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Torchs na gestação

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Julia Folly, medicina 7º semestre. 09/02/2023
Torchs na gestação
Ginecologia e Obstetrícia
Conceitos gerais
T: toxoplasmose
O: outras infecções
R: Rubéola
C: citomegalovírus
He: Herpes simples/ genital/ Hepatites/ HIV
S: Sí�lis
→ Podem Interferir na progressão da gravidez e causar malformações→ quanto mais
avançada a gestação, menor o risco fetal da infecção
→Herpes é o único que temmais diagnóstico clínico, o restante é sorológico geralmente
. Toxoplasmose .
→ Toxoplasma gondii, protozoário
→ Gatos: hospedeiros de�nitivos; Somos hospedeiros transitórios
Clínica
→ assintomáticas, com sintomas inespecí�cos (calafrios, mialgia, adenopatia cervical
simétrica)
→Mais preocupante em gestantes e imunodeprimidos→ preocupação com toxoplasmose
congênita, com transmissão placentária!!→ transmissão vertical é mais comum em 2 - 3º
trimestre, mas mais perigosas em 1º trimestre
- Alterações oculares: retinocoroidite, atro�a do nervo óptico, microftalmia, paralisia
ocular, catarata e estrabismo
- Alterações neurológicas: microcefalia, ventriculomegalia, surdez neurossensorial,
encefalomalácia, porencefalia e calci�cações cerebrais
- Alterações sistêmicas (mais raras): hepatoesplenomegalia, trombocitopenia, oligo ou
polidrâmnio e hidropisia com derrame pericárdico,
- Outras: perda fetal, natimortalidade e prematuridade
Rastreio
→ sorologia
→ IgM: produção em ~ 1 - 2 semanas após a infecção; pode continuar alto por anos; baixa
especi�cidade, tendo muitos falso-positivos
→ IgG: produção em 1 - 2 semanas após positivar o IgM
- Avidez: só tem alta sensibilidade e especi�cidade em IG < 16 s; em > 16, não é muito
con�ável em indicar o tempo da infecção!!
1 .
Julia Folly, medicina 7º semestre. 09/02/2023
→ IgG e IgM (-): paciente nunca foi infectada→ orientar a não comer alimentos crus,
enlatados, lavar verduras/ hortaliças muito bem, evitar comer esses alimentos em
restaurantes (não sabe sobre a higiene), ter mínimo contato com gato; Repetir a sorologia
mensalmente
→ IgG (+) e IgM (-): paciente teve contato com a toxoplasmose há mais de 6 meses e está
imune (é imunocompetente)→ não precisa fazer sorologia mais ao longo do pré natal!
→ IgG (-) e IgM (+): investigar se tem infecção aguda no início ou se foi só um falso positivo;
Pode solicitar PCR para con�rmar
- iniciar o tratamento!!→ Espiramicina
- Repetir sorologia em 14 - 21 dias
TTO tríplice: Sulfadiazina, Pirimetamina e Ácido folínico
- Se vier positivo novamente após esse tempo e com IgG (-): tratar como falso positivo
e paciente suscetível à infecção; Suspende a medicação
- Se IgG (+): ocorreu soroconversão→ indicar a gestante como Gestação de Alto risco e
encaminhar para esse pré-natal + noti�cação da infecção→ realização de
amniocentese e US seriada para acompanhamento
● mantém a espiramicina se a IG < 16 semanas. dependendo da avidez do IgG
a) avidez alta: suspende espiramicina e trata como suscetível
b) avidez baixa: soroconverteu agora = mantém espiramicina
● IG > 16s – substitui a espiramicina pelo tratamento tríplice
2 .
Julia Folly, medicina 7º semestre. 09/02/2023
- < 16 semanas: avidez alta do IgG signi�ca que a paciente teve a infecção antes da
gravidez→ conduz como imune
- < 16 semanas: avidez baixa do IgG: trata como infecção aguda + noti�ca→ encaminha
para alto risco, amniocentese e US seriado
- > 16 semanas: trata a infecção! suspende a espiramicina e administra o tratamento
triplo
Diagnóstico da infecção fetal
→ amniocentese do líquido amniótico com análise do PCR é padrão ouro; faz em IG > 18
semanas e em infecção materna > 4 semanas (pela sorologia)
OBS: antes da amniocentese, tem que já saber a sorologia materna para as outras TORCH e
fator Rh (se mãe Rh -, adm imunoglobulina anti-D antes do procedimento!!)
