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O Suporte Básico de Vida (SBV) compreende o conjunto de medidas utilizadas no atendimento a uma vítima em parada cardiorrespiratória (PCR). Podendo ser utilizado por socorristas leigos ou profissionais, o SBV orienta medidas de suporte às vítimas até a chegada dos Serviços Médicos de Emergência ou da Equipe de Suporte Avançado de Vida. Prioriza a manutenção de seus sinais vitais e a preservação da vida, além de evitar o agravamento das lesões existentes, até que uma equipe especializada possa transportá-la ao hospital e oferecer um tratamento definitivo. Objetivos do Suporte Básico deVida (SBV): - Definir Parada Cardiorrespiratória (PCR). - Identificar os sinais clínicos de uma PCR. - Descrever todos os passos da cadeia de sobrevivência. - Realizar manobras de ressuscitação cardiopulmonar. - Utilizar o DEA de forma adequada. - Aprender a técnica de desobstrução de via aérea para o adulto ou criança e lactente A cadeia de sobrevivência é composta por SEIS elos que representam, simbolicamente, o conjunto de procedimentos que permitem salvar vítimas em parada cardiorrespiratória. Os elos são vitais e são igualmente importantes. Parada cardiorrespiratória extra hospitalar: - Como atualização, em 2020, a AHA passa a recomendar o início da RCP pelo socorrista leigo no atendimento a toda suposta PCR, pois o risco de dano ao paciente é baixo se o mesmo não estiver em PCR. - Após a chegada do serviço médico de emergência, o paciente deve ser transportado e as medidas de Suporte Avançado de Vida (SAV) instituídas. Quanto menor o tempo de início das medidas de suporte, melhor o prognóstico. Parada cardiorrespiratória intra hospitalar: Na cadeia de sobrevivência da PCRIH, é fundamental que se estabeleça a vigilância e medidas de prevenção da PCR, bem como o acionamento rápido da equipe ou time de ressuscitação, que se inicie a RCP de alta qualidade e se proceda com a desfibrilação, quando aplicável. 6ºelo: Recuperação. - É recomendado que os sobreviventes de PCR tenham avaliação de reabilitação multimodal e tratamento para prejuízos fisiológicos, neurológicos e cognitivos antes da alta do hospital. Também é recomendada a avaliação estruturada para ansiedade, depressão, estresse pós-traumático e fadiga para os sobreviventes de PCR e seus cuidadores. Parada cardiorrespiratória (PCR): Parada cardiorrespiratória é a cessação da atividade mecânica do coração determinada pela ausência de pulso central palpável, ausência de respiração ou respiração anormal e não responsividade do paciente, com grave repercussão no Sistema Nervoso Central. Sinal de PCR → Cessação súbita de batimentos cardíacos e movimentos respiratórios. - Inconsciência - Ausência de pulso - Ausência de respiração ou gasping agônico (dificuldade em respirar; ofegante para obter ar) Ressuscitação cardiopulmonar (RCP): Conjunto de procedimentos realizados pós PCR objetivando manter artificialmente a circulação de sangue arterial no cérebro e outros órgãos vitais até a ocorrência do retorno da circulação espontânea. → Objetivo: ganhar tempo, mantendo parte das funções vitais até a chegada do suporte básico de vida. No atendimento à pessoa em PCR, o mnemônico CAB ou CABD descreve a ordem das intervenções. Essas medidas visam a restabelecer o quanto antes a circulação espontânea, a perfusão dos órgãos vitais e a chegada da equipe de ressuscitação. Sequência do SBV C – (check) Checagem: Checar a segurança do local, checar a responsividade da vítima, checar o pulso e a respiração, chamar por ajuda e iniciar as compressões. - As compressões devem ser feitas em ciclos de 30 compressões, intercalados com a ventilação, ou contínuas, na