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ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO_ DEFICIÊNCIA FÍSICA

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ATENDIMENTO EDUCACIONAL 
ESPECIALIZADO: DEFICIÊNCIA FÍSICA
Autora: Jamile Delagnelo Fagundes da Silva
Programa de Pós-Graduação EAD
UNIASSELVI-PÓS
371.9
S586a Silva, Jamile Delagnelo Fagundes da
 Atendimento Educacional Especializado: 
	 	 Deficiência	Física	/	Jamile	Delagnelo	Fagundes	da		
 Silva. Indaial : Uniasselvi, 2013.
 94 p. : il 
 
 ISBN 978-85-7830-788-2
 1. Educação especial.
 I. Centro Universitário Leonardo da Vinci.
 Reitor: Prof. Ozinil Martins de Souza
 Diretor UNIASSELVI-PÓS: Prof. Carlos Fabiano Fistarol
 Coordenador da Pós-Graduação EAD: Prof. Norberto Siegel
 Equipe Multidisciplinar da 
 Pós-Graduação EAD: Profa. Erika de Paula Alves
 Profa. Izilene Conceição Amaro Ewald
 Prof. Márcio Moisés Selhorst
 
 Revisão de Conteúdo: Profa. Gisele Cristina de Souza 
 Revisão Gramatical: Profa. Sandra Pottmeier
 Revisão Pedagógica: Profa. Bruna Alexandra Franzen
 
 Diagramação e Capa: Centro Universitário Leonardo da Vinci
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx.	P.	191	-	89.130-000	–	INDAIAL/SC
Fone	Fax:	(047)	3281-9000/3281-9090
Copyright © UNIASSELVI 2013
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri
 UNIASSELVI – Indaial.
Jamile Delagnelo Fagundes da Silva
Possui graduação em PEDAGOGIA 
pela Fundação Universidade Regional de 
Blumenau (2002) e MESTRADO pela mesma 
Universidade (2009). É especialista em Educação 
de Jovens e Adultos pela Escola Aberta do Brasil e 
em Pedagogia Gestora com Ênfase em Supervisão, 
Administração e Orientação Escolar pela Associação 
Catarinense de Ensino. 
Atua como docente na EJA e desenvolve pesquisas 
na	 área	 da	 Educação	 com	 ênfase	 	 principalmente	 nos	
temas relacionados à Educação de Jovens e Adultos, 
Educação Inclusiva e Formação Docente. Participa do 
Grupo de Pesquisa Educação e Saúde com pesquisas 
e estudos na Linha Educação Intercultural. Também 
participou com comunicação oral em renomados eventos, 
dentre eles: III Congresso Internacional de Educação: 
Educação na América Latina nestes Tempos de 
Império (São Leopoldo), Oitavo Circulo de Estudos 
Linguísticos	 do	 Sul	 (Porto	 Alegre),	 I	 Congresso	
Internacional da Cátedra Unesco de Educação 
de	Jovens	e	Adultos	(Paraíba),	ANPED	Nacional	
(Natal), socializando pesquisas realizadas na 
área da Educação. 
Sumário
APRESENTAÇÃO ......................................................................7
CAPÍTULO 1
ConheCendo o Aluno Com defiCênCiA fíSiCA .............................. 11
CAPÍTULO 2
PoSSibilidAdeS e eStrAtégiAS PArA inCluSão do Aluno 
Com defiCiênCiA fíSiCA .............................................................. 45
CAPÍTULO 3
A defiCiênCiA fíSiCA e o ProCeSSo eduCAtivo ............................. 69
7
APRESENTAÇÃO
Caro(a) pós-graduando(a):
Neste	 caderno	 de	 estudos	 você	 vai	 ter	 a	 oportunidade	 de	 refletir	 sobre	
algumas	 questões	 acerca	 do	 atendimento	 especializado	 ao	 deficiente	 físico,	
bem como aprofundar seus conhecimentos sobre essa temática. Iniciamos esta 
conversa	abordando	alguns	aspectos	históricos	sobre	deficiência	e	inclusão	social	
para,	em	seguida,	aprofundar	as	questões	específicas	da	deficiência	física.
O	 processo	 de	 reconhecimento	 dos	 direitos	 das	 pessoas	 com	 deficiência	
iniciou, ainda que lentamente, com a Declaração Universal dos Direitos 
Humanos, adotada pela ONU em 1948. De acordo com Rodrigues (2006), os 
Direitos	enumerados	nessa	Declaração	podem	ser	classificados	em	três	grandes	
categorias: a primeira categoria compreende os direitos civis relativos à proteção 
da	 integridade	 física,	 psicológica	e	moral	 dos	 indivíduos;	 na	 segunda	 categoria	
se	encontram	os	direitos	econômicos,	 sociais	e	 culturais	e,	 por	 fim,	na	 terceira	
categoria, se encontram os direitos que se referem ao poder de participar da 
vida pública de uma nação, de exercer a cidadania. O autor ainda salienta que a 
história	da	pessoa	com	deficiência	corresponde	ao	 reconhecimento	progressivo	
dessas	três	categorias.
Ainda, recentemente, na década de noventa 1990, esses Direitos foram 
reforçados	 pela	 Conferência	 Mundial	 de	 Educação	 para	 Todos,	 realizada	 em	
Jomtiem,	na	Tailândia,	no	mês	de	março	de	1990.	Essa	Conferência	teve	como	
objetivo gerar um compromisso mundial de buscar uma solução conjunta dos 
países	 para	 a	 crise	 na	 área	 educacional	 (UNESCO,	 1990).	 Outro	 documento	
que contribui para a construção de um consenso mundial em torno do combate 
à exclusão escolar e à redução da taxa de analfabetismo foi a Declaração de 
Salamanca,	 “inspirada	 nos	 princípios	 de	 integração	 e	 de	 escolas	 para	 todos”	
(UNESCO, 1994). A Declaração de Salamanca além de reforçar a importância de 
se garantir a inclusão de uma educação para todos, também ressalta a importância 
de se educarem algumas crianças em escolas especiais ou de garantir a presença 
de salas com atendimento especializado nas escolas regulares. Rodrigues (2006) 
salienta que a Declaração de Salamanca é considerada um marco referencial 
para as instituições educacionais, inclusive para a educação especial. Essa 
Declaração também já ampliava a concepção de necessidades especiais, 
englobando crianças que vivem nas ruas, crianças que trabalham, crianças que 
vivem	em	situações	de	vulnerabilidade	social,	enfim,	apresenta	uma	preocupação	
com	outras	categorias	que	vão	além	da	deficiência.	
8
Nessa	 mesma	 perspectiva	 o	 Parecer	 11/2001,	 do	 Conselho	 Nacional	 de	
Educação, apresenta o conceito de necessidades especiais com uma “nova 
abordagem”.	Esse	Parecer	propõe	ampliar	o	atendimento	escolar	com	sistemas	
de	 apoio	 específicos	 para	 todos	 os	 estudantes	 que	 apresentam	 algum	 tipo	 de	
necessidade.	 Dessa	 maneira,	 o	 Parecer	 enfatiza	 três	 grupos	 de	 pessoas	 com	
necessidades especiais, que serão apresentados no quadro abaixo:
Quadro 1 – Grupos de pessoas com necessidades especiais
1- Aquelas que apresentam dificuldades acentuadas de aprendizagem, tanto as não vinculadas a 
uma causa orgânica específica quanto às necessidades relacionadas às condições, disfunções, 
limitações ou deficiências;
2- Aquelas pessoas que apresentam dificuldades de comunicação e sinalização diferenciadas 
dos demais estudantes, particularmente os que apresentam surdez, cegueira, surdo-cegueira ou 
distúrbios acentuados de linguagem;
3- Aquelas pessoas que apresentam altas habilidades/superdotação e que, recebendo apoio 
especifico, podem concluir em menor tempo a série ou etapa escolar.
Fonte:	Parecer	11/2001.
A proposição do conceito de necessidades especiais, nessa perspectiva, 
representa	 uma	 tentativa	 de	 reconfigurar	 as	 possibilidades	 de	 inclusão,	
transpondo	o	foco	do	diagnóstico	de	deficiência	para	as	necessidades	
de	aprendizagem.	Ainda,	de	acordo	com	o	Parecer	11/2001,	
No caso da inclusão destes sujeitos na vida escolar, ao invés 
de	 focalizar	 a	 deficiência	 da	 pessoa,	 busca-se	 enfatizar	 o	
ensino e a escola, bem como as formas e condições de 
aprendizagem. Ao invés de se atribuir ao estudante a origem 
de	um	problema,	define-se	seu	 tipo	de	 inserção	no	contexto	
escolar pelo tipo de resposta educativa e de recursos e apoios 
que a escola deve proporciona-lhe para que se tenha sucesso 
escolar. Ao invés de esperar que o estudante se ajuste 
unilateralmente	 a	 padrões	 de	 “normalidade”	 para	 aprender,	
interpela-se a própria organização escolar a reestruturação 
para atender a diversidade de seus educandos (BRASIL, 
2001, p. 14). 
Nesse	mesmo	contexto,	Rodrigues	(2006)	ressalta	que	o	desafio	
de garantir a inclusão desses sujeitos no ambiente escolar, está 
em articular as diversidades de contextos, linguagens, de ações 
de produções culturais de modo a potencializarsuas diferenças 
para favorecer a construção de processos singulares e contextos 
socioeducacionais	 críticos	 e	 criativos.	 O	 autor,	 ainda,	 afirma	 que	 a	
Rodrigues (2006) 
ressalta que 
o desafio de 
garantir a inclusão 
desses sujeitos no 
ambiente escolar, 
está em articular 
as diversidades 
de contextos, 
linguagens, de 
ações de produções 
culturais de modo 
a potencializar 
suas diferenças 
para favorecer 
a construção 
de processos 
singulares 
e contextos 
socioeducacionais 
críticos e criativos.
9
“Educação Inclusiva pressupõe uma participação plena numa estrutura em que 
os	 valores	 e	 práticas	 são	 delineados	 tendo	 em	 conta	 todas	 as	 características,	
os	 interesses,	os	objetivos	e	direito	de	todos	os	participantes	no	ato	educativo.”	
(RODRIGUES, 2006, p. 73).
Podemos dizer que hoje assistimos no Brasil um grande movimento para 
promover uma educação inclusiva nas instituições educacionais, como também a 
inclusão	das	pessoas	com	deficiência	no	mundo	do	trabalho.	Porém,	é	importante	
lembrar que a obrigatoriedade legal, assegurada pelo Decreto 3.298 de 20 de 
dezembro de 1999, da inserção dessas pessoas nas instituições educacionais e 
empresarias são resultados de lutas históricas, dos movimentos que buscam pela 
cidadania e igualdade de oportunidades para todos. Ainda, cabe ressaltar, que 
a inserção dessas pessoas nas instituições educacionais e empresarias, requer 
muito mais que uma obrigatoriedade legal. São necessárias, além de adaptações 
circunstanciais, transformações paradigmáticas no sistema organizacional da 
nossa sociedade. 
