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TCC_ Espectroscopia atômica uma breve revisão

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INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO 
CURSO DE BACHAREL EM QUÍMICA INDUSTRIAL 
 
 
 
 
 
 
KATIELLEN AMORIM PACHECO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESPECTROSCOPIA ATÔMICA: UMA BREVE REVISÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
VILA VELHA 
2022 
KATIELLEN AMORIM PACHECO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESPECTROSCOPIA ATÔMICA: UMA BREVE REVISÃO 
 
 
 
 
 
 
Monografia apresentada à Coordenadoria do 
Curso de Bacharel em Química Industrial do 
Instituto Federal do Espírito Santo, Campus Vila 
Velha, como requisito parcial para a obtenção do 
título de Bacharel em Química Industrial. 
 
Orientadora: Dra. Araceli Verónica Flores Nardy 
Ribeiro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
VILA VELHA - ES 
2022 
3 
 
FICHA CATALOGRÁFICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) 
Bibliotecária Camila Quaresma Martins CRB6-ES/963 
 
P116e Pacheco, Katiellen Amorim. 
Espectroscopia atômica: uma breve revisão. / Katiellen Amorim 
Pacheco. - 2022. 
 
53 f. : il. ; 30 cm. 
Inclui bibliografia. 
 
Orientadora: Prof.ª Drª. Araceli Verónica Flores Nardy 
Ribeiro. 
 
TCC (Graduação) Instituto Federal do Espírito Santo, Campus Vila 
Velha, Curso de bacharelado em Química Industrial, 2022. 
 
1. Espectroscopia. 2. Espectroscopia atômica. 3. Emissão atômica. 
I. Nardy, Araceli Verónica Flores. II. Título. III. Instituto Federal do 
Espírito Santo. 
CDD: 545.33 
 
 
4 
 
DIGITALIZAÇÃO DA FOLHA DE APROVAÇÃO ASSINADA PROVIDENCIADA 
PELA COORDENAÇÃO DO CURSO 
 
5 
 
DECLARAÇÃO DA AUTORA 
 
 
 
Declaro, para fins de pesquisa acadêmica, didática e técnico-científica, que este 
Trabalho de Conclusão de Curso pode ser parcialmente utilizado, desde que se faça 
referência à fonte e à autora. 
 
 
Vila Velha, 04 de Março de 2022. 
 
 
 
 
 
 
 
Katiellen Amorim Pacheco 
6 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
Primeiramente a Deus pela realização e conclusão deste trabalho. 
 
 
A minha orientadora Profa Dra Araceli Verónica Flores Nardy Ribeiro, pelo carinho, 
pela força e por me auxiliar durante o período da realização deste trabalho. 
 
A minha mãe Katia Cristina Tongo Amorim e meu pai José Eloy Pacheco, pelo apoio 
e incentivo durante todo o curso de graduação. 
 
Ao meu marido Eduardo do Nascimento Guimarães, que sempre acreditou e acredita 
em mim e me dá força, coragem e estímulo para nunca desistir. 
 
Aos meus irmãos, Kariston Amorim Pacheco e Karoliny Amorim Pacheco, pelo amor, 
carinho e por acreditarem sempre em mim. 
 
A toda a minha família pela força e torcida pela conclusão deste trabalho. 
Ao IFES e a todos os docentes do campus Vila Velha. 
A todos que direta ou indiretamente, colaboraram para a realização deste trabalho. 
7 
 
RESUMO 
 
 
A espectroscopia é uma ferramenta científica que emprega radiação eletromagnética 
afim de obter dados na estrutura e nas propriedades da matéria. Esta reúne diferentes 
técnicas que empregam a absorção, emissão ou a dispersão da radiação por átomos 
ou moléculas. Essas técnicas são importantes para resolver uma ampla variedade de 
problemas analíticos. Este trabalho de conclusão de curso, apresenta uma revisão 
bibliográfica da espectroscopia atômica, e foi desenvolvida para fins de auxílio 
didático na disciplina de Análise Instrumental ministrada para os cursos Técnicos do 
Ifes, campus Vila Velha, uma vez que, os livros didáticos que abordam esse conteúdo 
apresentam um nível de aprofundamento superior ao requerido para os cursos 
técnicos, o que acaba desestimulando o estudo dessa técnica tão importante nos dias 
de hoje. A espectroscopia atômica ocorre quando um átomo na forma de vapor, 
absorve ou emite radiação em determinados comprimentos de onda, característicos 
dos elementos. Os principais tópicos que abordam o assunto foram descritos neste 
trabalho, juntamente com o histórico da espectroscopia atômica, as técnicas 
desenvolvidas, e, alguns conceitos importantes para o entendimento do assunto. Por 
fim, comparou-se as técnicas citadas no presente trabalho, onde, foi possível destacar 
a sensibilidade, e, as vantagens e desvantagens de cada uma delas, na qual foi 
importante para concluir qual técnica é a melhor dentre elas. Com isso, foi possível 
concluir que as técnicas da espectrometria de absorção atômica (AAS - Atomic 
Absorption Spectrometry) é uma das mais utilizadas, inclusive na determinação de 
elementos em baixas concentrações, e, se mostrou mais vantajosa pelo seu 
custo/benefício. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Palavras-chave: Espectroscopia atômica, absorção atômica, emissão atômica. 
8 
 
