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1 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 5°P MEDICINA PROBLEMA 4 – “DE ONDE VIERAM ESSAS DOENÇAS?” Ricardo Jorge, 36 anos, casado, pedreiro, apresentou tosse seca, dispneia aos esforços e febre diária há 03 semanas, o que o motivou procurar assistência médica onde recebeu tratamento sintomático. Negava hemotransfusões, uso de drogas ilícitas injetáveis e relações sexuais com parceiros do mesmo sexo, embora admitisse relações heterossexuais extraconjugais menos frequentes, sem o uso de preservativos. Quatro dias após, deu entrada na Emergência da UPA, febril, taquicárdico, taquidispneico, com cianose de extremidades. Estava consciente, porém desorientado e com dificuldade de interagir com o examinador. Apresentava ao exame físico: placas esbranquiçadas em região ventrolateral da língua e em mucosa oral; gânglios submandibulares aumentados, móveis e indolores; monoparesia do membro superior esquerdo com exacerbação dos reflexos miotáticos. O ritmo cardíaco era regular em 2 tempos, sem sopros; roncos e crepitações finas em hemitórax direito e esquerdo; abdome flácido sem visceromegalias. À radiografia de tórax, observou-se infiltrado intersticial difuso bilateral e à gasometria foi constatada hipoxemia com PaO2 = 60 mmHg. O hemograma mostrou diminuição do hematócrito e da hemoglobina. O exame de escarro estava negativo para bactérias (Gram e BAAR). Foram colhidas amostras de sangue para cultura, pesquisa de fungos e micobactérias. Logo após a admissão, apresentou episódio de crise convulsiva que cedeu com o uso de anticonvulsivante. A punção lombar revelou líquor límpido, sem alterações inflamatórias. A tomografia computadorizada de crânio mostrou lesões hipodensas com reforço de contraste (imagem em anel), em hemisfério cerebral direito. Havia área de necrose central com edema circunjacente. O valor da contagem de LT CD4+ no sangue periférico foi de 200/mm3. O esquema terapêutico de escolha para o paciente foi fluconazol, sulfametoxazol + trimetroprim, aliado a prescrição de corticosteroides. Ricardo Jorge foi pai há 3 meses de Carlos Eduardo, que também precisou ser levado ao pronto-socorro por apresentar febre, hepatoesplenomegalia e linfoadenopatia quando tinha um mês de vida. A mãe de Carlos Eduardo é Vanessa, 24 anos, que não tinha planos de ter filhos. Fez somente 3 consultas de pré-natal, e em uma das consultas, o obstetra ao verificar um exame, prescreveu Espiramicina. Porém Vanessa não retornou às consultas, não fez uso da medicação e o parto foi domiciliar. Vanessa refere que sempre morou na zona rural onde convive com animais domésticos. Contou também que a alimentação da família é à base de arroz, feijão, farinha, verduras, carne de porco, carneiro e galinhas que são cultivados e criados na própria chácara. Ao exame do fundo do olho foi encontrado uma retinocoroidite focal necrotizante no polo posterior de ambos os olhos. Assim, foram solicitados exames sorológicos, Raio-X de crânio e tórax. Após a chegada dos exames, o caso de Carlos Eduardo foi discutido entre os residentes e o médico da enfermaria, sendo instituído o esquema terapêutico para o referido caso. QUESTÕES DE APRENDIZAGEM: 1. Discutir sobre as principais infecções congênitas (STORCH – Sífilis, Toxoplasmose, Rubéola, Citomegalovírus e Herpes vírus). 2. Explicar epidemiologia (no Brasil), mecanismos de transmissão e as Manifestações clínicas do HIV/AIDS. 3. Conhecer as principais infecções oportunistas (Pneumocistose, Criptococose Extra pulmonar, Neurotoxoplasmose, Doença Citomegálica, Candidíase esofágica, Histoplasmose) que acometem o paciente com AIDS. 4. Compreender o ciclo do HIV no organismo humano, tratamento inicial de escolha e efeitos colaterais dos principais antirretrovirais utilizados no tratamento do HIV. 5. Conhecer a profilaxia pós exposição, bem como a profilaxia primária e secundária para as principais infecções oportunistas que ocorrem no paciente com AIDS. DISPARADORES: HIV https://bestpractice.bmj.com/topics/pt- br/555/pdf/555/Infec%C3%A7%C3%A3o%20pelo%20v%C3%ADrus%20da%20imunodefici%C3%AAncia%20humana %20%28HIV%29.pdf REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS RECOMENDADAS: – MINISTÉRIO DA SAÚDE. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Atenção Integral às Pessoas com Infecções Sexualmente Transmissíveis. 2015 – MINISTÉRIO DA SAÚDE. Protocolo de vigilância e resposta à ocorrência de microcefalia. Versão 1.3 22/01/2016. – Moroni, R et al. Infecção por vírus herpes simples / toxoplasmose na gestação: aspectos epidemiológicos, diagnósticos e profiláticos. FEMINA | Julho 2011 | vol 39 | nº 7 – Veronesi, F. Tratado de Infectologia. – MINISTÉRIO DA SAÚDE. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Manejo da Infecção pelo HIV em Adultos. 2015. – MINISTÉRIO DA SAÚDE. Guia de Consulta Rápida, Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Manejo da Infecção pelo HIV em Adultos. 2015 2 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 5°P MEDICINA IRAT: Questão 01 ___________________________________ O citomegalovírus é a causa viral mais comum de infecção intrauterina em humanos. A sua transmissão vertical pode ocorrer durante o período intrauterino, intraparto e pós-natal precoce. Sobre o citomegalovírus, é correto afirmar: a) Quanto à apresentação clínica da infecção congênita, aproximadamente 50% dos neonatos infectados apresentam sinais clínicos e usualmente são reconhecidos como portadores de infecção. F - O citomegalovírus (CMV) é frequentemente isolado em neonatos. Embora a maioria dos lactentes que albergam o vírus seja assintomática, outros apresentam doenças com risco de vida e sequelas devastadoras a longo prazo. Cerca de 10% dos lactentes com CMV congênito são sintomáticos ao nascimento. https://www.msdmanuals.com/pt- br/profissional/pediatria/infec%C3%A7%C3%B5es-em- rec%C3%A9m-nascidos/infec%C3%A7%C3%A3o- cong%C3%AAnita-e-perinatal-por-citomegalov%C3%ADrus-cmv b) A prevalência de infecção congênita por citomegalovírus varia de 0.2% a mais de 1%, sendo maior em populações com alta soro prevalência desse vírus. c) A letalidade, nessas