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DIREITO EMPRESARIAL - MATÉRIA DA V1

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DIREITO EMPRESARIAL
HISTÓRIA DO COMÉRCIO E DA EMPRESA: 
DIREITO EMPRESARIAL
COMÉRCIO E EMPRESA – EVOLUÇÃO HISTÓRICA
Como mencionamos, os bens e serviços que homens e
mulheres necessitam ou desejam para viver (isto é, vestir,
alimentar-se, dormir, divertir-se etc.) são produzidos em
organizações econômicas especializadas.
Nem sempre foi assim, porém.
DIREITO EMPRESARIAL
COMÉRCIO E EMPRESA – EVOLUÇÃO HISTÓRICA
Na Antiguidade, roupas e víveres* eram produzidos na
própria casa, para os seus moradores; apenas os
excedentes eventuais eram trocados entre vizinhos ou na
praça.
*substantivo masculino plural: provisão de comestíveis; alimentos, gêneros alimentícios, vitualhas.
DIREITO EMPRESARIAL
COMÉRCIO E EMPRESA – EVOLUÇÃO HISTÓRICA
Na Roma antiga, a família dos romanos não era só o
conjunto de pessoas unidas por laços de sangue (pais e
filhos), mas também incluía os escravos, assim como a
morada não era apenas o lugar de convívio íntimo e
recolhimento, mas também o de produção de vestes,
alimentos, vinho e utensílios de uso diário.
DIREITO EMPRESARIAL
COMÉRCIO E EMPRESA – EVOLUÇÃO HISTÓRICA
Alguns povos da Antiguidade, como os fenícios,
destacaram-se intensificando as trocas e, com isto,
estimularam a produção de bens destinados
especificamente à venda.
Esta atividade de fins econômicos, o comércio, expandiu-se
com extraordinário vigor.
DIREITO EMPRESARIAL
COMÉRCIO E EMPRESA – EVOLUÇÃO HISTÓRICA
Graças a ela, estabeleceram-se intercâmbios entre culturas
distintas, desenvolveram-se tecnologias (moedas) e meios
de transporte, fortaleceram-se os Estados, povoou-se o
planeta de homens e mulheres; mas, também, em função
do comércio, foram travadas guerras, escravizaram-se
povos, recursos naturais se esgotaram.
DIREITO EMPRESARIAL
COMÉRCIO E EMPRESA – EVOLUÇÃO HISTÓRICA
Com o processo econômico de globalização desencadeado
após o fim da Segunda Guerra Mundial, o comércio procura
derrubar as fronteiras nacionais que atrapalham sua expansão.
Áreas de livre comércio começam a surgir e ganhar força, os
chamados Mercados Comum - União aduaneira com políticas
comuns de regulamentação de produtos e com liberdade de
circulação de todos os três fatores de produção (pessoas,
serviços e capitais).
Haverá dia em que o planeta será um único mercado.
DIREITO EMPRESARIAL
COMÉRCIO E EMPRESA – EVOLUÇÃO HISTÓRICA
O comércio gerou e continua gerando novas atividades
econômicas. Foi a intensificação das trocas pelos
comerciantes que despertou em algumas pessoas o
interesse de produzirem bens de que não necessitavam
diretamente; bens feitos para serem vendidos e não para
serem usados por quem os fazia.
É o início da atividade que, muito tempo depois, será
chamada de fabril ou industrial.
DIREITO EMPRESARIAL
COMÉRCIO E EMPRESA – EVOLUÇÃO HISTÓRICA
Os bancos e os seguros, em sua origem, destinavam-se a
atender necessidades dos comerciantes. Deve-se ao
comércio eletrônico a popularização da rede mundial de
computadores (internet), que estimula diversas novas
atividades econômicas.
DIREITO EMPRESARIAL
COMÉRCIO E EMPRESA – EVOLUÇÃO HISTÓRICA
Na Idade Média, o comércio já havia deixado de ser atividade
característica só de algumas culturas ou povos. Difundiu-se por
todo o mundo civilizado.
Durante o Renascimento Comercial, na Europa, artesãos e
comerciantes europeus reuniam-se em corporações de ofício,
poderosas entidades burguesas (isto é, sediadas em burgos)
que gozavam de significativa autonomia em face do poder real
e dos senhores feudais.
DIREITO EMPRESARIAL
COMÉRCIO E EMPRESA – EVOLUÇÃO HISTÓRICA
Nas corporações de ofício, como expressão dessa autonomia,
foram paulatinamente surgindo normas destinadas a disciplinar
as relações entre os seus filiados.
Na Era Moderna, estas normas (não sistematizadas) serão
futuramente chamadas de Direito Comercial. Nesta sua primeira
fase de evolução, ele é o direito aplicável aos membros de
determinada corporação dos comerciantes. Os usos e
costumes de cada praça ou corporação tinham especial
importância na sua aplicação.
DIREITO EMPRESARIAL
COMÉRCIO E EMPRESA – EVOLUÇÃO HISTÓRICA
No início do século XIX, na França, Napoleão, com a
ambição de regular a totalidade das relações sociais,
patrocina a edição de dois monumentais diplomas jurídicos:
O Código Civil (1804) e o Comercial (1808).
Inaugura-se, então, um sistema para disciplinar as
atividades dos cidadãos, que repercutirá em todos os
países de tradição romana, inclusive o Brasil.
DIREITO EMPRESARIAL
COMÉRCIO E EMPRESA – EVOLUÇÃO HISTÓRICA
De acordo com este sistema, classificavam-se as relações
chamadas de direito privado em civis e comerciais.
Para cada regime, estabeleceram-se regras diferentes
sobre contratos, obrigações, prescrição, prerrogativas,
prova judiciária e foros.
DIREITO EMPRESARIAL
COMÉRCIO E EMPRESA – EVOLUÇÃO HISTÓRICA
A TEORIA DOS ATOS DE COMÉRCIO, portanto, vem cumprir a
função de universalizar os regulamentos jurídicos
comerciais, em detrimento da subjetividade com que era
praticado somente para determinados associados
(corporações de ofício).
Desde então, na França, qualquer cidadão poderia exercer
atividade mercantil, e não apenas os aceitos em
determinada associação profissional.
DIREITO EMPRESARIAL
COMÉRCIO E EMPRESA – EVOLUÇÃO HISTÓRICA
Esta é a segunda fase da trajetória evolutiva da disciplina,
em que ela não mais se considera o direito de alguns
sujeitos (os comerciantes), mas a disciplina jurídica de
determinados atos (os atos de comércio).
DIREITO EMPRESARIAL
COMÉRCIO E EMPRESA – EVOLUÇÃO HISTÓRICA
No início de sua criação, na legislação que tratava dos atos de
comércio não se encontravam algumas atividades econômicas
que, com o tempo, passaram a ganhar importância equivalente
às de comércio, banco, seguro e indústria.
É o caso da prestação de serviços, cuja relevância é
diretamente proporcional ao processo de urbanização.
Também da lista não constavam atividades econômicas ligadas
à terra, como a negociação de imóveis, agricultura ou
extrativismo
DIREITO EMPRESARIAL
COMÉRCIO E EMPRESA – EVOLUÇÃO HISTÓRICA
Desde essa época também a teoria dos atos de comércio serve
para delimitar quando se está diante de uma atividade de
comércio ou de relações civis.
Os comerciantes precisam obedecer às regras jurídicas
específicas, como a escrituração nos livros comerciais.
Com o tempo, a lista de atividades consideradas comerciais
aumentou, incluindo a prestação autônoma de serviços e as
negociações imobiliárias, por exemplo.
DIREITO EMPRESARIAL
COMÉRCIO E EMPRESA – EVOLUÇÃO HISTÓRICA
A insuficiência da teoria dos atos do comércio forçou o
surgimento de outro critério identificador do âmbito de
incidência do Direito Comercial: A TEORIA DA EMPRESA.
DIREITO EMPRESARIAL
COMÉRCIO E EMPRESA – EVOLUÇÃO HISTÓRICA
A TEORIA DA EMPRESA incorpora o extenso leque de
atividades consideradas empresariais e parte de outro
prisma para a delimitação do direito comercial.
Ela procura identificar a forma específica de produzir ou
circular bens e serviços.
DIREITO EMPRESARIAL
COMÉRCIO E EMPRESA – EVOLUÇÃO HISTÓRICA
A tese surgiu no modelo jurídico italiano, em 1 942, em
meio à II Guerra Mundial e ao fascismo de Mussolini, portanto.
Não obstante o contexto autoritário de seu surgimento, a teoria
da empresa continuou na redemocratização da Itália, sendo
adotada pela Espanha em 1989.
No Brasil, o Código Comercial de 1850 adotou a teoria dos atos
de comércio e a migração para a teoria da empresa
começou nos anos 60, fazendo parte do projeto de Código Civil
de 1975.
DIREITO EMPRESARIAL
COMÉRCIO E EMPRESA – EVOLUÇÃO HISTÓRICA
Após décadas de tramitação no Congresso, o novo Código
Civil foi aprovado (Lei 10.406/2002), revogando a primeira
parte do Código Comercial de 1850 (listava as atividades
econômicas tomadas por atos de comércio) e reunindo
nele as disciplinas do direito civil e empresarial.
DIREITO EMPRESARIAL
COMÉRCIO E EMPRESA – EVOLUÇÃO HISTÓRICA
Na prática,os juízes já aplicavam algumas vezes a teoria
da empresa, estendendo regras empresariais (concordata e
falência) a negociantes excluídos da lista do Código
Comercial de 1850, como os pecuaristas e as imobiliárias.
DIREITO EMPRESARIAL
COMÉRCIO E EMPRESA – EVOLUÇÃO HISTÓRICA
Com o advento do Código Civil de 2002, mudou-se o foco
do Direito Comercial brasileiro, no novo texto legal, pois, a
partir de 2003, ganhou importância o estudo da empresa, e
não dos atos de comércio, para qualificação de um
empresário e uma sociedade empresária, em evidente
aproximação da teoria italiana da empresa, preterindo-se a
teoria francesa dos atos de comércio.
DIREITO EMPRESARIAL
COMÉRCIO E EMPRESA – EVOLUÇÃO HISTÓRICA
Nessa mudança ocorrida no início dos anos 2000, houve
quem defendesse a ideia de unificação do Direito Civil com
o Comercial no Brasil. Não obstante, houve apenas uma
unificação legislativa, com a criação de um Código
dispondo de matéria civil e comercial, sem que o Direito
Comercial (Empresarial) perdesse sua autonomia.
