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Primeiros Socorros: Hemorragia e Ferimentos

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01/12/2020 UNINTER - SOCORROS DE URGÊNCIA
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 1/19
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SOCORROS DE URGÊNCIA
AULA 5
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profª Maria de Fátima Fernandes Vara
01/12/2020 UNINTER - SOCORROS DE URGÊNCIA
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 2/19
CONVERSA INICIAL
Caro aluno, esta aula tem como objetivo apresentar e discutir sobre os primeiros socorros de
algumas condições, tais como hemorragia, ferimentos, acidentes com animais peçonhentos e
intoxicação exógena, eletrocussão e queimaduras. Assim, no tema 1, vamos verificar os conceitos de
hemorragia. Uma vez conhecendo os conceitos, vamos discutir, no tema 2, sobre o que realizar os
socorros de urgência nas diferentes hemorragias. No tema 3, vamos rever o conceito de ferimento e
suas classificações e também os procedimentos dos primeiros socorros. Já no tema 4 vamos verificar os
acidentes com animais peçonhentos e também apontar as possibilidades de primeiros socorros quando
alguém for vítima desses animais. No tema 5 será discutida sobre intoxicação exógena e, ainda no tema
5, também vamos apresentar sobre eletrocussão e hemorragia. Bons estudos.
TEMA 1 – HEMORRAGIA
Hemorragia pode ser definida como a perda de sangue por meio de ferimentos, pelas cavidades
naturais, como nariz, boca etc., ou ser interna, resultante de um traumatismo. Mas, antes de
compreender o que é e quais os riscos das grandes hemorragias, é importante lembrar alguns pontos
importantes sobre o sangue. É isso que vamos discutir a seguir.
1.1 SANGUE
O sangue é formado por uma matriz extracelular líquida, na qual são encontrados células e
fragmentos celulares suspensos. Ele está contido dentro do sistema cardiovascular, o qual garante sua
movimentação em um fluxo unidirecional. Portanto, o sangue é um tipo especial de tecido conjuntivo
que garante o transporte de nutrientes, oxigênio e resíduos metabólicos pelo corpo, além de garantir os
processos de coagulação sanguínea e defesa do organismo. Ou seja, os nutrientes absorvidos pelo
intestino são levados para o resto do organismo pelo sangue. Além disso, o sangue também circula pelo
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corpo humano transportando o oxigênio e os nutrientes para as células e gás carbônico das células para
que seja eliminado por meio da respiração.
O sangue possui diferentes células (Figura 1), cada uma com uma função distinta, incluindo a
coagulação, defesa do organismo e também para o transporte de oxigênio e gás carbônico. A seguir
mostram-se as células sanguíneas e suas respectivas funções:
hemácias (glóbulos vermelhos) – transportam o oxigênio dos pulmões para as células de todo o
nosso organismo e o gás carbônico das células para os pulmões;
leucócitos (glóbulos brancos) – defesa das infecções;
plaquetas – coagulação do sangue.
Figura 1 – Células do sangue
Créditos: Vectormine/Shutterstock.
Outro ponto importante é o volume do sangue no corpo, que, em média, corresponde a
aproximadamente 7% a 8% da massa corporal. Isto é, uma pessoa com 80 quilos terá aproximadamente
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de 5,4 a 6,6 litros de sangue. Como o sangue funciona como um veículo de transporte no nosso
organismo se houver a perda de um grande volume sanguíneo, em cerca de 15% do volume total, trará
prejuízos para todos os órgãos e, se isso não for cessado, poderá levar a morte. Por isso vamos estudar
aprofundar os estudos sobre as hemorragias na sequência.
1.2 TIPOS DE HEMORRAGIAS
Agora que você já entendeu a importância do sangue circulando em nosso organismo em volumes
adequados, fica fácil entender os efeitos deletérios que uma hemorragia pode causar no órgão e nos
sistemas. Mas, primeiramente, precisamos entender que as hemorragias podem ocorrer de diferentes
formas, conforme mostra o Quadro 1.