crianças comprometidas pelo citomegalovírus, é de cerca de 40% ainda no período neonatal. F - Os neonatos sintomáticos apresentam taxa de mortalidade de até 30%, e 40 a 90% dos que sobrevivem apresentam algumas disfunções neurológicas d) Cerca de 10% infectados pelo citomegalovírus podem evoluir com surdez neurossensorial uni ou bilateralmente. F - Além disso, 5 a 15% dos neonatos assintomáticos eventualmente desenvolvem sequelas neurológicas; perda auditiva é a mais comum. Gabarito prova de residência. A infecção por citomegalovírus pode ser adquirida no período pré ou perinatal, sendo a infecção viral congênita mais comum. Sinais ao nascimento, se presentes, são retardo de crescimento intrauterino, prematuridade, microcefalia, icterícia, petéquia, hepatoesplenomegalia, calcificações periventriculares, coriorretinite, pneumonite hepatite e perda auditiva neurossensorial. Ainda no lactente, os sinais podem incluir pneumonia, hepatoesplenomegalia, hepatite, trombocitopenia, síndrome semelhante à sepse e linfocitose atípica. O melhor diagnóstico da infecção neonatal é feito pela detecção viral por meio de cultura ou PCR (polymerase chainreaction). O tratamento é principalmente de suporte. Ganciclovir parenteral ou valganciclovir oral podem prevenir a deterioração auditiva e melhorar os desfechos de desenvolvimento e é administrado para recém-nascidos com doença sintomática identificada no período neonatal. Infecção congênita por CMV ocorre em 0,2 a 1% dos nascidos vivos no mundo todo, resultado da aquisição transplacentária de infecção materna primária ou recorrente. No neonato, a doença aparente clinicamente ocorre com maior probabilidade após exposição materna primária, principalmente na primeira metade da gestação. Em alguns grupos de posição socioeconômica mais elevada nos EUA, cerca de 50% das mulheresjovens não têm anticorpos anti-CMV, tornando-as suscetíveis a infecção primária. Infecção perinatal por CMV é adquirida por exposição de secreções infectadas do canal de parto, leite do peito ou sangue. Admite-se que os anticorpos maternos sejam protetores, e a maioria dos recém-nascidos de termo expostos é assintomática ou não infectada. Por outro lado, os pré-termos (que não apresentam anticorpos anti-CMV) podem desenvolver infecções graves ou morrer, particularmente quando recebem transfusão de sangue com CMV positivo. Esforços devem ser envidados para que a transfusão de sangue ou derivados seja CMV-negativa ou que seja utilizado sangue que tenha sido filtrado para remoção de leucócitos, que contêm CMV. Esse sangue leucorreduzido é considerado por muitos especialistas como sendo seguro contra CMV. Muitas mulheres infectadas pelo CMV durante a gestação são assintomáticas, mas algumas desenvolvem uma doença semelhante à mononucleose (fadiga, febre, faringite e linfadenopatia). https://www.msdmanuals.com/pt- br/profissional/pediatria/infec%C3%A7%C3%B5es- em-rec%C3%A9m-nascidos/infec%C3%A7%C3%A3o- cong%C3%AAnita-e-perinatal-por- citomegalov%C3%ADrus-cmv Questão 02 ___________________________________ Recém-nascido de parto normal assintomático, com IgM antiToxoplasma gondii negativa, IgG com título baixo e igual ao materno, fundo de olho normal sem alterações liquórica e tomografia computadorizada de crânio normal; mãe tratada com Sulfadiazina, Pirimetamina e ácido folínico, por apresentar Soroconversão documentada durante o último trimestre da gestação, com avidez de 18% e detecção do parasita no líquido amniótico positiva por PCR. Indique a conduta adequada: a) Tranquilizar a mãe e não instituir terapia, porque, provavelmente, trata-se de um caso não-infectado, pela ausência de IgM e o baixo título de IgG. b) Instituir, de imediato, tratamento com Sulfadiazina, Pirimetamina e ácido folínico e acompanhamento clínico e laboratorial, com monitorização dos anticorpos IgG, durante o primeiro ano de vida. Após o nascimento, sugere-se iniciar o tratamento imediatamente em recém-natos com toxoplasmose adquirida na gestação (comprovada, provável ou suspeita). As drogas recomendadas para o tratamento da toxoplasmose congênita são sulfadiazina, pirimetamina e ácido folínico, utilizados de forma https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/pediatria/infec%C3%A7%C3%B5es-em-rec%C3%A9m-nascidos/infec%C3%A7%C3%A3o-cong%C3%AAnita-e-perinatal-por-citomegalov%C3%ADrus-cmv https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/pediatria/infec%C3%A7%C3%B5es-em-rec%C3%A9m-nascidos/infec%C3%A7%C3%A3o-cong%C3%AAnita-e-perinatal-por-citomegalov%C3%ADrus-cmv https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/pediatria/infec%C3%A7%C3%B5es-em-rec%C3%A9m-nascidos/infec%C3%A7%C3%A3o-cong%C3%AAnita-e-perinatal-por-citomegalov%C3%ADrus-cmv https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/pediatria/infec%C3%A7%C3%B5es-em-rec%C3%A9m-nascidos/infec%C3%A7%C3%A3o-cong%C3%AAnita-e-perinatal-por-citomegalov%C3%ADrus-cmv https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/pediatria/infec%C3%A7%C3%B5es-em-rec%C3%A9m-nascidos/infec%C3%A7%C3%A3o-cong%C3%AAnita-e-perinatal-por-citomegalov%C3%ADrus-cmv https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/pediatria/infec%C3%A7%C3%B5es-em-rec%C3%A9m-nascidos/infec%C3%A7%C3%A3o-cong%C3%AAnita-e-perinatal-por-citomegalov%C3%ADrus-cmv https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/pediatria/infec%C3%A7%C3%B5es-em-rec%C3%A9m-nascidos/infec%C3%A7%C3%A3o-cong%C3%AAnita-e-perinatal-por-citomegalov%C3%ADrus-cmv https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/pediatria/infec%C3%A7%C3%B5es-em-rec%C3%A9m-nascidos/infec%C3%A7%C3%A3o-cong%C3%AAnita-e-perinatal-por-citomegalov%C3%ADrus-cmv https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/pediatria/infec%C3%A7%C3%B5es-em-rec%C3%A9m-nascidos/infec%C3%A7%C3%A3o-cong%C3%AAnita-e-perinatal-por-citomegalov%C3%ADrus-cmv 3 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 5°P MEDICINA continuada durante 12 meses, para casos confirmados ou que não foi possível a exclusão da infecção, independente da presença de sinais e/ou sintomas da doença. c) Não tratar, uma vez que o tratamento antiparasitário não