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Filtração glomerular

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@JESSICALECRIM
Filtração Glomerular 
1. Introdução 
A filtração do plasma para dentro dos túbulos 
renais é o primeiro passo na formação da urina. 
Esse processo gera um filtrado (líquido que 
passa do lúmen dos capilares glomerulares até o 
espaço urinário), cuja composição é igual à do 
plasma menos a maioria das proteínas 
plasmáticas (carga negativa e alto peso 
molecular). Sob condições normais, as células 
sanguíneas permanecem no capilar, de modo 
que o filtrado é composto apenas de água e de 
solutos dissolvidos. Ocorre no corpúsculo renal, 
que consiste na rede de capilares glomerulares 
envolta pela cápsula de Bowman. 
→ Nomes histológicos: corpúsculo renal 
(cápsula de Bowman e glomérulo), túbulo 
p r o x i m a l ( c o n t o r c i d o e r e t o ) , t ú b u l o 
intermediário (porção delgada da alça) e túbulo 
distal (reto e contorcido). Nomes fisiológicos: 
corpúsculo renal (cápsula de Bowman e 
glomérulo), túbulo proximal, alça de Henle 
(ramos descendente delgado, ascendente 
delgado e ascendente espesso) e túbulo distal. 
2. Características favoráveis à filtração 
O aparelho justaglomerular é composto por 
células justaglomerulares, células mesangiais 
extraglomerulares e mácula densa. A excreção 
urinária (urina) é formada pelo ultrafiltrado 
menos o que foi absorvido e secretado. 
Após a filtração, as substâncias poderão 
apresentar diferentes destinos – serem 
t o t a l m e n t e e x c r e t a d a s ( c a t a b ó l i t o s e 
xenobióticos), parcialmente excretadas (água e 
íons) ou não excretadas (glicose e aminoácidos). 
A filtração glomerular depende de características 
específicas do corpúsculo renal e de fatores 
hemodinâmicos. 
A) Barreiras de filtração 
Nem tudo que está no plasma é filtrado. As 
substâncias que deixam o plasma precisam 
MEDICINA NOVE DE JULHO 
JÉSSICA SANTANA SILVA
@JESSICALECRIM
passar através de três barreiras de filtração 
(podócitos, capilar fenestrado e lâmina basal) 
antes de entrarem no lúmen tubular. 
A primeira barreira é o endotélio capilar 
glomerular. Os capilares glomerulares são 
fenestrados com poros que permitem a filtragem 
da maioria dos componentes plasmáticos, 
exceto as células do sangue. Proteínas 
negativamente carregadas estão presentes na 
superfície desses poros. 
A segunda é a lâmina basal, uma camada de 
matriz extracelular que separa o capilar do 
endotélio do folheto visceral da cápsula de 
Bowman. Atua como uma peneira grossa, 
excluindo a maioria das proteínas plasmáticas do 
líquido que é filtrado através dela. É constituído 
de glicoproteínas carregadas negativamente, 
colágeno e outras proteínas. 
Já a terceira barreira são os podócitos, células 
especializadas do folheto visceral da cápsula de 
Bowman. Possuem fendas de filtração, que 
contém membranas de carga negativa. 
O coeficiente de ultrafiltração glomerular (Kf) 
mede a capacidade de um líquido tem de 
atravessar a membrana. 
 