Quadro 1 – Classificação das hemorragias
Classificação
das
Hemorragias
Como reconhecer?
Arteriais É aquela hemorragia em que o sangue sai em jato pulsátil e se apresenta com
coloração vermelho vivo.
 
Venosas É aquela hemorragia em que o sangue é mais escuro e sai contínua e lentamente,
escorrendo pela ferida.
 
Externa É aquela na qual o sangue é eliminado para o exterior do organismo, como acontece
em qualquer ferimento externo, ou quando se processa nos órgãos internos que se
comunicam com o exterior, como o tubo digestivo, ou os pulmões ou as vias
urinárias.
 
Interna O sangue extravasa em uma cavidade pré-formada do organismo, como o peritoneu,
a pleura, o pericárdio, as meninges, a cavidade craniana e a câmara do olho.
 
Fonte: elaborado com base em Brasil, 2003.
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O Quadro 1 nos mostra como identificar qual o vaso sanguíneo lesionado que levou à hemorragia,
ou seja, se é decorrente de um rompimento das artérias ou das veias. Além disso, perceba que pode
ocorrer hemorragia interna, quando o sangue extravasa para uma cavidade do corpo. Nesses casos, é
importante ficar alerta nos demais sinais que vamos discutir mais adiante.
1.3 CONSEQUÊNCIAS DAS HEMORRAGIAS
Quanto mais rápidas as hemorragias, menos eficientes são os mecanismos compensatórios do
organismo. Um indivíduo pode suportar uma perda de um litro de sangue, que ocorre em período de
horas, mas não tolera essa mesma perda se ela ocorrer em minutos. Não pode ser medida, mas pode ser
estimada por meio de dados clínicos do acidentado.
Então, como você já estudou, a partir de 15% de perda de sangue, uma pessoa começa a sentir os
primeiros efeitos, havendo o aumento da frequência cardíaca (FC). Pode também apresentar vertigem e
frio, devido ao menor volume de sangue circulando para as extremidades do corpo. Se a hemorragia
não for contida, os efeitos tendem a aumentar e, consequentemente, os órgãos que precisam do sangue
vão sofrendo os efeitos cada vez mais. Se a pessoa chegar a perder 40% do volume do sangue, a
pressão arterial vai diminuindo devido ao baixo volume. Sem pressão arterial ou com uma pressão muito
baixa, o sangue passa a ter dificuldade para circular, e pode ser que a pessoa, na sequência, chegue a
uma parada cardiorrespiratória.
Outra consequência da diminuição de sangue circulante pode ser a anoxia, que é a alta de oxigênio
no cérebro, e que pode levar a danos cerebrais irreversíveis. Todavia, vale ressaltar que mais tempo o
cérebro fica sem oxigênio, maior o risco de sequelas ou morte. Portanto, você deve ficar ligado aos
sinais que indicam possível anoxia decorrente de uma hemorragia, que são:
taquicardia (aumento da frequência cardíaca);
dispneia (falta de ar);
cianose de extremidades (cor roxa nos dedos, imagem 2);
inconsciência.
Figura 2 – Comparação de uma extremidade saudável e com cianose
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Crédito: Joshya/Shutterstock.
Outra consequência do excesso de perda de sangue é o risco de choque hipovolêmico (choque
hemorrágico, que é a diminuição de oxigênio na circulação em virtude da perda excessiva de sangue e
que pode provocar sequelas em poucos segundos).
TEMA 2 – O QUE FAZER EM CASO DE HEMORRAGIAS?
Tão importante como reconhecer os sinais críticos de hemorragia é saber intervir com a vítima nos
diferentes tipos de hemorragias. É isso que vamos aprofundar neste tema.
2.1 O QUE FAZER EM HEMORRAGIAS EXTERNAS?
Caso você presencie uma vítima com hemorragia externa, alguns métodos de primeiros socorros
devem ser executados, conforme descrito a seguir.
1. Um método que pode vir a ser temporariamente eficaz é o método da compressão direta,
em que se comprime o local do ferimento (Figura 3).
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Figura 3 – Exemplo de compressão em local com hemorragia
Créditos: Luciano Cosmo/Shutterstock.
