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Julia Folly, medicina 7º semestre. 09/02/2023 Torchs na gestação Ginecologia e Obstetrícia Conceitos gerais T: toxoplasmose O: outras infecções R: Rubéola C: citomegalovírus He: Herpes simples/ genital/ Hepatites/ HIV S: Sí�lis → Podem Interferir na progressão da gravidez e causar malformações→ quanto mais avançada a gestação, menor o risco fetal da infecção →Herpes é o único que temmais diagnóstico clínico, o restante é sorológico geralmente . Toxoplasmose . → Toxoplasma gondii, protozoário → Gatos: hospedeiros de�nitivos; Somos hospedeiros transitórios Clínica → assintomáticas, com sintomas inespecí�cos (calafrios, mialgia, adenopatia cervical simétrica) →Mais preocupante em gestantes e imunodeprimidos→ preocupação com toxoplasmose congênita, com transmissão placentária!!→ transmissão vertical é mais comum em 2 - 3º trimestre, mas mais perigosas em 1º trimestre - Alterações oculares: retinocoroidite, atro�a do nervo óptico, microftalmia, paralisia ocular, catarata e estrabismo - Alterações neurológicas: microcefalia, ventriculomegalia, surdez neurossensorial, encefalomalácia, porencefalia e calci�cações cerebrais - Alterações sistêmicas (mais raras): hepatoesplenomegalia, trombocitopenia, oligo ou polidrâmnio e hidropisia com derrame pericárdico, - Outras: perda fetal, natimortalidade e prematuridade Rastreio → sorologia → IgM: produção em ~ 1 - 2 semanas após a infecção; pode continuar alto por anos; baixa especi�cidade, tendo muitos falso-positivos → IgG: produção em 1 - 2 semanas após positivar o IgM - Avidez: só tem alta sensibilidade e especi�cidade em IG < 16 s; em > 16, não é muito con�ável em indicar o tempo da infecção!! 1 . Julia Folly, medicina 7º semestre. 09/02/2023 → IgG e IgM (-): paciente nunca foi infectada→ orientar a não comer alimentos crus, enlatados, lavar verduras/ hortaliças muito bem, evitar comer esses alimentos em restaurantes (não sabe sobre a higiene), ter mínimo contato com gato; Repetir a sorologia mensalmente → IgG (+) e IgM (-): paciente teve contato com a toxoplasmose há mais de 6 meses e está imune (é imunocompetente)→ não precisa fazer sorologia mais ao longo do pré natal! → IgG (-) e IgM (+): investigar se tem infecção aguda no início ou se foi só um falso positivo; Pode solicitar PCR para con�rmar - iniciar o tratamento!!→ Espiramicina - Repetir sorologia em 14 - 21 dias TTO tríplice: Sulfadiazina, Pirimetamina e Ácido folínico - Se vier positivo novamente após esse tempo e com IgG (-): tratar como falso positivo e paciente suscetível à infecção; Suspende a medicação - Se IgG (+): ocorreu soroconversão→ indicar a gestante como Gestação de Alto risco e encaminhar para esse pré-natal + noti�cação da infecção→ realização de amniocentese e US seriada para acompanhamento ● mantém a espiramicina se a IG < 16 semanas. dependendo da avidez do IgG a) avidez alta: suspende espiramicina e trata como suscetível b) avidez baixa: soroconverteu agora = mantém espiramicina ● IG > 16s – substitui a espiramicina pelo tratamento tríplice 2 . Julia Folly, medicina 7º semestre. 09/02/2023 - < 16 semanas: avidez alta do IgG signi�ca que a paciente teve a infecção antes da gravidez→ conduz como imune - < 16 semanas: avidez baixa do IgG: trata como infecção aguda + noti�ca→ encaminha para alto risco, amniocentese e US seriado - > 16 semanas: trata a infecção! suspende a espiramicina e administra o tratamento triplo Diagnóstico da infecção fetal → amniocentese do líquido amniótico com análise do PCR é padrão ouro; faz em IG > 18 semanas e em infecção materna > 4 semanas (pela sorologia) OBS: antes da amniocentese, tem que já saber a sorologia materna para as outras TORCH e fator Rh (se mãe