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Hormônios da hipófise anterior: A tireoide é estimulada pelo TSH a produzir T3 e T4 O T4 é produzido em maior quantidade (90% dos hormônios tireoidianos) O T3 corresponde aos outros 10% Ocorre conversão periférica de T4 em T3 pois o T3 possui maior afinidade aos receptores de hormônios tireoidianos nos tecidos periféricos. Isso caracteriza o T3 como “mais potente” que o T4. A tireoide é composta por folículos que consistem em células epiteliais circundando um lúmen preenchido por tireoglobulina, que é a forma de armazenamento dos hormônios tireóideos. A captação do íon iodeto disponível no meio extracelular pelos transportadores de iodo (NIS) faz com que eles adentrem os folículos e posteriormente ao coloide, depois de ser convertido em iodo molecular (I²) pela peroxidase. A tireoglobulina, é produto de cadeias de aminoácidos e é liberada no coloide onde fica armazenada. A tireoglobulina se liga ao iodo podendo formar MIT (1 iodo e 1 tireoglobulina - monoiodotirosina) ou DIT (2 iodos e 1 tireoglobulina - diiodotirosina). • MIT+DIT: T3 • DIT + DIT: T4 Após a ligação tireoglobulina + iodo, os hormônios T3 e T4 são liberados na corrente sanguínea. Controle hormonal: Regulada pelo TSH, hormônio hipofisário; a produção de TSH segue um padrão circadiano oposto ao do cortisol, ou seja, o TSH se acumula no período noturno. O promove o metabolismo e síntese de proteínas e crescimento e desenvolvimento os quais se dão por meio de receptores nucleares (no núcleo da célula) PALESTRA 2: FARMACOLOGIA Princípios do Tratamento de Hipo e Hipertireoidismo FARMACOLOGIA: TIREOIDE Farmacologia:Tireoide A maioria dos hormônios tireoidianos é transportado por uma proteína, a globulina ligadora tireoidiana (GBT), que se liga a tiroxina. FARMACOS QUE AFETAM A TIREOIDE 1. Levotiroxina 2. Liotiroxina 3. Metimazol 4. Propiltiouracil (PTU) 5. Tiocianato, perclorato 6. Iodo e iodeto de potássio TRATAMENTO DO HIPOTIREOIDISMO: Existem diferentes etiologias associadas: 1) autoimune: tireoidite de Hashimoto 2) deficiência de iodo 3) desenvolvimento congênito ou adquirido A terapia visa repor as quantidades necessárias de hormônio tireoidiano É o tratamento de primeira escolha É um tipo de T4 sintético usado para simular o endógeno. São sais sódicos dos isômeros naturais Neste tipo de terapia não há necessidade de T3, pois o T4 é convertido perifericamente para T3 pelas deiodinases. Pode ser veio VO (comprimido, capsula), IV (menos comum, pó liofilizado) Absorção por via oral em torno de 80% e sofre interferência por presença de alimentos, ou seja, os alimentos retardam absorção, logo, deve ser tomada em jejum. Pode ocasionar também uma maior variabilidade dos níveis de TSH gerando oscilações nos sintomas. Tempo de absorção (pico) se dá entre 2-4 horas A meia vida é de 7 dias, isso faz com que o monitoramento deva ser iniciado após pelo menos, 1 semana de tratamento. Essa meia vida traz benefícios caso o paciente esqueça de tomar, no entanto, quando esquecido é recomendado fazer uso de 2 comprimidos no próximo dia para manter os níveis ideais de T4 Pacientes com hipertireoidismo possuem uma grande elevação na relação de T4/T3, fazendo com que o paciente tenha mais níveis de T3. Além da facilidade de uso, a potência consistente e duração de ação fazem com que a levotiroxina seja o medicamento de escolha. Além claro, do baixo custo. O paciente precisa ter as enzimas desiodinases D¹ e D², pois é necessário que haja conversão em T3 para que se tenha o efeito esperado. A dosagem é feita de acordo com o peso corporal, de acordo com1,7µp/kg peso corporal; em >60 anos de 12,5-50 µp/dia REPRESENTANTES FARMACOLÓGICOS: • Levotiroxina ou Puran (nome comercial) MECANISMO DE AÇÃO: A levotiroxina atua da mesma forma que a tiroxina endógena que é convertida no fígado e nos rins em T3, o seu metabólito ativo. Os hormônios aumentam sua solubilidade ao se complexar com a globulina de ligação à tiroxina (TBG) EFEITOS ADVERSOS: • Palpitações. • Taquicardia. • Insônia. • Nervosismo São sais sádicos dos isômeros naturais É um tipo de T3 sintético usado para simular o T3 endógeno. Muito mais potente que a levotiroxina (cerca de 3-4x mais potente) Não necessidade de presença de deiodinases para conversão Administração VO ou IV, mas há contraindicações para pacientes cardíacos pelo grande potencial de causar cardiotoxicidade MECANISMO DE AÇÃO: É 100% absorvida com pico de ação entre 2e4h e tempo de meia vida de 18-24h