→ USG: tem sensibilidade baixa, só mostrando a infecção fetal quando os sintomas já são
mais graves (microcefalia, hidrocefalia, calci�cações cerebrais, catarata, hepatomegalia)
. Rubéola .
Conceitos gerais
→ “sarampo alemão”; transmissão por secreções nasofaríngeas
→ Teratogênese!! Transmissão hematogênica pela placenta para o feto, que pode ter lesão
isquêmica dos órgãos→ síndrome da rubéola congênita. Tem que ter muito cuidado
pré-concepcional - sorologia para rubéola e vacinação de indivíduos suscetíveis; não tem
tratamento intrauterino
→ Não existe tratamento
Clínica
→Maioria dos pacientes são assintomáticos, sendo um quadro autolimitado, só sendo mais
preocupante para os fetos mesmo
→ Clínica: sintomas inespecí�cos de virose que iniciam entre 14 - 21 dias após a infecção +
exantema característico + linfadenopatia generalizada + sintomas reumatológico
3 .
Julia Folly, medicina 7º semestre. 09/02/2023
→Manchas de Forchheimer - manchas rosadas no palato mole; ocorre em ⅕ dos pacientes
→ Exantema: erupção cutânea clássica é maculopapular eritematosa
→ No 3º trimestre tem um risco maior de restrição de crescimento intra útero; mas no início
da gravidez temmaior chance de abortamento
Diagnóstico
→ Diagnóstico de infecção materna: Clínica + exames laboratoriais
→ Diagnóstico por IgG e IgM após 7 - 10 dias da infecção; Repetir o exame 3 - 3 semanas
depois
**IgG pode ter reação cruzada com fatores reumatóides→ teste de avidez pode auxiliar no
diagnóstico!!
→ Diagnóstico de infecção fetal: por biópsia ou PCR da vilosidade coriônica; feito entre 10 -
20 semanas
→ Alterações ultrassonográ�cas:
- Hidrocefalia
- Microcrania
- Anomalia cardíaca
- Hepatoesplenomegalia
- Catarata
- Hidropisia
Conduta
→ Sintomático: acetaminofeno
→ Em complicações de encefalopatia ou trombocitopenia: glicocorticóides e transfusão
plaquetária
→ Aconselhamento genético (pode ter malformações congênitas)
→ Evitar engravidar 28 dias após a vacinação
. Citomegalovírus .
Conceitos gerais
→Herpes vírus tipo 5
→ Após a infecção, o vírus �ca incubado em células mononucleares e se manifesta em
quadros de imunossupressão
→ Teratogênese!! malformações no SNC principalmente em 1º trimestre
→ Transmissibilidade permanece possível por 2 anos; pode ser transplacentária, por
secreções no parto e na amamentação
Clínica:
→assintomáticos ou com sintomas inespecí�cos de virose
Diagnóstico:
→ Leucocitose e presença de linfócitos atípicos no hemograma
→ IgM �ca reagente 1 a 3 semanas após a infecção e se mantém por 9 a 12 meses
→ IgG �ca reagente 3 a 5 semanas após a infecção e mantém por tempo indeterminado;
solicitar a avidez, caso venha positivo
4 .
Julia Folly, medicina 7º semestre. 09/02/2023
Conduta e Tratamento
→ Se infecção em 1º trimestre: Valaciclovir desde o diagnóstico até 21 semanas, mas não usar
em 2 e 3º trimestre!! Tem alto custo e não tem no SUS
→ Se IgG e IgM (-)/ paciente suscetível: medidas sanitárias:
● Assumir que crianças <3 anos tenham citomegalovírus na urina e na saliva→ evitar
contato
● Lavar as mãos com sabão e água quente após qualquer cuidado com a criança.
● Não compartilhar talheres, copos, toalhas, lençóis e travesseiros.
● Evitar dormir na mesma cama.
● Lavar as roupas separadamente.
● Uso de máscara em caso de infecção con�rmada.
Avaliação do quadro:
→ Exames laboratoriais: hemograma, creatinina, uréia e enzimas hepáticas (4/4 semanas)
→ Amniocentese para realizar PCR do líquido amniótico: apenas após 21 semanas
→ Acompanhamento com USG obstétrico doppler e ecocardiogra�a fetal; Neurossonogra�a
fetal: avaliar SNC
Condutas/ Orientações à citomegalovirose no puerpério
→ Não amamentar recém-nascido com idade gestacional <32 semanas ou ≤ 1,5k→ usar as
fórmulas arti�ciais
→ Recém-nascido de termo recomenda-se o aleitamento, mas ainda assim tem risco de
infecção: orientar a paciente!