Rh -, adm imunoglobulina anti-D antes do procedimento!!) → USG: tem sensibilidade baixa, só mostrando a infecção fetal quando os sintomas já são mais graves (microcefalia, hidrocefalia, calci�cações cerebrais, catarata, hepatomegalia) . Rubéola . Conceitos gerais → “sarampo alemão”; transmissão por secreções nasofaríngeas → Teratogênese!! Transmissão hematogênica pela placenta para o feto, que pode ter lesão isquêmica dos órgãos→ síndrome da rubéola congênita. Tem que ter muito cuidado pré-concepcional - sorologia para rubéola e vacinação de indivíduos suscetíveis; não tem tratamento intrauterino → Não existe tratamento Clínica →Maioria dos pacientes são assintomáticos, sendo um quadro autolimitado, só sendo mais preocupante para os fetos mesmo → Clínica: sintomas inespecí�cos de virose que iniciam entre 14 - 21 dias após a infecção + exantema característico + linfadenopatia generalizada + sintomas reumatológico 3 . Julia Folly, medicina 7º semestre. 09/02/2023 →Manchas de Forchheimer - manchas rosadas no palato mole; ocorre em ⅕ dos pacientes → Exantema: erupção cutânea clássica é maculopapular eritematosa → No 3º trimestre tem um risco maior de restrição de crescimento intra útero; mas no início da gravidez temmaior chance de abortamento Diagnóstico → Diagnóstico de infecção materna: Clínica + exames laboratoriais → Diagnóstico por IgG e IgM após 7 - 10 dias da infecção; Repetir o exame 3 - 3 semanas depois **IgG pode ter reação cruzada com fatores reumatóides→ teste de avidez pode auxiliar no diagnóstico!! → Diagnóstico de infecção fetal: por biópsia ou PCR da vilosidade coriônica; feito entre 10 - 20 semanas → Alterações ultrassonográ�cas: - Hidrocefalia - Microcrania - Anomalia cardíaca - Hepatoesplenomegalia - Catarata - Hidropisia Conduta → Sintomático: acetaminofeno → Em complicações de encefalopatia ou trombocitopenia: glicocorticóides e transfusão plaquetária → Aconselhamento genético (pode ter malformações congênitas) → Evitar engravidar 28 dias após a vacinação . Citomegalovírus . Conceitos gerais →Herpes vírus tipo 5 → Após a infecção, o vírus �ca incubado em células mononucleares e se manifesta em quadros de imunossupressão → Teratogênese!! malformações no SNC principalmente em 1º trimestre → Transmissibilidade permanece possível por 2 anos; pode ser transplacentária, por secreções no parto e na amamentação Clínica: →assintomáticos ou com sintomas inespecí�cos de virose Diagnóstico: → Leucocitose e presença de linfócitos atípicos no hemograma → IgM �ca reagente 1 a 3 semanas após a infecção e se mantém por 9 a 12 meses → IgG �ca reagente 3 a 5 semanas após a infecção e mantém por tempo indeterminado; solicitar a avidez, caso venha positivo 4 . Julia Folly, medicina 7º semestre. 09/02/2023 Conduta e Tratamento → Se infecção em 1º trimestre: Valaciclovir desde o diagnóstico até 21 semanas, mas não usar em 2 e 3º trimestre!! Tem alto custo e não tem no SUS → Se IgG e IgM (-)/ paciente suscetível: medidas sanitárias: ● Assumir que crianças <3 anos tenham citomegalovírus na urina e na saliva→ evitar contato ● Lavar as mãos com sabão e água quente após qualquer cuidado com a criança. ● Não compartilhar talheres, copos, toalhas, lençóis e travesseiros. ● Evitar dormir na mesma cama. ● Lavar as roupas separadamente. ● Uso de máscara em caso de infecção con�rmada. Avaliação do quadro: → Exames laboratoriais: hemograma, creatinina, uréia e enzimas hepáticas (4/4 semanas) → Amniocentese para realizar PCR do líquido amniótico: apenas após 21 semanas → Acompanhamento com USG obstétrico doppler e ecocardiogra�a fetal; Neurossonogra�a fetal: avaliar SNC Condutas/ Orientações à citomegalovirose no puerpério → Não amamentar recém-nascido com idade gestacional <32 semanas ou ≤ 1,5k→ usar as fórmulas arti�ciais → Recém-nascido de termo recomenda-se o aleitamento, mas ainda assim tem risco de infecção: orientar a paciente! . Herpes simples genital . → Vírus DNA → Tem período de remissão e recorrência → Classi�cação dos quadros: - Primário: paciente sem anticorpos para os vírus; são mais exacerbados, com lesões genitais - Primeiro episódio não primário: paciente tem algum anticorpo (ex contra herpes tipo 1) e se infecta por herpes que não tem anticorpo (ex herpes 2) - Recorrente: o episódio é causado pelo vírus já previamente adquirido. 5 . JuliaFolly, medicina 7º semestre. 09/02/2023 → Geralmente a manifestação se restringe às lesões cutâneas, mas pode aparecer com sintomas generalizados → Infecção fetal: - ocorre no parto; rara a transmissão vertical transplacentária! - lesão ativa de herpes genital indica cesária!! - A infecção herpética neonatal manifesta-se com: doença ocular cutâneo-mucosa, doença do sistema nervoso central e doença disseminada; Tem alta taxa de mortalidade!! → Diagnóstico é por anamnese (questionar sobre herpes genital e oral tanto pra paciente quanto pra parceira/o) e exame físico: lesão genital ulcerada geralmente é herpes; Também faz diagnóstico por PCR ou cultura da lesão, mas não espera o resultado para tratar!! PCR tem disponibilidade muito baixa → Tratamento: inicia empírico, com Aciclovir! - Primeiro ou segundo trimestres: Aciclovir 400 mg, via oral, 8/8 horas, por 5 a 7 dias (supressão a partir da 36ª semana) - Terceiro trimestre/ a partir da 36ª semana: Aciclovir deve ser mantido com amesma posologia até o parto. - Casos de recorrências frequentes, sintomas graves, risco de prematuridade: Aciclovir 400 mg, 8/8 horas, por 5 dias. (supressão a partir da 36a semana) →Maioria das infecções ocorre quando a infecção primária ocorre no 3º trimestre → Se a mãe tiver lesão ativa na mama: não fazer aleitamento por essa mama!! →Lesão genital ativa ou a < 6 semanas antes do parto: parto cesárea!! Pontos importantes: 1. Não faz rastreio universal - métodos com baixa sensibilidade ou disponibilidade 2. comunicar parceiros sexuais na presença da doença 3. sempre questionar sobre as lesões ulceradas genitais e orais na paciente e em parceiros/as 4. Parceria com história de herpes: indicada a abstinência no 3º trimestre 5. lesões não genitais: não indicam cesárea! 6. não contraindica aleitamento 7. herpes neonatal é tão importante quanto o pós natal: após o nascimento, inibir o contato do RN com lesões . Hepatites virais . ● Hepatite A → transmissão oral-fecal → Geralmente os quadros em adultos são sintomáticos, autolimitados e generalizados como virose; também podem ter colúria, acolia, febre e icterícia→ trata ambulatorialmente → Quadros graves: encefalopatia, coagulopatia e debilidade severa→ indica internação → Diagnóstico: IgM anti HVA → Não costuma ter complicações na gravidez e a transmissão vertical é rara; pode ter aumento do risco de prematuridade (raro; geralmente em infecções em 2 e 3º trimestre); não contraindica aleitamento materno Condutas importantes: 1. Gestante exposta: adm vacina anti hepatite A em até 14 dias após a exposição; OBS: essa vacina não faz parte do calendário vacinal do SUS! 6 . Julia Folly, medicina 7º semestre. 