É muito utilizada em casos de coma mixedematoso (devido ao efeito rápido); outra indicação é em pacientes que apresentam polimorfismo de deiodinases, ou que não expressão deiodinases, (como alguns grupos populacionais asiáticos). Apesar de ser potente, a levotiroxina é muito mais estável, com potência mais constante e menos efeitos adversos Não se tem um controle do feedback hipotalâmico e hipofisário tão bom quanto o fisiológico. Dosagem de 10-15µp/dia pelo menos 3x ao dia EFEITOS ADVERSOS: • Aumentos dos batimentos cardíacos; • pulsação acelerada; • tremor; • insônia TRATAMENTO DO HIPERTIREOIDISMO: As etiologias são: 1) Doença de graves (autoimune): produção de anticorpos antirreceptor de TSH (TRAb) 2) Quadros de tireotoxicose (exógeno) 3) Estimulação de receptores de TSH ou captação excessiva de iodo pela célula Quanto aos fármacos, tem-se 3 classificações de acordo com o mecanismo de ação. Trata-se de uma terapia de inibição de hormônios tireoidianos • Tem-se os inibidores de síntese do hormônio tireóideo: tioaminas como propiltiouracila (PTU) e metimazol • Bloqueadores da liberação dos hormônios: iodetos, tiocianato, perclorato, fluorborato • Usados em crises tireóideas: beta bloqueadores como metoprolol, propranolol. Usados para diminuir os sintomas do hipertireoidismo • Iodo radioativo: REPRESENTANTES FARMACOLÓGICOS: • Tioaminas (ex: propiltiouracil (PTU) e metimazol; carbimazol (não muito usado) MECANISMO DE AÇÃO: Atuam por meio da inibicao dos hormonios da tireoide, afetando a capacidade de incoporacao do iodo (tirosila), ou seja, sua acao ocorre na peroxidase. Como resultado, tem-se diminuicao das reservas de tireoglobulina iodada, menor organificacao e menor producao hormonal de T3 e T4. A PCU propiltiouracila tem efeito adicional, alem de inibir a peroxidase, tem capaicdade de fazer inibicao da desiodacao periferica (conversao de T4 em T3). Metilmazol é a principal escolha terapeutica dessa classe. PCU tem tempo de meia vida menor que a do metilmazol. Ambos os medicamentos PCU e metilmazol se ocncentram na tireoiede São excretados via renal (urina) Dosagens: PCU (100mg ou 500mg 3x/dia; Metilmaozl qx ao dia, 0,5, 10, 25mg O uso desses farmacos se restringe a pacientes que tem: 1. hipertireoidismo que necessitam de tratamento por toda vida 2. para controle dos sintomas após terapia com iodo radioativo 3. tambem é util para ser usada na preparação para tireoidectomia. PCU é usada especialmente em gestantes (após 1º TRI pode levar a insuficiencia hepatica, mas durante o primeiro trimestre é uma boa opcao) Metimazol possui mais adesao e toxicidade, mais empregado terapeuticamente na populacao geral. Contribui para diminuicao do bócio. EFEITOS ADVERSOS: São mais restritos a PCU • Pode causar desenvolvimento de bócio pela hipertrofia gerada no paciente que faz o uso terapêutico. Isso se dá pela diminuição de T3 e T4, que estimula o TSH, fazendo com que a tireoide seja muito estimulada. Ocorre mais no início do tratamento, é reversível • Agranulocitose • Hepatotoxicidade • Dor e rigidez articulares • Parestesia • Cefaleia • Queda de cabelo • Pigmentação cutânea REPRESENTANTES FARMACOLÓGICOS: •Tiocianato, perclorato São ânions (ex: tiocianato, perclorato, fluorborato) O tiocianato tem mais dificuldades de ficar alojado na glândula que o perclorato, porém em grandes quantidades promove organificacao do iodo Perclorato é mais potente e efetivo no processo de transporte de iodo pelo NIS (transportador de iodo); compete com o iodo pela entrada na célula, ele entra na célula no lugar do iodo, impedindo sua captação. O grande problema é que ele tem risco alto de desenvolver anemia aplásica fatal (complicação deriva da dose usada, principalmente se >2,3g/dia) MECANISMO DE AÇÃO: • Atuam na concentração de iodo disponível e na capacidade de captação de iodo pela glândula • Atuam no transportador de iodo (NIS) Perclorato: compete com o iodo pela entrada na célula, ele entra na célula no lugar do iodo, impedindo sua captação. O grande problema é que ele tem risco alto de desenvolver anemia aplásica fatal (complicação deriva da dose usada) Iodeto inorgânico estável: visa fazer uma saturação de iodo no organismo, ou seja, para fazer com que não haja captação do iodo pela glândula. Haverá uma oferta muito grande de iodo, e o iodeto interfere no transporte do iodo, impedindo-o de ser iodado. Além de atuar impedindo transporte, desencadeia efeito de Wolff-Chaikojj, que é a inibição de iodotirosinas e iodotironinas, além