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teoria geral das obrigações

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TEORIA GERAL DAS OBRIGAÇÕES
1. QUAL O CONCEITO CONTEMPORÂNEO DE OBRIGAÇÃO?
A OBRIGAÇÃO É UMA RELAÇÃO JURÍDICA TRANSITÓRIA, DE CUNHO
PECUNIÁRIO, QUE UNE DUAS OU MAIS PESSOAS, DEVENDO UMA DELAS
REALIZAR UMA PRESTAÇÃO (DE DAR, FAZER OU NÃO FAZER) EM FAVOR DA
OUTRA.
- POSSUI CARÁTER TRANSITÓRIO, POIS A OBRIGAÇÃO NASCE COM A
FINALIDADE PRECÍPUA DE EXTINGUIR-SE. MESMO QUE A OBRIGAÇÃO SEJA
VITALÍCIA, AINDA ASSIM ELA É FINITA.
- POSSUI CUNHO PECUNIÁRIO, POIS ESTABELECE UMA RELAÇÃO DE
AVALIAÇÃO MONETÁRIA/FINANCEIRA.
- PLURALIDADE DE PARTES (SUJEITO ATIVO E PASSIVO DA OBRIGAÇÃO).
- PRESTAÇÃO SE APRESENTA SEMPRE COMO UMA CONDUTA HUMANA
POSITIVA/COMISSIVA (DAR OU FAZER) OU NEGATIVA/OMISSIVA (NÃO FAZER).
- É O PATRIMÔNIO DO DEVEDOR QUE RESPONDE PELO INADIMPLEMENTO
(NÃO SATISFAÇÃO DA OBRIGAÇÃO)
2. QUAIS OS ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DA OBRIGAÇÃO? COMENTE CADA
UM DELES. O QUE É SINALAGMA OBRIGACIONAL?
● ELEMENTO SUBJETIVO: SÃO AS PESSOAS QUE ESTÃO ENVOLVIDAS NA
OBRIGAÇÃO. É CONSTITUÍDO PELO SUJEITO ATIVO (CREDOR, QUE É
AQUELE QUE TEM O DIREITO DE EXIGIR A PRESTAÇÃO) E O SUJEITO
PASSIVO (DEVEDOR, QUE TEM O DEVER DE PRESTAR DETERMINADO ATO
OU OBJETO). DE IMEDIATO, OS SUJEITOS DA OBRIGAÇÃO NÃO PRECISAM
SER DETERMINADOS, MAS DEVEM SER NO MÍNIMO DETERMINÁVEIS ATÉ O
MOMENTO DO CUMPRIMENTO DA OBRIGAÇÃO.
- EXEMPLO: UM CONTRATO CELEBRADO ENTRE JOSÉ E CARLOS, PELO
QUAL JOSÉ DEVE PAGAR UMA QUANTIA A CARLOS. JOSÉ É O
DEVEDOR E JOÃO O CREDOR. AMBOS PREVIAMENTE
DETERMINADOS.
- EXEMPLO: PROMESSA DE RECOMPENSA: QUANDO SE OFERECE UMA
RECOMPENSA PARA ENCONTRAR UM CACHORRO, O CREDOR SERÁ
DETERMINÁVEL, POIS SERÁ AQUELE QUE ENCONTRAR O ANIMAL.
● ELEMENTO OBJETIVO: SE REFERE AQUILO QUE A OBRIGAÇÃO SE DESTINA.
A ATIVIDADE DE DAR, FAZER OU NÃO FAZER. O OBJETO DA OBRIGAÇÃO
PODE SER:
- IMEDIATO: É A PRESTAÇÃO DE DAR, FAZER OU NÃO FAZER. POR
EXEMPLO, OBRIGAÇÃO ASSUMIDA DE ENTREGAR UM VEÍCULO
MEDIANTE PAGAMENTO EM COMPRA E VENDA. OU MEDIATO (BEM
MATERIAL QUE SE INSERE DENTRO DA OBRIGAÇÃO). NO EXEMPLO
ACIMA, SERIA O VEÍCULO QUE DEVERÁ SER ENTREGUE.
- MEDIATO: É UMA COISA OU TAREFA A SER FEITA (POSITIVA) OU
VEDADA (NEGATIVA)
- O OBJETO TEM QUE SER LÍCITO, POSSÍVEL, DETERMINADO OU
DETERMINÁVEL E SUSCETÍVEL DE APRECIAÇÃO ECONÔMICA.
- PODE OCORRER IMPOSSIBILIDADE JURÍDICA,QUANDO O
ORDENAMENTO PROÍBE NEGÓCIOS A RESPEITO DAQUELE BEM.
EXEMPLO: A ALIENAÇÃO DE HERANÇA DE PESSOA VIVA.
- E IMPOSSIBILIDADE FÍSICA, QUANDO EMANA DE FORÇAS NATURAIS,
DE FORMA QUE A PRESTAÇÃO COMBINADA NÃO POSSA SER
CUMPRIDA POR ULTRAPASSAR AS FORÇAS HUMANAS
● ELEMENTO IMATERIAL OU VÍNCULO JURÍDICO: É A FORÇA COERCITIVA QUE
A RELAÇÃO JURÍDICA POSSUI, PODENDO SER FORMAL OU INFORMAL. É O
ASPECTO QUE DOTA A OBRIGAÇÃO DE EXIGIBILIDADE.
