada – desenvolvidas para suportar as mais severas condições de utilização. Categoria Brickskin – apresenta acabamento semelhante ao tijolo aparente, podendo ter as peças assentes na vertical ou horizontal. Existem peças especiais de acabamento para serem aplicadas nas quinas das paredes, fazendo o revestimento parecer realmente com o tijolo à vista. Curso Técnico de Edificações – Módulo III – Materiais de Construção – Prof. Maxbel Cabral 3/6 As juntas de espaçamento deverão ter entre 7 a 9 mm entre as placas cerâmicas. Esse trabalho será facilitado com o uso de um gabarito (cantilhão ou escantilhão). O revestimento será aplicado conforme determinar o fabricante da argamassa pronta, não se esquecendo de que deverão estar a prumo e em nível. O assentamento deve ser iniciado de baixo para cima, corrida a primeira fiada apoiada em um sarrafo. As peças não serão molhadas antes do assentamento. Para se criar o berço adequado para o rejuntamento, é necessário que se deixe uma junta com 8 mm de profundidade, e a argamassa para o rejuntamento deverá ser composta de uma parte de cimento portland para duas partes de pó de quartzo e deve se iniciar o rejuntamento 24 horas após o assentamento, adicionando água o suficiente para dar plasticidade à argamassa. Feito isso, a argamassa deve ser aplicada por meio de desempenadeira, removendo-se o excesso com a mesma desempenadeira em movimento diagonal em relação às juntas. O rejuntamento deve ficar cheio, compactado, polido e nivelado com a superfície das placas cerâmicas. Resíduos não devem ser deixados, tanto de argamassa ou de rejuntamento. Serão removidos ainda em estado úmido por intermédio de uma esponja umedecida sempre com água limpa. GRANITO & MÁRMORES Bastante usados em obras de alto padrão, as placas de granito e mármores possuem uma variedade muito grande de cores, permitindo as mais variadas opções de acabamento. Curso Técnico de Edificações – Módulo III – Materiais de Construção – Prof. Maxbel Cabral 4/6 A superfície pode ser polida, lustrada, rústica ou levigada. O assentamento poderá ser feito com argamassa de cimento e areia, traço 1 : 2, para peças de pequenas dimensões. Há também a opção da fixação por meio de parafuso e bucha como reforço de fixação para as peças, porém as cabeças de parafusos ficam aparentes, dando um aspecto desagradável. Para placas de grandes dimensões há um sistema bem mais eficiente. Nesse processo as placas são encaixadas em suportes de aço galvanizado e aço inoxidável, fixos nas fachadas por meio de chumbadores ‘parabolt’, por uma ranhura no topo da placa. Esse sistema permite um ajuste para que as placas fiquem corretamente aprumadas entre si. É um sistema muito superior ao tradicional, pois elimina o uso de argamassa de assentamento, telas de fixação e regularizações. PASTILHAS Trata-se de um revestimento bastante difundido num passado recente e hoje em dia, porém que esteve durante um tempo um tanto em desuso. Por ser um produto durável e de preço mais acessível que outros tipos de revestimento, popularizou-se, sendo uma boa opção de acabamento. São pequenas peças de material coladas sobre papel grosso ou plástico, formando painéis que auxiliam sua colocação. As pastilhas se apresentam em duas dimensões: 2,5 x 2,5 cm ou 4 x 4 cm, podendo ter acabamento esmaltado ou não. Sua aplicação se faz sobre emboço ainda fresco. Depois se marca no centro da parede dois pontos de nível (nível de mangueira). Entre as marcas em nível estende-se a linha de pedreiro, que será batida contra a camada de argamassa pronta, marcando-se desta maneira o nível na Curso Técnico de Edificações – Módulo III – Materiais de Construção – Prof. Maxbel Cabral 5/6 parede. Com auxílio do prumo, traça-se uma linha perpendicular à linha de nível, obtendo-se um esquadro perfeito que servirá de referência ao serviço de colocação das pastilhas. A aplicação já foi um processo um tanto complicado com o uso de um caixote onde se aplicava uma nata de cimento branco e depois se apoiava as pastilhas com o lado do papel grosso para cima. O prumo e o nível eram inclusive garantidos com o uso desse caixote como instrumento auxiliar na fixação do painel à parede. Hoje se faz a aplicação diretamente sobre a massa de fixação já na parede, observando-se as linhas de prumo e nível traçadas. Retiramos o papel grosso oufolha plástica após a colocação e secagem das placas fixadas. Caso a placa seja fixada em papel, o retiramos com a ajuda de uma solução de soda cáustica (250 g para 5 litros de água). Com o auxílio de uma brocha, molhamos o papel, no sentido de cima para baixo, até que fique bem úmido. Após 5 minutos e, com a ponta da colher de pedreiro ou uma espátula de aço, retira-se todo o papel com cuidado de não descolar as pastilhas. Os excessos de cola ainda presentes nas pastilhas retiram-se com uma lavagem de água. O rejuntamento é feito com nata de cimento branco, utilizando-se um rodo de borracha, sem cabo. Todas as juntas serão preenchidas não deixando excesso de nata sobre as peças. Depois de tudo seco, se limpa o pó com o auxílio de uma estopa úmida. A limpeza final é executada com uma solução de ácido muriático na proporção 5 : 1 (cinco partes de água para uma de ácido). PEDRAS DECORATIVAS Comumente usadas pra revestimento de muros, embasamentos e detalhes de fachadas ou paredes. São assentadas diretamente sobre a alvenaria, com argamassa de cimento e areia no traço 1 : 3. Curso Técnico de Edificações – Módulo III – Materiais de Construção – Prof. Maxbel Cabral 6/6 Os tipos mais comuns são: granito, quartzo branco ou rosa, pedra mineira, pedra São Tomé, itacolomi e dolomita. NOTA IMPORTANTE: este material foi montado pelo professor e é meramente didático para o auxílio do estudo de seus alunos em sala de aula. Não deve ser reproduzido nem divulgado em hipótese alguma, por trata-se de uma obra composta também por apanhados de informações, de bibliografias e de apostilas técnicas de outros profissionais. Curso Técnico de Edificações – Módulo III – Prática de Obras II – Prof. Maxbel Cabral 1/8 Prática de Obras 2 8. INSTALAÇÃO PREDIAL DE ÁGUA Neste estudo serão abordados os seguintes trabalhos: Captação; Distribuição; Águas pluviais; Rede de esgoto. 