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APG 9 - Herança de família

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APG – SOI IV Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/4º Período 
 1 
 APG 9 – Herança de família
1) COMPREENDER ETIOLOGIA, EPIDEMIOLOGIA, TIPOS, 
FISIOPATOLOGIA, FATORES DE RISCO, MANIFESTAÇÕES 
CLÍNICAS, COMPLICAÇÕES, DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO 
DOS PÓLIPOS 
 Os pólipos são mais comuns no cólon, mas podem ocorrer no 
esôfago, estômago ou intestino delgado. 
 Os tumores benignos colorretais são, em sua maioria, de 
origem epitelial e, pelas suas consequências, representam o 
mais importante grupo dessas afecções. 
 Os pólipos merecem atenção especial, particularmente os 
adenomatosos, porque, em sua maioria, apresentam potencial 
elevado de malignização. 
 A incidência estimada de pólipos na população geral varia de 9 
a 60%, sendo esse valor maior correspondente a pequenos 
pólipos encontrados em necropsias. 
 Quando o exame radiológico do cólon (enema opaco) era um 
procedimento de rotina, pólipos foram encontrados em cerca 
de 5% dos pacientes, e a idade média de incidência era de 55 
anos. 
 Cerca de 50% dos pólipos ocorrem no cólon sigmoide e reto 
e podem ser detectados por toque retal ou sigmoidoscopia, 
50% dos pacientes apresentam mais de uma lesão, e 15% 
duas lesões, sendo a distribuição desses pólipos similar à do 
câncer. 
 FISIOPATOLOGIA 
 O pólipo gastrointestinal pode ser descrito como uma massa 
que avança para o lúmen intestinal. 
 Os pólipos podem ser subclassificados de acordo com: 
 Sua inserção à parede do intestino: 
 Sésseis: nódulos elevados da mucosa; 
 Pedunculados: inseridos por um pedículo 
 Aspecto histopatológico: 
 Hiperplásico; 
 Adenomatoso. 
 Seu potencial neoplásico: 
 Benigno; 
 Maligno. 
 PÓLIPOS NEOPLÁSICOS 
 Os pólipos neoplásicos representam uma condição pré-
cancerosa (o pico de incidência dos pólipos adenomatosos 
precede em alguns anos o pico do câncer colorretal = evolui 
para câncer), e seu potencial de malignização está na 
dependência direta do seu tamanho, padrão de crescimento 
e grau de atipia celular. 
 ADENOMA TUBULAR: representam 65% dos adenomas 
benigno, geralmente são lesões esféricas com 
superfícies lisas e diâmetro <2cm, que se encontram 
ligadas à superfície da mucosa por um pedículo, 
composto por pequenas glândulas arredondadas ou 
tubulares; 
 ADENOMA PAPILAR OU TUBULOVILOSOS: têm 
arquitetura com elementos tubulares e vilosos (mistura). 
Os adenomas desse tipo ocupam uma posição 
intermediária entre os adenomas tubulares e vilosos , no 
que se refere ao risco de desenvolvimento de carcinoma 
invasivo. 
 ADENOMA VILOSO: constituem 10% dos adenomas do 
intestino grosso e são encontrados principalmente no 
cólon retossigmoide. Geralmente, são lesões elevadas 
com bases amplas e superfície rugosa semelhante a 
couve-flor, são maiores e sésseis. Tem mais propensão 
de conter células malignas. 
 Os pólipos adenomatosos e o papiloma viloso apresentam-se 
de formas diferentes na microscopia, porém são 
decorrentes do mesmo processo patológico. 
 Formas intermediárias entre o adenoma e o papiloma viloso 
são comuns, e nessas situações, será utilizada a denominação 
de adenoma papilar ou tubuloviloso. 
 A frequência dos pólipos aumenta com a idade e a prevalência 
dos pólipos adenomatosos aumenta significativamente depois 
dos 60 anos. 
