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Módulo 6 - Direitos Específicos

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Direitos dos Imigrantes 
e Orientações para o 
Atendimento
Direitos 
Específicos6
M
ód
ul
o
2Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Enap, 2021
Enap Escola Nacional de Administração Pública
Diretoria de Educação Continuada
SAIS - Área 2-A - 70610-900 — Brasília, DF
Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Presidente 
Diogo Godinho Ramos Costa
Diretor de Desenvolvimento Profissional
Paulo Marques
Coordenador-Geral de Produção Web 
Carlos Eduardo dos Santos
Equipe responsável
Ana Beatrice Neubauer de Moura (Revisora de texto, 2021).
Ana Carla Gualberto Cardoso (Diagramação, 2020).
Ana Paula Medeiros Araújo (Direção de arte, 2021).
Gabriel Silvestre Marques Boere (Implementador Rise 360º, 2021).
Ivan Lucas Alves Oliveira (Coordenador de produção, 2021).
Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos - MMFDH (Conteudista, 2020).
Patrick Oliveira Santos Coelho (Implementador Moodle, 2021).
Priscila Campos (Coordenadora de desenvolvimento, 2020).
Desenvolvimento do curso realizado no âmbito do acordo de Cooperação Técnica FUB / CDT / Laboratório 
Latitude e Enap.
Curso produzido em Brasília, 2021.
3Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Unidade 1: Introdução: Além do trabalhador migrante ..................... 5
Unidade 2: Migração e direitos da criança ........................................ 6
Unidade 3: Migração e direitos das pessoas com deficiência ............. 9
Unidade 4: Migração e direitos indígenas ....................................... 10
Unidade 5: Migração e igualdade racial .......................................... 12
Unidade 6: Migração e direitos das mulheres ................................. 13
Unidade 7: Migração e direitos LGBTI+ ........................................... 15
Unidade 8: Migrantes idosos .......................................................... 16
Glossário ........................................................................................ 18
Referências ..................................................................................... 20
Sumário
4Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
5Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Neste módulo, serão abordados os direitos específicos de alguns grupos de migrantes, tais como 
crianças, pessoas com deficiência, indígenas, mulheres, LGBTI+, idosos. Também será abordada 
a relação entre migração e igualdade racial. Todos esses direitos devem ser levados em conta na 
assistência a migrantes.
Unidade 1: Introdução: Além do trabalhador migrante
🎯 Objetivo de aprendizagem
Ao final desta unidade, você será capaz de reconhecer as diferentes situações dentro do conjunto 
de trabalhadores migrantes.
Por muito tempo, a palavra “imigrante” remetia principalmente à ideia do trabalhador que 
partia para buscar melhores oportunidades econômicas em outro país. Muitas vezes, ela ainda 
é retratada como se referindo apenas aos trabalhadores que buscam oportunidades laborais em 
outros países, às vezes inclusive descritos por uma falsa oposição aos refugiados. Muitos já terão 
ouvido a seguinte descrição: “o refugiado é obrigado a sair do seu país, enquanto o migrante sai 
buscando melhores oportunidades econômicas”.
Isso é uma falsa oposição: as situações que levam as pessoas a migrar são muito variadas, e incluem 
por vezes a migração forçada, assim como a migração por busca de melhores oportunidades 
laborais, em meio a um grande leque de outras motivações e contextos. 
Destaque h, h, h, h, 
É também importante lembrar que a migração pode ter como pano de fundo 
diversas motivações que se interconectam entre si e, por isso, muitas vezes é 
difícil estabelecer uma diferença clara entre migrações forçadas ou não.
Igualmente, dentro do conjunto de trabalhadores migrantes, uma série de situações diferentes 
podem coexistir: assim como o grupo de migrantes, também o grupo de trabalhadores migrantes 
é muito diverso. A nova Lei de Migração contempla esta complexidade de diferentes maneiras e 
ela também deve ser levada em conta no atendimento a migrantes.
M
ód
ul
o Direitos Específicos6
6Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Unidade 2: Migração e direitos da criança
🎯 Objetivo de aprendizagem
Ao final desta unidade, você será capaz de relacionar a migração e os direitos da criança.