está indicado para crianças assintomáticas. d) O risco de sequelas oculares não é significativo, nesse caso, e OS medicamentos usados têm efeitos colaterais importantes, não se justificando o Tratamento. Interpretação de resultados laboratoriais: Soroconversão impõe tratamento. Avidez fraca ou intermediária: doença recente, iniciar o tratamento e encaminhar para referência de gestação alto risco. Definição de caso de toxoplasmose adquirida na gestação: Infecção aguda materna comprovada (caso confirmado): soroconversão durante o período gestacional; detecção do DNA do toxoplasma em líquido amniótico por PRC. Imunoglobulina G: A comparação dos títulos de IgG obtidos por meio de um mesmo teste laboratorial em duas amostras consecutivas de sangue, colhidas com pelo menos três semanas de intervalo, permite o diagnóstico de infecção aguda materna se forem detectados soroconversão (exame previamente negativo torna-se positivo) ou aumento dos níveis de anticorpos IgG associado à presença de IgM. Os títulos de testes sorológicos para detecção de IgG no RN são bastante semelhantes aos títulos maternos no momento do parto. Os anticorpos IgG transferidos da mãe durante a gestação são gradativamente degradados pela criança ao longo do primeiro ano de vida. O diagnóstico de toxoplasmose congênita só pode ser confirmado ou descartado por meio do acompanhamento da evolução dos títulos de IgG ao longo do primeiro ano de vida, pois os anticorpos IgG anti-T. gondii produzidos pela criança persistem ou aumentam nas crianças infectadas. O teste de avidez de IgG é importante para determinar a época da infecção pelo toxoplasma na gestante, visto que alta avidez indica que os anticorpos foram produzidos há mais de 12-16 semanas. Portanto, quando se verifica alta avidez em gestantes que apresentam IgG e IgM positivos já na primeira amostra coletada no primeiro trimestre de gestação, conclui-se que a toxoplasmose foi adquirida há mais de 4 meses, consequentemente antes da concepção. A presença de baixa avidez de IgG associada ao resultado positivo de IgM e IgG indica uma infecção recente, adquirida durante a gestação ou antes dela, pois baixos índices de avidez podem durar até um ano. Protocolo notificação investigação toxoplasmose gestacional e congênita. Toxoplasmose é a infecção causada por Toxoplasma gondii. Os sintomas variam de nenhum à linfadenopatia benigna, uma doença semelhante à mononucleose, ou doença do sistema nervoso central ou envolvimento de outros órgãos em pessoas imunocomprometidas. Encefalite pode se desenvolver em pacientes com aids e baixas contagens de CD4. Retinocorioidite, convulsões e retardo mental ocorrem na infecção congênita. O diagnóstico é por sorologia, histopatologia ou PCR (polymerase chain reaction). O tratamento é normalmente realizado com pirimetamina mais sulfadiazina ou clindamicina. São administrados corticoides ao mesmo tempo para tratar a retinocorioidite. A exposição humana à toxoplasmose é comum em qualquer lugar em que existem gatos. O risco de desenvolver doença grave é muito baixo, exceto para um feto infectado no útero e pessoas que estão ou se tornam gravemente imunocomprometidas pela aids ou outras doenças. Fisiopatologia: T. gondii é onipresente em pássaros e mamíferos. Esse parasita intracelular obrigatório invade e multiplica-se assexualmente como taquizoíta dentro do citoplasma de qualquer célula nucleada (ver figura Ciclo de vida do Toxoplasma gondii). Quando o hospedeiro cria imunidade, a multiplicação de taquizoítas cessa e formam-se cistos teciduais, que persistem, dormentes, durante anos, em especial no cérebro, nos olhos e nos músculos. As formas dormentes de Toxoplasma no interior dos cistos são denominadasbradizoítas. A reprodução sexual de T. gondii somente ocorre no intestino de gatos; os oocistos resultantes, eliminados nas fezes, permanecem infectantes por meses em terra úmida. 4 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 5°P MEDICINA Os únicos hospedeiros conhecidos definitivos para T. gondii são membros da família Felidae (gatos domésticos e seus parentes). 1a. Os oocistos são eliminados nas fezes dos gatos. Uma grande quantidade é eliminada, mas normalmente só durante 1–2 semanas. Os oocistos demoram 1 a 5 dias para esporular e se tornarem infectantes. 1b. Os gatos se reinfectam pela ingestão de oocistos esporulados. 2. Terra, água, plantas, ou a areia do gato tornam-se infectados com oocistos. Os hospedeiros na natureza (p. ex., pássaros, roedores, animais selvagens e animais criados para consumo de seres humanos) infectam-se após ingerirem materiais infectados. 3. Os oocistos se desenvolvem em taquizoítas logo após a ingestão. 4. Os taquizoítas se disseminam por todo o corpo e formam cistos teciduais no tecido neural, ocular e muscular. 5. Os gatos se infectam após consumirem hospedeiros intermediários contendo cistos teciduais. 6a. Os seres humanos podem se infectar pela ingestão de carne malcozida contendo cistos teciduais. 6b. Os seres humanos podem se infectar pela ingestão de alimentos ou água contaminada por fezes de gatos ou outros materiais contaminados por fezes (p. ex., terra), ou pelo contato com a areia do gato. 7. Raramente, a infecção nos seres humanos é decorrente de hemotransfusão ou transplante de órgão. 