frequência de 100 a 120 compressões por minuto, com uma profundidade de 5cm, permitindo o retorno do tórax após cada compressão. - O socorrista que está realizando a compressão deve ser substituído a cada dois minutos ou antes, se houver cansaço. Segurança no local → responsividade da vítima → solicitar ajuda → checar respiração e pulso da vítima → localização do pulso carotídeo A – (airway) Abertura da via Aérea: A abertura da via aérea pode ser feita com a inclinação da cabeça para trás e elevação do queixo (manobra de Chin-Lift) ou com a anteriorização da mandíbula (manobra de Jaw-Thrust). B – (breath) ventilação:A oferta da ventilação pode ser feita utilizando um dispositivo bolsa-válvula-máscara (ambu) ou uma máscara de bolso (pocket-mask). - Frequência de 2 ventilações a cada 30 compressões. - É importante observar se durante a ventilação existem sinais de permeabilidade aérea, como a expansibilidade torácica ou abdominal durante a ventilação. - Caso o socorrista não se sinta seguro para realizar a ventilação, a prioridade são as compressões torácicas de alta qualidade. D–Desfibrilação: o uso de um DEA ajuda o socorrista a identificar se a vítima está em PCR, se é um ritmo chocável e, quando é o caso, aplica o choque na tentativa de reverter a PCR. ● Vítima respira normal e tem pulso → monitora a vítima ● Vítima não respira normalmente mas tem pulso → administra ventilação de resgate. - 1 respiração a cada 5 a 6 seg ou cerca de 10 a 12 resp/min - Crianças e bêbes 1 resp. a cada 2 a 3 seg ● Vítima não respira e não tem pulso → inicia o RCP de alta qualidade. RCPde alta qualidade: - Aplicação rítmica de pressão sobre o tórax, com uma frequência de 100 a 120 vezes por minuto. - As mãos devem ser posicionadas sobre a metade inferior do esterno, no ponto em que a linha mamilar cruza com o esterno, não dobrar os cotovelos durante as compressões. - Profundidade de no mínimo 5 cm e no máximo 6 cm. - Permitir retorno total do tórax entre as compressões. Minimiza as interrupções das compressões e reveza com outro socorrista. - Não mova a vítima, a menos que o ambiente apresente perigo ou se achar a posição e o local dificultando a eficiência das compressões. Ventilação: - Realiza a abertura de vias aéreas e utiliza os dispositivos bolsa-válvula-máscara para ventilar. Desfibrilador externo automático - DEA - Simples utilização; foi programado para analisar o ritmo cardíaco do paciente e reconhecer um ritmo chocável (FV/TVSP); * Fibrilação ventricular * Taquicardia ventricular sem pulso - Indica o choque sempre que necessário e possui pás autoexplicativas. - Pode ser utilizado em Unidades de Pronto Atendimento (UPA), Unidades Básicas de Saúde (UBS) e áreas do hospital onde não existem pessoas treinadas para ministrar um suporte de vida avançado. Ritmos cardíacos: - Fibrilação ventricular - Taquicardia ventricular sem pulso - Assistolia (ausência ou baixíssima frequência de qualquer atividade elétrica, contrações cardíacas ou ritmos cardíacos) - Atividade elétrica sem pulso Ritmos chocáveis: ● Fibrilação ventricular: - Principal causa de PCR, no adulto. - É o distúrbio do ritmo cardíaco mais comum nos primeiros dois minutos de PCR. - A FV é um ritmo que evolui, rapidamente, para assistolia, caso não sejam estabelecidas medidas de SBV. - Se inicia nos ventrículos fazendo com que estes com que estes tremulem ao invés de se contraírem de forma efetiva. ● Taquicardia ventricular sempulso: - Sucessão rápida de batimentos ectópicos ventriculares, que podem levar à deterioração hemodinâmica, chegando à ausência de pulso arterial palpável. - Ocorre principalmente em indivíduos com doença arterial coronariana, como isquemia