Nas	 instituições	 educacionais	 o	 grande	 desafio	 perpassa	 pela	 formação	
continuada dos educadores e consiste em criar e desenvolver processos de 
aprendizagem que não anulem as diferenças, mas que sejam capazes de respeitar 
essas diferenças e integrá-las em seus respectivos contextos. Para contribuir 
nesse processo de formação continuada no contexto da educação inclusiva e com 
o	objetivo	de	familiarizar	você	com	alguns	conceitos	básicos	sobre	a	deficiência	
física	e	o	atendimento	especializado	às	pessoas	que	possuem	essa	deficiência,	
organizamos	este	caderno	em	três	capítulos.	
No	primeiro	capítulo	apresentamos	o	conceito	de	deficiência	física,	seus	tipos	
e	 definições,	 a	 relação	 entre	 educação	 sexual	 e	 o	 deficiente	 físico,	 bem	 como	
a	 relação	 entre	 estabilidade	 postural	 e	 aprendizado.	 Encerramos	 esse	 capítulo	
como	uma	breve	reflexão	sobre	as	adaptações	necessárias	às	atividades	diárias	
do	deficiente	físico.	
No	capítulo	2,	apresentamos	algumas	possibilidades	e	estratégias	que	podem	
ser utilizadas no processo de inclusão, enfocaremos as Tecnologias Assistivas e 
suas modalidades, também realizaremos uma breve análise sobre a avaliação e 
a	implementação	dessas	tecnologias.	O	fechamento	desse	capítulo	se	dá	com	a	
abordagem do conceito e objetivos da Comunicação Aumentativa e Alternativa e 
seus principais sistemas. 
Finalizamos	 o	 caderno	 de	 estudos,	 já	 no	 capítulo	 3,	 no	 qual	 procuramos	
discutir	a	 relação	entre	deficiência	 física	e	o	processo	de	escolarização.	Nesse	
capítulo	 vamos	 apresentar	 algumas	 possibilidades	 de	 recursos	 e	 materiais	
adaptados que visam a atender e potencializar o processo de aprendizagem do 
10
deficiente	 físico,	dentre	os	quais	destacamos	o	papel	da	 Informática	como	uma	
grande aliada à superação das limitações apresentada por esses sujeitos. 
Você	 pode	 saber	 mais	 sobre	 os	 documentos	 citados	 na	
introdução, pesquisando os sites abaixo:
Documento: Declaração Universal dos Direitos Humanos, do 
ano	 de	 1938.	 Disponível	 em:	 <http://portal.mj.gov.br/sedh/ct/legis_
intern/ddh_bib_inter_universal.htm>.	Acesso	em:	15	maio	2013.
Documento:	 Declaração	 de	 Salamanca,	 de	 1994.	 Disponível	
em:	 <http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/salamanca.pdf>.	
Acesso em: 15 maio 2013. 
Documento: Decreto 3.298 de 20 de dezembro de 1999, de 
1999.	 Disponível	 em:	 <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/
D3298.htm>.	Acesso	em:	15	maio	2013.		
Documento:	Parecer	11/2001,	de	2001.	Disponível	em:	<http://
portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/CEB011_2001.pdf>.	 Acesso	 em:	
15 maio 2013. 
A autora.
CAPÍTULO 1
ConheCendo o Aluno 
Com defiCênCiA fíSiCA
A	 partir	 da	 perspectiva	 do	 saber	 fazer,	 neste	 capítulo	 você	 terá	 os	 seguintes	
objetivos de aprendizagem:
 3 Definir	deficiência	física	e	descrever	seus	principais	tipos. 
 3 Compreender a relação existente entre estabilidade postural e aprendizado. 
 3 Apontar possibilidades de adaptação dos materiais escolares e 
pedagógicos	 visando	 atender	 a	 necessidade	 do	 deficiente	 físico. 
 3 Refletir	sobre	a	educação	sexual	da	pessoa	com	deficiência	física.
13
ConheCendo o Aluno Com defiCênCiA físiCA Capítulo 1 
ContextuAlizAção
A	 concepção	 de	 educação	 especial	 a	 partir	 da	 nova	 política	 da	 educação	
especial na perspectiva da Educação Inclusiva elaborada no Brasil em 2010, 
modifica	a	lógica	do	processo	de	escolarização	e	a	sua	organização.	De	acordo	
com	 a	 Política,	 a	 educação	 especial	 se	 configura	 “como	 modalidade	 que	 não	
substitui	 a	 escolarização	 de	 alunos	 com	 deficiência,	 com	 transtornos	 globais	
de	 desenvolvimento	 e	 com	 altas	 habilidades/superdotação,	 essa	 educação	
supõe	uma	escola	que	não	exclui	alunos	que	não	atendam	ao	perfil	 idealizado	
institucionalmente.”	(BRASIL,	2010a,	p.	6).
A educação especial oferece aos alunos serviços especializados 
através de recursos e estratégias que promovam a acessibilidade, 
sendo	 que	 esta	 perpassa	 todos	 os	 níveis	 e	modalidades	 de	 ensino	
sem	 substituí-los.	 Assim,	 a	 educação	 especial	 deixa	 de	 ser	 um	
sistema paralelo, passa a promover novas práticas educacionais que 
garantam o direito de uma escola de qualidade para todos. Nessa 
nova perspectiva, a educação especial, abre uma possibilidade de 
reinventar	 os	 princípios	 e	 as	 práticas	 escolares,	 com	 o	 objetivo	 de	
atender	à	necessidade	e	especificidades	de	cada	aluno.	
Este caderno de estudos visa contribuir com conhecimentos que 
propiciem um atendimento especializado com qualidade para suprir 
as	 necessidades	 de	 cada	 aluno,	 vamos	 abordar	 especificamente	
o	 atendimento	 especializado	 ao	 deficiente	 físico.	 Assim,	 iniciamos	
este	primeiro	 capítulo	 com	uma	abordagem	 inicial	 sobre	a	 condição	
de	 deficiência	 física,	 seus	 tipos	 e	 definições,	 apresentando	 alguns	
conhecimentos sobre a organização do nosso sistema nervoso. 
A	 seguir,	 realizaremos	 uma	 breve	 reflexão	 sobre	 a	 relação	
existente entre estabilidade postural e aprendizado, sendo que 
nesse item serão oferecidas aos educadores, noções básicas que 
permitem	identificar	a	necessidade	de	cada	aluno	bem	como	fornecer	
recursos que auxiliem no seu processo de aprendizado. Finalizamos, 
apresentando algumas possibilidades de adaptações que são necessárias nas 
atividades	diárias	de	um	deficiente	físico	e	discutindo	a	relação	entre	sexualidade	
e	deficiência	física.
entendendo A defiCiênCiA fíSiCA:
tiPoS e definiçõeS 
A educação 
especial oferece 
aos alunos serviços 
especializados 
através de recursos 
e estratégias 
que promovam 
a acessibilidade, 
sendo que 
esta perpassa 
todos os níveis 
e modalidades 
de ensino sem 
substituí-los. Assim, 
a educação especial 
deixa de ser um 
sistema paralelo, 
passa a promover 
novas práticas 
educacionais que 
garantam o direito 
de uma escola de 
qualidade para 
todos.
14
 	Atendimento	Educacional	Especializado:	Deficiência	Física
O	 conceito	 de	 “condição	 de	 deficiência”	 tem	 sido	 objeto	 de	 estudo	 de	
muitos	 autores	 e	 apresenta	 diferentes	 perspectivas	 em	 sua	 definição.	 Neste	
caderno de estudos, vamosabordar as discussões em torno desse conceito que 
se aliam a uma perspectiva inclusiva. Assim, apresentamos abaixo partes do 
documento	da	Classificação	Internacional	de	Funcionalidade,	publicada	em	2003	
pela	Organização	Mundial	 de	Saúde	que	 conceitua	 a	 “condição	de	deficiência”	
como a interação entre as condições de saúde e os fatores do envolvimento. Na 
Classificação	Internacional	de	Funcionalidade	(2003,	p.	19-20),	afirma-se	que:
(...)	a	funcionalidade	de	um	indivíduo	num	domínio	especifico	é	
uma interação ou relação complexa entre a condição de saúde 
e os fatores contextuais (i.e.fatores ambientais e pessoais). 
Há uma interação dinâmica entre estas entidades uma 
intervenção	num	elemento	pode,	potencialmente,	modificar	um	
ou	vários	outros	elementos.	Estas	interações	são	específicas	
e	 nem	 sempre	 ocorrem	 numa	 relação	 unívoca	 previsível.	 A	
interação	funciona	em	dois	sentidos:	a	presença	da	deficiência	
pode	modificar	 até	 a	 própria	 condição	de	 saúde.	 Inferir	 uma	
limitação	da	 capacidade	devido	 a	 uma	ou	mais	 deficiências,	
ou uma restrição de desempenho por causa de uma ou mais 
limitações, pode parecer muitas vezes razoável. No entanto 
é importante colher dados sobre estes construtos de maneira 
independente e, então, explorar as associações e ligações 
causais entre eles. Se a nossa intenção é descrever uma 
experiência	de	saúde,	no	seu	todo,	todos	os	componentes	são	
úteis. Por exemplo, uma pessoa pode: 
•	 ter	 deficiências	 sem	 limitações	 de	 capacidade	 (e.g.	 uma	
desfiguração	 resultante	 da	Doença	 de	Hansen	 pode	 não	 ter	
efeito	sobre	a	capacidade	da	pessoa);	
• ter problemas de desempenho e limitações de capacidade 
sem	deficiências	evidentes	(e.g.	redução	de	desempenho	nas	
actividades	diárias	associado	a	várias	doenças);	
•	 ter	 problemas	 de	 desempenho	 sem	 deficiências	 ou	
limitações	de	capacidade	 (e.g.	 indivíduo	VIH	positivo,	ou	um	
ex. doente curado de doença mental, que enfrenta estigmas 
ou	discriminação	nas	relações	interpessoais	ou	no	trabalho);	
•	 ter	 limitações	 de	 capacidade	 se	 não	 tiver	 assistência,	 e	
nenhum problema de desempenho no ambiente habitual (e.g. 
um	 indivíduo	 com	 limitações	 de	 mobilidade	 pode	 beneficiar,	
por	parte	da	sociedade,	de	ajudas	tecnológicas	de	assistência	
para	se	movimentar);	
•	experimentar	um	grau	de	influência	em	sentido	contrário	(e.g.	
a	 inatividade	 dos	membros	 pode	 levar	 à	 atrofia	muscular;	 a	
institucionalização pode resultar numa perda da socialização). 
Nesse	mesmo	cenário,	Rodrigues	 (2006)	afirma	que	atualmente	encara-se	
a	condição	de	deficiência	de	uma	forma	interativa	e	não	só	com	base	em	fatores	
15
ConheCendo o Aluno Com defiCênCiA físiCA Capítulo 1 
intra-individuais e extra-individuais. Para Schirmer (2007, p. 21), “as terminologias 
da Organização Mundial de Saúde colaboram no sentido de não concebermos 
a	 deficiência	 como	 algo	 fixado	 no	 indivíduo”.	 Vale	 lembrar	 que	 a	 deficiência	
não deve sofrer um processo de naturalização ao ponto de ser ignorada, mas 
sua	 conceituação	 deve	 subsidiar	 políticas	 de	 atendimentos,	 recursos	materiais,	
condições sociais e escolares. 