8. Raramente, ocorre transmissão transplacentária da mãe para o feto. 9. No hospedeiro humano, os parasitas formam cistos teciduais, mais comumente no músculo esquelético, no miocárdio, no cérebro e nos olhos. A infecção pode ocorrer por Ingestão de oocistos Ingestão de cistos teciduais Transmissão transplacentária Transfusão de sangue ou transplante de órgão A ingestão de oocistos em alimentos ou água contaminados com fezes de gato é o modo mais comum de infecção oral. A infecção também pode ocorrer ao se ingerir carne crua ou malcozida contendo cistos teciduais, em geral, carne de cordeiro, de porco ou, raramente, bovina. https://www.msdmanuals.com/pt- br/profissional/doen%C3%A7as- infecciosas/protozo%C3%A1rios- extraintestinais/toxoplasmose Questão 03 ___________________________________ Sobre Infecções Congênitas no recém-nascido, assinale a alternativa incorreta: a) O risco de transmissão materno-fetal da toxoplasmose aumenta com o avançar da gestação, porém o grau de comprometimento do concepto é maior no início da gestação. V - “O risco de transmissão materno-fetal é em torno de 40%, aumentando com o avançar da gestação. Entretanto, o grau de comprometimento do concepto é maior quando a infecção ocorre no inicio da gestação com variações entre as estimativas de diferentes autores”, diz trecho do documento. https://www.sbp.com.br/imprensa/detalhe/nid/novo- documento-da-sbp-aborda-a-toxoplasmose-congenita/ b) Recém-nascidos com suspeita ou confirmação de rubéola congênita devem ser mantidos em precaução de contato quando internados, pois são considerados contagiosos até 1 ano de vida. c) A grande maioria das infecções congênitas por Citomegalovírus é sintomática ao nascimento, porém com baixo índice de mortalidade. F – a maioria é assintomática d) O VDRL positivo no lÍquor deve ser diagnosticado como neurossífilis, independentemente de haver alterações na Celularidade e/ou na proteinorraquia. V - https://www.google.com/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&so urce=web&cd=&ved=2ahUKEwi_wevH1vP3AhWYg5U CHVUhDIsQFnoECAoQAQ&url=https%3A%2F%2Fbv sms.saude.gov.br%2Fbvs%2Fpublicacoes%2Fmanual _sifilis_bolso.pdf&usg=AOvVaw3bLUI2YabItbt8dGl4h HNV Questão 04 ___________________________________ Uma jovem de 18 anos não fez pré-natal e deu à luz um bebê que apresentava hidrocefalia, calcificações cerebrais e Hepatoesplenomegalia. Seu diagnóstico provável é: a) Sífilis congênita. b) Rubéola congênita. c) Citomegalovírose. d) Toxoplasmose congênita. Questão 05 ___________________________________ Uma gestante apresentou IgM e IgG de toxoplasmose positivos na gestação, com avidez alta com 12 semanas. Não usou nenhuma medicação específica para toxoplasmose na gestação. Ao nascimento, seu filho está assintomático e apresentou IgM negativo, IgG positivo (valor 134,0), RX de crânio normal, Ultrassom transfontanela normal e fundoscopia normal. Qual a conduta medicamentosa adequada para esta criança? a) Não iniciar medicação específica para toxoplasmose. b) Iniciar Sulfadiazina, Pirimetamina e ácido folínico. c) Iniciar espiramicina. Associar espiramicina e prednisona. d) Associar sulfametoxazol-trimetoprima e prednisona. Se a avidez fosse baixa, deveria tratar o bebe pois significa que ela pegou na gravidez. O teste de avidez tem que ser feito até 16 semanas de gestação. Questão 06 ___________________________________ Paciente L.M.A, masculino, 28 meses, apresentando ao exame físico ceratite intersticial, incisivos superiores entalhados, surdez, defeito no https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/doen%C3%A7as-infecciosas/protozo%C3%A1rios-extraintestinais/toxoplasmose https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/doen%C3%A7as-infecciosas/protozo%C3%A1rios-extraintestinais/toxoplasmose https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/doen%C3%A7as-infecciosas/protozo%C3%A1rios-extraintestinais/toxoplasmose https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/doen%C3%A7as-infecciosas/protozo%C3%A1rios-extraintestinais/toxoplasmose https://www.sbp.com.br/imprensa/detalhe/nid/novo-documento-da-sbp-aborda-a-toxoplasmose-congenita/ https://www.sbp.com.br/imprensa/detalhe/nid/novo-documento-da-sbp-aborda-a-toxoplasmose-congenita/ https://www.google.com/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=&ved=2ahUKEwi_wevH1vP3AhWYg5UCHVUhDIsQFnoECAoQAQ&url=https%3A%2F%2Fbvsms.saude.gov.br%2Fbvs%2Fpublicacoes%2Fmanual_sifilis_bolso.pdf&usg=AOvVaw3bLUI2YabItbt8dGl4hHNV https://www.google.com/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=&ved=2ahUKEwi_wevH1vP3AhWYg5UCHVUhDIsQFnoECAoQAQ&url=https%3A%2F%2Fbvsms.saude.gov.br%2Fbvs%2Fpublicacoes%2Fmanual_sifilis_bolso.pdf&usg=AOvVaw3bLUI2YabItbt8dGl4hHNV https://www.google.com/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=&ved=2ahUKEwi_wevH1vP3AhWYg5UCHVUhDIsQFnoECAoQAQ&url=https%3A%2F%2Fbvsms.saude.gov.br%2Fbvs%2Fpublicacoes%2Fmanual_sifilis_bolso.pdf&usg=AOvVaw3bLUI2YabItbt8dGl4hHNV https://www.google.com/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=&ved=2ahUKEwi_wevH1vP3AhWYg5UCHVUhDIsQFnoECAoQAQ&url=https%3A%2F%2Fbvsms.saude.gov.br%2Fbvs%2Fpublicacoes%2Fmanual_sifilis_bolso.pdf&usg=AOvVaw3bLUI2YabItbt8dGl4hHNV https://www.google.com/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=&ved=2ahUKEwi_wevH1vP3AhWYg5UCHVUhDIsQFnoECAoQAQ&url=https%3A%2F%2Fbvsms.saude.gov.br%2Fbvs%2Fpublicacoes%2Fmanual_sifilis_bolso.pdf&usg=AOvVaw3bLUI2YabItbt8dGl4hHNV https://www.google.com/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=&ved=2ahUKEwi_wevH1vP3AhWYg5UCHVUhDIsQFnoECAoQAQ&url=https%3A%2F%2Fbvsms.saude.gov.br%2Fbvs%2Fpublicacoes%2Fmanual_sifilis_bolso.pdf&usg=AOvVaw3bLUI2YabItbt8dGl4hHNV 5 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 5°P MEDICINA palato duro, tíbia em sabre. Qual o diagnóstico provável? a) Toxoplasmose congênita b) Citomegalovirose c) Sífilis congênita tardia d) Sífilis precoce Tríade de Hutchinson: ceratite ocular intersticial, incisivos em fenda e surdez. Questão 07 ___________________________________ Recém-nascido de mãe com sífilis, inadequadamente tratada, não apresenta ao nascimento alterações clínicas, radiológicas, hematológicas e/ou liquórica, e o VDRL é negativo. Nesse caso, qual a conduta adequada? a) Penicilina Cristalina na dose de 50.000 U/kg/dose por dez dias, e repetir a sorologia para sífilis com um mês de vida; b) PenicilinaG Procaína 50.000 U/kg/dia, IM, uma vez por dia, por dez dias, e repetir a sorologia para sífilis com três meses de vida; c) Penicilina Benzatina 50.000 U/Kg, IM, uma vez por dia, em três dias seguidos, e repetir sorologia com três e seis meses de vida; d) Penicilina Benzatina 50.000 U/kg, IM, uma vez, e repetir sorologia com um e três meses de vida; A3 do manual sífilis de bolso – dose única e fazer seguimento com VDRL. Se impossível o acompanhamento, o RN deverá ser tratado com o esquema A1. Questão 08 ___________________________________ Recém-nascido filho de mãe VDRL1:4 no momento do parto que foi inadequadamente