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ÁREA CHAPEÁVEL - PRÓTESE

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Apostila produzida através das aulas de Prótese Total na Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto - FORP/USP 
 
Área chapeável 
 
As próteses totais têm como principal função a restauração da estética e função. Para que 
cumpra com a função, deve-se ter conhecimento da correta extensão de suas superfícies de 
assentamento (bases protéticas) e suas relações com o complexo anatômico e biológicos da área 
protética. 
As bases protéticas das próteses totais convencionais assentam-se sobre tecido moles e 
fixos. A prótese total superior é sustentada pelos pares de ossos maxilar e palatino. Enquanto a 
prótese total inferior é sustentada pela mandíbula. 
A área ou zona chapeável é a área da cavidade bucal desdentada (superior ou inferior) dentro 
da qual poderá ser assentada a base da prótese total, de acordo com a qualidade dos tecidos que a 
integram, a necessidade de satisfazer as condições de retenção, suporte e estabilidade do aparelho 
protético. 
A área chapeável é uma superfície composta de osso recoberto por membrana mucosa, 
estabelecida individualmente, com extensão variável de acordo com razões anatômicas, funcionais 
e tolerância individual. 
É impossível um estabelecimento anatômico preciso para delimitação da área chapeável, 
contudo, há a presença de referências na cavidade bucal que orientam o delineamento, as quais 
devem ser analisadas clinicamente na cavidade bucal e no modelo inicial. 
Os tecidos ósseos são recobertos por tecido mucoso composto por: zona estacionária e zona 
móvel (não estacionária). 
A zona estacionaria é aderida ao osso, logo não se movimenta, recobrindo os rebordos 
alveolares (superior e inferior) e o palato. Possui coloração rosa claro, é pouco irrigada, levemente 
rugosa e de consistência firme. Histologicamente é formada por epitélio estratificado grosso 
queratinizada. Seu córium possui fibras colágenas densas e numeradas, com pequena participação 
de fibras elásticas. Sua submucosa é pouco diferenciada e com quantidade de tecido glandular 
escassa ou nula. Para fins protéticos, é a gengiva ideal para recobrir os rebordos alveolares 
residuais, pois é fixa. 
A zona móvel é separada do periósteo por uma submucosa, fica ao redor da zona estacionária 
e é composta de elementos anatômicos dinâmicos. Possui coloração avermelhada, movimenta-se e 
possui irrigação abundante. Histologicamente é formada por epitélio paraqueratinizado, submucosa 
frouxa e abundante, seu córium possui fibras elásticas abundantes e poucas fibras colágenas. A 
zona móvel possui tecidos que podem alterar-se, com seus deslocamentos ou mudanças 
dimensionais a estabilidade do aparelho protético. 
Clinicamente, podemos diferenciar os tecidos estacionários dos móveis pelas seguintes 
questões: tracionar lábios e bochechas e avaliar os tecidos que permanecem fixos, diferença na 
coloração, presença de inserções e pregas dos tecidos móveis e diferença da textura de superfície 
de ambos os tecidos (aderido é mais rugoso e não aderido é mais liso). 
Há uma linha vista por vestibular e palatina/lingual que divide os tecidos móveis dos tecidos 
estacionários, sendo a linha neutra, linha de inserção ou linha cero-anatômica. A posição da linha 
neutra em relação à crista do rebordo alveolar residual é um fator determinante do prognóstico do 
aparelho protético, uma vez que a área chapeável termina onde começam os tecidos móveis. 
 
Apostila produzida através das aulas de Prótese Total na Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto - FORP/USP 
 
Ao delimitar a área chapeável, deve-se determinar uma extensão da base protética que 
mantenha um selamento periférico adequado do aparelho protético obtido às custas dos tecidos 
móveis e permita uma liberdade de movimentação aos tecidos móveis. 
Entre a extensão mínima necessária e a máxima tolerada existe uma faixa tecidual, 
denominada zona de tolerância, zona marginal neutra ou zona de transição ou passagem. É a faixa 
de tecido adjacente à linha de inserção, que tem escassa mobilidade funcional, apresenta extensão 
variável e deve ser aproveitada na delimitação da área chapeável. 
O limite da área chapeável é na realidade, então, a linha funcional ou cero-funcional, sendo 
esta a linha que acompanha a linha neutra em toda a sua extensão, exceto na região posterior, 
invadindo cerca de 2 a 4mm da região da mucosa móvel. 
Área chapeável superior (maxilar) tem como elementos estacionarias o rebordo alveolar 
residual, a abobada palatina até a borda posterior (linha vibratória ou linha do “Ah”) e como elementos 
móveis os sulcos vestibulares (gengivolabial e gengivogeniano) e inserção dos músculos do palato 
mole. 
Área chapeável mandibular tem como elementos estacionários apenas o rebordo alveolar 
residual. Já como elementos móveis é o sulco gengivolabial, gengivoeniano e alveololingual. 
Como delimitar a área chapeável maxilar: 
Inicialmente, deve-se unir o sulco hamular direito ao esquerdo, invadindo o palato mole, de 
forma que a delimitação fique aproximadamente 3 a 5mm posteriormente às fóveas palatinas. Em 
seguida, engloba o sulco hamular esquerdo, acompanhando-o em toda a sua extensão, até atingir o 
túber esquerdo da maxila, sendo que este deve ser totalmente englobado deixando a linha 
demarcatória distante cerca de 1 a 2mm do fundo do sulco gengivogeniano. Contorna o arco 
zigomática, deixando a linha demarcatória distante cerca 2 a 3mm do fundo do sulco gengivogeniano. 
Logo, acompanha paralelamente ao fundo do sulco gengivogeniano esquerdo e contornar as 
inserções laterais presentes. Avança para a região anterior, mantendo a linha demarcatória paralela 
ao fundo do sulco gengivolabial, distando cerca de 2 a 3mm deste. Prossegue até o frênulo do lábio 
superior e contorna-o. Por fim, delimita o hemi arco do lado oposto de forma semelhante. 
Como delimitar a área chapeável mandibular: 
Inicialmente, contorna posteriormente a papila piriforme esquerda, englobando-a totalmente. 
Prossegue com a delimitação acompanhando o ângulo disto-bucal e, em seguida, toda a extensão 
da linha oblíqua esquerda. Avance para a região anterior, mantendo a linha demarcatória paralela 
ao fundo do sulco gengivogeniano esquerdo, distando cerca de 2 a 3mm, deste, até as inserções 
laterais e contorna-as totalmente. Prossegue com a delimitação, mantendo a linha demarcatória 
paralela ao fundo do sulco gengivolabial esquerdo, distando cerca de 2 a 3mm deste. Prossegue até 
o frênulo labial e contorna-o. Delimita o hemiarco mandibular oposto de forma semelhante até atingir 
o lado interno. Para o lado interno, inicia a delimitação do ângulo disto-lingual direito e prossegue 
com a linha demarcatória paralela à linha milo-hioidea direita até a sua parte inicial, que fica 
aproximadamente à altura da região dos pré-molares, distando cerca de 2 a 3mm do fundo do sulco 
alvéolo-lingual. Prossegue para região anterior, acompanhando a linha de flexão do assoalho bucal, 
distando cerca de 2 a 3mm do fundo do sulco alvéolo-lingual. Por fim, completa a delimitação do 
hemiarco direito, contornando o frênulo lingual e repete os passos no hemi arco oposto.

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