De	 acordo	 com	 Schirmer	 (2007)	 a	 deficiência	 é	 marcada	 pela	
perda	de	uma	das	funções	do	ser	humano,	seja	ela	física,	psicológica	
ou	 sensorial,	 sendo	que	o	 indivíduo	que	 tem	uma	deficiência	 não	é	
necessariamente incapaz, pois a incapacidade poderá ser minimizada 
se o meio lhe oferecer acessos. 
Ainda,	 nesse	 contexto	 apresentamos	 o	 conceito	 de	 deficiência	
e	 deficiência	 física	 apresentado	 pelo	Decreto	 no.	 3.298	 de	 1999	 da	
legislação	brasileira.	O	Decreto	afirma	que:
I	–	Deficiência	–	 toda	perda	ou	anormalidade	de	
uma	 estrutura	 ou	 função	 psicológica,	 fisiológica	
ou anatômica que gere incapacidade para o 
desempenho de atividade, dentro do padrão 
considerado	normal	para	o	ser	humano;
Art.4º.	 –	 Deficiência	 Física	 –	 alteração	 completa	 ou	 parcial	
de um ou mais segmentos do corpo humano, acarretando 
o	 comprometimento	 da	 função	 física,	 apresentando	 sob	 a	
forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, 
tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia, 
hemiparesia,	 amputação	 ou	 ausência	 de	 membro,	 paralisia	
cerebral,	membros	com	deformidade	congênita	ou	adquirida,	
exceto as deformidades estéticas e as que não produzem 
dificuldade	para	o	desempenho	das	funções.	
Assim,	 tal	 como	 o	 nome	 indica,	 deficiência	 física	 se	 refere	 a	
uma	perda	 ou	 comprometimento	 de	 uma	 função	 física	 do	 indivíduo.	
Vale lembrar que essa perda ou esse comprometimento pode ter 
origens	muito	diversas,	ocorrer	em	períodos	de	vida	muito	diversos	e	
assumir	formas	muito	diferentes.	Para	Rodrigues	(2006)	a	deficiência	
física	 é	 a	 mais	 heterogênea	 das	 designações	 de	 deficiência,	 pois	
agrupa	 quadros	 de	 dificuldades	 muito	 diferentes,	 sendo	 que	 essa	
heterogeneidade é fruto das estruturas do corpo que se encontram 
lesadas. Tanto as estruturas do sistema nervoso central como as 
estruturas do sistema musculoesquelético podem apresentar alguma disfunção 
que	se	configure	num	quadro	de	deficiência	física.	
Para	melhor	entender	os	tipos	de	deficiência	física	precisamos	compreender	
A deficiência é 
marcada pela 
perda de uma das 
funções do ser 
humano, seja ela 
física, psicológica ou 
sensorial, sendo que 
o indivíduo que tem 
uma deficiência não 
é necessariamente 
incapaz, pois a 
incapacidade poderá 
ser minimizada se 
o meio lhe oferecer 
acessos.
Assim, tal como 
o nome indica, 
deficiência 
física se refere 
a uma perda ou 
comprometimento 
de uma função física 
do indivíduo.
16
 	Atendimento	Educacional	Especializado:	Deficiência	Física
o percurso das vias nervosas do cérebro até o músculo. A origem de todo 
movimento	 voluntário	 está	 nos	 centros	 corticais.	 Na	 sequência	 esse	 impulso	
de movimento vai encontrar sua regulação nos centros do tronco cerebral e na 
espinal	medula	para,	por	fim,	chegar	através	dos	neurônios	periféricos	aos	grupos	
musculares.	Apresentamos	 abaixo	 duas	 figuras	 com	 o	 objetivo	 de	 exemplificar	
esse percurso. 
Figura 1 - Percurso das vias nervosas do cérebro até o músculo 01
Fonte:	Disponível	em:	<http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/corpo-humano-
sistema-nervoso/imagens/sistema-nervoso-15.jpg>.	Acesso	em:	04	jun.	2013.
17
ConheCendo o Aluno Com defiCênCiA físiCA Capítulo 1 
Figura 2 - Percurso das vias nervosas do cérebro até o músculo 02
Fonte:	Disponível	em:	<http://www.paedu.com.br/
resources/dor.jpg>.	Acesso	em:	04	jun.	2013.
Ao	observar	as	figuras	é	importante	compreender	que	uma	lesão	
em	 qualquer	 um	 dos	 níveis	 que	 se	 encontram	 durante	 o	 percurso	
pode	caracterizar	um	quadro	de	deficiência	física.	O	tipo	de	deficiência	
física	é	definido	de	acordo	com	a	disfunção	ou	parte	do	corpo	afetada.	
Abaixo	 apresentamos	 um	 quadro	 com	 os	 tipos	 e	 definições	 de	
deficiência	física:
Quadro	2	-	Tipos	deficiência	física
Tipo Definição
Paraplegia Perda total das funções motoras dos membros inferiores.
Paraparesia Perda parcial das funções motoras dos membros inferiores.
Monoplegia Perda total das funções motoras de um só membro (inferior ou posterior)
Monoparesia Perda parcial das funções motoras de um só membro (inferior ou posterior)
Tetraplegia Perda total das funções motoras dos membros inferiores e superiores.
Tetraparesia Perda parcial das funções motoras dos membros inferiores e superiores.
O tipo de deficiência 
física é definido 
de acordo com a 
disfunção ou parte 
do corpo afetada.
18
 	Atendimento	Educacional	Especializado:	Deficiência	Física
Triplegia Perda total das funções motoras em três membros.
TriparesiaPerda parcial das funções motoras em três membros.
Hemiplegia
Perda total das funções motoras de um hemisfério do corpo (direito ou 
esquerdo)
Hemiparesia
Perda parcial das funções motoras de um hemisfério do corpo (direito ou 
esquerdo)
Amputação
Perda total ou parcial de um determinado membro ou segmento de mem-
bro.
Paralisia 
Cerebral
Lesão de uma ou mais áreas do sistema nervoso central, tendo como 
consequência alterações psicomotoras, podendo ou não causar deficiência 
mental.
Ostomia
Intervenção cirúrgica que cria um ostoma (abertura, ostio) na parede 
abdominal para adaptação de bolsa de coleta; processo cirúrgico que visa 
à construção de um caminho alternativo e novo na eliminação de fezes 
e urina para o exterior do corpo humano (colostomia: ostoma intestinal; 
urostomia: desvio urinário).
Fonte:	Disponível	em:	<http://www.deficienteonline.com.br/deficiencia-
fisica-tipos-e-definicoes___12.html>.	Acesso	em:	05	out.	2012.
Nas instituições educacionais vamos encontrar alunos com 
diferentes	quadros	de	deficiência	física,	por	isso	é	importante	
o	diálogo	com	esse	aluno	e	sua	família	para	saber	mais	sobre	
o diagnóstico apresentado. Segundo Bersch e Machado 
(2007, p. 23), 
para os professores será importante a informação sobre 
quadros progressivos ou estáveis, alterações ou não da 
sensibilidade	 tátil,	 térmica	 ou	 dolorosa;	 se	 existem	 outras	
complicações associadas como epilepsia ou problemas de 
saúde que requerem cuidados e medicações (respiratórios, 
cardiovasculares, etc.). Essas informações auxiliarão o 
professor especializado a conduzir o trabalho com o aluno 
e orientar o professor de classe comum sobre questões 
específicas	de	cuidado.
Outra questão importante é saber diferenciar as lesões neurológicas que 
não evoluem como a paralisia cerebral ou traumas medulares de outros quadros 
progressivos	 como	 distrofias	 musculares	 ou	 tumores	 que	 agridem	 o	 sistema	
nervoso. De acordo com as autoras, no primeiro caso, havendo lesão com 
características	não	evolutivas,	as	limitações	do	aluno	tendem	a	diminuir	quando	
são	 colocados	 em	 contato	 com	 recursos	 e	 estimulações	 específicas.	 Já	 no	
segundo caso, existe um aumento progressivo de incapacidades funcionais e os 
problemas	de	saúde	poderão	ser	mais	frequentes	(BERSCH;	MACHADO,	2007).
19
ConheCendo o Aluno Com defiCênCiA físiCA Capítulo 1 
As	autoras	ainda	destacam	que	muitas	vezes	a	deficiência	física	
pode estar associada a outras privações que podem ser visuais, 
auditivas ou de comunicação, como geralmente acontece nos casos 
de paralisia cerebral. Também é comum esses alunos necessitarem de 
atendimento hospitalar se afastando frequentemente ou por um longo 
período	da	escola.	Nesses	dois	 casos	o	 atendimento	 especializado,	
que pode ser realizado pelo educador no hospital ou até mesmo na 
casa do aluno, se torna fundamental para que seja garantido a esse 
aluno seu direito de aprender. 
Diante	 destes	 diferentes	 quadros	 de	 deficiência	 física	 que	
podem ser apresentados pelos alunos, é fundamental que o educador 
conheça essa diversidade para que possa elaborar estratégias 
de ensino que visem desenvolver o potencial de cada aluno, pois 
dependendo	da	lesão	física	apresentada,	esse	aluno	vai	necessitar	de	
recursos	e	materiais	específicos.	Ao	elaborar	recursos	e	estratégias	é	
fundamental que o educador possua conhecimentos sobre a relação 
que existe entre a estabilidade postural e o aprendizado, pois de 
nada adianta elaborar materiais didáticos adaptados se não forem 
resolvidas as questões fundamentais de alinhamento e estabilidade 
postural desse aluno. Assim, a seguir vamos apresentar a discussão 
entre a estabilidade postural e o aprendizado. 
A eStAbilidAde PoSturAl e o 
APrendizAdo
A	 base	 da	 atividade	 motora	 é	 constituída	 pela	 postura	 e	 pelo	
equilíbrio,	 base	 esta	 que,	 por	 sua	 vez,	 apoia	 os	 processos	 de	
aprendizagem. Dessa maneira, precisamos resolver as questões 
fundamentais	 de	 alinhamento	 e	 equilíbrio	 postural	 para	 explorar	 e	
interferir	no	meio	em	que	vivemos.	No	caso	dos	alunos	com	deficiência	
física,	 é	 possível,	 através	 de	 recursos	 específicos	 como	 encostos,	
cadeiras adaptadas, encostos para os pés entre outros, suprir essas 
necessidades posturais e buscar o alinhamento adequado que 
contribua no processo de aprendizado. Bersch (2007, p. 112) ressalta 
que	“desconfortáveis,	as	crianças	terão	dificuldade	de	manter	o	contato	
visual com o professor e os colegas, elas utilizarão grande parte de 
suas	energias,	 preocupadas	em	não	 cair”.	Uma	criança	que	não	 se	
sente	 confortável	 e	 relaxada,	 dificilmente,	 vai	 conseguir	 manusear	
e explorar os recursos, os materiais didáticos do ambiente escolar. 