09/02/2023 2. Mãe contaminada durante a gravidez: adm imunoglobulina anti hepatite A no recém-nascido! ● Hepatite B → DNA vírus muito resistente: pode �car muito tempo fora das células → Quadro clínico em adultos infectados geralmente é autolimitado e oli/ assintomático OBS: HbsAg: antígeno de superfície - positiva em imunização passiva e ativa→ quando (+) por > 6 meses, indica croni�cação HbeAg: antígeno secretado pelo vírus - positiva só em infecção com replicação do vírus ativa HbcAg: antígeno do core - positiva apenas em imunização ativa → se (+) indica hepatite B aguda → transmissão sexual e vertical→ tem que fazer pro�laxia! → Tenofovir se: - HBsAg reagente e HBeAg reagente - HBsAg reagente, HBeAg não reagente ou desconhecido com CVHBV DNA >200.000UI/mL E/OU ALT >2x/normal - Pacientes sabidamente HBsAg reagente com início do pré-natal tardiamente - Pacientes co-infectadas pelo HIV → infecção mais precoce = maior chance de croni�cação→ RN infectado tem chance de 90% de croni�car → RASTREAR TODAS AS GESTANTES, desde o começo do pré natal ou 1º trimestre - gestante com HbsAg (-) ou sem vacina: vacinar! - HbsAg (+): completar a pesquisa com HBeAg, TGOe TGP, bilirrubina, TPT, dosagem de carga viral HBV e USG abdominal total → Gestantes geralmente �cam em imunotolerância→ sem lesão hepática ativa→HBeAg é positivo, mas enzimas hepáticas são normais → Seguimento: - Todos os recém-nascidos de mães portadoras de hepatite B (HBsAg +): ● Receber imunoglobulina humana anti-hepatite B (IGHAHB) ● Primeira dose do esquema vacinal de hepatite B, idealmente nas primeiras 12 horas de vida → Também não contraindica aleitamento materno, a não ser que não tenha feito a pro�laxia com tenofovir Conduta geral: 1. Se infectada: monitorar por HbsAg, carga viral, HbeAg, ALT, e USG de abd total→ avaliar lesão hepática e proliferação viral 2. infectada mas sem lesão hepática, CV < 200 mil, ALT normal: repete ALT trimestral; repete HbeAg e CV em 28ª semana 3. Se replicação viral ativa: Pro�laxia com Tenofovir 300 mg/dia de 28ª semana - após parto 4. HbsAg (-)→ vacinar! 5. Exposição ao vírus em qualquer trimestre: imunoglobulina e vacinação 7 . Julia Folly, medicina 7º semestre. 09/02/2023 ● Hepatite C → Transmissão por via sanguínea; transmissão vertical em até 10% → Dça hepática pode ser aguda/crônica e leve/fatal→ pode evoluir como cirrose e carcinoma hepatocelular! *75% são assintomáticos → Sem tratamento especí�co para a gravidez, mas o rastreio é importante pra poder estrati�car a gestante como pré natal de alto risco → Diagnóstico: anticorpos anti-HCV e PCR → Solicitar: transaminases, gama-GT, fosfatase alcalina, bilirrubinas, proteínas totais e frações ⚠ icterícia e prurido: podem ser decorrentes de colestase intra hepática gestacional, tendo que solicitar ácidos biliares e repetir transaminases→HCV aumenta em 20x a chance de colestase!! → Desfechos adversos: DMG, pré-eclâmpsia, retenção de crescimento intra-útero, hemorragia pós parto → Pode ter parto normal e aleitamento materno ⚠mas se tiver �ssuras mamárias e outras lesões com saída de leite sanguinolento NÃO PODE AMAMENTAR→ transmissão vai sanguínea . HIV . → risco de transmissão pode ser quase 0% se realizar intervenções no pré natal, parto e amamentação → Abordagem: - 1ª consulta: Carga viral, genotipagem e CD4 - Trimestralmente: hemograma, provas de função renal e hepática, toxoplasmose (para as não imunes), urina 1 e urocultura - Provas de função renal e hepática - Sorologia para hepatite A - Sorologia para Chagas em grupos de risco - Carga viral, genotipagem e CD4→ CV 1x/mês, até negativar, e retorno da dosagem em 34 semanas - Pesquisa de Tb - Atualização de calendário vacinal: para pneumococo, meningococo, Haemophilus e hepatite A em pacientes susceptíveis 8 . Julia Folly, medicina 7º semestre. 