tratada na gravidez. Assinale a alternativa CORRETA quanto ao manejo do recém-nascido: a) Realizar hemograma, radiografia dos ossos longos, VDRL no lÍquor e VDRL em sangue periférico e tratar o recém-nascido com penicilina cristalina se todos os exames forem normais e encaminhar para iniciar o seguimento com 1 mês de idade; F – se normal usa a benzatina. b) Realizar hemograma, radiografia dos ossos longos, VDRL em sangue periférico e VDRL no lÍquor, tratar o recém-nascido com penicilina cristalina ou penicilina procaína, durante 10 dias, se a radiografia dos ossos longos apresentar alterações e encaminhar para iniciar o seguimento com 1 mês de idade; c) Não existe necessidade de realizar intervenção no recém-nascido exceto se o VDRL dele for maior que o da mãe; F – é necessário fazer exames independente do resultado do VDRL do RN. d) Realizar hemograma, radiografia dos ossos longos, VDRL no lÍquor e VDRL em sangue periférico e se todos os exames forem normais tratar com penicilina benzatina em dose única e não existe a necessidade de seguimento; F – existe necessidade de seguimento. Questão 09 ___________________________________ O diagnóstico de neurossífilis congênita Confirmado é feito na presença de: a) Sorologia positiva para HIV e VDRL sérico 4 títulos maior que o materno. b) FTA-Abs IgM positivo no lÍquor. c) FTA-Abs Ig G sérico positivo e aumento de proteínas no líquor. d) VDRL positivo em qualquer título no líquor. Questão 10 ___________________________________ Mãe apresentou teste rápido para sífilis no pré-natal negativo no primeiro e terceiro trimestre, porém a sorologia para sífilis no dia do parto mostrou VDRL positivo 1:2 e teste treponêmico negativo. O Recém-nascido com 3.250 gramas e 39 semanas de idade gestacional está assintomático. A CONDUTA É: a) Não há necessidade de investigar ou tratar a criança, pois a mãe não tem sífilis. b) Investigar a criança com VDRL, coleta de líquor e tratar sífilis congênita com penicilina procaína se líquor normal, pois a mãe tem sífilis latente. c) Investigar a criança com VDRL, tratar sífilis congênita com penicilina procaína, pois a mãe tem sífilis. d) Investigar a criança com VDRL, coleta de líquor e tratar sífilis congênita com penicilina benzatina se líquor normal, pois a mãe tem sífilis latente. A gestação pode aumentar VDRL mesmo não tendo sífilis. 6 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 5°P MEDICINA AULA INFECÇÕES CONGÊNITAS RUBÉOLA CONGÊNITA Todas as infecções congênitas são adquiridas intraútero. Se dão por via hematogênica transplacentária – sangue que vai da mãe para o bebê através da placenta. Tríade: Microcefalia, CAP (problemas cardíacos) e cataratas (reflexo esbranquiçado – a luz passa pelo cristalino, mas é opaca). Clínica: Transitórias: • Púrpura • Trombocitopenia • Hepatoesplenomegalia (são palpáveis) • Icterícia • Meningoencefalite • Osteopatia radioluscente Permanentes: • Deficiência auditiva • Malformações cardíacas • Catarata, glaucoma • Retinopatia pigmentar Tardias: • Retardo do desenvolvimento • Diabetes mellitus Diagnóstico: Sorologia materna Sorologia RN: IgM +: • Infecção ativa • Não atravessa placenta • Perdura por 180 dias de vida IgM -: • Solicitar IgG • IgG – descarta • IgG + repetir após 3 meses • Se manutenção, confirma o diagnóstico • Queda acentuada do IgG ou ausência descarta, pois pode ser passagem transplacentária • Fazer IgG com: 0-3-6-12 meses Se a mãe positivou igg ou igm Para investigar o bebê, também pede sorologia: Igm + tem infecção ativa pois o igm não atravssa placenta. Solicitar: • HC – Hemograma completo • Transaminases – TGO TGP • Rx ossos longos • Avaliação oftalmológica • Avaliação audiologica • USG transfontanela • TC • Punção lombar – se indício de infecção neurológica • Ecocardiograma Acompanhamento: • Avaliação audiológica, fundo de olho a cada 3 meses • Avaliação clínica mensal – até 1 ano de vida. • Após o primeiro ano de vida: • Avaliação clínica, neurológica e fundo de olho a cada 6 meses. Tratamento: Suporte. Profilaxia: • Vacina com 12 meses e reforço com 4-6 anos. • Mulher em idade fértil que não foi vacinada: vacinar • Não vacinar durante a gestação. TOXOPLASMOSE CONGÊNITA: • Toxoplasma gondii • Protozoário parasita intracelular obrigatório • Gatos são os hospedeiros definitivos • Ingestão de carne crua, aves ou roedores. Humano: • Lavar bem mãos e alimentos. • Não entrar em contato com terra ou fezes de gatos. • Carne crua • Clínica: febre e adenomegalia. (parece citomega – se pegar antes de engravidar não tem problema, conforme a placenta cresce, a chance de transmissão par ao bebê é maior, mas é menos chances de ter alterações) • Transmissão hematogênica transplacentária a partir de infecção materna primária • Transmite mais no 3° trimestre • Maior gravidade no primeiro trimestre Cínica: Maioria assintomática ao nascer. Tríade clássica/Sabim: • Hidrocefalia • Retinocoroidite • Calcificação intracraniana 7 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 5°P MEDICINA • Adenomegalia • Hepatoesplenomegalia • Anemia, trombocitopenia, eosinofilia (protozoários) • Pneumonia • Microftalmia e amaurose • Microcefalia • Retardo mental • Convulsão e anormalidades no líquor Diagnóstico: IgG: • Pico em 6 – 8 semanas • Declina ao longo de 2 anos • Detectável ao longo da vida IgM • Aparece na primeira semana • Declina em meses IgG e IgM - : susceptível • Tem que pedir sorologia todo mês para fazer acompanhamento. • Prevenção: não comer carne crua, lavar bem as mãos evitar contato com gatos. IgG + IgM - : imune • Crônica • Ruim em HIV – pode soroconverter IgM + e IgG - : infecção aguda ou falso positivo – o IGM pode ficar muito tempo no organismo. • IgA + aguda • IgA – falso positivo • Repete IgG em 15 dias: se positivar é aguda (antes era negativo) IgG e IgM +: infecção aguda ou crônica • IgM pode ficar + até 1 ano. Teste de avidez IgG: em < 16 semanas • Alta avidez do IgG: anticorpos produzidos há mais de 12 a 16 semanas. • Baixa avidez (<30%): aguda • Alta avidez (>60%): crônica Caso 1: • IgG e IgM + • Alta avidez do IgG • Colhido até 16 semanas da gestação • Indica que a toxoplasmose foi adquirida