8.1. Captação – Água Fria – pode ocorrer uma de duas alternativas: Em rede existente de distribuição de água na rua; Não existindo, obtenção por perfuração de poço. Alimentação do reservatório Para qualquer das o primeiro objetivo é a alimentação do reservatório. Este normalmente está sobre o forro da edificação, por ser o mais indicado para sua colocação. A distribuição da água da caixa para os aparelhos será por gravidade. Curso Técnico de Edificações – Módulo III – Prática de Obras II – Prof. Maxbel Cabral 2/8 Água de rede Quando a água é obtida via rede pública, obrigatoriamente, é feita pelo cavalete. Cavalete é o dispositivo que permite a colocação do hidrômetro, medidor de consumo d’água. O cavalete deverá estar abrigado. Este abrigo tem as seguintes medidas livres 80 x 80 x 30 cm (largura, altura e profundidade, respectivamente). A entrada será sempre com cano de ¾”. Em casos especiais será concedida entrada de maior diâmetro. Do cavalete, a água será levada para o reservatório, alimentando na passagem: torneira de jardim e quintal; torneira da pia da cozinha; torneira para filtro (cozinha ou copa); torneira de tanque. Curso Técnico de Edificações – Módulo III – Prática de Obras II – Prof. Maxbel Cabral 3/8 Água de poço Quando a água é proveniente de poço, nosso objetivo imediato e único é a alimentação do depósito. Qualquer torneira alimentada pela bomba só receberia água com esta funcionando. A exceção são as torneiras de jardim para rega de plantas que alimentadas pela bomba terão maior Curso Técnico de Edificações – Módulo III – Prática de Obras II – Prof. Maxbel Cabral 4/8 pressão. Neste caso, recomenda-se colocar um registro que vede a subida da água ao reservatório. O acionamento ideal para bomba é o elétrico, havendo outras soluções das quais a mais usada nas áreas rurais afastadas é o cata-vento. Existem também bombas manuais, cujo funcionamento é por alavanca em movimentos de vai-e-vem. Curso Técnico de Edificações – Módulo III – Prática de Obras II – Prof. Maxbel Cabral 5/8 Das bombas elétricas destacam-se dois tipos principais: centrífuga; de pistão. A bomba centrífuga é de funcionamento com jato contínuo. As de uso domiciliar têm motor ¼ ou ⅓ de HP; tem altura máxima de sucção de 7 m e de elevação de 21 m. Altura de sucção compreende a diferença de nível entre a superfície de água do poço e a bomba, elevação é a condução da água da bomba até o reservatório. O limite de sucção de 7 m tem a desvantagem de que se o poço tiver uma profundidade maior a bomba deverá ser instalada no seu interior, dificultando consertos e reparos quando necessários. A vantagem desse tipo de bomba é que silenciosa, um fator importante para domicílios. Outra vantagem é que atende a torneiras de jardim por sê-la de jato contínuo. A bomba a pistão tem jato intermitente, logo não atende a alimentação direta de torneiras de jardim. Também apresenta ruído desagradável, porém sua grande vantagem está na capacidade de sucção muito maior, solucionando o problema de poços profundos. Curso Técnico de Edificações – Módulo III – Prática de Obras II – Prof. Maxbel Cabral 6/8 De preferência a alimentação via bomba deve ser de um único reservatório. No caso de se alimentar dois (principal e secundário), teremos de usar um sistema de dois registros (R1 e R2). Para alimentar o principal, é necessário abrir o R1 e fechar o R2. Vice versa para a água da caixa secundária. Cuidado apenas para não deixar os dois registros fechados, pois levaria a queimar a bomba por não haver água circulante. Curso Técnico de Edificações – Módulo III – Prática de Obras II – Prof. Maxbel Cabral 7/8 A ligação da bomba poderá ser por chave ou interruptor manual ou por automáticos especiais. Na ligação automática são colocados dois dispositivos, um no reservatório e outro na válvula do poço.o da bomba liga sempre que a água baixar de um determinado nível e se desliga quando o reservatório enche. Curso Técnico de Edificações – Módulo III – Prática de Obras II – Prof. Maxbel Cabral 8/8 O automático do poço tem a função de só ligar a bomba quando o nível d’água estiver acima da válvula, protegendo a bomba de funcionar a seco e queimar. O uso de automático é pratico, porém arriscado, pois basta um mau funcionamento de um deles para que todo o sistema deva ser desligado. Automático do reservatório desligando = caixa vazia. Automático do reservatório não desligando = caixa transbordando e forro inundado. Automático do poço não desligando com nível baixo = motor da bomba queimado. Logo se conclui que vale o trabalho de acionar via chave ou interruptor para ligar ou desligar. NOTA IMPORTANTE: este material foi montado pelo professor e é meramente didático para o auxílio do estudo de seus alunos em sala de aula. Não deve ser reproduzido nem divulgado em hipótese alguma, por trata-se de uma obra composta também por apanhados de informações, de bibliografias e de apostilas técnicas de outros profissionais. Curso Técnico de Edificações – Módulo III – Prática de Obras II – Prof. Maxbel Cabral 1/8 Prática de Obras 2 8. INSTALAÇÃO PREDIAL DE ÁGUA – continuação 1 8.2. Distribuição – Do reservatório aos aparelhos – existem dois sistemas básicos: Por sangramento; Por pendentes. Na verdade nenhum dos dois sistemas é indicado como solução adequada. O que normalmente se faz é um sistema misto onde pode tender mais para um ou para outro, de acordo com a necessidade do projeto. No sistema de distribuição por sangramento a saída da caixa d’água é única, se distribuindo sucessivamente a novas alimentações para cada um dos aparelhos. Esse sistema privilegia a economia de canalização, porém com baixa eficiência nos aparelhos. Bastaque se acione a válvula de descarga para que se comprometam todas as saídas de água nos outros aparelhos. Sistema de distribuição por pendentes compreende uma saída da caixa para cada aparelho. Um exagero e por isso não se aplica rigidamente. O Curso Técnico de Edificações – Módulo III – Prática de Obras II – Prof. Maxbel Cabral 2/8 sistema é antieconômico pelo excesso de registros desnecessários e grande metragem de canalização. Na prática adotam-se os dois sistemas combinados (misto), havendo mais que uma saída da caixa d’água, mas também existindo algumas derivações no encanamento. Quanto mais o sistema misto tender para de pendentes, melhor será seu funcionamento, porém mais caro será o sistema pelo maior consumo de registros, tubos, conexões e mão de obra. Curso Técnico de Edificações – Módulo III – Prática de Obras II – Prof. Maxbel Cabral 3/8 Fica a critério de cada profissional adaptar o sistema mais adequado à verba disponível. Uma boa norma é combinar, em cada saída da caixa, dois ou três aparelhos de uso não simultâneo e consumo econômico dentro do possível. A distribuição para cozinha (pia e filtro, no mínimo) deve estar sempre independente (saída própria), para que possa ser usada simultaneamente com as peças dos banheiros, em especial nos casos de construções de dois pavimentos, em que a cozinha está no térreo e o banheiro no superior, a abertura da torneira da pia roubaria toda a água dos aparelhos no caso de uma saída comum. Eventualmente a cozinha poderá ter sua saída em comum com os aparelhos de um lavabo, caso esteja também no andar térreo. 