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Direito Processual Penal

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Direito Processual Penal
• Relação com o Direito Penal 
• Propósito do Dir. Processual Penal: estabelecer direitos e garantias conferidos a todo aquele que sofre persecução penal 
• Objeto do Dir. Processual Penal: busca pela autoria, materialidade e circunstâncias do delito 
Sistemas processuais penais 
• Sistema inquisitório 
• Sistema acusatório 
• Sistema misto ou francês
(CESPE - 2018 - ABIN - Oficial Técnico de Inteligência) Acerca dos princípios gerais, das fontes e da interpretação da lei processual penal, bem como dos sistemas de processo penal, julgue o item que se segue.
A publicidade, a imparcialidade, o contraditório e a ampla defesa são características marcantes do sistema processual acusatório.
(FEMPERJ - 2012 - TCE-RJ - Técnico de Controle Externo - Técnico de Notificações) NÃO constitui característica do sistema processual acusatório: 
a) separação de funções de acusar e julgar; 
b) contraditório na atividade das partes; 
c) publicidade dos atos processuais, como regra; 
d) poderes investigatórios iniciais do juiz; 
e) liberdade probatória.
(FUNCAB - 2014 - PC-RO - Delegado de Polícia Civil) Assinale a alternativa em que se encontra uma característica do sistema acusatório.
a) O julgador é protagonista na busca pela prova. 
b) As decisões não precisam ser fundamentadas. 
c) A atividade probatória é atribuição natural das partes. 
d) As funções de acusar e de julgar são concentradas em uma pessoa. 
e) As decisões são sempre sigilosas.
Fontes do Direito Penal
1) Fonte material (fonte de produção ou de criação) – “Quem” 
Art. 22, I, CF - Compete privativamente à União legislar sobre: direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho; (...) 
Parágrafo Único - Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas das matérias relacionadas neste artigo.
2) Fonte formal (fonte de cognição) – “O que” 
a) Imediatas ou diretas: Lei, tratados internacionais e a CF 
b) Mediatas, indiretas ou supletivas: Analogia, costumes e princípios gerais de direito 
Obs.: Doutrina e jurisprudência são formas de interpretação da lei processual penal. Todavia, as súmulas vinculantes e decisões vinculantes (controle de constitucionalidade) são, para alguns autores, fontes formais imediatas ou diretas.
(VUNESP - 2014 - PC-SP - Delegado de Polícia) Em se tratando de processo penal, assinale a alternativa que apresenta, correta e respectivamente, uma fonte direta e uma fonte indireta.
 a) Costume e lei. 
b) Costume e jurisprudência. 
c) Doutrina e jurisprudência. 
d) Princípios gerais do direito e doutrina. 
e) Lei e costume.
(CESPE - 2018 - ABIN - Oficial Técnico de Inteligência) Acerca dos princípios gerais, das fontes e da interpretação da lei processual penal, bem como dos sistemas de processo penal, julgue o item que se segue. 
O Código de Processo Penal, a jurisprudência e os princípios gerais do direito são considerados fontes formais diretas do direito processual penal.
Disposições Constitucionais e Princípios
Devido Processo Legal (due process of law) 
Art. 5º, LIV, CF - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal; 
• Devido processo legal substancial (material) 
• Devido processo legal procedimental (formal)
Princípio da jurisdicionalidade 
CF, Art. 5º, LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei; 
- Somente o Estado pode processar e julgar alguém pela prática de infração penal 
- Como decorrência do princípio da jurisdicionalidade surge o princípio da motivação das decisões e das sentenças penais.
Princípio do contraditório 
Art. 5º, LV, CF - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
Aspectos: 
a) Direito à informação 
b) Direito de participação (reação) 
c) Paridade de armas (par conditio)
O princípio do contraditório tem aplicação no inquérito policial? 
Não!! Isso ocorre porque o inquérito policial não é processo. Trata-se de um procedimento administrativo. 
Como que o investigado/indiciado vai se defender (exercer o contraditório) dos elementos de informação colhidos na fase do inquérito policial? 
Por meio do contraditório diferido. Ele poderá exercer o contraditório, mas somente quando e se for instaurada a ação penal.
Contraditório real vs contraditório diferido
Princípio da ampla defesa
Art. 5º, LV, CF - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
Aspectos: 
• Utilização de todos os meios de prova admitidos em lei 
• Defesa pode ser positiva ou negativa 
• Defesa deve ser técnica
Súmula 523, STF - No processo penal, a falta da defesa constitui nulidade absoluta, mas a sua deficiência só o anulará se houver prova de prejuízo para o réu.
Súmula Vinculante n.º 14, STF - É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa. 
• SV 14 trouxe o contraditório e ampla defesa para o inquérito policial?
Princípio da vedação das provas ilícitas 
Art. 5º, LVI, CF - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;
Princípio da busca da verdade 
• Verdade formal vs verdade material (verdade real) vs busca da verdade 
• Lei 9.099/95 – verdade consensual.
Princípio da Presunção de Inocência 
Art. 5º, LVII, CF - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória; 
Declaração Universal dos Direitos Humanos, Artigo 11, §1. Toda pessoa acusada de um ato delituoso tem o direito de ser presumida inocente até que a sua culpabilidade tenha sido provada de acordo com a lei, em julgamento público no qual lhe tenham sido asseguradas todas as garantias necessárias à sua defesa. 
CADH, Art. 8º, §2º. Toda pessoa acusada de um delito tem direito a que se presuma sua inocência, enquanto não for legalmente comprovada a sua culpa.
Proibição da execução provisória da pena 
STF – Ações Declaratórias de Constitucionalidade 43, 44 e 54, julgadas em 07/11/2019 – art. 283 do Código de Processo Penal está de acordo com a Constituição Federal. 
Art. 283, CPP. Ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente, em decorrência de sentença condenatória transitada em julgado ou, no curso da investigação ou do processo, em virtude de prisão temporária ou prisão preventiva.
Assim, pergunta-se: é permitida a prisão no Brasil antes da sentença condenatória transitada em julgado? 
Sim, é possível a prisão processual (cautelar). Não será possível, todavia, a prisão condenatória (prisão pena)
Consequências: 
• Estado de inocência 
• Impossibilidade de prisão condenatória (execução provisória da pena) antes do trânsito em julgado da sentença penal condenatória 
• A acusação (MP) é quem tem o ônus de demonstrar a materialidade e autoria do fato. Não é o acusado quem deve provar sua inocência.
Favor rei e in dubio pro reo 
• Favor rei (favor inocentiae, favor libertatis) – decorre do princípio da presunção de inocência e elenca, por sua vez, princípios que buscam garantir ao réu segurança jurídica e predominância do seu direito de liberdade contra o jus puniendi. Esse princípio acaba por mitigar a isonomia processual. 
• Espécies: in dubio pro reo, vedação da reformatio in pejus, non bis in idem.
NEMO TENETUR SE DETEGERE
• Princípio da não autoacusação 
• Princípio da inexigibilidade de autoacusação 
• Direito de não produzir provas contra si mesmo 
• Ninguém é obrigado a produzir provas contra si mesmo
• Art. 5º, LXIII, CF - o preso será informado de seus direitos, entre os quaiso de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado; 
• É direito fundamental do cidadão e, portanto, considerado cláusula pétrea (art. 60, §4º, IV, CF) 
• O exercício desse direito não pode ser utilizado em desfavor do suspeito, indiciado, acusado, ou condenado.
Abrange: 
• Direito ao silêncio (ficar calado) 
• Direito de não ser coagido à confissão de ilícito penal 
• Direito de se recusar a participar ativamente em atos processuais e meios probatórios que possam gerar incriminação 
• Inexigibilidade de dizer a verdade (direito de mentir)
Código Penal 
Testemunha pode fazer uso do direito de permanecer em silêncio? 
Sim, desde que em situação de autodefesa. 
Falso testemunho ou falsa perícia 
Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo, inquérito policial, ou em juízo arbitral: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. 
(...)
NEMO TENETUR SE DETEGERE
Atenção: Nemo tenetur se detegere não é um direito absoluto, ilimitado!! 
Há duas limitações: 
1) Não pode se recusar a participar de atos investigatórios que exijam uma participação negativa; 
2) Não permite a prática de infração penal sob o pretexto de se defender;
Código Penal 
Calúnia 
Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime: Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa. 
Denunciação caluniosa 
Art. 339. Dar causa à instauração de investigação policial, de processo judicial, instauração de investigação administrativa, inquérito civil ou ação de improbidade administrativa contra alguém, imputando-lhe crime de que o sabe inocente: Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
Coação no curso do processo 
Art. 344 - Usar de violência ou grave ameaça, com o fim de favorecer interesse próprio ou alheio, contra autoridade, parte, ou qualquer outra pessoa que funciona ou é chamada a intervir em processo judicial, policial ou administrativo, ou em juízo arbitral: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa, além da pena correspondente à violência. 
Fraude processual 
Art. 347 - Inovar artificiosamente, na pendência de processo civil ou administrativo, o estado de lugar, de coisa ou de pessoa, com o fim de induzir a erro o juiz ou o perito: Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa. Parágrafo único - Se a inovação se destina a produzir efeito em processo penal, ainda que não iniciado, as penas aplicam-se em dobro. 
