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Introdução ao sistema renal

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Sistema Renal 
1. Introdução 
Os rins humanos pesam cerca de 300 g, o que 
representa aproximadamente 0,5% do peso 
corpóreo. Apesar desse aspecto, eles recebem 
de 20 a 25% do débito cardíaco, o que 
corresponde a 400 ml de fluxo por 100 g de 
tecido renal por minuto. 
Esse fluxo é 5 a 50 vezes maior do que o de 
outros órgãos também importantes, como o 
coração, o cérebro e o fígado. Em virtude de sua 
baixa resistência vascular, associada à grande 
capacidade filtrante, têm, portanto, o maior 
volume de perfusão entre todos os tecidos dos 
mamíferos. 
→ O sistema urinário é composto por rins, ureter, 
bexiga urinária e uretra. 
Nos rins, encontramos os glomérulos – rede 
vascular de capilares envoltos numa cápsula de 
Bowman. Ele é responsável pela filtração (não há 
absorção). Cada rim tem em média de 1 milhão 
de glomérulos, filtrando cerca de 625ml/min. 
A filtração é usada pelos rins para remover 
produtos de degradação mais rapidamente, 
além de controlar melhor os líquidos corporais. 
Ocorre perda de água, mas grande parte é 
reabsorvida. As alças e Henle são responsáveis 
por concentrar a urina. Os néfrons são formados 
por túbulo contorcido proximal, alça de Henle e 
túbulo contorcido distal. É responsável pela 
filtração, reabsorção e secreção. 
Os rins filtram ureia, glicose, aminoácidos, sais 
minerais, ácido úrico, creatinina, urobilina e 
metabólitos de vários hormônios. O plasma 
sanguíneo passa pelos capilares fenestrados dos 
rins. 
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A filtração parcialmente seletiva não faz seleção 
total das substâncias que vão compor a urina. É 
composta por três barreiras que ficam entre o 
lúmen dos capilares glomerulares e o espaço de 
Bowman: poros nos capilares (barreira 
mecânica), membrana basal glomerular (barreira 
elétrica) e podócitos (barreira mecânica). 
Cerca de 20% do fluxo sanguíneo é filtrado, os 
outros 80% seguem para os capi lares 
peri tubulares onde são processados e 
reabsorvidos para posteriormente serem 
secretados em forma de urina. Com exceção da 
glicose e dos aminoácidos, todos os outros 
componentes da urina passam por esse 
processo. 
O filtrado segue no néfron para o túbulo 
contorcido proximal, onde cerca de 70% das 
substâncias são reabsorvidas. Glicose e 
aminoácidos são 100% absorvidos nessa região. 
Em sua porção terminal, ocorre a secreção de 
fármacos, toxinas e íons hidrogênio – regulando 
o pH sanguíneo. 
As alças de Henle têm papel importante na 
reabsorção de sódio e água. Encontramos um 
mecanismo contracorrente na qual a alça 
descendente é bastante permeável à água e a 
a l ç a a s c e n d e n t e é p o u c o p e r m e á v e l , 
reabsorvendo a maioria dos solutos. O fluxo 
sanguíneo nos capilares peritubulares corre no 
sentido oposto, contra a corrente do fluxo pela 
a l ç a , f a c i l i t a n d o a m a n u t e n ç ã o d a 
hiperosmolaridade da medula renal e auxiliando 
na reabsorção de mais água. 
No túbulo contorcido distal, ocorre secreção de 
hidrogênio e potássio, além da reabsorção de 
sódio (enfoque para a bomba de Na+/K+/
ATPase, controlada pela aldosterona). 
O líquido tubular chega ao ducto coletor e mais 
íons são secretados e reabsorvidos. Ocorre 
r e a b s o r ç ã o d e á g u a p e l a s p r o t e í n a s 
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aquaporinas, localizadas nas membranas das 
células, cuja expressão é controlada pelo ADH. 
Após isso, o ultrafiltrado será transformado em 
urina e direcionado para a bexiga antes de ser 
eliminado. 
2. Funções dos rins 
O néfron é a unidade funcional do rim, ou seja, a 
menor estrutura que pode efetuar as funções de 
um órgão. Auxiliam na homeostase, controlando 
a quantidade de fluídos corporais e substâncias 
circulantes no sangue. 
A) Excreção dos produtos de degradação 
metabólica e de outras substâncias estranhas 
O corpo humano forma continuamente produtos 
finais dos processos metabólicos. Na maioria dos 
casos, esses produtos não são úteis para o 
organismo e são prejudiciais quando presentes 
em altas concentrações. Por conseguinte, 
precisam ser excretados na mesma taxa em que 
são produzidos. Alguns desses produtos 
incluem: 
→ Ureia (proveniente das proteínas), 
→ Ácido úrico (dos ácidos nucleicos), 
→ Creatinina (da creatina muscular), 
→ Urobilina (um produto final da 
degradação da hemoglobina que confere 
à urina grande parte de sua cor), 
→ Metabólitos de vários hormônios. 