- POSSUI DOIS ELEMENTOS: O DÉBITO, QUE UNE O DEVEDOR AO
CREDOR E EXIGE QUE AQUELE CUMPRA PRONTAMENTE A
OBRIGAÇÃO DE MANEIRA ESPONTÂNEA. A RESPONSABILIDADE, QUE
CONFERE AO CREDOR INSATISFEITO O DIREITO DE EXIGIR
JUDICIALMENTE O CUMPRIMENTO DA OBRIGAÇÃO, OU SEJA, É O
DEVER DE INDENIZAR OU RESSARCIR DANOS CAUSADOS PELO
DESCUMPRIMENTO DA OBRIGAÇÃO.
O SINALAGMA OBRIGACIONAL OCORRE QUANDO, DENTRO DA MESMA
OBRIGAÇÃO, OS SUJEITOS SÃO CREDORES E DEVEDORES ENTRE SI, AO MESMO
TEMPO.
3. ANÁLISE O ELEMENTO IMATERIAL DA OBRIGAÇÃO.
O ELEMENTO IMATERIAL É O VÍNCULO JURÍDICO QUE SUJEITA O DEVEDOR A
DETERMINADA PRESTAÇÃO EM FAVOR DO CREDOR, ASSIM COMO ATRIBUI
AO DEVEDOR O PODER DE EXIGIR A PRESTAÇÃO, CRIADO UMA RELAÇÃO
DE SUBORDINAÇÃO JURÍDICA, DEVENDO O DEVEDOR PRATICAR OU DEIXAR
DE PRATICAR ALGO EM FAVOR DO CREDOR. ESSE VÍNCULO É COMPOSTO
PELO DÉBITO E PELA RESPONSABILIDADE.
4. QUAIS AS FONTES OBRIGACIONAIS NO DIREITO BRASILEIRO?
A FONTE DO DIREITO OBRIGACIONAL É AQUILO QUE DEU ORIGEM À
OBRIGAÇÃO. ELAS PODEM SER LÍCITAS, QUANDO A MANIFESTAÇÃO DA
VONTADE OBEDECE À LEI, E ILÍCITAS, QUANDO NASCE UM DESVIO DE
CONDUTA. POR EXEMPLO, UMA COLISÃO DE CARRO.
- CONTRATOS: DECORREM DE UMA RELAÇÃO BILATERAL, OU SEJA,
NASCE PELO ENCONTRO DE VONTADES DAS PARTES EM FIRMAR O
VÍNCULO JURÍDICO. POR EXEMPLO, A COMPRA E VENDA, A
LOCAÇÃO, DENTRE OUTROS
- ATOS ILÍCITOS: A OBRIGAÇÃO SURGE DO DEVER DE INDENIZAÇÃO
PELOS PREJUÍZOS CAUSADOS POR TAL ATO. UMA OBRIGAÇÃO
REPARATÓRIA, DO CREDOR EM FUNÇÃO DO DEVEDOR.
- LEI: É FONTE PRIMÁRIA DAS OBRIGAÇÕES. É UMA FONTE EM DOIS
ASPECTOS: POR CRIAR UMA OBRIGAÇÃO DE MANEIRA LEGAL, COMO
A PENSÃO ALIMENTÍCIA, E POR SERVIR DE PARÂMETRO PARA A
INSTITUIÇÃO DA OBRIGAÇÃO, POIS NENHUMA OBRIGAÇÃO PODE SER
CONSTITUÍDA SE CONTRÁRIA À LEI.
- ATOS UNILATERAIS DA VONTADE: A OBRIGAÇÃO NASCE DA
DECLARAÇÃO DE UMA ÚNICA PARTE, FORMANDO-SE NO INSTANTE
QUE O AGENTE SE MANIFESTA COM A INTENÇÃO DE ASSUMIR UM
DEVER OBRIGACIONAL. SENDO EMITIDA A DECLARAÇÃO DA
VONTADE, ESTA SE TORNA PLENAMENTE EXIGÍVEL AO CHEGAR AO
CONHECIMENTO A QUEM FOI DIRECIONADA.
5. SOBRE OS ATOS UNILATERAIS COMO UMA DAS FONTES DE DIREITO
OBRIGACIONAL, ENUMERE-OS E DE SUA RESPECTIVA FUNDAMENTAÇÃO
JURÍDICA E CONCEITO.