Apresentamos	 abaixo	 duas	 figuras	 que	 demonstram	 como	 simples	
Diante destes 
diferentes quadros 
de deficiência 
física que podem 
ser apresentados 
pelos alunos, é 
fundamental que o 
educador conheça 
essa diversidade 
para que possa 
elaborar estratégias 
de ensino que 
visem desenvolver 
o potencial de 
cada aluno, pois 
dependendo 
da lesão física 
apresentada, 
esse aluno vai 
necessitar de 
recursos e materiais 
específicos.
No caso dos alunos 
com deficiência 
física, é possível, 
através de recursos 
específicos como 
encostos, cadeiras 
adaptadas, encostos 
para os pés entre 
outros, suprir essas 
necessidades 
posturais e buscar 
o alinhamento 
adequado que 
contribua no 
processo de 
aprendizado.
20
 	Atendimento	Educacional	Especializado:	Deficiência	Física
adequações	posturais	e	podem	modificar	a	reação	do	aluno,	fazendo	com	que	ele	
se	torne	confortável	e	disponível	para	as	questões	do	aprendizado.	
Figura 3 - Exemplo 01 de adequação postural
Fonte: Brasil (2007, p. 111).
Figura 4 - Exemplo 02 de adequação postural
Fonte: Brasil (2007, p. 111).
21
ConheCendo o Aluno Com defiCênCiA físiCA Capítulo 1 
Bersch (2007) ressalta que ao corrigirmos a postura dessas 
crianças, dando-lhes ponto de apoio e estabilidade, obteremos ganhos 
como a melhora do tônus muscular, ou seja, do estado de tensão 
do músculo, bem como a diminuição de movimentos involuntários. 
Ao educador, cabe observar que cada aluno vai apresentar uma 
determinada necessidade de adaptação e, por isso, é fundamental 
que	saiba	 identificar	as	dificuldades	e	os	problemas	enfrentados	por	
esse aluno. 
Nesse	 contexto,	 a	 adequação	 postural	 se	 configura	 como	 uma	
das modalidades da Tecnologia Assistiva (TA), que “se ocupa das 
avaliações, indicações e confecções de recursos que melhorem 
a postura e consequentemente a condição funcional de pessoas 
com	 deficiência”	 (BERSCH,	 2007,	 p.	 112).	 Todas	 essas	 avaliações,	
indicações	e	 recursos	 confeccionados	 têm	por	 objetivo	 contribuir	 no	
processo de autonomia desse aluno, criando condições para seu 
desenvolvimento e aprendizagem. A seguir, apresentamos um quadro 
com os principais objetivos da adequação postural.
Quadro 3 - Objetivos da adequação postural
Principais objetivos da Adequação Postural 
• Normalização ou diminuição da influência do tônus postural anormal e atividade reflexa;
• Facilitação dos componentes normais do movimento e de sua sequência evolutiva;
• Obtenção e manutenção do alinhamento postural neutro, da mobilidade articular passiva e ativa 
em seus limites normais, controle e prevenção de deformidades em contraturas musculares;
• Prevenção de úlceras de pressão;
• Incremento do conforto e tolerância em permanecer na posição;
• Diminuição da fadiga;
• Melhora das funções respiratórias, oral motoras e digestivas;
• Obter estabilidade para melhorar a função;
• Facilitação de cuidados (terapia, enfermagem e educação).
Fonte: Cook e Hussey (1995, p. 239).
Diante dessesobjetivos, Bersch (2007) apresenta aos educadores alguns 
passos com orientações que buscam avaliar detalhadamente a condição postural 
de	cada	aluno	e	visam	identificar	se	a	maneira	como	esse	aluno	está	sentado	é	
a melhor e mais adequada para propiciar o aprendizado e a sua autonomia no 
ambiente	escolar.	A	autora	ainda	ressalta	que	a	parceria	com	outros	profissionais,	
como	 terapeutas	ocupacionais	e	fisioterapeutas,	é	 fundamental	nos	projetos	de	
A adequação 
postural se configura 
como uma das 
modalidades da 
Tecnologia Assistiva 
(TA), que “se ocupa 
das avaliações, 
indicações e 
confecções de 
recursos que 
melhorem a postura 
e consequentemente 
a condição funcional 
de pessoas 
com deficiência” 
(BERSCH, 2007,
 p. 112).
22
 	Atendimento	Educacional	Especializado:	Deficiência	Física
adequação postural. Vamos agora conhecer cada uma das orientações que foram 
sintetizadas por Bersch (2007) em cinco passos. 
1º. Passo: Condição Muscular e Esquelética
O primeiro passo é observar a atitude postural espontânea do aluno e, 
em seguida, promover o máximo de correção. Podemos fazer as correções 
utilizando nossa própria mão, como demonstra a Figura 5. Essas correções são 
fundamentais	para	que	possamos	identificar	a	localização,	a	pressão	e	os	pontos	
de apoio que cada aluno necessita.
Figura 5 - Atitude postural espontânea e condição 
muscular e esquelética para o realinhamento
Fonte: Brasil (2007, p. 114).
Na	 figura	 5	 temos	 duas	 imagens,	 a	 imagem	 da	 esquerda	 apresenta	 uma	
atitude postural com enrolamento anterior do tronco e inclinação lateral, ou seja, 
uma	 criança	 com	uma	 cifoescoliose.	É	 possível	 perceber	 na	 segunda	 imagem,	
a da direita, que quando o educador nivela o quadril da criança e exerce força 
lateral no seu tronco se tem um realinhamento parcial. De acordo com Bersch 
(2007),	isso	significa	que	existe	uma	viabilidade	do	sistema	músculo	esquelético	
para a correção postural. Nesse caso, seria adequada uma poltrona projetada 
especialmente para as necessidades desse aluno, de modo que essa poltrona 
possa propiciar seu conforto quando está sentado, bem como a correção e a 
estabilidade postural. O terapeuta ocupacional pode prescrever esse encosto.
2º. Passo: posição da pelve na postura sentada
O posicionamento adequado da pelve é fundamental para que se tenham 
condições	de	ajustar	o	tronco	e	as	pernas.	Apresentamos	abaixo	uma	figura	com	
23
ConheCendo o Aluno Com defiCênCiA físiCA Capítulo 1 
duas imagens, sendo que na imagem da esquerda podemos observar que o 
posicionamento errado da pelve está causando um enrolamento da coluna. Já 
na imagem da direita a pelve está ajustada e mantém uma melhor postura do 
tronco e das pernas. A autora nos lembra que depois de realizar esse ajustamento 
da pelve o educador pode manter esse posicionamento com cintos e almofadas 
laterais ou entre as pernas, de modo que o aluno se sinta seguro e confortável. 
Figura 6 - Posicionamento da pelve
Fonte: Brasil (2007, p. 115).
3º. Passo: Informações sobre a sensibilidade
Esse	 passo	 é	 muito	 importante,	 pois	 o	 aluno	 com	 deficiência	 física	
permanece, na maioria das vezes, por muito tempo numa determinada posição e 
se esse aluno não tem sensibilidade em determinadas áreas do corpo, o risco de 
ter uma lesão (ferida ou úlcera na pela) é grande. Assim, é fundamental sabermos 
sobre a preservação ou déficit de sensibilidade do aluno. 
Bresch	 (2007)	 afirma	 que	 o	 aluno	 com	 deficiência	 sensorial	 não	 saberá	
informar sobre as pressões e forças excessivas. Nesses casos, um grande 
indicador pode ser a coloração da pele. Quanto maior for a área de contato do 
corpo sobre o assento e o encosto, melhor será a distribuição de forças, o que 
pode evitar lesões na pele. Recursos como almofadas de água, de ar ou de gel 
podem ser de grande valia neste processo de realinhamento postural.
24
 	Atendimento	Educacional	Especializado:	Deficiência	Física
4º. Passo: Tomada de medidas e indicações de formas
Quando falamos de tomada de medidas e indicações de formas estamos 
nos referindo à necessidade de se adaptar o aluno ao seu local espacial. É 
muito comum, de acordo com Bresch (2007, p. 115), “encontrarmos crianças 
sentadas em cadeiras enormes em situação de grande instabilidade ou, ao 
contrário, em cadeiras muito pequenas em situação de desconforto e completo 
desajuste	postural.”.	
Para que a cadeira e a carteira sejam adequadas é fundamental levar em conta 
as medidas do aluno que vai utilizá-las, pois, na maioria das vezes, é necessária 
uma cadeira personalizada, para que se atendam as reais necessidades de cada 
aluno. O educador deve estar atento a essas situações, sendo que para a tomada 
de medidas, a autora orienta o seguinte: “sentar o aluno, em sua melhor condição 
postural	possível,	mantendo	ângulos	de	90º	a	110º	de	flexão	de	quadril,	90º	de	
flexão	de	joelhos	e	tornozelos”	(BERSCH,	2007,	p.	116).
A	 seguir	 apresentamos	 uma	 figura	 que	 orienta	 os	 procedimentos	 básicos	
para a tomada de medidas na construção de um projeto de adequação postural.
Figura 7 - Modelo de tomada de medidas
Fonte: Brasil (2007, p. 116).
25
ConheCendo o Aluno Com defiCênCiA físiCA Capítulo 1 
5º. Passo: TILT – Inclinação do módulo postural
O TIL é indicado nos casos em que o aluno apresenta um grande déficit 
de controle de tronco ou cabeça, geralmente quando o aluno não consegue se 
sustentar contra a força da gravidade. Nesses casos indica-se o TIL em que a 
poltrona	postural	é	 inclinada	para	 trás	sem	alterar	o	ângulo	de	flexão	do	quadril.	
Com a poltrona inclinada, o aluno não tombará para frente e manterá seu tronco 
encostado no apoio posterior. Bersch (2007) ressalta que essa alternativa pode 
diminuir o contato visual do aluno com a atividade ou material que estiver sobre a 
sua mesa, assim é importante que se busquem alternativas para inclinar o tampo 
da mesa ou colocar um plano inclinado sobre ela, de modo que as gravuras e 
materiais	fixados	possam	ser	visualizados	pelo	aluno.	A	seguir,	apresentamos	uma	
gravura com duas imagens: a cadeira em sua inclinação normal e a cadeira em TIL.
Figura 8 - TIL – inclinação do módulo postural
Fonte: Brasil (2007, p. 117).
26
 	Atendimento	Educacional	Especializado:	Deficiência	Física
Os passos apresentados por Bresch (2007) se constituem em orientações 
importantes	para	o	educador	que	atende	algum	aluno	com	deficiência	física,	pois	
uma	inadequação	postural	e	a	falta	de	mobilidade	podem	se	configurar	em	uma	
enorme barreira para o aprendizado desse aluno. Além desses passos, a autora 
apresenta	algumas	questões	para	reflexão	dos	educadores.	Sintetizamos	essas	
questões	no	quadro	abaixo,	com	a	 intenção	de	auxiliar	o	educador	a	 identificar	
problemas de adequação postural e realizar os encaminhamentos necessários.