8.3. Água quente Um desejo e até uma necessidade em determinadas regiões é que se tenha a saída de água quente em certos aparelhos, em especial nos banheiros. Soluções não faltam, porém umas mais completas que as outras e também bem mais caras. As soluções mais usuais são encontradas com o gás e com a energia elétrica. Curso Técnico de Edificações – Módulo III – Prática de Obras II – Prof. Maxbel Cabral 4/8 Resumo dos processos de aquecimento: Aquecimento a gás O sistema a gás de baixa pressão usa um aquecedor adequado, capaz apenas de fornecer água quente pelo próprio aparelho, não havendo distribuição pela canalização. Uma solução simples, porém incompleta. Devemos ter uma tubulação levando gás até onde será instalado o aparelho (cozinha ou banheiro). No aquecedor entrará gás e água, processando-se o aquecimento. Com o aquecedor a alta pressão, a solução será mais completa, pois a saída o aparelho se dará por canalização, conduzindo, sob pressão, a água aquecida para qualquer aparelho que se deseje. Os aparelhos normalmente atendidos serão: chuveiro, banheira e lavatório. O gás para esses aquecedores poderá ser o de rua, ou também o liquefeito fornecido em botijões. Curso Técnico de Edificações – Módulo III – Prática de Obras II – Prof. Maxbel Cabral 5/8 Para que o sistema a gás com alta pressão funcione bem, é necessário que haja bom desnível entre ele e a caixa d’água, que deve estar a uns 4 m acima do nível do piso do banheiro, evitando assim o superaquecimento ou o aquecedor se desligará automaticamente por insuficiência de vazão. O aquecimento central a gás (boiler) é um sistema altamente dispendioso e deverá ser colocado fora da casa para prevenir acidentes e é uma ampliação do sistema anterior. Aquecimento por energia elétrica O aquecedor central elétrico (boiler), geralmente é colocado no forro. Munido de um pequeno reservatório (50 a 200 litros) com revestimento refratário para manutenção do calor. Imerso na água do reservatório existe uma resistência envolta num tubo. É essa resistência , quando ligada, quem faz o aquecimento da água. A água vinda do reservatório entra no aparelho por baixo, saindo aquecida na sua parte superior. Esse sistema garante que só sairá água quente, quando esta puder ser substituída pela mesma quantidade de água fria. O que também garante que a resistência não venha a queimar. O aquecedor deve estar num nível abaixo ao reservatório para receber água por gravidade. Outro sistema que vem se vulgarizando é o de aquecedor solar. O sistema de aquecimento solar é composto por dois elementos básicos: o coletor solar, que aquece a água, e o reservatório térmico (ou ‘boiler’), Curso Técnico de Edificações – Módulo III – Prática de Obras II – Prof. Maxbel Cabral 6/8 que armazena a água aquecida. A água circula entre o reservatório térmico e os coletores solares. Os coletores com superfície enegrecida captam o calor do sol e o transferem para a água que circula no interior da serpentina dos coletores solares. Aquecida, a água retorna ao reservatório térmico (boiler) e ali fica armazenada até que seja consumida. É preciso também haver uma caixa d'água fria para alimentar o reservatório térmico, podendo ser exclusiva (o que é mais recomendado) ou não. Lembremos que todos esses sistemas exigem cuidados sérios. Não devemos negligenciar em hipótese alguma as recomendações de instalação e segurança fornecidas pelos fabricantes. 8.4. Dispositivo de emergência no reservatório As caixas d’água devem ter dois dispositivos de emergência, ladrão e saída de limpeza. O ladrão é uma saída na parte superior, acima do nível fixado pela boia, para permitir livre escoamento das águas quando a boia deixar de fechar no ponto fixado. Esse dispositivo evita que se inunde o forro. A saída de limpeza deve estar exatamente no fundo da Curso Técnico de Edificações – Módulo III – Prática de Obras II – Prof. Maxbel Cabral 7/8 caixa para que por ela escoem os depósitos de impurezas quando se quer processar a sua limpeza. Essas duas saídas podem se encontrar, descendo posteriormente pela mesma tubulação, havendo um registro na saída de limpeza. Essa tubulação poderá descarregar no esgoto, na banheira, ou Box do chuveiro. Quando se processar a limpeza da caixa, todos os outros registros (outras saídas) devem estar fechados para que as impurezas só escoem pelo tubo de limpeza. Depois de terminada a limpeza, devemos Curso Técnico de Edificações – Módulo III – Prática de Obras II – Prof. Maxbel Cabral 8/8 descarregar água por todos os aparelhos e torneiras para que alguma impureza que porventura tenha penetrado nos encanamentos não tenha tempo de constituir depósito. NOTA IMPORTANTE: este material foi montado pelo professor e é meramente didático para o auxílio do estudo de seus alunos em sala de aula. Não deve ser reproduzido nem divulgado em hipótese alguma, por trata-se de uma obra composta também por apanhados de informações, de bibliografias e de apostilas técnicas de outros profissionais. Curso Técnico de Edificações – Módulo III – Prática de Obras II – Prof. Maxbel Cabral 1/6 Prática de Obras 2 8. INSTALAÇÃO PREDIAL DE ÁGUA – continuação 2 8.5. Aparelhos Sanitários Resumo dos aparelhos mais utilizados, incluindo peças de embutir: Nos banheiros Nas cozinhas Na área de serviço Acessórios Banheira Pia com tampo Tanque Saboneteiras Lavatório Filtros Porta-papel Bacia Porta-toalhas Bidê Cabides Chuveiro Armário com espelho Ducha Exaustor Depósito de água* * caixas d’água sobre o forro. A escolha do tipo e modelo das peças ficará a cabo do proprietário ou do projetista. Ao construtor interessa apenas a definição do que foi escolhido para que possam ser deixados instalados as partes de alimentação e esgotamento das peças. Diâmetros da rede de alimentação das peças É definido no projeto de instalação hidráulica, bem como a posição de saída das tubulações. Curso Técnico de Edificações – Módulo III – Prática de Obras II – Prof. Maxbel Cabral 2/6 Diâmetros das tubulações dos principais aparelhos: PeçasDiâmetros Bacia sanitária c/ válvula de descarga 1 ½ Bacia sanitária c/ caixa de descarga ½ Lavatório ½ Bidê ½ Chuveiro ½ ou ¾ Pia de cozinha ½ ou ¾ Tanque ½ Filtro ½ Torneira de jardim ½ Ramal domiciliar (pequenas residências) ¾ Indicação da altura de saída para de cada aparelho (alimentação): Peças Altura dos tubos de alimentação (m²) Bacia sanitária 0,30 