. Herpes simples genital .
→ Vírus DNA
→ Tem período de remissão e recorrência
→ Classi�cação dos quadros:
- Primário: paciente sem anticorpos para os vírus; são mais exacerbados, com lesões
genitais
- Primeiro episódio não primário: paciente tem algum anticorpo (ex contra herpes tipo
1) e se infecta por herpes que não tem anticorpo (ex herpes 2)
- Recorrente: o episódio é causado pelo vírus já previamente adquirido.
5 .
JuliaFolly, medicina 7º semestre. 09/02/2023
→ Geralmente a manifestação se restringe às lesões cutâneas, mas pode aparecer com
sintomas generalizados
→ Infecção fetal:
- ocorre no parto; rara a transmissão vertical transplacentária!
- lesão ativa de herpes genital indica cesária!!
- A infecção herpética neonatal manifesta-se com: doença ocular cutâneo-mucosa,
doença do sistema nervoso central e doença disseminada; Tem alta
taxa de mortalidade!!
→ Diagnóstico é por anamnese (questionar sobre herpes genital e oral
tanto pra paciente quanto pra parceira/o) e exame físico: lesão genital
ulcerada geralmente é herpes; Também faz diagnóstico por PCR ou
cultura da lesão, mas não espera o resultado para tratar!! PCR tem
disponibilidade muito baixa
→ Tratamento: inicia empírico, com Aciclovir!
- Primeiro ou segundo trimestres: Aciclovir 400 mg, via oral, 8/8
horas, por 5 a 7 dias (supressão a partir da 36ª semana)
- Terceiro trimestre/ a partir da 36ª semana: Aciclovir deve ser mantido com amesma
posologia até o parto.
- Casos de recorrências frequentes, sintomas graves, risco de prematuridade: Aciclovir
400 mg, 8/8 horas, por 5 dias. (supressão a partir da 36a semana)
→Maioria das infecções ocorre quando a infecção primária ocorre no 3º trimestre
→ Se a mãe tiver lesão ativa na mama: não fazer aleitamento por essa mama!!
→Lesão genital ativa ou a < 6 semanas antes do parto: parto cesárea!!
Pontos importantes:
1. Não faz rastreio universal - métodos com baixa sensibilidade ou disponibilidade
2. comunicar parceiros sexuais na presença da doença
3. sempre questionar sobre as lesões ulceradas genitais e orais na paciente e em
parceiros/as
4. Parceria com história de herpes: indicada a abstinência no 3º trimestre
5. lesões não genitais: não indicam cesárea!
6. não contraindica aleitamento
7. herpes neonatal é tão importante quanto o pós natal: após o nascimento, inibir o
contato do RN com lesões
. Hepatites virais .
● Hepatite A
→ transmissão oral-fecal
→ Geralmente os quadros em adultos são sintomáticos, autolimitados e generalizados como
virose; também podem ter colúria, acolia, febre e icterícia→ trata ambulatorialmente
→ Quadros graves: encefalopatia, coagulopatia e debilidade severa→ indica internação
→ Diagnóstico: IgM anti HVA
→ Não costuma ter complicações na gravidez e a transmissão vertical é rara; pode ter
aumento do risco de prematuridade (raro; geralmente em infecções em 2 e 3º trimestre); não
contraindica aleitamento materno
Condutas importantes:
1. Gestante exposta: adm vacina anti hepatite A em até 14 dias após a exposição; OBS:
essa vacina não faz parte do calendário vacinal do SUS!
6 .
Julia Folly, medicina 7º semestre. 09/02/2023
2. Mãe contaminada durante a gravidez: adm imunoglobulina anti hepatite A no
recém-nascido!
● Hepatite B
→ DNA vírus muito resistente: pode �car muito tempo fora das células
→ Quadro clínico em adultos infectados geralmente é autolimitado e oli/ assintomático
OBS:
HbsAg: antígeno de superfície - positiva em imunização passiva e ativa→ quando (+) por >
6 meses, indica croni�cação
HbeAg: antígeno secretado pelo vírus - positiva só em infecção com replicação do vírus
ativa
HbcAg: antígeno do core - positiva apenas em imunização ativa → se (+) indica hepatite B
aguda
→ transmissão sexual e vertical→ tem que fazer pro�laxia!