Quadro	4	-	Questões	para	avaliar	e	identificar	a	necessidade	
de um projeto de adequação postural
Questões para reflexão e orientação do educador 
no atendimento ao aluno com deficiência física
• O aluno manifesta dificuldade na respiração e sua expressão não é tranquila;
• É difícil alimentar o aluno em sua cadeira, sua cabeça permanece voltada para trás e ele tem 
dificuldade de engolir;
• O aluno mostra desconforto com sua cadeira, tenciona seu corpo e isto dificulta sua participa-
ção, atenção e exploração das atividades propostas na turma;
• O aluno chega bem sentado, mas com o tempo sai da posição e não consegue retornar sozinho 
para uma boa postura;
• A cadeira é muito grande e não lhe dá segurança e estabilidade;
• O aluno tem dificuldade de manter a cabeça e o tronco em posição reta, sua coluna cai para 
frente e para os lados;
• A cadeira é muito pequena e apresenta desconforto;
• O aluno permanecesentado de forma aparentemente desconfortável, não muda de posição 
sozinho e não reclama de desconforto;
• A cadeira é muito alta e o aluno não consegue acessar a mesa dos colegas;
• Há muita dificuldade de sustentar a cabeça, e o apoio não é adequado;
• Há muita dificuldade em sustentar o tronco, e os contos existentes não conseguem mantê-lo em 
conforto;
• As rodas da cadeira são pequenas impedindo que o aluno consiga mobilidade independente;
• A mesa não possui ajustes de altura, e por isso, é inacessível;
• A inclinação posterior da poltrona faz o aluno a perder o contato visual com seu material e 
precisaria nova alternativa de mesa;
• O apoio dos braços na mesa não é adequado por conta da desproporção nas alturas da cadeira 
e mesa;
• O aluno cansa ao utilizar seus recursos de mobilidade e com isso não acompanha os colegas;
• Os deslocamentos na escola são restritos por conta da falta de acessibilidade do prédio.
Fonte: Brasil (2010b, p. 23-24).
É	 fundamental	 que	 todo	 educador	 que	 atenda	 um	 aluno	 com	 deficiência	
física	 reflita	 sobre	 as	 questões	 apresentadas	 no	 quadro	 acima	 e,	 a	 partir	 do	
27
ConheCendo o Aluno Com defiCênCiA físiCA Capítulo 1 
momento	em	que	o	educador	identificar	alguns	problemas	em	relação	
ao	equilíbrio	e	à	adequação	postural	de	algum	de	seus	alunos,	o	ideal	
é	que	se	construa	uma	rede	de	profissionais	para	trabalhar	na	busca	
de estratégias que solucionem os problemas encontrados. 
Outra questão que a autora destaca como sendo importante a ser 
observada	pelo	educador	que	atende	o	aluno	com	deficiência	 física,	
é	referente	à	qualidade	do	tônus	muscular	e	a	presença	de	reflexos.	
Conforme	 já	afirmamos	anteriormente,	 o	 tônus	muscular	 é	o	estado	
de tensão dos nossos músculos, sendo que esse estado está a todo 
tempo	 se	modificando	 para	 garantir	 nossa	 postura	 e	 permitir	 nosso	
deslocamento. Quem regula o tônus muscular é o nosso Sistema 
Nervoso Central (SNC) que está em constante ajuste. 
Quando existe uma lesão no SNC com sequelas motoras, o 
tônus pode sofrer alterações que são manifestadas por uma hipertonia 
(tensão muscular exagerada), hipotonia (frouxidão dos músculos e 
ligamentos)	ou	dificuldade	de	regulação	do	tônus	(tônus	flutuante).
Em	relação	à	presença	de	reflexos,	a	autora	destaca	que	os	reflexos	que	são	
mais comuns encontrados em crianças com lesão neurológica são desencadeados 
pela posição da cabeça, sendo que “a forma como a cabeça da criança é posicionada 
determina	a	postura	de	todo	o	seu	corpo.”	(GIACOMINI,	2010,	p.	32).	Os	reflexos	
mais	comuns	são	o	Reflexo	Tônico	Cervical	Assimétrico	(RTCA),	o	Reflexo	Tônico	
Cervical	Simétrico	(RTCS)	e	o	Reflexo	Tônico	Labiríntico	(RTL).	Abaixo	apresentamos	
um	quadro	com	a	explicação	de	cada	um	desses	reflexos.	Esse	quadro	foi	construído	
com base nas informações apresentadas por Giacomini (2007).
Quadro	5	-	Conceito	dos	principais	tipos	de	reflexos
Reflexo Explicação 
RTCA
Quando a cabeça é rodada para um dos lados observamos uma resposta de extensão 
de todo o lado do corpo para o qual a criança se volta e o lado oposto fica flexionado, 
conforme ilustração apresentada na Figura 9.
RTCS
A flexão da cabeça causa flexão da parte superior do corpo e extensão na parte 
inferior do corpo. A extensão da cabeça causa a extensão na parte superior do corpo e 
flexão na parte inferior do corpo, conforme ilustração apresentada na Figura 10.
RTL
Com a extensão da cabeça percebemos um aumento de tônus extensor em todo o 
corpo e com a flexão da cabeça há um aumento do tônus flexor em todo o corpo, 
conforme Figura 11. 
Fonte: Brasil (2007, p. 118-119).
A partir do momento 
em que o educador 
identificar alguns 
problemas em 
relação ao equilíbrio 
e à adequação 
postural de algum 
de seus alunos, 
o ideal é que se 
construa uma rede 
de profissionais 
para trabalhar na 
busca de estratégias 
que solucionem 
os problemas 
encontrados.
28
 	Atendimento	Educacional	Especializado:	Deficiência	Física
A seguir apresentaremos as Figuras 9, 10 e 11 que ilustram cada um dos 
reflexos	do	quadro	acima:
Figura 9 - RTCA
Fonte: Brasil (2007, p. 118).
Figura 10 - RTCS
Fonte: Brasil (2007, p. 118).
29
ConheCendo o Aluno Com defiCênCiA físiCA Capítulo 1 
Figura 11 - RTL
Fonte: Brasil (2007, p. 119).
A partir do momento que o educador reconhece a presença e 
a	 interferência	desses	 reflexos	sobre	a	motricidade	das	crianças	ele	
pode encontrar estratégias de inibição e com isso vai permitir que a 
criança tenha maior possibilidade de manter sua postura e realizar 
seus	movimentos.	Os	reflexos	são	desencadeados	pela	alteração	da	
cabeça, assim o ideal é que a criança permaneça com a cabeça na 
linha	 média,	 sem	 muitas	 rotações,	 flexões	 ou	 extensões.	 Portanto,	
quando	 o	 professor	 vai	 auxiliar	 no	momento	 da	 postura	 de	 reflexo,	
deve-se sempre iniciar por posicionar a cabeça do aluno em posição 
neutra e depois auxiliar nos movimentos do corpo.
Bersch (2007) ressalta que o ideal é que o material escolar 
e pedagógico seja colocado numa altura em que o aluno olhe para 
frente, sendo que objetos e pessoas devem ser apresentados na altura 
dos olhos desse aluno, evitando que ele tenha que baixar a cabeça ou 
olhar	muito	para	cima.	Observe	a	figura	abaixo:
A partir do momento 
que o educador 
reconhece a 
presença e a 
interferência desses 
reflexos sobre 
a motricidade 
das crianças ele 
pode encontrar 
estratégias de 
inibição e com isso 
vai permitir que a 
criança tenha maior 
possibilidade de 
manter sua postura 
e realizar seus 
movimentos.
30
 	Atendimento	Educacional	Especializado:	Deficiência	Física
Figura 12 - Orientação de posicionamento no caso de RTCA
Fonte: Brasil (2007, p. 120).
Observando	a	figura	você	sabe	dizer	qual	o	tipo	de	reflexo	que	acontece	na	
imagem da esquerda quando a professora está ao lado da criança? Quando a 
professora está ao lado da criança ela estimula a rotação de sua cabeça e com isso 
é	possível	observar	a	alteração	do	tônus	pelo	RTCA.	O	ideal	é	que	a	professora	
permaneça na frente, conforme imagem da direita, pois, dessa forma, a criança 
consegue permanecer com a cabeça na linha média do corpo e, possivelmente, 
conseguirá levar suas mãos ao centro. 
A seguir, apresentamos mais duas situações de crianças em frente ao 
computador. A Figura 13 traz orientação de posicionamento em caso de RTL, já 
a	Figura	14	traz	orientação	para	posicionamento	em	caso	de	RTCS.	É	possível	
observar que ambas orientam para que se criem estratégias que permitam à 
criança manter a qualidade do seu tônus postural, evitando levantar ou baixar 
excessivamente a cabeça. 
Figura 13 - Orientação de posicionamento no caso de RTL
Fonte: Brasil (2007, p. 120).
31
ConheCendo o Aluno Com defiCênCiA físiCA Capítulo 1 
Figura 14 - Orientação de posicionamento no caso de RTCS
Fonte: Brasil (2007, p. 121).
É importante ressaltar que além de se criar estratégias que 
possibilitem uma melhoria na estabilidade postural do aluno, o 
educador deve ter um planejamento para o acompanhamento após 
implementação dessas estratégias. Vale lembrar, que cada criança 
apresenta um determinado tipo de necessidade, assim, é necessário 
garantir as etapas de avaliação, implementação e acompanhamento 
para	que	se	possam	realizar	os	ajustes	necessários	a	fim	de	garantir	
um aprendizado de qualidade para cada aluno. 
AtividAdeS dA vidA diáriA: 
mAteriAl eSColAr e PedAgógiCo 
AdAPtAdo
Vimos anteriormente diversas estratégias que podem ser criadas para 
garantir a melhoria na estabilidade postural dos alunos e, consequentemente, um 
processo de aprendizagem com mais qualidade. Mas, além das adaptações que 
dizem	respeito	à	adequação	postural,uma	pessoa	com	deficiência	física	pode	ter	
dificuldade	em	realizar	muitas	outras	atividades	rotineiras,	tanto	na	escola	como	
na sua vida diária, sendo que, muitas vezes, dependem de ajuda e cuidados para 
realizar tarefas básicas que dizem respeito à higiene, à alimentação entre outras. 
De acordo com Bresch e Machado (2007) um aluno que não 
participa	ativamente	das	atividades	escolares	 fica	em	desvantagem,	
pois	não	 tem	oportunidade	de	se	desafiar	e	criar	com	seus	colegas.	
As autoras ainda salientam que é muito comum encontrarmos alunos 
com	 deficiência	 física	 que	 assistem	 aos	 seus	 colegas	 em	 muitas	
atividades realizadas na escola, não sendo autores do processo de 
aprendizagem e aquisição do conhecimento. 
Nesse contexto, existe uma área da Tecnologia Assistiva que se 
É importante 
ressaltar que 
além de se criar 
estratégias que 
possibilitem 
uma melhoria 
na estabilidade 
postural do aluno, 
o educador 
deve ter um 
planejamento para 
o acompanhamento 
após implementação 
dessas estratégias.