a > 4 meses, ou seja, antes da concepção. Caso 2: • IgG e IgM + • Baixa avidez do IgG • Indica infecção recente, adquirida na gestação ou próximo a ela. Diagnóstico no RN: • IgM + IgA positiva após 5 ddv • Isolamento do agente em tecidos ou fluidos corporais • IgG no RN são semelhantes ao materno • Criança degrada o IgG da mãe no primeiro ano de vida. • IgG fica positiva até 12 mês de vida • Negativação do IgG antes de 12 meses exclui doença. Caso confirmado: • PCR no líquido amniótico • Cordoncetese para ver se tem IgM • IgM ou IgA e IgG reagente até 6 meses dv • IgG em ascensão em 2 amostras seriadas com intervalo de 3 semanas nos primeiros 12 meses de vida • IgG reagente após 12 meses • Retinocoroidite, hidrocefalia ou calcificação cerebral com IgG reagente e mãe com toxoplasmoseconfirmada na gestação. Se no PCR isolar o protozoário no líquido amniótico é caso confirmado. Igm na cordocentese também é diagnóstico. Se tiver igm e iga igg reagente é caso confirmado pois igm não passa para placenta. Se o igg começar a crescer ou não cair ou ficar reagente e após um ano considera que teve toxo. Tratamento na gestante: Feto não infectado: • Espiramicina 1g de 8/8h VO Se feto infectado: • 1 trimestre (< 20 semanas): espiramicina • 2 trimestre: sulfadiazina + pirimetamina + ácido folínico. • Alterna com espiramicina a cada 3 semanas. • 3 trimestre (> 37 sem): espiramicina. • Espiramicina é usada sempre em < 20 semanas e > 37 semanas • Pirimetamina em < 20 sem: teratogênica • Sulfadiazina em > 37 semanas: Kernicterus (anemia hemolítica-impregnação de bilirrubina no cérebro) Não pode usar a sulfa após 36 semanas pois há risco de kernicterus. • Sulfadiazina 100mg/kg/dia de 12/12 hrs por 1 ano • Pirimetamina: • 2mg/kg/d VO dose única por 2 dias • Depois: 1 mg/kg/d VO dose única por 6 meses • Depois: 1 mg/kg/dia 3 vezes na semana até completar 1 ano de tratamento • Ácido folínico 10 mg VO uma vez ao dia 3 vezes na semana por 1 ano • Retinocoroidite: 8 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 5°P MEDICINA • Prednisona 1-2 mg/kg/dia de 12/12 horas Tratamento RN: Mesmo se não confirmar a toxo trata até 1 ano. Se desenvolver retinocoroidite... o tratamento é acrescido com corticoide: prednisona para diminuir a inflamação no olho Acompanhamento: • HC a cada 15 dias durante o uso de sulfadiazina e pirimetamina. • Avaliação neurológica, auditiva, fundo de olho a cada 3 meses até completar um ano • Avaliação clínica mensal durante o primeiro ano. • Após 1 ano: avaliação clínica, neurológica, fundo de olho a cada 6 meses. SÍFILIS CONGÊNITA: Treponema pallidum. • Transmissão hematogênica e transplacentária. • Contato direto com lesão infectada no parto. • Infecção pode ocorrer em qualquer fase da gestação. • Mais frequente no último trimestre. • Pode ocorrer em qualquer estágio de sífilis materna não tratada. Sífilis precoce: • Pode surgir até o 2 ano de vida • Aborto espontâneo ou natimorto. • Prematuridade, baixo peso, funisite necrotizante (necrose do coto umbilical). • Hepatoesplenomegalia • Lesões cutâneas: • Maculopapular, vermelho, mais em mão e pé • Pênfigo palmo plantar: bolhas (altamente contagioso) • Condiloma plano • Unha esfoliada • Perda de cabelo e sobrancelha • Rinite: secreção mucosanguinolenta, rica em treponema e altamente infectante. • Laringite e choro rouco • Periostite (duplo contorno) • Osteíte ou osteocondrite (dor na articulação) • Pseudoparalisia de Parrot: • Pseudoparalisia de um dos membros, decorrente de dor por lesão óssea. • Coriorretinite • Atraso no desenvolvimento psicomotor • Icterícia, colestase e anemia (aumento de bilirrubina direta – pq pra conjugar bilirrubina precisa de ATP e pela infecção há redução do ATP) • Linfadenopatia, principalmente epitroclear Sífilis tardia: Clínica de sífilis surge depois de 2 anos • Tíbia em lamina de sabre (encurvada) • Articulações de Clutton • Fronte olímpica • Nariz em sela • Molares em amora • Ragades perioral • Mandíbula curta, arco palatino elevado • Ceratite intersticial • Surdez neurológica • Dificuldades no aprendizado Tríade de Hutchinson: • Surdez (neurológica) • Ceratite (alteração no olho) • Alteração dentária Tratamento materno adequado: • Tratamento completo com 3 doses de penincilina benzatina • A primeira dose sendo pelo menos 30 dias antes do parto (se não cumprir não é adequado Queda da sorologia: • Queda de 2 titulações em 6 meses • Queda de 2 titulações em 12 meses se sífilis latente tardia > 1 ano. Ex: • 1/32 – 1/16 – 1/8 – ¼.... • Não ter mantido contato sexual com parceiro com sífilis (pq recontamina) • Parceiro tratado. Diagnóstico: Mãe não tratada ou tratada inadequadamente: • Sífilis congênita independente da clínica e dos exames laboratoriais. Independente do estado de tratamento materno: • VDRL RN > materno em duas titulações: sífilis congênita. • Ex: materno 1:4 e neonato > 1:16 • Independente do tratamento materno, RN com alteração clínica, radiológica ou liquórica + VDRL positivo: sífilis congênita Mães não tratadas ou tratadas de forma não adequada: • Com exame físico normal, exames complementares normais e VDRL não reagente ao nascimento: • Benzilpenicilina 50.000 unidade/Kg IM, dose única. 9 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 5°P MEDICINA • O acompanhamento é obrigatório, incluindo o seguimento com VDRL sérico após conclusão do tratamento. • Sendo impossível garantir o acompanhamento: deverá ser tratada com penicilina cristalina EV por 10 dias Mãe não tratada ou tratada incorretamente: Alterações clínicas e/ou sorológicas e/ou radiológicas e/ou hematológicas SEM alterações no líquor: • Penicilina G cristalina na dose de 50.000 unidades/kg/dose EV de 12/12 horas nos primeiros 7 dias de vida • E de 8/8 horas do 8° ao 10° dia de vida • Totalizando 10 dias • Ou • Penicilina G procaína 50.000 unidades/kg/dia IM dose única diária, durante 10 dias. Para os casos de neurossífilis, ou seja, quando há alteração liquórica: • Penicilina G cristalina, 50.000 unidades/kg/dose EV de 12/12 horas nos primeiros 7 dias de vida • E de 8/8 horas após 7 dias de vida, por 10 dias. • Penicilina cristalina atinge maiores concentrações