● PROMESSA DE RECOMPENSA: A PROMESSA DE RECOMPENSA PODE
SER DEFINIDA COMO O ATO OBRIGACIONAL ONDE O CREDOR, POR
ANÚNCIO PÚBLICO, SE COMPROMETE A RECOMPENSAR OU
GRATIFICAR PESSOA QUE DESEMPENHE CERTO SERVIÇO OU
PREENCHA UMA CONDIÇÃO. INICIALMENTE, NA PROMESSA DE
RECOMPENSA, É IDENTIFICADO APENAS O DEVEDOR, O CREDOR
SURGIRÁ FUTURAMENTE, COM O CUMPRIMENTO DA CONDIÇÃO
ESTIPULADA. OU SEJA, É UM CREDOR DETERMINÁVEL. SE ALGUÉM
APRESENTAR AQUILO QUE FOI PEDIDO, O PROMITENTE (AQUELE
QUE SE OBRIGA, POR PROMESSA, A DAR, FAZER OU NÃO FAZER
ALGUMA COISA), VINCULADO POR SUA PROMESSA, TEM DE ACEITAR
A PRESTAÇÃO, MESMO QUE O SERVIÇO NÃO TENHA SIDO REALIZADO
NO INTERESSE DA RECOMPENSA, BASTA CORRESPONDER ÀS
CONDIÇÕES ANUNCIADAS. A PROMESSA PODE SER REVOGADA
ANTES DE CUMPRIDA A CONDIÇÃO, DESDE QUE SEJA DADA À
REVOGAÇÃO A MESMA PUBLICIDADE DISPENSADA A PROMESSA. SE
EXISTIR PRAZO PARA O CUMPRIMENTO, SUBTENDE-SE QUE O
PROMITENTE, DURANTE ESSE PERÍODO, RENÚNCIA AO DIREITO DE
REVOGAÇÃO. AO CANDIDATO DE BOA FÉ, FICA SALVAGUARDADO O
REEMBOLSO DAS DESPESAS FEITAS ANTES DA REVOGAÇÃO.
HAVENDO PLURALIDADE DE PESSOAS NO CUMPRIMENTO DA
OBRIGAÇÃO, AQUELE QUE PRATICA EM PRIMEIRO LUGAR TEM O
DIREITO A EXIGIR A RECOMPENSA, EM DETRIMENTO DOS DEMAIS.
CONTUDO, HAVENDO SIMULTANEIDADE NA EXECUÇÃO, POR NÃO
HAVER PREFERÊNCIA, A RECOMPENSA SERÁ DIVIDIDA IGUALMENTE
ENTRE OS DEVEDORES. CASO SEJA BEM INDIVISÍVEL, DECIDIRÁ POR
SORTEIO E AQUELE QUE FICAR COM O BEM DEVE DAR AOS OUTROS
AS PARTES QUE LHES CABE.
● GESTÃO DE NEGÓCIOS: ART. 861. AQUELE QUE, SEM AUTORIZAÇÃO
DO INTERESSADO, INTERVÉM NA GESTÃO DE NEGÓCIO ALHEIO,
DIRIGI-LO-Á SEGUNDO O INTERESSE E A VONTADE PRESUMÍVEL DE
SEU DONO, FICANDO RESPONSÁVEL A ESTE E AS PESSOAS COM
QUE TRATAR. POR EXEMPLO, QUANDO UM INDIVÍDUO ARROMBA
IMOVEL EM CHAMAS PARA APAGAR O FOGO. NESSE CASO, SEM A
AUTORIZAÇÃO DO DONO, A PARTE ASSUME A DIREÇÃO DO NEGÓCIO
E ATUA SEGUNDO O INTERESSE E VONTADE PRESUMÍVEL DO DONO
(APAGAR O FOGO).
- CONSTATANDO QUE A ATUAÇÃO DO GESTOR ESTÁ EM
DESCONFORMIDADE COM A VONTADE MANIFESTA OU
PRESUMÍVEL DO DONO, ESTE DEVERÁ INDENIZAR A PARTE.
RESPONDERÁ INCLUSIVE PELOS CASOS FORTUITOS, QUE EM
REGRA NÃO GERAM DIREITO A INDENIZAÇÃO.
- NA HIPÓTESE DE GESTÃO CONTRA A VONTADE MANIFESTA DO
INTERESSADO, O GESTOR, ALÉM DE RESPONDER PELOS
DANOS QUE OCORRAM, DEVERÁ REPOR AS COISAS AO SEU
ESTADO ANTERIOR. CASO NÃO SEJA POSSÍVEL, DEVERÁ
INDENIZAR A DIFERENÇA.
- O GESTOR DEVE LEVAR AO CONHECIMENTO DO DONO DO
NEGÓCIO A GESTÃO QUE ASSUMIU. SE ESTIVER EM PERIGO,
NÃO PRECISARÁ ESPERAR A RESPOSTA.
- O GESTOR DEVE ADMINISTRAR O NEGÓCIO COM ZELO,
TOMANDO AS PROVIDÊNCIAS NECESSÁRIAS PARA SEU BOM
ANDAMENTO. SE NÃO AGIR DESSA FORMA, CAUSANDO
PREJUÍZO AO DONO DO NEGÓCIO POR SUA CULPA, DEVERÁ
RESSARCI-LO.
● PAGAMENTO INDEVIDO: OCORRE QUANDO ALGUÉM RECEBE O QUE NÃO
LHE ERA DEVIDO E FICA OBRIGADO A RESTITUIR. É FEITO
VOLUNTARIAMENTE E POR ERRO.
- ART. 876. TODO AQUELE QUE RECEBEU O QUE LHE NÃO ERA DEVIDO
FICA OBRIGADO A RESTITUIR; OBRIGAÇÃO QUE INCUMBE ÀQUELE
QUE RECEBE A DÍVIDA CONDICIONAL ANTES DE CUMPRIDA A
CONDIÇÃO.
- QUEM RECEBE O PAGAMENTO INDEVIDO (ACCIPIENS)DEVE
DEVOLVÊ-LO.
- QUEM PAGOU INDEVIDO DEVE PROVAR NÃO SOMENTE TER
REALIZADO O PAGAMENTO, COMO TAMBÉM QUE O FEZ POR ERRO.