 Homens e mulheres são igualmente afetados e estão 
presentes em quase 50% dos adultos, que vivem no mundo 
ocidental que estão chegando aos 50 anos. 
 Os pólipos adenomatosos (adenomas), então, são neoplasias 
benignas que se originam do epitélio da mucosa intestinal e 
variam de 0,3 a 10 cm. 
 Esses pólipos são 
formados de 
células neoplásicas 
que proliferaram 
mais que a 
necessidade para 
repor as células 
que normalmente se desprendem da superfície da mucosa. 
 A patogênese da formação dos adenomas consiste em 
alteração neoplásica da replicação das células epiteliais das 
criptas: pode haver apoptose reduzida, persistência da 
 APG – SOI IV Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/4º Período 
 2 
replicação celular e falhas de maturação e diferenciação das 
células que migram para a superfície das criptas. 
 Normalmente, a síntese de DNA cessa à medida que as 
células alcançam os dois terços superiores das criptas e, 
em seguida, sofrem maturação, migram para a 
superfície e tornam-se senescentes (envelhecem, 
desgasta e enfraquece). Em seguida, essas células 
sofrem apoptose e desprendem-se da superfície. 
 Os adenomas são formados quando há uma anormalidade 
dessa sequência, ou seja, quando as células epiteliais 
retêm sua capacidade proliferativa ao longo de todo o 
comprimento da cripta. As alterações da diferenciação 
celular podem causar displasia e progressão a um 
carcinoma invasivo. 
 
 Histopatologicamente, a marca citopatológica da displasia 
epitelial é a hipercromasia nuclear, alongamento e 
estratificação. Essas alterações são mais facilmente 
observadas na superfície do adenoma porque o 
amadurecimento epitelial falha à medida que as células migram 
para fora da cripta. 
 
 
 As manifestações clínicas do pólipo é pouco significativa e 
poderá se dar através da perda de sangue e/ou muco junto 
com as fezes. 
 A intensidade da perda estará em relação com o número 
e tamanho dos pólipos, podendo variar desde a ausência 
de perdas sanguíneas até situações de enterorragia 
mais intensa, levando à anemia. 
 Os pólipos retais pediculados poderão exteriorizar-se no 
momento da evacuação. 
 A perda de muco, misturado com sangue ou não, é a 
manifestação característica dos pólipos vilosos. Estes 
chegam, em algumas situações, a apresentar grandes 
volumes de perdas, com consequente depleção 
hidroeletrolítica. 
 Pólipos mais volumosos poderão ocupar espaço dentro do 
lúmen intestinal, 
levando a episódios 
de suboclusão 
intestinal. 
 O diagnóstico é realizado 
através de 
procedimentos 
endoscópicos 
(retossigmoidoscopia e 
colonoscopia) e radiológicos (enema opaco). Em exame de 
rotina, o encontro de sangue oculto nas fezes indicará a 
realização de procedimentos endoscópicos. 
 O tratamento consiste na remoção de qualquer pólipo 
encontrado, e a via de eleição são os procedimentos 
endoscópicos, que permitem o enlaçamento do pólipo através 
de alças e sua ressecção com eletrofulguração da sua base. 
 Pólipos maiores, sésseis e com base larga são removidos 
em partes, através de procedimentos sucessivos, muitas 
vezes em mais de uma sessão. 
 Na impossibilidade da remoção endoscópica de pólipos, 
pelo seu volume ou base extremamente larga, a conduta 
passará a ser cirúrgica, com laparotomia e colotomia. 
Nessas situações, em casos suspeitos, a cirurgia poderá́ 
ser ampliada com a realização da colectomia parcial. 
 Cerca de 2 a 4% dos pólipos removidos 
endoscopicamente apresentam carcinoma invasivo, e, 
nessas condições, deverá ser tomada a decisão de 
operar e remover o segmento de cólon ou, então, 
acompanhar o paciente através de endoscopias 
programadas. 
A) Adenoma tubular com superfície lisa e 
glândulas arredondadas. 
