Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 Louyse Jerônimo de Morais Hanseníase • Agente: Mycobacterium leprae • Transmissão aérea: alta infectividade, baixa patogenicidade; período de incubação prolongado [média: 2 a 7 anos]. • Alvos: pele e nervos periféricos. Quadro clínico 1. Forma indeterminada Normalmente, o paciente aparece com uma mácula hipocrômica, sem pelos e com alterações autonômicas. A baciloscopia é negativa, porque ainda não existe uma grande proliferação do bacilo. Muitos desses pacientes vão ter essa lesão e nem perceber, porque logo em seguida, vão evoluir com a cura. Dos pacientes que adoecem, eles podem adoecer em dois polos específicos, dependendo do tipo de imunidade que a pessoa está predisposta a desenvolver contra a hanseníase. 2. Polo tuberculoide Fazem poucas lesões, que em geral são placas eritematosas ou hipocrômicas bem delimitadas. A baciloscopia é negativa e a reação de Mitsuda positiva. 3. Polo Virchowiana São lesões infiltrativas difusas sobre a pele do paciente. A baciloscopia, nesse caso, é positiva, e o paciente evolui com fácies leonina e demais deformidades. 4. Forma dimorfa ou borderline São lesões que parecem a forma tuberculoide, mas não são tão bem delimitadas assim. Elas se espalham mais e se manifestam na forma de placas eritematosas variadas, com baciloscopia positiva. Diagnóstico Normalmente, quando pensamos em diagnóstico de doença infecciosa, pensamos na doença, na hipótese e fazemos cultura. Com doença bacteriana, normalmente é assim. Eventualmente, em doenças virais principalmente, pede-se anticorpos contra o vírus. A micobactéria, no entanto, não é tão fácil de fazer cultura e, além disso, os anticorpos também não são adequados, pois muitos indivíduos têm padrão de imunidade celular contra a micobactéria. Se houver dados sugestivos, mesmo na ausência de confirmação laboratorial, pode-se dar diagnóstico – não precisa encontrar o agente. Portanto, não espere baciloscopia positiva para dar diagnóstico. 2 Louyse Jerônimo de Morais Essencialmente clínico: • Lesão de pele com alteração de sensibilidade: térmica - dolorosa - tátil. A primeira perda é a sensibilidade térmica. • Acometimento de nervo periférico: espessamento, neuropatia. • Baciloscopia positiva: extrair linfa dos lóbulos da orelha e cotovelos + raspado da lesão. Tratamento É realizado com poliquimioterapia única (PQT- U), que associa três fármacos: rifampicina, dapsona e clofazimina. O esquema terapêutico deve durar até 12 meses. Para tratamento, o que vale é o número de lesões. O paucibacilar (≤ 5 lesões; formas indeterminada e tuberculoide) tem que ter pelo menos seis doses supervisionadas. • PB: seis doses sob supervisão em até 9 meses. • MB: doze doses sob supervisão em até 18 meses. Lembrando que, se a baciloscopia vier positiva, caracteriza o paciente como multibacilar (MB; formas dimorfa/borderline e Virchowiana). Outra coisa interessante é que em gravidez e HIV não se altera o esquema. Reações hansênicas • Tipo 1 (reação reversa): reação celular; lesão cutânea agudizada, com piora da neuropatia. o Tratamento: inibe a imunidade celular, através de corticoterapia em dose imunossupressora, isto é, prednisona 1-2 mg/kg/dia. o Mais comum na forma tuberculoide. • Tipo 2 (eritema nodoso): mediada por imunocomplexos, que podem se depositar em vários locais. Manifesta-se com nódulo subcutâneo eritematoso, orquite, glomerulite. o Mais comum na forma virchowiana. o A melhor droga