Os direitos das crianças, incluídas as crianças migrantes, são objeto de um instrumento próprio 
de direitos humanos: A Convenção dos Direitos da Criança (CDC), de 1989, que é o instrumento 
internacional de direitos humanos mais ratificado a nível mundial, ou seja, com o maior número 
de Estados que aderiram a ela. No Brasil, a Convenção inspirou a redação do Estatuto da Criança 
e do Adolescente (ECA), que é a referência para os direitos da criança na legislação nacional.
A Convenção define uma criança como “todo ser humano menor de dezoito anos, a não ser que, 
pela lei aplicável à criança, a maioridade seja atingida antes” (artigo 1º). No ECA, “considera-
se criança, para efeitos desta lei, a pessoa até doze anos de idade incompletos, e adolescente 
aquela entre doze e dezoito anos de idade” (artigo 2º). Ambos reconhecem a criança como sujeito 
de direitos e protegem todas as crianças, sem distinção alguma de nacionalidade ou condição 
migratória.
 Agora, assista ao Vídeo "A Viagem de Kahuany". 
Fonte: OIM.
Em todas as questões relacionadas às crianças migrantes, é preciso ter em consideração primordial 
a sua condição de criança. O marco normativo e institucional de proteção à infância tem sempre 
prioridade em relação a outros marcos normativos, por exemplo, a legislação migratória.
A Convenção conta com quatro princípios orientadores que, além de serem direitos definidos em 
artigos específicos, são transversais à interpretação de todos os temas relacionados aos direitos 
da criança. São eles:
+ O superior interesse da criança
• Deve ser encarado como um direito substantivo da criança que o seu superior
interesse seja uma consideração primordial em todos os assuntos que lhe
digam respeito;
• Ao mesmo tempo, é também um princípio interpretativo, o que implica que
sempre se deve escolher a interpretação que satisfaça o maior interesse da
criança;
• Igualmente, é uma norma de procedimento, ou seja, todos os processos de
tomada de decisões devem incluir uma avaliação das possíveis repercussões
para a criança, sem prejuízo das garantias processuais.
https://youtu.be/SjhpADTbvzs
7Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
 + A não discriminação
• Os direitos de todas as crianças devem ser respeitados e assegurados sem 
discriminação de nenhum tipo, incluindo por raça/cor, religião, gênero, idioma, 
opinião política, nacionalidade, origem, classe social, nacionalidade, situação 
migratória, estrutura familiar, entre muitos outros exemplos.
• A responsabilidade dos Estados pelos direitos das crianças abarca todas as 
crianças na sua jurisdição, independente de nacionalidade ou situação 
migratória. 
• A não discriminação se refere à criança e também se amplia a seus pais, 
representantes legais e membros da família.
 + O direito à vida, à sobrevivência e ao desenvolvimento
• Todas as crianças têm o direito a estar vivas, a sobreviver e a se desenvolver da 
melhor maneira possível.
• Esse direito e princípio é de particular importância, no caso das crianças 
migrantes, na garantia do seu acesso ao território e permanência, em particular 
no que diz respeito ao princípio de não devolução.
• Ele está também relacionado ao acesso a necessidades básicas como a saúde, 
o abrigamento, a alimentação, entre outros.
 + O direito a ser escutada
• O direito a ser escutada é ao mesmo tempo individual e coletivo, ou seja, de 
cada criança e do conjunto de crianças.
• É um processo participativo, e não um ato pontual. Portanto, implica o 
desenvolvimento de mecanismos de escuta e participação das crianças nos 
assuntos que sejam relevantes para elas.
• Deve levar em consideração,reconhecer e respeitar as formas de comunicação 
próprias das crianças, inclusive as não verbais, por exemplo, as brincadeiras, a 
linguagem corporal e facial, o desenho, a pintura, o teatro e qualquer outra 
maneira que possa ser usada pela criança para expressar compreensão e 
opinião.
• Há a obrigação de proteger a criança de eventuais consequências negativas que 
possam se derivar da expressão da sua opinião e narrativas.