- AQUELE QUE RECEBE O PAGAMENTO INDEVIDO DE BOA-FÉ, DEVERÁ
DEVOLVER A COISA, MAS TERÁ DIREITO A CONSERVAR OS FRUTOS
PERCEBIDOS. EM CASO DE MÁ-FÉ DO ACCIPIENS, DEVERÁ
DEVOLVER O QUE RECEBEU, JUNTAMENTE COM SEUS FRUTOS.
● ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA: AQUELE QUE, SEM JUSTA CAUSA, AUFERIR
VANTAGEM PATRIMONIAL À CUSTA DE OUTRA PESSOA. NÃO SE CONFUNDE
COM ENRIQUECIMENTO ILÍCITO, POIS ESTE DECORRE DE ATO ILÍCITO. POR
EXEMPLO, O PAGAMENTO INDEVIDO.
- ART. 884. AQUELE QUE, SEM JUSTA CAUSA, SE ENRIQUECER À CUSTA
DE OUTREM, SERÁ OBRIGADO A RESTITUIR O INDEVIDAMENTE
AUFERIDO, FEITA A ATUALIZAÇÃO DOS VALORES MONETÁRIOS.
PARÁGRAFO ÚNICO. SE O ENRIQUECIMENTO TIVER POR OBJETO
COISA DETERMINADA, QUEM A RECEBEU É OBRIGADO A
RESTITUÍ-LA, E, SE A COISA NÃO MAIS SUBSTITUIR, A RESTITUIÇÃO
SE FARÁ PELO VALOR DO BEM NA ÉPOCA EM QUE FOI EXIGIDO.
- ART. 885. A RESTITUIÇÃO É DEVIDA, NÃO SÓ QUANDO NÃO TENHA
HAVIDO CAUSA QUE JUSTIFIQUE O ENRIQUECIMENTO, MAS TAMBÉM
SE ESTA DEIXOU DE EXISTIR.
CLASSIFICAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES
CLASSIFICAÇÃO QUANTO À PRESTAÇÃO
● POSITIVA: IMPLICA A PRÁTICA DE UMA AÇÃO, O QUE SIGNIFICA QUE SUA
REALIZAÇÃO DEPENDE DE UM COMPORTAMENTO DE AGIR DO DEVEDOR
- OBRIGAÇÃO DE DAR E FAZER
- EXEMPLO: OBRIGAÇÃO DE PAGAR DETERMINADA QUANTIA EM DINHEIRO.
● NEGATIVA: SÃO AQUELAS QUE PARA A SATISFAÇÃO DA OBRIGAÇÃO NÃO HÁ
NECESSIDADE DE UM FAZER, PELO CONTRÁRIO, SE CUMPRE A PARTIR DE
UMA ABSTENÇÃO.
- OBRIGAÇÃO DE NÃO FAZER.
- EXEMPLO: OBRIGAÇÃO DO LOCATÁRIO DE NÃO SUBLOCAR O IMÓVEL.
OBRIGAÇÕES POSITIVAS:
● OBRIGAÇÃO DE DAR: Assume a forma de entrega ou restituição de determinada
coisa. É aquela em virtude da qual o devedor fica obrigado a promover, em
benefício do credor, a tradição da coisa, que pode ser determinada
(obrigações de dar coisa certa - arts. 233 a 242); ou indeterminada
(obrigações de dar coisa incerta - arts. 243 a 246). Os atos de entregar ou
restituir podem ser resumidos numa única palavra: tradição.
- Na obrigação de dar, o objetivo é a transferência de domínio, que se encontra com o
devedor na qualidade de proprietário. Na obrigação de restituir, a coisa se acha com
o devedor para seu uso, mas pertence ao credor, titular do direito real.
- EXEMPLO: Na compra e venda, gera-se uma obrigação de dar para ambos os
contratantes. A do vendedor é cumprida mediante a entrega da coisa vendida, e a
do comprador, com a entrega da quantia.
● OBRIGAÇÃO DE DAR COISA CERTA: é a que visa à entrega de objeto certo e
determinado, de tal modo individualizado que o devedor não possa confundi-lo com
outro, ou seja, a coisa está perfeitamente identificada por suas características. É o
bem identificado pelo gênero, pela espécie e pela quantidade; ex.: entregar a seu
dono a gata Mimi ou a aliança de casamento perdida.
- A obrigação de dar coisa certa abrange os seus acessórios, embora não
mencionados, a menos que se tenha estipulado em contrário. Assim,
presume-se que o bem acessório está sempre incluso.