→ Tenofovir se:
- HBsAg reagente e HBeAg reagente
- HBsAg reagente, HBeAg não reagente ou desconhecido com CVHBV DNA
>200.000UI/mL E/OU ALT >2x/normal
- Pacientes sabidamente HBsAg reagente com início do pré-natal tardiamente
- Pacientes co-infectadas pelo HIV
→ infecção mais precoce = maior chance de croni�cação→ RN infectado tem chance de 90%
de croni�car
→ RASTREAR TODAS AS GESTANTES, desde o começo do pré natal ou 1º trimestre
- gestante com HbsAg (-) ou sem vacina: vacinar!
- HbsAg (+): completar a pesquisa com HBeAg, TGOe TGP, bilirrubina, TPT, dosagem de
carga viral HBV e USG abdominal total
→ Gestantes geralmente �cam em imunotolerância→ sem lesão hepática ativa→HBeAg é
positivo, mas enzimas hepáticas são normais
→ Seguimento:
- Todos os recém-nascidos de mães portadoras de hepatite B (HBsAg +):
● Receber imunoglobulina humana anti-hepatite B (IGHAHB)
● Primeira dose do esquema vacinal de hepatite B, idealmente nas primeiras 12
horas de vida
→ Também não contraindica aleitamento materno, a não ser que não tenha feito a pro�laxia
com tenofovir
Conduta geral:
1. Se infectada: monitorar por HbsAg, carga viral, HbeAg, ALT, e USG de abd total→
avaliar lesão hepática e proliferação viral
2. infectada mas sem lesão hepática, CV < 200 mil, ALT normal: repete ALT trimestral;
repete HbeAg e CV em 28ª semana
3. Se replicação viral ativa: Pro�laxia com Tenofovir 300 mg/dia de 28ª semana - após
parto
4. HbsAg (-)→ vacinar!
5. Exposição ao vírus em qualquer trimestre: imunoglobulina e vacinação
7 .
Julia Folly, medicina 7º semestre. 09/02/2023
● Hepatite C
→ Transmissão por via sanguínea; transmissão vertical em até 10%
→ Dça hepática pode ser aguda/crônica e leve/fatal→ pode evoluir como cirrose e
carcinoma hepatocelular!
*75% são assintomáticos
→ Sem tratamento especí�co para a gravidez, mas o rastreio é importante pra poder
estrati�car a gestante como pré natal de alto risco
→ Diagnóstico: anticorpos anti-HCV e PCR
→ Solicitar: transaminases, gama-GT, fosfatase alcalina, bilirrubinas, proteínas totais e
frações
⚠ icterícia e prurido: podem ser decorrentes de colestase intra hepática gestacional, tendo
que solicitar ácidos biliares e repetir transaminases→HCV aumenta em 20x a chance de
colestase!!
→ Desfechos adversos: DMG, pré-eclâmpsia, retenção de crescimento intra-útero,
hemorragia pós parto
→ Pode ter parto normal e aleitamento materno
⚠mas se tiver �ssuras mamárias e outras lesões com saída de leite sanguinolento NÃO
PODE AMAMENTAR→ transmissão vai sanguínea
. HIV .
→ risco de transmissão pode ser quase 0% se realizar intervenções no pré natal, parto e
amamentação
→ Abordagem:
- 1ª consulta: Carga viral, genotipagem e CD4
- Trimestralmente: hemograma, provas de função renal e hepática, toxoplasmose (para
as não imunes), urina 1 e urocultura
- Provas de função renal e hepática
- Sorologia para hepatite A
- Sorologia para Chagas em grupos de risco
- Carga viral, genotipagem e CD4→ CV 1x/mês, até negativar, e retorno da dosagem
em 34 semanas
- Pesquisa de Tb
- Atualização de calendário vacinal: para pneumococo, meningococo, Haemophilus e
hepatite A em pacientes susceptíveis
8 .
Julia Folly, medicina 7º semestre. 09/02/2023
- TARV - Tenofovir. Lamivudina e Dolutegravir: SEMPRE e SEM SUSPENSÃO PÓS
PARTO; sempre questionar se já usou antes, se teve falha no tratamento, toxicidade,
tolerância
*DTG pode ter interação medicamentosa commedicamentos anti convulsivos, tendo que
substituir por outra droga nesses casos!