• Deve ocorrer em ambiente amigável para a criança.
Por serem transversais a todos os temas relacionados aos direitos da criança, os quatro princípios 
também devem orientar a interpretação dos direitos da criança migrante, incluídas neste conceito 
todas as pessoas menores de 18 anos.
O superior interesse da criança tem como objetivo assegurar a garantia de todos os direitos 
previstos na Convenção, além do desenvolvimento físico, mental, espiritual, moral, psicológico 
e social da criança. Assim, a interpretação dada ao superior interesse não deve resultar em um 
obstáculo ao acesso aos outros direitos da criança.
8Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
A Lei de Migração inclui a proteção integral e atenção ao superior interesse da criança e do 
adolescente migrante como um dos seus princípios (artigo 3º, inciso XVII). Esse princípio é 
também mencionado ao estabelecer que uma criança ou adolescente migrante separado ou 
desacompanhado só poderá ser devolvida ao seu país de origem ou a um terceiro país se a 
devolução se mostrar favorável à garantia dos seus direitos.
Um dos grandes desafios suscitados pela proteção dos direitos da criança é a compreensão da 
criança como sujeito de direitos, e não apenas como dependente dos pais, ou seja, os direitos da 
criança não são uma extensão ou continuação dos direitos dos pais. Assim, a criança migrante 
também tem garantidos os seus direitos humanos, os seus direitos enquanto criança e os seus 
direitos enquanto migrante.
 Agora assista ao Vídeo: “Quero começar minha vida novamente”: usar 
crianças-soldado é crime. 
Fonte: ONU Brasil, 20/05/2019.
A criança e o adolescente podem fazer pedidos de refúgio independentes e têm direito a ter 
os seus pedidos considerados, levando em consideração a sua condição de criança. Crianças 
que estão sob ameaça de recrutamento para conflitos armados podem pedir refúgio no Brasil, 
mesmo que o recrutamento seja feito por grupos paraestatais.
A criança migrante que se encontre em situação de risco para a sua integridade física ou emocional 
requer proteção toda vez que:
• Manifeste ter sido vítima de violência ou apresente lesões físicas visíveis ou dano 
psicológico que possam indicar situações de violência;
• Manifeste necessitar e não estar recebendo algum tipo de atenção em saúde, 
inclusive se o trajeto migratório foi longo e arriscado para a sua integridade física e 
psíquica;
• Manifeste ou mostre sinais de estar desarraigada, sem comunicação ou sem 
recursos e querer reunir-se com sua família; e
• Manifeste ou mostre sinais de precisar de outros tipos de proteção.
https://youtu.be/iiSttg-LENo
https://youtu.be/iiSttg-LENo
9Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Unidade 3: Migração e direitos das pessoas com 
deficiência
🎯 Objetivo de aprendizagem
Ao final desta unidade, você será capaz de relacionar a migração e os direitos das pessoas com 
deficiência.
No Brasil, as pessoas com deficiência possuem plena capacidade legal, de maneira que podem 
realizar todos procedimentos relativos à regularização migratória em condições de igualdade e 
sem discriminação alguma. Elas são, ainda, protegidas pela Convenção dos Direitos das Pessoas 
com Deficiência. Pessoas imigrantes com deficiência podem também acessar todas as políticas 
públicas de inclusão social da pessoa com deficiência. Aquelas que cumpram os requisitos podem 
acessar o Benefício de Prestação Continuada (BPC).
Segundo o Estatuto da Pessoa com Deficiência (2015):
Art. 2º. Consideram-se pessoas com deficiência aquelas que têm impedimentos de longo 
prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com 
diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em 
igualdade de condições com as demais pessoas.
Para os imigrantes com deficiência, o processo migratório pode ser particularmente desafiador, 
especialmente em contextos de migração forçada. Por vezes, a deficiência pode ser consequência 
de eventos que acontecem ao longo do processo migratório, como acidentes ou doenças.
Pessoas com deficiência podem estar mais vulneráveis ao abuso e à exploração durante o 
processo migratório; elas também sofrem com o risco de ser excluídas do acesso a serviços, 
particularmente em contextos de crise, se não houver uma consideração adequada aos aspectos 
de acessibilidade, visando à redução das barreiras ao acesso dos imigrantes com deficiência aos 
serviços.