2. Outraforma que pode ser aplicada é fazer pontos de pressão, em que, nesse caso, deve-se
comprimir a artéria lesionada para diminuir a saída de sangue. Para isso, é importante que você
tenha uma boa noção anatômica do local que deverá ser pressionado para comprimir a artéria
certa. Por exemplo, se a hemorragia ocorrer no nível da região temporal e parietal, a compressão
deve ser na artéria temporal. Se a hemorragia estiver em um dos membros superiores, a
compressão deve ocorrer na artéria braquial, do respectivo lado. E se a hemorragia estiver no
membro inferior, deve-se fazer compressão na artéria femoral.
3. Você também deve manter o acidentado agasalhado com cobertores ou roupas, evitando
contato com chão frio ou úmido. Além disso, não deve dar líquido quando ele estiver inconsciente
ou houver suspeita de lesão no ventre/abdômen. A elevação de membros superiores ou inferiores
(onde ocorreu a lesão) pode contribuir no controle do sangramento.
4. Nos casos em que hemorragias não podem ser contidas pelos métodos descritos anteriores
(pressão direta ou ponto de pressão e elevação dos membros) podem ser necessários o uso do
torniquete (Figura 4). Esse deve ser o último recurso devido aos perigosos que podem ocorrer se
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for executado de maneira incorreta. Para realizar um torniquete, use panos resistentes e largos.
Enrole o pano em volta da parte superior do braço ou da perna, logo acima do ferimento. Dê um
meio nó e coloque um pequeno pedaço de madeira no meio nó. Dê um nó completo sobre a
madeira. Torça o pedaço de madeira até parar a hemorragia. Fixe o pedaço de madeira. Não cubra
o torniquete. Aguarde um tempo de 10 a 15 minutos e solte levemente o torniquete para verificar
se conseguiu conter a hemorragia.
Figura 4 – Exemplo de um torniquete
Créditos: Corbac40/Shutterstock.
2.2 O QUE FAZER EM CASO DE HEMORRAGIA INTERNA?
É importante você saber que algumas situações ou traumas podem levar a hemorragias internas,
dentre elas, podemos destacar trauma ou impacto forte na região do abdômen mesmo que sem lesão
externa aparente, em queda de nível, contusão contra volante ou queda de objetos pesados sobre o
abdômen/pelve. Quando você presenciar uma dessas situações e, sabendo que a hemorragia interna
pode ocorrer mesmo sem lesão externa visível, é importante você ficar alerta em relação a alguns sinais
e sintomas que a pessoa pode apresentar, tais como pulso fraco e rápido, pele fria e pegajosa, suor frio
e abundante, sede, vertigens e/ou náuseas, vômito de sangue e dispneia (dificuldade para respirar).
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Agora que você já sabe reconhecer uma possível hemorragia interna, é importante você saber
executar os procedimentos de primeiros socorros neste tipo de hemorragia. Para isso, veja
procedimentos a seguir.
1. Mantenha a vítima em decúbito dorsal, com a cabeça no mesmo nível do corpo ou mais
baixa (a não ser em caso de fratura na calota craniana, quando a cabeça deve ficar mais elevada).
2. Você pode aplicar compressa fria no possível local da hemorragia.
3. Mantenha a vítima parada.
4. Não ofereça líquidos, mesmo que vítima tenha sede ou peça água.
2.3 O QUE FAZER EM CASO DE EPISTAXE, HEMOPTISE E HEMATÊMESE?
Epistaxe, também chamada de hemorragia nasal ou rinorragia, é definida como o sangramento
proveniente da mucosa nasal. Calcula-se que 60% da população adulta já tenham apresentado ao
menos um episódio de epistaxe, na maioria das vezes autolimitado e sem maiores consequências.
Dentre as possíveis causas que levam a epistaxe estão os traumas, a presença de corpo estranho, alguns
medicamentos e ar seco. Mas o que eu devo fazer quando presencio uma pessoa nessa situação? Nesse
caso, você pode pedir que a pessoa permaneça sentada em local fresco com o tórax recostado e a
cabeça levantada. Procure tranquilizar a pessoa e faça compressão e/ou aplique compressa fria na
narina.