DIREITO EMPRESARIAL
COMÉRCIO E EMPRESA – EVOLUÇÃO HISTÓRICA
Isso, porque a própria Constituição da República de 1988
menciona o Direito Civil separado do Comercial, ao tratar
da competência legislativa privativa da União.
E que se vê, a cada dia, é o aumento da influência do
Direito Comercial/Empresarial invadindo o campo civil.
DIREITO EMPRESARIAL
COMÉRCIO E EMPRESA – EVOLUÇÃO HISTÓRICA
Com o Código Civil de 2002, o Direito Empresarial passou a
abranger qualquer atividade econômica organizada para a
produção ou a circulação de bens ou de serviços, desde
que exercida profissionalmente por empresário ou
sociedade empresária.
DIREITO EMPRESARIAL
TEORIA DA EMPRESA
Em 1942 o mundo estava em guerra e, na Itália, governava
o ditador fascista Benito Mussolini.
Neste ano, na Itália, surge um novo sistema de regulação
das atividades econômicas dos particulares.
Nele, alarga-se o âmbito de incidência do Direito
Comercial, passando as atividades de prestação de
serviços e ligadas à terra a se submeterem às mesmas
normas aplicáveis às comerciais, bancárias, securitárias e
industriais
DIREITO EMPRESARIAL
TEORIA DA EMPRESA
Chamou-se o novo sistema de disciplina das atividades
privadas de teoria da empresa.
O Direito Comercial, em sua terceira etapa evolutiva, deixa
de cuidar de determinadas atividades (as de mercancia) e
passa a disciplinar uma forma específica de produzir ou
circular bens ou serviços, a empresarial.
DIREITO EMPRESARIAL
TEORIA DA EMPRESA
Relembrando que a então predominante teoria dos Atos de Comércio,
apresentava a relação de atividades econômicas reputadas de
“mercancia” que na linguagem atual compreenderia:
a) compra e venda de bens móveis ou semoventes (animais), no
atacado ou varejo, para revenda ou aluguel;
b) indústrias;
c) bancos;
d) logística;
d) espetáculos públicos;
e) seguros;
f) armação e expedição de navios.
DIREITO EMPRESARIAL
TEORIA DA EMPRESA
Pela antiga teoria dos atos do comércio (base do Código
Comercial Brasileiro de 1850), era necessário verificar se a
atividade explorada pelo comerciante era um ato comercial ou
um ato civil para, assim, defini-lo.
Como exemplo, uma sociedade agrícola, mesmo possuindo
organização dos fatores de produção (capital, trabalho,
insumos e tecnologia), não era considerada sociedade
comercial por ser, a agricultura, uma atividade civil.
DIREITO EMPRESARIAL
TEORIA DA EMPRESA
Já a teoria da empresa, adota como critério de
identificação do empresário a forma de organização dos
fatores de produção (capital, trabalho, insumos e
tecnologia) para o exercício da atividade econômica com
a finalidade de produção ou circulação de bens ou
serviços.
DIREITO EMPRESARIAL
A ideologia fascista não é tão sofisticada como a
comunista, mas um pequeno paralelo entre ela e o
marxismo ajuda a entender a ambientação política do
surgimento da teoria da empresa.
Para essas duas concepções ideológicas, burguesia e
proletariado estão em luta; elas divergem sobre como a luta
terminará.
DIREITO EMPRESARIAL
Para o marxismo, o proletariado tomará o poder do Estado,
expropriará das mãos da burguesia os bens de produção e
porá fim as classes sociais (e, em seguida, ao próprio
Estado), reorganizando-se as relações de produção.
DIREITO EMPRESARIAL
Já para o fascismo, a luta de classes termina em
harmonização patrocinada pelo estado nacional.
Burguesia e proletariado superam seus antagonismos na
medida em que se unem em torno dos superiores objetivos
da nação, seguindo o líder (Duce), que é intérprete e
guardião destes objetivos.
DIREITO EMPRESARIAL
A empresa, no ideário fascista, representa justamente a
organização em que se harmonizam as classes em conflito.
A doutrina comercialista italiana, ao tempo do governo
fascista, costumava apontar como um dos perfis da
empresa o corporativo, em que se expressava a comunhão
dos propósitos de empresário e trabalhadores.
DIREITO EMPRESARIAL
A teoria da empresa acabou se desvencilhando das raízes
ideológicas fascistas. Por seus méritos técnicos, sobreviveu à
redemocratização da Itália e permanece delimitando o Direito
Comercial daquele país até hoje.
Também por sua operacionalidade, adequada aos objetivos da
disciplina da exploração de atividades econômicas por
particulares no nosso tempo, a teoria da empresa inspirou a
reforma da legislação comercial de outros países de tradição
jurídica romana, como a da Espanha em 1989.
DIREITO EMPRESARIAL
Em nosso país, com o advento do novo Código Civil, de
2002, o comércio passou a representar apenas uma das
várias atividades econômicas reguladas por um Direito mais
amplo, o Direito Empresarial, que abrange o exercício
profissional de atividade econômica organizada para a
produção ou a circulação de bens ou serviços (art. 966).
Tudo naturalmente a partir de 11.01.2003 quando começa a
vigência do novo Código Civil Brasileiro.
DIREITO EMPRESARIAL
A moderna doutrina comercial, entende que o conceito de
empresa, em seu sentido técnico, encontra-se no perfil
funcional, visto que a empresa é tida como “a atividade
econômica organizada pelo empresário com a finalidade
de produção ou circulação de bens e serviços.
DIREITO EMPRESARIAL
Deste conceito extraímos os demais perfis como conceitos
relativos a outros institutos jurídicos próprios, tais como o
empresário, descrito no perfil subjetivo e o estabelecimento
empresarial como sendo o perfil objetivo.
Assim, podemos dizer que empresa, empresário e
estabelecimento são conceitos que não se confundem.
DIREITO EMPRESARIAL
O EMPRESÁRIO
EMPRESÁRIO
Empresário é definido na lei como o profissional exercente
de "atividade econômica organizada para a produção ou a
circulação de bens ou de serviços" (CC, art. 966).
CÓDIGO CIVIL
LIVRO II
Do Direito de Empresa
TÍTULO I
Do Empresário
CAPÍTULO I
Da Caracterização e da Inscrição
Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade
econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de
serviços.
Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão
intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso
de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir
elemento de empresa.
DIREITO EMPRESARIAL
O EMPRESÁRIO
EMPRESÁRIO
Como se vê, o empresário deve exercer a sua atividade, a
empresa, de forma organizada e profissional. Ou seja, ele
deve organizar o caixa da empresa, o trabalho dos seus
colaboradores, a utilização da matéria prima, entre outras
necessidades da empresa para o regular exercício e, assim,
produzir e circular bens ou serviços.
DIREITO EMPRESARIAL
O EMPRESÁRIO
EMPRESÁRIO
Destacam-se, portanto, da definição do art. 966/CC* os
elementos de profissionalismo, atividade econômica
organizada e produção ou circulação de bens ou serviços.
Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmenteatividade econômica organizada para a
produção ou a circulação de bens ou de serviços.
DIREITO EMPRESARIAL
O EMPRESÁRIO
EMPRESÁRIO
Elementos: P rofissionalismo (Habitualidade, pessoalidade, monopólio da informação)
A tividade econômica
P rodução e circulação de mercadorias
O rganização (capital, insumos, mão de obra, tecnologia)
Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a
produção ou a circulação de bens ou de serviços.
DIREITO EMPRESARIAL
O EMPRESÁRIO
PROFISSIONALISMO
A noção de exercício profissional de certa atividade é
associada, na doutrina, a considerações de três ordens:
• Habitualidade
• Pessoalidade
• Monopólio das informações
DIREITO EMPRESARIAL
O EMPRESÁRIO
PROFISSIONALISMO
A primeira consideração do exercício profissional diz respeito à
habitualidade.
Não se considera profissional quem realiza tarefas de modo
esporádico. Não será empresário aquele que organizar
episodicamente a produção de certa mercadoria e/ou serviço,
mesmo destinando-a à venda no mercado.
Se está apenas fazendo uma atividade extra para socorrer
situação emergencial em suas finanças, e não se torna habitual
o exercício da atividade, então ele não é empresário.
DIREITO EMPRESARIAL
O EMPRESÁRIO
PROFISSIONALISMO
O segundo aspecto do profissionalismo é a pessoalidade.
O empresário, no exercício da atividade empresarial, deve
contratar empregados. São estes que, materialmente falando,
produzem ou fazem circular bens ou serviços.
O requisito da pessoalidade explica por que não é o
empregado considerado empresário. Enquanto este último, na
condição de profissional, exerce a atividade empresarial
pessoalmente, os empregados, quando produzem ou circulam
bens ou serviços, fazem-no em nome do empregador.
DIREITO EMPRESARIAL
O EMPRESÁRIO
PROFISSIONALISMO
A decorrência mais relevante da noção de profissionalismo está no
terceiro aspecto, o monopólio das informações que o empresário
detém sobre o produto ou serviço objeto de sua empresa.
Este é o sentido com que se costuma empregar o termo no âmbito das
relações de consumo.
Como o empresário é um profissional, as informações sobre os bens ou
serviços que oferece ao mercado - especialmente as que dizem
respeito às suas condições de uso, qualidade, insumos empregados,
defeitos de fabricação, riscos potenciais à saúde ou vida dos
consumidores - costumam ser de seu inteiro conhecimento.
DIREITO EMPRESARIAL
O EMPRESÁRIO
PROFISSIONALISMO
Porque profissional, o empresário tem o dever de conhecer
todos os aspectos dos bens ou serviços por ele fornecidos,
bem como o de informar amplamente os consumidores e
usuários.
DIREITO EMPRESARIAL
O EMPRESÁRIO
ATIVIDADE ECONÔMICA ORGANIZADA
Se empresário é o exercente profissional de uma atividade
econômica organizada, então empresa é uma atividade; a
de produção ou circulação de bens ou serviços.
DIREITO EMPRESARIAL
O EMPRESÁRIO
ATIVIDADE ECONÔMICA ORGANIZADA
Se de acordo com o conceito técnico, empresa é uma
atividade, não se deve dizer "fulano e beltrano abriram uma
empresa", mas sim "eles contrataram uma sociedade".
DIREITO EMPRESARIAL
O EMPRESÁRIO
ATIVIDADE ECONÔMICA ORGANIZADA
Na linguagem cotidiana, usa-se a expressão "empresa"
com diferentes e impróprios significados.
Se alguém diz "a empresa faliu" ou "a empresa importou
essas mercadorias", o termo é utilizado de forma errada,
não técnica.