Igualmente, é importante notar que, para alguns imigrantes, viver com uma deficiência pode 
ser uma importante motivação para migrar: por exemplo, para obter serviços médicos ou de 
reabilitação aos quais não têm acesso no seu país de origem ou para participar em um mercado 
laboral que possa ser mais inclusivo, entre muitos outros motivos.
10Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Unidade 4: Migração e direitos indígenas
🎯 Objetivo de aprendizagem
Ao final desta unidade, você será capaz de relacionar a migração e os direitos indígenas.
Os direitos dos povos indígenas no Brasil são garantidos pela Constituição Federal, pelo Decreto 
nº 5.051/2004, que promulga integralmente no Brasil a Convenção nº 169 da Organização 
Internacional do Trabalho (OIT) e pela Lei nº 6.001/1973 conhecida como Estatuto do Índio. A 
legislação brasileira reconhece o princípio da não discriminação e, também, o direito dos povos 
indígenas à livre escolha dos seus meios de vida e subsistência, além do acesso à educação, 
saúde, justiça, assistência social e demais serviços.
Destaque h, h, h, h, 
Segundo a Funai (s.d.), no Brasil, os critérios utilizados para a definição de 
indígena se baseiam em dois elementos principais:
A autodeclaração e a consciência da sua identidade indígena.
O reconhecimento dessa identidade por parte do grupo de origem.
Os povos indígenas transfronteiriços são os que habitam territórios atravessados pelos limites 
dos Estados nacionais e cuja mobilidade, ainda que cruze fronteiras internacionais, se produz 
dentro de áreas territoriais ancestrais, dentro das fronteiras étnicas onde esses povos exerceram 
e exercem o direito consuetudinário.
Os povos indígenas são protegidos por instrumentos específicos, tais como a Declaração das 
Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas, a Declaração sobre os Direitos das Pessoas 
Pertencentes a Minorias, a Convenção nº 169 da OIT e a Convenção Americana sobre os Direitos 
dos Povos Indígenas. Neles, destacam-se o respeito ao caráter pluricultural dos povos indígenas, 
o reconhecimento da sua personalidade jurídica, o direito a manter os seus sistemas específicos 
de família e organização social, e o direito à sua cultura, idioma e tradições.
Destaque h, h, h, h, 
Nenhum dos direitos dos imigrantes no Brasil está restrito a não indígenas. 
Indígenas migrantes devem ter seus direitos fundamentais protegidos pela 
legislação migratória e pela legislação indigenista. Um desafio importante 
é a superação de visões assimilacionistas que, embora ultrapassadas pela 
Constituição Federal, podem continuar a fazer parte do imaginário social 
brasileiro.
Como apontado no estudo Aspectos jurídicos da atenção aos indígenas migrantes da Venezuela 
para o Brasil (2018), ao pensar o acolhimento, atendimento e acompanhamento dos fluxos 
11Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
migratórios indígenas, a proteção da identidade indígena e o direito à autonomia devem ser 
entendidos como direitos fundamentais, no sentido de garantir o respeito às formas diferenciadas 
de vida e organização de cadapovo indígena, assim como o esforço para superar visões, ideários 
e práticas assimilacionistas.
Síntese das recomendações na assistência a indígenas migrantes. Yamada e Torelly (2018). 
OIM. Aspectos jurídicos da atenção aos indígenas migrantes da Venezuela para o Brasil. 
Disponível em: <https://publications.iom.int/books/aspectos-juridicos-da-
atencao-aos-indigenas-migrantes-da-venezuela-para-o-brasil>. 
https://publications.iom.int/books/aspectos-juridicos-da-atencao-aos-indigenas-migrantes-da-venezuela-para-o-brasil
https://publications.iom.int/books/aspectos-juridicos-da-atencao-aos-indigenas-migrantes-da-venezuela-para-o-brasil
12Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Unidade 5: Migração e igualdade racial
🎯 Objetivo de aprendizagem
Ao final desta unidade, você será capaz de relacionar a migração e igualdade racial.