Um aluno que não 
participa ativamente 
das atividades 
escolares fica em 
desvantagem, 
pois não tem 
oportunidade de se 
desafiar e criar com 
seus colegas.
32
 	Atendimento	Educacional	Especializado:	Deficiência	Física
preocupa	com	o	desenvolvimento	de	recursos	que	auxiliam	o	deficiente	 físico	a	
desenvolver	suas	atividades	diárias.	Bersch	e	Machado	(2007,	p.	41)	afirmam	que	
quando	 falamos	 em	 tecnologia	 assistiva,	 significa	 que	
desejamos resolver com criatividade os problemas funcionais 
de	 pessoas	 com	 deficiência	 e	 nos	 remetemos	 a	 encontrar	
alternativas para que as mesmas tarefas do cotidiano sejam 
realizadas de outra forma. 
Nesse sentido, pode-se tanto criar e desenvolver um recurso para realizar 
a	 atividade	 pretendida,	 como	 também	 pode-se	 modificar	 a	 atividade,	 ou	 seja,	
fazer a mesma atividade, mas de outra maneira. A seguir apresentamos algumas 
imagens que trazem possibilidades de estratégias para mobilidade do aluno com 
deficiência	física.
Figura 15 - Modelos de Andadores
Fonte: Brasil (2010b, p. 37-38).
33
ConheCendo o Aluno Com defiCênCiA físiCA Capítulo 1 
Figura 16 - Modelos de cadeira motorizada ativada pelo movimento da cabeça
Fonte: Brasil (2010b, p. 38).
É importante estar atento à acessibilidade espacial para que o aluno possa 
se deslocar com autonomia pelo ambiente, sem a garantia dessa acessibilidade 
de nada vai adiantar um recurso como a cadeira ou o andador. Sabemos que a 
questão da acessibilidade é um problema social, pois não é só na escola que 
ainda	os	deficientes	 físicos	precisam	enfrentar	determinadas	barreiras,	a	 luta	 já	
inicia ao sair de casa. De acordo com Bersch (2010, p. 39), 
a acessibilidade arquitetônica é fundamental para que os 
alunos	 com	 deficiência	 ou	 com	 mobilidade	 reduzida,	 bem	
como professores e funcionários possam acessar a todos os 
espaços de sua escola e participar de todas as atividades com 
segurança,	 conforto	 e	 com	 a	 maior	 autonomia	 possível,	 de	
acordo com as suas possibilidades. 
Não existe um modelo único de acessibilidade, cada espaço 
requer uma avaliação e uma adaptação necessária. Nesse sentido, 
temos	 no	 Brasil	 o	 Decreto	 n	 5.296/2004,	 que	 estabelece	 normas	
gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade da 
pessoa	com	deficiência	ou	mobilidade	reduzida.	É	importante	que	se	
tenha uma equipe multidisciplinar para realização desse trabalho na 
escola, com avaliação e implementação constante de recursos que 
garantam a acessibilidade. Dentre esses recursos podemos destacar 
os	mais	comuns	utilizados	nas	escolas	como:	colocação	de	rampas,	modificação	
no tamanho e largura das portas, adequação de carteiras, salas, banheiros, 
refeitório,	 identificação	 dos	 espaços	 com	 diferentes	 sinalizações:	 tátil,	 visual,	
motora entre outras. O importante nesse processo de adaptação dos recursos é 
garantir o acesso a todos. 
Não existe um 
modelo único de 
acessibilidade, 
cada espaço requer 
uma avaliação e 
uma adaptação 
necessária.
34
 	Atendimento	Educacional	Especializado:	Deficiência	Física
Bersch e Machado (2007) também apresentam possibilidades de adaptações 
dos	 materiais	 escolares	 para	 que	 os	 alunos	 com	 deficiência	 física	 possam	
desenvolver atividades do cotidiano da escola como: recorte, pintura, desenho, 
manusear um livro, desenvolver a escrita, participar dos jogos pedagógicos entre 
outras.	Apresentaremos,	a	seguir,	figuras	que	ilustram	alguns	materiais	que	foram	
criados e utilizados pelas autoras. 
Figura 17 - Tesouras adaptadas
Fonte: Brasil (2007, p. 42).
Figura 18 - Pulseira implantada para desenho
Fonte: Brasil (2007, p. 44).
35
ConheCendo o Aluno Com defiCênCiA físiCA Capítulo 1 
Figura 19 - Engrossadores de espuma
Fonte: Brasil (2007, p. 45).
Figura 20 - Jogos matemáticos
Fonte: Brasil (2007, p. 48).
36
 	Atendimento	Educacional	Especializado:	Deficiência	Física
Figura 21 - Escrita alternativa
Fonte: Brasil (2007, p. 50).
Você	pode	ter	acesso	a	todos	os	materiais	criados	pelas	autoras	
acessando o seguinte livro:
BERSCH,	 R.;	 MACHADO,	 R.	 Auxílio	 em	 atividades	 de	 vida	
diária - material escolar e pedagógico adaptado. In: SCHIRMER, 
C. R. et al. Atendimento Educacional Especializado:	Deficiência	
Física.	Brasília:	MEC,	2007.	Disponível	em:	<http://portal.mec.gov.br/
seesp/arquivos/pdf/aee_df.pdf>.	Acesso	em:	10	jun.	2012.
37
ConheCendo o Aluno Com defiCênCiA físiCA Capítulo 1 
Atividade de Estudos: 
Trabalho Prático:
1)	 Vamos	 conhecer	 a	 realidade	 de	 uma	 pessoa	 com	 deficiência	
física.	Para	isso	você	deverá	realizar	uma	entrevista	com	algum	
deficiente	 físico,	 o	 ideal	 é	 que	 você	 visite	 uma	 escola	 para	 a	
realização	dessa	entrevista.	Você	deverá	realizar	a	entrevista	com	
base no roteiro abaixo, porém podem ser acrescentadas outras 
informações	 que	 você	 considere	 importante.	 Essa	 entrevista	
tem por objetivo vivenciar na prática todos os conhecimentos 
abordados até o momento, então, vamos lá!
Roteiro para entrevista
1º.	Defina	 o	 local	 e	 a	 pessoa	 com	 deficiência	 física	 que	 será	
entrevistada;
2º.	Caracterize	as	dificuldades	motoras	dessa	pessoa,	considerando	
o	 tipo	 de	 deficiência	 física	 e	 as	 zonas	 do	 corpo	 que	 foram	
afetadas;
3º.	Relate	 se	 essa	 pessoa	 apresenta	 alguma	 outra	 dificuldade	
associada, como na linguagem, outros problemas de saúde ou 
até	mesmo	outras	deficiências	associadas;	 Investigue	o	que	 foi	
realizado ao longo da vida dessa pessoa para amenizar essas 
dificuldades;
4º. Observe a postura desse aluno no ambiente escolar e, de 
acordo com os conhecimentos apresentados, realize uma breve 
avaliação.	Você	considera	que	ele	está	numa	postura	adequada	
para	a	aquisição	do	conhecimento?	Justifique.
5º.Registre	 a	 trajetória	 escolar	 dessa	 pessoa	 com	 deficiência,	
sucessos,	 dificuldades,	 adaptações	 que	 foram	 realizadas	 entre	
outros.
6º.	Com	base	nas	informações	coletadas	durante	a	entrevista,	você	
acredita que poderiam ser utilizadas outras estratégias para 
enriquecer o processo de aprendizado dessa pessoa? Quais? 
Justifique	sua	resposta.
38
 	Atendimento	Educacional	Especializado:	Deficiência	Física
7º. Socialize no ambiente virtual de aprendizagem o seu roteiro 
preenchido. 
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Atenção!!!!!!
Se	 você	 tiver	 dificuldade	 em	 encontrar	 uma	 pessoa	 com	
deficiência	 física	para	realizar	a	entrevista,	você	pode	visitar	o	site: 
<http://www.reocities.com/HotSprings/7455/depoimentos.html>	 e	
fazer	contato	com	várias	pessoas	com	deficiência	física	que	relatam,	
através de depoimentos, os obstáculos que já venceram. 
39
ConheCendo o Aluno Com defiCênCiA físiCA Capítulo 1 
SexuAlidAde e defiCiênCiA fíSiCA
Uma	das	questões	que	sempre	tem	preocupado	os	pais	e	os	profissionais,	
tanto do ensino regular como do atendimento educacional especializado, é a de 
quem,	quando	e	como	tratar	sobre	a	educação	sexual	com	seus	filhos,	no	caso	do	
atendimento	ao	aluno	com	deficiência	física	essas	angústias	não	são	diferentes.	
De fato, abordar a sexualidade torna-se uma tarefa bastante complexa, as dúvidas 
são muitas e as respostas não são simples. De acordo com os Parâmetros 
Curriculares Nacionais: 
As	 manifestações	 de	 sexualidade	 afloram	 em	 todas	 as	
faixas etárias. Ignorar, ocultar ou reprimir são as respostas 
mais	 habituais	 dadas	 pelos	 profissionais	 da	 escola.	 Essas	
práticas se fundamentam na idéia de que o tema deva ser 
tratado	 exclusivamente	 pela	 família.	 De	 fato,	 toda	 família	
realiza a educação sexual de suas crianças e jovens, 
mesmo aquelas que nunca falam abertamente sobre isso. O 
comportamento	dos	pais	entre	si,	na	relação	com	os	filhos,	no	
tipo	de	 “cuidados”	 recomendados,	 nas	expressões,	 gestos	e	
proibições que estabelecem são carregados de determinados 
valores associados à sexualidade que a criança apreende 
(BRASIL, 1997, p. 77).
Ainda,	 é	 importante	 considerar	 que	 a	 criança	 sofre	 influência	 de	 muitas	
outras	fontes:	dos	livros,	das	pessoas	que	não	pertencem	a	sua	família,	da	escola	
e	principalmente	da	mídia.	A	mídia,	 por	 diferentes	manifestações,	 assume	hoje	
um	relevante	papel	na	divulgação	de	 informações	sobre	a	sexualidade.	A	mídia	
divulga imagens e informações que vão auxiliando e interferindo nas visões 
e	 comportamentos	 das	 crianças.	De	 acordo	 com	Brasil	 (1997),	 a	mídia	 veicula	
imagens eróticas, que estimulam crianças e adolescentes, incrementando a 
ansiedade e alimentando fantasias sexuais.
O	documento,	 ainda,	 afirma	 que	 a	 sexualidade	 no	 espaço	 escolar	 não	 se	
inscreve	apenas	em	portas	de	banheiros,	muros	e	paredes.	Ela	“invade”	a	escola	
por	meio	das	atitudes	dos	alunos	em	sala	de	aula	e	da	convivência	social	entre	
eles.	Por	vezes,	a	escola	realiza	o	pedido,	impossível	de	ser	atendido,	de	que	os	
alunos deixem sua sexualidade fora dela.
