Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Jurisdição PROCEDIMENTOS ESPECIAIS: SEGUNDO O CPC, HÁ DUAS MODALIDADES DE PROCEDIMENTOS ESPECIAIS, OS DE JURISDIÇÃO CONTENCIOSA E OS DE JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA. OS DE JURISDIÇÃO CONTENCIOSA SE REFEREM À SOLUÇÃO DE LITÍGIOS, ENQUANTO OS DE JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA APENAS À ADMINISTRAÇÃO JUDICIAL DE INTERESSES PRIVADOS NÃO LITIGIOSOS. ▪ Artigos 539 ao 770 do Código de Processo Civil; ▪ Leis Esparsas; ▪ Trazem regras próprias de tramitação. O QUE É JURISDIÇÃO CONCEITO: O SIGNIFICADO DA PALAVRA JURISDIÇÃO TEM ORIGEM NO LATIM “JÚRIS” QUE SIGNIFICA DIREITO E DA PALAVRA “DICERE” QUE SIGNIFICA DIZER O DIREITO. NO SÉCULO XIV, SEU SIGNIFICADO FOI ALTERADO PARA “EXTENSÃO OU ALCANCE DO PODER ADMINISTRATIVO”. O SIGNIFICADO DE JURISDIÇÃO É O PODER CONFERIDO AO ESTADO DE APLICAR O DIREITO A UMA DETERMINADA SITUAÇÃO. EM SUMA, JURISDIÇÃO É A FUNÇÃO DE SOLUCIONAR CONFLITOS, DIANTE DA APLICAÇÃO DA LEI, EXERCIDA PELO PODER JUDICIÁRIO. PARA MAIS, DE ACORDO COM O LIVRO “TEORIA GERAL DO PROCESSO – ANTONIO C. A. CINTRA, ADA P. GRINOVER, CÂNDIDO R. DINAMARCO” A JURISDIÇÃO É UMA FUNÇÃO DO ESTADO, POIS ESSE DEVE PROMOVER A PACIFICAÇÃO DO MEIO SOCIAL ATRAVÉS DA JUSTIÇA. OUTROSSIM, ESSA HARMONIZAÇÃO É PROMOVIDA ATRAVÉS DE TRÊS MEIOS, SENDO ELES, PODER, FUNÇÃO E ATIVIDADE. a) Poder: Expressa a capacidade do Estado de impor suas decisões sobre a população, desde que essas visem o bem comum. b) Função: Demonstra o dever conferido aos órgãos jurisdicionais, de buscar a pacificação de lides (interindividuais), exercendo o direito justo e mediante o devido processo. c) Atividade: Figura o exercício do poder com o intuito de cumprir a função, ou seja, representa as incumbências dos juízes e árbitros, os quais impõem seu poder para resolver uma lide, com a intenção de promover a pacificação do meio social, no qual estão inseridos. A JURISDIÇÃO, POR SER UMA FUNÇÃO IMPRESCINDÍVEL DO ESTADO, POSSUI CARACTERÍSTICAS SENDO ELAS, O CARÁTER SUBSTITUTIVO, A DEFINITIVIDADE, A IMPARCIALIDADE, O MONOPÓLIO DO ESTADO, A INÉRCIA, A LIDE E O ESCOPO JURÍDICO DE ATUAÇÃO DO DIREITO. a) Caráter substitutivo Quando os atuantes da jurisdição cessam uma lide, ao proferir a decisão de com qual das partes reside a razão, valem-se dessa característica, pois, substituem com sua sentença as atividades dos indivíduos envolvidos. b) Definitividade Os atos jurisdicionais são suscetíveis de se tornarem imutáveis, tolhendo assim, a possibilidade de serem revistos ou modificados. c) Imparcialidade Essa é uma exigência prevista nos artigos 144 do Código de Processo Civil (CPC). c) Imparcialidade Essa é uma exigência prevista nos artigos 144 do Código de Processo Civil (CPC). As decisões judiciais devem ser de forma justa, reta, equitativa e o magistrados devem prevalecer neutros . A imparcialidade do juiz é pressuposto de validade do processo, devendo o juiz colocar-se entre as partes e acima delas. d) Monopólio do Estado Somente o Estado pode exercer a jurisdição, julgar e conferir a outrem essa capacidade, por esse motivo, a arbitragem é jurisdição. e) Inércia e Lide A jurisdição permanece em estado de inércia, até que seja provocada por uma das partes existentes em uma lide, ou seja, depende da existência de um conflito para entrar em ação. f) Escopo jurídico de atuação do direito Segundo o livro “Teoria Geral do Processo – Antonio C. A. Cintra, Ada P. Grinover, Cândido R. Dinamarco” o escopo jurídico de atuação do direito é “a atuação (cumprimento, realização) das normas de direito substancial (direito objetivo)”. Em outras