Súmula 522, STJ A conduta de atribuir-se falsa identidade perante autoridade policial é típica, ainda que em situação de alegada autodefesa. 
Falsa identidade 
CP, Art. 307 - Atribuir-se ou atribuir a terceiro falsa identidade para obter vantagem, em proveito próprio ou alheio, ou para causar dano a outrem: Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa, se o fato não constitui elemento de crime mais grave.
Nemo Tenetur se Detegere no Direito Internacional
• Tem previsão no Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos (art. 14.3 “g”) e na Convenção Americana sobre Direitos Humanos – Pacto de San Jose da Costa Rica (art. 8º, §2º, “g”) 
• Aviso de Miranda (Miranda rights e Miranda warnings) Art. 5º, LXIII, CF: “o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado”
NEMO TENETUR SE DETEGERE 
A ausencia de advertência quanto ao direito ao silêncio gera nulidade absoluta ou relativa? 
“A jurisprudência desta Corte Superior pacificou o entendimento de que a inobservância da regra de informação quanto ao direito ao silêncio gera apenas nulidade relativa, cuja declaração depende da comprovação do prejuízo. 
Ademais, a jurisprudência desta Corte assentou-se no sentido de que eventuais irregularidades ocorridas na fase investigatória, dada a natureza inquisitiva do inquérito policial, não contaminam a ação penal (HC 232.674/SP, Rel. Min. JORGE MUSSI, Quinta Turma, DJe 10/4/2013).” AgRg no HC 506975/RJ, Julgado em 06/06/2019. 
Caso prático 
Ao iniciar interrogatório a autoridade (policial ou judicial) o indiciado/réu informa que fará uso de seu direito de permanecer em silêncio. Pode a autoridade dar prosseguimento ao interrogatório e formular as perguntas com a finalidade de constar, em cada uma, que o indiciado/réu optou por ficar em silêncio? 
Resposta: Não. Esta é uma prática proibida, sob o risco de haver uma valoração negativa pelo juiz para cada pergunta não respondida e sob risco de constrangimento do indiciado/réu. Assim, a nova lei de abuso de autoridade (Lei n.º 13.869/19) introduziu o seguinte delito:
Lei 13.869/19 
Art. 15. Constranger a depor, sob ameaça de prisão, pessoa que, em razão de função, ministério, ofício ou profissão, deva guardar segredo ou resguardar sigilo: 
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem prossegue com o interrogatório: 
I - de pessoa que tenha decidido exercer o direito ao silêncio; ou 
II - de pessoa que tenha optado por ser assistida por advogado ou defensor público, sem a presença de seu patrono.
Art. 13. Constranger o preso ou o detento, mediante violência, grave ameaça ou redução de sua capacidade de resistência, a: 
(...) 
III - produzir prova contra si mesmo ou contra terceiro: 
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, sem prejuízo da pena cominada à violência.
Atenção!! 
O nemo tenetur se detegere também concede ao indiciado/réu o direito de não permitir a produção de provas invasivas, que são aquelas que exigem a penetração de instrumentos ou objetos no corpo humano, a exemplo de exame sanguíneo, exame ginecológico, endoscopia, exame do reto, etc. 
Por outro lado, provas não-invasivas podem ser colhidas independentemente da concordância do indiciado/réu. Alguns exemplos são: DNA obtido mediante fios de cabelo encontrados em escova de cabelo, exames de fezes, exame de corpo de delito para constatar lesões corporais, etc.
Princípio da publicidade 
Art. 93, IX, CF - todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação; 
Art. 5º, LX, CF - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem;
Princípio do juiz natural 
Art. 5º, XXXVII, CF - não haverá juízo ou tribunal de exceção; 
Art. 5º, LIII, CF - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente;
O princípio do juiz natural aplica-se durante a fase de inquérito policial? 
Sim. Pois o Poder Judiciário também atua na fase inquisitorial.
Princípio da inviolabilidade domiciliar 
Art. 5º, XI, CF - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial;
Inviolabilidade das comunicações 
Art. 5º, XII, CF - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal;
Disposições sobre prisões 
Art., 5º, CF LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei; 
LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada; 
LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório policial; 
LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária; 
LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quandoa lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança;
Prisão civil 
Art. 5º, CF, LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel;
 Convenção Americana de Direitos Humanos, art. 7º, 7. Ninguém deve ser detido por dívidas. Este princípio não limita os mandados de autoridade judiciária competente expedidos em virtude de inadimplemento de obrigação alimentar.
Súmula Vinculante 25 - É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade de depósito. 
Súmula 419, STJ - Descabe a prisão civil do depositário judicial infiel.
Disposições relacionadas à execução da pena 
Art. 5º, CF 
XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado; 
XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral; 
L - às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com seus filhos durante o período de amamentação; 
LVIII - o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei;
Código de Processo Penal
Art. 1 o O processo penal reger-se-á, em todo o território brasileiro, por este Código, ressalvados: 
I - os tratados, as convenções e regras de direito internacional; 
II - as prerrogativas constitucionais do Presidente da República, dos ministros de Estado, nos crimes conexos com os do Presidente da República, e dos ministros do Supremo Tribunal Federal, nos crimes de responsabilidade (Constituição, arts. 86, 89, § 2º, e 100); 
III - os processos da competência da Justiça Militar; 
IV - os processos da competência do tribunal especial (Constituição, art. 122, n o 17); 
V - os processos por crimes de imprensa. 
Lei processual no espaço
Qual legislação processual é aplicada a atos processuais de uma ação penal brasileira que precisam ser realizados no exterior? 
Qual legislação processual é aplicada a atos processuais de uma ação penal estrangeira que precisam ser realizados no Brasil? 
Lei processual no espaço 
Regra: Princípio da territorialidade (lex fori ou locus regit actum) 
Excepcionalmente, a lei processual penal pode ser aplicada fora dos limites territoriais: 
1) território nullius; 
2) autorização do Estado onde o ato processual será praticado; 
3) em caso de guerra, no território ocupado 
Atenção! 
Muito cuidado, pois alguns doutrinadores entendem que o princípio aplicável à lei processual penal no espaço é o da territorialidade absoluta! Entendem que a lei processual penal brasileira não poderia ser aplicada no exterior. 
(CESPE - 2016 - Polícia Científica - PE - Perito Criminal e Médico) A lei processual penal brasileira adota o princípio da absoluta territorialidade em relação a sua aplicação no espaço: não cabe adotar lei processual de país estrangeiro no cumprimento de atos processuais no território nacional. 
Gabarito: Correto 
Código de Processo Penal 
Art. 1 o O processo penal reger-se-á, em todo o território brasileiro, por este Código, ressalvados: 
I - Os tratados, as convenções e regras de direito internacional; 
II - as prerrogativas constitucionais do Presidente da República, dos ministros de Estado, nos crimes conexos com os do Presidente da República, e dos ministros do Supremo Tribunal Federal, nos crimes de responsabilidade (Constituição, arts. 86, 89, § 2º, e 100); 
III - os processos da competência da Justiça Militar; 
IV - os processos da competência do tribunal especial (Constituição, art. 122, n o 17); 
V - os processos por crimes de imprensa. 
Lei processual no espaço 
Exceções à aplicação do Código de Processo Penal 
1. Tratados, as convenções e regras de direito internacional; 
- Cooperação judiciária internacional 
- Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas 
2. Prerrogativas constitucionais do Presidente da República, dos ministros de Estado, nos crimes conexos com os do Presidente da República, e dos ministros do Supremo Tribunal Federal, nos crimes de responsabilidade (Constituição, arts. 86, 89, § 2º, e 100); 
3. Processos da competência da Justiça Militar; 
- Aplicação do Código de Processo Penal Militar (Dec. Lei n.º 1.002/69) 
Código de Processo Penal 
Art. 2 o A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior. 
Lei processual penal no tempo
 Regra: Tempus regit actum (o tempo rege o ato) 
1) Aplicação imediata 
2) Os atos praticados sob a vigência da lei anterior são considerados válidos 
Lei processual penal no tempo 
Sistema da unidade processual 
Somente uma lei pode regular determinada persecução penal
Sistema das fases processuais 
Nova lei só pode incidir em nova fase processual 
Sistema do isolamento dos atos processuais 
A lei nova se aplica imediatamente aos atos processuais, ainda que a lei anterior já tenha sido aplicada no âmbito da mesma persecução penal, mantendo-se válidos os atos praticados sob a vigência da lei anterior. 
• Normas genuinamente processuais 
• Normas genuinamente materiais (direito penal) 
• Normas processuais materiais (híbridas ou mistas)
Devem seguir as regras de direito material (retroatividade da lei benéfica e irretroatividade da lei gravosa ao réu) 
Ex.: Lei 9.099/95 (Art. 90. As disposições desta Lei não se aplicam aos processos penais cuja instrução já estiver iniciada. – ADI n.º 1.719-9) 
Ex.:Art. 366, CPP. Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir advogado, ficarão suspensos o processo e o curso do prazo prescricional, podendo o juiz determinar a produção antecipada das provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar prisão preventiva, nos termos do disposto no art. 312. 
