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TIPO A-25PROVA GERAL - P • 1 - ALFA - 25 NÚMERONOME ANGLO VESTIBULARES INSTRUÇÕES PARA REALIZAÇÃO DA PROVA LEIA COM MUITA ATENÇÃO 1. Esta prova contém 105 questões, cada uma com 5 alternativas, das quais so- mente uma é correta. ATENÇÃO: As questões 1 a 6 são relativas à Literatura – Obras Fuvest e Literatura – Alfa. Você deverá responder somente a um dos tipos e assinalar no cartão de respostas a opção escolhida. As questões 91 a 105 são relativas às Disciplinas Complementares. Essas ques- tões somente deverão ser respondidas caso o material tenha sido trabalhado em sala de aula. 2. O cartão de respostas será entregue com o caderno de questões. Ele deve ser preenchido e devolvido ao examinador ao término da prova. 3. Será anulada a questão em que for assinalada mais de uma alternativa ou que estiver em branco. 4. Assinale a resposta preenchendo totalmente, com caneta preta, o respectivo alvéolo, com o cuidado de não ultrapassar o limite dele. 5. Não assina le as respostas com “X”, pois essa sinalização não será considerada. EXEMPLO DE PREENCHIMENTO 6. Preencha os campos “nome” e “número” cuidadosamente para não ultrapassá-los. 7. Não rasure, não dobre nem amasse a folha de respostas. 8. Não escreva nada no cartão de respostas fora dos campos reservados. 9. É terminantemente proibido retirar-se do local da prova antes de decorridos 90 minutos (1 h e 30 min) após o início, qualquer que seja o motivo. P1-A25-2023.indd 1P1-A25-2023.indd 1 06/12/2022 16:3206/12/2022 16:32 C LA S S IF IC A Ç Ã O P E R IÓ D IC A D O S E LE M E N TO S (I U P A C *. 2 8. 11 .2 01 6. ) 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 1 H h id ro g ên io 1, 00 8 3 Li lítio 6,9 4 4 B e b er íli o 9, 01 22 11 N a só d io 22 ,9 90 19 K p o tá ss io 39 ,0 98 37 R b ru b íd io 85 ,4 68 55 C s cé si o 13 2, 91 12 M g m ag n és io 24 ,3 05 20 C a cá lc io 40 ,0 78 (4 ) 38 S r es tr ô n ci o 87 ,6 2 56 B a b ár io 13 7, 33 88 R a rá d io [2 26 ] 87 Fr fr ân ci o [2 23 ] 21 S c es câ n d io 44 ,9 56 22 T i ti tâ n io 47 ,8 67 40 Z r zi rc ô n io 91 ,2 24 (2 ) 72 H f h áf n io 17 8, 49 (2 ) 10 4 R f ru th er fó rd io [2 67 ] 23 V va n ád io 50 ,9 42 41 N b n ió b io 92 ,9 06 73 Ta tân ta lo 18 0, 95 10 5 D b d ú b n io [2 68 ] 24 C r cr ô m io 51 ,9 96 42 M o m o lib d ên io 95 ,9 5 74 W tu n g st ên io 18 3, 84 10 6 S g se ab ó rg io [2 69 ] 25 M n m an ga n ês 54 ,9 38 43 T c te cn éc io [9 8] 75 R e rê n io 18 6, 21 10 7 B h b ó h ri o [2 70 ] 26 Fe fer ro 55 ,8 45 (2 ) 44 R u ru tê n io 10 1, 07 (2 ) 76 O s ó sm io 19 0, 23 (3 ) 10 8 H s h ás si o [2 69 ] 27 C o co b al to 58 ,9 33 45 R h ró d io 10 2, 91 77 Ir iríd io 19 2, 22 10 9 M t m ei tn ér io [2 78 ] 28 N i n íq u el 58 ,9 63 46 P d p al ád io 10 6, 42 78 P t p la ti n a 19 5, 08 11 0 D s d ar m st ád ti o [2 81 ] 29 C u co b re 63 ,5 46 (3 ) 47 A g p ra ta 10 7, 87 79 A u o u ro 19 6, 97 11 1 R g ro en tg ên io [2 81 ] 30 Z n zi n co 65 ,3 8( 2) 48 C d cá d m io 11 2, 41 80 H g m er cú ri o 20 0, 59 11 2 C n co p er n íc io [2 85 ] 11 3 N h n ih ô n io [2 86 ] 11 4 F � er óv io [2 89 ] 11 5 M c m o sc óv io [2 88 ] 11 6 Lv liv er m ó ri o [2 93 ] 11 7 T s te n es si n o [2 94 ] 11 8 O g o ga n es sô n io [2 94 ] 39 Y ítri o 88 ,9 06 57 a 7 1 89 a 1 03 5 B bo ro 10 ,8 1 13 A al u m ín io 26 ,9 82 31 G a gá lio 69 ,7 23 49 In índ io 11 4, 82 81 T tá lio 20 4, 38 6 C ca rb o n o 12 ,0 11 14 S i si líc io 28 ,0 85 32 G e g er m ân io 72 ,6 30 (8 ) 50 S n es ta n h o 11 8, 71 82 P b ch u m b o 20 7, 2 7 N n it ro g ên io 14 ,0 07 15 P fó sf o ro 30 ,9 74 33 A s ar sê n io 74 ,9 22 51 S b an ti m ô n io 12 1, 76 83 B i b is m u to 20 8, 98 8 O ox ig ên io 15 ,9 99 16 S en xo fr e 32 ,0 6 34 S e se lê n io 78 ,9 71 (8 ) 52 Te telú ri o 12 7, 60 (3 ) 84 Po p o lô n io [2 09 ] 9 F �ú o r 18 ,9 98 17 C cl o ro 35 ,4 5 35 B r b ro m o 79 ,9 04 53 I iod o 12 6, 90 85 A t as ta to [2 10 ] 10 N e n eô n io 20 ,1 80 2 H e h él io 4, 0 18 A r ar g ô n io 39 ,9 48 36 K r cr ip tô n io 83 ,7 98 (2 ) 54 X e xe n ô n io 13 1, 29 86 R n ra d ô n io [2 22 ] 57 La la n tâ n io 13 8, 91 N ú m er o A tô m ic o S ím b o lo N o m e M as sa A tô m ic a ( ) = n º- d e m as sa d o is ó to p o m ai s es tá ve l 58 C e cé ri o 14 0, 12 59 Pr p ra se o d ím io 14 0, 91 60 N d n eo d ím io 14 4, 24 61 P m p ro m éc io [1 45 ] 62 S m sa m ár io 15 0, 36 (2 ) 63 E u eu ró p io 15 1, 96 64 G d ga d o lín io 15 7, 25 (3 ) 65 T b té rb io 15 8, 93 66 D y d is p ró si o 16 2, 50 67 H o h ó lm io 16 4, 93 68 E r ér b io 16 7, 26 69 T m tú lio 16 8, 93 70 Y b it ér b io 17 3, 05 71 Lu lut éc io 17 4, 97 89 A c ac tí n io [2 27 ] 90 T h tó ri o 23 2, 04 91 Pa p ro ta ct ín io 23 1, 04 92 U u râ n io 23 8, 03 93 N p n et ú n io [2 37 ] 94 Pu p lu tô n io [2 44 ] 95 A m am er íc io [2 43 ] 96 C m cú ri o [2 47 ] 97 B k b er q u él io [2 47 ] 98 C f ca lif ó rn io [2 51 ] 99 E s ei n st ên io [2 52 ] 10 0 Fm fér m io [2 57 ] 10 1 M d m en d el év io [2 58 ] 10 2 N o n o b él io [2 59 ] 10 3 Lr la u rê n ci o [2 62 ] * V al o re s d e M as sa A tô m ic a ar re d o n d ad o s P1-A25-2023.indd 2P1-A25-2023.indd 2 06/12/2022 16:3206/12/2022 16:32 ✶ PROVA GERAL — P-1 TIPO A-25 — 02/2023 – 3 – LITERATURA – OBRAS FUVEST 1. Lira XXVIII Cupido, tirando Dos ombros a aljava, Num campo de flores Contente brincava. E o corpo tenrinho Depois, enfadado, Incauto reclina Na relva do prado. Marília formosa, Que ao Deus conhecia, Oculta espreitava Quanto ele fazia. Mal julga que dorme Se chega contente, As armas lhe furta, E o Deus a não sente. Os Faunos, mal viram As armas roubadas, Saíram das grutas Soltando risadas. Acorda Cupido, E a causa sabendo, A quantos o insultam Responde, dizendo: Temíeis as setas Nas minhas mãos cruas! Vereis o que podem Agora nas suas. GONZAGA, Tomás Antônio. Marília de Dirceu. In: Poesia dos inconfidentes. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1996. p. 617-618. A construção da figura de Marília no poema A) celebra, pela reação festiva dos Faunos, o fim das de- silusões amorosas. B) sugere, pela apropriação das armas de Cupido, cruel- dade e poder de sedução. C) destaca, por meio do roubo de armas, o caráter guer- reiro da mulher setecentista. D) indica, associada à fala de Cupido, a transformação da mulher em uma divindade olímpica. E) inverte, por meio da atribuição de traços negativos, formas clássicas de idealização feminina. 2. — Bolha não tem opinião. Aparentemente, há nada mais contristador que uma dessas terríveis pestes que devastam um ponto do globo? E, todavia, esse suposto mal é um benefício, não só porque elimina os organis- mos fracos, incapazes de resistência, como porque dá lugar à observação, à descoberta da droga curativa. A higiene é filha de podridões seculares; devemo-la a mi- lhões de corrompidos e infectos. Nada se perde, tudo é ganho. Repito, as bolhas ficam na água. Vês este livro? É D. Quixote. Se eu destruir o meu exemplar, não elimino a obra que continua eterna nos exemplares subsistentes e nas edições posteriores. Eterna e bela, belamente eterna, como este mundo divino e supradivino. ASSIS, Machado de. Quincas Borba. São Paulo: Moderna, 2016. p. 37-38. A fala de Quincas Borba, entendida no contexto da obra, mostra que Machado de Assis A) ironiza correntes de pensamento insensíveis à dor e à miséria humanas. B) exalta o processocivilizatório capaz de superar a insa- lubridade de antigos hábitos. C) expressa um conflito interior que sublima a solidarie- dade e a compreensão entre as pessoas. D) estabelece um contraponto otimista em relação às te- orias cientificistas em voga no século XIX. E) exalta o processo evolutivo da humanidade, que se realiza por meio de avanços e recuos no bem-estar social. 3. Eu não podia temer a opinião pública. E talvez te- messe. Com certeza temia tudo isso. Era um medo anti- go, medo que estava no sangue e me esfriava os dedos trêmulos e suados. A corda áspera ia-se amaciando por causa do suor das minhas mãos. E as mãos tremiam. O chicote do feitor num avô negro, há duzentos anos, a emboscada dos brancos a outro avô, caboclo, em tempo mais remoto... Estudava-me ao espelho, via, por entre as linhas dos anúncios, os beiços franzidos, os dentes aca- valados, os olhos sem brilho, a testa enrugada. Procura- va os vestígios das duas raças infelizes. Foram elas que me tornaram a vida amarga e me fizeram rolar por este mundo, faminto, esmolambado e cheio de sonhos. Não preciso de automóveis nem de rádios, viveria bem numa casa de palha, dormiria bem numa cama de varas, num couro de boi ou numa rede de cordas, como Quitéria, como o velho Trajano e Camilo Pereira da Silva. Para que me habituei a ler papel impresso, a ouvir o rumor de lino- tipos 1? Desejaria calçar alpercatas, descansar numa rede armada no copiar, não ler nada ou ler inocentemente a história dos doze pares de França. RAMOS, Graciliano. Angústia. São Paulo: Record, 2000. p. 157-158. Glossário: 1. linotipo: antiga máquina gráfica usada nas redações dos jor- nais. No trecho, o ponto de vista do narrador esboça uma A) autoconfiança capaz de superar a frustração com seus ascendentes. B) intenção de se vingar do preconceito de raça sofrido pelos seus ancestrais. C) consciência de classe e angústia advindas do contato com a cultura letrada. D) convicção de se desligar dos bens materiais para vi- ver uma existência modesta. E) vocação para reproduzir arbitrariedades de caráter es- cravista em suas relações sociais. P1-A25-2023.indd 3P1-A25-2023.indd 3 06/12/2022 16:3206/12/2022 16:32 ANGLO VESTIBULARES ✶ – 4 – 4. Poema que aconteceu Nenhum desejo neste domingo nenhum problema nesta vida o mundo parou de repente os homens ficaram calados domingo sem fim nem começo. A mão que escreve este poema não sabe que está escrevendo mas é possível que se soubesse nem ligasse. ANDRADE, Carlos Drummond de. Alguma poesia. Rio de Janeiro: Record, 1999. p. 37. Alguma poesia, livro de estreia de Carlos Drummond, amplia as concepções estéticas defendidas pelo Moder- nismo de 1922. “Poema que aconteceu” é representativo desse aspecto na medida em que A) ironiza o caráter superficial e alienado da produção poética nacional. B) defende o ócio criativo e descompromissado, em ver- sos livres e sem rima. C) explora o prosaísmo do cotidiano, por meio de refle- xões metalinguísticas. D) enriquece a dimensão religiosa do domingo, desta- cando a devoção das pessoas. E) demonstra a incomunicabilidade do indivíduo nas re- lações sociais contemporâneas. 