palavras, essa característica visa garantir a eficácia do cumprimento do que está pré-estabelecido nas normas vigentes. ALÉM DAS CARACTERÍSTICAS JÁ CITADAS, PARA A JURISDIÇÃO PODER SER EXERCIDA DE FORMA EFICIENTE É NECESSÁRIO QUE SEUS ATUANTES SIGAM ALGUNS PRINCÍPIOS INERENTES A ELA, SENDO ELES, O PRINCÍPIO DA INVESTIDURA, DA ADERÊNCIA AO TERRITÓRIO, DA INDELEGABILIDADE DA JURISDIÇÃO, DA INEVITABILIDADE, DA INAFASTABILIDADE E O DO JUIZ NATURAL. a) Princípio da investidura Esse prega que a jurisdição só deve ser exercida por aqueles que foram devidamente investidos de tal poder, no caso, os juízes. b) princípio da aderência ao território esse estabelece limites territoriais para a jurisdição que cada juiz exerce. c) princípio da indelegabilidade da jurisdição esse determina que o indivíduo que exerce a jurisdição não pode delegar funções a outro órgão, seguindo seus próprios critérios ou atendendo suas conveniências pessoais, pois ele é um agente do estado. d) princípio da inevitabilidade esse estipula que por a jurisdição ser originaria do próprio poder estatal, sua autoridade impõem-se sobre si mesma, independentemente da vontade das partes ou de eventual pacto para aceitarem os resultados do processo. ou seja, as decisões tomadas por órgãos jurisdicionais são inevitáveis. e) Princípio da inafastabilidade Também conhecido como princípio do controle jurisdicional, esse garante a todos o acesso ao poder judiciário, quando sentirem que foram lesados de alguma forma. Portanto, incumbe ao juiz o dever de promover solução aos casos que lhe forem apresentados. f) Princípio do juiz natural Esse assegura as partes de uma lide, que o juiz estabelecido ao proferir sua sentença será imparcial e independente, com a finalidade de promover a justiça. Portanto, proíbe os tribunais de exceção. ESPÉCIES DE JURISDIÇÃO: ASSIM DIZ O ARTIGO 1º DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL: “ART. 1O A JURISDIÇÃO CIVIL, CONTENCIOSA E VOLUNTÁRIA, É EXERCIDA PELOS JUÍZES, EM TODO O TERRITÓRIO NACIONAL, CONFORME AS DISPOSIÇÕES QUE ESTE CÓDIGO ESTABELECE”. A JURISDIÇÃO CONTENCIOSA OBSERVA-SE, COM CLAREZA, A NECESSIDADE INDISPENSÁVEL DA ORDEM JURÍDICA, QUE SE CONSUBSTANCIA NO OBJETIVO FUNDAMENTAL ATRIBUÍDO AO PODER JUDICIÁRIO, TENDO COMO PRESSUPOSTO A CONTROVÉRSIA, A LIDE, O CONFLITO CONSIDERADA COMO A PRETENSÃO DO QUE AFIRMA TER O DIREITO SUBJETIVO MATERIAL INSATISFEITO PELA RESISTÊNCIA DO OBRIGADO A ESSA SATISFAÇÃO. ESPÉCIES DE JURISDIÇÃO: ASSIM DIZ O ARTIGO 1º DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL: “ART. 1O A JURISDIÇÃO CIVIL, CONTENCIOSA E VOLUNTÁRIA, É EXERCIDA PELOS JUÍZES, EM TODO O TERRITÓRIO NACIONAL, CONFORME AS DISPOSIÇÕES QUE ESTE CÓDIGO ESTABELECE”. A JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA, APESAR DE TER PRINCÍPIOS PRÓPRIOS, (ISTO É, NÃO EXISTIR PROCESSO E SIM, PROCEDIMENTO; OS PROTAGONISTAS NÃO SE CHAMAM PARTES, MAS INTERESSADOS; A COISA JULGADA OPERA DIFERENTEMENTE, ETC.), ESTÁ TRATADA NOS CÓDIGOS DE PROCESSO, COMO FUNDAMENTAL PARTE DA ATUAÇÃO DO PODER JUDICIÁRIO. ESPÉCIES DE JURISDIÇÃO: AS CARACTERÍSTICAS DA JURISDIÇÃO CONTENCIOSA PODEM SER ASSIM OBSERVADAS; A LIDE, OU SEJA, NECESSITA EXISTIR UM CONFLITO ENTRE AS PARTES QUE ENSEJEM A INTERFERÊNCIA DO ESTADO PARA SOLUCIONAR A LIDE ENTRE ELAS. PORTANTO, CONFORME LUIZ GUILHERME DA COSTA ADUZ: “CORRETO, ENTÃO, AFIRMAR QUE A EXISTÊNCIA DE UMA LIDE É TRAÇO MARCANTE DA JURISDIÇÃO CONTENCIOSA.” É NECESSÁRIO QUE HAJA UMA AÇÃO, ISTO É, O INGRESSAR EM JUÍZO PARA QUE O CONFLITO TENHA UMA SOLUÇÃO. SENDO ASSIM A PROVOCAÇÃO DO PODER JUDICIÁRIO PARA QUE ESTE ATRAVÉS DA ATIVIDADE JURISDICIONAL DECIDA ACERCA DA PROBLEMÁTICA