• Normas processuais heterotópicas 
- Regras materiais (de direito penal) previstas em diplomas processuais penais 
- Regras processuais previstas em leis materiais (de direito penal)
EXERCÍCIOS
1) (CESPE-2018-STJ - Analista Judiciário - Oficial de Justiça Avaliador Federal) Com relação à aplicação e à eficácia temporal da lei processual penal, julgue o item subsequente. 
O Código de Processo Penal será aplicado a todas as ações penais e correlatas que tiverem curso no território nacional, nelas inclusas as destinadas a apurar crime de responsabilidade cometido pelo presidente da República. 
2) (CESPE - 2013 - TJ-RN – Juiz) Dado o princípio da territorialidade, o CPP é aplicado em todo território nacional, inclusive no que se refere aos processos da competência da justiça militar. 
3) (CESPE - 2018 - STJ - Analista Judiciário - Oficial de Justiça Avaliador Federal) Com relação à aplicação e à eficácia temporal da lei processual penal, julgue o item subsequente. 
Uma nova norma processual penal terá aplicação imediata somente aos fatos criminosos ocorridos após o início de sua vigência. 
4) (CESPE - 2018 - ABIN - Oficial Técnico de Inteligência - Área 2) Acerca dos princípios gerais, das fontes e da interpretação da lei processual penal, bem como dos sistemas de processo penal, julgue o item que se segue. 
A lei processual penal vigente à época em que a ação penal estiver em curso será aplicada em detrimento da lei em vigor durante a ocorrência do fato que tiver dado origem à ação penal.
 
5) (CESPE - 2018 - PC-MA - Investigador de Polícia) Acerca da aplicação da lei processual no tempo e no espaço e em relação às pessoas, julgue o item a seguir. 
O Brasil adota, no tocante à aplicação da lei processual penal no tempo, o sistema da unidade processual. 
6) (CESPE - 2010 - DPU - Defensor Público Federal) Acerca da aplicação da lei processual penal no tempo, julgue os itens que se seguem. 
O direito processual brasileiro adota o sistema do isolamento dos atos processuais, de maneira que, se uma lei processual penal passa a vigorar estando o processo em curso, ela será imediatamente aplicada, sem prejuízo dos atos já realizados sob a vigência da lei anterior.
7) (CESPE - 2018 - PC-MA - Investigador de Polícia) Acerca da aplicação da lei processual no tempo e noespaço e em relação às pessoas, julgue os itens a seguir. 
Em caso de normas processuais materiais — mistas ou híbridas —, aplica-se a retroatividade da lei mais benéfica. 
8) (CESPE - 2015 - TJ-DFT - Técnico Judiciário – Administrativa) Acerca da aplicabilidade da lei processual penal no tempo e no espaço e dos princípios que regem o inquérito policial, julgue o item a seguir. 
Nova lei processual que modifique determinado prazo do recurso em processo penal terá aplicação imediata, a contar da data de sua vigência, aplicando-se inclusive a processo que esteja com prazo recursal em curso quando de sua edição. 
9) VUNESP - 2019 - TJ-RS - Titular de Serviços de Notas e de Registros) Imagine que, no curso de uma ação penal, nova lei processual extinga com um recurso que era exclusivo da defesa, antes da prolação da decisão anteriormente recorrível. A esse respeito, é correto afirmar que 
a) poderá ser manejado o recurso, por se tratar de possibilidade exclusiva da defesa. 
b) não será possível manejar o recurso, pois a lei processual penal aplicar-se-á desde logo.
c) poderá ser manejado o recurso, pois o fato criminoso foi cometido sob a vigência da regra estabelecida pela lei anterior. 
d) não será possível manejar o recurso, pois a nova lei busca a igualdade processual (paridade de armas).
e) poderá ser manejado o recurso, pois o processo se iniciou sob a vigência da regra estabelecida pela lei anterior. 
10) (CESPE - 2014 - Câmara dos Deputados - Analista Legislativo - Consultor Legislativo Área XXII) À luz do CPP e da jurisprudência do STJ, julgue o seguinte item, relativo à prisão, aos recursos, aos atos e aos princípios processuais penais. 
Dado o princípio tempus regit actum, as normas processuais penais têm aplicação imediata, não alcançando crimes ocorridos em data anterior à sua vigência. 
11) (CESPE - 2013 - PG-DF – Procurador) No que se refere à lei processual penal no espaço e no tempo, julgue os itens que se seguem. 
A aplicação do princípio da territorialidade, previsto na lei processual penal brasileira, poderá ser afastada se, mediante tratado internacional celebrado pelo Brasil e referendado internamente por decreto, houver disposição que determine, nos casos que ele indicar, a aplicação de norma diversa.
12) (VUNESP - 2018 - PC-SP - Delegado de Polícia) Tício está sendo processado pela prática de crime de roubo. Durante o trâmite do inquérito policial, entra em vigor determinada lei, reduzindo o número de testemunhas possíveis de serem arroladas pelas partes no procedimento ordinário. A respeito do caso descrito, é correto que 
a) não se aplica a lei nova ao processo de Tício em razão do princípio da anterioridade. 
b) a lei que irá reger o processo é a lei do momento em que foi praticado o crime, à vista do princípio tempus regit actum. 
c) em razão do sistema da unidade processual, pelo qual uma única lei deve reger todo o processo, a lei velha continua ultra-ativa e, por isso, não se aplica a nova lei, mormente por ser esta prejudicial em relação aos interesses do acusado. 
d) não se aplica a lei revogada ao processo de Tício em razão do princípio da reserva legal. 
e) não se aplica a lei revogada porque a instrução ainda não se iniciara quando da entrada em vigor da nova lei.
Interpretação da Lei Processual Penal
Art. 3 o A lei processual penal admitirá interpretação extensiva e aplicação analógica, bem como o suplemento dos princípios gerais de direito. 
APLICAÇÃO ANALÓGICA INTERPRETAÇÃO ANALÓGICA 
Interpretação Analógica 
A interpretação analógica é admitida no Direito Processual Penal brasileiro. Ocorre quando a norma penal traz uma fórmula casuística seguida de uma fórmula genérica. 
Exemplo: 
Artigo 185, § 2 o , CPP. Excepcionalmente, o juiz, por decisão fundamentada, de ofício ou a requerimento das partes, poderá realizar o interrogatório do réu preso por sistema de videoconferência ou outro recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens em tempo real, desde que a medida seja necessária para atender a uma das seguintes finalidades: 
Analogia (integração analógica, aplicação analógica) 
Não é uma forma de interpretação da lei, mas sim uma forma de integração do direito. A analogia é utilizada diante da existência de uma lacuna legal (vácuo legislativo). 
Ex.: perpetuatio jurisdictionis CPC, Art. 43. Determina-se a competência no momento do registro ou da distribuição da petição inicial, sendo irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito ocorridas posteriormente,salvo quando suprimirem órgão judiciário ou alterarem a competência absoluta. 
STF: “No âmbito da Justiça Federal - competência fixada, no caso, em função do crime de homicídio praticado contra quatro servidores federais no exercício das suas funções -, a 9ª Vara Federal da Subseção Judiciária de Belo Horizonte e a Vara Federal criada posteriormente à instauração das ações penais, em Unaí, local dos crimes (...) Aplicável o princípio da perpectuatio jurisdictionis (art. 87 do Código de Processo Civil c/c art. 3º do Código de Processo Penal) (HC 117871, julgado em 28/04/2015). 
Analogia (integração analógica, aplicação analógica) 
A analogia é admitida no Direito Penal brasileiro? 
Sim, desde que seja para beneficiar o réu (in bonam partem) 
A analogia não pode ser usada para prejudicar o réu (in malam partem)
A analogia é admitida no Direito Processual Penal brasileiro? Sim.
1) (CESPE - 2014 - TJ-CE - Técnico Judiciário - Área Judiciária) Lei processual penal 
a) não admite interpretação sistemática. 
b) não admite aplicação analógica. 
c) não admite o suplemento dos princípios gerais de direito. 
d) não deve ser interpretada sempre restritivamente. 
e) não admite interpretação extensiva. 
2) (TJ-SC - 2009 - TJ-SC – Juiz) 
A lei processual penal não admitirá interpretação extensiva e aplicação analógica, bem como o suplemento dos princípios gerais de direito. 
3) (FCC - 2012 - MPE-AL - Promotor de Justiça) De acordo com o Código de Processo Penal, a lei processual penal 
a) retroage para invalidar os atos praticados sob a vigência da lei anterior, se mais benéfica. 
b) não admite aplicação analógica. 
c) admite suplemento dos princípios vitais de direito. 
d) admite interpretação extensiva, mas não suplemento dos princípios gerais de direito. 
e) admite aplicação analógica, mas não interpretação extensiva. 
4) (UEG - 2013 - PC-GO - Delegado de Polícia - 1ª prova) As normas genuinamente processuais 
a) admitirão interpretação extensiva e aplicação analógica, bem como o suplemento dos princípios gerais do direito. 
b) não admitem aplicação analógica, mas admitirão interpretação extensiva.
c) não admitem interpretação extensiva, mas admitirão aplicação analógica. 
d) serão aplicadas desde logo, mas tornam inválidos os atos praticados sob a égide da lei anterior se desfavoráveis ao imputado.