- Perda ou deterioração da coisa (consequências para o devedor): Enquanto
não se transferir para o credor, a coisa ainda pertence ao devedor,
constituindo-se então, como obrigação sua de fazer, velar pela conservação
do bem (ant. CC, art. 80), e mesmo, defendê-lo contra terceiros,
judicialmente, inclusive. Por isso, para que decorram consequências para o
devedor, o pressuposto é que a perda ou a deterioração da coisa ocorram
antes de sua tradição/ transcrição ou enquanto pender a condição
suspensiva (CC, art. 234).
a) Na hipótese de perda da coisa - se tal ocorrer:
1) sem culpa do devedor - resolve-se a obrigação para ambas as partes (CC,
art. 234, 1' parte);
2) com culpa do devedor - responde ele pelo equivalente em dinheiro, isto é,
o valor que a coisa tinha ao perecer, mais perdas e danos (CC, art. 234, 2'
parte).
b) Na hipótese de deterioração da coisa - se tal:
1) sem culpa do devedor- ou o credor considera extinta a obrigação (pois a
coisa não é mais a mesma); ou a aceita, abatido do seu preço o valor que ela
perdeu (CC, art. 235), por acordo entre as partes ou por decisão do judiciário;
2) com culpa do devedor - ou o credor exige o equivalente em dinheiro; ou
aceita o bem no estado em que se achar, em ambos os casos mais perdas e
danos (CC, art. 236).
PERDA/PERECIMENTO: É a destruição completa da coisa, sua inutilização fisica ou
funcional de maneira permanente.
DETERIORAÇÃO: Perda parcial da coisa, diminuição do seu valor, da sua utilidade e
funcionalidade enquanto objeto.
OCORRENDO PERECIMENTO DA COISA ANTES DA TRADIÇÃO (ENTREGA),
RESOLVE-SE A OBRIGAÇÃO, APLICANDO O PRINCÍPIO RES PERIT DOMINO (A
COISA PERECE PARA O DONO). COMO AINDA NÃO HOUVE A TRADIÇÃO, A
COISA PERTENCE AO DEVEDOR, QUE ESTARÁ OBRIGADO A DEVOLVER AO
CREDOR O QUE JÁ HOUVER RECEBIDO PELO NEGÓCIO.
- Melhorias na coisa: conseqüências para o devedor: é necessário que as vantagens
tenham ocorrido antes da tradição da coisa, quando então esta ainda pertence ao
devedor, o qual poderá, alternativamente:
a) Exigir aumento no preço (CC, art. 237, 1a parte) - cabendo a ele, como dono,
fixá-lo (e não ao juiz), pois a coisa passou a ser outra; ex.: se a égua (ainda não
prenha, conhecidamente), prometida para certa data, vier a parir antes desta um
potro, a cria será do devedor, cujo valor poderá ser acrescido ao da mãe, se o credor
a quiser, também.
b) Resolver a obrigação (CC, art. 237, 2a parte) - se o credor não anuir nesse
aumento de preço, pois não estará cumprindo sua obrigação, como sua parte no
negócio.
- Quanto aos frutos (CC, art. 237, par. único), por serem acessórios da coisa, cujo
princípio seguem (ant. CC, art. 60):
a) Os percebidos: são do devedor.
b) Os pendentes: serão do credor
● OBRIGAÇÃO DE RESTITUIR COISA CERTA: É a que se destina a devolver a
outrem o uso, a fruição ou a posse direta da coisa que lhe pertence; ex.: devolver o
apartamento após o término da locação; devolver o livro emprestado, findo o prazo.
- Perda ou deterioração da coisa: consequências para o devedor: sua
devolução tem como pressuposto, para que surjam consequências para o
devedor, que a perda ou a deterioração da coisa ocorram antes de sua
tradição ou enquanto pender condição suspensiva.
a) Na hipótese de perda da coisa:
1) sem culpa do devedor, o credor arcará com os prejuízos, extinguindo-se a
obrigação (CC, art. 238), que fica sem objeto em se perdendo a coisa. Ou
seja, o credor sofrerá a perda, e a obrigação se resolverá, ressalvados os
seus direitos até o dia da perda; ex.: se a casa alugada se incendiar, o
dono-locador é quem vai sofrer as conseqüências;
2) com culpa do devedor, este responderá pelo equivalente, mais perdas e
danos (CC, art. 239), pois lhe cabia conservar e proteger a coisa.
b) Na hipótese de deterioração da coisa:
1) sem culpa do devedor, o credor receberá a coisa no estado em que se
achar, sem direito a qualquer indenização (CC, art. 240, 1ª parte), pois o
devedor não pode responder pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou
força maior (CC, art. 393);
2) com culpa do devedor, o credor poderá ou exigir o equivalente (em
dinheiro); ou aceitar a coisa no estado em que se achar, em ambos os casos
mais perdas e danos (CC, art. 240, 2ª parte).
- Melhorias na coisa: É necessário que as vantagens tenham ocorrido antes da
tradição da coisa, valorizando-a, para que surtam efeitos para o devedor ou para o
credor. Se tal acontecer:
a) Sem despesa ou trabalho do devedor - lucrará o credor, sem pagar indenização,
pois a coisa lhe pertence (CC, art. 241) e os melhoramentos foram devidos ou aos
frutos produzidos pela própria coisa ou então advieram por acessão natural (CC, art.
1.248, I/V).
b) Com despesa ou trabalho do devedor - os princípios de regência são os das
benfeitorias (CC, art. 242 c/c arts. 1.219/1.222), a saber:
1) se devedor estiver de boa-fé, terá direito à indenização pelos melhoramentos
necessários e úteis, podendo sobre estes exercer o direito de retenção; e, quanto
aos melhoramentosvoluptuários, poderá levantá-los (quando não houver detrimento
para a coisa), se não lhe forem pagos;
2) se o devedor estiver de má-fé, terá direito a ser ressarcido apenas dos
melhoramentos necessários, mas sem o direito de retenção pela importância destes
e dos úteis, nem o direito de levantar os voluptuários, estes 10 dois últimos ficando
perdidos em favor do credor, como compensação pelo tempo em que ficou privado
do bem (jurisprudência)
- Especificamente quanto aos frutos (CC, art. 242, par. único c/c arts. 1.214/1.216):
a) Se o devedor estiver de boa fé, os já percebidos serão dele.
b) Se o devedor estiver de má fé, responderá pelos colhidos e pelos que deixou de
perceber, tendo, porém, direito às despesas de produção e custeio.
