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Prevenção de Alterações no Pé Diabético

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PODOLOGIA
Daniele Simão
Prevenção de alterações 
ungueais e dermatológicas 
associadas ao pé diabético
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 Descrever as características das alterações ungueais.
 Explicar os fatores desencadeantes das alterações causadas pelo pé
diabético.
 Formular uma proposta terapêutica para o tratamento das alterações 
relacionadas ao pé diabético.
Introdução
A expressão pé diabético classifica as diversas lesões provocadas pelo 
diabetes melito, como alterações em nervos periféricos, problemas circu-
latórios nas extremidades do corpo e ulcerações perigosas que podem 
levar à gangrena. Assim, qualquer alteração apresentada nas unhas ou 
na pele do paciente indica um alerta para futuras complicações. 
Neste capítulo, você conhecerá as características das alterações 
ungueais, os fatores desencadeantes das alterações causadas pelo pé 
diabético e as propostas terapêuticas para o tratamento dessas alterações. 
Características das alterações ungueais
É provável que você já tenha observado o pé de alguém com diabetes ou ob-
servado algumas alterações nas unhas dessas pessoas sem fazer uma conexão 
com o diabetes. Então, para que você possa proporcionar um atendimento 
profi ssional efi caz, não há nada melhor que o conhecimento, o entendimento 
e a observação. Lembre-se de que o diabetes é uma doença que agride si-
lenciosamente muitos indivíduos há muitos séculos e, se não controlado, 
seus danos podem ser bem severos, constituindo uma das maiores causas de 
hospitalizações prolongadas. Qualquer pequena alteração detectada nesse pé, 
mesmo que uma simples micose na unha, é essencial para evitar possíveis 
complicações. 
O diabetes é considerado uma doença sistêmica, ou seja, uma doença 
que afeta uma série de órgãos, de tecidos e o corpo humano como um todo, 
causando prejuízos em diversos aspectos. As unhas são comprometidas por 
diferentes problemas e também pelas doenças sistêmicas, inclusive pelo dia-
betes. Entretanto, é importante que você saiba que alguns sinais ungueais 
não são típicos apenas de uma doença, podendo ter sua origem em diferentes 
causas. Outros componentes do sistema ungueal, e até seu sistema completo, 
podem ser agredidos por uma doença sistêmica (DI CHIACCIO; BELDA 
JUNIOR; CRIADO, 2015). 
Em condições normais, a lâmina ungueal é transparente, lisa, suave, per-
manece colada ao seu leito e apresenta crescimento contínuo. Quando se 
identificam alterações na cor, na aparência, na textura, na superfície e no 
crescimento, entendemos que podem haver problemas internos, bem como 
alterações ungueais provenientes de alterações sistêmicas (JUSTINO; JUS-
TINO; BOMBONATO, 2011). 
Com o diabetes melito não é diferente, uma vez que essa doença sistêmica 
compromete os vasos sanguíneos periféricos e, consequentemente, provoca 
alterações severas nas lâminas ungueais. O comprometimento dos capilares 
sanguíneos como colabamento ou entupimento impede que os nutrientes e a 
oxigenação cheguem em quantidades suficientes nas extremidades, formando 
lâminas ungueais frágeis, espessas e porosas, permitindo também a instalação 
de microrganismos oportunistas, a exemplo dos dermatófitos. 
Mundialmente, a complicação do diabetes conhecida como pé diabético 
ocupa os primeiros lugares entre os principais problemas de saúde, e foi definida 
pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como: “[...] situação de infecção, 
ulceração ou também destruição dos tecidos profundos dos pés, associada 
a anormalidades neurológicas e vários graus de doença vascular periférica, 
nos membros inferiores de pacientes com diabetes mellitus” (PARISI, 2018, 
documento on-line). 
Assim, a expressão pé diabético é utilizada pela prática médica para clas-
sificar as diversas lesões provocadas pelo diabetes melito, como alterações 
em nervos periféricos, problemas circulatórios nas extremidades do corpo e 
Prevenção de alterações ungueais e dermatológicas associadas ao pé diabético2
ulcerações perigosas que podem levar à gangrena. A maioria das alterações 
ungueais no pé diabético resulta da combinação de dois ou mais fatores de risco 
atuantes de forma associada, e podem ser desencadeadas por fatores internos 
e externos, associados à neuropatia periférica, à doença vascular periférica e 
à alteração biomecânica (JUSTINO; JUSTINO; BOMBONATO, 2011). 
Entre as alterações ungueais decorrentes do diabetes podemos citar: linhas 
de Beau, gangrena, unhas de Terry, onicomadese, onicólise, lúnula verme-
lha, hemorragia subungueal, síndrome das unhas amarelas, onicomicoses e 
paroníquia bacteriana. 
As linhas de Beau são depressões transversais na placa ungueal e se iniciam 
dentro da matriz, avançando conforme o crescimento da unha (Figura 1). 