A empresa, enquanto atividade, não se confunde com o
sujeito de direito que a explora, o empresário.
DIREITO EMPRESARIAL
O EMPRESÁRIO
ATIVIDADE ECONÔMICA ORGANIZADA
É o empresário que fale ("quebra") ou importa mercadorias.
Similarmente, se uma pessoa exclama "a empresa está pegando fogo!"
ou constata "a empresa foi reformada, ficou mais bonita", está
empregando o conceito equivocadamente.
Não se pode confundir a empresa com o local em que a atividade é
desenvolvida.
O conceito correto nessas frases é o de estabelecimento empresarial;
este sim pode incendiar-se ou ser embelezado, nunca a atividade.
DIREITO EMPRESARIAL
O EMPRESÁRIO
ATIVIDADE ECONÔMICA ORGANIZADA
A atividade de produção ou circulação de bens ou serviços
deve ser atividade econômica consistente na geração de
receitas ao empresário, haja vista que a atividade de
produzir ou circular bens ou serviços é passível de
valoração econômica junto ao mercado consumidor e apta
a geral lucro ao empresário.
DIREITO EMPRESARIAL
O EMPRESÁRIO
ATIVIDADE ECONÔMICA ORGANIZADA
A atividade empresarial é econômica no sentido de que
busca gerar lucro para quem a explora.
Note-se que o lucro pode ser o objetivo da produção ou
circulação de bens ou serviços, ou apenas o instrumento
para alcançar outras finalidades.
DIREITO EMPRESARIAL
O EMPRESÁRIO
ATIVIDADE ECONÔMICA ORGANIZADA
Religiosos podem prestar serviços educacionais (numa
escola ou universidade) sem visar especificamente o lucro.
É evidente que, no capitalismo, nenhuma atividade
econômica se mantém sem alguma lucratividade e, por
isso, o valor total das mensalidades deve superar o das
despesas também nesses estabelecimentos educacionais.
DIREITO EMPRESARIAL
O EMPRESÁRIO
ATIVIDADE ECONÔMICA ORGANIZADA
Mas a escola ou universidade religiosas podem ter objetivos
não lucrativos, como a difusão de valores ou criação de
postos de emprego para os seus sacerdotes.
Neste caso, o lucro é meio e não fim da atividade
econômica.
DIREITO EMPRESARIAL
O EMPRESÁRIO
ATIVIDADE ECONÔMICA ORGANIZADA
Além de ser uma atividade econômica, a empresa é uma
atividade organizada fundada na organização dos fatores de
produção (capital, mão-de-obra, matérias primas e tecnologia)
que possibilitam a produção ou circulação de bens ou serviços
e, por consequência, gerar riqueza ao empresário.
Vale dizer, que a atividade exercida pelo empresário deve ter
caráter econômico e ter seus fatores de produção organizados.
DIREITO EMPRESARIAL
O EMPRESÁRIO
ATIVIDADE ECONÔMICA ORGANIZADA
A empresa é atividade organizada no sentido de que nela
se encontram articulados, pelo empresário, os quatro
fatores de produção: capital, mão de obra, insumos e
tecnologia.
Não é empresário quem explora atividade de produção ou
circulação de bens ou serviços sem alguns desses fatores.
DIREITO EMPRESARIAL
O EMPRESÁRIO
ATIVIDADE ECONÔMICA ORGANIZADA
O comerciante de perfumes que leva ele mesmo, à sacola,
os produtos até os locais de trabalho ou residência dos
potenciais consumidores explora atividade de circulação
de bens, fá-lo com intuito de lucro, habitualidade e em
nome próprio, mas não é empresário, porque em seu mister
não contrata empregado, não organiza mão de obra.
DIREITO EMPRESARIAL
O EMPRESÁRIO
ATIVIDADE ECONÔMICA ORGANIZADA
A tecnologia, ressalte-se, não precisa ser necessariamente
de ponta, para que caracterização da empresarialidade.
Pressupõe-se apenas que o empresário, ao estruturar a
organização econômica, detenha e use os conhecimentos
próprios aos bens ou serviços que pretende oferecer ao
mercado, sejam estes sofisticados ou de amplo
conhecimento.
DIREITO EMPRESARIAL
O EMPRESÁRIO
PRODUÇÃO DE BENS OU SERVIÇOS
Como atividade, nos termos do art. 966, temos:
I) a produção/fabricação de produtos ou mercadorias;
II) produção de serviços é a prestação de serviços
(bancários, hospitalares, etc);
III) a circulação de bens corresponde:
a) distribuição e comercialização de bens e
b) circulação de serviços é a intermediação da prestação
de serviços como, por exemplo, agência de turismo.
DIREITO EMPRESARIAL
O EMPRESÁRIO
PRODUÇÃO DE BENS OU SERVIÇOS
Produção de bens ou serviços. Produção de bens é a fabricação de
produtos ou mercadorias. Toda atividade de indústria é, por definição,
empresarial.
Produção de serviços, por sua vez, é a prestação de serviços.
São exemplos de produtores de bens: montadoras de veículos, fábricas
de eletrodomésticos, confecções de roupas;
E são exemplos de produtores de serviços: bancos, seguradoras,
hospitais, escolas,estacionamentos, provedores de acesso à internet.
DIREITO EMPRESARIAL
O EMPRESÁRIO
PRODUÇÃO DE BENS OU SERVIÇOS
Circulação de bens ou serviços. A atividade de circular bens é
a do comércio, em sua manifestação originária: ir buscar o bem
no produtor para trazê-lo ao consumidor.
É a atividade de intermediação na cadeia de escoamento de
mercadorias. O conceito de empresário compreende tanto o
atacadista como o varejista, tanto o comerciante de insumos
como o de mercadorias prontas para o consumo.
DIREITO EMPRESARIAL
O EMPRESÁRIO
PRODUÇÃO DE BENS OU SERVIÇOS
Circulação de bens ou serviços.
Os profissionais que exercem a atividade de
supermercados, concessionárias de automóveis e lojas de
roupas são empresários. Circular serviços é intermediar a
prestação de serviços. A agência de turismo não presta os
serviços de transporte aéreo, traslados e hospedagem, mas
os intermedeia quando monta um pacote de viagem.
DIREITO EMPRESARIAL
O EMPRESÁRIO
PRODUÇÃO DE BENS OU SERVIÇOS
Bens ou serviços.
Até a difusão do comércio eletrônico, no fim dos anos 1990, a
distinção entre bens ou serviços não comportava, na maioria
das vezes, maiores dificuldades: bens são corpóreos, enquanto
os serviços não têm materialidade.
A prestação de serviços consistia sempre numa obrigação de
fazer
DIREITO EMPRESARIAL
O EMPRESÁRIO
PRODUÇÃO DE BENS OU SERVIÇOS
Bens ou serviços.
Com a intensificação do uso da internet para a realização
de negócios e atos de consumo, certas atividades resistem
a classificação nesses moldes.
A assinatura de jornal virtual, com exatamente o mesmo
conteúdo do jornal de papel, é um bem ou serviço?
DIREITO EMPRESARIAL
O EMPRESÁRIO
PRODUÇÃO DE BENS OU SERVIÇOS
Bens ou serviços.
Os chamados bens virtuais, como programas de computador ou
arquivo de música baixada pela internet, em que categoria
devem ser incluídos?
Mesmo sem resolver doutrinariamente essas questões, não há
dúvidas, na caracterização de empresário, de que o comércio
eletrônico, em todas as suas várias manifestações é atividade
empresarial
DIREITO EMPRESARIAL
ATIVIDADES ECONÔMICAS CIVIS
Art. 966. Considera-se empresário quem exerce
profissionalmente atividade econômica organizada para a
produção ou a circulação de bens ou de serviços.
Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce
profissão intelectual, de natureza científica, literária ou
artística, ainda com o concurso de auxiliares ou
colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir
elemento de empresa.
DIREITO EMPRESARIAL
ATIVIDADES ECONÔMICAS CIVIS
A teoria da empresa não acarreta a superação da bipartição
do direito privado, que o legado jurídico de Napoleão tornou
clássica nos países de tradição romana ao instituir a segunda
fase do direito comercial com a teoria dos atos de comércio.
A Teoria da empresa alterou o critério de delimitação do objeto
do Direito Comercial (que deixa de ser os atos de comércio e
passa a ser a empresarialidade), mas não suprime a dicotomia
legal entre o regime jurídico civil e comercial.
DIREITO EMPRESARIAL
ATIVIDADES ECONÔMICAS CIVIS
Assim, de acordo com o Código Civil, continuam excluídas
da disciplina juscomercialista algumas atividades
econômicas.
São atividades civis, cujos exercentes não podem, por
exemplo, requerer a recuperação judicial, nem falir.
DIREITO EMPRESARIAL
ATIVIDADES ECONÔMICAS CIVIS
São quatro hipóteses de atividades econômicas civis.
A primeira diz respeito às exploradas por quem não se
enquadra no conceito legal de empresário. Se alguém
presta serviços diretamente, mas não organiza uma
empresa (não tem empregados, por exemplo), mesmo que
o faça profissionalmente (com intuito lucrativo e
habitualidade), ele não é empresário e o seu regime será o
civil.
DIREITO EMPRESARIAL
ATIVIDADES ECONÔMICAS CIVIS
Aliás, com o desenvolvimento dos meios de transmissão
eletrônica de dados, estão surgindo atividades econômicas
de relevo exploradas sem empresa, em que o prestador dos
serviços trabalha sozinho em casa.
DIREITO EMPRESARIAL
ATIVIDADES ECONÔMICAS CIVIS
As demais atividades civis são as dos profissionais
intelectuais, dos empresários rurais não registrados na Junta
Comercial e a das Cooperativas.
DIREITO EMPRESARIAL
ATIVIDADES ECONÔMICAS CIVIS
PROFISSIONAL INTELECTUAL
Não se considera empresário, por força do parágrafo único
do art. 966 do CC, o exercente de profissão intelectual, de
natureza científica, literária ou artística, mesmo que contrate
empregados para auxiliá-lo em seu trabalho.
DIREITO EMPRESARIAL
ATIVIDADES ECONÔMICAS CIVIS
PROFISSIONAL INTELECTUAL
Estes profissionais exploram, portanto, atividades
econômicas civis, não sujeitas ao Direito Comercial.
Entre eles se encontram os profissionais liberais (advogado,
médico, dentista, arquiteto etc.), os escritores e artistas de
qualquer expressão (plásticos, músicos, atores etc.).