● OBRIGAÇÃO DE DAR COISA INCERTA: É aquela que tem um objeto impreciso
inicialmente, mas que será determinado quando o devedor afinal escolher a coisa,
mediante cuja entrega cumprirá a obrigação. Nesse caso, a coisa é determinada
somente pelo gênero e pela quantidade. Ex: Pedro promete dar um cavalo de seu
arras a João.
- Para que a obrigação seja satisfeita, o credor precisa concentrar seu objeto
entre vários que se enquadram no gênero. trata-se da fase de concentração,
que se completa com a cientificação do credor acerca da escolha.
- A escolha da prestação: É o ato jurídico unilateral, pelo qual a coisa é
individualizada e cuja prestação se manifesta no momento mesmo do
cumprimento da obrigação. Se faz pelo processo de CONCENTRAÇÃO, por
meio do qual o objeto incerto se torna certo. Se nada disser a obrigação
sobre essa escolha, a mesma será exercida pelo devedor.
- Sobre a concentração da coisa:
a) O valor da coisa a ser prestada - Segue o princípio do meio termo ou da
qualidade mediana. Não pode ser, obrigatoriamente, nem a melhor nem a
pior, mas o meio-termo, ante o princípio da boa-fé (CC, art. 244, 2ª parte).
b) A quem cabe a escolha (CC, art. 244, 1ª parte c/c CPC, art. 629) - 1) na
omissão do contrato, é do devedor, que deverá ser citado para entregar as
coisas individualizadas;
- Momentos relativos à escolha:
1) antes da escolha, não poderá o devedor alegar perda ou deterioração da
coisa, ainda que por força maior ou caso fortuito (CC, art. 246), porquanto,
em regra, o gênero nunca perece (genus nunquam perit), salvo raríssimas
exceções; ex.: quem prometer 1.000 sacas de arroz na esperança, frustrada,
de boa safra da própria fazenda, poderá cumprir sua obrigação apelando
para o produto colocado no mercado, não obstante;
2) depois da escolha, a obrigação converte-se em coisa certa, regendo-se
pelas correspondentes normas (CC, art. 245; CPC, art. 631 c/c arts.
621/628), tendo o credor o direito de exigir a coisa escolhida.
- CONCENTRAÇÃO COMPULSÓRIA: A ESCOLHA É INVOLUNTÁRIA PELA
EXTINÇÃO DAS DEMAIS ALTERNATIVAS DE PAGAMENTO
● OBRIGAÇÃO DE FAZER: É aquela pela qual o devedor se compromete a prestar
um trabalho ou ato (que não seja uma entrega), em benefício do credor; ex.: ensinar
matemática ao filho do patrão; mandar plantar uma árvore no próprio sítio;
sujeitar-se à novação; aceitar uma doação.
- Se divide em duas espécies:
a) Fungível: Nos casos em que é indiferente ao credor a individualidade
do devedor. Por exemplo, quando se contrata uma pessoa para pintar
uma casa. Tal ação poderia ser feita por outra pessoa, sem acarretar
em prejuízos ao credor.
b) Infungível: É aquela que, por natureza, não admite substituição do
devedor. Por exemplo, contratar o show do cantor Harry Styles.
Nesse caso, a obrigação somente pode ser realizada pelo obrigado,
pois, de outra forma, haveria prejuízo para o credor.
- Descumprimento da obrigação de fazer: conseqüências
a) A impossibilidade da prestação - se ocorrer:
1) sem culpa do devedor, resolver-se-á a obrigação (CC, art. 248, 1ª parte),
cabendo àquele provar a impossibilidade absoluta (CC, art. 123, I); ex.:
provada a perda da voz, o cantor estará isento de cumprir o prometido;
2) por culpa do devedor, ele responderá por perdas e danos (CC, arts. 248,
2ª parte e 389); ex.: se o cantor permanecer no estrangeiro, por motivos
pessoais, responderá pelo prejuízo que tiver causado à empresa que o
contratou.
b) A recusa ou a mora do devedor
1) sendo infungível a obrigação: A obrigação é exigível somente pelo
obrigado, o devedor tem de indenizar o credor em perdas e danos (CC, art.
247), porque ninguém pode ser coagido a determinado ato;
2) sendo fungível a obrigação: o credor pode mandar executar o fato por
terceiro à custa do devedor, sem prejuízo da indenização cabível por perdas
e danos (CC, art. 249; CPC, arts. 632/641) - execução essa que, em caso de
urgência, mesmo sem autorização judicial pode o credor efetuar ou mandar
seja efetivada, com posterior ressarcimento (CC, art. 249, par. único).
Trata-se do princípio da auto tutela de urgência.