5. VIII Fernão de Magalhães No vale clareia uma fogueira. Uma dança sacode a terra inteira. E sombras disformes e descompostas Em clarões negros do vale vão Subitamente pelas encostas, Indo perder-se na escuridão. De quem é a dança que a noite aterra? São os Titãs, os filhos da Terra, Que dançam da morte do marinheiro Que quis cingir o materno vulto — Cingi-lo, dos homens, o primeiro —, Na praia ao longe por fim sepulto. Dançam, nem sabem que a alma ousada Do morto ainda comanda a armada, Pulso sem corpo ao leme a guiar As naus no resto do fim do espaço: Que até ausente soube cercar A terra inteira com seu abraço. Violou a Terra. Mas eles não O sabem, e dançam na solidão; E sombras disformes e descompostas, Indo perder-se nos horizontes, Galgam do vale pelas encostas Dos mudos montes. PESSOA, Fernando. Mensagem. Cotia: Ateliê Editorial, 2015. p. 143-144. O poema de Fernando Pessoa homenageia o navegador Fernão de Magalhães (1480-1521), que concebeu e reali- zou a primeira viagem de circum-navegação do planeta. O texto mostra que A) depois de conquistar toda a Terra, Fernão de Maga- lhães considerou que a vida perdera o sentido, ascen- dendo aos céus. B) os Titãs celebram as conquistas portuguesas, e reavi- vam rituais pagãos como forma de elevar a lembran- ça do navegador a dimensões divinas. C) a Terra, violada pelas ações do navegador, está pron- ta para germinar um novo Império, anunciado pela luz das fogueiras e pelas danças dos Titãs. D) a fogueira e as danças rituais, embora não previstas na ortodoxia cristã, evocam o rei de Portugal, cuja lembrança é erguida à altura dos “mudos montes”. E) os Titãs se opunham àquela viagem, e celebram a morte do navegador, ignorando a coragem e a deter- minação que ele semeara entre seus comandados. 6. Escuta, Miguilim, você alembra um dia a gente ju- rou ser amigos, de lei, leal, amigos de verdade? Eu tenho uma confiança em você...” — e Tio Terêz pegou o queixo de Miguilim, endireitando a cara dele para se olharem. — “Você vai, Miguilim, você leva, entrega isto aqui à Mãe, bem escondido, você agarante?! Diz que ela pode dar a resposta a você, que mais amanhã estou aqui, te es- pero...” Miguilim nem paz, nem pôde, perguntou nada, nem teve tempo, Tio Terêz foi falando e exaparecendo nas árvores. Miguilim sumiu o bilhete na algibeira, saiu quase corre-corre, o quanto podia, não queria afrouxar ideia naquilo, só chegar em casa, descansar, beber água, estar já faz-tempo longe dali, de lá do mato. ROSA, João Guimarães. Campo Geral. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1984. p. 70-71. O conjunto de ações de Campo Geral é apresentado a partir da perspectiva infantil. O trecho mostra que o en- redo da obra A) destaca a amizade entre os adultos e as crianças. B) mostra a paulatina percepção dos erros dos adultos. C) critica a precoce inserção das crianças no universo adulto. D) denuncia a exploração do trabalho infantil no interior do país. E) evidencia a dificuldade de interlocução entre adultos e crianças. P1-A25-2023.indd 4P1-A25-2023.indd 4 06/12/2022 16:3206/12/2022 16:32 ✶ PROVA GERAL — P-1 TIPO A-25 — 02/2023 – 5 – LITERATURA – ALFA 1. Campo de trigo com ciprestes de Vincent Van Gogh, 1889 Catedral de Salisbury de John Constable, 1820 As duas imagens são formas de expressão visual. A obra de Van Gogh se distingue do quadro de John Constable ao A) romper com a simetria na representação da paisa- gem. B) representar as formas concretas de maneira caótica. C) apresentar elementos de forma sintética e intensa. D) reproduzir a realidade de maneira fotográfica. E) obedecer a modelos clássicos do paisagismo. 2. Nos domingos, tinha o seu gosto de tomar descan- so: batendo mato, o dia inteiro, sem sossego, sem espin- garda nenhuma e nem nenhuma arma para caçar; e, de tardinha, fazendo parte com as velhas corocas que reza- vam o terço ou os meses dos santos. Mas fugia às léguas de viola ou sanfona, ou de qualquer outra qualidade de música que escuma tristezas no coração. Quase sempre estava conversando sozinho, e isso também era de maluco, diziam; porque eles ignoravam que o que fazia era apenas repetir, sempre que achava preciso, a fala final do padre: — “Cada um tem a sua hora e a sua vez: você há-de ter a sua”. — E era só. E assim se passaram pelo menos seis ou seis anos e meio, direitinho deste jeito, sem tirar e nem por, sem mentira nenhuma, porque esta aqui é uma estória inven- tada, e não é um caso acontecido, não senhor. ROSA, João Guimarães. Sagarana. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1984. p. 359. R EP R O D U Ç Ã O /M U S EU M ET R O PO LI TA N O D E A R TE , N O V A Y O R K , E U A R EP R O D U Ç Ã O /M U S EU V IC TO R IA & A LB ER T, L O N D R ES , I N G LA TE R R A No fragmento do conto “A hora evez de Augusto Ma- traga”, de João Guimarães Rosa, o narrador apresenta A) o comportamento religioso de Nhô Augusto e comen- tários de caráter metalinguístico. B) as intenções beatas de Nhô Augusto e comentários críticos em relação às atitudes do personagem. C) a trajetória de Nhô Augusto e ironias em relação ao caráter excessivamente devoto do personagem. D) fatos relativos à vida de Nhô Augusto e considerações a respeito das dificuldades impostas pelo trabalho ru- ral. E) frases de duplo sentido, carregadas de ironia, e a ex- pressão de uma religiosidade voltada sinceramente a Deus. 3. O meu fim evidente era atar as duas pontas da vi- da, e restaurar na velhice a adolescência. Pois, senhor, não consegui recompor o que foi nem o que fui. Em tu- do, se o rosto é igual, a fisionomia é diferente. Se só me faltassem os outros, vá; um homem consola-se mais ou menos das pessoas que perde; mais falto eu mesmo, e esta lacuna é tudo. O que aqui está é, mal comparando, semelhante à pintura que se põe na barba e nos cabe- los, e que apenas conserva o hábito externo, como se diz nas autópsias; o interno não aguenta tinta. Uma certidão que me desse vinte anos de idade poderia enganar os estranhos, como todos os documentos falsos, mas não a mim. Os amigos que me restam são de data recente; todos os antigos foram estudar a geologia dos campos- -santos. Quanto às amigas, algumas datam de quinze anos, outras de menos, e quase todas creem na mocida- de. Duas ou três fariam crer nela aos outros, mas a língua que falam obriga muita vez a consultar os dicionários, e tal frequência é cansativa. ASSIS, Machado de. Dom Casmurro. Cotia: Ateliê Editorial, 2009. p. 94-95 As considerações de Bento Santiago, narrador de Dom Casmurro, permitem entendê-lo como A) um personagem que não aceita os rótulos sociais que lhe são impostos. B) um personagem satírico, que ironiza o comportamen- to social das elites brasileiras do século XIX. C) um personagem de comportamentos previsíveis e adequados à constituição de um arquétipo social. D) um personagem que apresenta complexidade psico- lógica ao opor, sobre si mesmo, a aparência e a es- sência. E) um personagem idealizado, que prefere apegar-se aos costumes tradicionais a desenvolver-se moral- mente. P1-A25-2023.indd 5P1-A25-2023.indd 5 06/12/2022 16:3206/12/2022 16:32 ANGLO VESTIBULARES ✶ – 6 – 4. Achar porém ocupação para quem nunca cuidou ne- la até certa idade, e assim de pé para mão, não era das coisas mais fáceis. Entretanto o zelo da comadre pôs-se em atividade, e poucos dias depois entrou ela muito contente, e veio participar ao Leonardo que lhe tinha achado um excelen- te arranjo que o habilitava, segundo pensava, a um gran- de futuro, e o punha perfeitamente a coberto das iras do Vidigal; era o arranjo de servidor na ucharia 1 real. Dei- xando de parte o substantivo ucharia, e atendendo só ao adjetivo real, todos os interessados e o próprio Leonardo regalaram os olhos com o achado da comadre. Emprega- do da casa real?! oh! isso não era coisa que se recusasse; e então empregado na ucharia! essa mina inesgotável, tão farta e tão rica!... A proposta da comadre foi aceita sem uma só reflexão contra, da parte de quem quer que fosse. Como a comadre pudera arranjar semelhante coisa para o afilhado, é isso que pouco nos deve importar. [...] Durante os primeiros tempos de serviço tudo correu às mil maravilhas; só algum mal-intencionado poderia notar em casa de Vidinha uma certa fartura desusada na despensa; mas isso não era coisa em que alguém fizesse conta. ALMEIDA, Manuel Antônio de. Memórias de um sargento de milícias. São Paulo: Panda books, p. 205. Glossário 1. depósito de mantimentos: despensa. No trecho, revelam-se aspectos da sociedade brasilei- ra do século XIX, notadamente no Rio de Janeiro, para onde a Corte portuguesa se transferira em 1808. A cena sugere a A) naturalização da corrupção, mesmo entre pessoas simples. B) lisura do funcionalismo público, sobretudo no paço real. C) função social da mulher como arrimo de família. D) regularização oficial do mercado de trabalho. E) identidade do povo com o trabalho honesto. 