Hoje, tanto crianças como adolescentes testam, questionam e tomam 
como	referência	a	percepção	que	têm	da	sexualidade	de	seus	familiares	e	seus	
professores, por vezes desenvolvendo fantasias, em busca de seus próprios 
parâmetros. De uma forma ou de outra a escola intervém nessa relação quando 
cria suas regras, determina proibições, informa aos pais sobre determinado 
comportamento,	mesmo	que	muitas	vezes	não	tenha	consciência	disso.	A	escola	
40
 	Atendimento	Educacional	Especializado:	Deficiência	Física
está sempre transmitindo valores acerca da sexualidade, esses valores podem 
ser	mais	ou	menos	rígidos,	dependendo	dos	profissionais	envolvidos	no	momento.	
Nesse contexto, vale ressaltar que quando buscamos na escola um 
trabalho	 integrado	 com	 as	 experiências	 vividas	 pelos	 alunos,	 é	 necessário	
reconhecer que necessitamos abordar as questões sobre a sexualidade, uma 
vez que muitas dúvidas e angústias acerca dessa temática são apresentadas já 
na educação infantil.
Quando pensamos na educação sexual para a pessoa 
caracterizada	 como	 deficiente	 físico,	 devemos	 considerar	 suas	
manifestações sexuais como parte dos demais comportamentos desses 
indivíduos.	Pois,	na	medida	em	que	colocamos	os	ditos	deficientes	com	
um grupo diferente, corre-se o risco de pensar uma educação sexual 
também estigmatizante para esse grupo. 
Para	refletir	sobre	a	relação	entre	sexualidade	e	deficiência	física	
numa perspectiva de educação sexual não estigmatizante, propomos 
que	 se	 considere	 a	 sexualidade	 desse	 aluno	 com	 deficiência	 física	
não como um fenômeno isolado, mas sim integrado ao contexto do 
relacionamento humano em geral. Pais e educadores poderão perceber 
que	 os	 indivíduos	 caracterizados	 como	 deficientes	 físicos	 possuem	
desejos, sentimentos e necessidades sexuais, somente na medida em 
que se libertarem dos preconceitos. 
Nesse contexto, a escola tanto regular quanto especial, 
desempenha um papel importante na educação sexual de seus alunos, 
uma educação que deve estar ligada à vida, à saúde, ao prazer e ao 
bem-estar e que englobe as diversas dimensões do ser humano. 
AlgumAS ConSiderAçõeS 
Neste	capítulo,	procuramos	compreender	o	conceito	de	deficiência	 física	e	
seus	principais	 tipos.	Vimos	que	a	deficiência	 física	é	a	condição	de	deficiência	
que abrange uma maior diversidade, pois, dependendo da parte do corpo que 
for afetada pela disfunção ou paralisia, são dadas diferentes designações. Assim, 
cabe	ao	educador	que	 trabalha	 com	o	atendimento	especializado	ao	deficiente	
físico	conhecer	essa	diversidade	para	melhor	atender	às	reais	necessidades	de	
seu aluno. 
É importante lembrar que cada aluno é único, tem uma história de vida e, 
Quando pensamos 
na educação sexual 
para a pessoa 
caracterizada como 
deficiente físico, 
devemos considerar 
suas manifestações 
sexuais como 
parte dos demais 
comportamentos 
desses indivíduos. 
Pois, na medida 
em que colocamos 
os ditos deficientes 
com um grupo 
diferente, corre-se 
o risco de pensar 
uma educação 
sexual também 
estigmatizante para 
esse grupo.
41
ConheCendo o Aluno Com defiCênCiA físiCA Capítulo 1 
consequentemente,	vai	interagir	com	o	meio	de	acordo	com	as	suas	experiências.	
Dois	 alunos	 até	 podem	 ter	 o	 mesmo	 tipo	 de	 deficiência,	 mas	 dependendo	
das	 experiências	 que	 vivenciaram	 ao	 longo	 de	 suas	 vidas	 vão	 apresentar	
potencialidades e limitações diferenciadas. Ao educador, além de adquirir 
conhecimentos	técnicos	sobre	a	deficiência	apresentada	por	determinado	aluno,	
cabe conhecer a história de vida desse aluno, a idade com que foi adquirida essa 
deficiência,	os	estímulos	 já	propostos,	 sua	 rotina	diária,	 sua	experiência	 com	o	
processo de escolarização, o grau de autonomia que possui no desenvolvimento 
de	atividades	do	cotidiano,	enfim	o	diálogo	aberto	com	o	alunoe	a	 família	são	
passos fundamentais para garantir o sucesso no processo de aprendizagem.
Realizado	todo	esse	diagnóstico	sobre	a	condição	de	deficiência	e	a	história	
de vida desse aluno, o educador deve iniciar um processo de planejamento, 
desenvolvimento e avaliação das estratégias e atividades propostas para a 
aquisição do conhecimento. Durante esse planejamento é fundamental que o 
educador esteja atento à relação entre a estabilidade postural e o aprendizado 
desse aluno.
Desse modo, apresentamos neste capitulo uma série de perguntas e 
orientações	 que	 podem	 nortear	 o	 trabalho	 do	 educador	 a	 fim	 de	 garantir	 o	
equilíbrio	e	a	estabilidade	postural	de	seu	aluno.	Pois,	se	o	aluno	não	se	sentir	
seguro	 e	 confortável	 no	 ambiente	 escolar,	 dificilmente	 estará	 disposto	 para	 a	
aquisição do conhecimento, sua preocupação com certeza vai estar em não cair 
da cadeira, tentar visualizar os materiais, se equilibrar, entre outras.
Ainda, vimos neste capitulo uma série de recursos de Tecnologias Assistivas 
(TAs) que podem ser utilizados por esses alunos na escola, lembrando que não 
existe um modelo único de adaptação ou acessibilidade, cada espaço e cada 
aluno requerem uma avaliação e adaptações necessárias. Assim, no próximo 
capítulo,	 abordaremos	 questões	 mais	 específicas	 que	 envolvem	 o	 conceito,	 a	
implementação e avaliação das TAs. Acreditamos que a TA é um meio que permite 
ao aluno realizar as atividades propostas e assumindo seu papel de protagonista 
no	processo	de	aprendizagem.	Finalizaremos	o	capítulo	abordando	o	conceito	e	
principais tipos de Comunicação Aumentativa e Alternativa. 
referênCiAS
BERSCH, R. Alinhamento e estabilidade postural: colaborando com as questões 
do aprendizado. In: SCHIRMER, C. R. et al. Atendimento Educacional 
Especializado:	Deficiência	Física.	Brasília:	MEC,	2007.	Disponível	em:	<http://
portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/aee_df.pdf>.	Acesso	em:	10	jun.	2012.
42
 	Atendimento	Educacional	Especializado:	Deficiência	Física
BERSCH,	R.;	MACHADO,	R.	Auxílio	em	atividades	de	vida	diária	-	material	
escolar e pedagógico adaptado. In: SCHIRMER, C. R. et al. Atendimento 
Educacional Especializado: Deficiência Física. Brasília:	MEC,	2007.	
Disponível	em:	<http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/aee_df.pdf>.	Acesso	
em: 10 jun. 2012.
BRASIL. Parâmetros curriculares nacionais: Orientação	Sexual.	Brasília:	MEC/
SEF, 1997.
_____.	Decreto	nº	3.298	de	20	de	dezembro	de	1999.	Regulamenta	a	Lei	
no	7.853,	de	24	de	outubro	de	1989,	dispõe	sobre	a	Política	Nacional	para	
a	Integração	da	Pessoa	Portadora	de	Deficiência,	consolida	as	normas	de	
proteção,	e	dá	outras	providências.	Diário Oficial da República Federativa do 
Brasil,	Brasília,	DF,	1999.	Disponível	em:	<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
decreto/D3298.htm>.	Acesso	em:	15	maio	2013.	
_____.	Lei	nº	10.098,	de	19	de	dezembro	de	2000. Estabelece normas gerais e 
critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de 
deficiência	ou	com	mobilidade	reduzida,	e	dá	outras	providências.	Diário Oficial 
[da] República Federativa do Brasil.	Brasília,	DF,	2000.	Disponível	em:	<http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L10098.htm>.	Acesso	em:	15	maio	2013.
_____.	Decreto	nº	5.296,	de	02	de	dezembro	de	2004.	Regulamenta	as	Leis	
nos 10.048, de 8 de novembro de 2000, que dá prioridade de atendimento às 
pessoas	que	específica,	e	10.098,	de	19	de	dezembro	de	2000,	que	estabelece	
normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas 
portadoras	de	deficiência	ou	com	mobilidade	reduzida,	e	dá	outras	providências.	
Diário Oficial da República Federativa do Brasil,	Brasília,	DF,	2004.	Disponível	
em:	<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2004/decreto/d5296.
htm>.	Acesso	em:	15	maio	2013.
_____.	Decreto	nº	6.949,	de	25	de	agosto	de	2009.	Promulga	a	Convenção	
Internacional	sobre	os	Direitos	das	Pessoas	com	Deficiência	e	seu	Protocolo	
Facultativo, assinados em Nova York, em 30 de março de 2007. Diário Oficial da 
República Federativa do Brasil,	Brasília,	DF,	2009.	Disponível	em:	<http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/decreto/d6949.htm>.	Acesso	em:	
15 maio 2013.
_____.	A educação especial na perspectiva da inclusão escolar: a escola 
comum	inclusiva.	Brasília:	Ministério	da	Educação,	Secretaria	de	Educação	
Especial;	[Fortaleza]:	Universidade	Federal	do	Ceará,	2010a.
43
ConheCendo o Aluno Com defiCênCiA físiCA Capítulo 1 
_____.	A educação especial na perspectiva da inclusão escolar: orientação 
mobilidade,	adequação	postural	e	acessibilidade	espacial.	Brasília:	MEC/SEE,	
2010b.
CONSELHO NACIONAL DA EDUCAÇÃO. Parecer nº 11 de 3 de abril de 2001. 
Consulta	tendo	em	vista	a	Resolução	CEE/SC	64/98	e	CNE/CEB	01/2000.	
Relatora:	Sylvia	Figueiredo	Gouvêa.	Documenta,	Brasília,	DF,	p.	69,	2001.
GIACOMINI,	L.;	SARTORETTO,	M.	L.;	BERSCH,	R.	de	C.	R..	A Educação 
Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar: orientação e mobilidade, 
adequação postural e acessibilidade espacial. Ceará: Universidade Federal 
do Ceará, 2010. 7 v. Coleção A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão 
Escolar.
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Classificação Internacional de 
Funcionalidade, Incapacidade e Saúde. Direcção Geral da Saúde, 2003.
RODRIGUES, D. (org). Atividade motora adaptada: a alegria do corpo. São 
Paulo: Artes Médicas, 2006. 
SCHIRMER, C. R. et al. Atendimento Educacional Especializado:	Deficiência	
Física.	Brasília:	MEC,	2007. Disponível	em: <http://portal.mec.gov.br/seesp/
arquivos/pdf/aee_df.pdf>.	Acesso	em:	8	maio	2012.