OBRIGAÇÕES NEGATIVAS:
● OBRIGAÇÃO DE NÃO FAZER: é aquela que se distingue negativamente pela
abstenção de um ato, que era lícito ao devedor executar ou proibir, em favor de
outrem. Ou seja, o devedor se abstém de fazer algo que é lícito e possível em favor
do credor. ex.: obrigar-se o inquilino a não trazer gatos ou cachorros para o
apartamento; não impedir que o vizinho passe por sua fazenda; concordar em pagar
sozinho um muro comum.
- Espécies: Há de se distinguir as duas modalidades de não-fazer:
a) Reversivel
b) irreversível
- Descumprimento da obrigação de não-fazer:
a) Na impossibilidade da abstenção do fato sem culpa do devedor -
isto é, por caso fortuito ou força maior (CC, art. 393 e par. único),
resolve-se a obrigação, exonerando-se o devedor (CC, art. 250); ex.: a
permissão de passagem pode impossibilitar-se por fenômeno da
natureza, como o aluvião ou a avulsão; a promessa de não levantar
um muro para não tirar a claridade do prédio vizinho pode esbarrar na
imposição do poder público, que mandar construir aquele por motivo
de segurança.
b) Na impossibilidade da abstenção do fato por culpa do devedor - isto
é, por realizar ato que lhe era vedado (CC, art. 251 e par. único; CPC,
arts. 642, 643 e par. único) - o credor:
1) pode exigir judicialmente que o ato se desfaça, sob pena de o ser à
custa do devedor, mais as perdas e danos porventura decorrentes de
uma reposição incompleta;
2) pode, independentemente de autorização judicial (em caso de
urgência), desfazer ou mandar desfazer, sem prejuízo do
ressarcimento devido.
c) Se for impossível o desfazimento do ato - a obrigação resolve-se em
perdas e danos; ex.: ante os danos irreversíveis causados pela
revelação de um segredo industrial, só restará a indenização
pecuniária.
CLASSIFICAÇÃO QUANTO A PLURALIDADE DE SUJEITOS E OBJETOS
● OBRIGAÇÕES SIMPLES: SOMENTE UM DEVEDOR E UM CREDOR. UM
ÚNICO OBJETO. Obrigação simples é aquela que incide sobre uma única
prestação (de dar, fazer ou não-fazer); ex.: entregar ou devolver um livro;
fornecer o vinho prometido para a festa de casamento de um sobrinho, após
especificar a qualidade da bebida e quantificá-la pelo número de convidados
para a recepção; pintar a própria casa; não conversar na sala de aula.
● COMPOSTAS: PLURALIDADE DE SUJEITOS-OBJETOS. UM CREDOR E
DOIS DEVEDORES, POR EXEMPLO. OBJETOS DISTINTOS. Obrigação
cumulativa é aquela que abrange mais de uma prestação, constituindo porém
uma só obrigação, no entanto; ex.: compromissar-se a vender o lote de
terreno e nele construir uma casa; comprometer-se a pescar na lagoa e a não
caçar no bosque vizinho.
OBRIGAÇÕES COMPOSTAS PELA MULTIPLICIDADE DE OBJETOS:
● OBRIGAÇÕES CUMULATIVAS: É aquela que abrange mais de uma
prestação, constituindo porém uma só obrigação, no entanto; ex.:
compromissar-se a vender o lote de terreno e nele construir uma casa;
comprometer-se a pescar na lagoa e a não caçar no bosque vizinho.
- Liberação do devedor: Ocorre apenas quando ele cumprir todas as
prestações; ex.: o pintor de uma casa, que deixou o trabalho pelo
meio, não concluiu a tarefa que assumira.
● OBRIGAÇÃO ALTERNATIVA: É aquela que, dentre duas ou mais prestações,
o devedor a cumpre ao satisfazer uma só delas;ex.: em vez de rejeitar a
coisa, redibindo o contrato, pode o adquirente reclamar abatimento no preço
(CC, art. 442); o alimentante pode pensionar o alimentando, ou dar-lhe em
casa hospedagem e sustento (CC, art. 1.701).
- Princípios fundamentais:
a) Liberação do devedor - basta cumprir uma só das prestações,
mediante escolha sua, do credor ou de terceiro, para o devedor
livrar-se de sua obrigação
b) Elemento constitutivo da obrigação alternativa - é a escolha
(concentração), pois é mediante esta que a prestação se individualiza,
tornando-se de complexa em simples. Por isso ocorrerá:
1) concentração no s) objeto (s) remanescente(s) - caso ocorra o
perecimento de algum ou alguns dos vários objetos sujeitos à escolha;
ex.: a obrigação de entregar um dentre quatro cavalos determinados,
em morrendo dois ou três deles a obrigação se irá transformando de
complexa em simples, concentrando-se no(s) cavalo(s)
sobrevivente(s);
2) extinção da obrigação: caso pereçam todos os objetos da
prestação; ex.: se morrerem os quatro cavalos acima referidos.
c) O ato de escolha: não depende de forma especial- devendo ser
externada: pelo devedor, até o pagamento; e pelo credor, até o
ingresso em juízo
- Direito de escolha: Cabe ao devedor, se outra coisa não estipular o
contrário
- Conseqüências da impossibilidade das prestações:
a) Impossibilidade sem culpa do devedor (originária ou superveniente)
– em razão de perecimento do objeto, ocasionado por caso fortuito ou
força maior.