Lavatório 0,60 Banheira 0,50 Bidê 0,15 Chuveiro 2,10 a 2,30 Pia da cozinha 1,20 Tanque 1,20 Filtro 1,80 Torneira de jardim 0,75 Caixa de descarga 2,20 Caixa de descarga embutida 1,40 Caixa acoplada 0,30 Registro p/ banheira 0,80 Registro p/ chuveiro 1,30 Válvula de descarga tipo ‘Hydra’ 1,10 Curso Técnico de Edificações – Módulo III – Prática de Obras II – Prof. Maxbel Cabral 3/6 Indicação das distâncias recomendadas para as tubulações de esgotamento (medidas entre o centro das tubulações e parede acabada – bacias sanitárias e bidês, e do centro da tubulação de esgotamento e o piso acabado – pias de cozinha e lavatórios): Peças Distancias recomendadas Bidê 0,20 Bacia sanitária c/ válvula de descarga 0,26 Bacia sanitária acoplada 0,22 Bacia sanitária c/ caixa de descarga 0,10 Bacia sanitária c/ caixa de descarga acoplada 0,10 Lavatório 0,50 Pia de cozinha 0,50 a 0,70 Tanque 0,50 8.6. Tubos e conexões Rede de água fria e água quente Os tubos e conexões para redes de distribuição de água fria e água quente em instalações prediais são de PVC, cobre e ferro galvanizado. Os mais utilizados nas tubulações e conexões, atualmente. São água fria: tubos de PVC e água quente: PVC ou cobre. Acontecem de construtoras utilizarem o cobre como instalação também de água fria, que apesar de gerar um custo inicial a mais, se faz bem menor quanto à manutenção. Tubos de PVC O PVC rígido é o material mais utilizado nas redes de distribuição de água fria e isso se deve principalmente às vantagens desse produto: facilidade na instalação, alta resistência à pressão, leveza, facilidade de manuseio e transporte, durabilidade, menor perda e baixo custo. Tubos de PVC para instalações prediais de rede de água fria são da linha hidráulica e classificam-se pelo tipo de junta: roscáveis e soldáveis. Curso Técnico de Edificações – Módulo III – Prática de Obras II – Prof. Maxbel Cabral 4/6 O sistema de junta roscável (cor branca) permite a montagem e desmontagem das ligações, sem danificar os tubos e conexões, o que permite um reaproveitamento de todos os materiais utilizados em outras instalações. O sistema de junta soldada (cor marrom) não permite o reaproveitamento das conexões já utilizadas, porém tem a vantagem de transformar a junta em ponto de maior resistência e proporcionará maior rapidez de execução, dispensando algumas ferramentas especiais de aperto. Diâmetros das linhas hidráulicas: Tubos e conexões linha hidráulica soldada (mm) * Tubos e conexões linha hidráulica roscada (“) 20 ½ 25 ¾ 32 1 40 1 ¼ 50 1 ½ 75 2 85 3 100 4 *os tubos são fornecidos em barras de 6 m de comprimento, c/ ponta e bolsa. Curso Técnico de Edificações – Módulo III – Prática de Obras II – Prof. Maxbel Cabral 5/6 Execução das juntas (soldada e roscável) Os tubos deverão ser cortados com serras de ferro ou serrotes de dentes pequenos, perpendicularmente ao eixo longitudinal, para que sejam evitados vazamentos provocados pela má condição de soldagem ou dificuldade de corte da rosca. Após o corte dos tubos, as pontas deverão ser chanfradas com uma lima, sendo esta uma operação simples, porém importante para se obter um bom resultado. Materiais necessários (junta soldada): Serra de ferro ou serrote Lima meia cana murça Lixa de água nº 320 Pincel Papel absorvente Solução limpadora Solda para PVC A solda, quando aplicada na superfície dos tubos, dissolve uma pequena camada de PVC e, ao encaixarem-se as duas partes, ocorre a fusão das duas paredes, formando um único conjunto. Após devidamente esquadrejadas e chanfradas, deve-se tirar o brilho das paredes da bolsa e da ponta a serem soldadas para facilitar a ação da solda, utilizando-se a lixa nº 320. Só não lixe demais, para não criar folga entre o tubo e as bolsas. Limpar a ponta e a bolsa com a solução limpadora. A solda será sempre aplicada com pincel chato em camada bem fina e uniforme na bolsa, cobrindo seu terço inicial e outra camada um pouco mais larga na ponta do tubo. Encaixar em seguida a ponta da bolsa até que se atinja o seu fundo, sem torcer. O excesso de solda deverá ser removido, utilizando papel absorvente. Deixar secar para utilizar o tubo. Para instalar os registros ou conexões galvanizadas na linha de PVC, utiliza-se o adaptador ou luva SEM (rosca metálica) nas peças metálicas, utilizando-se a fita veda-rosca para garantir a estanqueidade. Em seguida, soldam-se as pontas dos tubos nas bolsas das conexões de PVC. Curso Técnico de Edificações – Módulo III – Prática de Obras II – Prof. Maxbel Cabral 6/6 Importante: nunca fazer a operação inversa, pois o esforço de torção pode danificar a soldagem, ainda em processo de secagem. Nunca se deve utilizar a tubulação imediatamente e se deve aguardar ao menos uma hora para a secagem. No caso de submeter a tubulação a teste de pressão, aguardar pelo menos 24 horas. NOTA IMPORTANTE: este material foi montado pelo professor e é meramente didático para o auxílio do estudo de seus alunos em sala de aula. Não deve ser reproduzido nem divulgado em hipótese alguma, por trata-se de uma obra composta também por apanhados de informações, de bibliografias e de apostilas técnicas de outros profissionais. Curso Técnico de Edificações – Módulo III – Prática de Obras II – Prof. Maxbel Cabral 1/4 Prática de Obras 2 8. INSTALAÇÃO PREDIAL DE ÁGUA – continuação 3 Execução das juntas (soldada e roscável) – continuação No caso de junta roscada, são necessários os seguintes materiais: Serra ou serrote Morsa Tarraxa para tubos de PVC Fita veda-rosca A preparação do tubo é igual àquela para juntas soldáveis. O tubo deve ser fixado na morsa, evitando o excesso de aperto que pode causar deformação do tubo e consequentemente defeito na rosca. Em seguida, encaixar a tarraxa pelo lado da guia na ponta do tubo. Faça uma pequena pressão na tarraxa, girando uma volta para a direita e meia volta para esquerda. Repetir essa operação até atingir o comprimento da rosca desejada, sempre mantendo a tarraxa perpendicular ao tubo. Para garantir a vedação e também evitar o enfraquecimento do tubo, o comprimento da rosca no tubo deve ser ligeiramente menor que o comprimento da rosca interna nas conexões. Antes da utilização, a rosca deve ser limpa e envolta com fita veda-rosca. Curso Técnico de Edificações – Módulo III – Prática de Obras II – Prof. Maxbel Cabral 2/4 Conexões de PVC As conexões tem finalidade de possibilitar a união de tubos de diâmetros iguais ou diferentes e tubos de materiais diferentes. As mais utilizadas são: redução cruzeta luva curva joelho cap junção nípel plugue tê Adaptador = conexão que permite a conexão de tubos de PVC soldáveis aos registros, válvulas