Hemoptise é uma quantidade variável de sangue que passa pela glote, oriunda das vias aéreas e
dos pulmões. As possíveis causas que levam a essa situação são as doenças pulmonares, como
bronquiectasia, tuberculose, câncer/tumor pulmonar e traumatismos. Quando você presenciar uma
vítima nessa situação, você deve se manter calmo e tranquilizar a vítima e também ligar para o serviço
de urgência especializado.
Hematêmese é a perda de sangue por meio de vômito de origem gástrica. As doenças de
estômago, como as úlceras gástricas, são as principais causas que levam a essa situação. Nesse caso,
mantenha a vítima parada – pode ser na posição sentada – e chame o socorro especializado.
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TEMA 3 – FERIMENTOS
Os ferimentos (aqui considerando os que acontecem predominantemente em tecidos moles) são
lesões que podem ser causadas por agentes físicos ou químicos. Os ferimentos são as alterações mais
comuns de ocorrer em acidentes de trabalho. São lesões que surgem sempre que existe um
traumatismo, seja em que proporção for, desde um pequeno corte ou escoriação de atendimento
doméstico até acidentes violentos com politraumatismo e complicações. São lesões que envolvem as
partes superficiais da pele. Todos os ferimentos, logo que ocorrem, causam dor, originam sangramentos
e são vulneráveis às infecções.
É importante salientar que podemos encontrar outras classificações dos ferimentos. Essas
classificações podem ocorrer quanto à profundidade, à complexidade e ao nível de contaminação,
conforme mostra o quadro 2.
Quadro 2 – Classificações de ferimentos
Classificação Descrição
Quanto à
profundidade
Superficial – comprometimento da derme e da epiderme
Profundo – compromete hipoderme, podendo chegar aos músculos, tendões,
ligamentos, ossos, órgão
Quanto à
complexidade
Simples – quando não há perda de tecido, contaminação ou presença de corpo
estranho implantado no ferimento
Complexos – quando ocorre perda de tecido, esmagamento, amputação ou
penetração de corpo estranho
Quanto ao
nível de
contaminação
Limpo – quando não apresenta resíduos
Contaminado – apresenta sujidades, corpo estranho ou ainda ferimentos com
tempo superior a 6 horas entre o trauma e o tratamento definitivo no ambiente
hospitalar
Infectado – quando apresenta edema, rubor, dor, aumento da temperatura local e
secreção purulenta
Quanto à
integridade da
pele
Ferimento fechado
Ferimento aberto
 
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Fonte: Vara, 2020.
O Quadro 3 mostra os ferimentos fechados mais comuns e as descrições de como reconhecer cada
um. É importante você saber diferenciar esse tipo de lesão.
Quadro 3 – Exemplos de ferimentos fechados
Ferimento
fechado
Descrição
Equimose Apresenta coloração inicialmente avermelhada, depois arroxeada (no final esverdeada).
Quando você estiver na dúvida se o ferimento fechado é equimose ou hematoma,
passe a mão: se sentir um edema, um volume, é hematoma.
Hematoma Apresenta inicialmente a coloração avermelhada. O hematoma vai além do arroxeado,
existe o edema, o volume, em virtude da lesão de vasos.
Fonte: Vara, 2020.
O Quadro 4 mostra os ferimentos abertos mais comuns, o que pode ocasionar esses ferimentos e
também as características de cada um.
Quadro 4 – Tipos de ferimentos abertos e suas características
Ferimento O que provoca? Características
Corte Objetos cortantes como facas,
lâminas, vidros quebrados,
beiradas de folha de papel,
mordidas etc.
Quase sempre são dolorosos, e dependendo da sua
profundidade e localização, eles podem causar
hemorragia. A dor geralmente é latejante
Perfurações Objetos pontiagudos, como
agulhas, grampos, pontas de
caneta, pregos etc.