Inquérito Policial
Origem da expressão inquérito policial 
Decreto 4.824, de 22 de novembro de 1871, regulamentando a Lei nº 2.033, de 1871: 
“Art. 42. O inquérito policial consiste em todas as diligencias necessárias para o descobrimento dos factos criminosos, de suas circumstancias e dos seus autores e complices; e deve ser reduzido a instrumento escripto (...) 
Conceito 
Fernando da Costa Tourinho Filho: “Conjunto de diligências realizadas pela Polícia Judiciária para a apuração de uma infração penal e sua autoria, a fim de que o titular da ação penal possa ingressar em juízo” 
Renato Brasileiro: “Conjunto de diligências realizadas pela polícia investigativa objetivando a identificação das fontes de prova e a colheita de elementos de informação quanto à autoria e materialidade da infração penal, a fim de possibilitar que o titular da ação penal possa ingressar em juízo. 
Natureza Jurídica 
Procedimento administrativo (peça informativa, preparatória da ação penal) 
Finalidade Colher elementos de informação a respeito da autoria, materialidade e circunstâncias do crime para subsidiar a opinio delicti 
Destinatário 
Ministério Público (titular da ação penal pública) ou ofendido (titularda ação penal de iniciativa privada) 
Questão de prova
(CESPE - 2018 - Polícia Federal - Agente de Polícia Federal) Depois de adquirir um revólver calibre 38, que sabia ser produto de crime, José passou a portá-lo municiado, sem autorização e em desacordo com determinação legal. O comportamento suspeito de José levou-o a ser abordado em operação policial de rotina. Sem a autorização de porte de arma de fogo, José foi conduzido à delegacia, onde foi instaurado inquérito policial. Tendo como referência essa situação hipotética, julgue o item seguinte. 
O inquérito instaurado contra José é procedimento de natureza administrativa, cuja finalidade é obter informações a respeito da autoria e da materialidade do delito. 
Valor probatório 
O valor probatório do inquérito policial é relativo! 
Os elementos produzidos na fase inquisitorial não estão sujeitos ao contraditório e à ampla defesa. 
CPP, Art. 155. “O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas.” 
Questão de prova 
(CESPE - 2013 - Polícia Federal - Conhecimentos Básicos - Todos os Cargos) Acerca do inquérito policial, julgue o item seguinte. 
O valor probatório do inquérito policial, como regra, é considerado relativo, entretanto, nada obsta que o juiz absolva o réu por decisão fundamentada exclusivamente em elementos informativos colhidos na investigação. 
(FUMARC - 2011 - PC-MG - Delegado de Polícia) Sobre o inquérito policial é INCORRETO afirmar: 
a) Tem valor probante relativo. 
b) Todas as provas produzidas devem ser repetidas sob contraditório. 
c) Vícios do inquérito não nulificam subsequente ação penal. 
d) O investigado pode requerer diligências. 
Inquérito Policial 
CPP, Art. 4º A polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais no território de suas respectivas circunscrições e terá por fim a apuração das infrações penais e da sua autoria. 
Parágrafo único. A competência definida neste artigo não excluirá a de autoridades administrativas, a quem por lei seja cometida a mesma função.
Instaurado pela autoridade policial 
Presidido pela autoridade policial 
Ministério Público pode presidir inquérito policial? Não 
Ministério Público pode investigar infração penal? Sim. RE 593.727/MG, 14/05/2015 – Poderes implícitos (titular da ação penal) 
Quem pode investigar? 
-Ministério Público (PIC – Procedimento de Investigação Criminal) 
-Detetive particular (Lei 13.432/17) 
-Comissões parlamentares de inquérito (inquéritos parlamentares) 
-Inquérito Policial Militar – crimes militares 
-Polícias legislativas Câmara dos Deputados e Senado Federal (Súmula 397, STF: O Poder de Polícia da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, em caso de crime cometido nas suas dependências, compreende, consoante o regimento, a prisão em flagrante do acusado e a realização do inquérito.) 
CPP, Art. 6 o Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá: 
I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das coisas, até a chegada dos peritos criminais; 
II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos criminais; 
III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias; 
IV - ouvir o ofendido; 
V - ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do disposto no Capítulo III do Título Vll, deste Livro, devendo o respectivo termo ser assinado por duas testemunhas que Ihe tenham ouvido a leitura; 
VI - proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações;
VII - determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer outras perícias; 
VIII - ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se possível, e fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes; 
IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, familiar e social, sua condição econômica, sua atitude e estado de ânimo antes e depois do crime e durante ele, e quaisquer outros elementos que contribuírem para a apreciação do seu temperamento e caráter. 
X - colher informações sobre a existência de filhos, respectivas idades e se possuem alguma deficiência e o nome e o contato de eventual responsável pelos cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa. 
CPP, Art. 7 o Para verificar a possibilidade de haver a infração sido praticada de determinado modo, a autoridade policial poderá proceder à reprodução simulada dos fatos, desde que esta não contrarie a moralidade ou a ordem pública. 
1) (CESPE - 2014 - Polícia Federal - Agente de Polícia Federal) Logo que tiver conhecimento da prática de infração penal, a autoridade policial deverá determinar, se for caso, a realização das perícias que se mostrarem necessárias e proceder a acareações. 
2) (CESPE - 2008 - DPE-CE - Defensor Público) No curso do inquérito policial, a autoridade competente, logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, deverá tomar uma série de providências elencadas pelo Código de Processo Penal (CPP), as quais incluem a colheita de todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias. Referida autoridade não poderá, todavia, realizar acareações, já que esse tipo de prova é ato privativo do juiz, que tem como pressuposto a presença do contraditório. 
3) (FCC - 2018 - IAPEN-AP - Agente Penitenciário) Segundo determina o Código de Processo Penal, logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá 
a) dirigir-se ao local dos fatos, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das coisas, até a chegada da imprensa. 
b) realizar exame criminológico no indiciado, no caso de indícios de crime contra a dignidade sexual. 
c) presidir a audiência de suspensão condicional do processo, apresentando o preso em até 24 horas à autoridade judicial responsável. 
d) apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos criminais. 
e) propor ao indiciado acordo de delação premiada e, caso aceite, determinar o arquivamento do inquérito policial. 
4) (INSTITUTO AOCP - 2019 - PC-ES – Investigador) Acerca do inquérito policial brasileiro, assinale a alternativa correta. 
a) A presidência da investigação de natureza criminal é privativa da polícia judiciária. 
b) É permitido ao Ministério Público conduzir o inquérito policial como autoridade máxima. 
c) A autoridade policial pode contrariar a moralidade ou a ordem pública na reprodução simulada de fatos concernentes a crimes contra a dignidade sexual. 
d) A competência de apuração das infrações penais e da sua autoria não excluirá a de outras autoridades administrativas que não a polícia judiciária, a quem, por lei, seja cometida a mesma função. 
e) Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito, caberá recurso para o Tribunal Regional Federal. 
5) (CESPE - 2018 - Polícia Federal - Perito Criminal Federal) A fim de garantir o sustento de sua família, Pedro adquiriu 500 CDs e DVDs piratas para posteriormente revendê-los. Certo dia, enquanto expunha os produtos para venda em determinada praça pública de uma cidade brasileira, Pedro foi surpreendido por policiais, que apreenderam a mercadoria e o conduziram coercitivamente até a delegacia. 
Com referência a essa situação hipotética, julgue o item subsequente. Nesse caso, era dispensável prévia autorização judicial para apreensão dos CDs e DVDs, por isso os policiais agiram corretamente, uma vez que tais objetos estavam relacionados com a infração cometida por Pedro.
Características do IP
1) Escrito 
Art. 9 o , CPP – “Todas as peças do inquérito policial serão, num só processado, reduzidas a escrito ou datilografadas e, neste caso, rubricadas pela autoridade.
” CPP Art. 405 (...) 
“§ 1 o Sempre que possível, o registro dos depoimentos do investigado, indiciado, ofendido e testemunhasserá feito pelos meios ou recursos de gravação magnética, estenotipia, digital ou técnica similar, inclusive audiovisual, destinada a obter maior fidelidade das informações. 
§ 2 o No caso de registro por meio audiovisual, será encaminhado às partes cópia do registro original, sem necessidade de transcrição.” 
2) Dispensável 
Art. 27, CPP. Qualquer pessoa do povo poderá provocar a iniciativa do Ministério Público, nos casos em que caiba a ação pública, fornecendo-lhe, por escrito, informações sobre o fato e a autoria e indicando o tempo, o lugar e os elementos de convicção. 
Art. 12, CPP. ”O inquérito policial acompanhará a denúncia ou queixa, sempre que servir de base a uma ou outra”. 
3) Sigiloso 
Art. 20. “A autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse da sociedade.” 
Súmula Vinculante 14. É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso aos elementos da prova que já documentados em procedimentos investigatórios realizados por órgão competente da polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa. 
Lei 13.869/19 
Art. 32. Negar ao interessado, seu defensor ou advogado acesso aos autos de investigação preliminar, ao termo circunstanciado, ao inquérito ou a qualquer outro procedimento investigatório de infração penal, civil ou administrativa, assim como impedir a obtenção de cópias, ressalvado o acesso a peças relativas a diligências em curso, ou que indiquem a realização de diligências futuras, cujo sigilo seja imprescindível: 
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. 
Atenção! 
O advogado/defensor precisa de procuração para ter acesso aos autos do inquérito policial? 