Migrantes podem se encontrar particularmente expostos à discriminação, seja por dinâmicas 
de opressão relacionadas à sua raça, cor, etnia, religião ou origem. O racismo, assim como 
todas as formas de discriminação, é um dos fatores estruturais que podem contribuir para a 
vulnerabilidade em contexto migratório. 
Segundo a Convenção Internacional para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação 
Racial:
Destaque h, h, h, h, 
Qualquer distinção, exclusão, restrição ou preferência baseadas em raça, 
cor, descendência, origem nacional ou étnica que tem por objetivo ou efeito 
anular ou restringir o reconhecimento, gozo ou exercício num mesmo plano 
(em igualdade de condição), de direitos humanos e liberdades fundamentais 
no domínio político, econômico, social, cultural ou em qualquer outro domínio 
de vida pública.
No Brasil, a Política Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Decreto nº 4.886/2003) pressupõe 
que o combate às desigualdades raciais e a promoção da igualdade racial devem ser considerados 
no conjunto das políticas de governo, incluindo, portanto, a migração. A PNPIR reconhece o 
peso do racismo contra a população negra e afrodescendente no Brasil, enfocando esforços na 
superação do racismo contra esse grupo.
As ações de proteção contra o racismo, as ações afirmativas para a efetivação da igualdade de 
oportunidades e as políticas de promoção da igualdade racial podem ser acessadas também pela 
população imigrante, em especial pela população imigrante negra e indígena.
13Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Unidade 6: Migração e direitos das mulheres
🎯 Objetivo de aprendizagem
Ao final desta unidade, você será capaz de relacionar a migração e os direitos das mulheres.
As mulheres compõem cerca de 48% do total de migrantes internacionais no mundo (UN, 2019). 
Mulheres migram sozinhas ou acompanhadas de suas famílias, por muitos motivos, incluindo 
a busca de condições de vida mais igualitárias ou para escapar de violações dos seus direitos 
humanos nos países de origem (Global Forum on Migration and Development, 2017).
Gráfico com a proporção de homens e mulheres entre migrantes internacionais. 
Fonte: OIM (2019). “World Migration Report 2020”. Disponível em: https://
publications.iom.int/system/files/pdf/wmr_2020.pdf. 
As violações dos direitos humanos das mulheres no país de origem podem dar origem a uma 
reivindicação de proteção internacional como refugiada, já que pode ser considerada perseguição 
por pertencimento a um determinado grupo social. As mulheres e as meninas migrantes podem 
estar mais expostas à discriminação, à violência, ao tráfico de pessoas e ao abuso sexual durante 
o ciclo migratório.
Assim como ocorre nos demais casos, todos os direitos garantidos às mulheres no Brasil 
protegem também as mulheres imigrantes. Ou seja, elas têm acesso a todas as políticas públicas 
intersetoriais que buscam promover a igualdade, implementar oportunidades de projeção 
econômica e social e garantir proteção contra a violência.
Igualmente, as mulheres e as meninas imigrantes têm direito a acessar os serviços públicos 
https://publications.iom.int/system/files/pdf/wmr_2020.pdf
https://publications.iom.int/system/files/pdf/wmr_2020.pdf
14Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
de saúde caso queiram recorrer às hipóteses de interrupção de gravidez admitidas no Direito 
brasileiro: gravidez decorrente de estupro, risco à vida da mulher ou anencefalia do feto. Uma 
vez que a legislação pode variar entre países, a mulher imigrante que relate a necessidade de 
buscar esse serviço de saúde deve ser informada das hipóteses existentes segundo o Direito 
brasileiro.
15Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Unidade 7: Migração e direitos LGBTI+
🎯 Objetivo de aprendizagem
Ao final desta unidade, você será capaz de relacionar a migração e os direitos LGBTI+.
As pessoas LGBTI+ no Brasil têm garantidas uma série de direitos e proteções sociais, que também 
incluem as pessoas imigrantes sem discriminação alguma em razão da sua nacionalidade ou 
situação migratória.