- Pro�laxia primária de infecções oportunistas segue os níveis de CD4:
a) Azitromicina: Mycobacterium avium, quando CD4 < 50
b) Sulfametoxazol-trimetoprim: pneumocistose e toxoplasmose, em CD4 < 200
c) Isoniazida e piridoxina (pra reduzir a toxicidade neurológica da isoniazida):
Tb, quando CD4 < 350
- Pro�laxia secundária de dçs que a paciente já teve mas tem chance de ter novamente
a) Pneumocystis jiroveci: SMX-TMP 800 mg/160 mg 3x/semana.
b) Toxoplasma gondii: sulfadiazina 1.000 mg 4x/dia + pirimetamina 50 mg 1x/dia + ácido
folínico 10 mg 1x/dia.
c) Complexo Mycobacterium avium: claritromicina 500 mg 2x/dia + etambutol 15
mg/kg/dia (máximo 1.200 mg/dia).
d) Cryptococcus sp.: fluconazol 200 mg 1x/dia.
e) Isospora belli: SMX-TMP (800 mg/160 mg) 3x/semana.
f) Histoplasmose (doença disseminada ou infecção do SNC): itraconazol 200 mg 1x/dia.
Via de parto depende da CV:
- Se CV desconhecida ou > 1.000 cópias/mL na 34ª semana de gestação→ indica
cesárea eletiva com 38 semanas→ reduzir a transmissão vertical
- CV < 1000 e paciente com uso correto de TARV→ indica via obstétrica
Adm de Zidovudina/ AZT: se CV < 1000 mas detectável ainda na 34ª semana→ adm por via
endovenosa até o clampeamento do cordãoumbilical, pra diminuir a transmissão vertical
**não faz se tiver CV indetectável + boa adesão à TARV
Cuidados durante o parto vaginal:
- Evitar: Parto instrumentalizado e toques sucessivos
- Iniciar AZT EV (se CV detectável) e manter infusão contínua até o clampeamento do
cordão
- Evitar BRE por longos períodos (CV detectável aumenta transmissão vertical)
- A ligadura do cordão deve ser feita imediatamente após a expulsão do feto
Cuidados no parto cesárea:
- Parto empelicado sempre que possível e a ligadura do cordão deve ser imediata
- Antes da histerotomia, realizar a hemostasia ao máximo (reduzir o contato do feto
com o sangue materno)
Cuidados no puerpério:
- manter TARV
- manter AZT nas primeiras 4 semanas
- coletar sangue periférico do RN pra dosagem de CV-HIV
- inibir lactação - adm Cabergolina
- aleitamento com fórmula láctea infantil até os 6 meses
Complicações mais comuns em puérperas vivendo comHIV:
9 .
Julia Folly, medicina 7º semestre. 09/02/2023
1. sepse puerperal
2. hemorragia pós parto
3. hiperemese gravídica **não usar metoclopramida, pela maior chance de síndrome
extrapiramidal!!**
4. corioamniorrexe prematura/ trabalho de parto pré termo
. Sí�lis .
Conceitos gerais
→ Pode ter graves consequências no feto se não tratar!
→Muito importante: Estamos atualmente em um boom de sí�lis congênita
→ Treponema pallidum, bactéria gram-negativa
→ contaminação é mucocutânea, com contato com as lesões ativas
Evolução do quadro clínico
→ Sí�lis recente (primária, secundária e latente recente): até um ano de
evolução:
- Primária: lesão indolor, sendo mais difícil da paciente perceber:
Única úlcera genital (indolor, bordas endurecidas, fundo limpo -
cancro duro); pode ter linfadenopatia genital;
muito raro fazer o diagnóstico nessa fase: geralmente o cancro se desenvolve
dentro do canal vaginal!