5. Encarnação Carnais, sejam carnais tantos desejos, Carnais, sejam carnais tantos anseios, Palpitações e frêmitos e enleios, Das harpas da emoção tantos arpejos... Sonhos, que vão, por trêmulos adejos, A noite, ao luar, intumescer os seios Lácteos, de finos e azulados veios De virgindade, de pudor, de pejos... Sejam carnais todos os sonhos brumos De estranhos, vagos, estrelados rumos Onde as Visões do amor dormem geladas... Sonhos, palpitações, desejos e ânsias Formem, com claridades e fragrâncias, A encarnação das lívidas Amadas! CRUZ e Sousa. Broquéis. Disponível em: www.dominiopublico.org.br. O soneto de Cruz e Sousa consolida uma expressão tipi- camente simbolista ao representar a tensão entre A) calor e frio. B) vida e morte. C) prazer e pecado. D) presente e futuro. E) materialidade e imaterialidade. 6. Tostão de chuva Quem é Antônio Jerônimo? É o sitiante Que mora no Fundão Numa biboca pobre. É pobre. Dantes Inda a coisa ia indo e ele possuía Um cavalo cardão. Mas a seca batera no roçado… Vai, Antônio Jerônimo um belo dia Só por debique de desabusado Falou assim: “Pois que nosso padim Pade Ciço que é milagreiro, contam, Me mande um tostão de chuva pra mim!” Pois então nosso “padim” padre Cicero Coçou a barba, matutando e disse: “Pros outros mando muita chuva não, Só dois vinténs. Mas pra Antônio Jerônimo Vou mandar um tostão”. No outro dia veio uma chuva boa Que foi uma festa pros nossos homens E o milho agradeceu bem. Porém No Fundão veio uma trovoada enorme Que num átimo virou tudo em lagoa E matou o cavalo de Antônio Jerônimo. Matou o cavalo. ANDRADE, Mário de. Clã do Jabuti. In: Poesias completas. São Paulo: Círculo do livro, s/d. p. 169-170. O poema de Mário de Andrade pode ser entendido como exemplo do patrimônio cultural brasileiro na medida em que explora uma história de A) denúncia contra a opressão social dos mais podero- sos sobre os mais fracos, em linguagem modernista. B) castigo divino contra a falta de humildade de uma pessoa simples, em linguagem popular. C) injustiça divina contra os mais necessitados, em lin- guagem coloquial. D) desilusão religiosa, em linguagem irônica e de efeitos humorísticos. E) recompensa divina a atitudes devotas, em linguagem simples. P1-A25-2023.indd 6P1-A25-2023.indd 6 06/12/2022 16:3206/12/2022 16:32 ✶ PROVA GERAL — P-1 TIPO A-25 — 02/2023 – 7 – DISCIPLINAS DE NÚCLEO COMUM 7. Leia o início de um artigo de divulgação científica escrito por Júlio Bernardes: Combinação inovadora de célula-tronco e impressão 3D produz minifígados para transplante Uma técnica inovadora, que combina células-tronco e impressão em 3D e que produz tecidos hepáticos hu- manos em 90 dias para serem usados em transplantes, foi desenvolvida em pesquisa do Instituto de Biociências (IB) da USP. O método emprega células do sangue, re- programadas para se transformarem em células-tronco, que vão se diferenciar em agrupamentos de células he- páticas, usadas nas matrizes de impressão dos tecidos hepáticos. A técnica permite produzir tecidos a partir do sangue do próprio paciente, eliminando os riscos de re- jeição. BERNARDES, Júlio. Jornal da Usp, 03 out. 2019. Disponível em: https://jornal.usp.br/?p=276206. Acesso em: 07 nov. 2022. Pronomes relativos auxiliam a progressão textual, uma vez que exercem um duplo papel coesivo: além de co- nectar orações, atuam como anafóricos. Com base nisso, indique a qual palavra ou expressão faz referência o pro- nome relativo presente em: “que produz tecidos hepáti- cos humanos em 90 dias”. A) uma técnica inovadora B) células-tronco C) impressão em 3D D) tecidos hepáticos humanos E) transplantes 8. Na Macedônia do Norte, uma menina de 11 anos foi surpreendida com uma visita do presidente do país, pa- ra que ela voltasse à escola depois de sofrer bullying de colegasde sala. Embla tem síndrome de Down e vinha estudando separada dos demais alunos, após um boico- te preconceituoso de pais que não queriam seus filhos na mesma classe que ela. O encontro ocorreu na última segunda-feira (7) e foi divulgado pelo político em um vídeo nas redes sociais. “Somos todos iguais nessa sociedade. Vim aqui para dar meu apoio e conscientizar que a inclusão é um princípio básico”, disse o presidente Stevo Pendarovski. Nas imagens ele entrega presentes à garota e a leva para a escola, na companhia dos pais dela. O presidente "conversou com o pai e a mãe de Embla sobre os desa- fios que ela e sua família enfrentam diariamente" e discu- tiu soluções, informou seu gabinete. [...] Após a visita, Pendarovski criticou a atitude do gru- po de pais e defendeu que "os preconceitos nesse con- texto são o principal obstáculo para a construção de uma sociedade igualitária e justa para todos", segundo o co- municado enviado à imprensa. "Crianças com deficiência devem não apenas gozar dos direitos que merecem, mas também se sentir iguais e bem-vindas nas carteiras e no pátio da escola. É nossa obrigação, como Estado, mas também como indivíduos, e o elemento-chave dessa missão comum é a empatia", acrescentou. Disponível em: www1.folha.uol.com.br/mundo/2022/02/ presidente-leva-menina-com-down-afastada-das-aulas-de- volta-para-a-escola-na-macedonia.shtml?origin=folha#. Acesso em: 31 out. 2022. Releia o trecho do quinto parágrafo: “Crianças com deficiência devem não apenas gozar dos direitos que merecem, mas também se sentir iguais e bem-vindas nas carteiras e no pátio da escola.” Se o termo “crianças” estivesse flexionado no singular, quantas outras alterações ocorreriam na frase, em decor- rência da concordância? A) 5 B) 4 C) 3 D) 2 E) 1 9. O século passado foi uma época imunológica. Trata- -se de uma época na qual se estabeleceu uma divisão ní- tida entre dentro e fora, amigo e inimigo ou entre próprio e estranho. Mesmo a Guerra Fria seguia esse esquema imunológico. O próprio paradigma imunológico do sécu- lo passado foi integralmente dominado pelo vocabulário dessa guerra, por um dispositivo francamente militar. A ação imunológica é definida como ataque e defesa. Han, Byung-Chul. Sociedade do cansaço. Petrópolis: Editora Vozes, 2019. A caracterização do século passado feita no trecho tem base em uma relação de A) contiguidade. B) sonoridade. C) repetição. D) semelhança. E) tensividade. 10. Dias sim, dias não Eu vou sobrevivendo sem um arranhão Da caridade de quem me detesta A tua piscina tá cheia de ratos (1) Tuas ideias não correspondem aos fatos O tempo não para Eu vejo o futuro repetir o passado Eu vejo um museu de grandes novidades (2) O tempo não para Não para, não, não para Eu não tenho data pra comemorar Às vezes os meus dias são de par em par (3) Procurando agulha num palheiro (4) Nas noites de frio é melhor nem nascer Nas de calor, se escolhe: É matar ou morrer (5) E assim nos tornamos brasileiros CAZUZA. O tempo não para. Disponível em: www.letras.mus.br/cazuza/45005/. No trecho da letra de Cazuza, há um sentido paradoxal em A) “tua piscina tá cheia de ratos” (ref. 1) B) “museu de grandes novidades” (ref. 2) C) “de par em par” (ref. 3) D) “agulha num palheiro” (ref. 4) E) “matar ou morrer” (ref. 5) P1-A25-2023.indd 7P1-A25-2023.indd 7 06/12/2022 16:3206/12/2022 16:32 ANGLO VESTIBULARES ✶ – 8 – Texto para as questões 11 e 12 Em 6 de julho, a Agência Nacional de Vigilância Sa- nitária (Anvisa) manteve a proibição da importação e venda no Brasil dos chamados dispositivos eletrônicos para fumar (DEF), mais conhecidos como cigarros eletrô- nicos ou vapes. A interdição existe desde 2009, mas inú- meros sites na internet vendem esses aparelhos no país por preços a partir de R$ 50, além de camelôs e até lojas físicas. O consumo de cigarros eletrônicos é mais fre- quente entre os jovens brasileiros, ainda que em níveis mais baixos do que ocorre nos países que legalizaram a venda do produto para adultos, como Estados Unidos e Reino Unido. É o que constata estudo dos epidemiologistas Neila- ne Bertoni e André Szklo, do Instituto Nacional do Câncer (Inca), do Rio de Janeiro, publicado em julho de 2021 no periódico científico Cadernos de Saúde Pública. O traba- lho analisou a prevalência de uso dos DEF nas 26 capitais brasileiras e no Distrito Federal e verificou que cerca de 80% das pessoas que já consumiram cigarros eletrônicos têm entre 18 e 34 anos. “Observamos que um em cada cinco jovens de 18 a 24 anos já fez uso desses dispositi- vos na vida. O público-alvo dos fabricantes não é o adul- to. Aditivos com sabores adocicados são colocados no produto para atrair os jovens”, comenta Bertoni. “Entre os indivíduos de 35 anos ou mais, menos de três em cada 100 usam cigarros eletrônicos.” Nos Estados Unidos, os legisladores têm apertado o cerco contra os fabricantes com o intuito de proibir ou restringir a oferta de cigarro eletrônico com gosto de doces e frutas. TUNES, Suzel. Quase 1 milhão de brasileiros fumam regularmente cigarros eletrônicos. FAPESP. ed. 319, set./2022. Disponível em: https://revistapesquisa.fapesp.br/quase-1-milhao- de-brasileiros-fumam-regularmente-cigarros-eletronicos/. Acesso em: 07 nov. 2022. 11. O estilo adotado nos artigos de divulgação científica deve fazer com que o conhecimento especializado seja acessível a um público leigo. No excerto, essa preocupa- ção pode ser exemplificada A) pelo emprego do termo “vapes” (1o parágrafo). B) pela menção a um estudo de epidemiologia (2o pará- grafo). C) pela referência ao periódico Cadernos de Saúde Públi- ca (2o parágrafo). D) pela citação de números aproximados, em “80% das pessoas” (2o parágrafo). E) pela indicação da faixa etária pesquisada, em “entre 18 e 34 anos” (2o parágrafo). 12. É o que constata estudo dos epidemiologistas Neila- ne Bertoni e André Szklo, do Instituto Nacional do Câncer (Inca) [...] (2o parágrafo). O termo destacado no excerto está desempenhando a mesma função sintática do que foi sublinhado em: A) “A interdição existe desde 2009 [...].” B) “O consumo de cigarros eletrônicos é mais frequente entre os jovens brasileiros [...].” C) “O trabalho analisou a prevalência de uso dos DEF [...].” D) “Aditivos com sabores adocicados são colocados no produto para atrair os jovens [...]”