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‘‘RESUMO’’ CONTABILIDADE GERAL- BALANÇO PATRIMONIAL RESERVAS DE LUCROS As Reservas de Lucros são a parte dos lucros retidos ao final de cada exercício do patrimônio líquido, para finalidades especificas definidas pela Lei n. 6.404/76 e no art. 31, inc. II, da Lei n. 12.973/2014. • RESERVA LEGAL A cada final de exercício a empresa deverá reservar o equivalente a 5% do lucro líquido. O saldo da reserva legal não poderá ultrapassar 20% do capital Social. A finalidade da Reserva Legal é criar um fundo para que a empresa possa suportar prejuízos ou ter recursos para o seu crescimento, podendo aumentar o capital com os seus próprios recursos não distribuídos aos sócios como dividendos. Essas definições constam no art. 193, §2º, da Lei n. 6.404/76. ➢ Reserva Legal existente + Reserva de Capital Existente= 30% do capital social realizável pode deixar de constituir Reserva Legal. • RESERVA DE CONTIGÊNCIA A Sociedade em Assembleia Geral poderá criar uma reserva para prevenção de uma contingência que tenha um grau razoável de chance de ocorrência. Os órgãos de administração devem indicar os motivos e os valores com precisão. Caso no exercício seguinte, as preocupações que motivaram a criação da reserva não se materializem, a reserva deverá ser revertida para a conta Lucros Acumulados. • RESERVA ESTATUTÁRIA O estatuto de uma companhia permite que a sociedade crie quantas reservas quiser, desde que seja especificado exatamente o propósito, a base cálculo e o percentual máximo do lucro líquido e valor máximo da reserva. Essas definições legais constam do art.194 da Lei n. 6404/76 transcrito a seguir: ‘‘Art. 194. O estatuto poderá criar reservas desde que, para cada uma: I. Indique, de modo preciso e completo, a sua finalidade; II. Fixe os critérios para determinar a parcela anual dos lucros líquidos acumulados que serão destinados à sua constituição; III. Estabeleça o limite máximo de reserva.’’ • RESERVA DE INCENTIVOS FISCAIS Esta Reserva é constituída a partir dos valores apropriados ao Resultado que têm como origem as subvenções governamentais. Essa reserva está definida no art. 195-A da Lei n. 6.404/76: ‘‘art. 195-A. A assembleia geral poderá, por proposta dos órgãos de administração, destinar para a reserva de incentivos fiscais a parcela do lucro líquido decorrente de doações ou subvenções governamentais para investimentos, que poderá ser excluída da base de cálculo do dividendo obrigatório (inciso I do caput do art. 202 desta Lei) (Incluído pela Lei n. 11.638, de 2007) Ex: Uma empresa obteve um terreno do governo estadual, onde irá instalar uma fábrica, no valor de R$3.000.000. O lançamento contábil quando do recebimento da doação (subvenção) será o seguinte: TERRENO 3.000.000 SUBVENÇÃO A APROPRIAR (PASSIVO CIRCULANTE) 3.000.000 Quando a empresa conclui a construção do edifício fabril e iniciar sua utilização deverá iniciar a apropriação da subvenção do Passivo para o Resultado. O valor investido na construção do edifício foi de R$10.000.000 que serão depreciados, de acordo com o regulamento do imposto de renda, em 25 anos (4% ao ano). A subvenção a Apropriar é uma receita diferida, que deverá ser transferida ao Resultado na proporção de sua utilização pela empresa, isto é, depreciação ou amortização. No caso de um terreno, que não é depreciável, a receita será apropriada ao resultado na mesma razão da depreciação do edifício construído no terreno. CÁLCULO DE APROPRIAÇÃO DA SUBVENÇÃO AO RESULTADO SUBVENÇÃO A APROPRIAR (DOAÇÃO) 120.000 3.000.000 RECEITA DE DOAÇÃO (ANUAL) 120.000 A receita de doação estará incorporada ao lucro líquido do exercício. Supondo que este seja R$1.000.000, caso a empresa não queira sofrer nenhum tipo de sanção em função de