ENTRE AS PARTES. ESPÉCIES DE JURISDIÇÃO: NA JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA NÃO HÁ LIDE, NÃO SE TRATA DE PARTES, MAS SIM DE INTERESSADOS, TENDO EM VISTA QUE NÃO HÁ A EXISTÊNCIA DE UMA COISA PARA SER JULGADA, MAS POSSUI UM CARÁTER ADMINISTRATIVO CORRENTES QUE TRATAM DA JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA: De forma breve, sobre a natureza jurídica da jurisdição voluntária, pode-se analisar que existem três correntes que tratam sobre a natureza jurídica deste tipo de jurisdição sendo elas: A corrente jurisdicionalista: A primeira corrente possui como base a questão de que a jurisdição de forma taxativa é una, portanto, ocorre a tutela de interesses privados que serão resolvidos pelo Poder Judiciário.Para esta corrente existem as partes, a existência de uma pretensão resistida, ou seja, a lide não é fator que determine sua natureza, o Estado neste tipo agirá como terceiro imparcial CORRENTES QUE TRATAM DA JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA: De forma breve, sobre a natureza jurídica da jurisdição voluntária, pode-se analisar que existem três correntes que tratam sobre a natureza jurídica deste tipo de jurisdição sendo elas: A corrente administrativa: para esta corrente o Estado representado na figura do juiz opera com atos meramente administrativos. Para os seguidores dessa corrente, a lide, ou seja, o conflito de interesses inexiste, assim sendo para esses correntistas, existem interessados e não partes. A corrente autonomista: como o próprio induz, tal corrente acredita que a jurisdição voluntária seria uma espécie de jurisdição independente, isto é, autônoma. Uma mistura de função judiciária e administrativa. Art. 719. Quando este Código não estabelecer procedimento especial, regem os procedimentos de jurisdição voluntária as disposições constantes desta Seção. Art. 720. O procedimento terá início por provocação do interessado, do Ministério Público ou da Defensoria Pública, cabendo-lhes formular o pedido devidamente instruído com os documentos necessários e com a indicação da providência judicial. Art. 721. Serão citados todos os interessados, bem como intimado o Ministério Público, nos casos do art. 178 , para que se manifestem, querendo, no prazo de 15 (quinze) dias. Art. 719. Quando este Código não estabelecer procedimento especial, regem os procedimentos de jurisdição voluntária as disposições constantes desta Seção. Art. 720. O procedimento terá início por provocação do interessado, do Ministério Público ou da Defensoria Pública, cabendo-lhes formular o pedido devidamente instruído com os documentos necessários e com a indicação da providência judicial. Art. 721. Serão citados todos os interessados, bem como intimado o Ministério Público, nos casos do art. 178 , para que se manifestem, querendo, no prazo de 15 (quinze) dias. O ordenamento jurídico é composto por pilares que mantém sob ordem a sociedade, trazendo segurança jurídica e mantendo o Estado Democrático de Direito. A jurisdição é pilar essencial para a manutenção da paz social. Decerto que o Poder Judiciário tem como função garantir os direitos de todos os cidadãos e tem como respaldo a Constituição Federal, onde esta mediante as garantias dos respectivos juízes e órgãos possuem a função de pacificação social. Assim sendo, aplicar o direito aos casos concretos é parte da jurisdição, de modo que esta se apresenta da forma contenciosa e voluntária. Na jurisdição contenciosa, o fator determinante para esta, se dá na lide, isto é, é necessário existir uma pretensão resistida, um conflito entre as partes que enseje uma decisão do Estado.
Compartilhar