Desenvolvem-se de 4 a 11 semanas, após algum tipo de trauma, ou infecção, 
ou fatores específicos do próprio diabetes, impedindo a função mitótica (cres-
cimento) da matriz proximal. Com a presença de muitas linhas, há indicação 
de estresse repetitivo ou recorrente. A profundidade da depressão indica a 
extensão dos danos (DI CHIACCIO; BELDA JUNIOR; CRIADO, 2015). 
Figura 1. Unhas de Beau.
Fonte: Wolff, Johnson e Saavedra (2016, p. 810).
A gangrena (Figura 2) ocorre quando uma parte abundante de tecido morre. 
É considerada a principal causa associada à redução da circulação de sangue 
na região pelo diabetes (DI CHIACCIO; BELDA JUNIOR; CRIADO, 2015). 
3Prevenção de alterações ungueais e dermatológicas associadas ao pé diabético
Figura 2. Gangrena.
Fonte: Wolff, Johnson e Saavedra (2016, p. 412).
A leuconiquia apresenta manchas brancas nas unhas, podendo ser dividida 
em verdadeira, quando se origina dentro da matriz, ou aparente, ao surgir no 
leito ungueal. Essa alteração pode acometer parte ou toda a placa ungueal, 
somente em uma unha ou em mais unhas. Na maioria dos casos, a origem 
da leuconiquia verdadeira é hereditária. Já a aparente, também conhecida 
como adquirida, é decorrente de outros agentes, em especial, os atribuídos 
a processos ou doenças sistêmicas, como as unhas de Terry (Figura 3), rela-
cionadas ao diabetes melito (DI CHIACCIO; BELDA JUNIOR; CRIADO, 
2015). Nas unhas de Terry, a leuconiquia está presente em toda unha, exceto 
na margem cor de rosa e acastanhada fina, de 1 a 2 mm da extremidade 
livre distal, ou seja, uma unha branca de coloração alterada pela mudança de 
vascularização, dificultando a visualização da lânula (JUSTINO; JUSTINO; 
BOMBONATO, 2011). 
Prevenção de alterações ungueais e dermatológicas associadas ao pé diabético4
Figura 3. Unhas de Terry.
Fonte: Wolff, Johnson e Saavedra (2016, p. 811).
A onicomadese apresenta-se como uma descamação da unha ou um sulco 
que divide a placa ungueal em duas partes, resultante da toxicidade completa 
da matriz. Pode ser considerada também uma expressão extrema das linhas 
de Beau (Figura 4). 
Figura 4. Onicomadese.
Fonte: Rivitti (2018, p. 464).
5Prevenção de alterações ungueais e dermatológicas associadas ao pé diabético
A onicólise é o descolamento da lâmina ungueal, com dano direto no epi-
télio do leito ungueal, resultando na perda de aderência com a placa ungueal 
(Figura 5) (DI CHIACCIO; BELDA JUNIOR; CRIADO, 2015). Forma-se, 
inicialmente, na região distal ou lateral da lâmina, apresentando-se com uma 
coloração branca causada pelo ar sob a placa ungueal no local da separação. 
Se não cuidada no início, pode comprometer toda a lâmina. Provoca também 
o surgimento da unha fina e quebradiça (BEGA, 2014).
A onicólise é classificada em primária e secundária. Na primária, ocorre a 
desagregação da queratina que mantém a lâmina aderida ao leito, geralmente, 
desencadeada por tratamento agressivo ou por alterações anatômicas no hálux. 
Já na secundária, as causas principais são hereditárias ou associadas a doenças 
sistêmicas que comprometem o leito ungueal, provocando alterações entre 
o leito e a lâmina, como as hiperqueratoses do leito ungueal (JUSTINO; 
JUSTINO; BOMBONATO,2011). 
Figura 5. Onicólise.
Fonte: Soutor e Hordinsky (2015, p. 204). 
Quanto à lúnula vermelha, sua patologia permanece desconhecida. Foi 
descrita como um possível resultado do aumento de fluxo sanguíneo na ar-
teríolas, tornando os vasos sanguíneos mais evidentes. Pode se apresentar na 
forma completa (em toda unha), erimatosa (zona proximal vermelha e distal 
branca) ou mosqueada, mais comum na artrite reumatoide (DI CHIACCIO; 
BELDA JUNIOR; CRIADO, 2015).
Prevenção de alterações ungueais e dermatológicas associadas ao pé diabético6
A hemorragia ungueal, que pode aparecer em casos de diabetes, apresenta 
cor marrom ou preta, situada no sentido longitudinal da unha com extra-
vasamento de sangue ao longo dos capilares paralelos ao leito ungueal (DI 
CHIACCIO; BELDA JUNIOR; CRIADO, 2015).