não é o corticoide, mas sim a talidomida. Se for uma mulher em idade reprodutiva, evita-se essa medicação. Outras opções são corticoide e pentoxifilina. Não precisa interromper ou reiniciar o tratamento. Pode aparecer depois do tratamento, mas não indica que se reinicie. Complicações do não tratamento • Incapacidade motora • Infiltração cutânea • Desabamento nasal • Oftalmopatias graves etc. Medidas de controle • Contactantes: exame dermatoneurológico. Se houver alteração, pede baciloscopia e trata. • Assintomáticos: uma dose de BCG. Só não faz se a pessoa já tiver duas cicatrizes vacinais. Micoses superficiais ou ceratofitoses São infecções que atingem a camada córnea da pele e a haste livre dos pelos, então tipicamente “não inflama”, ou seja, não dá prurido e não dói. Pitiríase versicolor É uma doença associada ao fungo Malassezia furfur. • Local: áreas sebáceas - couro cabeludo, face, tronco superior. • Lesão: máculas confluentes, hipo/hipercrômica /eritema, descamação furfurácea. o Sinal de Zileri (esticando a pele) ou Bernier (com unha). Diagnóstico • Luz de Wood: exame micológico direto, através de raspado da lesão, com procura do fungo. 3 Louyse Jerônimo de Morais • Tratamento tópico: sulfeto de selênio (na forma de shampoo ou loção), imidazólico (tio, iso, cetoconazol). Micoses cutâneas ou dermatofitoses • Queratinolíticos: inflamação superficial gera prurido. Tinea • Tinea: vem de verme, só que descobriram que não é verme e sim um fungo. • Agentes: Microsporum, Tricophyton, Epidermophyton 1. Tinea capitis Causa alopecia focal e descamativa (áreas de tonsura), pelo quebradiço e quérion (aguda). Não faz calvície completa, mas tem pelo quebradiço no meio da alopécia. Em alguns casos, forma-se inflamação mais importante, com áreas elevadas e eritematosas. Esses pacientes dificilmente vão conseguir ser tratados com medicações tópicas. Para tratar, precisa ser mais agressivo, então não fica só na superfície, mas também por via oral. • Tratamento sistêmico: griseofulvina VO. 2. Tinea corporis e cruris (inguinal) Manifesta-se como um eritema circinado e descamativo. A borda fica mais avermelhada e toda desenhada. • Tratamento tópico: imidazólico, terbinafina, ciclopirox. 3. Tinea pedis (intertrigo) • Tratamento tópico: se o paciente tiver não só a frieira, mas uma onicomicose, aí vai ser necessário ter tratamento sistêmico. 4. Tinea ungueal (onicomicose) Tratamento tópico com amorolfina +/- sistêmico (se distrofia). Micoses subcutâneas Transepidérmicas: disseminação por contiguidade / linfática. Esporotricose • Doença infecciosa causada pelo Sporothrix schenckii (inoculação: jardineiro / gatos). 1. Forma cutaneolinfática (70%) 4 Louyse Jerônimo de Morais Nódulo ulcerativo + linfangite em “rosário” • Diagnóstico: exame direto negativo. Opções - cultura, aglutinação, esporotriquina. • Tratamento: iodeto de potássio / itraconazol / anfotericina B. o Em casos mais elaborados, trata com antifúngicos via oral (itraconazol e fluconazol são antifúngicos que também têm VO). 