. E) “Nos Estados Unidos, os legisladores têm apertado o cerco contra os fabricantes [...].” O fragmento a seguir foi extraído do final do discurso do poeta chileno Pablo Neruda (1904-1973), que em 1971 foi premiado com o Nobel de Literatura. Leia-o para respon- der às próximas quatro questões. [...] Nossas estrelas primordiais são a luta e a espe- rança. Mas não há luta nem esperança solitárias. Em to- do ser humano se juntam as épocas remotas, a inércia, os erros, as paixões, as urgências do nosso tempo, a ve- locidade da história. Porém o que seria de mim se eu, por exemplo, tivesse contribuído de qualquer forma com o passado feudal do grande continente americano? Como eu poderia levantar a fronte, iluminada pela honra que a Suécia me outorgou, se eu não me sentisse orgulhoso de ter participado minimamente da transformação atual do meu país? É preciso olhar o mapa da América, enfrentar sua grandiosa diversidade, a generosidade cósmica do espaço que nos rodeia, para entender que muitos escri- tores se negam a compartilhar o passado de opróbrio e de roubo que obscuros deuses destinaram aos povos americanos. Eu escolhi o difícil caminho de uma responsabili- dade compartilhada e, antes de reiterar a adoração ao indivíduo, como sol central do sistema, preferi entregar com humildade meu serviço a um considerável exército que por vezes pode equivocar-se, mas que caminha sem descanso e avança cada dia enfrentando tanto os ana- crônicos recalcitrantes quanto os vaidosos impacientes. Porque creio que meus deveres de poeta me indicavam a fraternidade não só com a rosa e a simetria, com o exaltadoamor e a nostalgia infinita, mas também com as ásperas tarefas humanas que incorporei à minha poesia. [...] Eu venho de uma obscura província, de um país separado de todos os outros por uma cortante geografia. Fui o mais abandonado dos poetas e minha poesia foi regional, dolorosa e chuvosa. Mas sempre tive confiança no ser humano. Não per- di jamais a esperança. Por isso talvez tenha chegado até aqui com minha poesia e também com minha bandeira. [...] NERUDA, Pablo. Discursos y recuerdos del Premio Nobel de Literatura. Tradução de Eduardo Calbucci. Santiago: Fundación Pablo Neruda, 2013. p. 25-26. 13. Em “enfrentar sua grandiosa diversidade”, o pronome em destaque se refere à(ao) A) Suécia. B) país. C) América. D) passado. E) roubo. 14. Ao definir a própria poesia, no penúltimo parágrafo do texto, o narrador se vale de A) adjetivos em sequência, que vão se tornando mais subjetivos. B) substantivos abstratos para exemplificar a sensação de abandono. C) locuções adjetivas que concretizam a ideia de uma “cortante geografia”. D) expressões nominais valorativas, que tornam a poe- sia algo objetivo. E) pronomes que combinam com a própria linguagem poética. P1-A25-2023.indd 8P1-A25-2023.indd 8 06/12/2022 16:3206/12/2022 16:32 ✶ PROVA GERAL — P-1 TIPO A-25 — 02/2023 – 9 – 15. Pelo contexto, “o passado feudal do grande continente americano” A) associa-se à “generosidade cósmica” dos povos nati- vos das Américas. B) não foi superado, apesar de todas “as urgências do nosso tempo”. C) foi uma época marcada por enorme degradação e ex- ploração. D) confirma a diversidade que caracteriza a população americana. E) celebra “a inércia” e nega “a velocidade da história”. 16. Acionando dados de repertório, pode-se inferir que, no fragmento, o Chile é apresentado como um país A) caracterizado por uma profunda diversidade étnica. B) isolado espacialmente por desertos, geleiras e monta- nhas. C) em que as pessoas são ora vaidosas, ora teimosas. D) onde todos os escritores lutam para superar o passado. E) próximo cultural e diplomaticamente da Suécia. 17. No século XIX, o químico inglês Alexander Williamson (1824-1924) desenvolveu a conhecida síntese de Willia- mson, que envolve a reação de um íon alcóxido com um haleto de alquila, sendo sua rota reacional representada por: Indique a alternativa que contém a fórmula do éter pro- duzido a partir dos reagentes álcool benzílico e 2-cloro-2- -metilpropano. A) O B) O C) O D) O E) O 1a Etapa: 2a Etapa: R R OH Na R O2 O2 Na1 Na1 H21 NaX1 1 2 R O R’ R’ X1 18. A progesterona é um hormônio encontrado no ová- rio, na placenta e nas adrenais. É secretada durante a segunda metade do ciclo menstrual, aproximadamente do 12 o ao 28 o dia, e é a substância responsável pela produção de muco no ová- rio, necessário para a fixação dos ovócitos secundários liberados durante a ovulação, que ocorre aproximada- mente entre o 12 o e o 15 o dia do ciclo menstrual. Tem grande importância no desenvolvimento do ovócito no ovário e, após a fertilização, sua secreção contínua é ne- cessária para impedir nova ovulação no período de gra- videz. Se a progesterona for ingerida do 5 o ao 25 o dia do ciclo menstrual, impede a ovulação. Por esse motivo, ela e outros hormônios (esteroides) sintéticos semelhantes são usados como método contraceptivo: as pílulas anti- concepcionais. Os anticoncepcionais orais “enganam” o organis- mo, que se comporta como se estivesse secretando pro- gesterona, o que impede a ovulação e, consequentemen- te, a fertilização. As pílulas anticoncepcionais são quase 100% efeti- vas como contraceptivos, porém seu uso deve ser indica- do e controlado por um médico, pois podem apresentar efeitos colaterais, como hipertensão, hemorragias anor- mais, acne e aumento no risco de formação de coágulos no sangue. Para mulheres acima de 40 anos de idade e mulhe- res que fumam, recomenda-se o uso de outros métodos para evitar a gravidez, pois o risco do uso da pílula anti- concepcional, nesses casos, é ainda maior: pode levar ao câncer de endométrio, dentre outros riscos. A progesterona é excretada como pregnanodiol, de- tectável na urina. Disponível em: http://portalsaude.saude.gov.br. Acesso em: 07 out. 2022. Na transformação da progesterona em pregnanodiol, ocorre a transformação da(s) função(ões): A) cetona em álcool. B) cetona em álcool e fenol. C) cetona e éter em álcool. D) éter em fenol. E) éster em álcool e fenol. O Progesterona CH3 CH3 C O CH3 HO CH3 CH3 CHOH CH3 P1-A25-2023.indd 9P1-A25-2023.indd 9 06/12/2022 16:3206/12/2022 16:32 ANGLO VESTIBULARES ✶ – 10 – 19. O dióxido de carbono (CO2) é o principal gás responsável pela intensificação do efeito estufa, e é produzido direta- mente na queima de biomassa e combustíveis. A equa- ção a seguir representa a combustão completa do etanol: I. C2H5OH(l) + 3 O2(g) → 2 CO2(g) + 3 H2O(l) ΔH = –1 367 kJ/mol Na atmosfera, o dióxido de carbono reage com a água gerando o ácido carbônico (H2CO3), um ácido fraco que contribui para a ocorrência do fenômeno de chuva ácida, conforme representado a seguir: II. CO2(g) + H2O(l) → H2CO3(aq) ΔH = –614 kJ/mol Dados: • ΔH H2O(l) = –286 kJ/mol • ΔH H2CO3(g) = –1 293 kJ/mol A entalpia de formação do etanol, em kJ/mol, é igual a: A) –277 B) –688 C) –826 D) –1 295 E) –1 421 20. Um laboratório de Química dispõe de dois frascos, A e B. Sabe-se que um dos frascos contém um padrão pa- ra análise com pureza igual a 100%; o outro contém um medicamento que será analisado para determinação de impurezas. Enquanto organizava o laboratório, o técnico responsável confundiu-se ao etiquetar os frascos, de mo- do que não era possível saber o conteúdo de cada um. Para resolver o problema, ele decidiu realizar um teste, determinando as curvas de aquecimento de cada uma. Os resultados obtidos foram representados no gráfico a seguir. Com base nos resultados, o técnico concluiu que o frasco A) B continha o padrão, que é uma substância pura. B) A continha o padrão, que é uma substância simples. C) A continha o padrão, que é uma mistura homogênea. D) A continha o medicamento, que é uma substância pura. E) B continha o medicamento, que é uma substância composta. t1 t2 t3 t4 Tempo B A Temperatura (ºC) Rascunho P1-A25-2023.indd 10P1-A25-2023.indd 10 06/12/2022 16:3206/12/2022 16:32 ✶ PROVA GERAL — P-1 TIPO A-25 — 02/2023 – 11 – 21. O acetato de benzila é um éster utilizado na indústria para conferir aroma artificial de cereja a bebidas e alimentos. Um dos métodos mais comuns em processos industriais para obtenção de ésteres é a reação reversível entre um ácido carboxílico e um álcool, como representado a seguir: Qual a massa de ácido acético necessária para a produção de 1,00 kg de aromatizante, sabendo que o processo apresenta 80% de rendimento? Dados: • Massa molar (g/mol): H = 1, C = 12, O = 16. A) 320 g B) 400 g C) 500 g D) 1 000 g E) 250 g 22. A precipitação química é uma técnica utilizada para a redução dos níveis de contaminantes metálicos em efluentes aquosos industriais. O processo ocorre em tanques, com a adição de um agente precipitante, como cal, soda ou sulfetos, e posterior remoção dos resíduos sólidos. O procedimento de remoção de ferro utilizando como agente precipitante o hidróxido de sódio é representado pela equação a seguir: Fe3+(aq) + 3 NaOH(aq) → Fe(OH)3(s) + 3 Na+(aq) Um método de separação que pode ser utilizado na etapa final do tratamento desse efluente é a A) catação. B) destilação. C) ventilação. D) decantação. E) dissolução fracionada. 