B) Adenoma viloso com projeções longas e 
delgadas (lembra pequenas vilosidades 
intestinais). 
C) Células displásicas epiteliais com núcleos 
aumentados, hipercromáticos e 
alongados. 
D) Adenoma serrilhado séssil revestido por 
células caliciformes típicas de displasia. 
Diferente do pólipo hiperplásico pelo 
envolvimento das criptas 
 APG – SOI IV Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/4º Período 
 3 
 Uma vez removido o pólipo por via endoscópica, nova 
colonoscopia deverá ser realizada após 1 a 2 anos e, 
depois, a, pelo menos, cada 3 anos em pacientes do 
grupo de risco. 
 SÍNDROMES FAMILIARES 
 POLIPOSE ADENOMATOSA FAMILIAR (PAF): é um distúrbio 
autossômico dominante marcado pelo surgimento, na 
adolescência, de numerosos adenomascolorretais. 
 É causada por mutações do gene da polipose 
adenomatosa do cólon (APC); 
 O adenocarcinoma colorretal se desenvolve em 100% 
dos pacientes com PAF 
não tratada, muitas vezes 
antes dos 30 anos; 
 Dessa forma, a colectomia 
profilática é a terapia 
padrão para pessoas 
portadoras de mutações 
de APC, porém, os 
pacientes permanecem 
em risco de 
manifestações extraintestinais, incluindo neoplasias em 
outros locais; 
 Mutações específicas de APC também estão associadas 
ao desenvolvimento de outras manifestações de PAF e 
explicam variantes como a síndrome de Gardner e a 
síndrome de Turcot. 
 CÂNCER COLORRETAL HEREDITÁRIO NÃO POLIPOSO (CCHNP): 
também conhecido como síndrome de Lynch, foi descrito 
como um agrupamento de cânceres familiares de ocorrência 
distribuída em vários locais, incluindo cólon, endométrio, 
estomago, ovário, ureteres, cérebro, intestino delgado, trato 
hepatobiliar e pele. 
 Os cânceres do cólon em pacientes com CCHNP, tendem 
a ocorrer em idades mais jovens do que os cânceres de 
cólon esporádicos. 
 Em muitos casos, os adenomas serrilhados sésseis estão 
associados ao CCHNP, e a produção de mucina pode ser 
proeminente nos adenocarcinomas subsequentes. 
 O CCHNP é causado por mutações herdadas na linhagem 
germinativa em genes que codificam proteínas 
responsáveis pela detecção, excisão e reparo de erros 
que ocorrem durante a replicação do DNA. Genes na 
maioria dos casos: MSH2 ou MLH1. 
 
 
 PÓLIPOS HAMARTOMATOSOS 
 O hamartoma é definido como um tumor não neoplásico, 
formado pela 
proliferação anormal 
de tecido normal, 
disposto de forma 
desorganizada 
(semelhante a 
tumores), não 
existindo qualquer evidência de que representa alterações 
pré-cancerosas. 
 Ocorrem esporadicamente e como componentes de várias 
síndromes geneticamente determinadas ou adquirida 
 O pólipo juvenil é o tipo mais comum de pólipos 
hamartomatosos e é mais comumente encontrado em 
crianças e, ocasionalmente, em adultos. 
 Apresenta-se de forma esférica e superfície lisa, diâmetro 
médio de 1-2 cm, com pedículos longos e finos, contendo 
inúmeros cistos preenchidos por mucina (denominação pólipo 
de retenção), localizados no reto 
 Não apresentam qualquer alteração epitelial, diferente dos 
adenomas. 
 Em 70% dos casos localiza-se no reto, em 15% no sigmoide, 
e os 15% restantes ao longo do cólon. 
 Na maioria das vezes são pólipos únicos, e quando múltiplos, 
são de 2 a 12. 