- Latente precoce/ recente: logo após a primária, com involução do cancro e paciente
assintomático, mas ainda transmitindo
→ Sí�lis tardia (latente tardia e terciária): mais de um ano de evolução:
- Secundária: De 6 e 8 semanas após o cancro duro: lesões
cutâneo-mucosas, roséola si�lítica, sí�lis papulosa, alopecia areata e
condiloma plano; Acompanhadas por febre, mal-estar, cefaléia e
adinamia; As lesões costumam ser exuberantes nessa fase e
regridem espontaneamente
- Latente tardia: > 1 ano da infecção, logo após as manifestações
secundárias; assintomática e a transmissão é mais rara
- Terciária: 3 a 12 anos após o contágio e pode incluir lesões
neurológicas→meningite, parestesia generalizada, lesões
amolecidas cutâneo-mucosas; pode causar aneurisma de aorta torácica; transmissão
é rara
→ Sí�lis congênita: é evitável fazendo o tratamento adequado no pré natal; tem transmissão
transplacentária independente da IG; Pode evoluir com: abortamento espontâneo, parto
prematuro, malformação do feto, surdez, cegueira, alterações ósseas, de�ciência mental
e/ou morte ao nascer; geralmente os sintomas ocorrem até os 2 anos da criança
⚠ OBS: gestação mais avançada: placenta mais permeável = maior risco de infecção fetal
Diagnóstico:
- Bacterioscopia de campo escuro: padrão-ouro se estiver em Sí�lis primária→
observa o treponema na amostra coletada da lesão; mas não pode usar amostra de
lesões anais e nem orais, pois podem aparecer outros treponemas que já são da
microbiota desses locais!!
10 .
Julia Folly, medicina 7º semestre. 09/02/2023
- Testes imunológicos Treponêmicos: detectam anticorpos especí�cos para os
antígenos do T. pallidum→ Teste rápido e FTA-Abs→ podem continuar positivos
mesmo após já ter passado a doença
- Não-treponêmicos: detectam anticorpos anticardiolipina→ VDRL - VDRL reagente
com título igual ou superior a 1:16 é de�nido como doença; Após o tratamento, o
VDRL deve negativar, mas em algumas paciente pode continuar com titulações altas
de até 1:8, que são cicatrizes sorológicas, e não doença ativa!! Pontos importantes:
● efeito prozona: muito anticorpos anticardiolipina, que se aglomeram e não
são detectados no teste→ falso negativo
● reação cruzada com outros anticorpos: falso-positivo (a titulação nesses casos
é presente mas baixa)
**Testagemmínima: 1ª consulta de pré natal + início do 3º trimestre + na internação por
parto→ pode ter reinfecção! sempre tomar muito cuidado com pacientes de alto risco para a
infecção
VDRL > 1/16 = DOENÇA ATIVA
Tratamento
→ Penicilina G - Benzatina (benzetacil)!!
**Geralmente a paciente não sabe quando foi infectada: tratar como Sí�lis em fase latente
indeterminada: trata com 7.200.000 UI, divididas em três aplicações semanais de 2.400.000
UI.
→ Se a paciente for alérgica à benzetacil: indica fazer a dessensibilização para poder ser
tratada!
⚠ O intervalo entre as doses tem que ser < 14 dias; se passar disso, tem que reiniciar o
esquema!
→ Tratamento adequado - avaliação da resposta terapêutica:
- Avalia pela titulação dos testes não treponêmico (VDRL), e nunca dos treponêmicos
(FTA: podem �car positivos pro resto da vida!!):
- queda de 2 diluições nos testes em 3 meses (exemplo: pré- tratamento 1:64 e, em três
meses, 1:16); ou queda de 4 diluições em 6meses
11 .
Julia Folly, medicina 7º semestre. 09/02/2023
- Testes não treponêmicos com títulos baixos (1:1 a 1:4) durante um ano após o
tratamento, é chamada de cicatriz sorológica e não caracteriza falha terapêutica
**Se a titulação não cair: investigar presença de neurosí�lis
- TRATAR EM ATÉ 30 DIAS ANTES DO PARTO
→ Sempre tratar o parceiro; Lembrar que pode ter reinfecção
numamesma gravidez
→ Reação de Stevens-Johnson: reação ana�lática à penicilina,
com reações mucocutâneas em rash
→ Reação de Jarisch-herxheimer: Ocorre durante as 24 horas
após a primeira dose de penicilina, com exacerbação das
lesões cutâneas, febre, artralgia - morte de várias espiroquetas
ao mesmo tempo, causando reação inflamatória exacerbada;
regride espontaneamente em 12 - 24h; pode tratar
sintomáticos com analgésicos; Pode ser grave e cursar com óbito fetal→ sempre
tratar as pacientes enquanto faz monitorização fetal
Retratamento: faz se:
- Não redução da titulação em duas diluições em 6 ou 12 meses
Não redução em 3meses pode ser normal, por resposta imune lenta, não indicando falha
terapêutica!
- Aumento da titulação em duas diluições
- Persistência ou recorrência de sinais e sintomas
12 .

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