Não, qualquer advogado/defensor tem direito a ter acesso a autos de inquérito policial. 
A exceção fica por conta de inquéritos policiais que corram em segredo de justiça ou atos investigatórios que contenham informações sigilosas. 
Diante de depoimento colhido de uma testemunha, deve a autoridade policial promover a juntada imediata do documento? Ou poderia promover a juntada posterior deste depoimento, com a finalidade de assegurar seu sigilo? 
A regra é a juntada imediata. Entretanto, conforme o art. 20, do CPP, cabe à “autoridade policial assegurar “no inquérito o sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse da sociedade.” Assim, excepcionalmente, poderá o delegado promover a juntada posterior do depoimento sem incorrer em qualquer ilegalidade, observado o princípio da proporcionalidade.
Características do IP 
6) Indisponível 
Art. 17, CPP. “A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito.
” O inquérito policial pode ser arquivado? SIM 
Quem tem competência para arquivar o inquérito policial? Somente o juiz, mediante requerimento do Ministério Público. 
O juiz pode discordar do requerimento de arquivamento do inquérito policial? Sim – art. 28, CPP. 
Código de Processo Penal 
Art. 28. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia, requerer o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer peças de informação, o juiz, no caso de considerar improcedentes as razões invocadas, fará remessa do inquérito ou peças de informação ao procurador-geral, e este oferecerá a denúncia, designará outro órgão do Ministério Público para oferecê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só então estará o juiz obrigado a atender. 
Antiga redação (revogada pela lei n.º 13.964/19 (pacote anticrime) 
Art. 28. Ordenado o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer elementos informativos da mesma natureza, o órgão do Ministério Público comunicará à vítima, ao investigado e à autoridade policial e encaminhará os autos para a instância de revisão ministerial para fins de homologação, na forma da lei. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) 
§ 1º Se a vítima, ou seu representante legal, não concordar com o arquivamento do inquérito policial, poderá, no prazo de 30 (trinta) dias do recebimento da comunicação, submeter a matéria à revisão da instância competente do órgão ministerial, conforme dispuser a respectiva lei orgânica. 
§ 2º Nas ações penais relativas a crimes praticados em detrimento da União, Estados e Municípios, a revisão do arquivamento do inquérito policial poderá ser provocada pela chefia do órgão a quem couber a sua representação judicial. 
STF pode determinar arquivamento do inquérito policial? 
“Conforme o art. 231, § 4º, “e”, do RISTF, o relator deve determinar o arquivamento do inquérito, quando verificar a ausência de indícios mínimos de autoria ou materialidade, nos casos em que forem descumpridos os prazos para a instrução do inquérito.” 
STF. 2ª Turma. Inq 4420/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 21/8/2018 (Info 912). 
Uma vez arquivado o IP, é possível desarquivá-lo? 
Art. 18, CPP. Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária, por falta de base para a denúncia, a autoridade policial poderá proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver notícia. 
Súmula 524-STF: Arquivado o inquérito policial, por despacho do juiz, a requerimento do Promotor de Justiça, não pode a ação penal ser iniciada, sem novas provas.
Arquivamento implícito 
Ministério Público deixa de oferecer a denúncia acerca de determinado indiciado (subjetivo) ou fato (objetivo), sem, contudo, determinar o arquivamento. Arquivamento implícito não é admitido pela jurisprudência pátria. 
Arquivamento indireto 
Ministério Público deixa de oferecer a denúncia perante determinado juízo por considera-lo incompetente para a ação penal. Neste caso, procede-se na forma do art. 28, do CPP, para que a instância de revisão ministerial decida sobre o assunto.
Características do IP 
7) Oficial 
A apuração de crimes e a persecução penal é responsabilidade e dever do Estado. 
O Inquérito Policial é presidido pela autoridade policial que é uma autoridade pública. 
8) Oficioso 
Art. 5 o Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado: 
I - de ofício; 
II - mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério Público, ou a requerimento do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo. 
§ 1º O requerimento a que se refere o nº II conterá sempre que possível: 
a) a narração do fato, com todas as circunstâncias; 
b) a individualização do indiciado ou seus sinais característicos e as razões de convicção ou de presunção de ser ele o autor da infração, ou os motivos de impossibilidade de o fazer; 
c) a nomeação das testemunhas, com indicação de sua profissão e residência. 
§ 2º Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito caberá recurso para o chefe de Polícia. 
Art. 5 o (...) 
§ 3 o Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de infração penal em que caiba ação pública poderá, verbalmente ou por escrito, comunicá-la à autoridade policial, e esta, verificada a procedência das informações, mandará instaurar inquérito. 
§ 4 o O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de representação, não poderá sem ela ser iniciado. 
§ 5 o Nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá proceder a inquérito a requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la. 
Formas de instauração do inquérito policial 
Crimes de ação penal pública incondicionada 
Instauração de ofício (art. 5º, CPP) 
Instauração mediante requisição do juiz ou do Ministério Público (art. 5º, CPP) 
Instauração mediante requerimento do ofendido (art. 5º, CPP) 
Crimes de ação penal pública condicionada 
À requisição do Ministro da Justiça (art. 24, CPP) 
À representação da vítima (art. 5º, §4º, CPP) 
Crimes de ação penal de iniciativa privada 
Instauração mediante requerimento da vítima (art. 5º, §5º, CPP) 
Lei n.º 13.869/19 
Art. 27. Requisitar instauração ou instaurar procedimento investigatório de infração penal ou administrativa, em desfavor de alguém, à falta de qualquer indício da prática de crime, de ilícito funcional ou de infração administrativa: 
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.Parágrafo único. Não há crime quando se tratar de sindicância ou investigação preliminar sumária, devidamente justificada. 
Código de Processo Penal 
Art. 38. Salvo disposição em contrário, o ofendido, ou seu representante legal, decairá no direito de queixa ou de representação, se não o exercer dentro do prazo de seis meses, contado do dia em que vier a saber quem é o autor do crime, ou, no caso do art. 29, do dia em que se esgotar o prazo para o oferecimento da denúncia. 
Instauração do Inquérito Policial interrompe/suspende o prazo para o oferecimento da queixacrime? Não. 
Notitia criminis 
Notitia criminis de cognição imediata (direta ou espontânea) 
Notitia criminis de cognição mediata (indireta ou provocada) 
Notitia criminis de cognição coercitiva 
Notitia criminis inqualificada 
Notitia criminis inqualificada 
1º) Recebimento da notitia criminis inqualificada; 
2º) Verificação de procedência das informações (VPI) – análise da verossimilhança dos fatos denunciados – art. 5º, § 3º ,CPP 
3º) Instauração de Inquérito Policial 
4º) Representação por medidas cautelares 
STF. HC 95244/PE, Rel. Min. Dias Toffoli, 23/03/2010. 
STF. HC 106152/MS, Rel. Min. Rosa Weber, 29/3/2016 (Info 819).
Delatio criminis 
Delatio criminis é uma espécie de notitia criminis. Consiste na comunicação de qualquer pessoa do povo acerca de determinado fato criminoso. 
Não se confunde com a comunicação/requerimento realizada pela vítima ou seu representante legal. 
Se a comunicação à autoridade policial se dá em suas atividades rotineiras será uma forma de notitia criminis de cognição imediata. Se a comunicação é feita à autoridade policial por meio de expediente escrito será uma forma de notitia criminis de cognição mediata. 
Art. 5º, § 3 o Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de infração penal em que caiba ação pública poderá, verbalmente ou por escrito, comunicá-la à autoridade policial, e esta, verificada a procedência das informações, mandará instaurar inquérito. 
Delatio criminis 
Delatio criminis simples - Ocorre quando qualquer do povo comunica à autoridade policial a prática de uma infração penal. (art. 5º, §3º, CPP) 
Delatio criminis postulatória - Ocorre quando a vítima oferece representação criminal, solicitando providências à autoridade policial. É uma das formas de notitia criminis mediata.
Questões
1) (CESPE - 2018 - PC-SE - Delegado de Polícia) Julgue o item seguinte, relativo aos direitos e deveres individuais e coletivos e às garantias constitucionais. 
No âmbito do inquérito policial, cuja natureza é inquisitiva, não se faz necessária a aplicação plena do princípio do contraditório, conforme a jurisprudência dominante. 
2) (FCC - 2018 - Câmara Legislativa do Distrito Federal - Técnico Legislativo - Agente de Polícia Legislativa) O inquérito policial 
a) é um procedimento que pode ser presidido tanto pelo delegado de polícia quanto pelo membro do Ministério Público, desde que, neste último caso, tenha sido este o órgão responsável pela investigação. 
b) que apresentar vício contaminará eventual ação penal subsequente proposta com base nos elementos por ele colhidos. 
c) gera, quando arquivado, preclusão absoluta, não sendo possível o início de ação penal, ainda que tenha por fundamento a existência de novas provas. 
d) acompanhará a denúncia ou queixa, sempre que servir de base a uma ou outra. 
e) é um procedimento escrito, obrigatório e preparatório da ação penal, imprescindível para embasar o oferecimento da denúncia. 