23. Antiácidos são medicamentos que tem a função de neutralizar o excesso de ácido clorídrico presente no estômago. A depen- der do fabricante do medicamento, o princípio ativo pode variar de acordo com a tabela a seguir: Fabricante Princípio ativo Massa molar do princípio ativo X NaHCO3 84 g/mol Y Mg(OH)2 58 g/mol Z Al(OH)3 78 g/mol Considerando que os três produtos acimaconsigam neutralizar uma mesma quantidade de ácido no estômago, pode-se pre- ver que as proporções entre as massas dos princípios ativos empregadas pelos fabricantes X, Y e Z em seus antiácidos sejam, respectivamente, A) 1x84 g : 1 2 x58 g : 1 3 x78g B) 1x84 g : 1x58 g : 1x78g C) 1x84 g : 2x58 g : 3x78g D) 3x84 g : 2x58 g : 1x78g E) 1 g : 2 g : 3 g 24. A investigação da composição das rochas é de grande importância na química mineral, pois, dependendo dos elementos e substâncias presentes, elas podem ser utilizadas na correção de acidez dos solos na agricultura ou, ainda, como matéria-prima na indústria. Em uma análise química para se determinar o teor de carbonato de cálcio de uma rocha, 10 gramas de uma amos- tra do material sólido foi colocado para reagir com ácido sulfúrico de concentração 2,0 mol/L. Nessa titulação, foram gastos exatamente 20 mL do ácido para o completo desaparecimento de efervescência da amostra. Considerando que nenhum outro composto desse mineral reaja com o ácido, a porcentagem em massa de carbonato de cálcio na rocha analisada foi de: Dado: • Massa molar CaCO3 = 100 g. A) 10% B) 20% C) 40% D) 60% E) 80% O Ácido acético OH OH Álcool benzílico Acetato de benzila 1 O O P1-A25-2023.indd 11P1-A25-2023.indd 11 06/12/2022 16:3206/12/2022 16:32 ANGLO VESTIBULARES ✶ – 12 – 25. O gráfico representado mostra a pressão de vapor de 4 sistemas líquidos em função da temperatura. Levando-se em conta os conceitos de volatilidade e efeitos coligativos das soluções, um grupo de alunos, ao analisar esse gráfico, fez as seguintes afirmações: I. A ordem de volatilidade desses líquidos pode ser dada por: I > II > III > IV. II. Se o liquido IV for a água pura, então o líquido III pode ser uma solução aquosa de NaCl. III. Se o líquido I for o etanol, então o líquido II pode ser o propan-1-ol. As afirmações corretas feitas pelos estudantes são: A) Apenas I B) Apenas II C) Apenas III D) Apenas I e II E) Apenas I e III 26. Em um estudo cinético realizado em laboratório, foi obtido o seguinte gráfico, que mostra a influência da concentração dos reagentes A e B na rapidez da reação química da qual participam. A curva I registra a variação da velocidade da reação em função da alteração da concentração do reagente A, mantendo-se a concentração do reagente B inalterada. A curva II mostra a variação da velocidade em função da alteração da concentração do reagente B, mantendo-se a concentração de A constante. Considerando que a equação da reação química entre esses compostos é dada por: 1 A + 2 B → 2 C É possível concluir que a lei de velocidade dessa reação é dada por: A) V = k[A] · [B]2 B) V = k[A] · [B] C) V = k[A]2 · [B]2 D) V = k[A]2 · [B] E) V = k[A]3 · [B]1 780 I II III IV P re ss ão ( m m H g ) Temperatura (ºC) 760 740 720 700 60 70 80 90 100 110 0 0,5 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 1,0 1,5 II Concentração (mol/L) V el o ci d ad e d a re aç ão ( m o l/ L ? s) I 2,0 P1-A25-2023.indd 12P1-A25-2023.indd 12 06/12/2022 16:3206/12/2022 16:32 ✶ PROVA GERAL — P-1 TIPO A-25 — 02/2023 – 13 – 27. Os combustíveis derivados do petróleo, tais como a ga- solina, o querosene e o óleo diesel, contêm impureza de enxofre. Quando esses combustíveis são queimados, o mesmo acontece com o enxofre, originam o dióxido e o trióxido de enxofre. Esses dois gases reagem com a água da atmosfera, formando os ácidos sulfuroso e sul- fúrico, presentes nas chuvas ácidas em ambientes polu- ídos. Uma das maneiras de medir essa poluição é medir a concentração de enxofre em liquens. O mapa a seguir mostra regiões (de A a F) onde foram medidas as concentrações de enxofre em liquens. Os va- lores encontrados estão na tabela abaixo do mapa. Região Concentração de enxofre em partes por milhão A 0,02 B 3,30 C 2,10 D 1,50 E 0,01 F 0,02 Analise as afirmações a seguir: I. A reação de produção de ácido sulfúrico a partir do enxofre pode ser representada pelas equações: S + O2 → SO2 SO2 + 1 2 O2 → SO3 SO3 + H2O → H2SO4 II. No polo industrial em C, a concentração de enxofre expressa em porcentagem é igual a 3,3 ? 1024%. III. A razão entre as concentrações máxima e mínima de enxofre é igual a 220. IV. Os liquens são uma associação de fungos e algas. V. Se o sentido predominante dos ventos fosse oposto, as concentrações de enxofre nas regiões A e E seriam aumentadas. Assinale a alternativa que mostra as afirmações corretas: A) somente I, IV e V. B) II, III, IV e V. C) somente I, II e III. D) somente II , III e IV E) somente I, II , III e IV. sen tido pre dom inan te do v ento Polo indu stria l D C B A E F Rio 28. Dado que x, y e z são variáveis reais, tais que 1 4 2 4 3 2x · 4y · 8z = 256 3x · 3y 9z = 3 , pode-se concluir que 2x + 3y + z é necessariamente igual a: A) 8 B) 9 C) 11 D) 12 E) 13 29. Em uma das áreas de uma fábrica há quatro máquinas, sendo que a massa da maior delas é 40% maior que a soma das massas das outras três. Sabe-se que a média das massas das quatro máquinas é 60 kg. Qual é a massa, em kg, da máquina maior? A) 100 B) 110 C) 120 D) 130 E) 140 30. Perto da casa do Pedro há um ponto em que passa um ônibus a cada 20 minutos, sendo que o primeiro ônibus passa às 5 horas da manhã e o último passa às 10h40min da noite. Os ônibus passam com essa regularidade de segunda-feira a sexta-feira. Quantos ônibus passam por esse ponto na quarta-feira? A) 48 B) 51 C) 54 D) 57 E) 60 31. A figura representa um quadrado de lado unitário, o P0 é o ponto médio do lado AD e, sobre o segmento P0C há uma infinidade de pontos Pn, tais que Pn + 1Pn + 2 = 1 2 PnPn + 1. Quanto é a soma das áreas dos infinitos quadrados ha- churados? A) 1 3 B) 4 15 C) 5 16 D) 7 18 E) 7 20 D P0 P1 P2 P3 C A B P1-A25-2023.indd 13P1-A25-2023.indd 13 06/12/2022 16:3206/12/2022 16:32 ANGLO VESTIBULARES ✶ – 14 – 32. Qual é o raio da circunferência inscrita no losango de dia- gonais de medida 10 e 24? A) 5 13 B) 58 13 C) 60 13 D) 144 13 E) 65 5 33. Uma circunferência está circunscrita a um triângulo cujos lados têm medida 20, 21 e 29. Dessa forma, a cir- cunferência foi dividida em três regiões não triangulares: T, G e A. Seja T a maior dessas regiões. Assinale a alternativa correta. A) T = G + A B) T = G + A + 210 C) T2 = G2 + A2 D) 29T = 21G + 20A E) 1 T2 = 1 G2 + 1 A2 34. Um plano cartesiano foi desenhado em uma folha de papel. Nele foram identificados os pontos A = (0; 2), B = (4; 0), C = (7; 3) e D = (m; n). Além disso, fora traçada uma reta e essa folha foi dobra- da uma única vez, de modo que o vinco da dobra coinci- da com essa reta. Ao fazer isso, o ponto A coincidiu com o ponto B e o ponto C coincidiu com o ponto D. Sabendo disso, obtenha o valor de m + n. A) 6,7 B) 6,8 C) 6,9 D) 7,0 E) 8,0 35. Constrói-se um triângulo retângulo HAT de hipotenusa HT de medida 5 e cateto HA de medida 3. Ao traçar a bissetriz relativa ao ângulo TĤA , ela intercepta o lado TA no ponto H’. Um segundo triângulo retângulo LES é construído de maneira que a hipotenusa LE é congruente a H’T e o cateto ES é congruente a AH’. Sabendo que a bissetriz de LÊS intercepta o lado SL no ponto E’, qual a medida de EE’? A) 3√2 2 B) 3√3 4 C) 15√2 2 D) 15√3 4 E) 3√5 4 36. Rodrigo vende trufas e notou que, cobrando R$ 8,00 por trufa consegue vender 120 unidades em um dia. Aumen- tando o preço para R$ 9,00 por trufa, as vendas caem para 115 unidades diárias. Admitindo que cada aumento de R$ 1,00 no preço da trufa cause a mesma diminuição no número de unida- des vendidas diariamente, pode-se concluir que a maior receita possível de Rodrigo obter com a venda de trufas, em um dia, é de A) R$ 1 120,00 B) R$ 1 280,00 C) R$ 1 360,00 D) R$ 1 460,00 E) R$ 1 520,00 37. Um apartamento valorizou 200% em um período de 10 anos. Suponha que a valorização tenha sido de p% a cada 5 anos e considere, se necessário,que √2 ≈ 1,4 e √3 ≈ 1,7. Dentre as alternativas a seguir, a que mais se aproxima do valor de p é A) 100 B) 90 C) 80 D) 70 E) 60 38. Sabe-se que sen π 8 = √2 – √2 2 . Porém, existe outro arco trigonométrico x, com 0 < x < 2π, tal que sen x = √2 – √2 2 . Esse arco trigonométrico é: A) x = 7π 8 B) x = 9π 8 C) x = 15π 8 D) x = 3π 8 E) x = 11π 8 39. Observe a imagem a seguir: Neste tipo de imagem, palavras são substituídas por sím- bolos e/ou expressões matemáticas cuja escrita ou so- noridade sejam semelhantes. Das alternativas a seguir, aquela em que há coerência entre o argumento utilizado e esse tipo de semelhança aparece em: A) O símbolo √–1 (a unidade imaginária) indica que algo é delicioso somente na nossa imaginação. B) O uso do símbolo ∑ (a letra grega ‘sigma’) indica que algo está muito (‘infinitamente’) delicioso. C) Na língua inglesa, o símbolo π também é utilizado como um sinônimo da palavra “food”. D) O símbolo 23 representa, em inglês, um verbo conju- gado no passado perfeito (past perfect). E) O uso do símbolo ∑ se deu por seu significado mate- mático e não por sua letra representada. R E P R O D U Ç Ã O / H T T P S :// I.P IN IM G .C O M P1-A25-2023.indd 14P1-A25-2023.indd 14 06/12/2022 16:3206/12/2022 16:32 ✶ PROVA GERAL — P-1 TIPO A-25 — 02/2023 – 15 – 40. O gráfico a seguir apresenta o número de indivíduos adultos de focas da harpa (Pagophilus groenlandicus), nativas do Canadá, entre 1950 e 2020. Disponível em: www.dfo-mpo.gc.ca/science/mammals-mammiferes/atlantic-seal-phoque-atlantique/ appendix5-annex5/index-eng.html. (Adaptado.) . Acesso em: 25 nov. 2022. Considerando as informações fornecidas, está correto afirmar que entre A) 1950 e 1970 a taxa de mortalidade foi maior do que a de natalidade. B) 1950 e 1972 a resistência ambiental foi menor do que nos anos seguintes. C) 1970 e 1995 a taxa de natalidade foi maior do que a de mortalidade. D) 1985 e 1995 a população cresceu de acordo com seu potencial biótico. E) 1996 e 2010 a população pode ter gerado grande número de filhotes. 