Como as lesões são mais profundas que um corte, o
sangramento é maior e está sempre associado à dor
Arranhados Objetos com a superfície Exibem bordasdos ferimentos com sangramento
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irregular, como um acidente de
moto no concreto ou no
cascalho, pedras.
irregular e de curta duração. Se eles forem
estendidos podem provocar um prurido similar a
uma queimadura.
Fonte: Vara, 2020.
Como você percebeu, o quadro anterior mostra as diferentes formas de ferimentos abertos.
3.1 O QUE FAZER EM CASOS DE FERIMENTOS?
Primeiro, note se a ferida está sangrando, se estiver, comprima o local da lesão, com uma gaze. Ao
comprimi-la, acelera-se o processo natural de coagulação do sangue. Limpe a ferida com água corrente
e sabão. Em seguida, aconselha-se desinfetar o ferimento com medicamentos antissépticos ou
hemostáticos, que previnem a infecção e ajudam na cicatrização da pele.
TEMA 4 – ACIDENTES COM ANIMAIS PEÇONHENTOS
Primeiro, é importante que você saiba a diferença entre um animal venenoso e peçonhento. Animais
venenosos são aqueles que secretam substâncias tóxicas para outros animais, inclusive para o ser
humano. Tais substâncias secretadas (ou venenos) podem estar presentes na pele ou em outros órgãos.
Normalmente, têm a função de proteger o animal contra predadores. Podemos citar como exemplos
determinados peixes, diversos anfíbios e alguns invertebrados. Já os animais peçonhentos, além de
possuir veneno, possuem estruturas especializadas, como dentes, presas, ferrões ou espinhos, e, por
meio dessas estruturas, são capazes de inocular seus venenos. “As abelhas, marimbondos, lagartas,
aranhas, escorpiões, alguns peixes e as cobras são exemplos de animais peçonhentos” (Cotta, 2014 p. 7).
É importante lembrar que os acidentes com animais peçonhentos podem acontecer em diversos locais,
não apenas em ambientes naturais, inclusive dentro de casa.
As toxinas dos animais venenosos e peçonhentos atuam no organismo da seguinte forma:
ação proteolítica: provoca necrose tecidual, devido à decomposição das proteínas;
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ação neurotóxica: a peçonha age no sistema nervoso, causando adormecimento ou formigamento
no local afetado, alterações de consciência e perturbações visuais;
ação hemolítica: age destruindo as hemácias do sangue;
ação coagulante: ocorre destruição do fibrinogênio de forma que o sangue se torna incoagulável.
Podemos destacar alguns exemplos das toxinas de alguns animais:
Jararacas e surucucus: proteolítico e coagulante.
Cascavel: hemolítico e neurotóxico.
Coral: neurotóxico.
Escorpiões e aranhas armadeiras: neurotóxico.
Aranha marrom: hemolítico e proteolítico.
 Outra questão importante é reconhecer se os animais são peçonhentos. Normalmente, quando se
fala em cobras, elas causam medo e espanto na maioria das pessoas. Porém, nem todas as cobras são
peçonhentas. Veja na figura algumas diferenças entre uma cobra peçonhenta e não peçonhenta.
Figura 5 – Diferença entre serpente peçonhenta (esquerda) e não peçonhenta (direita)
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https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 14/19
Crédito: Smile Ilustras.
4.1 O QUE FAZER EM CASO DE ACIDENTES COM ANIMAIS PEÇONHENTOS?
Vale ressaltar que medidas de prevenções aos acidentes com animais peçonhentos sempre devem
ser mantidas e priorizadas. Porém, após acontecer um acidente, as principais medidas de primeiros
socorros incluem lavar o local afetado com água e sabão, colocar compressas frias, não deixar que a
vítima faça nenhum tipo de esforço, levá-la imediatamente ao hospital ou ligar para o serviço de
urgência, não garrotear e nem furar próximo ao local para escoar o sangue, pois isso só poderá piorar. É
importante chegar ao hospital em menos de 30 minutos. Se possível, leve o animal.