da inibição da produção dos hormônios tireoidianos. No entanto, sua ação tem tempo limitado, devido a saturação de iodeto. Algumas ações dos iodetos: → Ação e bloqueio rápido da síntese do hormônio → Usados para preparação cirúrgica pois diminuem vascularização e tamanho → Quadro de crise tireotóxica → Proteção da tireoide da precipitação de iodo radioativo após procedimento A ação dos iodetos dura no máximo 8 semanas (não sendo uma boa opção terapêutica para tratamento prolongado. O iodeto começa a agir de forma muito breve (pico de ação), por isso pode ser usado em casos de crises tireotóxicas, mas está associado a várias queixas de efeito adverso. OBS: no tratamento com iodo radioativo o paciente não pode usar nenhum outro medicamento para tireoide pois o iodo radioativo deve ser o único EFEITOS ADVERSOS: • Iodeto: indução ao hipertireoidismo, precipitação do hipotireoidismo, gosto metálico. Pode ser usada em condições que não houve eficácia com outro tratamento, em casos de tireotoxicose ou em casos de câncer de tireoide MECANISMO DE AÇÃO: São usados o Iodo: Iodo 123: (emite raios gama), empregado para fins diagnósticos, tempo de meia vida de 13h. Permite que as células brilhem, sem causar morte Iodo 131: (emite raios gama e particular beta, por isso é o mais usado para hiperfunção e câncer de tireoide); mais usado no tratamento com iodo radioativo. Tem tempo de meia vida de 8 dias. Causam efeitos destrutivos na glândula, até que seja destruída por completo. Sua radiação é consumida quase que totalmente em cerca de 56 dias. É necessário que o paciente fique isolado para não passar a radiação para outros. Preferível que o tratamento seja feito no hospital. A terapia é feita por meio de ingestão de soluções ou capsulas que contém iodo 131, o qual é captado pela tireoide e incorporado nos folículos; ele inicia a emissão de raios betas. O objetivo do tratamento é fazer com que o iodo seja armazenado nos folículos, e comece a afetar o parênquima da tireoide através da emissão de raios beta, levando a necrose desorganização folicular, edema e infiltração leucocitária levando a degradação da tireoide. Junto com os raios beta são emitidos os raios gama, que promovem facilitação de monitoramento por imagem de onde ainda existem tecidos tireoidianos, ou seja, os raios gama auxiliam no rastreamento. O iodo 131 faz com que haja destruição celular, com fibrose intersticial, associada a atrofia da glândula, levando a morte celular e liberação de antígenos (Ag) + produção de anticorpos (Ac) que afetam os receptores de (TSH). Com isso, tem-se menor responsividade do TSH ao seu receptor, levando a menor produção hormonal. Com isso há ablação de todo tecido tireoidiano e diminuição da autoimunidade (autoanticorpos) As aplicações da iodoterapia são: → Tireoide hiperativa ou aumentada não tendo responsividade por tratamentos anteriores → Doença metastática → Câncer de tireoide → Hipertireoidismo em idosos (mas deve ser avaliado) → Pacientes com cardiopatia → Bócio nodular tóxico A concentração pode variar de 30-200 mCi; entre 30- 40 pode ser feito extra-hospitalar, acima disso deve ser feito hospitalar. Vantagens: alternativo a tireoidectomia (quando não s e pode fazer extração cirúrgica), custo baixo (porem depende do local), limitação das atividades diárias (não limita tanto quanto a cirurgia, mas limita a exposição e contato com outros) Desvantagens: existem várias, dentre elas hipotireoidismo tardio (mais comum), tipos específicos de câncer (especialmente em tecidos que tem transportador NIS), tireoidite por radiação (pode ser controlada com uso de fármacos antitireoidianos). Contraindicado para gestantes pois passa a barreira placentária. EFEITOS ADVERSOS: Pode haver desenvolvimento de outros tipos de câncer OBS: Medicamentos usados em crises tireoideas: A crise tireóidea se apresenta com sintomas extremos de hipertiroidismo. O tratamento da crise tireóidea é o mesmo que do hipertiroidismo, exceto pelo fato de os fármacos serem administrados em doses maiores e mais frequentemente. Os beta-bloqueadores, como metoprolol ou propranolol, são eficazes em mascarar a estimulação generalizada que ocorre no hipertiroidismo. Referências: • WHALEN, Karen; FINKELL, Ricardo; PANAVELIL, Thomas A. Farmacologia Ilustrada. [Digite o Local da Editora]: Grupo A, 2016. E-book. ISBN 9788582713235. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788582713235/. Acesso em: 11 fev. 2023.
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