41. Leia o diálogo a seguir entre o macaco bugio e a ave tucano: A fala do bugio se refere 1 e a preocupação do tucano está relacionada à 2 . A alternativa que preenche adequadamente os espaços 1 e 2, respectivamente, é: A) a espécie exótica; redução de habitat B) à origem da espécie; criação em cativeiro C) a espécie nativa; redução de habitat D) à imigração; caça ilegal E) a espécie invasora; redução de habitat 1950 8 000 000 7 000 000 6 000 000 5 000 000 4 000 000 N ú m er o d e in d iv íd u o s Ano 3 000 000 2 000 000 1 000 000 0 1955 1960 1965 1970 1975 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010 © H U M O R C O M C IÊ N C IA P1-A25-2023.indd 15P1-A25-2023.indd 15 06/12/2022 16:3206/12/2022 16:32 ANGLO VESTIBULARES ✶ – 16 – 42. O desenvolvimento de novas variantes do vírus SARS-CoV-2 é um dos principais problemas enfrentados pelos cientistas na tentativa de conter o avanço da COVID-19. Quanto mais o vírus se multiplica, maior a chance de novas mutações, aumentando a possibilidade do surgimento de variantes mais contagiosas ou, até mesmo, resistentes às vacinas atuais. Sobre a estrutura dos vírus, métodos de prevenção e tratamento de suas doenças, assinale a alternativa correta. A) A falta de vacinação da população aumenta o risco do surgimento de novas variantes. B) As vacinas podem induzir o surgimento de novas mutações, que podem ser resistentes. C) O envelope viral produzido pelo vírus dificulta a ação de vacinas e facilita a ocorrência de mutações. D) As vacinas destroem o DNA do vírus, impedindo sua replicação. E) Os antibióticos utilizados no tratamento da COVID-19 também podem induzir mutações e resistência. 43. A jararaca-do-jabre, Bothrops jabrensis, só é encontrada em uma área muito pequena no interior da Paraíba. Esse tipo de jararaca possivelmente surgiu quando o clima se tornou menos úmido e a vegetação florestal, que antes cobria boa parte do que hoje é o interior do Nordeste, retraiu-se para a faixa litorânea, abrindo espaço para a Caatinga. Uma consequência da retração das florestas teria sido a permanência de algumas porções isoladas de floresta (enclaves) em áreas altas e úmidas, como o pico do Jabre. Disponível em: https://revistapesquisa.fapesp.br/biologos-descrevem-duas-novas-especies-de-jararaca/. Acesso em: 06 out. 2022. A partir das informações contidas no texto, é correto afirmar: A) É o caso de uma especiação simpátrica, com o isolamento de uma porção da população de jararacas que existiam na região do pico do Jabre. B) Quando o clima voltar a se tornar úmido e a vegetação florestal voltar a se expandir, espera-se que ocorra fluxo gênico entre essa espécie e as demais jararacas. C) O fenômeno descrito é o de deriva gênica, por migração de uma parte da população para a região do pico do Jabre, que passou a intercambiar genes com a população local. D) A retração da vegetação causou um isolamento de parte da população e diferenças gênicas foram acumuladas durante o tempo, levando a um isolamento reprodutivo. E) Como resposta às modificações do ambiente, a população de jararacas-do-jabre teve que se modificar para sobreviver, levando à formação de uma nova espécie. 44. No ciclo celular das células somáticas, em uma das fases da interfase, ocorre um processo muito importante que possibilitará a posterior realização da mitose, formando 2 células filhas com a mesma quantidade de material genético da célula-mãe. Esse processo importante que ocorre na interfase A) realiza a transcrição do material genético com a ação da DNA polimerase. B) é responsável pela tradução da informação genética formando proteínas. C) divide a célula emparelhando os cromossomos homólogos duplicados. D) duplica o conteúdo de DNA, permitindo sua divisão entre as células-filhas. E) sintetiza novas fibras proteicas do fuso para separar os cromossomos. 45. A B C As imagens mostram os filamentos proteicos de actina (A), tubulina (B) e queratina (C), componentes do citoesqueleto encon- trado no citoplasma das células eucarióticas. O citoesqueleto é um componente celular importante que realiza várias funções, entre as quais A) a movimentação do citoplasma na ciclose. B) a formação de vesículas de secreção. C) o transporte de nutrientes nos lisossomos. D) a organização da parede celular vegetal. E) a inativação e liberação de toxinas celulares. P1-A25-2023.indd 16P1-A25-2023.indd 16 06/12/2022 16:3206/12/2022 16:32 ✶ PROVA GERAL — P-1 TIPO A-25 — 02/2023 – 17 – 46. “Essas árvores já dominaram a paisagem dos Apa- laches, com bilhões de castanheiras americanas se er- guendo em florestas frondosas que iam do Maine ao Mississippi. Por volta do início do século 20, um fungo exótico quase extinguiu a espécie. Hoje elas ainda bro- tam na natureza, mas raramente atingem a maturidade, estão “funcionalmente extintas”. [...] Kyra e outros pesquisadores da SUNY ESF estão cul- tivando nos campos de Syracuse castanheiras america- nas que conseguem resistir a essa infecção: metade das castanhas produzidas com o pólen geneticamente mo- dificado carregará DNA destinado a combater a praga. O fungo que infecta as castanheiras prospera secre- tando uma substância química chamada ácido oxálico, que mata as células e permite que o patógeno se alimen- te do tecido morto. Mas muitas outras plantas, como ba- nanas, morangos e trigo, evitam esse destino produzindo uma enzima chamada oxalato oxidase, que decompõe a toxina. Em 2014, Powell e Maynard já haviam adicionado com sucesso o gene do trigo às castanheiras e estavam cultivando árvores resistentes a infecções. Disponível em: https://agencia.fapesp.br/artigo-mapeia- tendencias-no-desenvolvimento-de-plantas-transgenicas-ou- geneticamente-editadas/37068/. Acesso em: 01 nov. 2022. Pode-se afirmar que a eficácia das linhagens transgêni- cas de castanheiras americanas no combate à praga se deve à(ao) A) mudança da expressãode genes dos fungos que pa- rasitam as castanheiras. B) produção de antibióticos que atacam as células dos fungos. C) alteração do código genético das castanheiras ameri- canas. D síntese de proteínas que levam à redução de matéria orgânica disponível para o fungo. E) favorecimento da ocorrência de mutações nos parasi- tas de castanheiras. 47. A Taenia solium é um verme platelminto que pode pro- vocar duas doenças diferentes, a teníase e a cisticercose. Os hospedeiros desse parasita são os seres humanos e os porcos. Sobre essas doenças, é correto afirmar que o A) ser humano participa do ciclo como hospedeiro defi- nitivo quando ingere ovos do verme e desenvolve a tênia adulta no intestino. B) ser humano pode desenvolver teníase se ingerir car- ne de porco malpassada contendo os cisticercos, fase larval do verme. C) porco é considerado hospedeiro intermediário do ci- clo da tênia quando ingere cisticercos presentes na água contaminada. D) porco é considerado hospedeiro definitivo quando in- gere ovos da tênia e passa a apresentar a tênia adulta em seu intestino. E) ser humano e o porco podem adquirir teníase se con- sumirem água ou alimentos contaminados com ovos do parasita. 48. Os amniotas conquistaram o ambiente terrestre por apresentarem uma série de adaptações, como ovos com casca e anexos embrionários, pele queratinizada com anexos epidérmicos e respiração exclusivamente pulmo- nar. Analisando o embrião de um réptil no interior do ovo é possível reconhecer os anexos embrionários, co- mo mostra a imagem. Quanto aos amniotas e seus anexos embrionários, é cor- reto afirmar que A) o nome do grupo é dado pela presença do âmnio, es- trutura responsável pela nutrição do embrião e repre- sentada pelo número 2 na imagem. B) nas aves e nos répteis a estrutura número 5 corres- ponde ao âmnio, que protege o embrião contra desi- dratação e está ausente nos mamíferos. C) os mamíferos não pertencem a este grupo, pois se de- senvolvem dentro do corpo da mãe e não possuem o âmnio, representado pelo número 4. D) a estrutura número 4 é o alantoide, responsável pelo armazenamento de excretas e pelas trocas gasosas, o qual se encontra atrofiado nos mamíferos. E) o cório está representado pelo número 5 e nos mamí- feros substitui a função do saco vitelínico e do alantoi- de, pois forma a placenta. E R E B O R M O U N T A IN /S H U T T E R S T O C K P1-A25-2023.indd 17P1-A25-2023.indd 17 06/12/2022 16:3206/12/2022 16:32 ANGLO VESTIBULARES ✶ – 18 – 49. A hemoglobina pode se associar ao gás oxigênio (O2), formando a oxiemoglobina. Aproximadamente 97% do oxigênio é transportado em associação com moléculas de hemoglobina; os 3% restantes são transportados dis- solvidos no plasma sanguíneo. Ao chegar aos tecidos, o O2 se dissocia da hemoglobina e é então difundido para as células dos tecidos, onde participará da respiração ce- lular. A figura mostra a saturação por O2 de hemoglobina em função da PO2. Com base na figura é correto afirmar que: A) Em uma PO2 de cerca de 100 mmHg, típica dos pul- mões, a hemoglobina está saturada com cerca de 80% de oxigênio. B) Quando o O2 se liga a uma das seis cadeias do polis- sacarídeo hemoglobina, as outras cinco alteram leve- mente sua forma, o que aumenta sua afinidade pelo O2. C) Tecidos em repouso apresentam uma PO2 de 40 mmHg, o que corresponde a uma saturação de O2 de 90% na hemoglobina. D) Quando o O2 é liberado pelos tecidos, ele se dissocia pelo sangue através da hemoglobina, fato este que aumenta a PO2. E) Durante uma atividade física intensa, a PO2 é baixa e, com isso, a saturação da hemoglobina também, o que permite a liberação de O2 adicional para os tecidos com elevada atividade metabólica. 