3) (MPE-PR - 2013 - MPE-PR - Promotor de Justiça) Sobre inquérito policial, é correto afirmar: 
a) Quando o delegado de polícia toma conhecimento de infração de ação penal pública, por meio de notícia da imprensa, tem-se a notícia crime de cognição mediata; 
b) Em crime de ação penal privada exclusiva, o inquérito policial é indispensável para que o ofendido apresente queixa em juízo, pois é vedada a investigação criminal particular; 
c) Elementos de prova colhidos por autoridade policial sem atribuição territorial acarretam nulidade da ação penal respectiva; 
d) Um elemento probatório do inquérito policial, ainda que corroborado por outras provas produzidas no contraditório judicial, não pode fundamentar a convicção do juiz; 
e) O inquérito policial é procedimento de natureza administrativa, tendo como características a oficialidade, inquisitoriedade, indisponibilidade e discricionariedade. 
4) (CESPE - 2018 - STJ - Técnico Judiciário – Administrativa) A respeito dos procedimentos de investigação, julgue o item que se segue. 
O inquérito policial tem caráter inquisitório, dispensando a ampla defesa e o contraditório, motivo pelo qual os elementos de informação nele documentados não são disponibilizados ao defensor do investigado. 
5) (CESPE - 2013 - PG-DF – Procurador) Considerando as normas referentes ao inquérito policial, julgue o item a seguir. 
De acordo com o CPP, qualquer pessoa do povo, ao tomar conhecimento da prática de atos delituosos, deverá comunicá-los à autoridade policial, seja verbalmente, seja por via formal. 
6) (CESPE - 2018 - DPE-PE - Defensor Público) Em razão de mandados expedidos por juiz competente, foram realizadas providências cautelares de interceptação telefônica e busca domiciliar na residência de Marcos para a obtenção de provas de crime de tráfico ilícito de entorpecentes a ele imputado e objeto de investigação em inquérito policial. Nessa situação, durante o procedimento investigatório, o advogado de Marcos 
a) terá direito de acessar os relatórios e as demais diligências da interceptação telefônica ainda em andamento. 
b) terá direito de acessar os relatórios de cumprimento dos mandados de busca e apreensão e os respectivos autos de apreensão. 
c) estará impedido de acessar os laudos periciais incorporados aos procedimentos de investigação. 
d) terá direito de acessar previamente documentos referentes às diligências do inquérito, inclusive os de cumprimento do mandado de busca e apreensão. 
e) estará impedido de acessar os autos de apresentação e apreensão já lavrados. 
7) (CESPE - 2018 - Polícia Federal - Delegado de Polícia Federal) Em cada item seguinte, é apresentada uma situação hipotética seguida de uma assertiva a ser julgada com relação à competência para requerer o arquivamento de autos de IP e às consequências da promoção desse tipo de arquivamento. 
Relatado o IP, sob a tese de atipicidade penal do fato, o MP requereu o arquivamento dos autos, o que foi determinado pelo competente juízo, em acolhimento à tese do MP. Nessa situação, o arquivamento dos autos nos termos do requerimento do MP impede a reabertura das investigações pela autoridade policial.
8) (CESPE - 2017 - DPU - Defensor Público Federal) A respeito de coisa julgada e inquérito policial, julgue o item a seguir. 
Situação hipotética: Lino foi indiciado por tentativa de homicídio. Após remessa dos autos ao órgão do MP, o promotor de justiça requereu o arquivamento do inquérito em razão da conduta de Lino ter sido praticada em legítima defesa, o que foi acatado pelo juízo criminal competente. Assertiva: Nessa situação, de acordo com o STF, o ato de arquivamento com fundamento em excludente de ilicitude fez coisa julgada formal e material, o que impossibilita posterior desarquivamento pelo parquet, ainda que diante da existência de novas provas. 
9) (VUNESP - 2018 - PC-SP - Investigador de Polícia) De acordo com o art. 5° , § 5° do CPP, nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá proceder a inquérito 
a) mediante requisição judicial. 
b) após lavratura do respectivo Boletim de Ocorrência. 
c) a requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la. 
d) mediante requisição judicial ou de órgão ministerial. 
e) mediante requisição de órgão ministerial. 
10) (FCC - 2017 - DPE-RS - Analista – Processual) No tocante ao inquérito policial relativo à apuração de crime a que se procede mediante ação penal pública incondicionada, é correto afirmar: 
a) É vedada a instauração de inquérito policial de ofício.
b) O ofendido não pode requerer diligênciano curso de inquérito policial. 
c) A autoridade policial poderá mandar arquivar autos de inquérito. 
d) A autoridade policial poderá mandar instaurar inquérito a partir de comunicação de fato feita por qualquer pessoa, mas deve aguardar a iniciativa do ofendido ou seu representante legal para que seja instaurado. 
e) Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária, por falta de base para a denúncia, a autoridade policial poderá proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver notícia. 
11) (FGV - 2019 - TJ-CE - Técnico Judiciário - Área Judiciária) Lauro figura como indiciado em inquérito policial em que se investiga a prática do crime de concussão. Intimado a comparecer na Delegacia para prestar declarações, fica preocupado com as medidas que poderiam ser determinadas pela autoridade policial, razão pela qual procura seu advogado. Com base nas informações expostas, a defesa técnica de Lauro deverá esclarecer que: 
a) a defesa técnica do indiciado não poderá ter acesso às peças de informação constantes do inquérito, ainda que já documentadas, em razão do caráter sigiloso do procedimento; 
b) o indiciado e o eventual ofendido, diante do caráter inquisitivo do inquérito policial, não poderão requerer a realização de diligências durante a fase de investigações;
c) o procedimento investigatório, caso venha a ser arquivado com base na falta de justa causa, não poderá vir a ser desarquivado, ainda que surjam novas provas; 
d) a reprodução simulada dos fatos poderá ser determinada pela autoridade policial, não podendo, contudo, ser Lauro obrigado a participar contra sua vontade; 
e) a autoridade policial, em sendo de interesse das investigações, poderá determinar a incomunicabilidade do indiciado pelo prazo de 10 (dez) dias.
12) (CESPE - 2018 - ABIN - Oficial Técnico de Inteligência - Área 2) A respeito do inquérito policial, julgue o item seguinte. 
A autoridade policial poderá instaurar inquérito policial de ofício nos crimes cuja ação penal seja de iniciativa privada. 
13) (FUNCAB - 2016 - PC-PA - Delegado de Policia Civil) Analise as afirmativas a seguir. Está correto apenas o que se afirma em: 
I.O arquivamento implícito é uma construção doutrinária. Ele seria, inicialmente, decorrente da omissão do Ministério Público que deixa de narrar na denúncia um fato investigado no inquérito ou um indiciado. 
II. Classifica-se, doutrinariamente o arquivamento implícito em objetivo e subjetivo. 
III. A jurisprudência do STF é firme em admitir o instituto do arquivamento implícito na ação penal pública. 
IV. Uma vez arquivado o inquérito por falta de base para a denúncia, pelo princípio da segurança jurídica, a autoridade policial não poderá fazer novas pesquisas. 
a) III e IV d) II e III.
b) l e ll e) I e III. 
c) l e lV. 
14) (CESPE - 2018 - EBSERH – Advogado) Quanto ao inquérito policial, à ação penal, às regras de fixação de competência e às disposições processuais penais relacionadas aos meios de prova, julgue o item a seguir. 
A denúncia anônima de fatos graves, por si só, impõe a imediata instauração de inquérito policial, no âmbito do qual a autoridade policial deverá verificar se a notícia é materialmente verdadeira. 
15)(FUNCAB - 2012 - MPE-RO - Analista - Informações e Pesquisa) A notitia criminis é o conhecimento espontâneo ou provocado, por parte da Autoridade Policial, de um fato aparentemente criminoso. Sabendo que existem várias maneiras de o fato chegar ao conhecimento da Autoridade Policial, a notitia criminis de cognição coercitiva é quando a Autoridade Policial toma conhecimento: 
a) por meio de uma requisição do Ministério Público. 
b) direto do fato infringente da norma, porém junto com este lhe é apresentado também o autor do fato. 
c) direto do fato infringente da norma por meio de suas atividades rotineiras. 
d) por requisição do Ministro da Justiça. 
e) por meio de uma representação do ofendido. 
16) (MPE-SC - 2019 - MPE-SC - Promotor de Justiça) A notitia criminis de cognição imediata ocorre quando a autoridade policial toma conhecimento do fato delituoso através da apresentação do indivíduo preso em flagrante-delito, enquanto a denúncia anônima é considerada notitia criminis inqualificada. 
INDICIAMENTO 
• Conceito: Ato fundamentado de atribuir a prática de infração penal (contravenção penal ou crime) a uma pessoa determinada. 
• Elementos(pressupostos): Autoria, materialidade e circunstâncias. 
• Quem pode indiciar? 
• Quando ocorre o indiciamento? 
• É possível indiciamento no auto de prisão em flagrante? 
Lei 12.830/13, Art. 2º, § 6º O indiciamento, privativo do delegado de polícia, dar-se-á por ato fundamentado, mediante análise técnico-jurídica do fato, que deverá indicar a autoria, materialidade e suas circunstâncias. 
impossibilidade de indiciamento durante a ação penal!! 