DIREITO EMPRESARIAL
ATIVIDADES ECONÔMICAS CIVIS
PROFISSIONAL INTELECTUAL
Há uma exceção, prevista no mesmo dispositivo legal, em
que o profissional intelectual se enquadra no conceito de
empresário.
Trata-se da hipótese em que o exercício da profissão
constitui elemento de empresa*.
* Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística,
ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa.
DIREITO EMPRESARIAL
ATIVIDADES ECONÔMICAS CIVIS
PROFISSIONAL INTELECTUAL
Imagine o médico pediatra recém-formado, atendendo seus
primeiros clientes no consultório.
Já contrata pelo menos uma secretária, mas se encontra na
condição geral dos profissionais intelectuais: não é empresário,
mesmo que conte com o auxílio de colaboradores.
Nesta fase, os pais buscam seus serviços em razão,
basicamente, de sua competência como médico.
DIREITO EMPRESARIAL
ATIVIDADES ECONÔMICAS CIVIS
PROFISSIONAL INTELECTUAL
Imagine, porém, que, passando o tempo, este profissional
amplie seu consultório, contratando, além de mais pessoal
de apoio (secretária, atendente, copeira etc.), também
enfermeiros e outros médicos.
Não chama mais o local de atendimento de consultório,
mas de clínica.
DIREITO EMPRESARIAL
ATIVIDADES ECONÔMICAS CIVIS
PROFISSIONAL INTELECTUAL
Nesta fase de transição, os clientes ainda procuram aqueles
serviços de medicina pediátrica, em razão da confiança
que depositam no trabalho daquele médico, titular da
clínica.
Mas a clientela se amplia e já há, entre os pacientes, quem
nunca foi atendido diretamente pelo titular, nem o conhece.
DIREITO EMPRESARIAL
ATIVIDADES ECONÔMICAS CIVIS
PROFISSIONAL INTELECTUAL
Numa fase seguinte, cresce mais ainda aquela unidade de serviços.
Não se chama mais clínica, e sim hospital pediátrico. Entre os muitos
funcionários, além dos médicos, enfermeiros e atendentes, há
contador, advogado, nutricionista, administrador hospitalar,
seguranças, motoristas e outros. Ninguém mais procura os serviços ali
oferecidos em razão do trabalho pessoal do médico que os organiza.
Sua individualidade se perdeu na organização empresarial.
DIREITO EMPRESARIAL
ATIVIDADES ECONÔMICAS CIVIS
PROFISSIONAL INTELECTUAL
Neste momento, aquele profissional intelectual tornou-se
elemento de empresa.
Mesmo que continue clinicando, sua maior contribuição para a
prestação dos serviços naquele hospital pediátrico é a de
organizador dos fatores de produção.
Foge, então, da condição geral dos profissionais intelectuais e
deve ser considerado, juridicamente, empresário.
DIREITO EMPRESARIAL
ATIVIDADES ECONÔMICAS CIVIS
PROFISSIONAL INTELECTUAL
Também os outros profissionais liberais e artistas sujeitam-se à mesma regra.
O escultor que contrata auxiliar para funções operacionais (atender o telefone,
pagar contas no banco, fazer moldes, limpar o ateliê) não é empresário.
Na medida em que expande a procura por seus trabalhos, e ele contrata vários
funcionários para imprimir maiorceleridade à produção, pode ocorrer a
transição dele da condição jurídica de profissional intelectual para a de
elemento de empresa.
Será o caso, se a reprodução de esculturas assinaladas com sua assinatura não
depender mais de nenhuma ação pessoal direta dele.
Tornar-se-á, então, juridicamente empresário.
DIREITO EMPRESARIAL
ATIVIDADES ECONÔMICAS CIVIS
EMPRESÁRIO RURAL
Atividade econômica rural é a explorada normalmente fora
da cidade.
Certas atividades produtivas não são costumeiramente
exploradas em meio urbano, por razões de diversas ordens
(materiais, culturais, econômicas ou jurídicas).
DIREITO EMPRESARIAL
ATIVIDADES ECONÔMICAS CIVIS
EMPRESÁRIO RURAL
São rurais, por exemplo, as atividades econômicas de
plantação de vegetais destinadas a alimentos, fonte
energética ou matéria-prima (agricultura, reflorestamento),
a criação de animais para abate, reprodução, competição
ou lazer (pecuária, suinocultura, granja, equinocultura) e o
extrativismo vegetal (corte de árvores), animal (caça e
pesca) e mineral (garimpo).
DIREITO EMPRESARIAL
ATIVIDADES ECONÔMICAS CIVIS
EMPRESÁRIO RURAL
As atividades rurais, no Brasil, são exploradas em dois tipos
radicalmente diferentes de organizações econômicas.
Tomando-se a produção de alimentos, por exemplo,
encontra-se na economia brasileira, de um lado, a
agroindústria (ou agronegócio) e, de outro, a agricultura
familiar (pequeno agricultor).
DIREITO EMPRESARIAL
ATIVIDADES ECONÔMICAS CIVIS
EMPRESÁRIO RURAL
Naquela (agronegócio), emprega-se tecnologia avançada,
mão de obra assalariada (permanente e temporária),
especialização de culturas, grandes áreas de cultivo;
Na agricultura familiar, trabalham o dono da terra e seus
parentes, um ou outro empregado, e são relativamente
menores as áreas de cultivo.
DIREITO EMPRESARIAL
ATIVIDADES ECONÔMICAS CIVIS
EMPRESÁRIO RURAL
Atento a esta realidade (dois grandes modelos de exploração de certa
atividade econômica), o Código Civil reservou para o exercente de
atividade rural um tratamento
Específico:
Art. 970. A lei assegurará tratamento favorecido, diferenciado e simplificado ao empresário rural e ao pequeno
empresário, quanto à inscrição e aos efeitos daí decorrentes.
Art. 971. O empresário, cuja atividade rural constitua sua principal profissão, pode, observadas as formalidades de que
tratam o art. 968 e seus parágrafos, requerer inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede,
caso em que, depois de inscrito, ficará equiparado, para todos os efeitos, ao empresário sujeito a registro.
DIREITO EMPRESARIAL
ATIVIDADES ECONÔMICAS CIVIS
EMPRESÁRIO RURAL
Assim, se o empresário rural requerer sua inscrição no registro
das empresas (Junta Comercial), será considerado empresário
e submeter-se-á às normas de Direito Comercial. Esta deve ser
a opção do agronegócio.
Caso, porém, não requeira a inscrição neste registro, não se
considera empresário e seu regime será o do Direito Civil. Esta
deverá ser a opção predominante entre os titulares de negócios
rurais familiares.
DIREITO EMPRESARIAL
ATIVIDADES ECONÔMICAS CIVIS
COOPERATIVAS
Desde o tempo em que a delimitação do objeto do Direito Comercial
era feita pela teoria dos atos de comércio, há duas exceções a
assinalar no contexto do critério identificador desse ramo jurídico.
De um lado, a sociedade por ações, que será sempre comercial,
independentemente da atividade que explora (LSA – 6.404/76 - art. 2º, §
2º; CC, art. 982).
De outro, as cooperativas, que são sempre sociedades simples,
independentemente da atividade que exploram (art. 982).
DIREITO EMPRESARIAL
ATIVIDADES ECONÔMICAS CIVIS
COOPERATIVAS
Art. 982. Salvo as exceções expressas, considera-se empresária
a sociedade que tem por objeto o exercício de atividade
própria de empresário sujeito a registro ( art. 967 ); e, simples, as
demais.
Parágrafo único. Independentemente de seu objeto, considera-
se empresária a sociedade por ações; e, simples, a
cooperativa.
DIREITO EMPRESARIAL
ATIVIDADES ECONÔMICAS CIVIS
COOPERATIVAS
As cooperativas, normalmente, dedicam-se às mesmas
atividades dos empresários e costumam atender aos
requisitos legais de caracterização destes (profissionalismo,
atividade econômica organizada e produção ou circulação
de bens ou serviços), mas, por expressa disposição do
legislador, que data de 1971, não se submetem ao regime
jurídico empresarial.
DIREITO EMPRESARIAL
ATIVIDADES ECONÔMICAS CIVIS
COOPERATIVAS
Isto quer dizer que as Cooperativas não estão sujeitas à
falência e não podem requerer a recuperação judicial.
Sua disciplina legal específica encontra-se na Lei 5.764/71 e
nos arts. 1.093 a 1.096 do CC, e seu estudo cabe ao Direito
Civil.
DIREITO EMPRESARIAL
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL
O EMPRESÁRIO INDIVIDUAL: PESSOA FÍSICA OU PESSOA
JURÍDICA?:
Como já visto na aula anterior, sabemos que Empresário é
“quem desenvolve atividade econômica organizada para a
produção ou circulação de bens ou serviços” (art. 966, CC),
e que Empresa é a atividade econômica organizada,
praticada pelo Empresário.
CÓDIGO CIVIL
LIVRO II
Do Direito de Empresa
TÍTULO I
Do Empresário
CAPÍTULO I
Da Caracterização e da Inscrição
Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade
econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de
serviços.
Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão
intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso
de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir
elemento de empresa.
DIREITO EMPRESARIAL
O EMPRESÁRIO
EMPRESÁRIO
Como se vê, o empresário deve exercer a sua atividade, a
empresa, de forma organizada e profissional. Ou seja, ele
deve organizar o caixa da empresa, o trabalho dos seus
colaboradores, a utilização da matéria prima, entre outras
necessidades da empresa para o regular exercício e, assim,
produzir e circular bens ou serviços.
DIREITO EMPRESARIAL
O EMPRESÁRIO
EMPRESÁRIO
Destacam-se, portanto, da definição do art. 966/CC* os
elementos de profissionalismo, atividade econômica
organizada e produção ou circulação de bens ou serviços.
Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a
produção ou a circulação de bens ou de serviços.
DIREITO EMPRESARIAL
O EMPRESÁRIO
EMPRESÁRIO
Elementos: P rofissionalismo (Habitualidade, pessoalidade, monopólio da informação)
A tividade econômica
P rodução e circulação de mercadorias
O rganização (capital, insumos, mão de obra, tecnologia)
Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a
produção ou a circulação de bens ou de serviços.
DIREITO EMPRESARIAL
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL
O EMPRESÁRIO INDIVIDUAL: PESSOA FÍSICA OU PESSOA
JURÍDICA?:
A empresa não é um sujeito de direitos e obrigações. É uma
atividade e, como tal, pode ser desenvolvida pelo empresário
individual (unipessoal) ou pela sociedade empresária.
Quer dizer, pela pessoa natural do empresário individual, ou
pela pessoa jurídica contratual ou estatutária da sociedade
empresária que são exercidas as atividades da empresa.