distribuição dessa receita como dividendos, após lançar o lucro no Patrimônio Líquido deverá constituir a reserva de incentivos fiscais. LUCROS ACUMULADOS 120.000 1.000.000 RESERVA DE INCENTIVOS FISCAIS 120.000 • RESERVA DE RETENÇÃO DE LUCROS Esta reserva também é chamada de orçamental, para investimentos ou expansão. Assim como as outras reservas de lucro, ela só pode ser formada se a administração apresentar propostas de investimento. Da mesma forma, se investimento não for realizado deverá ser revertida para a conta de lucros acumulados. Lei n. 6.404/76, no ‘‘art. 196. A assembleia geral poderá, por proposta dos órgãos da administração, deliberar reter parcela do lucro líquido do exercício prevista em orçamento de capital por ela previamente aprovado. §1º O orçamento, submetido pelos órgãos da administração com a justificação da retenção de lucros proposta, deverá compreender todas as fontes de recursos e aplicações de capital, fixo ou circulante, e poderá ter a duração de até 5 (cinco) exercícios, salvo no caso de execução, por prazo maior, de projeto de investimento. §2º O orçamento poderá ser aprovado pela assembleia geral ordinária que deliberar sobre o balanço do exercício e revisado anualmente, quando tiver duração superior a um exercício social. (Redação dada pela Lei n. 10.303, de 2001).’’ • RESERVA DE LUCRO A REALIZAR O objetivo desta reserva é preservar as disponibilidades da empresa, uma vez que uma grande venda realizada no exercício findo que não tiver sido recebida poderia criar uma situação complicada, que seria a de a empresa ter que se endividar para pagar os dividendos A lei n. 6404/76 no art. 197, transcrito a seguir, criou o conceito de lucro realizado. Se o dividendo obrigatório ultrapassar a parcela realizada, a empresa pode, se quiser, constituir uma reserva de lucros a realizar com a diferença entre o lucro realizado e o valor a ser pago como dividendos aos sócios. “No art. 197. No exercício em que o montante do dividendo obrigatório, calculado nos termos do estatuto ou do art. 202, ultrapassar a parcela realizada do lucro líquido do exercício, a assembleia geral poderá, por proposta dos órgãos de administração, destinar o excesso à constituição de reserva de lucros a realizar.” • RESERVA ESPECIAL DE DIVIDENDOS OBRIGATÓRIOS NÃO DISTRIBÍDOS Esta reserva permite que a administração proponha à Assembleia Geral a retenção de parte ou de todos os dividendos em função de problemas financeiros. A empresa pode ter obtido um lucro significativo e, em função de ter comprometido todas as disponibilidades, não ter condições de realizar o pagamento dos dividendos. • LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS A conta Lucros ou prejuízos acumulados foi extinta do balanço patrimonial. Essa alteração ocorreu primeiro pela Lei n. 11.638/2007 e depois foi ratificada pela Lei n. 11.941/2009, por meio da alteração do art. 178, § 2°, inc. III, transcrito a seguir: “III- Patrimônio Líquido, dividido em capital social, ajustes de avaliação patrimonial, reservas de lucro, ações em tesouraria e prejuízos acumulados (Incluído pela Lei n. 11.941, de 2009).” Essa alteração não extinguiu a Conta lucros acumulados da contabilidade, simplesmente definiu que não podem existir lucros acumulados no Balanço Patrimonial publicado. A contabilidade tem que ter essa conta normalmente em sua escrituração durante todo o exercício social. Portanto, no Balanço, ou essa conta tem saldo zero ou prejuízos acumulados. • NOTAS EXPLICATIVAS As notas explicativas são relatórios complementares para os quais não exige rigor de elaboração; devem ser utilizadas para enriquecer o conjunto das informações de todos os interessados em conhecer melhor a empresa em questão.
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