e torneiras. Redução = conexão que permite unir dois tubos ou peças de diâmetros diferentes. Cap (terminal) = conexões utilizadas nas pontas dos tubos por não possuírem continuidade ou ligações com outros tubos, peças ou conexões. Cruzeta = conexão que permite a união de quatro tubos de mesmo diâmetro. Curva = conexão que permite o desvio da direção de um tubo a 45° ou 90°. Diferenciam-se dos joelhos porque possuem um raio de curva maior, também chamados de “curva larga”. Joelho = conexão que permite o desvio de direção de tubo, a 45° ou 90°, também conhecidoscomo cotovelos ou curvas. Junção = conexão que permite a instalação de um tubo, derivando-se do tubo principal de 45°. Luva = conexão que permite unir dois tubos de diâmetros iguais. Nípel = conexão que permite a união de dois tubos ou peças de mesmo diâmetro com rosca interna. Plugue = conexão que permite a vedação temporária da ponta de um tubo ou de uma conexão. As conexões existem nos tipos roscáveis. Curso Técnico de Edificações – Módulo III – Prática de Obras II – Prof. Maxbel Cabral 3/4 Detalhes de ligação de alguns aparelhos (água fria) Lavatório Válvula de descarga e Chuveiro Os tubos de cobre e ferro galvanizado são trabalhados da mesma forma que os tubos de PVC roscáveis e as conexões existentes apresentam a mesma utilização das de PVC. Curso Técnico de Edificações – Módulo III – Prática de Obras II – Prof. Maxbel Cabral 4/4 Cobre – tubos e conexões Ferro Galvanizado – tubos e conexões NOTA IMPORTANTE: este material foi montado pelo professor e é meramente didático para o auxílio do estudo de seus alunos em sala de aula. Não deve ser reproduzido nem divulgado em hipótese alguma, por trata-se de uma obra composta também por apanhados de informações, de bibliografias e de apostilas técnicas de outros profissionais. Curso Técnico de Edificações – Módulo III – Prática de Obras II – Prof. Maxbel Cabral 1/4 Prática de Obras 2 8. INSTALAÇÃO PREDIAL DE ÁGUA – continuação 4 Esgoto Essa rede destina-se ao recolhimento das águas servidas. É de grande importância e responsável por muita preocupação em obras prontas, quando não bem planejada e executada. Fatores positivos, que influem numa rede bem planejada e executada: Bitola suficiente para a vazão de cada ramal e tronco; Declividade adequada para um bom escoamento; Eliminação, tanto quanto possível, de curvas acentuadas (preferível substituir curva de 90° por duas de 45°); Abundância de caixas de inspeção e desentupimento (principalmente nas curvas); Base sólida para apoio das manilhas ou tubos, evitando recalques; Boa conexão entre manilhas ou tubos para que vazamentos não venham a solapar o terreno sob a rede provocando recalques; Se possível, colocação de caixa de gordura na cozinha, evitando que substâncias gordurosas ocasionem depósitos nas paredes internas dos tubos diminuindo o diâmetro; Uso adequado da rede, não jogando nas bacias panos ou papéis que não sejam apropriados. A rede é formada de ramais e um tronco. Os ramais se destinam a recolher as águas servidas dos aparelhos, levando-as para o tronco; este encaminha-se para a rua ou para a fossa. Os tubos que compõem o chamado esgoto secundário e os tubos de ventilação são de PVC. Os tubos que compõem o esgoto primário poderão ser de PVC ou manilha de barro vidrado. Tubos de PVC – linha sanitária Esses tubos e conexões permitem a opção ao sistema de acoplamento, como: juntas elásticas com anel de borracha ou junta soldada. A bolsa de dupla atuação, nos diâmetros 50, 75 e 100 mm, permite escolher o sistema de junta mais adequado para cada situação da obra. Curso Técnico de Edificações – Módulo III – Prática de Obras II – Prof. Maxbel Cabral 2/4 Os tubos são fabricados com ponta e bolsa ou ponta lisa, na cor branca, nos comprimentos de 3 a 6 m. A canalização de esgoto, que vai desde a ligação ao coletor público ou da fossa séptica até as caixas sifonadas, tem o nome de “esgoto primário”, que é caracterizado pela existência de gases provenientes da decomposição dos materiais orgânicos. O restante dos trechos, depois de cada caixa sifonada até os pontos de ligação às peças sanitárias ou aos ralos secos, tem o nome de “esgoto secundário”, em que não há a presença de gases. A função da caixa sifonada é a de desconectar o esgoto secundário do esgoto primário por uma camada d’água, chamado de “fecho hídrico”. Para garantir a eficiência do sistema, a lamina de água do fecho hídrico deter no mínimo 5 cm. A importância do sistema de ventilação numa canalização é a de proteger o fecho hídrico, compensando a variação de pressão interna da tubulação. Curso Técnico de Edificações – Módulo III – Prática de Obras II – Prof. Maxbel Cabral 3/4 Quando ocorre a descarga de um vaso sanitário, movimenta-se grande volume de água em alta velocidade. Isto pode provocar a formação de um vácuo na tubulação e pode succionar a água do fecho hídrico. Outro fenômeno é o rompimento do fecho por aumento da pressão interna da tubulação. Para evitar esses problemas é necessário uma tubulação que compense essas variações de pressão interna. A tubulação que protege o fecho hidráulico tem o nome de “tubulação de ventilação” e deve estar localizada entre o vaso sanitário e a caixa sifonada. Curso Técnico de Edificações – Módulo III – Prática de Obras II – Prof. Maxbel Cabral 4/4 Para permitir a opção entre a junta soldada e a junta elástica, a bolsa dos tubos sanitários e das conexões destinada a esgoto primário, apresenta dois diâmetros internos. Na extremidade inicial, numa faixa de 3 cm, o diâmetro é menor e no meio desta área existe um sulco para alojar o anel de vedação. No fundo da bolsa, o diâmetro é um pouco reduzido e se destina a junta soldada. A escolha do sistema de junta é feita de acordo com sua preferência, porém, em certos casos, exige-se a junta elástica, tais como: Coluna de ventilação Coluna de captação de águas pluviais São esses locais que sofrem grandes variações de temperaturas e a consequente movimentação da tubulação ou ponto de concentração dos esforços. Nunca se deve utilizar os dois sistemas de juntas numa mesma bolsa. NOTA IMPORTANTE: este material foi montado pelo professor e é meramente didático para o auxílio do estudo de seus alunos em sala de aula. Não deve ser reproduzido nem divulgado em hipótese alguma, por trata-se de uma obra composta também por apanhados de informações, de bibliografias e de apostilas técnicas de outros profissionais. Curso Técnico de Edificações – Módulo III – Prática de Obras II – Prof. Maxbel Cabral 1/2 Prática de Obras 2 9. – Contratos Quando um cliente recorre a um técnico para execução