09/02/2023 - TARV - Tenofovir. Lamivudina e Dolutegravir: SEMPRE e SEM SUSPENSÃO PÓS PARTO; sempre questionar se já usou antes, se teve falha no tratamento, toxicidade, tolerância *DTG pode ter interação medicamentosa commedicamentos anti convulsivos, tendo que substituir por outra droga nesses casos! - Pro�laxia primária de infecções oportunistas segue os níveis de CD4: a) Azitromicina: Mycobacterium avium, quando CD4 < 50 b) Sulfametoxazol-trimetoprim: pneumocistose e toxoplasmose, em CD4 < 200 c) Isoniazida e piridoxina (pra reduzir a toxicidade neurológica da isoniazida): Tb, quando CD4 < 350 - Pro�laxia secundária de dçs que a paciente já teve mas tem chance de ter novamente a) Pneumocystis jiroveci: SMX-TMP 800 mg/160 mg 3x/semana. b) Toxoplasma gondii: sulfadiazina 1.000 mg 4x/dia + pirimetamina 50 mg 1x/dia + ácido folínico 10 mg 1x/dia. c) Complexo Mycobacterium avium: claritromicina 500 mg 2x/dia + etambutol 15 mg/kg/dia (máximo 1.200 mg/dia). d) Cryptococcus sp.: fluconazol 200 mg 1x/dia. e) Isospora belli: SMX-TMP (800 mg/160 mg) 3x/semana. f) Histoplasmose (doença disseminada ou infecção do SNC): itraconazol 200 mg 1x/dia. Via de parto depende da CV: - Se CV desconhecida ou > 1.000 cópias/mL na 34ª semana de gestação→ indica cesárea eletiva com 38 semanas→ reduzir a transmissão vertical - CV < 1000 e paciente com uso correto de TARV→ indica via obstétrica Adm de Zidovudina/ AZT: se CV < 1000 mas detectável ainda na 34ª semana→ adm por via endovenosa até o clampeamento do cordãoumbilical, pra diminuir a transmissão vertical **não faz se tiver CV indetectável + boa adesão à TARV Cuidados durante o parto vaginal: - Evitar: Parto instrumentalizado e toques sucessivos - Iniciar AZT EV (se CV detectável) e manter infusão contínua até o clampeamento do cordão - Evitar BRE por longos períodos (CV detectável aumenta transmissão vertical) - A ligadura do cordão deve ser feita imediatamente após a expulsão do feto Cuidados no parto cesárea: - Parto empelicado sempre que possível e a ligadura do cordão deve ser imediata - Antes da histerotomia, realizar a hemostasia ao máximo (reduzir o contato do feto com o sangue materno) Cuidados no puerpério: - manter TARV - manter AZT nas primeiras 4 semanas - coletar sangue periférico do RN pra dosagem de CV-HIV - inibir lactação - adm Cabergolina - aleitamento com fórmula láctea infantil até os 6 meses Complicações mais comuns em puérperas vivendo comHIV: 9 . Julia Folly, medicina 7º semestre. 09/02/2023 1. sepse puerperal 2. hemorragia pós parto 3. hiperemese gravídica **não usar metoclopramida, pela maior chance de síndrome extrapiramidal!!** 4. corioamniorrexe prematura/ trabalho de parto pré termo . Sí�lis . Conceitos gerais → Pode ter graves consequências no feto se não tratar! →Muito importante: Estamos atualmente em um boom de sí�lis congênita → Treponema pallidum, bactéria gram-negativa → contaminação é mucocutânea, com contato com as lesões ativas Evolução do quadro clínico → Sí�lis recente (primária, secundária e latente recente): até um ano de evolução: - Primária: lesão indolor, sendo mais difícil da paciente perceber: Única úlcera genital (indolor, bordas endurecidas, fundo limpo - cancro duro); pode ter linfadenopatia genital; muito raro fazer o diagnóstico nessa fase: geralmente o cancro se desenvolve dentro do canal vaginal! - Latente precoce/ recente: logo após a primária, com involução do cancro e paciente assintomático, mas ainda transmitindo → Sí�lis tardia (latente tardia e terciária): mais de um ano de evolução: - Secundária: De 6 e 8 semanas após o cancro duro: lesões cutâneo-mucosas, roséola si�lítica, sí�lis papulosa, alopecia areata e condiloma plano; Acompanhadas por febre, mal-estar, cefaléia e adinamia; As lesões costumam ser exuberantes nessa fase e regridem espontaneamente - Latente tardia: > 1 ano da infecção, logo após as manifestações secundárias; assintomática e a transmissão é mais rara - Terciária: 3 a 12 anos após o contágio e pode incluir lesões neurológicas→meningite, parestesia generalizada, lesões amolecidas cutâneo-mucosas; pode causar aneurisma de