2. Forma disseminada e extracutânea Comum em imunodeprimidos. Pode ter manifestação sistêmica multiorgânica. • Tratamento com itraconazol e anfotericina B. Micoses profundas Associadas à aquisição por via inalatória, sendo consideradas micoses sistêmicas. Paracoccidioidomicose • Agente: Paracoccidioides brasiliensis • Forma crônica: idade > 40 anos, acometimento pulmonar + lesões cutaneomucosas. Pontos hemorrágicos com aspecto de fina granulação, semelhante à da amora Opacidades pulmonares bilaterais, comprometendo os terços médios e poupando bases e ápices. Aspecto em “asa de borboleta”. • Prevalência maior em zona rural, porque é doença de fungo da terra. • Clínica: lesões ulceradas e vegetantes / estomatite moriforme [pontos hemorrágicos] • Tratamento: itraconazol / sulfametoxazol + trimetoprim nos pacientes que não toleram itraconazol. Protozooses – Leishmaniose tegumentar • Leishmania braziliensis / amazonensis / guyanensi • Transmissão vetorial: flebotomíneos [Lutzomyia] • Reservatório: animais - cachorro é o principal. Não é uma doença naturalmente de seres humanos, mas de animais. • Incubação: 1 - 3 meses. • Lesão inicial:ocorre em áreas expostas - começa com uma pápula no local de inoculação. • Lesão típica: úlcera indolor, borda elevada, “em moldura”. As margens são muito bem definidas. Essa lesão é feia, porque tem tecido granuloso bastante evidente, avermelhado, com certa secreção. Pode assumir proporções enormes em relação às deformidades associadas. Acrônimo PLECT - lesão ulcerada e/ou vegetante • P: paracoco 5 Louyse Jerônimo de Morais • L: leishmaniose • E: esporotricose • C: cromomicose (doença fúngica caracterizada por ter muita vegetação), carcinoma espinocelular • T: tuberculose Existe uma forma anérgica, que é cutânea difusa. Nessa situação, a lesão infiltra, semelhante à hanseníase virchowiana. Diagnóstico • Exame direto / cultura [NNN] / sorologia • Reação de montenegro (exceto na forma cutânea difusa). Tratamento • Antimonial pentavalente (glucantime) • Anfotericina B • Pentamidina. Ectoparasitoses - escabiose • Fêmeas do Sarcoptes scabiei - oviposição na epiderme Conseguem penetrar na pele, por meio de enzimas proteolíticas, e vão fazendo oviposição na epiderme. Pelo próprio fato de furar e caminhar na epiderme, já gera prurido. Além disso, o paciente desenvolve reação de hipersensibilidade contra esse agente. • Lesão: túnel + eminência papulo crostosa + prurido (noturno). • Clínica: lesões papulares, que podem progredir para crostas. o Áreas quentes: abdome, nádegas, axila, mama, interdigital. o Lactentes: cabeça, palma e planta (poupa área de fralda). • Sarna norueguesa (escabiose crostosa): acomete imunodeprimidos. Geralmente, o paciente não sente muito prurido, porque ele tem menos reação de hipersensibilidade. Tratamento • Permetrina: aplicar à noite, repetir em 1 semana. • Enxofre: criança < 2 meses e gestantes. • Ivermectina: escabiose crostosa (evitar se < 15 kg) ou escabiose mais grave e refratária. • Tratar o familiar também, trocar roupa de cama etc. Dermatoviroses - Molusco contagioso • Poxvírus: contato próximo interpessoal / sexual • Lesão: pápulas de até 0,5 cm agrupadas com umbilicação central. • Áreas: face, tronco, MMSS, genital (adultos). • Associação: dermatite atópica. • Diagnóstico diferencial: histoplasmose / criptococose (imunodeprimidos). • Tratamento: remoção com curetagem ambulatorial. 6 Louyse Jerônimo de Morais Reações cutâneas medicamentosas Todo fármaco pode causar alteração cutânea! Não necessariamente tem um nexo temporal curto, pois as reações podem aparecer em até seis semanas do uso. O mecanismo pode ser imune/alérgico ou não- imune. Drogas mais frequentes • Amoxicilina (penicilinas), AINE e alopurinol • Bactrim (sulfas) • Convulsão (fenitoína, carbamazepina) O tratamento básico consiste em: suspender droga, anti-histamínico e corticoide. Clínica 1. Exantema (rash) Acontece por vasodilatação. Aparece como um exantema maculopapular simétrico no tronco e MMSS. Exantema morbiliforme ou rubeoliforme (confluente) Exantema escarlatiniforme (sem áreas sadias entremeadas) Atenção: diferenciar de petéquia! Em criança, aparece muito em membros inferiores e nádegas (gravidade dependente). Nesse caso, associa-se a alterações de coagulação ou vasculites. Na criança, tem a vasculite por depósito de IgA (púrpura de Henoch- Schönlein). 