A síndrome das unhas amarelas é caracterizada pelas unhas amarelas e 
espessas, linfedema, cristas transversais, curvatura excessiva, pigmentação 
irregular, lúnula reduzida e onicólise (DI CHIACCIO; BELDA JUNIOR; 
CRIADO, 2015). 
Entre as patologias ungueais mais comuns no pé diabético estão as oni-
comicoses (Figura 6), onde fungos acometem o leito ungueal, denominados 
fungos dermatófitos — Tricophiton rubrum, Tricophiton mentagrophytes, 
E. flocosum —, leveduras (Candida albicans) e fungos não dermatófitos — 
Aspergillus sp, Acremonium, Fusarium, Scytalidium dimidiatum, Scytalidium 
hyalinum, Onychocola canadenses (KUHN, 2006).
Estudos confirmam que os fungos dermatófitos são os principais res-
ponsáveis pela infecções fúngicas das unhas, a chamada Tínea ungueum, 
correspondendo a 90% dos casos, seguidos pela candidíase ungueal (Candida 
albicans) (5 a 17%) e, por último, pelos demais fungos não dermatófitos (1,5 
a 6%) (BEGA, 2014). 
A invasão por esses microrganismos inicia-se em parte da unha, podendo 
se estender por toda sua superfície, causando sua destruição parcial ou total, 
além de alterações na coloração da unha, hiperqueratose subungueal e onicólise 
(descolamento). Assim, as onicomicoses são classificadas em: 
  Onicomicose subungueal distal — Presença de onicólise, hiper-
queratose ungueal, espessamento da lâmina ungueal e coloração 
amarelada ou escura, podendo levar à destruição parcial ou total da 
unha, causada por fungos dermatófitos e não dermatófitos.
  Onicomicose subungueal lateral — Início na borda lateral, podendo 
chegar até a base da unha, afetando a matriz ungueal, determinando 
também sua destruição parcial ou total, além de onicólise e unhas 
amareladas com hiperqueratose subungueal, causada por fungos 
dermatófitos. 
  Onicomicose subungueal proximal — Inicia-se pela borda da cutí-
cula atingindo a lânula e a lâmina ungueal, apresentando manchas 
amareladas ou acastanhadas, causadas por leveduras do gênero 
Candida sp. 
7Prevenção de alterações ungueais e dermatológicas associadas ao pé diabético
  Onicomicose branca superficial — Menos frequente, a lâmina 
ungueal apresenta-se erosada com manchas esbranquiçadas e opacas, 
causadas por fungos T. mentagrophytes (KUHN, 2006).
Figura 6. Tipos de onicomicose.
Fontes: Wolff, Johnson e Saavedra (2016, p. 807); Dermatologia.net (c2018, documento on-line).
Por fim, a paroníquia bacteriana (Figura 7), também conhecida como 
unheiro, é uma inflamação nas dobras ungueais, infectadas em um segundo 
momento por bactérias Pseudonomas aeruginosa. Nessa patologia, pequenos 
ferimentos no pé diabético não são percebidos devido à neuropatia, e acabam 
infectados pelas bactérias (KUHN, 2006). 
Prevenção de alterações ungueais e dermatológicas associadas ao pé diabético8
Figura 7. Paroníquia bacteriana.
Fonte: TisforThan/Shutterstock.com.
Como é possível perceber, as patologias ungueais são as manifestações mais 
frequentes no sensível pé diabético e, por menor que sejam, geram preocupação, 
devendo ser tratadas logo em seu início, a fim de evitar maiores complicações. 
A seguir, você conhecerá as alterações dermatológicas que mais incidem 
no pé diabético, entenderá como os cuidados adequados podem evitar maiores 
complicações, além de conhecer também algumas propostas terapêuticas para 
o tratamento dessas alterações.
Fatores desencadeantes das alterações 
causadas pelo pé diabético
Você já deve ter refl etido sobre como a pele, o maior órgão do corpo humano, 
também pode sofrer com as alterações metabólicas e degenerativas do diabetes 
melito. Então, chegou a hora de você conhecer os aspectos cutâneos e os prin-
cipais fatores desencadeantes das alterações dermatológicas no pé diabético. 
A pele, considerada o órgão mais extenso, envolve e protege o corpo do meio 
externo, exercendo diversas funções como regulação térmica, defesa orgânica, 
controle do fluxo sanguíneo, proteção contra agentes do meio ambiente, além 
9Prevenção de alterações ungueais e dermatológicas associadas ao pé diabético
das funções sensoriais. Assim, é fácil compreender como o diabetes induz a 
diversas alterações dermatológicas, a maioria causada por danos à homeostase 
cutânea, ocasionados tanto pelas anormalidades metabólicas quanto pelas 
complicações vasculares e neuropáticas (RAMOS, 2018). 