aorta torácica; transmissão é rara → Sí�lis congênita: é evitável fazendo o tratamento adequado no pré natal; tem transmissão transplacentária independente da IG; Pode evoluir com: abortamento espontâneo, parto prematuro, malformação do feto, surdez, cegueira, alterações ósseas, de�ciência mental e/ou morte ao nascer; geralmente os sintomas ocorrem até os 2 anos da criança ⚠ OBS: gestação mais avançada: placenta mais permeável = maior risco de infecção fetal Diagnóstico: - Bacterioscopia de campo escuro: padrão-ouro se estiver em Sí�lis primária→ observa o treponema na amostra coletada da lesão; mas não pode usar amostra de lesões anais e nem orais, pois podem aparecer outros treponemas que já são da microbiota desses locais!! 10 . Julia Folly, medicina 7º semestre. 09/02/2023 - Testes imunológicos Treponêmicos: detectam anticorpos especí�cos para os antígenos do T. pallidum→ Teste rápido e FTA-Abs→ podem continuar positivos mesmo após já ter passado a doença - Não-treponêmicos: detectam anticorpos anticardiolipina→ VDRL - VDRL reagente com título igual ou superior a 1:16 é de�nido como doença; Após o tratamento, o VDRL deve negativar, mas em algumas paciente pode continuar com titulações altas de até 1:8, que são cicatrizes sorológicas, e não doença ativa!! Pontos importantes: ● efeito prozona: muito anticorpos anticardiolipina, que se aglomeram e não são detectados no teste→ falso negativo ● reação cruzada com outros anticorpos: falso-positivo (a titulação nesses casos é presente mas baixa) **Testagemmínima: 1ª consulta de pré natal + início do 3º trimestre + na internação por parto→ pode ter reinfecção! sempre tomar muito cuidado com pacientes de alto risco para a infecção VDRL > 1/16 = DOENÇA ATIVA Tratamento → Penicilina G - Benzatina (benzetacil)!! **Geralmente a paciente não sabe quando foi infectada: tratar como Sí�lis em fase latente indeterminada: trata com 7.200.000 UI, divididas em três aplicações semanais de 2.400.000 UI. → Se a paciente for alérgica à benzetacil: indica fazer a dessensibilização para poder ser tratada! ⚠ O intervalo entre as doses tem que ser < 14 dias; se passar disso, tem que reiniciar o esquema! → Tratamento adequado - avaliação da resposta terapêutica: - Avalia pela titulação dos testes não treponêmico (VDRL), e nunca dos treponêmicos (FTA: podem �car positivos pro resto da vida!!): - queda de 2 diluições nos testes em 3 meses (exemplo: pré- tratamento 1:64 e, em três meses, 1:16); ou queda de 4 diluições em 6meses 11 . Julia Folly, medicina 7º semestre. 09/02/2023 - Testes não treponêmicos com títulos baixos (1:1 a 1:4) durante um ano após o tratamento, é chamada de cicatriz sorológica e não caracteriza falha terapêutica **Se a titulação não cair: investigar presença de neurosí�lis - TRATAR EM ATÉ 30 DIAS ANTES DO PARTO → Sempre tratar o parceiro; Lembrar que pode ter reinfecção numamesma gravidez → Reação de Stevens-Johnson: reação ana�lática à penicilina, com reações mucocutâneas em rash → Reação de Jarisch-herxheimer: Ocorre durante as 24 horas após a primeira dose de penicilina, com exacerbação das lesões cutâneas, febre, artralgia - morte de várias espiroquetas ao mesmo tempo, causando reação inflamatória exacerbada; regride espontaneamente em 12 - 24h; pode tratar sintomáticos com analgésicos; Pode ser grave e cursar com óbito fetal→ sempre tratar as pacientes enquanto faz monitorização fetal Retratamento: faz se: - Não redução da titulação em duas diluições em 6 ou 12 meses Não redução em 3meses pode ser normal, por resposta imune lenta, não indicando falha terapêutica! - Aumento da titulação em duas diluições - Persistência ou recorrência de sinais e sintomas 12 .
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