2. Urticária Além da vasodilatação, também há uma área de edema associado. Justamente por conta disso, a lesão se eleva. Trata-se da formação de placas eritematosas, de centro pálido, prurido intenso e evolução transitória [24h]. • Aguda: < 6 semanas. • Crônica: > 6 semanas, 80 a 90% sem causa definida. 3. Angioedema É quando acomete lábios, pálpebras e língua. Ocorre em 50% dos casos de urticária. É mais crítico, pois pode gerar obstrução de via aérea. 4. Anafilaxia (cardiorrespiratória): adrenalina IM/IV. 5. Eritema multiforme São lesões diversas, bem presentes em face extensora, mãos e pés - lesão “em alvo” ou “em íris”. Apesar de poder ser reação medicamentosa, é mais provável de estar relacionada a um agente infeccioso, que é o herpes vírus. Mais graves • Síndrome de Stevens Johnson (SSJ) • Necrólise epidérmica tóxica (NET) Após o uso dos medicamentos, aparece, por volta de uma a duas semanas, febre, mialgia e artralgia. Passado esse tempo, evolui com exantema + lesão MUCOSA + descolamento da epiderme. TEM QUE TER lesão de mucosa. Ocorre clivagem dermoepidérmica - sinal de Nikolsky, em que uma tração faz a pele se deslocar com 7 Louyse Jerônimo de Morais facilidade. Não é patognomônico, mas auxilia no diagnóstico de SSJ. São lesões mais extensas e não têm relação com áreas fotoexpostas. • SSJ (<10% da superfície corpórea): lembrar da infecção pelo Mycoplasma também como uma causa (pneumonia arrastada, tosse seca, meningite bolhosa, anemia hemolítica, SSJ). • NET (> 30%): mais grave e sistêmica (pulmão, gastro…). Maior gravidade e maior mortalidade. Diagnóstico diferencial: síndrome da pele escaldada estafilocócica (SSSS). Vai ser causada por uma exotoxina, mas poupa mucosa e é intraepidérmica. A pele vai ser mais fininha, porque a clivagem vai ser dentro da epiderme. • Tratamento: suporte, desbridamento, ciclosporina. Pode fazer infecção secundária, sepse, perdas volêmicas etc. Corticoide não é bom. A exotoxina do S. aureus atua contra os desmossomos, que unem as células da epiderme, fazendo com que se solte. SSJ SSSS • Síndrome DRESS: rash com eosinofilia e sinais sistêmicos o Associação típica: anticonvulsivantes. o Tratamento: suporte/corticoide. Pode ter um quadro prodrômico, mas na apresentação, além do rash, vai haver linfonodomegalia, eosinofilia importante e acometimento orgânico também, entre eles, o fígado está presente em 61% dos casos. Havendo aumento de TGO/TGP, com eosinofilia e linfonodomegalia, pensar em DRESS. 8 Louyse Jerônimo de Morais Carcinoma basocelular e carcinoma espinocelular • Fatores de risco: fenótipo claro, idade avançada, homens, radiação UV • Diagnóstico: biópsia • Tratamento: cirurgia, tópico, curetagem, criocirurgia Carcinoma basocelular (CBC) • Mais comum no mundo, quando faz sua lesão, acomete tipicamente os ⅔ superiores da face. • Relação com exposição solar esporádica • Forma mais comum: nódulo-ulcerativo, com aspecto perolado e telangiectasias. É um tumor que basicamente não envia metástases. É pouco