A hiperglicemia, caracterizada pela alta quantidade de glicose no sangue, 
origina anormalidades celulares por vias metabólicas como a glicação ou a 
glicosilação não enzimática das proteínas, entre outras. Já os produtos finais 
da glicosilação acarretam alterações na elasticidade e espessura da pele, 
facilitando os ferimentos e dificultando a cicatrização. Além disso, como a 
insulina e o Fator de Crescimento Neural (FCN) estão envolvidos diretamente 
na proliferação dos queratinócitos, acredita-se que a baixa ou a ausência da 
insulina, juntamente com a depressão da expressão gênica do FCN nas células 
basais da epiderme de pessoas com diabetes podem estar relacionadas com 
as alterações na cicatrização (RAMOS, 2018). 
Considerando que a pele é um órgão metabolicamente ativo, também precisa 
de insulina e do sistema circulatório e neurológico íntegros para manter suas 
atividades. Assim, a insulina favorece a disponibilidade e a utilização da glicose 
pelas células epidérmicas. Enquanto nas pessoas sem diabetes a glicose é integral-
mente utilizada, nos indivíduos com diabetes evidencia-se o aumento da glicose 
nas células epidérmicas, ou seja, sua utilização é deficitária (KUHN, 2006).
Se você refletir que a insulina promove o crescimento e a diferenciação dos 
queratinócitos e também dos fibroblastos dérmicos, itens importantes para a 
cicatrização da pele e de feridas, entenderá como esses dados contribuem para 
o retardo da cicatrização em pessoas com diabetes, uma vez que há ausência 
ou insulina insuficiente nesse organismo. Constatam-se também, por meio 
de pesquisas, alterações no colágeno dérmico, diminuição da quimiotaxia, 
da fagocitose e da migração leucocitária, menor eficiência da imunidade ce-
lular, alteração dos sistemas antioxidantes e menor produção de interleucina, 
aumentando a vulnerabilidade às infecções no pé diabético (KUHN, 2006). 
Logo, alterações no tecido também são comuns no pé diabético, decorren-
tes da glicose livre na circulação que se liga espontaneamente às proteínas, 
como colágeno e queratina, em um processo de glicosilação ou glicação não 
enzimática. Ao se unir às moléculas de colágeno, provoca espessamento e 
rigidez nos tecidos conjuntivos, como os das articulações. Já em conexão com 
a queratina, contribui para o aparecimento de hiperqueratose, de calosidades 
e, como consequência, de ulcerações plantares (BEGA, 2014). 
Quanto à hidratação do tecido, é uma condição interdependente do fator 
umidificante em água, dos lipídios intercelulares e dos lipídios nas glândulas 
sebáceas. Acredita-se que a diminuição da hidratação em pessoas com diabetes 
Prevenção de alterações ungueais e dermatológicas associadas ao pé diabético10
é semelhante à encontrada em idosos, e pode estar relacionada com a hipergli-
cemia e/ou com a inibição da transmissão do sinal da insulina, representando 
um fortefator de risco para lacerações e infecções (RAMOS, 2018).
Entenda alguns termos utilizados no texto:
  Glicação ou glicosilação não enzimática das proteínas — Alterações estruturais 
e, consequentemente, funcionais dessas proteínas, favorecendo o desenvolvi-
mento das complicações crônicas e progressivas do diabetes. Seus subprodutos 
acumulam-se nos tecidos e vasos, causando o espessamento da membrana basal 
dos capilares e promovendo o acúmulo de LDL, a diminuição de HDL e o estímulo 
da agregação das plaquetas.
  Quimiotaxia — Mudança de orientação de organismos de vida livre ou células, 
em resposta a um estímulo químico.
  Fagocitose — Processo de ingestão e destruição de partículas sólidas, como 
bactérias ou pedaços de tecido necrosado, por células chamadas de fagócitos.
  Aterosclerose — Doença caracterizada pelo depósito de gordura, cálcio e outros 
elementos na parede das artérias, reduzindo seu calibre e trazendo um déficit 
sanguíneo aos tecidos irrigados por elas.
  Migração leucocitária — Envio de células de defesa, chamadas leucócitos, para 
combater o processo inflamatório.
  Interleucina — Alguns tipos de proteínas produzidas, principalmente, por 
leucócitos.
  Piodermite — Infecção de pele que pode ser causada por bactérias, fungos, vírus 
ou parasitas.
  Supuração — Processo ou resultado de formação de pus.
  Septicemia — Infecção generalizada do corpo.
  Anidrose — Ausência ou diminuição do suor.
  Pele xerótica — Nome médico para a pele seca.
  Acantose — Hipertrofia ou espessamento da camada espinhosa da epiderme.
  Angiopatia — Termo genérico para uma doença dos vasos (artérias, veias e capi-
lares); ela causa diminuição da circulação nos vasos sanguíneos de maior calibre 
por conta de obstrução ou estreitamento.
  Ritidopatia diabética — Doença que afeta os pequenos vasos da retina, região 
do olho responsável pela formação das imagens enviadas ao cérebro.