DIREITO EMPRESARIAL
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL
O EMPRESÁRIO INDIVIDUAL: PESSOA FÍSICA OU PESSOA
JURÍDICA?:
Assim sendo, a Empresa (atividade) pode ser praticada por
grupos de pessoas, que se unem com um firme propósito
comum, ou por uma só pessoa.
DIREITO EMPRESARIAL
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL
O EMPRESÁRIO INDIVIDUAL: PESSOA FÍSICA OU PESSOA
JURÍDICA?:
O grupo de pessoas com finalidade de obtenção de lucro é
denominado Sociedade Empresária, instituto que se
manifesta com a chamada ‘congregação de capital e
trabalho para o empreendimento de atividade empresarial’
DIREITO EMPRESARIAL
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL
O EMPRESÁRIO INDIVIDUAL: PESSOA FÍSICA OU PESSOA
JURÍDICA?:
Sob a epígrafe empresário, portanto, estão compreendidos
tanto aquele que, de forma singular,pratica profissionalmente
atividade negocial, como a pessoa de direito constituída para o
mesmo fim.
Ambos praticam atividade econômica organizada para a
produção, transformação ou circulação de bens e prestação de
serviços. Ambos têm por objetivo o lucro.
DIREITO EMPRESARIAL
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL
O EMPRESÁRIO INDIVIDUAL: PESSOA FÍSICA OU PESSOA
JURÍDICA?:
O Código Civil, nos artigos 981 e 982, define os parâmetros e
conceitua a sociedade empresária, conceituando-a como
aquela que tem por objeto o exercício de atividade própria
do empresário.
DIREITO EMPRESARIAL
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL
O EMPRESÁRIO INDIVIDUAL: PESSOA FÍSICA OU PESSOA
JURÍDICA?:
Art. 981. Celebram contrato de sociedade as pessoas que
reciprocamente se obrigam a contribuir, com bens ou
serviços, para o exercício de atividade econômica e a
partilha, entre si, dos resultados.
Parágrafo único. A atividade pode restringir-se à realização
de um ou mais negócios determinados.
DIREITO EMPRESARIAL
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL
O EMPRESÁRIO INDIVIDUAL: PESSOA FÍSICA OU PESSOA
JURÍDICA?:
Art. 982. Salvo as exceções expressas, considera-se empresária
a sociedade que tem por objeto o exercício de atividade
própria de empresário sujeito a registro ( art. 967 ); e, simples, as
demais.
Parágrafo único. Independentemente de seu objeto, considera-
se empresária a sociedade por ações; e, simples, a
cooperativa.
DIREITO EMPRESARIAL
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL
O EMPRESÁRIO INDIVIDUAL: PESSOA FÍSICA OU PESSOA
JURÍDICA?:
Quando uma só pessoa se dispõe ao exercício da Empresa,
manifesta-se a figura do Empresário Individual, aquele que
age na prática de atividades empresárias sem o concurso
de sócios.
DIREITO EMPRESARIAL
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL
O EMPRESÁRIO INDIVIDUAL: PESSOA FÍSICA OU PESSOA
JURÍDICA?:
Percebemos, portanto, até aqui, dois sujeitos Empresários,
quais sejam:
I. a Sociedade Empresária, formada por sócios
empreendedores (e não empresários);
II. o Empresário Individual, o próprio.
DIREITO EMPRESARIAL
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL
O EMPRESÁRIO INDIVIDUAL: PESSOA FÍSICA OU PESSOA
JURÍDICA?:
A diferença entre os tipos Empresários acima destacados,
entretanto, não se encerra na quantidade de pessoas
envolvidas na Empresa (sociedade empresária ou
empresário individual).
DIREITO EMPRESARIAL
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL
O EMPRESÁRIO INDIVIDUAL: PESSOA FÍSICA OU PESSOA
JURÍDICA?:
A Sociedade Empresária, devidamente constituída e
cadastrada na Junta Comercial, possui personalidade
jurídica própria, sendo sujeito de direitos e obrigações
perante terceiros.
DIREITO EMPRESARIAL
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL
O EMPRESÁRIO INDIVIDUAL: PESSOA FÍSICA OU PESSOA JURÍDICA?:
Como a sociedade empresária é uma pessoa jurídica, ela possui
patrimônio próprio e independente dos sócios que a integram. Com
isso, a princípio, os bens dos sócios não podem ser executados por
dívidas da sociedade, antes da execução dos próprios bens desta.
Vejamos o que determina o Art. 1.024 do Código Civil a esse respeito:
Art. 1.024. Os bens particulares dos sócios não podem ser executados
por dívidas da sociedade, senão depois de executados os bens
sociais.
DIREITO EMPRESARIAL
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL
O EMPRESÁRIO INDIVIDUAL: PESSOA FÍSICA OU PESSOA
JURÍDICA?:
De maneira diversa, o Empresário Individual recebe
tratamento jurídico peculiar.
Em primeiro lugar, o Empresário Individual é sempre pessoa
física, natural, e não se reveste da personalidade jurídica
afeta às Sociedades, ainda que indispensável seu registro
com CNPJ na Junta Comercial.
DIREITO EMPRESARIAL
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL
O EMPRESÁRIO INDIVIDUAL: PESSOA FÍSICA OU PESSOA
JURÍDICA?:
O empresário individual não se beneficia da separação
patrimonial, sendo responsável pelas obrigações e pelo
risco do empreendimento, inclusive respondendo com
todos os seus bens.
DIREITO EMPRESARIAL
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL
O EMPRESÁRIO INDIVIDUAL: PESSOA FÍSICA OU PESSOA
JURÍDICA?:
O registro “comercial” do Empresário Individual se presta
para fins administrativos e tributários, de modo a facilitar o
cadastro dos órgãos governamentais e as devidas
cobranças fiscais.
Não enseja em uma criação de ente novo, mas somente a
atribuir novas condições à pessoa natural.
DIREITO EMPRESARIAL
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL
O EMPRESÁRIO INDIVIDUAL: PESSOA FÍSICA OU PESSOA
JURÍDICA?:
As divagações acerca da personalidade do Empresário
Individual se resume a uma máxima:
“O sujeito é um só: a empresa é exercida por ele, o nome
empresarial o identifica, os bens são de sua titularidade”*
*(WILGES BRUSCATO, in Manual de Direito Empresarial Brasileiro, p. 93-94).
DIREITO EMPRESARIAL
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL
Nosso ordenamento civil, dividiu em segmentos distintos os
dois tipos de empresário.
Nos Títulos I (Do Empresário) e I-A (Da Empresa Individual de
Responsabilidade Limitada) que compreende o intervalos
entre o artigo. 966 ao artigo 980-A
No Título II (da Sociedade) trata das diversas espécies de
sociedades empresárias.
DIREITO EMPRESARIAL
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL
Ser empresário não significa, simplesmente, praticar
atividade negocial.
A condição de empresário reclama a congregação de
alguns requisitos básicos, porque trata-se de qualificação
profissional.
DIREITO EMPRESARIAL
O EMPRESÁRIO
EMPRESÁRIO
Elementos: P rofissionalismo (Habitualidade, pessoalidade, monopólio da informação)
A tividade econômica
P rodução e circulação de mercadorias
O rganização (capital, insumos, mão de obra, tecnologia)
Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a
produção ou a circulação de bens ou de serviços.
DIREITO EMPRESARIAL
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL
Caracteriza-se o empresário individual (unipessoal) pela
reunião de cinco elementos:
•CAPACIDADE JURÍDICA;
•AUSÊNCIA DE IMPEDIMENTO LEGAL PARA O EXERCÍCIO DA
EMPRESA;
•EFETIVO EXERCÍCIO PROFISSIONAL DA EMPRESA;
•REGIME JURÍDICO PECULIAR REGULADOR DA INSOLVÊNCIA;
•REGISTRO.
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL 
I - CAPACIDADE JURÍDICA
Todo ato jurídico tem como condição primária de validade a
capacidade de quem o pratica.
O Código Civil diz quem é capaz para os atos da vida civil e,
por conseguinte, quem pode, validamente, assumir obrigações.
No Direito Empresarial, não é diferente. Os atos de empresa só
são juridicamente idôneos se praticados por agente capaz.
Assim, quem tem capacidade civil pode ser empresário (art. 972
do CC).
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL 
I - CAPACIDADE JURÍDICA
Art. 972. Podem exercer a atividade de empresário os que
estiverem em pleno gozo da capacidade civil e não forem
legalmente impedidos.
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL 
I - CAPACIDADE JURÍDICA
Para ser empresário individual, a pessoa deve encontrar-se
em pleno gozo de sua capacidade civil.
Não têm capacidade para exercer empresa, portanto, os
menores de 18 anos não emancipados, ébrios habituais,
viciados em tóxicos, os que não puderem exprimir a
vontade, os pródigos, e, nos termos da legislação própria,
os indígenas.
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL 
I - CAPACIDADE JURÍDICA
Emancipado:
Também pode exercer a empresa o emancipado. A
emancipação significa a cessação da incapacidade civil
antes dos 18 (dezoito) anos. É uma espécie de declaração
irrevogável da maioridade.
Seus fatores determinantes estão previstos no art. 5º,
parágrafo único, do CC.
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL 
I - CAPACIDADE JURÍDICA
Art. 5º A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica
habilitada à prática de todos os atos da vida civil.
Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade:
I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento
público, independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido
o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos;
II - pelo casamento;
III - pelo exercício de emprego público efetivo;
IV - pela colação de grau em curso de ensino superior;
V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existênciade relação de
emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha
economia própria.
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL 
I - CAPACIDADE JURÍDICA
Emancipado:
Uma das causas de emancipação é o estabelecimento civil
ou comercial do menor com 16 (dezesseis) anos completos
que tenha economia própria (inc. V – Par. Único art.5º).
Em sentido restrito, de acordo com o espírito da norma do
Código Civil, somente se considera economia própria, os
bens que são obtidos pelo menor através do seu trabalho,
do seu esforço.
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL 
I - CAPACIDADE JURÍDICA
Incapaz:
O incapaz pode ser empresário apenas para continuar
empresa anteriormente exercida por ele enquanto capaz,
por seus pais ou pelo autor de herança.
Portanto, poderá fazê-lo nessas três hipóteses, com o
sentido de se preservar a empresa.
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL 
I - CAPACIDADE JURÍDICA
Incapaz:
No interesse do incapaz, prevê a lei (regulada nos arts. 974 a
976 do CC) hipótese excepcional de exercício da empresa:
pode ser empresário individual o incapaz autorizado pelo juiz.