50. Leia o texto a seguir: Amapá está na mira da exploração de petróleo em região de corais recém-achados [...] Moroni Pascale, 60, professor e coordenador do Mo- vimento dos Atingidos por Barragens do Amapá relata que a reprodução de peixes foi afetada, roças foram ala- gadas e famílias que viviam da agricultura e da produção de farinha perderam suas atividades. Moroni e o padre Sisto [Magro, [que faz parte da coordenação colegiada da Pastoral da Terra do Amapá] destacam que a alteração no fenômeno natural chama- do pororoca – impacto causado pelo encontro de águas fluviais e oceânicas – se intensificou após a construção das hidrelétricas. O rio Araguari, que antes desaguava no Atlântico, passou a ter a sua foz no rio Amazonas. O caso é considerado um dos maiores acidentes ambientais do Amapá. 100 80 O2 liberado para os tecidos em repouso O2 liberado para os tecidos durante o exercício 60 40 20 0 0 20 Tecidos durante o exercício 40 60 80 100 Tecidos em repouso Pulmões PO2 (mmHg) Saturação por O2 de hemoglobina (%) No caminho do novo curso do rio, moradores de comunidades do arquipélago do Bailique sofrem com riscos de desmoronamento. [...] Com o recuo do Araguari, que mudou de curso, o oceano tem avançado mais para a costa do Amapá, criando outro tipo de problema no rio Amazonas. Cerca de 14 mil moradores do arquipélago do Bailique, enfren- tam ainda a salinização das águas, que causa falta de água potável e deixa o açaí com gosto salgado. Os chamados corais da Amazônia, outro ponto de preocupação ambiental no estado, foram descobertos em 2016 após uma expedição do Greenpeace. Com es- pécies que ainda nem tiveram a oportunidade de serem estudadas, a formação está na mira da exploração de petróleo. [...] Em 2018, tramitou uma proposta para tornar o recife uma área de preservação permanente, mas a Câ- mara dos Deputados barrou. No mesmo ano, falhas nas propostas para a explora- ção segura do potencial de petróleo na região fizeram o Ibama negar licença para a empresa francesa Total. [...] Outro risco ambiental no Amapá tem origem no ga- rimpo: a contaminação de mercúrio nos peixes consumi- dos. Em 2020, um estudo apontou níveis superiores ao limite recomendado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) em 28,7% dos pescados analisados. [...] Quatro das sete espécies com as maiores concentra- ções de mercúrio estavam entre as mais consumidas na região – e o pescado é a única fonte de proteína de co- munidades no interior do estado, incluindo as indígenas. “O Amapá não sofre muito com desmatamento ile- gal. A questão do garimpo é a principal ameaça. Não é só o mercúrio, o garimpo traz prostituição, tráfico de armas. É um problema silencioso”, diz Decio Yokota, coordena- dor de gestão da informação no Iepé (Instituto de Pesqui- sa e Formação Indígena) [...]. Simone Vidal, indígena do povo karipuna, integran- te da APOIANP (Articulação dos Povos e Organizações Indígenas do Amapá e Norte do Pará), Vidal afirma que a vigilância se concentra apenas nas áreas da BR-210, a Pe- rimetral Norte, e no rio Oiapoque, que faz fronteira com a Guiana Francesa. “São três terras indígenas cortadas por uma BR e um rio que faz a divisa do Brasil com a Guiana Francesa. Os territórios sofrem impactos. Ficam à margem dessa BR, e isso limita a liberdade. O rio é a entrada para garim- pos ilegais na Guiana Francesa”, conta.” CARVALHO, Rosiene. Amapá está na mira da exploração de petróleo em região de corais recém-achados. Yahoo Notícias, 27 set.2022. Disponível em: https://br.noticias.yahoo.com/ amap%C3%A1-est%C3%A1-na-mira-da-205200114. html?guccounter=1. Acesso em: 29 set. 2022. Sobre essa notícia, que traz informações sobre vários im- pactos ambientais no Amapá, pode-se afirmar que: A) O elemento mercúrio (Hg), à temperatura ambiente, é líquido; logo, seu ponto de fusão é maior que o de outros metais, como o ferro (Fe). Trata-se de um ele- mento usado nos garimpos, como ocorre em várias áreas no Amapá, e que quando evapora gera uma fumaça tóxica que contamina tanto o ar quanto os garimpeiros. B) Entre os estados que compõem o bioma da Amazô- nia, o Amapá é o menor deles e está no 3o fuso horá- rio do sistema de fusos brasileiros, juntamente com osdemais estados da região Norte. Esse estado pos- sui vários ecossistemas, como uma parte de cerrado, manguezais, mata dos cocais e um sistema recifal (co- rais da Amazônia). P1-A25-2023.indd 18P1-A25-2023.indd 18 06/12/2022 16:3206/12/2022 16:32 ✶ PROVA GERAL — P-1 TIPO A-25 — 02/2023 – 19 – C) O garimpo segue sendo uma das principais ameaças ambientais e sociais no Amapá, pois está associado à prostituição, ao tráfico de armas, à invasão de terras indígenas e às consequências da biomagnificação do metilmercúrio por populações ribeirinhas e indígenas que consomem frequentemente os peixes contami- nados. D) O Ibama negou uma licença à empresa francesa To- tal, na área de corais da Amazônia, para que esta pu- desse explorar petróleo, uma mistura complexa de compostos orgânicos que não é miscível com a água, pois seus constituintes são formados principalmente por átomos de carbono e hidrogênio em moléculas polares. E) O processo de salinização que vem ocorrendo nas águas do rio Araguari, devido ao fenômeno da poro- roca, agora está inviabilizando o uso das águas desse rio pelos moradores locais, além disso os ribeirinhos também sofrerem com ameaças de desmoronamen- to das margens do rio, colocando em risco suas habi- tações. 51. Uma barra homogênea cujo peso aplicado é 100 N está fixada em uma articulação localizada em uma de suas extremidades. Na outra extremidade, há dois fios ideais, 1 e 2, que estão presos a ela. Um bloco de massa 8 kg é preso ao fio 2. Admitindo- -se que a intensidade do campo gravitacional é 10 N/kg, qual das alternativas representa a força que a articulação aplica na barra? A) B) A �o 2 �o 1 barra C) D) E) 52. Um sistema de dois blocos idênticos, fio s, dinamômetro e polia pode assim ser representado. (Situação 1) Em um dado momento, o bloco A é retirado e uma força de tração de 100 N é aplicada ao fio. (Situação 2) Admitindo-se que os fios, dinamômetro e polia sejam ideais, qual a razão entre as acelerações (a1a2) que o corpo B desenvolve nas duas situações? A) 1 2 B) 1 4 C) 1 D) 2 E) 4 P 5 100N A B T 5 100N B P1-A25-2023.indd 19P1-A25-2023.indd 19 06/12/2022 16:3206/12/2022 16:32 ANGLO VESTIBULARES ✶ – 20 – 53. Um automóvel de 1 ton desenvolve velocidade de 30 m/s para a direita, sobre uma pista plana e horizontal, quan- do o motorista retira o pé do acelerador e pisa no freio. Devido a essa ação, o carro para após um intervalo de tempo 5 s. Qual das alternativas representa as forças aplicadas no carro na direção horizontal? A) A 5 4 000N F 5 10 000N B) F 5 6 000N C) A 5 10 000N F 5 4 000N D) A 5 6 000N E) A 5 10 000N 54. Estímulos nervosos se propagam pelos nervos de uma pessoa com velocidades superiores a 180 km/h. Uma pessoa com 1,80 m de altura bate seu pé em um obstá- culo, provocando a propagação de um estímulo elétrico. Quanto tempo, aproximadamente, esse estímulo levaria para chegar ao córtex cerebral dessa pessoa? Considere, para facilitar os cálculos, que a velocidade de propaga- ção do estímulo seja constante e igual a 180 km/h. A) 18 ms B) 24 ms C) 36 ms D) 42 ms E) 48 ms 55. O elevador mais rápido do mundo está localizado no prédio Shanghai Tower, na China, edifício com 632 m de altura e 128 andares, além de três subsolos. O elevador atinge a incrível velocidade de 20,5 m/s ou, aproximada- mente, 74 km/h. O arranha-céu Shanghai Tower iluminado durante a noite. Sabendo-se que a massa do elevador mais a de seus ocupantes é igual a 500 kg, e considerando que os cabos que sustentam esse conjunto sejam ideais, calcule a po- tência do motor que move esse elevador para cima em sua velocidade máxima e constante. LU C A R E I/S H U T T E R S T O C K Note e adote: • g = 10 m/s2 A) 102 500 W B) 10 250 W C) 205 000 W D) 20 500 W E) 307 500 W 56. Em uma aula de laboratório de Física, o professor apre- senta aos alunos um equipamento elétrico de valores nominais 20 V – 40 W, um gerador ideal de força ele- tromotriz igual a 30 V, além de uma caixa de resistores de diversas resistências elétricas diferentes, que devem ser associadas em série ao equipamento para não dani- ficá-lo. Nessas condições, qual o valor da resistência elétrica do resistor que deve utilizado? A) 1 Ω B) 5 Ω C) 10 Ω D) 20 Ω E) 30 Ω 57. João Paulo (JP) e Pedro Henrique (PH) seguram duas cordas distintas que apresentam uma de suas extremida- des presas a uma parede. Inicialmente, as cordas se en- contram em repouso e dispostas horizontalmente. Eles desejam saber quem é capaz de produzir ondas que se propagam com a maior velocidade nessas cordas. Simul- taneamente, PH e JP começam a produzir ondas trans- versais e, após um mesmo intervalo de tempo, as duas cordas assumem as configurações mostradas a seguir. A razão entre a velocidade das ondas de PH e a velocida- de das ondas de JP (vPHvJP ) e a razão entre a frequência de oscilação de PH e a frequência de oscilação de JP ( fPHfJP ) valem respectivamente: A) 1 e 1. B) 1,6 e 1,6. C) 1 e 1,6. D) 1,6 e 1. E) 4,0 e 2,5. L JP L PH P1-A25-2023.indd 20P1-A25-2023.indd 20 06/12/2022 16:3206/12/2022 16:32 ✶ PROVA GERAL — P-1 TIPO A-25 — 02/2023 – 21 – 58. Um cubo de gelo, inicialmente a 0 ºC e de massa 1,0 kg, está completamente submerso em 3,0 kg de água, inicial- mente a 16 ºC, e preso por meio de um fio ideal, de ca- pacidade térmica desprezível, ao fundo de um recipiente adiabático, conforme representado na figura. Considere que ocorra troca de calor exclusivamente en- tre a água e o gelo e que, à medida que o gelo derrete, o fio continue prendendo o cubo de gelo ao fundo do recipiente. Dados: • Calor específico da água: 1 cal/g · ºC • Calor específico do gelo: 0,5 cal/g · ºC • Calor latente de fusão do gelo: 80 cal/g Nessas condições, à medida que ocorrem as trocas de calor entre o gelo e a água, o comportamento da força de tração aplicada pelo fio é tal que sua intensidade A) se mantém constante desde o início até o equilíbrio térmico. B) se mantém constante até que, no equilíbrio térmico, se torna nula. C) vai diminuindo até que, no equilíbrio térmico, se torna nula. D) vai diminuindo até atingir um valor mínimo, não nulo, no equilíbrio térmico. E) vai aumentando até atingir um valor máximo, no equilíbrio térmico. 