agressivo, mas faz invasão local e recidivas (especialmente os tumores > 10 a 20 mm ou na região H da face). Carcinoma espinocelular (CEC) • ⅓ inferior da face, com maior risco de metástase. • Relação com exposição solar contínua. • Normalmente, o paciente já tem uma lesão prévia, como cicatriz de queimadura, infecção por HPV e ceratose actínica. O paciente imunossuprimido tem um risco maior de neoplasias. Entre elas, o CEC é bastante importante, por isso que sempre se recomenda exame dermatológico cuidadoso de pacientes transplantados. Placa ceratótica: ulcera e sangra (PLECT). Melanoma • Fatores de risco o Nevo melanocítico: > 50 nevus, displásico, congênito > 20 cm. ▪ Apenas 25% dos melanomas surgem por nevo prévio. o História familiar ou pessoal o Outros: genético (CDK2NA) / fenótipo claro (Fitzpatrick 1 a 2) / UV-B Clínica - ABCDE cai em prova • Assimetria. • Borda irregular • Cor variada: duas ou mais na lesão • Diâmetro > 6 mm • Evolução: tamanho, formato, sintomas Tipos de melanoma • Extensivo superficial: responde por cerca de 70% dos melanomas; mais comum, crescimento lento e radial. Geralmente, apresenta-se como uma mácula; nos homens, dorso; nas mulheres, perna. • Nodular: mais grave, crescimento rápido e vertical. Apresenta-se como um nódulo, atingindo mais dorso, cabeça e pescoço. • Acral (10%):crescimento lento, palmo-plantar, mais comum em negros. 9 Louyse Jerônimo de Morais • Lentigo maligno: mais lento, cabeça e mãos; idosos. Diagnóstico • Dermatoscopia + biópsia excisional, procurando deixar uma margem de 1 a 3 mm. • Biópsia incisional pode ser feita quando a lesão é extensa ou em face. Tratamento - cai em prova • Cirurgia: ampliação das margens da biópsia de acordo com a espessura (Breslow). o In situ: 0,5 a 1 cm o ≤ 1 mm: 1 cm o Entre 1 e 2 mm: 1 a 2 cm o > 2 mm: 2 cm ou mais Se acometimento ganglionar: linfadenectomia + terapia adjuvante se linfonodo acometido (pembrolizumabe, vemurafenibe…). • Pesquisa do linfonodo sentinela (LS): espessura > 0,8 mm ou < 0,8 mm com ulceração. 10 Louyse Jerônimo de Morais Eczema (dermatite) Dermatite atópica • Edema intercelular (espongiose): como o processo inflamatório é crônico e recorrente, leva a xerose e liquenificação. • Colonização por S. aureus (75 a 90%) + perda de barreira: aumento de infecções secundárias. São pacientes que vivem tendo piodermites. • Clínica: dermatite papulovesicular + prurido + atopia (80% dos casos). o Lactente: exsudativo - face, couro cabeludo e área extensora, poupando área de fralda (< 2 a 3 meses = pensar em seborreica, até por ação hormonal recebida da mãe). o Criança, adulto: “seca” – flexora, mãos, pescoço, pálpebra. • Tratamento: ambiental e emolientes (hidratação), corticoide tópico, anti-histamínico oral, imunomodulador. Lactentes: mais espongiose do que xerose, pega mais áreas extensoras e face Adolescente/adulto: mais xerose; áreas flexoras. Predisposição a infecções Prega de Dennie-morgan Dermatite de contato Existe um contato pressuposto com alguma coisa, que nem sempre é identificada. Quando a lesão é deflagrada, pode ser simplesmente porque irritou, ou então pode induzir resposta imune alérgica. É esta última que cria uma sensibilidade imune, gerando a lesão. • Por irritante primário: lesão direta. Teste de contato negativo / lesão no local do contato. o Detergente, fralda (amoniacal - urina e fezes dos lactentes). • Alérgico: sensibilização prévia - hipersensibilidade tipo IV (celular): teste de 11 