O instrumento desta autorização denomina-se alvará. A
circunstância em que cabe essa autorização é especialíssima.
Portanto, o alvará só poderá ser concedido pelo Judiciário para:
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL 
I - CAPACIDADE JURÍDICA
Incapaz:
• o incapaz continuar exercendo empresa que ele mesmo
constituiu, enquanto ainda era capaz, ou
• que foi constituída por seus pais ou por pessoa de quem o
incapaz é sucessor.
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL 
I - CAPACIDADE JURÍDICA
Incapaz:
Não há previsão legal para o juiz autorizar o incapaz a dar
início a novo empreendimento.
O exercício da empresa por incapaz autorizado é feito
mediante representação (se absoluta a incapacidade) ou
assistência (se relativa).
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL 
I - CAPACIDADE JURÍDICA
Empresário casado:
O empresário casado não precisa de outorga conjugal para
alienar ou gravar de ônus real os imóveis que integram o
patrimônio da empresa.
É a disposição do art. 978 do Código Civil.
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL 
I - CAPACIDADE JURÍDICA
Art. 978. O empresário casado pode, sem necessidade de
outorga conjugal, qualquer que seja o regime de bens,
alienar os imóveis que integrem o patrimônio da empresa
ou gravá-los de ônus real.
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL 
I - CAPACIDADE JURÍDICA
Empresário casado:
Isto significa que o empresário casado em regime de
comunhão de bens pode comprometer o patrimônio do
casal em decorrência da atividade empresarial.
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL 
II – AUSÊNCIA DE IMPEDIMENTO LEGAL
Art. 972. Podem exercer a atividade de empresário os que
estiverem em pleno gozo da capacidade civil e não forem
legalmente impedidos.
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL 
II – AUSÊNCIA DE IMPEDIMENTO LEGAL
Pelo art. 5º, inciso XIII, da CF, é livre o exercício de qualquer
ofício ou profissão, atendidas as qualificações reclamadas
na lei.
A norma de eficácia relativa restringível consagra o direito
fundamental ao exercício profissional, mas admite,
expressamente, a fixação, por norma infraconstitucional, de
condições mínimas pertinentes ao exercício de cada
profissão.
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL 
II – AUSÊNCIA DE IMPEDIMENTO LEGAL
Assim, algumas profissões reclamam condição especial de
aptidão.
Não pode, p. ex., ser médico quem não é formado por
curso regular de medicina ou ser advogado quem não é
bacharel em Direito regularmente aprovado e inscrito nos
quadros da OAB .
Não é, regra geral, o caso do empresário.
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL 
II – AUSÊNCIA DE IMPEDIMENTO LEGAL
Ao assegurar o exercício da atividade de empresário aos
plenamente capazes, o art. 972* do Código Civil impõe uma
condição, isto é, poderão fazê-lo se não forem legalmente
impedidos.
Art. 972. Podem exercer a atividade de empresário os que estiverem em pleno gozo da capacidade civil e
não forem legalmente impedidos.
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL 
II – AUSÊNCIA DE IMPEDIMENTO LEGAL
Excepcionalmente, algumas empresas exigem habilitação
especial.
É o caso, p.ex., da atividade securitária e dos serviços de
vigilância e transporte de valores.
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL 
II – AUSÊNCIA DE IMPEDIMENTO LEGAL
Por outro lado, há determinadas pessoas plenamente
capazes a quem a lei veda a prática profissional da
empresa.
A proibição funda-se em razões de ordem pública
decorrentes das funções que exercem.
Não se trata de incapacidade jurídica, mas de
incompatibilidade da atividade negocial em relação a
determinadas situações funcionais.
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL 
II – AUSÊNCIA DE IMPEDIMENTO LEGAL
Portanto, não são incapazes, mas praticam irregularmente
atos válidos.
Se, ainda que ao arrepio da lei, aquelas pessoas exercerem
a empresa em nome próprio, praticarão atos válidos,
embora fiquem sujeitas a diversas sanções.
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL 
II – AUSÊNCIA DE IMPEDIMENTO LEGAL
No plano penal, praticam a contravenção de exercício
ilegal de profissão prevista no art. 47 da LCP, no qual fica
claro que o exercício de atividade econômica ou o mero
anúncio de seu exercício sem preenchimento das
condições legais acarreta prisão simples ou multa.
No âmbito administrativo, se agentes públicos, ficam
expostas à demissão, nos termos do respectivo estatuto
funcional.
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL 
II – AUSÊNCIA DE IMPEDIMENTO LEGAL
Como sabemos, sendo a proibição uma restrição ao
exercício de um direito, deve ser expressa.
Não é lícito inferi-la por dedução, nem aplicá-la por
analogia”.
Em outras palavras, a lei diz quem está impedido de ser
empresário.
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL 
II – AUSÊNCIA DE IMPEDIMENTO LEGAL
Magistrados e membros do Ministério Público:
Não podem ser empresários por força de vedações
constitucionais.
No caso dos juízes, o art. 95, parágrafo único, da CF, no
inciso I, veda-lhes o exercício de outro cargo ou função,
salvo a do magistério.
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL 
II – AUSÊNCIA DE IMPEDIMENTO LEGAL
Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias:
(...)
Parágrafo único. Aos juízes é vedado:
I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou
função, salvo uma de magistério;
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL 
II – AUSÊNCIA DE IMPEDIMENTO LEGAL
Magistrados e membros do Ministério Público:
Para os membros do Ministério Público, vale a vedação de
participar de sociedade empresária, contida no art. 128, §
5º, inciso II, c, da CF.
Não bastassem tais óbices constitucionais, referidas
proibições ecoam nas respectivas leis orgânicas.
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL 
II – AUSÊNCIA DE IMPEDIMENTO LEGAL
Art. 128. O Ministério Público abrange:
(...)
§ 5º Leis complementares da União e dos Estados, cuja
iniciativa é facultada aos respectivos Procuradores-Gerais,
estabelecerão a organização, as atribuições e o estatuto de
cada Ministério Público, observadas, relativamente a seus
membros:(...)
II - as seguintes vedações:
(...)
c) participar de sociedade comercial, na forma da lei;
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL 
II – AUSÊNCIA DE IMPEDIMENTO LEGAL
Magistrados e membros do Ministério Público:
O que a lei impede, nesses casos, é a participação em
sociedade empresária, entendida esta como exercício de
funções administrativas e gerenciais susceptíveis de
responsabilidade penal e responsabilidade civil ilimitada.
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL 
II – AUSÊNCIA DE IMPEDIMENTO LEGAL
Magistrados e membros do Ministério Público:
Realmente, o intuito de lucro e de aliciar clientela, inerentes
ao exercício profissional da gestão empresarial são
inconciliáveis com os elevados deveres atribuídos aos juízes
de direito e promotores de justiça.
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL 
II – AUSÊNCIA DE IMPEDIMENTO LEGAL
Servidores públicos civis federais, estaduais e municipais:
Podem ser acionistas, cotistas ou comanditários, ou seja,
sócios de responsabilidade limitada, mas não empresários
nem administradores ou gerentes de empresa privada.
É o texto do art. 117, inciso X, da Lei nº 8.112/90 que dispõe
sobre o regime jurídico dos servidores públicos civis da
União, das autarquiase das fundações públicas federais.
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL 
II – AUSÊNCIA DE IMPEDIMENTO LEGAL
Art. 117. Ao servidor é proibido:
(...)
X - participar de gerência ou administração de sociedade
privada, personificada ou não personificada, exercer o
comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou
comanditário;
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL 
II – AUSÊNCIA DE IMPEDIMENTO LEGAL
Servidores públicos civis federais, estaduais e municipais:
A proibição inclui os ministros de Estado e os ocupantes de
cargos públicos em comissão, bem como os chefes do Poder
Executivo, em todos os níveis.
É a necessidade de não se distrair dos deveres de seu cargo, a
conveniência de manter o prestígio e a dignidade de certas
autoridades – que uma declaração de falência, por exemplo,
poderia comprometer seriamente – e os perigos do abuso e do
monopólio que orientam, em suma, a incompatibilidade
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL 
II – AUSÊNCIA DE IMPEDIMENTO LEGAL
Militares:
Também não podem ser empresários os militares da ativa,
incluídos os corpos policiais.
Proíbe-os o art. 29 da Lei nº 6.880/80 (estatuto dos militares).
Exercer a empresa ou integrar a administração ou gerência
de sociedade empresária, ou ainda dela ser sócio, salvo
como acionista ou cotista, é crime previsto no art. 204 do
CPM.
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL 
II – AUSÊNCIA DE IMPEDIMENTO LEGAL
Art. 29. Ao militar da ativa é vedado comerciar ou tomar
parte na administração ou gerência de sociedade ou dela
ser sócio ou participar, exceto como acionista ou quotista,
em sociedade anônima ou por quotas de responsabilidade
limitada.
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL 
II – AUSÊNCIA DE IMPEDIMENTO LEGAL
Falidos não reabilitados:
Constitui efeito da sentença falimentar a interdição para o
exercício da empresa.
Não é perpétua. Uma vez comprovada a extinção das
obrigações, a interdição desaparece.
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL 
II – AUSÊNCIA DE IMPEDIMENTO LEGAL
Falidos não reabilitados:
De acordo com a Lei nº 11.101/05 (regula a recuperação
judicial, a extrajudicial e a falência do empresário e da
sociedade empresária), os falidos não reabilitados, pelo
fato de não terem recuperação judicial ou extrajudicial,
sendo a perda seus bens e até a administração deles, são
considerados parte da massa falida.
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL 
II – AUSÊNCIA DE IMPEDIMENTO LEGAL
Falidos não reabilitados:
Por esse motivo, não poderão exercer a atividade
empresarial até sua reabilitação que é decretada pelo juiz.
Caso essa falência seja por condenação de fraude ou
ainda respondendo por crime falimentar, não bastará à
declaração de extinção das obrigações para se tornar
reabilitado, necessita após decurso do prazo legal a
reabilitação penal
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL 
II – AUSÊNCIA DE IMPEDIMENTO LEGAL
Falidos não reabilitados:
O artigo 181 da Lei nº 11.101/2005, prevê condenação por
crime como efeito dos casos previstos nessa lei como, “a
inabilitação para o exercício da atividade empresarial, o
impedimento para o exercício de cargo ou de função em
conselho administrativo, diretoria ou gerência das
sociedades sujeitas a esta Lei e a impossibilidade de gerir
empresa por mandato ou por gestão de negócio”.