 A formação desses pólipos está diretamente ligada à 
inflamação e ulceração da mucosa colônica. Essas situações 
eliminam pequenas glândulas, que se dilatam e proliferam, 
formando inúmeros cistos de conteúdo mucinoso, fazendo, na 
sequência, a protusão do lúmen intestinal. 
 O movimento do bolo fecal traciona essa protusão, formando 
então o pedículo, desprovido de muscular da mucosa. Por essa 
razão, poderá sofrer processo de torção e/ou necrose, com 
sua eliminação espontânea. 
 A manifestação clínica mais importante é a perda de sangue 
junto com as fezes. Como a maioria desses pólipos são de 
localização baixa, o sangue é de coloração clara. 
 Alguns pólipos podem exteriorizar-se pelo ânus durante 
a evacuação. 
 Em situações de pólipos múltiplos, poderá acontecer o 
aparecimento da diarreia. 
 O diagnóstico é realizado através de procedimentos 
endoscópicos e pela retossigmoidoscopia poderá detectar 
cerca de 75% desses pólipos e os restantes pela 
 APG – SOI IV Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/4º Período 
 4 
colonoscopia. O método endoscópio permite não somente o 
diagnóstico, mas também a remoção, através do enlaçamento 
com alças ligadas a eletrocautério. 
 
 PÓLIPOS INFLAMATÓRIOS 
 O pólipo linfoide benigno é mais frequentemente encontrado 
no terço distal do reto e no íleo terminal. 
 A causa subjacente é o comprometimento do relaxamento do 
esfíncter anorretal, criando um ângulo agudo na parede 
anterior do reto. Isso leva a abrasão (desgaste) recorrente e 
ulceração da mucosa retal sobrejacente. Assim, ciclos 
crônicos de lesão e cicatrização produzem uma massa 
polipoide composta por tecido inflamado e reativo da mucosa 
 É formado por tecido linfoide, constituindo estrutura de 
linfonodo, porém sem sinuosidade, localizando-se na 
submucosa e recoberto de mucosa normal. 
 Esses pólipos são assintomáticos, sendo encontrados devido à 
patologia inflamatória associada e a sua excisão representa o 
tratamento correto. 
 No Robbins fala que os pacientes apresentam a tríade 
clínica de sangramento retal, secreção de muco e lesão 
inflamatória da parede retal anterior. 
 A polipose inflamatória (pseudopolipose = erroneamente, pois 
são pólipos verdadeiros), ocorre como resultado de ulceração 
que compromete toda a espessura do epitélio intestinal, 
principalmente em processos disentéricos crônicos do cólon, 
como os encontrados nas Doenças Inflamatórias Intestinais. 
 Esses pólipos apresentam-se em grande número, sob a 
forma de apêndices mucosos, contendo alterações de 
caráter inflamatório. 
 Do ponto de vista radiológico e endoscópico, a diferenciação 
entre a pólipos inflamatória e a adenomatosa poderá ser 
difícil, sendo necessário o exame histopatológico de biopsias 
para o correto diagnóstico. 
 Esses pólipos não requerem terapia específica, já que não 
estão relacionados diretamente com o processo inflamatório 
de base. 
 
 
 PÓLIPOS METAPLÁSICOS OU HIPERPLÁSICOS 
 Os pólipos metaplásicos ou hiperplásicos são bastante 
frequentes no reto e achado comum em exames 
retossigmoidoscópicos. 
 Apresentam-se como pequenas lesões com poucos 
milímetros de diâmetro, recobertas por mucosa normal, 
sésseis, com aspecto nodular e mamelonado. 
 São formados a partir de alterações na divisão celular no 
interior da cripta, com expansão da zona de replicação celular 
em sua base, resultando na elevação polipoide, e sem qualquer 
evidência de atipia. 
 Em algumas situações, esses nódulos, na realidade, já seriam 
adenomas, coexistindo com uma estrutura de pólipo 
hiperplásico. Embora essas lesões não apresentem potencial 
maligno, devem ser diferenciadas dos adenomas serrilhados 
sésseis (maligno). 