“Esta Corte Superior de Justiça, reiteradamente, vem decidindo que o indiciamento formal dos acusados, após o recebimento da denúncia, submete os pacientes a constrangimento ilegal e desnecessário, uma vez que tal procedimento, que é próprio da fase inquisitorial, não mais se justifica quando a ação penal já se encontra em curso.” (STJ, HC 182.455/SP, julgamento 05/05/2011 
INDICIAMENTO 
É possível haver o desindiciamento? 
Sim! Em regra, deverá ser feito pelo Delegado. 
Excepcionalmente, pode o juiz determinar o desindiciamento em sede de habeas corpus: 
“PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. INQUÉRITO POLICIAL. INDICIAMENTO. FALTA DE ELEMENTOS NECESSÁRIOS. CONSTRANGIMENTO ILEGAL CONFIGURADO. O indiciamento configura constrangimento quando a autoridade policial, sem elementos mínimos de materialidade delitiva, lavra o termo respectivo e nega ao investigado o direito de ser ouvido e de apresentar documentos. Ordem CONCEDIDA em parte, para possibilitar ao paciente que preste seus esclarecimentos acerca do fato, em termo de declaração; junte documentos e indique providências no caderno investigatório.” (HC 43599/SP, Dje 04/08/2008) 
Indiciamento indireto 
Trata-se do indiciamento em relação ao agente que se encontra foragido e que, portanto, não será possível realizar o interrogatório. 
Lei 9.613/98 
Art. 17-D. Em caso de indiciamento de servidor público, este será afastado, sem prejuízo de remuneração e demais direitos previstos em lei, até que o juiz competente autorize, em decisão fundamentada, o seu retorno. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
Inconstitucionalidade do afastamento automático do servidor público investigado por crimes de lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores em decorrência de atividade discricionária da autoridade policial, nos termos do art. 17-D da Lei 9.613/1998, consistente em indiciamento e independentemente de início da ação penal e análise dos requisitos necessários para a efetivação dessa grave medida restritiva de direitos. 
A presunção de inocência exige que a imposição de medidas coercitivas ou constritivas aos direitos dos acusados, no decorrer de inquérito ou processo penal, seja amparada em requisitos concretos que sustentam a fundamentação da decisão judicial impositiva, não se admitindo efeitos cautelares automáticos ou desprovidos de fundamentação idônea. 5. Sendo o indiciamento ato dispensável para o ajuizamento de ação penal, a norma que determina o afastamento automático de servidores públicos, por força da opinio delicti da autoridade policial, quebra a isonomia entre acusados indiciados e não indiciados, ainda que denunciados nas mesmas circunstâncias. Ressalte-se, ainda, a possibilidade de promoção de arquivamento do inquérito policial mesmo nas hipóteses de indiciamento do investigado. 6. Ação Direta julgada procedente. (STF. ADI 4911. Tribunal Pleno. Julgado em 23/11/2020)
Prazo e Conclusão do inquérito policial 
CPP, Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido preso em flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de 30 dias, quandoestiver solto, mediante fiança ou sem ela. 
§ 1 o A autoridade fará minucioso relatório do que tiver sido apurado e enviará autos ao juiz competente. 
§ 2 o No relatório poderá a autoridade indicar testemunhas que não tiverem sido inquiridas, mencionando o lugar onde possam ser encontradas. 
§ 3 o Quando o fato for de difícil elucidação, e o indiciado estiver solto, a autoridade poderá requerer ao juiz a devolução dos autos, para ulteriores diligências, que serão realizadas no prazo marcado pelo juiz. 
Conclusão do inquérito policial 
Ausência de relatório ou fundamentação deste tem o condão de viciar a ação penal? 
“INQUÉRITO. RELATÓRIO FINAL DO DELEGADO DE POLÍCIA. AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO. NULIDADE. INOCORRÊNCIA. O inquérito é peça meramente informativa, sendo que a ausência de fundamentação do relatório final da autoridade policial não contamina a ação penal.” (STJ, RESP 1.172.258/RS, 16/10/2012) 
Código de Processo Penal 
Art. 310. Após receber o auto de prisão em flagrante, no prazo máximo de até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da prisão, o juiz deverá promover audiência de custódia com a presença do acusado, seu advogado constituído ou membro da Defensoria Pública e o membro do Ministério Público, e, nessa audiência, o juiz deverá, fundamentadamente: (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
I - relaxar a prisão ilegal; ou 
II - converter a prisão em flagrante em preventiva, quando presentes os requisitos constantes do art. 312 deste Código, e se revelarem inadequadas ou insuficientes as medidas cautelares diversas da prisão; ou 
III - conceder liberdade provisória, com ou sem fiança.
Prazo processual 
Súmula 310, STF 
Quando a intimação tiver lugar na sexta-feira, ou a publicação com efeito de intimação for feita nesse dia, o prazo judicial terá início na segunda-feira imediata, salvo se não houver expediente, caso em que começará no primeiro dia útil que se seguir. 
Prazo material 
Código Penal. Contagem de prazo 
Art. 10 - O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário comum.
Inquérito Policial e foro por prerrogativa de função 
Não há previsão legal de tratamento distinto para quem possui foro por prerrogativa de função. 
Entretanto, o STF, em Questão de Ordem no Inq. 2411/2008 determinou que o Inquérito Policial contra pessoas com foro por prerrogativa de função deve ser supervisionado pelo Tribunal responsável (na figura do Relator), desde a instauração do IP até o oferecimento da denúncia pelo Ministério Público. Isso inclui o ato de indiciamento, o qual só pode ser realizado se autorizado pelo Tribunal competente. 
Obs.: há decisão da 5ª Turma do STJ pela desnecessidade de prévia autorização judicial para a instauração de IP em desfavor de autoridade com foro por prerrogativa de função (STJ, Resp 1.563.962/RN,julgao em 08/11/2016) 
Jurisprudência 
“A Polícia Federal não está autorizada a abrir de ofício inquérito policial para apurar a conduta de parlamentares federais ou do próprio Presidente da República (no caso do STF). No exercício de competência penal originária do STF (CF, art. 102, I, "b" c/c Lei nº 8.038/1990, art. 2º e RI/STF, arts. 230 a 234), a atividade de supervisão judicial deve ser constitucionalmente desempenhada durante toda a tramitação das investigações desde a abertura dos procedimentos investigatórios até o eventual oferecimento, ou não, de denúncia pelo dominus litis. 
Questão de ordem resolvida no sentido de anular o ato formal de indiciamento promovido pela autoridade policial em face do parlamentar investigado.” (Inq. 2411 QO, julgado em 10/10/2007)
Vícios do IP 
Eventuais vícios do inquérito policial não atingem a ação penal! 
“É assente na jurisprudência desta Corte que eventuais vícios existentes no inquérito policial, peça meramente informativa, não contaminam a ação penal” (STF, HC 111094/SC, julgado em 26/06/2012) 
“No que se refere aos alegados vícios no inquérito policial, a jurisprudência desta Superior Corte de Justiça já se firmou no sentido de que eventuais irregularidades ocorridas na fase inquisitorial não possuem o condão de macular todo o processo criminal.” (STJ, HC 216201, julgado em 02/08/2012) 
Vícios do IP e atribuição da PF/PCs 
O inquérito policial constitui procedimento administrativo, de caráter meramente informativo e não obrigatório à regular instauração do processo-crime. Visa subsidiar eventual denúncia a ser apresentada, razão pela qual irregularidades ocorridas não implicam, de regra, nulidade de processo-crime. 
Uma vez supervisionados pelo juízo competente e por membro do Ministério Público revestido de atribuição, pouco importa que os procedimentos investigatórios atinentes à operação desencadeada tenham sido presididos por autoridade de Polícia Federal. O art. 5º, LIII, da Constituição da República, ao dispor que ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente, contempla o princípio do juiz natural, não se estende às autoridades policiais, porquanto não investidas de competência para julgar. Surge inadequado pretender-se a anulação de provas ou de processos em tramitação com base na ausência de atribuição da Polícia Federal para conduzir os inquéritos. (STF, HC 169348/RS,rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 17.12.2019.) 
Art. 11. Os instrumentos do crime, bem como os objetos que interessarem à prova, acompanharão os autos do inquérito. 
Propósitos: 
a) Eventual necessidade de exibição do objeto 
b) Eventual necessidade de contraprova 
c) Eventual perda do objeto em favor da União (confisco) – art. 91, II, CP. 
- Atenção: cadeia de custódia (arts. 158-A a 158-F) 
Art. 13. Incumbirá ainda à autoridade policial: 
I - fornecer às autoridades judiciárias as informações necessárias à instrução e julgamento dos processos; 
II - realizar as diligências requisitadas pelo juiz ou pelo Ministério Público; 
III - cumprir os mandados de prisão expedidos pelas autoridades judiciárias; 
IV - representar acerca da prisão preventiva.
Código de Processo Penal 
Art. 13-A. Nos crimes previstos nos arts. 148, 149 e 149-A, no § 3º do art. 158 e no art. 159 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), e no art. 239 [do ECA], o membro do Ministério Público ou o delegado de polícia poderá requisitar, de quaisquer órgãos do poder público ou de empresas da iniciativa privada, dados e informações cadastrais da vítima ou de suspeitos. (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) 
Parágrafo único. A requisição, que será atendida no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, conterá: 
I - o nome da autoridade requisitante; 
II - o número do inquérito policial; e 
III - a identificação da unidade de polícia judiciária responsável pela investigação. 