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL 
II – AUSÊNCIA DE IMPEDIMENTO LEGAL
Deputados e Senadores:
Os deputados e senadores não poderão ser proprietários,
controladores ou diretores de empresa que goze de favor
decorrente de contrato com pessoa jurídica de direito
público, nem exercer nela função remunerada ou cargo de
confiança.
A inobservância da vedação prevista no art. 54 da CF
acarreta a perda do mandato (art. 55 da CF).
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL 
II – AUSÊNCIA DE IMPEDIMENTO LEGAL
Art. 54. Os Deputados e Senadores não poderão:
I - desde a expedição do diploma:
a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público, autarquia, empresa pública, sociedade
de economia mista ou empresa concessionária de serviço público, salvo quando o contrato obedecer a
cláusulas uniformes;
b) aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado, inclusive os de que sejam demissíveis "ad
nutum", nas entidades constantes da alínea anterior;
II - desde a posse:
a) ser proprietários, controladores ou diretores de empresa que goze de favor decorrente de contrato com
pessoa jurídica de direito público, ou nela exercer função remunerada;
b) ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis "ad nutum", nas entidades referidas no inciso I, "a";
(...)
Art. 55. Perderá o mandato o Deputado ou Senador:
I - que infringir qualquer das proibições estabelecidas no artigo anterior;
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL 
II – AUSÊNCIA DE IMPEDIMENTO LEGAL
Estrangeiro com visto provisório:
O estrangeiro titular de visto provisório não pode estabelecer-se
com firma individual ou exercer cargo ou função de
administrador, gerente ou diretor de sociedade empresária ou
simples.
Se admitido na condição de temporário, sob regime contratual,
só poderá atuar na entidade pela qual foi contratado, salvo
autorização expressa do Ministério da Justiça, ouvido o
Ministério do Trabalho.
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL 
II – AUSÊNCIA DE IMPEDIMENTO LEGAL
Estrangeiro:
Convém acrescentar que o estrangeiro, mesmo com visto permanente,
sofre algumas restrições de natureza constitucional:
•pesquisa ou lavra de recursos minerais ou aproveitamento de
potenciais de energia hidráulica;
•atividade jornalística e de radiodifusão;
•assistência à saúde, salvo nos casos previstos em lei;
•propriedade ou armação de embarcações nacionais, salvo de
pesca; e
•propriedade ou exploração de aeronave brasileira, salvo o disposto
na legislação específica.
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL 
II – AUSÊNCIA DE IMPEDIMENTO LEGAL
Estrangeiro:
Exceção feita à atividade jornalística e de radiodifusão, os
portugueses podem inscrever-se como empresários, com
respaldo no Estatuto da Igualdade.
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL 
II – AUSÊNCIA DE IMPEDIMENTO LEGAL
Leiloeiros:
Sob pena de destituição, o art. 36 do Decreto nº 21.981/32
proíbe os leiloeiros de exercerem a empresa direta ou
indiretamente, bem como constituir sociedade empresária.
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL 
II – AUSÊNCIA DE IMPEDIMENTO LEGAL
Art. 36. É proibido ao leiloeiro:
a) sob pena de destituição:
1º, exercer o comércio direta ou indiretamente no seu ou alheio
nome;
2º, constituir sociedade de qualquer espécie ou denominação;
3º, encarregar-se de cobranças ou pagamentos comerciais;
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL 
II – AUSÊNCIA DE IMPEDIMENTO LEGAL
Corretores de seguros:
A Lei nº 4.594/64 proíbe aos corretores qualquer espécie de
negociação, bem como contrair sociedade.
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL 
II – AUSÊNCIA DE IMPEDIMENTO LEGAL
Devedores do INSS:
O devedor do INSS é aquele que não recolhe as
contribuições durante seu tempo de trabalho, e é assim
chamado pela Previdência Social, sendo impedido de
comerciar por não haver comprometimento com o
recolhimento.
Essa dívida do devedor poderá ser executada a qualquer
hora, tendo a Previdência cinco anos para a cobrança.
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II – AUSÊNCIA DE IMPEDIMENTO LEGAL
Devedores do INSS:
Em sua Lei Orgânica de Seguridade Social, Lei n. 8.212, em
seu art. 95, § 2º “a empresa que transgredir as normas desta
Lei, além das outras sanções previstas, sujeitar-se-á, nas
condições em que dispuser o regulamento: (...) d) à
interdição para o exercício do comércio, se for sociedade
mercantil ou comerciante individual.”
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL 
II – AUSÊNCIA DE IMPEDIMENTO LEGAL
Médicos:
O Código de Ética Médica (Resolução nº 1.246/88 do
Conselho Federal de Medicina), dispõe em seu art. 98 que é
impedido o médico que “exercer a profissão com interação
ou dependência de farmácia, laboratório farmacêutico,
ótica ou qualquer organização destinada à fabricação,
manipulação ou comercialização de produtos de
prescrição médica de qualquer natureza, exceto quando se
tratar de exercício da medicina do trabalho”
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL 
II – AUSÊNCIA DE IMPEDIMENTO LEGAL
Médicos:
O Código deÉtica Médica veda em seu art. 99 “exercer
simultaneamente a Medicina e a Farmácia, bem como
obter vantagem pela comercialização de medicamentos,
órteses ou próteses, cuja compra decorra de influência
direta em virtude da sua atividade profissional.”
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL 
II – AUSÊNCIA DE IMPEDIMENTO LEGAL
Lembrem-se que os proibidos de exercer a empresa,
embora sujeitos a sanções disciplinares na órbita
administrativa e passíveis de persecução criminal, não
praticam atos nulos, uma vez que a proibição não é
objetiva, mas diz respeito ao sujeito.
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL 
II – AUSÊNCIA DE IMPEDIMENTO LEGAL
O art. 973 do CC é taxativo: a pessoa legalmente impedida de
exercer atividade própria de empresário, se o fizer, responderá
pelas obrigações contraídas.
Art. 973. A pessoa legalmente impedida de exercer atividade
própria de empresário, se a exercer, responderá pelas
obrigações contraídas.
Nem seria lógica qualquer solução em sentido contrário, pois
equivaleria a permitir que o infrator se beneficiasse da própria
infração
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL 
II – AUSÊNCIA DE IMPEDIMENTO LEGAL
A incompatibilidade empresarial não alcança a condição de sócio de
responsabilidade limitada, quer dizer, quotista ou acionista.
Exemplificando, nada obsta que uma pessoa impedida de exercer a
empresa (empresário individual) seja acionista de determinada
companhia (existem impedimentos da companhia celebrar contratos
com pode público no caso dos agentes públicos e políticos).
Todavia, a viabilidade de ser sócio encontra limites na proibição de
exercer função ou cargo de direção e administração na sociedade.
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL 
III – EFETIVO EXERCÍCIO PROFISSIONAL DA EMPRESA
Mesmo capaz, não impedida e regularmente matriculada
no Registro Público de Empresas, a pessoa natural só será
considerada empresária se exercer profissionalmente a
empresa em nome próprio, com intuito de lucro. Ou seja, é
essencial que o faça:
•profissionalmente (não esporadicamente);
•em nome próprio (não em nome de outrem); e
•com intuito de lucro (não graciosamente).
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL 
III – EFETIVO EXERCÍCIO PROFISSIONAL DA EMPRESA
Com efeito, qualquer pessoa pratica, ocasionalmente, atos
negociais, sem que por isso seja empresário. É a natureza
profissional (prática ordenada e habitual, com fins
lucrativos) que confere ao empresário essa condição.
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL 
III – EFETIVO EXERCÍCIO PROFISSIONAL DA EMPRESA
Por outro lado, é bom ter em mente que profissionalidade não
implica exclusividade. O exercício da atividade empresarial
não precisa ser a única profissão do empresário.
Não é necessário, tampouco, que ela constitua a sua principal
posição social, nem seja a sua maior fonte de renda. Pode
tratar-se de banqueiro e agricultor, industrial e engenheiro, ou
operário, empresário e cantor e ser, não obstante, empresário
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL 
III – EFETIVO EXERCÍCIO PROFISSIONAL DA EMPRESA
Fran Martins*, explica:
“A prática de um ato esporádico de compra para revenda, não é, por
si só, capaz de dar à pessoa que o realiza o caráter de comerciante.
Necessário é que a profissão da pessoa consista na prática repetida de
atos de modo permanente, dirigidos esses atos para a realização de
um certo objetivo. Para tal, o comerciante se instala, registra firma ou
nome comercial, contrata empregados, estabelece escrita própria
para a anotação de suas atividades. Em uma palavra, o comerciante
se organiza para o fim específico de realizar atividades de
intermediação ou de prestação de certos serviços, empregando
capital e trabalho a fim de conseguir esse desiderato. Faz do exercício
das atividades comerciais a sua profissão, a ela se dedicando com
fervor e assumindo obrigações da prática da mesma.”
*Curso de Direito Comercial - Fran Martins - 40ª Edição - 2017
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL 
IV – REGIME PECULIAR REGULADOR DA INSOLVÊNCIA
Ao empresário, quando insolvente, o direito destina um
regime jurídico próprio. Submete-o ao sistema falimentar,
disciplinado pela Lei nº. 11.101, de 2005.
Esta Lei lhe confere a possibilidade de obter recuperação,
ou seja, pode solucionar seu passivo obrigacional em
condições mais vantajosas que aquelas proporcionadas ao
devedor civil comum.
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL 
IV – REGIME PECULIAR REGULADOR DA INSOLVÊNCIA
Só o devedor empresário incide em falência. Esta, como
solução paritária universal dos débitos, é destinada, com
exclusividade, para os que, singular ou coletivamente, exercem
a empresa.
Desta forma, estão incluídos no regime jurídico falimentar, em
regra, os devedores empresários, isto é, aqueles que exploram
atividade econômica de forma empresarial, seja como pessoa
física (empresário propriamente dito) ou jurídica (sociedades
empresárias).
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL 
IV – REGIME PECULIAR REGULADOR DA INSOLVÊNCIA
Assim, não se pode decretar a falência de fundação,
associação beneficente, funcionário público, profissional
liberal, sociedade simples e cooperativa, por exemplo.
Tais sujeitos submetem-se ao regime jurídico da insolvência
civil, a saber, arts. 955 a 965 do Código Civil de 2002 e arts.
748 a 786 do Código de Processo Civil.
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL 
IV – REGIME PECULIAR REGULADOR DA INSOLVÊNCIA
O art. 1º da Lei nº. 11.101, de 2005, estabelece que: “Esta Lei
disciplina a recuperação judicial, a recuperação
extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade
empresária, doravante referidos simplesmente como
devedor” (grifo nosso).