de um determinado serviço, estabelece-se automaticamente um contrato entre ambos. Mesmo na ausência de documentos, podemos dizer que existe um contrato, neste caso, verbal. A experiência mostra que as incertezas da época trazem a necessidade de uma troca de documentos, evitando acidentes e incidentes durante o tempo, relativamente longo, de vigência do contato; de fato, não podemos comparar o tempo de duração de uma obra com o de um simples conserto de uma torneira; para obras de certa duração, o contrato evitará uma longa série de dúvidas, de diferenças de interpretação e também de incidentes (inclusive no caso de falecimento de uma das partes). Por isso, quando um engenheiro exige de um cliente a assinatura de um contrato, não está demonstrando desconfiança de sua pessoa, mas sim agindo com prudência. Qualquer contrato é, basicamente, composto dos seguintes itens: a. Indicação e descrição das partes contratantes; b. Obrigações (deveres) e direitos de cada uma das partes contratantes; c. Indicação de valor do contrato, multa para a parte que não respeitá-lo, sede, data e assinatura. Modalidade de contrato De maneira geral, podemos dizer que existem apenas dois tipos de contrato: a. Por administração; b. Por empreitada; c. Preço-alvo. Na prática, esses, três primeiros básicos, poderão ser combinados, surgindo um quarto tipo de contrato: d. O misto. Curso Técnico de Edificações – Módulo III – Prática de Obras II – Prof. Maxbel Cabral 2/2 No contrato por administração, o técnico só negociará a sua atividadeprofissional; desta forma, não assinará responsabilidade por quantidades e preços de materiais e mão de obra empregados na construção. No contrato por empreitada, a responsabilidade do profissional será total sobre os custos envolvidos. Ele deverá entregar a obra pronta, a troco de uma importância total previamente combinada. O misto fica um ponto intermediário entre as modalidades anteriores, isto é, serão estipuladas condições em que o preço global poderá ser alterado: aumento ou diminuição do preço dos materiais, criação de novas imposições legais que onerem o trabalho ( aumento de salário- mínimo etc.). o contrato misto é variável, podendo aproximar-se mais do tipo por administração ou por empreitada, conforme se aumente ou diminua a responsabilidade econômica do profissional. No contrato com preço-alvo, o profissional fixa o valor mínimo do custo da obra (como num contrato por empreitada), entretanto fixa um prêmio para o caso de conseguir atingir um valor menor que o preço preestabelecido (alvo). Esse valor geralmente é definido como 50% da economia obtida. Cada um dos modelos poderá sofrer pequenas variações, dependendo de acordos entre as partes. NOTA IMPORTANTE: este material foi montado pelo professor e é meramente didático para o auxílio do estudo de seus alunos em sala de aula. Não deve ser reproduzido nem divulgado em hipótese alguma, por trata-se de uma obra composta também por apanhados de informações, de bibliografias e de apostilas técnicas de outros profissionais. Curso Técnico de Edificações – Módulo III – Prática de Obras II – Prof. Maxbel Cabral 1/3 Prática de Obras 2 10. – Contratos (continuação) Características principais Contrato por administração a. O profissional será remunerado com uma porcentagem sobre a despesa total da obra. b. O proprietário custeará todas as despesas, no valor da época em que feitas. c. O orçamento prévio, feito pelo profissional, terá apenas valor informativo, não constituindo termo de responsabilidade sobre qualquer dos itens: quantidade e custo unitário de materiais e custo de mão de obra. Portanto, orçamentos apresentados por dois ou mais profissionais não servem para estabelecer concorrência, já que nada significa a apresentação de um custo total inferior. Contrato por empreitada Nesse contrato o profissional se obriga a construir determinada obra por um preço também determinado. Poderá haver alteração do preço desde que haja alteração no serviço a ser executado e com entendimentos prévios entre as partes. Por isso, conclui-se que são partes importantes desse contrato, as plantas e o memorial descritivo, pois descrevem satisfatoriamente o que vai ser construído. Não se pode fixar um preço à execução de um objeto indeterminado; por isso num contrato de administração, essas peças são anexadas ao contrato apenas para completá-lo, enquanto que na empreitada são as peças principais. Nessa modalidade, portanto, além das indicações das partes, as obrigações e deveres de cada uma, as importâncias a serem pagas e a forma parcelada do pagamento juntam-se às plantas e ao memorial descritivo completo. Curso Técnico de Edificações – Módulo III – Prática de Obras II – Prof. Maxbel Cabral 2/3 Providências importantes nos contratos por empreitada: a. Memorial descritivo bem detalhado e completo; b. Condições de pagamento que permitam comprar materiais com antecedência, prevenindo-se, dessa forma, contra aumentos de preço; c. Indicação clara e firma no contrato, de que qualquer modificação nos planos originais só poderá ser feita após acordo entre as partes, para o novo preço que vigorar. Esse acordo deverá ser feito por escrito, assinado por ambas as partes e anexado ao contrato original. Não esquecer de combinar a forma de pagamento para esses acréscimos de preços; d. Efetuar contrato de mão de obra e geral e para compra de materiais, logo após a assinatura de contrato, para garantir os preços vigentes que servirão de base para o orçamento; e. Nas conversações com o cliente, não admitir absolutamente que pequenas alterações no serviço possam ser feitas sem cálculo e a redação de anexos no contrato para o reajuste de preço, e também, em hipótese alguma, deixar esses cálculos para o final da obra (letra c); f. Os trabalhos da obra devem ser feitos em ritmo acelerado, já que, com atrasos os preços dos materiais poderão sofrer alta e a mão de obra também encarecerá. Contrato a preço-alvo Nesta modalidade, os procedimentos são os mesmos de um contrato de empreitada, todos os cuidados e procedimentos são idênticos, entretanto, após a definição do custo da obra, as partes acordam um prêmio para o profissional responsável, caso consiga uma economia no custo total da obra. Geralmente, o prêmio é de 50% do valor da economia, sendo assim as duas partes se beneficiam do esforço de contratação. Esta modalidade é interessante, pois, numa obra por empreitada, a elaboração do orçamento, o engenheiro geralmente é conservador nos custos, pois após combinado o preço, o valor da construção passa a ser Curso Técnico de Edificações – Módulo III – Prática de Obras