Em diversas ocasiões, o STF já se pronunciou no sentido de reforçar que ninguém pode sofrer 
restrições aos seus direitos por causa da orientação sexual. Nesse contexto, a Lei de Migração é 
clara ao estipular que as proteções e garantias relativas à reunião familiar protegem a cônjuges 
e companheiros sem discriminação alguma, incluindo, portanto, todas as famílias de maneira 
igualitária.
O direito ao uso do nome social está garantido nos documentos da administração federal, 
incluindo a CRNM. O sistema utilizado pela Polícia Federal (SISMIGRA) está adaptado à garantia 
desse direito e permite a realização do agendamento utilizando o nome social.
A violação dos direitos humanos das pessoas LGBT no país de origem pode ser uma importante 
motivação que as leva a migrar. Atualmente, as relações consensuais entre pessoas do mesmo 
sexo são criminalizadas em 72 países, incluindo diversas formas de perseguição como prisão, 
punições corporais e inclusive pena de morte (ACNUR, 2018). Essas perseguições podem ocorrer 
pelo Estado ou de parte de grupos paraestatais.
Destaque h, h, h, h, 
Segundo um levantamento realizado pelo Alto Comissariado das Nações 
Unidas para os Refugiados (ACNUR) e pelo Ministério da Justiça e Segurança 
Pública, o Brasil recebeu ao menos 369 solicitações de refúgio motivadas 
pela perseguição por orientação sexual, tendo deferido a maioria (143) das 
cerca de 170 que foram analisadas (ACNUR, 2018). Isto permite dizer que o 
país tem um histórico sólido de reconhecimento da necessidade de proteção 
internacional de pessoas com um fundamentado temor de perseguição devido 
à sua orientação sexual ou identidade de gênero.
16Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Unidade 8: Migrantes idosos
🎯 Objetivo de aprendizagem
Ao final desta unidade, você será capaz de identificar os direitos dos migrantes idosos.
A migração de pessoas idosas, segundo alguns autores, pode ser pensada em relação com as fases 
do ciclo de vida e as necessidades específicas das pessoas idosas (Campos e Barbieri, 2013). Estas 
podem incluir, por exemplo, a migração após a aposentadoria, a migração para reunir-se com 
familiares que haviam migrado antes ou a migração motivada pela busca do acesso a serviços de 
saúde que podem estar indisponíveis ou ser de mais difícil acesso no local de origem. Por outro 
lado, os migrantes idosos podem também ser pessoas que migraram em fases anteriores da vida 
e vivem o processo de envelhecimento no país de destino.
Cabe ainda mencionar que a migração pode ser um projeto familiar intergeracional; por vezes, 
migrantes em idade ativa se estabelecem primeiro em um lugar, para depois trazer os seus 
pais idosos e/ou filhos pequenos. Assim, em muitos casos, os avós e netos ou netas migram 
juntos em um momento posterior, para reunir-se com seus familiares. Isto pode criar situações 
particulares em termos de guarda das crianças, que podem estar temporária ou definitivamente 
sob a responsabilidade dos avós.
Destaque h, h, h, h, 
Os imigrantes idosos no Brasiltêm acesso aos direitos garantidos aos idosos 
brasileiros, tais como o acesso a bens culturais e às políticas de integração 
na comunidade, a proteção contra a discriminação, o direito ao acesso ao 
transporte público, o atendimento preferencial nos estabelecimentos públicos, 
comerciais, de prestação de serviços, entre outros. As pessoas imigrantes 
idosas residentes no Brasil têm direito ao acesso ao Benefício de Prestação 
Continuada, à Aposentadoria e à Aposentadoria Rural, sempre que cumprirem 
os requisitos de cada benefício.
Pessoas idosas que tenham exercido sua profissão no Brasil e desejem retornar aos seus países 
de origem podem se beneficiar dos acordos internacionais em matéria de previdência social 
que o Brasil mantém com diversos países. Entre eles, se incluem os acordos Iberoamericano (do 
qual são parte a Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, El Salvador, Equador, Espanha, Paraguai, Peru, 
Portugal, e Uruguai) e do Mercosul (do qual são parte a Argentina, Paraguai e Uruguai), ambos 
multilaterais. 