no líquor Não pode procaína na neurosífilis. A cristalina atravessa a barreira hematocefálica. Mãe adequadamente tratada: Se for assintomático e o VDRL não for reagente: • Seguimento clínico-laboratorial Na impossibilidade de garantir o seguimento: • Penicilina G benzatina IM, na dose única de 50.000 unidades/kg Se for assintomático e tiver o VDRL reagente, com título igual ou menor que o materno: • Acompanhar clinicamente Na impossibilidade do seguimento clínico: • Investigar e tratar com penicilina cristalina ou procaína (sem alterações de LCR) Se houver alterações clínicas e/ou sorológicas e/ou radiológicas e/ou hematológicas: • Penicilina G cristalina na dose de 50.000 unidades/kg/dose EV de 12/12 horas nos primeiros 7 dias de ida • E de 8/8 horas após 7 dias de vida, por 10 dias • Ou • Penicilina G procaína 50.000 unidades/kg IM dose única diária, durante 10 dias Sífilis congênita fora da faixa neonatal: • Benzilpenicilina potássica cristalina dose 50.000 unidades/kg/dose EV de 4/4 horas a 6/6 horas, por 10 dias (dose máxima diária 24 milhões de unidades/dia) Se houver alteração liquórica: • Penicilina G cristalina na dose de 50.000 unidades/kg/dose EV de 12/12 horas (nos primeiros 7 dias de vida) e de 8/8 horas (após 7 dias de vida), por 10 dias Exames: • HC • Teste não treponêmico: VDRL • Dosar ao nascimento, 1, 3 e 6 meses • Teste treponêmico: FTA-Abs • Realizar a partir dos 18 meses • Raio x de ossos longos: ostecondrite, osteíte, periostite da metáfise e diáfise da tíbia, fêmur e úmero • Punção lombar: descartar neurossífilis. Proteína : 150; celularidade > 25 células; VDRL reagente • Se > 28 dias: proteína > 40; celularidade > 5; VDRL reagente Raio x para todos, Sífilis congênita tem que fazer punção lombar para todos. Acompanhamento: • Consulta ambulatorial na 1 semana de vida • 2-4-6-9-12-18 mês • VDRL: ao nascimento, 1 mês, 3 meses e 6 meses • Se 2 VDRL negativos consecutivos ou queda do titulo em 2 titulações : interrompe o seguimento • Espera que o VDRL caia com 3 meses de idade e negative com 6 meses • FTA-Abs após 18 meses para confirmação do caso • Se vier positivo confirma sífilis congênita • Consulta oftalmológica, audiológica, odontológica de 6/6 meses por 2 anos • LCR alterado: reavaliação liquóricaa cada 6 meses até sua normalização CITOMEGALOVÍRUS CONGÊNITA: Infecção causada por um vírus de DNA membro da família de herpes-vírus que só infecta seres humanos. A transmissão ocorre por exposição à secreções contaminadas pelo CMV: • Urina, saliva, leite materno, secreções genitais e sangue • Transmissão vertical pode ocorrer em qualquer período da gestação ou perinatal • Mais grave no início da gravidez Clínica: • Hepatite • Febre prolongada • Sinais e sintomas semelhantes à mononucleose • Pode ser assintomática • É mais comum nos pacientes expostos à infecção pelo HIV • Pode se expressar no momento do nascimento ou pode apresentar sintomas ao longo do primeiro ano de vida Doença sintomática precoce congênita: • Petéquias ou púrpuras • Hepatoesplenomegalia • Icterícia • Prematuridade • Erupção cutânea violácea (blueberry muffins spots) • Hiperbilirrubinemia ao nascimento • Icterícia, que persiste além do tempo da fisiológica 10 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 5°P MEDICINA • CIUR • Microcefalia desproporcional • Calcificações intracranianas – periventricular • Atrofia cortical, dilatação ventricular e coriorretinite Manifestações clínicas na evolução: • Incapacidade do aprendizado e da linguagem • Perda auditiva • QI < 50 • Problemas visuais e anormalidades motoras • Obs: quando o rastreamento auditivo neonatal estiver alterado, é necessário fazer rastreio para CMV. • Infecção congênita assintomática: • Ocorre em 5 a 15% dos RN Diagnóstico: Necessário investigar essa criança: • Gestante com história de soroconversão durante a gravidez • Tem quadro semelhante à mononucleose • RN mostra sinais e sintomas típicos. • Isolamento do CMV em urina, saliva, secreções respiratórias ou sangue • Técnicas de diagnóstico rápido: • PCR: detecta CMV no sangue ou na urina • Cultura com centrifugação (shell vial): isola o vírus na saliva e em altos títulos na urina • Antígeno do CMV: antígeno pp65 do CMV Tratamento: Ganciclovir 6 mg/kg/dose EV de 12/12 horas, por 6 semanas Caso haja infecção pelo HIV, considerar tratamento por um período maior. Profilaxia: • Restrição ao aleitamento materno: nos RN prematuros. • Restrições ambientais: com correta técnica de lavagem das mãos a fim de diminuir a propagação do vírus. HERPES CONGÊNITA: Causada principalmente pelo HSV-2 Transmissão intraparto, pré-natal e pós-natal (se tiver lesão, indica cesárea) Clínica: Infecção na pele, olho ou boca Vesícula aparece do 6 ao 9 dia de vida Os que apresentam ceratoconjuntivite pode ter catarata, retinopatia e coriorretinite. Se tiver recorrências mais chance de complicação neurológica Infecção no SNC: mais grave. Tratamento: aciclovir Limitado a pele olho e boca: 20mg/kg 8/8 hr por dia 14 dias EV ou VO SNC: 20mg/kg 8/8 hr por 21 dias EV Ocular: iododesoxiuridina 1% Profilaxia: Gravidez: • Evitar relação sexual com pessoa contaminada principalmente no terceiro trimestre. • Tratar com aciclovir por 10 dias Parto: • Se lesão durante o parto fazer cesárea • Eficácia reduzida se membrana rota > 4 h RN nascido de parto vaginal com lesão: • RN deve ser isolado dos outros no berçário • Coletar suab orofaringe, nasofaringe e conjuntiva HIV CONGÊNITO: Exposição ao vírus em RN de mulheres infectadas pelo HIV. Transmitido: • Através da placenta • Contato com o sangue • Aleitamento materno Fator de maior risco de transmissão vertical do HIV é a magnitude da carga viral plasmática materna próximo ao parto. Cuidados imediatos: • Limpar com compressas macias todo sangue e secreções visíveis no RN logo após o nascimento. • Dar banho na sala de parto com água de chuveirinho ou torneira. • Quando for necessária a realização de aspiração de vias aéreas do RN, deve-se proceder delicadamente, evitando traumatismos em mucosas. • Assim que possível, o bebê deve ser colocado em contato físico com a face e o colo da mãe para fortalecer o vínculo entre