As alterações da pele estão intimamente relacionadas com a fisiopatologia 
do diabetes. O pé diabético é uma condição patológica complexa e abrange 
fatores específicos como as neuropatias sensitiva, autonômica e motora, a 
vascularização periférica, a baixa imunidade e a fragilidade a traumas e in-
fecções. Então, é possível relacionar o prejuízo do sistema nervoso autônomo 
11Prevenção de alterações ungueais e dermatológicas associadas ao pé diabético
por meio da neuropatia diabética com a pele, visto como as fibras autonômicas 
das glândulas sudoríparas écrinas são afetadas e influenciam diretamente a 
falta de hidratação da camada córnea, favorecendo a anidrose (Figura 8), a 
pele xerótica em membros inferiores e as fissuras plantares (KUHN, 2006). 
Figura 8. Anidrose (pé ressecado). 
Fonte: srisakorn wonglakorn/Shutterstock.com.
As neuropatias sensitiva e motora determinam a perda da sensibilidade e 
a acentuação do arco plantar com dedos em martelo e/ou pé cavo, exercendo 
pressões em determinadas regiões que originam calosidades, fissuras e ulce-
rações, também conhecidas como o mal perfurante plantar. As calosidades 
são reconhecidas pela coloração amarelada, pelo aspecto duro e inelástico e 
pelas placas de hiperqueratose em áreas de pressão. Já o mal perfurante plantar 
apresenta uma úlcera de bordas hiperqueratósicas localizadas na região plantar 
ou metarsiana (KUHN, 2006).
A diminuição da circulação local no tecido cutâneo é decorrente da angio-
patia diabética (alteração na vascularização local e sistêmica). Não havendo 
circulação suficiente, o tecido local não recebe nutrientes e oxigenação ne-
cessários à sua boa manutenção e integridade, deixando a pele vulnerável a 
feridas, escoriações e pequenos cortes. 
Causada pelo diabetes, a dermopatia diabética é uma das alterações de pele 
mais frequentes (Figura 9). Trata-se de uma lesão cutânea secundária à má perfu-
são sanguínea dos pequenos vasos que irrigam a pele. São caracterizadas por pe-
quenas áreas atróficas, ovais ou circulares, que, algumas vezes, são confundidas 
com manchas da idade. Iniciam-se como placas rosadas, desenvolvendo-se como 
Prevenção de alterações ungueais e dermatológicas associadas ao pé diabético12
lesões hiperpigmentadas, atróficas e deprimidas. As regiões mais acometidas 
são os tornozelos (FOCHESATTO FILHO; BARROS, 2013).
Figura 9. Dermopatia diabética.
Fonte: Rivitti (2018, p. 969).
Além de causar a dermopatia, a angiopatia diabética também pode ser de-
sencadeada por aterosclerose em grandes vasos, e suas manifestações incluem: 
atrofia cutânea nos membros inferiores, perda de pelos, extremidades frias, 
distrofias ungueais e palidez de pele. Em casos de grande prejuízo vascular, 
surgem úlceras, necroses, infecções secundárias, gangrena, osteomielite e am-
putações. Podem também apresentar lesões semelhantes à erisipela nos membros 
inferiores e pés, evoluindo para necrose. Essas lesões são acompanhadas por 
edema e gangrena, e o portador não sente dores. Ainda podem surgir lesões 
bolhosas, associadas à retinopatia diabética e à dermopatia diabética, conhe-
cidas como Bullose diabeticorum, podendo ter conteúdo hemorrágico ou não, 
proporcionando cicatrizes atróficas e hiperpigmentadas nessa pele (KUHN, 
2006). Essas bolhas crescem espontânea e subitamente e são assintomáticas. 
Ao aumentar a tensão em seu interior, o paciente pode mencionar sensação de 
ardor, embora, na periferia dessas lesões, não tenha eritema (RAMOS, 2018).
Por fim, além de mais frequentes e com maior propensão a bactérias e 
fungos, as infecções progridem mais rapidamente em indivíduos com diabetes 
13Prevenção de alterações ungueais e dermatológicas associadas ao pé diabético
devido à redução de sua imunidade. É importante que você saiba que essas 
infecções podem ser uma primeira manifestação ou decorrentes de compli-
cações de lesões anteriores, como dermatofitose do pé, psoríase, dermatite 
de contato, mal perfurante plantar, calos e úlceras varicosas. O que favorece 
seu desenvolvimento quanto à severidade de progressão dessas infecções é a 
vulnerabilidade em pessoas com diabetes e a anatomia particular desse tipo 
de pé. Por isso, a presença de aterosclerose e de neuropatia periférica levam 
a ulceração, gangrena, amputação, bem como a riscos maiores para a vida do 
indivíduo com diabetes. 