miocárdica. - A pessoa apresenta como sinais e sintomas iniciais tontura, palidez, sudorese fria e o clássico sinal do coração parecendo uma “batedeira” ou “britadeira”. Obs: O DEA vai informar se precisa utilizar o choque para desfibrilar ou não. Caso seja chocável, as compressões torácicas devem ser iniciadas imediatamente após o choque. Ritmos não chocáveis: ● Atividade elétrica sempulso: - Constitui um ritmo com complexos QRS que não produzem respostas de contração miocárdica suficiente e detectável. - O importante é identificar que, apesar de existir um ritmo organizado no monitor, não existe acoplamento do ritmo com pulsação efetiva (com débito cardíaco); - Garanta o SBV,com ênfase em compressões torácicas de alta qualidade e ventilações de resgate, enquanto aguarda a equipe de suporte avançado chegar. ● Assistolia: - Ritmo de pior prognóstico. - Total ausência de atividade ventricular contrátil associada à inatividade elétrica cardíaca. - O coração encontra-se mesmo parado, sem ritmo algum; A principal causa de assistolia é a hipóxia, o que justifica as ofertas de oxigênio e ventilação efetivas, como prioritárias no atendimento. Comoutilizar oDEA emcasos específicos: 1) Paciente com marcapasso (MP) ou cardioversor desfibrilador-implantável: Se o MP estiver na região onde é indicado o local para aplicação das pás, afaste-as, pelo menos, 8 cm ou opte por outro posicionamento das pás (anteroposterior, por exemplo), pois, estando muito próximas, pode prejudicar a análise do ritmo pelo DEA. 2) Paciente com tórax molhado: - Precisa secar a região antes de poder colocar o DEA para desfibrilar. 3) Paciente com adesivos de medicamentos/hormonais: - Faz a retirada para poder acoplar as pás do DEA. Definições de faixa etária: ● Bebês: menos de 1 ano de idade. ● Crianças: de 1 ano de idade até a puberdade (pelos no tórax ou na axilas, broto mamário nas meninas). ● Adultos: adolescentes (após início da puberdade) e acima. (DEA para bebês e crianças abaixo de 8 anos). Emergências potencialmente fatais associadas a opióides: Os opióides são medicamentos usados principalmente para o alívio da dor. Exemplos comuns são: hidrocodeína, morfina e fentanil. A heroína também é um exemplo de opióide. Sinais de overdose por opióides: - Respiração superficial - Sons de engasgo ou gorgolejo - Tontura ou perda de consciência - Miose - Peles, lábios ou unhas cianóticas Infarto agudo domiocárdio (IAM): O IAM caracteriza situação clínica de extrema gravidade e com risco de vida, determinada por oclusão de uma artéria coronária. Trata-se de uma condição com tratamento específico, capaz de modificar sua história natural, devendo ser instituído o mais precocemente possível. Sinais do IAM: 1) Desconforto torácico – desaparece com o descaso mas depois pode piorar. 2) Dor ou desconforto no braço esquerdo, na parte superior das costas, pescoço, mandíbula ou estômago. 3) Falta de ar com ou sem desconforto torácico. 4) Suor frio, náuseas, vômitos. Tratamento extra hospitalar: - Reconhecer e chamar ajuda rapidamente; - Avaliação precoce do SME e ECG; - Identificação precoce do IAM – transporte para o local adequado; - A meta do tempo do contato inicial até as intervenções para tratamento é de menos de 90 minutos. O Tempo preserva músculo → reconheça → acione o serviço – RCP se PCR Acidente vascular cerebral (AVC) Os AVC ocorrem quando o sangue não chega a uma parte do cérebro. Isso pode acontecer se uma artéria do cérebro estiver obstruída (AVC isquêmico) ou um vaso sanguíneo se romper (AVC hemorrágico). As células cerebrais começam a morrer depois de minutos sem oxigênio. O tratamento nas primeiras horas depois de um AVC pode reduzir o dano cerebral e melhorar