 É necessário exame microscópico para a devida remoção 
dessas lesões, no sentido da prevenção do câncer local. Os 
verdadeiros pólipos, simples ou múltiplos, são assintomáticos e 
não requerem qualquer terapêutica específica. 
 
2) ENTENDER A RELAÇÃO GENÉTICA DOS PÓLIPOS COM AS 
NEOPLASIAS E SUA EVOLUÇÃO 
 RELEMBRANDO: 
 GENES SUPRESSORES DE TUMOR: são genes “do câncer”, 
que há perda de função por conta da mutação que 
remove a inibição do controle do crescimento celular. 
 Os genes supressores incluem p53, Rb e 3p. 
 ONCOGENES: são genes homólogos aos genes celulares 
normais, e quando sofrem mutação se ativam e ganham 
função. 
 A família ras tem 3 membros primários (H-ras, K-
ras e N-ras); 
Pólipo juvenil. Observe a 
erosão da superfície e 
criptas dilatadas 
cisticamente e 
preenchidas por muco, 
neutrófilos e debris 
Os pólipos hiperplásicos são 
compostos por células caliciformes e 
absortivas maduras. 
A) Pólipo de superfície com tufos 
irregulares de células epiteliais. 
B) Os tufos são resultado da 
aglomeração epitelial. 
C) O agrupamento epitelial produz 
arquitetura serrilhada quando as 
glândulas são cortadas 
transversalmente. 
 APG – SOI IV Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/4º Período 
 5 
 Como já foi dito, aceita-se hoje que a maioria dos cânceres do 
cólon origina-se de ADENOMAS. 
 A progressão de adenoma para carcinoma abrange 
alterações de genética molecular, entre estas a ATIVAÇÃO 
de oncogenes e a INATIVAÇÃO de genes supressores de 
tumor. 
 O mais estudado desses oncogenes é o K-ras. Sabe-se que 
apenas 9% dos pequenos adenomas apresentam mutações 
no gene K-ras, enquanto essa cifra é da ordem de 58% nosadenomas maiores de 1 cm, e de 47% nos cânceres do cólon. 
 Essas mutações permitem ao gene transformar células e, 
portanto, induzir neoplasias. Entretanto, como muitos 
adenomas não exibem alterações do gene K-ras, havendo 
outras alterações genéticas envolvidas no fenômeno de 
transformação tumoral. 
 O gene APC, um gene supressor de tumor, localizado no braço 
longo do cromossomo 5, é, provavelmente, um elemento 
importante nessa cadeia de eventos. 
 Mutações ou perdas desse gene permitem maior 
suscetibilidade em desenvolver neoplasia nos portadores 
de POLIPOSE FAMILIAR ADENOMATOSA (PFA), assim 
como em pacientes com adenomas esporádicos. 
 Os pacientes com PFA nascem com mutação em um alelo 
do gene APC e adquirem uma mutação somática no outro 
alelo, o que permite a manifestação fenotípica. 
 Outros genes supressores de tumor, como o DCC (deleted in 
colon cancer), que está localizado no cromossomo 18q, podem 
estar envolvidos no processo cancerigênico. 
 A mutação no gene p53, localizado no cromossomo 17p, é 
outra alteração que pode contar na progressão tardia do 
adenoma para o câncer. 
 Um mecanismo que parece importante é representado por 
mutações em qualquer uma das muitas enzimas que controlam 
o sistema de reparo de erro no pareamento de DNA. 
 Essas mutações desaguam em um fenótipo característico, 
processo chamado de instabilidade de microssatélite, muito 
comum em pacientes portadores de câncer colorretal não 
polipoide hereditário (Síndrome de Lynch) associado a 
adenoma. Esses adenomas apresentam particular tendência 
para progredir até carcinoma. 
 A PFA, como se viu, está envolvida no processo de 
carcinogênese do câncer colorretal, e estudos genéticos 
realizados identificaram o cromossomo 5q21 como local 
implicado na gênese de lesão nesses pacientes. 