1) se a impossibilidade for de uma das duas prestações - a obrigação
subsistirá quanto à outra (CC, arts. 253 e 184, 1ª parte); ex.: na
obrigação de dar um milhão ou um imóvel (que veio a incendiar-se),
subsistirá o dinheiro; na obrigação de demolir o imóvel ou recuperá-lo,
se a Prefeitura não permitir as reformas, só restará a demolição;
2) se a impossibilidade for de todas as prestações - extinguir-se-á a
obrigação (CC, art. 256), exceto para o devedor em mora (CC, art.
399); ex.: incendiando-se a casa e morrendo o cavalo prometido, nada
poderá ser exigido, salvo se tais fatos ocorrerem após a data ajustada
para a obrigação.
b) Impossibilidade por culpa do devedor
1) se a impossibilidade for de uma das duas prestações , em
competindo a escolha ao credor, este terá direito à prestação
subsistente ou ao valor da outra, mais perdas e danos (CC, art. 255, 1ª
parte), eis que tinha o direito de escolher uma das prestações; mas em
competindo a escolha ao devedor, a obrigação se concentra na
remanescente;
2) se a impossibilidade for de todas as prestações -
a) em competindo a escolha ao devedor, este ficará obrigado a pagar
o valor da prestação que por último se impossibilitou (na qual se
concentrou a obrigação), mais as perdas e danos devidos (CC, art.
254); mas
b) em competindo a escolha ao credor, este poderá reclamar o valor
de qualquer das duas prestações, mais a indenização pelas perdas e
danos (CC, art. 255, 2ª parte)
● OBRIGAÇÃO FACULTATIVA: é aquela que, embora tendo por objeto uma
única prestação, oferece ao devedor a permissão de substituí-la por outra (à
sua exclusiva escolha); ex.: se o contrato admitir que a entrega de 50 kg de
café possa ser substituída por R$ 100,00, ao devedor será facultado entregar
o dinheiro em vez do grão.
- É UMA TÍPICA OBRIGAÇÃO SIMPLES, POIS TEM SOMENTE UM
OBJETO. SE TEM UM ÚNICO OBJETO DEVIDO, MAS AS PARTES
ESTIPULAM UM PRIVILÉGIO AO DEVEDOR, ONDE ELE PODE
SATISFAZER A OBRIGAÇÃO COM UM OBJETO DAQUELE
DIVERSO DAQUELE PRETENDIDO. PARTÍCULA MAS.
- DIREITO ACESSÓRIO OU SECUNDÁRIO
- SÓ PODE COBRAR O BEM PRINCIPAL, MAS NÃO O ACESSÓRIO.
- SE SE DETERIORAR O OBJETO ACESSÓRIO, A OBRIGAÇÃO
CONTINUA SENDO DEVIDA. O ACESSÓRIO NÃO IMPACTA NA
OBRIGAÇÃO.
- SE O PRINCIPAL FOR DESTRUÍDO, NÃO PODERÁ COBRAR O
ACESSÓRIO. RESOLVE-SE A OBRIGAÇÃO.
Obrigação facultativa x obrigação alternativa
a) Na obrigação facultativa - há unidade de prestação: apenas a lei ou o contrato
permitem ao devedor a substituição de seu objeto; por isso o credor só poderá
exigir, em juízo, a obrigação prevista no contrato, ressalvado ao devedor o
substituí-la.
b) Na obrigação alternativa - há pluralidade de prestações, com objetos distintos,
uma suprindo a outra no caso de uma delas se impossibilitar ; por isso, em juízo o
credor poderá pedir uma ou outra prestação (se a escolha lhe couber), e o devedor
poderá solver qualquer delas a escolha for sua).
OBRIGAÇÃO COMPOSTA CUMULATIVA: PARTÍCULA E. EX: ENTREGAR UM
CARRO E UMA MOTO.
OBRIGAÇÃO COMPOSTA ALTERNATIVA: PARTÍCULA OU. EX: ENTREGAR UM
CARRO OU UMA MOTO.
OBRIGAÇÃO FACULTATIVA: PARTÍCULA MAS.
OBG CUMULATIVA: SE HOUVER PERECIMENTO OU DETERIORAÇÃO DE UM DOS
BENS, INVIABILIZAÇÃO NO CUMPRIMENTO DA OBRIGAÇÃO.
ALTERNATIVA: SE TORNA UMA OBRIGAÇÃO SIMPLES COM A
DETERIORAÇÃO-PERECIMENTO, PORQUE REMOVE A POSSIBILIDADE DE ESCOLHA.
FACULTATIVA: O PERECIMENTO DO OBJETO NÃO EXTINGUE A OBRIGAÇÃO. SEM
CULPA, RESOLVE-SE A OBRIGAÇÃO
OBRIGAÇÃO COMPOSTA PELA MULTIPLICIDADE DE SUJEITOS:
● OBRIGAÇÕES DIVISÍVEIS: é aquela cuja prestação é susceptível de
cumprimento parcial, sem prejuízo de sua substância ou de seu valor
econômico (CC, art. 257); ex.: a demarcação entre dois prédios pelos seus
confinantes (CC, art. 1.297); comprometer-se 20 a não impedir que o vizinho
atravesse as terras nem pesque na lagoa de propriedade dele, promitente.
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