CPP, Art. 13-B. Se necessário à prevenção e à repressão dos crimes relacionados ao tráfico de pessoas, o membro do Ministério Público ou o delegado de polícia poderão requisitar, mediante autorização judicial, às empresas prestadoras de serviço de telecomunicações e/ou telemática que disponibilizem imediatamente os meios técnicos adequados – como sinais, informações e outros – que permitam a localização da vítima ou dos suspeitos do delito em curso. 
§ 1 o Para os efeitos deste artigo, sinal significa posicionamento da estação de cobertura, setorização e intensidade de radiofrequência. 
§ 2 o Na hipótese de que trata o caput, o sinal: 
I - não permitirá acesso ao conteúdo da comunicação de qualquer natureza, que dependerá de autorização judicial, conforme disposto em lei; 
II - deverá ser fornecido pela prestadora de telefonia móvel celular por período não superior a 30 (trinta) dias, renovávelpor uma única vez, por igual período; 
III - para períodos superiores àquele de que trata o inciso II, será necessária a apresentação de ordem judicial. 
§ 3 o Na hipótese prevista neste artigo, o inquérito policial deverá ser instaurado no prazo máximo de 72 (setenta e duas) horas, contado do registro da respectiva ocorrência policial. 
§ 4 o Não havendo manifestação judicial no prazo de 12 (doze) horas, a autoridadecompetente requisitará às empresas prestadoras de serviço de telecomunicações e/ou telemática que disponibilizem imediatamente os meios técnicos adequados – como sinais, informações e outros – que permitam a localização da vítima ou dos suspeitos do delito em curso, com imediata comunicação ao juiz. 
Art. 15. Se o indiciado for menor, ser-lhe-á nomeado curador pela autoridade policial. 
Art. 16. O Ministério Público não poderá requerer a devolução do inquérito à autoridade policial, senão para novas diligências, imprescindíveis ao oferecimento da denúncia. 
Art. 19. Nos crimes em que não couber ação pública, os autos do inquérito serão remetidos ao juízo competente, onde aguardarão a iniciativa do ofendido ou de seu representante legal, ou serão entregues ao requerente, se o pedir, mediante traslado. 
CPP, Art. 21. A incomunicabilidade do indiciado dependerá sempre de despacho nos autos e somente será permitida quando o interesse da sociedade ou a conveniência da investigação o exigir. 
Parágrafo único. A incomunicabilidade, que não excederá de três dias, será decretada por despacho fundamentado do Juiz, a requerimento da autoridade policial, ou do órgão do Ministério Público, respeitado, em qualquer hipótese, o disposto no artigo 89, inciso III, do Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil (Lei n. 4.215, de 27 de abril de 1963). 
DISPOSITIVO NÃO RECEPCIONADO PELA CF/88 
Art. 22. No Distrito Federal e nas comarcas em que houver mais de uma circunscrição policial, a autoridade com exercício em uma delas poderá, nos inquéritos a que esteja procedendo, ordenar diligências em circunscrição de outra, independentemente de precatórias ou requisições, e bem assim providenciará, até que compareça a autoridade competente, sobre qualquer fato que ocorra em sua presença, noutra circunscrição. 
Art. 23. Ao fazer a remessa dos autos do inquérito ao juiz competente, a autoridade policial oficiará ao Instituto de Identificação e Estatística, ou repartição congênere, mencionando o juízo a que tiverem sido distribuídos, e os dados relativos à infração penal e à pessoa do indiciado.
Súmulas 
Súmula 234, STJ - A participação de membro do Ministério Público na fase investigatória criminal não acarreta o seu impedimento ou suspeição para o oferecimento da denúncia. 
Súmula 444, STJ - É vedada a utilização de inquéritos policiais e ações penais em curso para agravar a pena-base. 
Jurisprudência 
É possível que a investigação criminal seja perscrutada pautando-se pelas atividades diuturnas da autoridade policial, verbi gratia, o conhecimento da prática de determinada conduta delitiva a partir de veículo midiático, no caso, a imprensa. É o que se convencionou a denominar, em doutrina, de notitia criminis de cognição imediata (ou espontânea), terminologia obtida a partir da exegese do art. 5º, inciso I, do CPP, do qual se extrai que "nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado de ofício". 
In casu, "uma reportagem jornalística pode ter o condão de provocar a autoridade encarregada da investigação, a qual, no desempenho das funções inerentes a seu cargo, tendo notícia de crime de ação penal pública incondicionada, deve agir inclusive ex officio. (STJ, RHC 98056/CE. Julgado em 21/06/2019) 
TERMO CIRCUNSTANCIADO DE OCORRÊNCIA 
Lei 9.099/95 Art. 69. A autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrência lavrará termo circunstanciado e o encaminhará imediatamente ao Juizado, com o autor do fato e a vítima, providenciando-se as requisições dos exames periciais necessários. 
Parágrafo único. Ao autor do fato que, após a lavratura do termo, for imediatamente encaminhado ao juizado ou assumir o compromisso de a ele comparecer, não se imporá prisão em flagrante, nem se exigirá fiança. Em caso de violência doméstica, o juiz poderá determinar, como medida de cautela, seu afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a vítima. 
TERMO CIRCUNSTANCIADO DE OCORRÊNCIA 
STF – Ação Direta de Inconstitucionalidade n.º 3807 
Julgado em 26/6/2020 
De acordo com o STF, o termo circunstanciado de ocorrência representa mero boletim de ocorrência detalhado e não ato de investigação. 
E, por não se tratar de procedimento investigatório, não requer que seja necessariamente lavrado por Delegado de Polícia.
QUESTÕES 
1) (CESPE - 2009 - PC-PB - Agente de Investigação e Agente de Polícia) Quanto à notitia criminis, assinale a opção correta. 
a) É o conhecimento da infração penal pelo MP, titular da ação penal pública, não podendo ser encaminhada à autoridade policial. 
b) O conhecimento pela autoridade policial da infração penal por meio de requerimento da vítima denomina-se notitia criminis de cognição imediata. 
c) O conhecimento pela autoridade policial da infração penal por meio de suas atividades rotineiras denomina-se notitia criminis de cognição mediata. 
d) O conhecimento pela autoridade policial da infração penal por meio da prisão em flagrante do acusado denomina-se notitia criminis de cognição coercitiva. 
e) Não se reconhece a figura da notícia anônima, sendo proibido à autoridade policial iniciar investigação com base em informações apócrifas, uma vez que a CF veda o anonimato. 
2) (FCC - 2019 - Câmara de Fortaleza - CE - Consultor Técnico Jurídico) Acerca do inquérito policial é correto afirmar: 
a) Em caso de ausência de indícios de autoria, poderá ser arquivado pelo Delegado de Polícia ou pelo Promotor de Justiça responsável pela investigação. 
b) Nos crimes de ação penal privada, pode ser instaurado de ofício ou mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério Público. 
c) É regido pelos princípios da oralidade, publicidade e ampla defesa. 
d) É indispensável para a propositura da ação penal pública incondicionada ou condicionada à representação da vítima do delito. 
e) Nos caso de apuração de delito de furto qualificado, deverá se encerrar no prazo de 10 (dez) dias se o indiciado estiver preso. 
3) (FCC - 2018 - MPE-PB - Promotor de Justiça Substituto) Nos crimes em que não couber ação penal de iniciativa pública, concluído o inquérito policial, o delegado deverá 
a) remeter os autos ao juízo competente, onde aguardarão a iniciativa do ofendido. 
b) remeter os autos ao Ministério Público, pois é o titular constitucional da ação penal. 
c) arquivar os autos na repartição policial, onde aguardarão a iniciativa do ofendido. 
d) intimar o ofendido do prazo decadencial para a propositura de ação penal. 
e) entregar os autos ao ofendido ou seu representante legal, comunicando o juízo competente. 
4) (CESPE - 2016 - PC-PE - Delegado de Polícia) A respeito do inquérito policial, assinale a opção correta, tendo como referência a doutrina majoritária e o entendimento dos tribunais superiores. 
a) Por substanciar ato próprio da fase inquisitorial da persecução penal, é possível o indiciamento, pela autoridade policial, após o oferecimento da denúncia, mesmo que esta já tenha sido admitida pelo juízo a quo. 
b) O acesso aos autos do inquérito policial por advogado do indiciado se estende, sem restrição, a todos os documentos da investigação. 
c) Em consonância com o dispositivo constitucional que trata da vedação ao anonimato, é vedada a instauração de inquérito policial com base unicamente em denúncia anônima, salvo quando constituírem, elas próprias, o corpo de delito. 
d) O arquivamento de inquérito policial mediante promoção do MP por ausência de provas impede a reabertura das investigações: a decisão que homologa o arquivamento faz coisa julgada material. 
e) De acordo com a Lei de Drogas, estando o indiciado preso por crime de tráfico de drogas, o prazo de conclusão do inquérito policial é de noventa dias, prorrogável por igual período desde que imprescindível para as investigações. 
5) (VUNESP - 2018 - PC-BA - Investigador de Polícia) A obtenção de dados e informações cadastrais de vítimas ou de suspeitos junto a órgãos do poder público ou empresas da iniciativa privada, durante a investigação de crime de tráfico de pessoas, poderá ser requisitada 
a) pela Autoridade Judiciária, mediante representação

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