II – Prof. Maxbel Cabral 3/3 responsabilidade do contratado. Com esta modalidade, o engenheiro ou profissional responsável pode ter essa atitude conservadora, entretanto, caso consiga custos menores na época da contratação, repassará parte desse desconto ao cliente. É uma modalidade que está em plena evolução, sendo muito usada, pois reflete uma boa vontade de atingir o melhor resultado financeiro do empreendimento. Contrato misto Esse contrato se dá quando o profissional se responsabilizar parcialmente pelo custo de determinado setor da obra. Os exemplos mais comuns do sistema misto ocorrem quando o engenheiro se compromete a construir por um preço fixo, desde que: a. Os salários dos operários não sofram aumentos durante os trabalhos; b. Os preços dos materiais também não sofram variações; neste caso, também será feito reajuste; isso quer dizer que a responsabilidade assumida é apenas com a quantidade de material e não com o custo. Poderá haver também sistema misto quando o próprio engenheiro se torna um empreiteiro da mão de obra, cabendo ao cliente o risco de variação de preços apenas do material, já que os trabalhos são contratados por preço fixo. O sistema misto é o mais freqüente em obras públicas, quase que o único possível. NOTA IMPORTANTE: este material foi montado pelo professor e é meramente didático para o auxílio do estudo de seus alunos em sala de aula. Não deve ser reproduzido nem divulgado em hipótese alguma, por trata-se de uma obra composta também por apanhados de informações, de bibliografias e de apostilas técnicas de outros profissionais. Curso Técnico de Edificações – Módulo III – Prática de Obras II – Prof. Maxbel Cabral 1/3 Prática de Obras 2 11. – Contratos com mão de obra Nos trabalhos de uma construção, temos a necessidade de estabelecer contratos com operários de diferentes especialidades: pedreiros, encanadores, eletricistas, carpinteiros, pintores etc. A lista é bastante longa, principalmente quando ingressamos nos trabalhos de acabamento, em que aparecem graniteiros, estucadores, limpadores, raspadores etc. Em princípio, duas são as formas principais de contrato com os operários: a. Por hora; b. Por tarefa. Contrato por hora Os operários, trabalhando por hora, poderão ser contratados pelo proprietário ou pela construtora. No primeiro caso, o escritório funcionará apenas como fiscal e controlador da mão de obra e o proprietário se transformará em empregador. Devendo, portanto, registrar-se como tal junto aos órgãos competentes: INSS e Ministério do Trabalho. No segundo caso, o empregador será o escritório da construtora,cabendo, portanto, a este toda a responsabilidade perante as repartições. A situação do escritório de construções para com o cliente ou proprietário será a de um empreiteiro que, previamente, deverá elaborar um contrato especificando as condições. Contrato por tarefa Os operários, trabalhando por tarefa, terão um regime de empreitada entre eles e o cliente, ou entre eles e a construtora. O operário funciona como contratado e o proprietário como contratante, nos casos de construção por administração. Nos casos de construção por empreitada, Curso Técnico de Edificações – Módulo III – Prática de Obras II – Prof. Maxbel Cabral 2/3 o engenheiro ou o escritório ocupará o lugar do cliente como contratante. É impraticável o contrato individual com cada operário, por isso, eles serão agrupados conforme a sua especialidade. Assim, aparece como chefe de um grupo aquele que se transforma em responsável pelo contrato, recebendo o nome de empreiteiro. Caberá, pois, a este toda a ligação com o escritório e toda a responsabilidade perante os órgãos controladores do trabalho (INSS, MT etc.). Geralmente o empreiteiro é um antigo operário que, pelas suas qualidades, sobressaiu entre os demais. Já aparecem, agora, mestres saídos de escolas profissionais de tecnologia que, esperamos, irão melhorar o nível dessa classe profissional. Estabelecem-se assim diversos contratos entre cliente ou o escritório, de um lado, e os empreiteiros das diversas especialidades do outro. Na prática, quaisquer das modalidades sendo aplicada, as vantagens variam de acordo com o maior ou menor desenvolvimento do escritório que a executa. Numa obra de grande porte, onde a necessidade de trabalho será de centenas de operários, será quase impossível encontrar um empreiteiro para se responsabilizar por tal quantidade, que naturalmente envolve risco e o emprego de grande capital. Nesses casos, portanto, não haverá outra solução senão a contratação dos operários por hora. Para obras menores, onde os grupos poderão ser bem caracterizados em suas especialidades, o sistema mais vantajoso, quer para o cliente quer para o engenheiro, será o de empreitada. Em obras pequenas, a remuneração do escritório de construção não comporta a permanência constante de fiscal de obra. Assim, operários trabalhando por hora poderão ficar ociosos, apresentando baixo rendimento. Um cálculo simples (valores hipotéticos) poderá exemplificar: em uma construção de 200 m2, o custo total provável será: 200 x R$ 1.000,00 = R$ 200.000,000; com porcentagem de 12% de administração, o escritório receberá sobre os R$ 200.000,00 = R$ 24.000,00 e a obra terá duração de 10 meses. Curso Técnico de Edificações – Módulo III – Prática de Obras II – Prof. Maxbel Cabral 3/3 Para pagar um bom fiscal de obra, despenderemos cerca de R$ 12.000,00 (10 meses a R$ 1.200,00), o que será um absurdo, além do fato de, talvez, ser necessário um segundo fiscal para fiscalizar o primeiro. Nas empreiteitadas de mão de obra, o empreiteiro terá todo o interesse de fazer seus operários contratados renderem o máximo. Com a construção de uma residência, toda a mão de obra poderá ser empreitada, sendo comum a divisão nos seguintes empreiteiros: 1 Pedreiro: encarregado de todos os trabalhos de pedreiro, excluídos aqueles especializados, tais como: canteiro (colocador de pedras), graniteiro (encarregado dos pisos e revestimentos de granilito) etc. 2 Carpinteiro: encarregado em confeccionar as formas de concreto armado, do madeiramento para forros, da estrutura de telhados, e da colocação das esquadrias de madeira. 3 Encanador: encarregado dos trabalhos de hidráulica em geral (distribuição de água, rede de esgotos, funilaria de telhado, condutores, águas pluviais e ligação de gás). 4 Eletricista: encarregado das instalações de luz (força) e telefone. 5 Pintor: encarregado dos trabalhos de pintura em geral. 