Vantagens da alta filtração glomerular: permitir a 
filtração intensas repetida dos líquidos corporais, 
remover rapidamente produtos indesejáveis 
pouco reabsorvidos e que dependem da 
filtração para sua eliminação. 
B) Regulação do equilíbrio hidroeletrolítico 
A água, o sal e outros eletrólitos entram no 
organismo em taxas altamente variáveis, o que 
perturba a quantidade e a concentração dessas 
substâncias no corpo. Os rins variam a excreção 
de eletrólitos e água para preservar a presença 
dessas substâncias em níveis apropriados. 
C) Regulação do volume de líquido extracelular 
Os rins trabalham em parceria com o sistema 
cardiovascular, cada um executando de- 
terminado serviço para o outro. Sem dúvida 
alguma, a tarefa mais importante dos rins nesse 
aspecto é manter o volume de líquido 
extracelular, do qual o plasma sanguíneo é um 
componente significativo. 
D) Regulação da osmolalidade plasmática e da 
pressão arterial 
Outro aspecto importante do equilíbrio 
hidreletrolítico é a regulação da osmolalidade 
plasmática, isto é, a soma da concentração de 
solutos dissolvidos. A osmolalidade é alterada 
sempre que a entrada e a saída de água e 
solutos dissolvidos são modificados de modo 
desproporcional, como, por exemplo, quando se 
bebe água pura ou quando se ingere uma 
refeição com muito sal. Os rins não apenas 
precisam excretar água e solutos para igualar os 
aportes, como também devem executar essa 
função. 
E) Regulação da produção de eritrócitos 
A produção de eritrócitos pela medula óssea é 
estimulada pela eritropoetina, um hormônio 
pept íd ico. Durante o desenvolv imento 
embriológico, a eritropoetina é produzida pelo 
fígado, porém, no adulto, os rins constituem a 
principal fonte desse hormônio. As células renais 
que secretam a eritropoetina consistem em um 
grupo particular de células intersticiais no 
interstício cortical, próximo à borda entre o 
córtex renal e a medula. 
F) Regulação da resistência vascular 
Além de sua função essencial no controle do 
volume adequado para o sistema cardiovascular, 
os rins também participam na produção de 
substâncias vasoativas (por meio do sistema 
renina-angiotensina-aldosterona descrito mais 
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adiante) que exercem um importante controle 
sobre o músculo liso vascular. Isso, por sua vez, 
influencia a resistência vascular periférica e, 
portanto, a pressão arterial. A patologia que 
acomete esse aspecto da função renal leva à 
hipertensão. 
G) Regulação do equilíbrio ácido-básico 
Os ácidos e as bases entram nos líquidos 
corporais por meio da ingestão e dos processos 
metabólicos. O corpo precisa excretar ácidos e 
bases para manter o equilíbrio e também deve 
regular a concentração de íons hidrogênio livres 
(pH) dentro de uma faixa limitada. Os rins 
desempenham ambas as funções por uma 
combinação de eliminação e síntese. 
H) Regulação da produção de vitamina D 
Quando pensamos na vitamina D, lembramos 
frequentemente da luz solar ou de aditivos do 
leite. A síntese da vitamina D in vivo envolve uma 
série de transformações bioquímicas, a última 
delas ocorrendo nos rins. A forma ativa da 
v i tamina D (1,25-di-hidroxiv i tamina D), 
denominada calcitriol, é, na verdade, produzida 
nos rins, e sua taxa de síntese é regulada por 
hormônios que controlam o equilíbrio do cálcio 
e do fosfato, bem como a integridade do osso. 
I) Gliconeogênese 
O s i s t e m a n e r v o s o c e n t r a l u t i l i z a 
obrigatoriamente a gl icosedo sangue, 
independentemente de termos acabado de 
comer um bolo açucarado ou estarmos em jejum 
por uma semana. Sempre que o aporte de 
carboidratos é interrompido por muito mais do 
que metade de um dia, nosso organismo 
começa a sintetizar nova glicose (o processo da 
gliconeogênese) a partir de fontes diferentes de 
carboidratos (a partir dos aminoácidos das 
proteínas e do glicerol dos triglicerídeos). A 
maior parte da gliconeogênese ocorre no 
fígado, porém uma fração substancial ocorre nos 
r ins , part icu larmente durante o je jum 
prolongado.
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