Louyse Jerônimo de Morais contato positivo - lesão no local do contato ou distante. o Níquel: bijuteria, relógio. o Dicromato de potássio: couro, cimento. Trabalhadores da construção civil. o Formalina: esmalte. o Tiuram: borracha, sandálias, calçados, chinelos. Tratamento: ambiental, emoliente, corticoide tópico. Dermatite de contato por irritante primário (sabão/urina) Dermatite de contato alérgica: níquel Dermatite seborreica • Fatores de risco o RN (hormônio maternos - < 3 meses) o Homem o Ansiedade o Parkinson (alteração do sistema nervoso autônomo - aumenta secreção seborreica). • Área seborreica: couro cabeludo, sobrancelha, sulco nasolabial. • Associação: Malassesia furfur • Tratamento: sulfeto de selênio, zinco, “azol” / ácido salicílico. Seborreico – capuz de leite Dermatite seborreica Psoríase Existe uma predisposição genética. Tipicamente, ocorre hiperproliferação celular (o processo de renovação celular é contínuo e frequente, o que gera um excesso, que vai acabar sendo perdido), ao mesmo tempo, existe um processo de vasodilatação, que vai gerando uma vermelhidão. A lesão será eritemato-descamativa. A apresentação mais clássica é a psoríase vulgar. Psoríase vulgar Apresenta-se como uma placa delimitada, eritemato-descamativa, de tom prateado, acometendo couro cabeludo, cotovelo, joelho e fazendo ceratose ungueal. • Forma invertida: não segue o padrão de áreas extensoras, mas atinge áreas flexoras. Essa descrição é mais típica de pacientes com HIV, negros e obesos. • Diagnóstico: clínica + curetagem Brocq Sinal da vela → membrana → sinal de Auspitz → orvalho sanguíneo. Faz raspagem da lesão, que vai descamar e vai chegar numa membrana sanguínea, de onde aparecem pontos sanguíneos. • Fenômeno de Koebner: surge lesão em área de trauma. • Koebner reverso: melhora da lesão após trauma. 12 Louyse Jerônimo de Morais Psoríase vulgar acometendo área extensora – joelhos Sinal da vela Orvalho sanguíneo (Auspitz) Unha (ceratose subungueal) Psoríase invertida (áreas flexoras) Fenômeno de Koebner (surge lesão após trauma em área sã) Psoríase gutata 13 Louyse Jerônimo de Morais Geralmente, é desencadeada por infecções bacterianas, como as de garganta. Manifesta-se por pequenas feridas, em forma de gota, atingindo tronco, braços, pernas e couro cabeludo. Psoríase de Von Zumbusch • Forma pustulosa: aspecto inflamatório exuberante, formando pústulas estéreis, que aparecem de forma ampla e disseminada, com apresentação mais grave. Faz diagnóstico diferencial com piodermites. Tratamento da psoríase • Fototerapia: melhora com a exposição solar. • Acitretina • Metotrexato • “Mabs” - anticorpos monoclonais contra alvos específicos • Apremilast. Dependendo da extensão da lesão, temos uma variedade muito grande de tratamento desses doentes. Buloses “vermelho com bolhas”. Descolamento da epiderme. Pênfigo foliáceo • Anticorpo antidesmossoma (desmogleína 1): atua na camada granulosa, que é mais superficial. Pênfigo foliáceo O mecanismo imune gera lesões crostosas, mas as bolhas são incomuns. Como são lesões mais superficiais, normalmente poupa mucosas. A desmogleína 1 não está presente nessas regiões. Pênfigo vulgar Faz um acometimento mais profundo. • Anticorpo antidesmossoma (desmogleína 3): atua contra a espinhosa. • Clínica: bolhas flácidas, forma erosão, por baixo, vê praticamente derme e vasos (bife sangrante). Acomete mucosas. Pênfigo vulgar Tratamento • Corticoide • Imunoglobulina • Plasmaférese
Compartilhar