6 Limpador e raspador: encarregado da limpeza final e raspagem de pisos de madeiras (tacos, tabuas corridas etc.). Além desses, que são os mais comuns e cujos trabalhos envolvem maior número de operários, surgem aqueles que executam trabalhos ainda mais especializados e que não estão em todas as obras – marmoristas, graniteiros, estucadores (trabalhos com gesso), canteiros (colocadores de revestimentos e pisos de pedras) etc. NOTA IMPORTANTE: este material foi montado pelo professor e é meramente didático para o auxílio do estudo de seus alunos em sala de aula. Não deve ser reproduzido nem divulgado em hipótese alguma, por trata-se de uma obra composta também por apanhados de informações, de bibliografias e de apostilas técnicas de outros profissionais. Curso Técnico de Edificações – Módulo III – Prática de Obras II – Prof. Maxbel Cabral 1/3 Prática de Obras 2 12. – Contrato entre o cliente e o empreiteiro para mão de obra de pedreiro Quando pretendemos entregar os trabalhos de obra para subempreiteiros; o principal contrato é para serviços de pedreiro; primeiro, porque é o que tem mais serviços e segundo, porque é o empreiteiro que mais tempo permanece na obra. É o que, na maioria dos casos, inicia a obra e nela permanece até os seus últimos trabalhos e, durante esse período, não interrompe um dia sequer sua atividade. Por esse motivo, o pedreiro pode ser considerado como preposto do engenheiro, ou mestre geral, e serve de coordenador para todos os trabalhos, inclusive aqueles de outros empreiteiros: encanadores, eletricistas etc. No título de seu contrato deve constar as características de localização do serviço, nomes e endereços do contratante (proprietário) e do contratado (empreiteiro); convém ainda especificar os números de registro da empreiteira na prefeitura (para o pagamento do ISS – 2% sobre o total), no Ministério da fazenda, do CPF e no INSS. Durante a execução da obra, devemos exigir que o empreiteiro exiba comprovante de quitação com o INSS, pois o critério usado por esse instituto é irrevogável para com o proprietário, isto é, sempre que o empreiteiro não efetuar os pagamentos devidos, o proprietário será responsabilizado pela dívida. Caso não pague, não receberá no final da obra a devida quitação, sem a qual não poderá registrar o imóvel recém- construído nos cartórios do registro de imóveis. A falta desse registro impossibilita venda e aluguel do imóvel. Na descrição do serviço, devemos dar preferência às especificações numeradas com frases curtas e precisas, evitando mal-entendidos. Devemos lembrar que as plantas de obra fazem parte do contrato e, por isso, não há necessidade de mencionar medidas em geral e descrever detalhes exagerados, que constarão nos desenhos. Nesse contrato, ao empreiteiro caberá o fornecimento de madeiramentos para andaime e as ferramentas para a sua própria atividade, inclusive betoneira, se houver necessidade. Curso Técnico de Edificações – Módulo III – Prática de Obras II – Prof. Maxbel Cabral 2/3 Preço e condições de pagamento. A citação de um preço fixo é o que caracteriza esse contrato como de empreitada; as condições de pagamento podem ser mais bem discriminadas. Mesmo que seja feita a menção de parcelas conforme o andamento do serviço, como por exemplo, e tratando-se de construção de um só pavimento, sugerimos as seguintes parcelas: 1. No respaldo dos alicerces 10% 2. No respaldo do telhado 20% 3. Na cobertura do telhado 10% 4. Toda a obra com revestimento grosso e fino 15% 5. Com todos os pisos prontos 10% 6. Com todos os revestimentos especiais* 10% 7. Na conclusão total dos serviços 15% 8. Quinze dias após a entrega dos serviços, prestação final 20% *azulejos, pastilhas etc. Com esse parcelamento, consegue-se um duplo objetivo: o empreiteiro estará recebendo pagamentos pouco inferiores ao serviço executado,sem ser obrigado a empatar grande capital, já que, em geral é pessoa ou empresa com pouca capacidade financeira. Verificando-se os subtotais recebidos e acumulando-os, temos: a. No respaldo dos alicerces: 10%; b. No respaldo do telhado, portanto com toda a alvenaria levantada: 30%; c. Com a obra coberta: 40%; d. Com todo revestimento de cal (cimento) e areia pronto: 55%; e. Com todos os pisos e revestimentos especiais prontos: 75%. Nesse ponto, a obra estará com os trabalhos de mais importância já concluídos, porém falta uma série de pequenos remates, que nos obrigam assegurar uma parcela de 25% para a conclusão; f. Na entrega dos trabalhos, o empreiteiro deverá receber ainda 25%, porém a prudência manda efetuar o pagamento de 15%, guardando os restantes 10% por um pequeno prazo (cerca de 15 dias), tempo necessário e suficiente para verificação e efetuar experiências diversas. É um meio de cobrirmos a necessidade de pequenos consertos e remates logo após a entrega da obra. Curso Técnico de Edificações – Módulo III – Prática de Obras II – Prof. Maxbel Cabral 3/3 Outro tipo de contrato parcela ainda mais os pagamentos, sempre tendo em vista a ausência de capital por parte dos empreiteiros modestos: 1ª parcela =5% abertas as valas dos alicerces, concluídas as brocas e concretada a sapata corrida; 2ª parcela = 5% alicerces prontos e impermeabilizados; 3ª parcela = 5% paredes do andar térreo na altura do 1º andaime (1,5m); 4ª parcela = 5% paredes no nível da laje; 5ª parcela = 5% laje pronta; 6ª parcela = 5% paredes no nível do 1º andaime acima da laje; 7ª parcela = 5% paredes no nível do telhado; 8ª parcela = 10% telhado e forro prontos; 9ª parcela = 15% massa grossa e fina, interna e externamente, e também azulejos prontos; 10ª parcela = 20% todos os pisos prontos e com todas as partes de embutidos nos devidos lugares para os trabalhos de eletricista, com os fios passados nos condutos, e o de encanador; 11ª parcela = 10% obra pronta; 12ª parcela = 10% 20 dias após. Prazo de início e de entrega dos trabalhos A fixação do prazo para início e entrega dos trabalhos é necessário, para evitar o prolongamento exagerado da obra, por desleixo ou incapacidade do empreiteiro. No entanto, não devem ser levadas com rigidez as palavras do contrato; tais palavras são mais de advertência e aviso. Quanto às assinaturas no contrato, apenas as assinaturas do contratante (proprietário) e do contratado (empreiteiro) são indispensáveis; o engenheiro ou empresa construtora quando assina, apenas o faz como testemunha. NOTA IMPORTANTE: este material foi montado pelo professor e é meramente didático para o auxílio do estudo de seus alunos em sala de aula. Não deve ser reproduzido nem divulgado em hipótese alguma, por trata-se de uma obra composta também por apanhados de informações, de bibliografias e de apostilas técnicas de outros profissionais.
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