eles. • Dar a primeira dose do zidovudina AZT VO, preferencialmente na sala de parto. Ou nas primeiras 4 horas de vida • Profilaxia só é considerada eficaz quando iniciada até48 horas depois do nascimento • Em crianças expostas ao HIV cujas mães não fizeram uso de TARV durante o pré-natal ou não tem carga viral < 1.000 cópias/mL documentada no último trimestre de gestação: 11 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 5°P MEDICINA • Acrescentar nevirapina ao esquema da profilaxia • Início o mais precoce possível, nas primeiras 48 horas de nascimento. Cuidados: • Não amamentação – porque a cada leite/mamada aumenta a chance de pegar HIV. • Substituição do leite materno por fórmula infantil após aconselhamento • Aleitamento misto também é contraindicado • Contraindicados o aleitamento cruzado: amamentação da criança por outra lactante • Contraindicado uso de leite humano com pasteurização domiciliar Clínica: Quando suspeitar: • Infecções recorrentes de vias aéreas superiores, como sinusite ou otite (muito subjetivo pois crianças tem muitas infecções de via aérea) • Linfadenomegalia generalizada • Hepatomegalia e/ou esplenomegalia • Parotidite recorrente • Pneumonias de repetição • Candidíase oral persistente • Diarreia recorrente ou crônica • Déficit ponderal e de estatura • Atraso no desenvolvimento neuropsicomotor • Febre de origem indeterminada Sinais sugestivos: • Presença de linfonodos • Alterações no perímetro cefálico • Retardo de crescimento e desenvolvimento • Hepatoesplenomegalia • Candidíase oral e/ou genital Complicações: No primeiro ano de vida tem maior risco de ter pneumonia por Pneumocystis jiroveci Mais frequente infecção oportunista em crianças infectadas pelo HIV. Profilaxia da pneumonia: quimioprofilaxia com bactrim Profilaxia: • Aconselhamento e triagem pré-natal • Realização de cesárea eletiva quando indicada • Uso de terapia antirretroviral (TARV) pela mãe • Suspensão da amamentação • Quimioprofilaxia da infecção pelo HIV em RN expostos de acordo com dois tipos de situação Quimioprofilaxia conforme a situação: 1ª Situação: Mãe usou TARV e carga viral < 1.000 no terceiro trimestre de gestação: Zidovudina (AZT) Neonato com idade gestacional ≥ 35 semanas: Zidovudina 4 mg/kg/dose de 12/12 horas, por 4 semanas VO ou SNE; Neonato entre 30 e 35 semanas de idade gestacional: Zidovudina 2 mg/kg/dose de 12/12 horas, por 14 dias; e 3 mg/kg/dose de 12/12 horas a partir do 15o dia, por mais 2 semanas VO ou SNE; Neonato com idade gestacional <30 semanas: Zidovudina 2 mg/kg/dose de 12/12 horas, por 4 semanas VO ou SNE 2ª Situação: Mãe não usou TARV durante a gestação, e CV desconhecida ou > 1.000 cópias/mL no 3º trimestre; OU Histórico de má adesão, mesmo com CV < 1.000 cópias/mL no 3° trimestre; OU Mãe com infecção sexualmente transmissível (IST) especialmente sífilis: • Nevirapina (NVP) + AZT • 1ª dose até 48 horas de vida • 2ª dose 48 horas após 1ª dose • 3ª dose 96 horas após 2ª dose Peso de nascimento > 2 kg: 12 mg/dose (1,2 mL); Peso de nascimento 1,5 a 2 kg: 8 mg/dose (0,8 mL); Peso de nascimento < 1,5 kg: Não usar NVP. Zidovudina injetável: Quando a criança não tiver condições de receber o medicamento por VO ou SNE So acrescenta a neviraina se a mae não tiver tomando o remédio direito ou se tiver com carga viral alta. Carga viral: • Crianças com mais de 4 meses no momento da primeira amostra devem fazer a segunda coleta com intervalo mínimo de um mês. • Resultado detectável ou indeterminado, a carga viral deve ser repetida assim que possível • Segunda carga viral detectável, considera infectada pelo HIV • Primeira carga viral indetectável: deve ser repetida após o 4 mês de vida. • Segunda carga viral indetectável: considera não infectada. Sorologia HIV:• Passagem transplacentária de anticorpos maternos do tipo IgG anti-HIV • Principalmente no 3º trimestre de gestação • Anticorpos maternos podem persistir até os 18 meses de idade Acompanhamento: • Deve ser mensal nos primeiros 6 meses. • Bimensal a partir do 2 semestre de vida. • Documentação da sororeversão da criança não infectada pelo HIV deve ser feita com uma sorologia para HIV não reagente após 12 meses. • Algumas crianças ficam com anticorpos maternos até 24 meses • ELISA positivo • Teste confirmatório (IFA ou Western Blot) indeterminado Abordagem terapêutica: • Indicado para todas as crianças e adolescentes com infecção por HIV comprovada, 12 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 5°P MEDICINA independentemente de fatores clínicos, da contagem de linfócitos T-CD4 e da carga viral. • Solicitar genotipagem do HIV antes da introdução da terapia antirretroviral (TARV) inicial em crianças. • Não é necessário aguardar o resultado para início da terapia. Esquema de terapia inicial conforme idade: • 14 dias a 3 meses: AZT (Zidovudina) + 3TC (Lamivudina) + LPV/r (Lopinavir/r); • 3 meses a 24 meses: ABC (Abacavir) + 3TC (Lamivudina) + LPV/r (Lopinavir/r); • 24 meses a 12 anos: ABC (Abacavir) + 3TC (Lamivudina) + RAL (Raltegravir); • >12 anos: TDF (Tenofovir → a partir de 6 anos ou 35kg) + 3TC (Lamivudina) + DTG (Dolutegravir). Antes do uso dos ARV ou na troca das medicações, recomenda-se a realização dos seguintes exames: • Prova tuberculínica (PPD) • Quantificação de RNA-HIV (carga viral) • Contagem de linfócitos T CD4+ • Hemograma com plaquetas;Função hepática (TGO, TGP, FA, GGT e bilirrubina total e frações) e renal (ureia e creatinina);Bioquímica (ionograma, glicemia, colesterol e frações, triglicerídios, amilase, lipase) • Radiografia de tórax • Análise do sedimento urinário Profilaxia primária para pneumonia por Pneumocystis jiroveci: • Deve ser feita em todas as crianças a partir de 4 a 6 semanas de vida • Até que tenha 2 cargas virais indetectáveis • Mantida somente para as crianças infectadas • A partir de 4 meses até 1 ano, independente da contagem de CD4+. • Após os 12 meses, a indicação deste medicamento será orientada pela contagem de CD4+: • Sulfametoxazol + Trimetoprim (SMX+TMP) • 750 mg de SMX/m2/dia de 12/12 horas • 3x/semana em dias consecutivos ou às 2as, 4as e 6as feiras.
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