O diabetes também possui uma interligação com outras patologias como: 
líquen plano, dermatite de contato e psoríase. O líquen plano é uma doença 
autoimune e apresenta-se como lesão pruriginosa, com pápulas violáceas 
de topo liso. Pode se identificar também hiperceratose, engrossamento da 
camada granular, acantose e irregularidades dentárias. Dermatite de contato 
é uma erupção cutânea causada pelo contato com determinada substân-
cia. Já a psoríase é uma doença cutânea com um componente hereditário, 
caracterizada pela erupção de placas eritematosas cobertas de escamas 
esbranquiçadas ou nacaradas. 
Entre as infecções bacterianas mais comuns no pé diabético estão: 
  Impetigo — Piodermite causada pelas bactérias Staphylococcus aureus 
(impetigo não bolhoso) e estreptococos (impetigo bolhoso). Manifesta-
-se, inicialmente, com um pequena pápula eritematosa recoberta por 
crosta serosa com ou sem bolhas.
  Ectima — Piodermite causada por estafilococos, apresentando-se, 
inicialmente, como vesículas pustulosas, evoluindo para ulcerações 
com crostas duras e aderentes nas regiões de pernas e extremidades.
  Furúnculo — Infecção causada por estafilococos no folículo piloso e 
glândula sebácea. Inicia-se como uma pústula e pode evoluir para um 
nódulo profundo e doloroso.
  Antraz — Conjunto de furúnculos.
  Erisipela — Infecção causada por estreptococos a partir da continuidade 
de lesões nos membros inferiores como úlceras, dermatofitoses, onico-
micoses e dermatoses como psoríase e dermatite de contato. Apresenta-
-se como uma grande placa eritematosa, podendo haver bolhas. Evolui 
rapidamente causando febre, mal-estar e, em casos recorrentes, leva a 
linfedema e elefantíase.
  Celulite — Infecçãomais profunda com supuração e septicemia.
Prevenção de alterações ungueais e dermatológicas associadas ao pé diabético14
  Paroníquia bacteriana — Infecção nas dobras ungueais por Pseudo-
nomas aeruginosa. Iniciam como pequenos ferimentos e podem evoluir 
para celulite (KUHN, 2006; RAMOS, 2018). 
Já nas infecções fúngicas, os microrganismos dermatófitos permanecem 
nas partes queratinizadas da epiderme, dos pelos e das unhas, enquanto as 
leveduras, na pele e nas mucosas. As mais comuns no pé diabético são:
  Candidoses — Causadas por leveduras do gênero Candida; a mais 
frequente é a Candida albicans. São oportunistas e manifestam-se 
em momentos de baixa imunidade. Apresentam lesões com erosões, 
fissuras e esbranquiçadas nos espaços entre os dedos dos pés, ou ainda 
acompanhadas de descolamentos e edemas nas unhas.
  Dermatofitoses — Causadas por fungos dos gêneros Trichophyton, 
Microsporum e Epidermophyton. Há grande preocupação com essas infec-
ções por seu risco de infecções secundárias e erisipela, contribuindo para 
severidade e complicações do pé diabético. Agravam-se com umidade, 
calor, hiper-hidrose dos pés e uso de calçados quentes. Apresentam-se 
como vesículas plantares, ou entre os dedos ou como lesões eritematosas 
ou descamativas, acompanhadas de fissuras ou hiperqueratose, conforme 
o tipo de fungo que acomete cada caso (KUHN, 2006; RAMOS, 2018). 
Você pode perceber como o pé diabético é sensível e susceptível a diversas 
alterações dermatológicas decorrentes da própria fisiopatologia da doença e 
de seus problemas sistêmicos, como alta concentração de glicose no sangue, 
neuropatias e angiopatias, podendo também associar-se a infecções. Esses 
fatores são grandes complicadores se não tratados corretamente. 
A seguir, você identificará as atribuições terapêuticas da podologia nos 
tratamentos dessas alterações comuns ao pé diabético. 
Proposta terapêutica para tratamento das 
alterações relacionadas ao pé diabético
O cuidado com o pé diabético é um trabalho multidisciplinar e complexo que 
envolve uma equipe de profi ssionais de diversas áreas como: angiologista, 
ortopedista, fi siatra, endocrinologista, enfermeiro, dermatologista, podó-
logo, podiatra, radiologista e fi sioterapeuta. O controle da taxa glicêmica, 
15Prevenção de alterações ungueais e dermatológicas associadas ao pé diabético
as orientações quanto ao cuidado adequado dos pés, as visitas regulares ao 
médico e à equipe multiprofi ssional, bem como a colaboração do cliente e de 
seus familiares são medidas fundamentais na prevenção de incapacidades e 
deformidades por pé diabético (JUSTINO; JUSTINO; BOMBONATO, 2011). 
Assim, o objetivo da podologia no tratamento do pé diabético é minimizar 
os possíveis riscos de complicações como infecções, ulcerações, gangrena e 
amputações, proporcionando condições ao indivíduo com diabetes de conviver 
pacifi camente com a doença. 