O Brasil tem ainda acordos bilaterais em matéria de previdência com a Alemanha, Bélgica, Cabo 
Verde, Canadá, Chile, Coreia, Espanha, Estados Unidos, França, Grécia, Itália, Japão, Luxemburgo 
e Portugal. Esses acordos incluem tanto os segurados quanto os seus dependentes e, no geral, 
cobrem:
17Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
• Aposentadoria por invalidez;
• Prestações decorrentes por acidente de trabalho e doenças profissionais;
• Aposentadoria por tempo de serviço;
• Aposentadoria por idade; 
• Pensão por morte; e
• Reabilitação profissional.
A pessoa imigrante idosa que queira retornar ao seu país de origem, inclusive beneficiando-se 
de um dos acordos internacionais em matéria de previdência, pode também solicitar assistência 
para o retorno e a reintegração voluntária, como mencionamos. Esse apoio pode ser buscado nas 
representações consulares do país de origem ou em organizações internacionais, como a OIM. 
18Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Glossário
 + Adolescente
Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente, adolescente é a pessoa entre 12 
anos e 18 anos de idade. Uma vez que o Brasil é parte da Convenção dos Direitos da 
Criança, a definição da Convenção também se aplica ao Brasil, de maneira que os 
adolescentes também estão protegidos pela Convenção.
 + Assimilacionismo
O assimilacionismo é uma política de perspectiva unidirecional de integração 
por meio da qual um grupo social ou étnico – geralmente uma minoria – adota 
as práticas culturais de outra – geralmente do grupo étnico ou social maioritário. 
Assimilacionismo envolve a absorção da língua, tradições, valores, moral e 
comportamento, geralmente levando a parte assimilada a se tornar menos 
distinguível socialmente em relação às outras partes da sociedade (Glossário OIM, 
2019).
 + Criança
A Convenção dos Direitos da Criança define uma criança como todo ser humano 
com menos de 18 anos de idade, a não ser que pela lei aplicável a maioridade seja 
atingida antes. Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente, criança é a pessoa 
de 12 anos de idade incompletos. 
 + Indígena
De acordo com a Convenção nº 169 da OIT sobre Povos Indígenas e Tribais, povos 
indígenas são: a) povos tribais em países independentes, cujas condições sociais, 
culturais e econômicas os distingam de outros setores da coletividade nacional, e 
que estejam regidos, total ou parcialmente, por seus próprios costumes ou tradições 
ou por legislação especial; b) povos em países independentes, considerados 
indígenas pelo fato de descenderem de populações que habitavam o país ou uma 
região geográfica pertencente ao país na época da conquista ou da colonização ou 
do estabelecimento das atuais fronteiras estatais e que, seja qual for sua situação 
jurídica, conservam todas as suas próprias instituições sociais, econômicas, culturais 
e políticas, ou parte delas. Na legislação brasileira, é todo indivíduo de origem e 
ascendência pré-colombiana que se identifica e é identificado como pertencente 
a um grupo étnico cujas características culturais o distinguem de outros setores 
da coletividade nacional. Os critérios utilizados consistem na autodeclaração 
e consciência de sua identidade indígena, somada ao reconhecimento dessa 
identidade por parte do grupo de origem.
19Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
 + LGBTI+ 
Um acrônimo para as pessoas lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e 
intersex. 
 + Pessoa com deficiência
Considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de longo prazo 
de natureza física, mental, ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais 
barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade 
de condições com as demais pessoas.
20Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Referências
ACNUR — ALTO COMISSARIADO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA OS REFUGIADOS. Perfil das 
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	Unidade 1: Introdução: Além do trabalhador migrante
	Unidade 2: Migração e direitos da criança
	Unidade 3: Migração e direitos das pessoas com deficiência
	Unidade 4: Migração e direitos indígenas
	Unidade 5: Migração e igualdade racial
	Unidade 6: Migração e direitos das mulheres
	Unidade 7: Migração e direitos LGBTI+
	Unidade 8: Migrantes idosos
	Glossário
	Referências

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