TEMA 5 – INTOXICAÇÃO EXÓGENA, ELETROCUSSÃO E CHOQUE
5.1 INTOXICAÇÃO EXÓGENA
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Você sabe o que é uma intoxicação exógena? As intoxicações exógenas podem acontecer em
virtude de contato, inalação ou ingestão de substâncias que podem trazer consequências em diferentes
níveis de risco para a nossa saúde, seja de forma voluntária ou acidental. São alguns exemplos de
substâncias químicas tóxicas os remédios em doses excessivas, metais pesados (como chumbo e
mercúrio) ou exposição a inseticidas e agrotóxicos. Como sempre, a prevenção pode ser feita,
principalmente com a análise dos riscos e organização, tanto dos ambientes quanto das atividades. No
entanto, você presenciar um acidente, você deve ligar para o serviço de informações e assistência
toxicológica. Para isso, é importante que você tenha anotado o número dessa central, que possui
profissionais treinados para orientar em relação a prevenção e também sobre como proceder em casos
de acidentes. A seguir, o número da central: 0800-722-6001.
É importante que você tenha anotado esse número em local de fácil acesso. Ao ligar para a central,
mantenha a calma e siga as orientações dos profissionais. Se a vítima estiver agitada, procure acalmá-la.
5.2 ELETROCUSSÃO E CHOQUE
De acordo com o Manual de Primeiros Socorros (Brasil, 2003) o choque elétrico gera abalos
musculares causados pela passagem de corrente elétrica pelo corpo humano. Quando uma pessoa sofre
um acidente com corrente elétrica, a passagem dessa corrente pelo corpo pode até provocar parada
cardiorrespiratória e/ou causar queimaduras em diferentes níveis, podendo atingir profundamente os
tecidos do corpo. Ou seja, as alterações provocadas no organismo humano pela corrente elétrica
dependem principalmente de sua intensidade, isto é, da amperagem. O Quadro 5 apresenta a síntese
das alterações no corpo de acordo com a intensidade da corrente.
Quadro 5 – Intensidade da corrente e efeitos no corpo
Intensidade
da Corrente
O que provoca?
25 mA Espasmos musculares, podendo levar à morte se atuar por alguns minutos, por
paralisia da musculatura respiratória
Entre 25 Além do espasmo muscular, dá-se a parada do coração em diástole (fase de
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mA e 75
mA
relaxamento) ventricular. Se o tempo de contato for curto, o coração poderá sobreviver
à fibrilação ventricular.
Fonte: Vara, 2020.
Se a corrente for intensa, determinará a morte pela paralisia do centro nervoso central (bulbo) que
regem os movimentos respiratórios e cardíacos. Em outros casos, a morte se dá por fibrilação cardíaca
(ventricular). Vale então destacar que, em condições habituais correntes de 100 a 150 Volts já são
perigosas e acima de 500 Volts são mortais.
As principais causas que levam ao choque são a falta de segurança nas instalações e dos
equipamentos, como fios descascados, falta de aterramento elétrico, parte elétrica de um motor que,
por defeito, está em contato com sua carcaça etc.; imprudência; indisciplina; ignorância; acidentes etc.
Correntes usadas em residências, academias e outros ambientes comuns na prática do profissional /
professor de Educação Física também podem causar ferimentos graves ou até a morte. Portanto, como
medida de prevenção, deve-se ficar atento em relação à boa conservação das instalações e dos
equipamentos. Caso você trabalhe ou atenda crianças pequenas, fique mais atento ainda, pois podem
colocar seus dedos ou objetos em tomadas de parede elétricas. O uso de protetores de tomada também
pode evitar acidentes.
Os sintomas decorrentes do choque elétrico são: mal-estar geral, sensação de angústia, náusea,
cãibras musculares de extremidades, parestesias (dormência, formigamento), ardência ou insensibilidade
da pele, escotomas cintilantes (visão de pontos luminosos), cefaleia, vertigem, arritmias (ritmo irregular)
cardíacas (alteração do ritmo cardíaco), falta de ar (dispneia). As principais complicações são: parada
cardíaca, parada respiratória, queimaduras, traumatismo (de crânio, ruptura de órgãos internos etc.) e
óbito.