 Cerca de 200 mutações foram observadas no gene APC, e, 
através da reação de cadeia da polimerase, pode-se 
identificar os membros de uma família que apresentam a 
mutação do gene APC antes de desenvolverem o pólipo. 
 A possibilidade da identificação dessas alterações hereditárias 
no gene APC permitirá a detecção pré-sintomática da PFA, 
podendo, assim, prevenir a eventualidade do câncer colorretal, 
até com a efetivação de uma colectomia total profilática. 
 A PFA juntamente com a síndrome de Lynch representa duas 
importantes condições hereditárias que ocasionam o 
aparecimento do câncer colorretal, e foram identificadas três 
vias de eventos genéticos responsáveis: 
1) A via de instabilidade cromossômica (CIN+); 
2) A de instabilidade de microssatélites (MSI+); 
3) A combinação das duas vias: CIN-MSI. 
 A via MSI+ promove um aumento significativo nas 
alterações súbitas do DNA (prejudica o sistema de 
reparo de DNA), enquanto a CIN+ aumenta a velocidade 
em que ocorrem as alterações grosseiras durante a 
divisão celular. 
3) ESTUDAR OS FATORES DE RISCO, A EPIDEMIOLOGIA E O 
MECANISMO CARCINOGÊNICO PARA O DESENVOLVIMENTO 
DO CÂNCER DE CÓLON 
 O adenocarcinoma do cólon é a neoplasia maligna mais comum 
do trato gastrointestinal. 
 O câncer colorretal representa a 2ª causa de mortes por 
neoplasias nos EUA, e cerca de 90% destas são provenientes 
de pólipos adenomatosos. 
 A incidência do câncer colorretal atinge seu pico de incidência 
entre 60 e 70 anos de idade, e menos de 20% dos casos 
ocorrem antes dos 50 anos. Os homens são ligeiramente mais 
acometidos do que as mulheres 
 No Brasil, segundo os Registros de Câncer de Base 
Populacional, do Ministério da Saúde, para o ano de 2006, a 
incidência foi de 13,69 por 100.000 homens e de 14,60 para 
100.000 mulheres, abrangendo todos os tipos de neoplasias. 
 Os fatores alimentares mais intimamente associados ao 
aumento das taxas de câncer colorretal são a baixa ingestão 
de fibra vegetal não absorvível e o alto consumo de 
carboidratos refinados e gordura. 
 Vários estudos epidemiológicos sugerem que o ácido 
acetilsalicílico ou outros AINEs apresentam efeito protetor. 
 Estudos mostraram que alguns AINEs causam regressão 
de pólipos em pacientes com PAF nos quais o reto foi 
mantido após colectomia. 
 APG – SOI IV Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/4º Período 
 6 
 Acredita-se que esse efeito seja mediado pela inibição da 
COX-2, que é altamente expressa em 90% dos 
carcinomas colorretais e entre 40% a 90% dos 
adenomas, e é conhecida por promover a proliferação 
epitelial, particularmente em resposta à injúria. 
 PATOGENIA: A combinação de eventos moleculares que levam 
a um adenocarcinoma do cólon é heterogênea e inclui 
anormalidades genéticas e epigenéticas. 
 Duas vias genéticas envolvem o acúmulo gradual de mutações 
múltiplas, mas os genes envolvidos e os mecanismos pelos 
quais as mutações se acumulam são diferentes: 
 A via APC/ β-catenina: responsável por até 80% dos 
tumores de cólon esporádicos, envolve a mutação do 
gene supressor de tumor APC no inicio do processo 
neoplásico. 
 Para os adenomas se desenvolverem, ambas as 
cópias do gene APC devem estar funcionalmente 
inativas, por mutações ou por eventos epigenéticos. 
 A proteína APC normalmente se liga e promove a 
degração da β-catenina. Com a perda de função 
do APC, a β-catenina se acumula e transloca-se 
para o núcleo, onde ativa a transcrição de genes 
que promove a proliferação. 