a recuperação. Sinais e sintomas: Conduta: Sistemas de tratamento: - O tratamento eficaz para AVC requer um sistema de tratamento bem coordenado e rápido. Atraso em qualquer uma das etapas limita as opções de tratamento. Quanto mais um paciente de AVC espera por tratamento, mais tecido cerebral morrerá. - Medicamentos para dissolver um coágulo devem ser administrados em até aproximadamente 3 horas depois do início dos sinais. - Os profissionais devem saber o último momento conhecido em que a vítima estava bem. Esse é o ponto em que se sabe que o paciente estava bem pela última vez, sem sinais de AVC. Obstrução por corpo estranho - OVACE → obstrução de vias aéreas por corpos estranhos Objetivos: - Identificar os sinais de obstrução parcial e total em adultos, crianças e bebês. - Realizar manobras de desengasgo em adultos, crianças e bebês conscientes e inconscientes. Sinais de obstrução parcial: - Boa troca de ar; - Capaz de tossir de maneira forçada; - Presença de sibilos ou estridores; - Inquietação; - Rubor facial; - Taquicardia (coração acelerado); - Respiração forçada e rápida. ● Condutas: - Desde que continue havendo uma boa troca de ar, estimule a vítima a continuar tossindo. - Não interfira nas próprias tentativas de desobstrução da vítima. Fique com a vítima e monitore a condição. - Se uma obstrução parcial da via aérea continuar ou evoluir para uma obstrução completa da via aérea, acione o serviço médico de emergência. Sinais de obstrução total: - Sinal universal de engasgo com o polegar e os demais dedos na garganta. - Impossibilidade de falar ou chorar. - Troca de ar deficiente ou ausente. - Tosse fraca e ineficaz ou incapaz de tossir. - Ruídos agudos durante a inspiração ou absoluta ausência de ruído. - Maior dificuldade respiratória. - Possível cianose (lábios e pele azuis). ● Condutas: - Se a vítima for adulta ou criança pergunte se ela está engasgada. Se a vítima acenar com “sim” e não conseguir falar há obstrução completa das vias aéreas. - Medidas para a desobstrução devem ser tomadas imediatamente → COMPRESSÃO ABDOMINAL Use compressões abdominais para desobstrução da via aérea em adulto ou criança ainda consciente. Não use compressões abdominais para desobstruir a via aérea em bebês. Administre cada compressão com a intenção de desobstruir. Pode ser necessário repetir a compressão várias vezes para desobstruir as vias aéreas - Se a obstrução completa das vias aéreas continuar e a pessoa parar de responder então deve se iniciar o RCP. - Se estiver sozinho aciona o serviço médico de emergência. obs:O risco de obstrução total das vias aéreas por um corpo estranho alojado na laringe está associado a uma mortalidade em torno de 45%. - As compressões abdominais devem ser feitas em vítimas conscientes. - Se a vítima estiver grávida ou for obesa, aplique compressões torácicas ao invés de abdominais, uma vez que compressões abdominais em gestantes podem provocar danos ao bebê, e em obesos, a estrutura espessa de tecido adiposo pode dificultar o efeito das compressões torácicas. Desobstrução de vias aéreas emadulto ou criança inconsciente: - Coloca a vítima no chão e inicie a RCP começando pelas compressões torácicas; - Não verifique o pulso; - Toda vez que for abrir via aérea para administrar ventilação procura o corpo estranho. Se conseguir visualizar o objetivo então retira ele, mas caso contrário continua realizando RCP. obs: parada respiratória pode evoluir para PCR. OVACE e bebês: Bebê consciente → Use golpes nas costas e compressões torácicas para desobstrução do engasgo em bebês. Não use compressões abdominais ● OBSTRUÇÃO PARCIAL DAS VIAS AÉREAS - Boa troca de ar - Capaz de tossir de maneira forçada - Pode sibilar entre as tosses ● CONDUTA: - Bebê não emite som ou respira? - Bebê inconsciente, irresponsivo? - Não realizar varredura digital - Iniciar RCP, não checar pulso Objetivos do Suporte Avançado deVida (SAV): - Reconhecimento e tratamento de pacientes potencialmente graves. - Manejo avançado de vias aéreas. - Monitoração fisiológica. - Reconhecimento de ritmos cardíacos. - Diagnóstico diferencial. - Cuidado pós PCR. Definição de PCR: A parada cardiorrespiratória é a cessação súbita da atividade mecânica do coração. É caracterizada pela inconsciência, ausência de pulso e ausência de movimentos respiratórios. obs: A Lesão cerebral se inicia rapidamente em cerca de 3 minutos se não for oferecida assistência. - Para cada minuto sem as manobras de reanimação cardiopulmonar e desfibrilação as chances de sobrevivência do paciente caem de 7 a 10%. - Após 10 minutos de Parada Cardíaca não assistida as chances de retorno à circulação espontânea são próximas a zero. Atendimento a parada cardiorrespiratória intra hospitalar: Reconhecimento e prevenção precoces: Pacientes no ambiente hospitalar dependem de um sistema de prevenção adequada a fim de prevenir a PCR, mas, caso a PCR ocorra, é preciso uma interação harmoniosa dos vários departamentos e serviços da instituição e de um time multidisciplinarde profissionais, que inclua médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, entre outros. A nova diretriz preconiza o reconhecimento de pacientes com deterioração clínica aguda com o objetivo de prevenir a PCRIH. Acredita-se que equipes treinadas na complexa coreografia da ressuscitação podem diminuir a ocorrência de uma PCIH e caso ocorra, aumenta a chance de um melhor desfecho no atendimento da PCR. Prioridades que necessitamde investigação imediata para antecipar umcolapso: 1) Rebaixamento agudo do nível de consciência e alterações neurológicas agudas. 2) Alterações importantes dos sinais vitais: • Frequência respiratória (FR) > 30 ou < 8 ipm ou uso de musculatura acessória • Saturação arterial de oxigênio (SatO,) <90% • Frequência cardíaca (FC) > 100 ou < 50 bpm • Pressão arterial sistólica (PAS) < 90 mmHg • Tempo de reenchimento capilar (EC) > 3 segundos 3) Pacientes com achados potencialmente emergenciais: •Precordialgia ou dor torácica •Febre com suspeita de neutropenia •Suspeita de obstrução de via aérea •Intoxicações agudas •Hematêmese, enterorragia ou hemoptise •Dor intensa Acionamento imediato do serviço de emergência: - O profissional de saúde deve reconhecer caso o paciente esteja em PCR. - Chamar o paciente pelo nome para avaliar sua responsividade. - Avaliar a respiração e o pulso por 10 segundos. - Sem responsividade, respiração e pulso deve acionar a equipe para trazer o carrinho de emergência e o equipamento do DEA. Reanimação cardiopulmonar (RCP) imediata de alta qualidade: - Após o acionamento da equipe médica, deve-se iniciar as compressões torácicas e ventilação em todos os pacientes adultos com PCR, seja por causa cardíaca ou não cardíaca. - Com as mãos sobre a metade inferior do esterno (região hipotenar), sem flexionar os cotovelos; - Frequência: 100 a 120 compressões/ minuto; - Profundidade: mínima de 2 polegadas (5 cm) e máximo 2,4 polegadas (6 cm); - Permitir retorno total do tórax após cada compressão. Não apoiar-se sobre o tórax entre as compressões; - Minimizar as interrupções nas compressões. Não interromper as compressões por mais de 10 segundos; - Colocar a prancha rígida embaixo do tórax do paciente, assim que disponível. Posicionamento correto para compressões torácicas: Ventilação-compressão adequada: Sem via aérea avançada: - Realizar abertura de vias aéreas; - Ventilação numa