E o raio? Pode provocarqueimadura? Sendo uma descarga elétrica muito intensa, pode causar
queimaduras/ferimentos em diferentes proporções, além de danos materiais. Ainda, pode comprometer
o coração, os pulmões, o sistema nervoso central e outras estruturas do corpo.
5.3 O QUE FAZER EM CASO DE CHOQUE ELÉTRICO?
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Caso você presencie uma vítima de choque, você deve tomar muito cuidado para realizar os
socorros de urgência, pois a pessoa pode conduzir a corrente e você também pode ser atingido. Por
isso, tome nota e realize os seguintes procedimentos.
1. Antes de prestar o atendimento, corte a corrente elétrica, desligando a chave geral de força,
retirando os fusíveis da instalação ou puxando o fio da tomada (desde que esteja encapado).
2. Caso não for possível realizar o procedimento descrito anteriormente, tente afastar a vítima
da fonte de energia. Para isso, você deve utilizar luvas de borracha grossa ou materiais isolantes
que estejam secos. Alguns exemplos: cabo de vassoura, tapete de borracha, jornal dobrado, pano
grosso dobrado, corda etc. Lembre-se de não tocar na vítima até que ela esteja separada da
corrente elétrica ou que esta seja interrompida.
3. Em caso de queimaduras, primeiramente deve-se ligar para o socorro especializado, caso
você observe que tenha atingido uma grande área do corpo da vítima.
4. Caso a queimadura tenha atingido uma área pequena, pode-se lavar com água à
temperatura ambiente. Pode ser necessário remover a roupa e os acessórios da vítima.
5. Em caso de parada cardiorrespiratória, iniciar imediatamente as manobras de ressuscitação.
Insistir nas manobras de ressuscitação, mesmo que a vítima não esteja se recuperando, até a
chegada do atendimento especializado.
6. Depois de obtida a ressuscitação cardiorrespiratória, deve ser feito um exame geral da
vítima para localizar possíveis queimaduras, fraturas ou lesões que possam ter ocorrido no caso de
queda durante o acidente. Deve-se atender primeiro hemorragias, fraturas e queimaduras, nesta
ordem.
NA PRÁTICA
Imagine que você, profissional de educação física, está realizando uma atividade externa em um
parque com seus alunos. De repente, um aluno relata que foi picado por uma cobra. Nesse caso, em
relação aos socorros de urgência, como você deve proceder? Descreva.
01/12/2020 UNINTER - SOCORROS DE URGÊNCIA
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FINALIZANDO
Nesta aula, você verificou no Tema 1 as descrições sobre o sangue e a definição de hemorragias,
que é a perda de sangue em virtude de um ferimento e sair pelas cavidades naturais ou por orifícios
produzidos em virtude do trauma. No Tema 2 foi dada a continuidade, abordando como proceder com
os cuidados de urgência em caso de diferentes hemorragias. Ferimentos foi o assunto abordado no
Tema 3, trazendo as diferentes classificações e também os socorros de urgência. No Tema 4 foram
descritos acidentes com animais peçonhentos, já no Tema 5 abordou-se o que fazer em caso de
intoxicação exógena e também em caso de eletrocussão e choque elétrico. É importante que você leia
os conteúdos para melhor fixação e principalmente agir de maneira correta quando necessário.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Saúde. Manual de primeiros socorros. Rio de Janeiro: Fundação Oswaldo Cruz,
2003. Disponível em: 
<http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/manuais/biosseguranca/manualdeprimeirossocorros.pdf>.
Acesso em: 25 set. 2020.
COTTA, G. A. Animais peçonhentos. 5. ed. Belo Horizonte: Fundação Ezequiel Dias, 2014. Disponível
em: <https://www.saude.go.gov.br/files/vigilancia/toxicologica/cartilha-pe%C3%A7onhentos-MG.pdf>.
Acesso em: 25 set. 2020.
01/12/2020 UNINTER - SOCORROS DE URGÊNCIA
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 19/19

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