 Isso é acompanhado por mutações adicionais, 
incluindo mutações de ativação em K-ras (promove 
o crescimento e evitam a apoptose). 
 A progressão neoplásica também está associada a 
mutações em outros genes supressores de tumor, 
como SMAD2 e SMAD4, que codificam efetores da 
sinalização de TGF-β (normalmente inibe o ciclo 
celular, a perda desses genes pode permitir o 
crescimento celular sem restrições). 
 O gene supressor de tumor TP53 encontra-se 
mutado em 70% a 80% dos cânceres de cólon, mas 
não é comumente afetado nos adenomas, sugerindo 
que as mutações em TP53 também ocorrem em 
estágios tardios da progressão tumoral. 
 
 A via de instabilidade de microssatélites: em pacientes 
com deficiência de reparo de erros de pareamento de 
DNA, devido à perda de genes de reparo de erros de 
pareamento, as mutações se acumulam em repetições 
microssatélites, uma condição chamada instabilidade 
microssatélite. 
 Sequências de microssatélites estão localizadas nas 
regiões de codificação ou regiões promotoras de 
genes envolvidos na regulação do crescimento 
celular, como aquelas de codificação do receptor 
TGF-β tipo II e a proteína proapoptótica BAX. 
 O TGF-βinibe a proliferação de células epiteliais 
colônicas, e mutantes do receptor TGF-βtipo II 
podem contribuir para o crescimento celular 
descontrolado, enquanto a perda de BAX pode 
aumentar a sobrevida de clones geneticamente 
anormais. 
 Defeitos nos genes de reparo resultam em 
instabilidade dos microssatélites e permitem o 
acúmulo de mutações em numerosos genes. Se 
essas mutações afetarem os genes envolvidos na 
sobrevivência e na proliferação celular, o câncer 
pode se desenvolver. 
 
 Os tumores na região proximal do cólon crescem como 
massas polipoides, exofíticas, que se estendem ao longo da 
parede de grande calibre do ceco e cólon ascendente, esses 
tumores raramente causam obstrução. 
 Em contrapartida, os carcinomas da parte distal do cólon 
tendem a ser lesões anulares que produzem constrições em 
“anel de guardanapo” e estreitamento luminal., às vezes até o 
ponto de obstrução. 
 Ambas as formas crescem na parede do intestino com o 
passar do tempo e podem ser palpáveis como massas sólidas. 
 
 APG – SOI IV Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/4º Período 
 7 
 Microscopicamente, a maioria dos tumores é composta por 
células colunares altas que se assemelham ao epitélio 
displásico encontrado em adenomas. 
 Alguns tumores pouco diferenciados formam algumas 
glândulas. 
 Outrospodem produzir mucina abundante que se 
acumula na parede intestinal, e estes apresentam 
prognóstico sombrio. 
 Os tumores também podem ser compostos por células 
em anel de sinete, que são semelhantes àquelas dos 
cânceres gástricos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 DANI, Renato; PASSOS, Maria do Carmo F. Gastroenterologia 
Essencial, 4ª edição. Grupo GEN, 2011. 
 NORRIS, Tommie L. Porth - Fisiopatologia. 10. ed. Rio de Janeiro: 
Guanabara Koogan, 2021. 
 KUMAR, Vinay; ABBAS, Abul; ASTER, Jon. Robbins & Cotran 
Patologia - Bases Patológicas das Doenças. 9. ed. Rio de 
Janeiro: Grupo GEN, 2016. 
 
A) Adenocarcinoma bem diferenciado. Observe os núcleos alongados e 
hipercromáticos. Debris necróticos, presentes no lúmen da glândula, 
são característicos. 
B) Adenocarcinoma pouco diferenciado. Forma algumas glândulas, mas 
é composto em grande parte por ninhos infiltrativos de células 
tumorais. 
C) Adenocarcinoma mucinoso com células em anel de sinete e 
aglomerados de mucina extracelular.

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