relação 30:2, ou seja, 30 compressões e 2 ventilações (até a garantia de uma via aérea avançada); Com via aérea avançada (máscara laríngea, tubo orotraqueal ou traqueostomia) - Compressões contínuas a uma frequência 100 a 120/ minuto e 1 ventilação a cada 6 segundos (10 respirações por minuto) Desfibrilação rápida: - Assim que chegar o Desfibrilador externo automático (DEA). -Verificar o ritmo; ● Em caso de ritmo chocável (Fibrilação Ventricular ou Taquicardia Ventricular sem Pulso): 1) Aplique 1 choque; 2) Reinicie a RCP por 2 minutos até o DEA avisar sobre a verificação do ritmo; 3) Continue até que o Suporte Avançado de Vida assuma ou a vítima se movimente. ● Em caso de ritmo não chocável: 1) Reinicie a RCP por 2 minutos, até ser avisado pelo DEA para verificação do ritmo; 2) Continue até que o médico assuma ou até que a vítima se movimente. Desfibrilação: ritmos comnecessidade de choque - FV: Principal causa de PCR, no adulto - É o distúrbio do ritmo cardíaco mais comum nos primeiros dois minutos de PCR; - A FV é um ritmo que evolui, rapidamente, para assistolia, caso não sejam estabelecidas medidas de SBV. - Se inicia nos ventrículos fazendo com que estes tremulem ao invés de se contraírem de forma efetiva. - Sucessão rápida de batimentos ectópicos ventriculares, que podem levar à deterioração hemodinâmica, chegando à ausência de pulso arterial palpável; - Ocorre principalmente em indivíduos com doença arterial coronariana, como isquemia miocárdica; - A pessoa apresenta como sinais e sintomas iniciais tontura, palidez, sudorese fria e o clássico sinal do coração parecendo uma “batedeira” ou “britadeira”. - ECG: Apresentam-se com frequência maior que 100 bpm, não superior a 220 bpm e com complexo QRS maior que 0,12 segundos. Ritmos semnecessidade de choque: - Constitui um ritmo com complexos QRS que não produzem respostas de contração miocárdica suficiente e detectável. - O importante é identificar que, apesar de existir um ritmo organizado no monitor, não existe acoplamento do ritmo com pulsação efetiva (com débito cardíaco); - Garanta o SBV, com ênfase em compressões torácicas de alta qualidade e ventilações de resgate, enquanto aguarda a equipe de suporte avançado chegar. - Ritmo de pior prognóstico; - Total ausência de atividade ventricular contrátil associada à inatividade elétrica cardíaca; - O coração encontra-se mesmo parado, sem ritmo algum; - A principal causa de assistolia é a hipóxia, o que justifica as ofertas de oxigênio e ventilação efetivas, como prioritárias no atendimento. Suporte avançado de vida: - São avaliações e procedimentos mais complexos realizados após a execução do suporte básico de vida. - Obedeça a sequência do ABCD para avaliações e procedimentos conforme o suporte avançado de vida. 1. Vias aéreas (A): → Intubação orotraqueal: Indicações: - Nível de consciência rebaixado, impedindo o controle adequado do paciente sobre a patência de suas vias aéreas superiores; - Falência cárdio-circulatória concomitante: choque circulatório, sinais de isquemia miocárdica, arritmias graves; - Paciente com grande trabalho respiratório, com taquipneia persistente e utilização da musculatura acessória da respiração, para manter valores limítrofes na gasometria arterial. → Material: 1: Carrinho de emergência: Drogas e utensílios 2: Luvas de procedimentos, óculos e máscaras 3: Cânula orofaríngea 4: Ambu com extensão para oxigênio, fluxômetro e fonte de O2. 