Você deve estar se perguntando como pode auxiliar nessa prevenção. A 
melhor proposta de trabalho é investigar sintomas e aspectos clínicos, casos 
de dor, ardor, formigamento, parestesias (dormências), câimbras, temperatura 
quente ou fria, pele seca, fissuras, deformações — como dedos em garra, em 
martelo —, calosidades na região plantar, ausência de reflexos e/ou sensibi-
lidade (BEGA, 2014). 
Em parceria com os médicos dermatologista e vascular, o podólogo deve 
cuidar do mal perfurante plantar, uma lesão que pode atingir a articulação 
do metatarso e evoluir a partir de uma úlcera. Esses cuidados são efetuados 
para a regeneração da epiderme, conforme prescrição médica, com proteção 
mecânica para a redução da carga e do atrito na região. 
Assim como todos os outros clientes, a pessoa com diabetes necessita dos 
mesmos cuidados, como suas unhas aparadas e a remoção de calosidades. 
Contudo, nesse atendimento, o podólogo deve lembrar-se de que menos é mais, 
avaliando com cautela antes de aprofundar os trabalhos em regiões de calo 
ou lateral das unhas, uma vez que preservar a pele íntegra é um dos fatores 
fundamentais para evitar futuras complicações. 
É necessário verificar, por meio de digitopressão, regiões de isquemia ou 
indicadores de restrição da circulação sanguínea, a fim de prevenir estases 
maiores, além de futuras necroses e amputações, bem como observar com 
cuidado as regiões de calos e seus indícios circundantes como eritema, pele 
brilhante, edema, calor ou possíveis lesões ulcerantes profundas e indolores 
abaixo das calosidades decorrentes da neuropatia periférica, ou seja, uma 
atenção diferenciada, com avaliação específica e olhar atento a quaisquer 
sinais de complicações (JUSTINO; BOMBONATO; JUSTINO, 2018).
O Quadro 1 apresenta os cuidados necessários para cada alteração ungueal 
e dermatológica em pé diabético. 
Prevenção de alterações ungueais e dermatológicas associadas ao pé diabético16
Alterações no 
pé diabético Tratamento e cuidados recomendados
Alterações ungueais
Linhas de Beau Não há tratamento específico requerido para fazer 
desaparecer as ranhuras. Geralmente, aguarda-se o 
crescimento natural da unha, evitando novos traumas.
Gangrena Somente tratamento médico, com cirurgia para a 
remoção do tecido morto, antibióticos intravenosos 
e outras terapias com prescrição médica. 
Unhas de Terry As alterações resolvem-se espontaneamente 
sem deixar sequelas.
Onicomadese Não há tratamento específico. O tratamento deve 
ser direcionado para a doença de base ou para uma 
medicação desencadeante (diabetes). As alterações 
resolvem-se espontaneamente sem deixar sequelas. 
Onicólise Aguardar o descolamento da unha. Aplicação de 
órtese acrílica e, em alguns casos, cirurgias. 
Lúnula Vermelha Não há tratamento específico. O tratamento deve 
ser direcionado para a doença de base ou para 
uma medicação desencadeante (diabetes). 
Hemorragia 
subungueal
Em casos extremos e recorrentes, necessita-se 
de drenagem do sangue por médicos. 
Síndrome das 
unhas amarelas
Não há tratamento específico. O tratamento deve 
ser direcionado para a doença de base ou para 
uma medicação desencadeante (diabetes). 
Paroníquia 
bacteriana
Tratamento realizado com antibióticos sob prescrição 
médica. Higienização das lesões com água boricada, 
bem como das mãos com sabonetes antissépticos.
Onicomicoses Os tratamentos podem ser tópicos, sistêmicos ou combinados. 
Não se deve utilizar esmaltes. A higienização é imprescindível. 
Os medicamentos devem ser aplicados conforme orientação e 
tratamento médico com antifúngicos específicos. Em casos de 
hiperqueratose, aplicar onicoabrasão (lixamento da superfície 
ungueal), seguida de aplicação de medicação tópica. 
Também pode ser realizada cultura em meios apropriados e 
antibiograma para identificação do microrganismo causador. 
 Quadro 1. Tratamentos e cuidados para as alterações do pé diabético 
(Continua)
17Prevenção de alterações ungueais e dermatológicas associadas ao pé diabético
Alterações no 
pé diabético Tratamento e cuidados recomendados
Alterações dermatológicas
Psoríase Verifica-se a existência de onicomicose e de outras 
alterações. Higienização e hidratação com cremes à base 
de ureia no máximo a 10% ou calêndula. Os pés não devem 
ser lixados. Preconiza-se acompanhamento médico. 
Líquen plano Diminui-se o prurido, acelerando a regressão das lesões. 