Assim, como dito, somente submetem-se ao regime
falimentar o empresário e a sociedade empresária
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL 
V – REGISTRO
O primeiro e um dos principais deveres do empresário é a
oficialização de sua condição mediante a inscrição no
Registro Público de Empresas Mercantis (RPEM).
É obrigatória a inscrição, diz o art. 967 do Código Civil, antes
do início da atividade.
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL 
I - REGISTRO
Art. 967. É obrigatória a inscrição do empresário no Registro
Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, antes do
início de sua atividade.
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL 
V – REGISTRO
Nos termos do art. 968 do Código Civil, no requerimento de
inscrição o empresário deve declarar:
a) nome, nacionalidade, domicílio e estado civil (se
casado, o regime de bens);
b) firma, com a respectiva assinatura autógrafa;
c) capital;
d) sede da empresa; e
e) objeto.
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL 
I - REGISTRO
Art. 968. A inscrição do empresário far-se-á mediante requerimento que
contenha:
I - o seu nome, nacionalidade, domicílio, estado civil e, se casado, o regime de
bens;
II - a firma, com a respectiva assinatura autógrafa;
II - a firma, com a respectiva assinatura autógrafa que poderá ser substituída
pela assinatura autenticada com certificação digital ou meio equivalente que
comprove a sua autenticidade, ressalvado o disposto no inciso I do § 1º do art.
4º da Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006
III - o capital;
IV - o objeto e a sede da empresa.
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL 
V – REGISTRO
A Lei Complementar nº 128/08 incluiu um terceiro parágrafo
no art. 968 do Código Civil dispondo que, se eventualmente
o empresário individual admitir sócios poderá solicitar a
transformação de seu registro para sociedade empresária.
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL 
I - REGISTRO
Art. 968. A inscrição do empresário far-se-á mediante
requerimento que contenha:
(...)
§3º Caso venha a admitir sócios, o empresário individual
poderá solicitar ao Registro Público de Empresas Mercantis a
transformação de seu registro de empresário para registro de
sociedade empresária, observado, no que couber, o disposto
nos arts. 1.113 a 1.115 deste Código*
Art. 1.113. O ato de transformação independe de dissolução ou liquidação da sociedade, e obedecerá aos preceitos
reguladores da constituição e inscrição próprios do tipo em que vai converter-se.
Art. 1.114. A transformação depende do consentimento de todos os sócios, salvo se prevista no ato constitutivo, casoem que o
dissidente poderá retirar-se da sociedade, aplicando-se, no silêncio do estatuto ou do contrato social, o disposto no art. 1.031 .
Art. 1.115. A transformação não modificará nem prejudicará, em qualquer caso, os direitos dos credores.
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL 
V – REGISTRO
O art. 4º da Lei nº 12.470/11 (dispõe sobre o plano de
custeio da previdência social pelo microempreendedor
individual) aditou ao art. 968 do Código Civil, os §§ 4º e 5º
dispondo que o processo de abertura, registro, alteração e
baixa do microempreendedor individual de que trata o art.
18-A da Lei Complementar nº 123/06 (ME e EPP), bem como
qualquer exigência para o início de seu funcionamento,
deverão ter trâmite especial e simplificado,
preferentemente eletrônico, opcional para o empreendedor
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL 
I - REGISTRO
Art. 968. A inscrição do empresário far-se-á mediante requerimento que
contenha:
(...)
§4º O processo de abertura, registro, alteração e baixa do microempreendedor
individual de que trata o art. 18-A da Lei Complementar nº 123, de 14 de
dezembro de 2006 , bem como qualquer exigência para o início de seu
funcionamento deverão ter trâmite especial e simplificado, preferentemente
eletrônico, opcional para o empreendedor, na forma a ser disciplinada pelo
Comitê para Gestão da Rede Nacional para a Simplificação do Registro e da
Legalização de Empresas e Negócios - CGSIM, de que trata o inciso III do art. 2º
da mesma Lei.
§5º Para fins do disposto no § 4º, poderão ser dispensados o uso da firma, com a
respectiva assinatura autógrafa, o capital, requerimentos, demais assinaturas,
informações relativas à nacionalidade, estado civil e regime de bens, bem
como remessa de documentos, na forma estabelecida pelo CGSIM. .
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL 
V – REGISTRO
Quando o art. 967 do CC diz que o registro é obrigatório
antes do início da atividade, está afirmando que a prática
profissional da empresa só se caracteriza quando regular.
O direito só a reconhece quando instituída conforme a lei.
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL 
V – REGISTRO
Por isso, o registro não é mero complemento formal.
No caso da sociedade empresária, a ausência de registro
implica a não personificação jurídica, ou seja, a
responsabilização pessoal, solidária e ilimitada dos sócios.
No campo tributário, as consequências são seríssimas, à
medida que, impossibilitado de obter o CNPJ, o empresário
informal não pode emitir nota fiscal nem duplicata,
transcorrendo o terreno delituoso da sonegação fiscal.
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL 
V – REGISTRO
Com a prática empresarial irregular, ainda que esporádica,
temos como seus efeitos diretos para o “comerciante”:
• não poderá, nessa condição, requerer a falência de outro
empresário, porque, ao cuidar da legitimação ativa para o
pedido de falência, a Lei de Falências reclama sua
regularidade (art. 97, § 1º);
•não poderá obter recuperação;
•não poderá contratar com o Poder Público porque não inscrito
no CNPJ e no INSS;
•não poderá constituir microempresa e obter os benefícios
fiscais e sociais.
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL 
V – REGISTRO
Com a prática empresarial irregular, ainda que esporádica,
temos como seus efeitos diretos para o “comerciante”:
• não poderá, nessa condição, requerer a falência de outro
empresário, porque, ao cuidar da legitimação ativa para o
pedido de falência, a Lei de Falências reclama sua
regularidade (art. 97, § 1º);
•não poderá obter recuperação;
•não poderá contratar com o Poder Público porque não inscrito
no CNPJ e no INSS;
•não poderá constituir microempresa e obter os benefícios
fiscais e sociais.
EMPRESA INDIVIDUAL DE RESPONSABILIDADE LIMITADA
EIRELI
Juridicamente, a "empresa individual de responsabilidade
limitada" (EIRELI) não é um empresário individual.
Trata-se da denominação que a lei brasileira adotou para
introduzir, entre nós, a figura da sociedade limitada
unipessoal, isto é, a sociedade limitada constituída por
apenas um sócio.
EMPRESA INDIVIDUAL DE RESPONSABILIDADE LIMITADA
EIRELI
Embora não tenha se valido da melhor técnica, a Lei
12.441/2011, ao alterar disposições do Código Civil para
instituir a EIRELI, tinha em vista, inegavelmente, trazer para o
direito brasileiro o instituto da sociedade limitada
unipessoal.
EMPRESA INDIVIDUAL DE RESPONSABILIDADE LIMITADA
EIRELI
Apesar de ter definido a nova figura como uma pessoa
jurídica diferente das sociedades (CC, art. 44, VI), e
discipliná-la num Título próprio, entre os dedicados, de um
lado, ao empresário individual e, de outro, às sociedades,
ao dispor detalhadamente sobre a EIRELI a lei valeu-se de
conceitos e dispositivos legais próprios da sociedade
limitada.
EMPRESA INDIVIDUAL DE RESPONSABILIDADE LIMITADA
EIRELI
Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado:
I - as associações;
II - as sociedades;
III - as fundações.
IV - as organizações religiosas;
V - os partidos políticos.
VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada.
EMPRESA INDIVIDUAL DE RESPONSABILIDADE LIMITADA
EIRELI
O sócio único da EIRELI, como todos os sócios de
sociedades empresárias, não é empresário.
Empresário é a pessoa jurídica da EIRELI. Ela é o sujeito de
direito que explora a atividade empresarial, contrata, emite
ou aceita títulos de crédito, é a parte legítima para requerer
a recuperação judicial ou ter a falência requerida e
decretada.
EMPRESA INDIVIDUAL DE RESPONSABILIDADE LIMITADA
EIRELI
A Lei nº 12.441/11, mediante a inserção no CC do art. 980-A
e seus parágrafos, institui a empresa individual de
responsabilidade limitada conferindo personalidade jurídica
ao empresário unipessoal titular da totalidade do capital
social (art. 44, inciso VI, do CC), observados três requisitos:
•capital social integralizado;
•valor do capital social não inferior a 100 vezes o maior
salário mínimo vigente no país;
•nome empresarial acrescido da expressão EIRELI.
EMPRESA INDIVIDUAL DE RESPONSABILIDADE LIMITADA
EIRELI
A Lei nº 12.441/11, mediante a inserção no CC do art. 980-A
e seus parágrafos, institui a empresa individual de
responsabilidade limitada conferindo personalidade jurídica
ao empresário unipessoal titular da totalidade do capital
social (art. 44, inciso VI, do CC), observados três requisitos:
•capital social integralizado;
•valor do capital social não inferior a 100 vezes o maior
salário mínimo vigente no país;
•nome empresarial acrescido da expressão EIRELI.
EMPRESA INDIVIDUAL DE RESPONSABILIDADE LIMITADA
EIRELI
Art. 980-A. A empresa individual de responsabilidade limitada será constituída por uma única pessoa titular
da totalidade do capital social, devidamente integralizado, que não será inferior a 100 (cem) vezes o maior
salário-mínimo vigente no País.
§1º O nome empresarial deverá ser formado pela inclusão da expressão " EIRELI " após a firma ou a
denominação social da empresa individual de responsabilidade limitada.
§2º A pessoa natural que constituir empresa individual de responsabilidade limitada somente poderá figurar
em uma única empresa dessa modalidade.
§3º A empresa individual de responsabilidade limitada também poderá resultar da concentração das
quotas de outra modalidade societária num único sócio, independentemente das razões que motivaram tal
concentração.
§4º ( VETADO)
§5º Poderá ser atribuída à empresa individual de responsabilidade limitada constituída para a prestação de
serviços de qualquer natureza a remuneração decorrente da cessão de direitos patrimoniais de autor ou de
imagem, nome, marca ou voz de que seja detentor o titular da pessoa jurídica, vinculados à atividade
profissional.
§ 6º Aplicam-se à empresa individual de responsabilidade limitada, no que couber, as regras previstas para
as sociedades limitadas.
§ 7º Somente o patrimônio social da empresa responderá pelas dívidas da empresa individual de
responsabilidade limitada, hipótese em que não se confundirá, em qualquer situação, com o patrimônio do
titular que a constitui, ressalvados os casos de fraude.
EMPRESA INDIVIDUAL

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