CAPÍTULO 2
PoSSibilidAdeS e eStrAtégiAS 
PArA inCluSão do Aluno Com 
defiCiênCiA fíSiCA
A partir da concepção do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
 3 Conceituar Tecnologia Assistiva e suas modalidades. 
 3 Apontar e avaliar a implantação de tecnologias assistivas utilizadas pelo 
deficiente	físico	de	acordo	com	suas	necessidades. 
 3 Conceituar Comunicação Aumentativa e Alternativa. 
 3 Identificar	e	descrever	os	principais	sistemas	de	comunicação	aumentativa	e	
alternativa. 
47
Possibilidades e estratégias Para 
inclusão do aluno com deficiência física
 Capítulo 2 
ContextuAlizAção
No	 capítulo	 anterior	 vimos	 que	 existe	 uma	 diversidade	 de	 tipos	 e	 graus	
de	 deficiência	 física	 e	 que,	 dependendo	 do	 grau	 de	 comprometimento	 que	 a	
deficiência	 impõe,	 cada	 aluno	 necessita	 de	 um	 apoio/atendimento	 específico.	
Buscando	incluir	o	aluno	com	deficiência	física	a	fim	de	garantir	o	seu	direito	de	
acessar o conhecimento escolar e interagir com esse ambiente, faz-se necessário 
criar condições adequadas para que esse aluno possa se locomover e comunicar 
com conforto e segurança no ambiente escolar. Nesse sentido, as Tecnologias 
Assistivas podem e devem auxiliar nesse processo de inclusão do aluno com 
deficiência	física	nas	instituições	escolares.	
Neste capitulo compreenderemos o conceito e as modalidades de TA 
para,	 posteriormente,	 refletir	 sobre	 o	 seu	 processo	 de	 avaliação	 e	 implantação	
no ambiente escolar. Vale lembrar que o principal objetivo do atendimento 
especializado, sendo que este deve ser realizado preferencialmente em escolas 
regulares, é fazer com que o aluno tenha um maior grau de autonomia, mobilidade 
e	comunicação.	Assim,	para	alcançar	esse	objetivo,	os	profissionais	que	atuam	
com esses alunos lançam mão das TAs, sendo esta um auxilio fundamental para 
propiciar	a	realização	das	atividades	pelo	aluno	com	deficiência	física	no	processo	
de aquisição do conhecimento.
Após compreender o conceito e conhecer as principais modalidades de TA, 
vamos	abordar	especificamente	uma	área	da	TA	que	pode	ser	utilizada	com	os	
alunos que apresentam algum tipo de comprometimentona comunicação oral ou 
escrita. Estamos falando da Comunicação Aumentativa e Alternativa, área da TA 
que permite ao aluno participar mais ativamente na construção do conhecimento 
e	 interagir	 com	 os	 colegas,	 professores,	 enfim,	 com	 o	 ambiente	 escolar.	
Finalizamos este capitulo conhecendo os principais sistemas de comunicação 
Aumentativa e Alternativa.
teCnologiA ASSiStivA: ConCeito e 
modAlidAdeS
Quando	 os	 educadores	 proporcionam	 aos	 alunos	 com	 deficiência	 física	
um atendimento especializado, buscando recursos e estratégias que permitem 
sua inclusão no ambiente escolar, estão proporcionando ao educando com 
deficiência	uma	maior	qualidade	na	vida	escolar,	 uma	autonomia	na	 realização	
de suas tarefas e, consequentemente, uma ampliação de suas habilidades e 
potencialidades. Os professores especializados são os principais responsáveis 
48
 	Atendimento	Educacional	Especializado:	Deficiência	Física
pela garantia de recursos que permitam a esse aluno acessar o conhecimento. 
A	TA	 é	 uma	 expressão	 utilizada	 para	 identificar	 todas	 as	 estratégias,	 recursos	
e serviços utilizados nesse processo de inclusão, sendo seu principal objetivo 
contribuir	para	a	autonomia	desse	aluno	com	deficiência.	De	acordo	com	Bersch	
(2006, p. 2 apud BERSCH;	MACHADO	2007,	p.	27),	a	Tecnologia	Assistiva	“deve	
ser	 entendida	 como	um	auxílio	 que	promoverá	a	 ampliação	de	uma	habilidade	
funcional	 deficitária	 ou	 possibilitará	 a	 realização	 da	 função	 desejada	 e	 que	 se	
encontra	impedida	por	circunstância	da	deficiência”.	
A TA, de acordo com Rita de Cássia Bersch e Mara Lúcia 
Sartoretto, pode ser conceituada como uma “área do conhecimento 
e de atuação que desenvolve serviços, recursos e estratégias 
que auxiliam na resolução de dificuldades funcionais das 
pessoas com deficiência na realização de suas tarefas”	
(BERSCH;	SARTORETTO,	2010,	p.	8).
A TA é composta por recursos e serviços, sendo que, de acordo com Bersch 
e Sartoretto (2010), recursos são os equipamentos utilizados pelos alunos e os 
serviços são aquelas ações que objetivam resolver os problemas funcionais dos 
alunos	com	deficiência	no	espaço	escolar. Quando resolvemos fazer uso das TAs 
no espaço escolar estamos permitindo que o aluno seja sujeito do seu processo 
de aprendizagem, estamos valorizando suas potencialidades e estimulando 
suas habilidades, estamos lidando com diferentes alternativas para a construção 
do conhecimento, estamos também aprendendo, porque ao fazer uso de TAs 
estamos constantemente exercitando nossa capacidade de criatividade para 
encontrar	uma	estratégia	que	permita	ao	aluno	com	deficiência	realizar	a	atividade	
proposta de outro jeito. 
Como	já	vimos	anteriormente,	a	nova	Política	de	Educação	Especial	propõe	
uma	 abordagem	 inclusiva,	 assim,	 quando	 esse	 aluno	 com	 deficiência	 física	
chega em nossas classes regulares, o professor que atua com o atendimento 
educacional especializado deve voltar-se para o conhecimento e as necessidades 
desse aluno, sem perder de vista sua inclusão nesse ambiente. Esse professor 
provavelmente vai lidar com muitas dúvidas e angústias no momento em que vai 
identificar,	 avaliar	 e	 registrar	 as	 necessidades	 do	 aluno	 com	 deficiência	 física.	
Nesse sentido, Bersch e Sartoretto (2010) propõem um roteiro de perguntas com 
o objetivo de auxiliar na coleta de dados para selecionar os recursos que serão 
necessários para esse aluno. Organizamos essas questões em um quadro e 
apresentamos a seguir:
49
Possibilidades e estratégias Para 
inclusão do aluno com deficiência física
 Capítulo 2 
Quadro 6 - Roteiro de perguntas para auxiliar na seleção de recursos 
para	o	atendimento	do	aluno	com	deficiência	física
• Quem é o aluno?
• Quais as principais habilidades manifestadas pelo aluno e/ou relatadas por seus familiares?
• Quais as necessidades específicas deste aluno, decorrentes da deficiência ou imposta pelo 
ambiente escolar?
• Como a família pode resolver os problemas decorrentes destas necessidades no ambiente 
familiar?
• Que tipo de atendimento na área da saúde ou educação o aluno já recebe e quais são os profis-
sionais envolvidos neste atendimento?
• Qual a impressão do professor da escola comum sobre o aluno?
• Como está organizado o plano pedagógico do professor comum e quais são os objetivos educa-
cionais e as respectivas atividades que ele propõe a sua turma?
• Quais são as necessidades relacionadas a recursos pedagógicos ou de acessibilidade apontadas 
pelos professores para atingir os objetivos propostos para o aluno?
• Como é a participação do aluno nas atividades propostas a sua turma da escola comum? Ele partici-
pa das atividades integralmente, parcialmente ou não participa?
• Quais as barreiras existentes a participação e ao aprendizado do aluno nas tarefas escolares e 
que poderão ser eliminadas com a utilização de recursos pedagógicos acessíveis?
• Quais as condições de acessibilidade física da escola? Há rampas, banheiros adequados, 
sinalizações, entre outros?
• Há auxilio de mobilidade para o aluno, tais como cadeiras de roda simples ou motorizadas, 
bengalas, corrimões nas escadas, auxilio para transferência de cadeira de rodas?
• Os materiais pedagógicos são adequados? Há lápis e canetas ajustadas às condições deste 
aluno, alfabeto móvel, prancha com letras e palavras, computador, teclados e mouses especiais, 
acionadores, órtese de mão funcional para a escrita e digitação, ponteiras de boca ou cabeça?
Fonte: Bersch e Sartoretto (2010, p. 8-9).
A coleta de dados realizada através do roteiro de perguntas proposta 
pelas autoras é fundamental para que o professor que atua com o atendimento 
educacional especializado possa elaborar seu planejamento. Durante a 
elaboração desse planejamento provavelmente o professor vai se deparar com 
a seleção dos recursos necessários para esse aluno. Assim, é importante avaliar 
constantemente a utilização desse recurso, de modo que essa avaliação envolva 
a	participação	dos	profissionais	e,	principalmente,	do	aluno	que	o	utiliza.	
Você	 sabia	 que	 os	 recursos	 selecionados	 pelo	 professor	
de atendimento educacional especializado (AEE) podem ser 
classificados	como	recursos	de	alta	tecnologia	ou	baixa	tecnologia?
50
 	Atendimento	Educacional	Especializado:	Deficiência	Física
Recursos de baixa tecnologia são os que podem ser 
construídos	pelo	professor	de	AEE	e	disponibilizados	ao	aluno	que	os	
utiliza na sala comum ou nos locais em que tiver necessidade deles.
Recursos de alta tecnologia são os adquiridos após a avaliação 
das necessidades do aluno, sob a indicação do professor de AEE.
Fonte: Bersch e Sartoretto (2010, p. 9).
A TA é organizada em especialidades ou modalidades, sendo que essa forma 
de	classificação	pode	variar	de	acordo	com	o	autor	ou	com	a	instituição	que	faz	
uso	dessa	tecnologia.	Vamos	utilizar	neste	caderno	a	classificação	apresentada	
pela autora Bersch (2007) que apresenta as seguintes modalidades:
• Auxílio	para	a	vida	diária	e	vida	prática;
• Comunicação	Aumentativa	e	Alternativa;
• Recursos	de	acessibilidade	ao	computador;
• Adequação	postural	(posicionamento	para	a	função);
• Auxílios	de	mobilidade;
• Sistemas	de	controle	de	ambiente;
• Projetos	arquitetônicos	para	a	acessibilidade;
• Recursos	para	cegos	ou	para	pessoas	com	visão	subnormal;
• Recursos	para	surdos	ou	pessoas	com	déficits	auditivos;
• Adaptações	em	veículos	(BERSCH,	2007	p.	37).
A	autora	ainda	afirma,	que	no	AEE	o	professor,	visando	proporcionar	ao	aluno	
com	 deficiência	 física	 a	 realização	 de	 suas	 tarefas	 e	 a	 adequação	 no	 espaço	
escolar,	pode	fazer	uso	mais	especificamente	das	seguintes	modalidades:
a) Uso da Comunicação Aumentativa e Alternativa, para 
atender	 as	 dificuldades	 dos	 educandos	 com	 dificuldades	 de	
fala	e	escrita;
b) Adequação

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