São utilizados anti-histamínicos, retinoides sistêmicos e cor-
ticoides tópicos. Alguns estudos sugerem evitar o uso de 
corticoides sistêmicos pela possibilidade maior de recidiva 
após suspensão.
Dermatite de 
contato
Preconiza-se acompanhamento médico. 
Anidrose, pele 
xerótica, pele 
ressecada
Hidratação cuidadosa com cremes dermatológicos contendo 
os ativos ureia a 10%, lactato de amônia a 10% e alantoína. 
Recomenda-se cuidados com banho morno, sabonetes 
neutros, evitando esfregar a pele. Não utilizar buchas vegetais.
 Calosidades Emoliência e remoção com instrumental específico quando 
possível. Recomenda-se palmilhas e sapatos adequados, além 
da confecção de órteses plantaresbiomecânicas ou podo-
posturais para evitar novas formações. Em casos de infecções 
secundárias, é necessária a prescrição médica de antibióticos, 
antibiograma e, em alguns casos, cirurgia. Pode ser utilizada 
vaselina salicilada a 2% para amolecer a lesão. 
Fissuras Quando aliada à hiperqueratose: aplicação de cremes 
hidratantes à base de substâncias oleosas e ureia a 10% ime-
diatamente à remoção de calosidades e por dias seguidos. 
Quando aliada a infecções por microrganismos: indica-se 
tratamento médico para infecção. 
Ulcerações/mal 
perfurante plantar
Tratamento em parceria com médicos dermatologista e 
vascular. Desbaste do anel de queratose e lavagem do local 
com soro fisiológico em abundância, garantindo sua proteção.
Dermopatia 
diabética
Assintomáticas. Não existe tratamento específico.
 Quadro 1. Tratamentos e cuidados para as alterações do pé diabético 
(Continuação)
(Continua)
Prevenção de alterações ungueais e dermatológicas associadas ao pé diabético18
 Fonte: Bega (2014); Kuhn (2006); Piedade (2008). 
Alterações no 
pé diabético Tratamento e cuidados recomendados
Bullose 
diabeticorum 
(lesões bolhosas)
As lesões regridem espontaneamente após duas a cinco 
semanas, em geral, sem deixar marcas, embora possam 
recorrer. O tratamento consiste em cuidados locais de assepsia.
Impetigo e 
ectima
Higienização das lesões com água boricada e aplicação de 
antibióticos tópicos, além de administração de antibióticos 
orais com prescrição médica. Higienização das mãos 
com sabonetes antissépticos e lavagem das roupas 
isoladamente das demais por ser altamente contagioso.
Furúnculo 
e antraz
Drenagem do pus e remoção (debridamento) do tecido 
necrosado no centro da lesão. Higienização das lesões com 
água boricada e aplicação de antibióticos tópicos com 
prescrição médica. Higienização das mãos com sabonetes 
antissépticos e lavagem das roupas isoladamente, evitando 
contaminação. Em casos mais extremos, necessita-se de 
drenagem cirúrgica. Na incidência da lesão, deverão ser 
realizados cultura e antibiograma. 
Erisipela e celulite Somente tratamento médico com antibióticos e sulfas. Pode-
-se indicar internação ou repouso absoluto com elevação dos 
pés para a redução dos edemas. Administração de analgésicos 
e antitérmicos.
Candidoses Higienização. Conforme orientação e tratamento médico, 
aplicação com corticoides, imunossupressores e antifúngicos.
Dermatofitoses Higienização. Conforme orientação e tratamento 
médico, aplicação com antifúngicos específicos. 
 Quadro 1. Tratamentos e cuidados para as alterações do pé diabético 
(Continuação)
19Prevenção de alterações ungueais e dermatológicas associadas ao pé diabético
BEGA, A. Tratado de podologia. 2 ed. rev. e amp. São Paulo: Yendis, 2014.
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FOCHESATTO FILHO, L.; BARROS, E. Medicina interna na prática clínica. Porto Alegre: 
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-diabetico-fisiopatologia-e-aspectos-praticos>. Acesso em: 03 out. 2018. 
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WOLFF, K.; JOHNSON, R. A.; SAAVEDRA, A. P. Dermatologia de Fitzpatrick: atlas e texto. 
7. ed. Porto Alegre: AMGH, 2016.
Leituras recomendadas
BEGA, A.; LAROSA, P. R. R. Podologia: bases clínicas e anatômicas. São Paulo: Martinari, 2010.
KAHN, C. R. et al. Joslin: diabetes melito. 14. ed. Porto Alegre: Artmed, 2009.
OLIVEIRA, J. E. P.; MONTENEGRO JUNIOR, R. M.; VENCIO, S. (Orgs.). Diretrizes da Sociedade 
Brasileira de Diabetes 2017-2018. São Paulo: Clannad, 2017. Disponível em: <https://www.
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Acesso em: 02 out. 2018. 
Prevenção de alterações ungueais e dermatológicas associadas ao pé diabético20
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