59. Uma pequena lâmpada acesa L se encontra presa a uma parede P. Diante da parede e paralelamente a ela, existe um espelho plano E, retangular, cuja superfície refletora apresenta uma área A. Esse espelho, por reflexão, gera uma região iluminada na própria parede P. A superfície iluminada por reflexão na parede P apresen- ta uma área igual a A) A 2 . B) A. C) 2A. D) 4A. E) 8A. P L E Rascunho P1-A25-2023.indd 21P1-A25-2023.indd 21 06/12/2022 16:3206/12/2022 16:32 ANGLO VESTIBULARES ✶ – 22 – 60. O termômetro digital óptico passou a ser um instrumen- to de aferição de temperatura comum no cotidiano das pessoas. Uma de suas vantagens é que ele não necessita estar em contato com a pele da pessoa examinada, uma vez que a temperatura é obtida a partir da análise da fre- quência da radiação térmica do corpo da pessoa. A radiação térmica emitida pelos seres humanos se en- contra na faixa do espectro das ondas eletromagnéticas conhecida como A) infravermelho. B) luz visível. C) ultravioleta. D) micro-ondas. E) radiação gama. 61. Quando radiações eletromagnéticas com certas frequên- cias atingem uma superfície metálica, a interação entre os fótons e a estrutura do metal acaba ejetando elétrons, com certa energia cinética (Ec). Esse fenômeno, conheci- do como efeito fotoelétrico, foi objeto de estudo de mui- tos cientistas, culminando com o trabalho de Einstein, laureado com o prêmio Nobel, no início do século XX. A energia cinética dos elétrons ejetados (fotoelétrons) é dada pela equação de Einstein para o efeito fotoelétrico: Ec = h · f – ϕ0 em que h é a constante de Planck, f é a frequência da radiação incidente e ϕ0 é conhecida como “funçãotra- balho”. O gráfico que relaciona a energia cinética dos fotoelé- trons de um metal em função da frequência da radiação incidente sobre ele é: B A T E C H E N K O FF F/ S H U T T E R S T O C K radiação eletromagnética elétrons ejetados placa metálica 2 2 2 2 2 2 2 2 2 Ec fx y 0 Com relação a esse gráfico, são feitas as seguintes afir- mações: I. A inclinação da semirreta é a mesma para todos os metais. II. O valor de x corresponde à menor frequência que a radiação eletromagnética deve ter para ejetar elé- trons do metal. III. O valor do módulo de y corresponde à energia mí- nima que o fóton deve ter para ejetar um elétron da placa metálica. É(São) correta(s) a(s) afirmação(ões): A) I, II e III. B) II e III, apenas. C) I e II, apenas. D) III, apenas. E) II, apenas. 62. No sinuoso e conflitivo caminho que se abriu a partir das adesões, no Brasil, ao constitucionalismo português em 1821 [...], outros grupos sociais também foram mo- bilizados, mas sem a capacidade de ação e decisão dos mais ricos e poderosos que foram, se não os únicos, sem dúvida os principais protagonistas da Independência. No plano político e ideológico, o constitucionalismo portu- guês, inspirado no espanhol, se constituíra em uma po- derosa fonte para a gradual conversão dessa comunhão de interesses em um projeto de um novo Estado e de uma nova nação. Com a fundação do Império do Brasil, o ano de 1823 se abria com a necessidade de se levar adiante essa tarefa. PIMENTA, João Paulo. Independência do Brasil. São Paulo: Editora Contexto, 2022, p. 113. Em meio a uma grande abertura de possibilidades de fu- turo que estavam sendo criadas às elites brasileiras no processo de independência, A) a defesa de um regime monárquico autônomo, com suas benesses nobiliárquicas, correspondia aos inte- resses das Cortes de Lisboa em relação ao Brasil. B) as divergências entre os abolicionistas e os escravis- tas na Assembleia Constituinte do Brasil fortaleceram D. Pedro I e seus ideais federalistas. C) o constitucionalismo português contou com depu- tados brasileiros contrários a D. Pedro I defendendo interesses de Portugal e de D. João VI. D) grandes comerciantes, fazendeiros e altos funcioná- rios reais temiam que a ascensão de D. Pedro I ao tro- no rebaixaria a condição do Brasil perante Portugal. E) a Assembleia Constituinte do Brasil, convocada por D. Pedro I em junho de 1822, fundamentava-se em uma economia agrária, exportadora e escravista. P1-A25-2023.indd 22P1-A25-2023.indd 22 06/12/2022 16:3206/12/2022 16:32 ✶ PROVA GERAL — P-1 TIPO A-25 — 02/2023 – 23 – 63. O DEOPS/SP na Era Vargas foi um laboratório im- portante para a aplicação das modernas práticas de or- ganização burocrática, as quais estavam na agenda dos novos “técnicos” da administração pública. As diretivas da burocracia racional legal e de seu sistema eficiente de operações seriam disseminadas para os demais órgãos do Estado, sobretudo após a formação do DASP (Depar- tamento Administrativo do Serviço Público) durante a ditadura do Estado Novo. A preocupação com a moder- nização da polícia demonstrava a importância do depar- tamento para a consolidação do regime. FLORINDO, Marcos Tarcisio. “O DEOPS/SP na Era Vargas: Crescimento institucional, administração burocrática e práticas tradicionais de atuação policial”. In: Aurora, Revista Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais da Unesp de Marília, vol. 4, n. 1, 2010, p. 124-139. Durante o Estado Novo, as atividades de investigação e de repressão desencadeadas pelo DEOPS/SP tornaram- -se notórias pelo autoritarismo. Nesse contexto, a(s) A) burocracia racional legal emprestava ao policiamento mais eficácia nas operações e na organização das in- formações. B) possibilidades do controle pelo temor diminuíram o próprio poder discricionário do policial nos cenários de conflito. C) atuação dos comunistas no Estado Novo se valeu do fato de que os departamentos de segurança do Esta- do receberam poucos investimentos. D) sociedade brasileira era tomada como um campo de suspeição permanente, no qual mesmos os agentes do DASP foram encarcerados. E) violência dos investigadores para controlar os confli- tos sociais desrespeitava a harmonia social propagan- deada por Vargas. 64. Analisando a economia e a população escravizada nas Minas Gerais durante a mineração, o historiador Carlos Magno Guimarães afirmou: Após uma nítida queda a partir de 1738, a população escrava volta a crescer atingindo sua maior dimensão no século XIX, e não no século XVIII como seria de se esperar. GUIMARÃES, Carlos Magno. “Mineração, quilombos e Palmares – Minas Gerais no século XVIII”. In: GOMES, Flávio; REIS, João José (orgs.). Liberdade por um fio: história dos quilombos no Brasil. São Paulo: Cia. das Letras, 1996, p.139-163. Levando em consideração o excerto e a relação entre o número de escravizados e o aquecimento da atividade econômica, pode-se afirmar que A) o tráfico interno de escravizados foi mais que suficien- te para suprir as demandas da atividade mineradora, que atingiu seu apogeu em Minas Gerais no século XIX. B) relacionar número de escravizados com intensidade de atividade econômica não é válido nas Minas Gerais do século XVIII, onde predominava o trabalho livre na mineração. C) a crise da mineração na segunda metade do século XVIII não se transformou em uma crise geral da eco- nomia mineira, pois outras atividades substituíram a extração do minério. D) a variação na população escravizada seguiu o ritmo da extração do ouro na região, que atingiu seus pon- tos altos no início e no fim do século XVIII e estagnou nas décadas intermediárias daquele século. E) a crise da mineração gerou a estagnação econômica das Minas Gerais, com a multiplicação das alforrias de escravizados e a inversão de sentido do tráfico in- terno de cativos. 65. A Constituição de 1891 definiu as bases institucio- nais do novo regime – presidencialismo, federalismo e sistema bicameral – implementou uma série de mudan- ças, para bem marcar a ruptura. A Igreja separou-se do Estado, e introduziu-se o registro de nascimento civil, ca- samentos e mortes. A proposta federalista, por sua vez, organizava o novo regime em bases descentralizadas, dando às antigas províncias, agora transformadas em estados, maior autonomia e controle fiscal, e jogava por terra a crença do centralismo monárquico como agente de coesão nacional. SCHWARCZ, Lilia M.; STARLING, Heloisa M. Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015, p. 319-320. A partir da leitura da imagem e do texto, pode-se afirmar que A) apresentam contradição estrutural, pois enquanto o texto ressalta o federalismo, a imagem revela a cen- tralização de poderes em Minas Gerais e São Paulo. B) demonstram que as estruturas centralistas do Impé- rio foram substituídas por uma República autoritária e centralista. C) enquanto o texto revela uma República ingovernável, dado o seu caráter federalista, a imagem ressalta as disputas democráticas pela presidência. D) enquanto o texto descreve as estruturas institucionais da Primeira República, a charge revela as tensões po- líticas naquele contexto. E) a política do café-com-leite reduziu a República a uma mera alternância entre as oligarquias mineira e pau- lista, representando a consolidação de um regime po- lítico centralizado. R E P R O D U Ç Ã O /F U N D A Ç Ã O B IB LI O T E C A N A C IO N A L, R IO D E J A N E IR O , R J P1-A25-2023.indd 23P1-A25-2023.indd 23 06/12/2022 16:3206/12/2022 16:32 ANGLO VESTIBULARES ✶ – 24 – 66. Cobertura florestal no território referente ao estado de São Paulo Data Área coberta por mata nativa 1800 81,8% 1850 70,5% 1907 58,0% 1920 45% MARQUES, Luiz. Brasil, 200 anos de devastação. O que restará do país após 2022?. Estudos Avançados [on-line]. 2022, v. 36, n. 105, p. 169-184. Disponível em: https://doi.org/10.1590/ s20103-4014.2022.36105.011.
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