5: Tubo orotraqueal( 7; 7,5; 8 e 8,5), fio guia e seringa 6: Sondas de bico rígido e maleável 7: Fixador de tubo orotraqueal ou cadarço. Drogas utilizadas na intubação: As drogas utilizadas são principalmente sedativos/hipnóticos e bloqueadores musculares. ● Sequência Rápida – Analgesia - Fentanil 2 ml em bolus ● Sequência rápida - Sedação - Midazolam 3 ml em bolus - Etomidato 10 mg/kg - Propofol - Quetamina ● Sequência rápida - Bloqueadores - Succinilcolina 1,5 mg/kg - Rocurônio - Vecurônio - Atracurônio obs: Paciente em PCR não precisa utilizar drogas para poder entubar. Já outros pacientes precisam aplicar as drogas para ter o sedativo que vai aliviar a entrada para poder entubar. obs²: Independente se for assistolia, aesp ou outra, a terapia medicamentosa vai ser com epinefrina/adrenalina. 2. BoaVentilação (B): Ventilação assistida com dispositivo bolsa válvula máscara (ambu): 3. Circulação (C): Terapia medicamentosa na assistolia e aesp: - Epinefrina (adrenalina) → IMEDIATAMENTE - 1mg endovenosa (EV) a cada 3 a 5 min Terapia medicamentosa na FV/TVSP: Epinefrina (adrenalina) → IMEDIATAMENTE - 1mg EV a cada 3 a 5 min Amiodarona - Amiodarona é o antiarrítmico de escolha na Fibrilação ventricular (FV) ou taquicardia ventricular sem pulso (TVsp) que persiste ou recorre após a desfibrilação. - Principais recomendações: 1) Primeira dose: 300 mg intravenosa (IV) ou via intraóssea, em bolus. 2) Segunda dose: 150 mg IV ou via intraóssea, em bolus. obs: após 3 choques → aplica 300 mg de amiodarona Antiarrítmico só usa duas vezes, primeiro aplica 300 mg e depois do 4º choque aplica 150 mg. Lidocaína - Dose inicial: 1 a 1,5 mg/kg IV, em bolus. - Dose adicional pode ser usada, mas não deve ultrapassar o total de 3 mg/kg. - Apresentação: 1) Lidocaína a 2% (sem vasoconstrictor): 1 mL=20 mg 2) Lidocaína a 1 % (sem vasoconstrictor): 1 mL= 10 mg obs: não tão utilizada pois seu uso, por ser por mg/kg não é tão prático como o da amiodarona que já tem dosagem fixa. obs:Adrenalina pode se aplicar entre 3 a 5 minutos e pode ser aplicada mais vezes, enquanto a amiodarona só pode ser aplicada duas vezes. 4. Diagnóstico diferencial→ 5H e 5T Causas da parada cardiorrespiratória: 1) HIPÓXIA 2) HIPOVOLEMIA(ex: ruptura de baço ou lesão renal podem ocasionar hipovolemia) 3) HIPO/HIPERCALEMIA 4) H+ IONS – ACIDOSE 5) HIPOTERMIA 1) TÓXICOS 2) TROMBOEMBOLISMO CORONARIANO 3) TROMBOEMBOLISMO PULMONAR 4) TENSÃO NO TÓRAX 5) TAMPONAMENTO CARDÍACO Cuidados pós-RCP: Principais objetivos iniciais e subsequentes dos cuidados pós-PCR: - Otimizar a função cardiopulmonar e a perfusão de órgãos vitais após o retorno da circulação espontânea. - Transportar/transferir para um hospital apropriado ou UTI com completo sistema de tratamento pós-PCR . - Identificar e tratar síndromes coronarianas agudas e outras causas reversíveis. - Controlar a temperatura para otimizar a recuperação neurológica. (Evitar febre) - Prever, tratar e prevenir a disfunção múltipla de órgãos. Isto inclui evitar ventilação excessiva e hiperóxia. -Pressão Arterial Sistólica ideal: acima de 100 mmHG (associado a uma melhor recuperação) -É aconselhável evitar e corrigir imediatamente PA sistólica menor que 90 mmHg e Pressão arterial média (PAM) menor que 65 mmHg durante os cuidados pós parada, pois a hipotensão está associada ao aumento da mortalidade e à redução da recuperação funcional. -Identificar e tratar hipo e hiperglicemia. -Todos os pacientes que evoluíram para morte cerebral ou circulatória após a PCR inicial devem ser considerados possíveis doadores de órgãos. Equipe de atendimento a PCR: ● Elementos de uma equipe no momento da RCP: - Funções e responsabilidades claras. - Comunicações em circuito fechado - Mensagens claras - Conhecer suas limitações - Respeito mútuo Intervenções construtivas - Compartilhar o conhecimento - Resumo e reavaliação Fluxogramado suporte avançado de vida:
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