Sendo: 
k → coeficiente de permeabilidade hidráulica 
S → superfície disponível para filtração 
Alguns quadros de doença renal, diabetes 
mellitus e hipertensão reduzem o Kf e dificultam 
a filtração glomerular. Em crianças, a superfície 
disponível para filtração é menor. 
- Relação entre a filtrabilidade, peso e carga das 
moléculas 
A filtrabilidade dos solutos é inversamente 
proporcional ao seu peso molecular e moléculas 
com carga negativa e peso elevado são filtradas 
com menos facilidade que moléculas positivas 
de mesmo peso (exemplo: albumina têm 
dificuldade de ser filtrada). 
B) Fatores hemodinâmicos 
Fisiologicamente, o fluxo do filtrado glomerular 
é mantido de forma unidirecional pelas forças de 
Starling (pressão hidrostática e coloidosmótica) 
atuando sobre o capilar glomerular e sobre a 
cápsula de Bowman. 
O volume de fluido que é filtrado para dentro da 
cápsula de Bowman por unidade de tempo é a 
taxa de filtração glomerular (TFG). A TFG média 
é de 125 mL/min, ou de 180 L/dia. 
Quando há alteração vascular, a quantidade de 
fluxo sanguíneo altera a pressão no interior dos 
capilares glomerulares e, consequentemente, a 
TFG. 
→ Quando há vasoconstrição na arteríola 
eferente, o fluxo sanguíneo no glomérulo 
K f = k × S
MEDICINA NOVE DE JULHO 
JÉSSICA SANTANA SILVA
@JESSICALECRIM
aumenta. Isso causa um aumento na pressão 
hidrostática nos capilares glomerulares e 
também um aumento na TFG. 
→ Quando há vasoconstrição na arteríola 
aferente, o fluxo sanguíneo no glomérulo 
diminui. Isso causa uma diminuição na pressão 
hidrostática nos capilares glomerulares e 
também na TFG. 
→ Quando há vasodilatação na arteríola 
aferente, o fluxo sanguíneo no glomérulo 
aumenta. Isso causa um aumento na pressão 
hidrostática nos capilares glomerulares e 
também na TFG. 
→ Quando há vasodilatação na arteríola 
eferente, o fluxo sanguíneo no glomérulo 
diminui. Isso causa uma diminuição na pressão 
hidrostática nos capilares glomerulares e 
também na TFG. 
C) Controle da filtração glomerular 
Regulado a partir de três fatores importantes: 
- Sistema nervoso simpático 
Fisiologicamente não tem efeito sobre a filtração 
glomerular. Porém, é mais importante em 
situações em que a homeostase é perdida, na 
qual atua realização constrição das arteríolas 
aferentes. 
- Hormônios 
Apresentam diferentes efeitos sobre a TFG. 
- Autorregulação 
Mantém a filtração glomerular mesmo com 
alterações importantes da pressão arterial. Atua 
através de reflexo miogênico e feedback 
tubuloglomerular. 
→ Quando a pressão arterial média (PAM) está 
ligeiramente alta (entre 80 e 180mmHg), a 
autorregulação mantém uma TFG quase 
constante. A pressão arterial mais elevada 
distende a parede das arteríolas. Através da 
resposta miogênica, a liberação de cálcio pelas 
células endoteliais da túnica íntima (sensíveis à 
distensão do vaso) atua na túnica média 
(músculo liso) vasoconstringindo a arteríola 
aferente e estabilizando o fluxo sanguíneo, a 
pressão hidrostática e a TFG. 
→ O feedback tubuloglomerular varia quando a 
pressão arterial está alterada. Se a pressão 
arterial estiver elevada, a TFG e o fluxo 
sanguíneo nos túbulos aumentará – aumentando 
o fluxo na mácula densa. Substâncias de efeito 
local são secretadas pela mácula densa, atuando 
na constrição da arteríola aferente. Assim, a 
resistência arteriolar aumentará e provocará a 
diminuição da pressão hidrostática no glomérulo 
e da TFG. 
→ Se a pressão arterial estiver reduzida (assim 
como a pressão hidrostática glomerular e a TFG), 
a mácula densa detecta o conteúdo reduzido de 
HORMÔNIOS AÇÃO
EFEITO NA 
TFG
Noradrenalina 
Vasoconstrição 
da arteríola 
aferente
⬇
Adrenalina ⬇
Endotelina ⬇
Angiotensina II
Vasoconstrição 
da arteríola 
eferente
↔ (impede ⬇ ) 
Óxido nítrico Vasodilatação 
da arteríola 
aferente
⬆
Prostaglandina ⬆
MEDICINA NOVE DE JULHO 
JÉSSICA SANTANA SILVA
@JESSICALECRIM
sódio no filtrado promovendo a diminuição da 
resistência vascular da arteríola aferente. A 
estimulação das células justaglomerulares da 
arteríola aferente pela mácula densa aumentarão 
a produção de renina e ativarão a cascata renina-
angiotensina-aldosterona. A angiotensina II, por 
sua vez, vasoconstringe a arteríola eferente, 
aumentando sua resistência. Ambos os 
mecanismos levarão ao aumento da pressão 
hidrostática glomerular e da TFG. 
D) Avaliação da função renal 
Feita mensurando a TFG a partir de uma técnica 
d e n o m i n a d a c l ea ra n c e , o u d e p u ra ç ã o 
(determina a quantidade de sangue purificada/
depurada em uma unidade de tempo). 
 
Sendo: Ux → concentração de x na urina 
V → fluxo urinário 
Px → concentração de x no plasma 
 se “x” for livremente filtrada pelo 
glomérulo, não for reabsorvida nem secretada 
pelo túbulo, não for sintetizada ou metabolizada. 
A substância ideal para inferir TFG é a inulina, 
uma substância exógena. Na prática, é muito 
utilizada a creatinina, uma substância endógena. 
A elevação dos níveis séricos de creatinina indica 
redução da TFG. 
Clx =
Ux × V
Px
Cl x = TFGMEDICINA NOVE DE JULHO 
JÉSSICA SANTANA SILVA

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