ABSTRACT 
 
 
Spectroscopy is a scientific tool that employs electromagnetic radiation in order to 
obtain data on the matter's structure and properties. It brings together different 
techniques that employ the absorption, emission or dispersion of radiation by atoms 
or molecules. These techniques are important for solving a wide variety of analytical 
problems. This work presents a mini review about atomic spectroscopy. It was 
developed for the teaching aid purpose in instrumental analysis classes taught for the 
IFES's technical courses in Vila Velha-ES, Brazil. It was a necessary work, since the 
textbooks presents this content in a level higher than that required for technical 
courses, which discouraging the study of this technique, so important for many kinds 
of analyses. Atomic spectroscopy occurs when an atom, in vapor state, absorbs or 
emits radiation at certain typical wavelengths from chemical elements. The main topics 
that approach the subject were described in this work, along with the history of atomic 
spectroscopy, the techniques developed, and some important concepts for the 
understanding of the subject. Finally, the techniques mentioned in the present work 
were compared, where it was possible to highlight the sensitivity, and the advantages 
and disadvantages of each of them, in which it was important to conclude which 
technique is the best among them. With this, it was possible to conclude that the 
techniques of atomic absorption spectrometry (AAS - Atomic Absorption 
Spectrometry) is one of the most used, including in the determination of elements in 
low concentrations, and it proved to be more advantageous for its cost/benefit. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Keywords: Atomic spectroscopy, atomic absorption, atomic emission. 
9 
 
 
LISTA DE ILUSTRAÇÕES 
Figura 1 - Decomposição da luz por um prisma ....................................................... 15 
Figura 2 - Espectros solar e de vários elementos individuais. .................................. 16 
Figura 3 – O espectroscópio de Bunsen e Kirchhoff. ............................................... 17 
Figura 4 - Radiação eletromagnética, representando comprimento de onda (λ) e a 
amplitude (A). ........................................................................................................... 19 
Figura 5 - Espectro eletromagnético e suas aplicações. .......................................... 21 
Figura 6 – Dispositivo experimental que estuda o efeito Compton ........................... 22 
Figura 7- Diagrama de blocos da espectroscopia de absorção atômica .................. 24 
Figura 8 – Esquema da espectroscopia de absorção atômica por chama ............... 25 
Figura 9 – Diagrama de uma lâmpada de cátodo oco .............................................. 26 
Figura 10 - Sistema de introdução da amostra e atomização na FAAS ................... 27 
Figura 11 - Sistema de geração de hidretos em batelada ........................................ 30 
Figura 12 - Esquema de Sistema por Injeção em Fluxo. A) Propulsão utilizando 
bomba peristáltica junto com amortecedor de pulsos; B) Injetor de acrílico com 
seringa para preenchimento da amostra .................................................................. 32 
Figura 13 - Fornos com aquecimento (a) longitudinal e (b) transversal.................... 33 
Figura 14 - Tubos de grafite com aquecimento (a) longitudinal e (b) transversal, 
ambos com plataforma de L’vov integrada ao tubo ........................................................ 34 
Figura 15 - Componentes básicos do sistema de atomização ................................. 36 
Figura 16 - Etapas do Forno de Grafite .................................................................... 37 
Figura 17 - Origem de três linhas de emissão do sódio. .......................................... 39 
Figura 18 - A tocha do ICP. ..................................................................................... 41 
10 
 
LISTA DE TABELAS 
Tabela 1 - Limite de Detecção para alguns elementos ............................................. 42 
Tabela 2 - Sensibilidade das técnicas e suas particularidades. ............................... 43 
Tabela 3 - Comparação das técnicas da espectroscopia atômica. .......................... 45 
11 
 
LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS 
 
 
AAS Absorption Atomic Spectrometry 
ʋ Frequência 
λ Comprimento de onda 
A Amplitude 
E Energia 
h Constante de Planck 
Abs Absorbância 
T Transmitância 
nm Nanômetro 
FAAS Flame Atomic Absorption Spectrometry 
HCL Hallow Cathode Lamp 
EDL Electrodeless Discharge Lamp 
Torr Unidade de pressão 
µg/L Microgramas por Litro 
mg/L Miligramas por Litro 
mol/L Mol por Litro 
ng L-1 Nano grama por Litro 
NaBH4 Borohidreto de sódio 
FIA Análise in Fluxo 
ETAAS Electrothermal Atomic Absorption Spectrometry 
GFAAS Graphite Furnace Atomic Absorption Spectrometry 
kW Quilowatt (unidade de potência) 
FeCl3 Cloreto de Ferro lll 
HNO3 Ácido Nítrico 
AES Espectroscopia de emissão atômica 
FAES Flame Atomic Emission Spectroscopy 
ICP Inductively Coupled Plasm 
ICP OES Inductively Coupled Plasm Optcal Emission Spectrometer 
ICP MS Inductively Coupled Plasm Mass Spectrometer 
LD Limite de Detecção 
LQ Limite de Quantificação 
LDM Limite de Detecção do Método 
12 
 
SUMÁRIO 
SUMÁRIO ................................................................................................................ 12 
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 14 
2. HISTÓRICO ......................................................................................................... 15 
3. RADIAÇÃO .......................................................................................................... 18 
3.1. RADIAÇÃO ELETROMAGNÉTICA ................................................................... 18 
3.2. ONDAS ELETROMAGNÉTICAS ....................................................................... 19 
3.3. DUALIDADE DA RADIAÇÃO (ONDA-PARTÍCULA) ......................................... 19 
3.4. ESPECTRO ELETROMAGNÉTICO .................................................................. 20 
3.5. TÉCNICAS QUE UTILIZAM RADIAÇÃO ELETROMAGNÉTICA .................................. 21 
4. ESPECTROSCOPIA DE ABSORÇÃO ATÔMICA (AAS) ..................................... 23 
4.1. ESPECTROSCOPIA DE ABSORÇÃO ATÔMICA POR CHAMA (FAAS) ......... 24 
4.1.1. Instrumental.................................................................................................... 24 
4.1.1.1. Fonte de Radiação ...................................................................................... 25 
4.1.1.2. Sistema de atomização ............................................................................... 26 
4.1.1.3. Monocromador ............................................................................................ 27 
4.1.1.4. Detector ....................................................................................................... 28 
4.1.2. Sistema de injeção de amostra ...................................................................... 28 
4.1.2.1. Tubos de Quartzo ........................................................................................ 29 
4.1.2.2. Geração de Hidretos ................................................................................... 29 
4.1.2.3. Análise in Fluxo (FIA) .................................................................................. 30 
4.2. ESPECTROSCOPIA ATÔMICA POR ATOMIZAÇÃO ELETROTÉRMICA 
(ETAAS) ................................................................................................................... 32 
4.2.1. Instrumental.................................................................................................... 34 
4.2.2. Sistema de Atomização ............................................................................................. 35 
4.2.2.1 Etapa de utilização do Forno de Grafite ............................................................36 
4.2.2.2. Modificadores Químicos ...................................................................................37 
5. ESPECTROSCOPIA DE EMISSÃO ATÔMICA (FAES) ....................................... 38 
13 
 
5.1. EMISSÃO ATÔMICA POR CHAMA .................................................................. 39 
5.2. ESPECTROSCOPIA DE EMISSÃO ATÔMICA POR PLASMA (ICP) ............... 40 
5.2.1. ESPECTROSCOPIA DE EMISSÃO ÓTICA COM PLASMA INDUTIVAMENTE 
ACOPLADO (ICP-OES) ........................................................................................... 40 
5.2.2. ESPECTROMETRIA DE MASSA COM PLASMA INDUTIVAMENTE 
ACOPLADO (ICP-MS) ............................................................................................. 41 
6. SENSIBILIDADE DAS TÉCNICAS ....................................................................... 41 
7. COMPARAÇÃO ENTRE AS TÉCNICAS ATÔMICAS .......................................... 44 
8. CONCLUSÃO....................................................................................................... 46 
REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 47 
14 
 
1. INTRODUÇÃO 
A espectroscopia é o estudo da interação de sistemas físicos com a radiação 
eletromagnética. Este princípio é utilizado como fundamento de diversas técnicas 
como: espectroscopia atômica, molecular, infravermelho, refratometria, entre outros. 
No caso da espectroscopia atômica, baseia-se em medidas da luz absorvida ou 
emitida pelos elementos de uma amostra, determinando assim, os elementos que 
estão presentes, e, a sua respectiva concentração. Na espectroscopia atômica a 
substância que está sendo analisada é decomposta em átomos por meio de uma 
chama, um forno ou um plasma. (7) 
O princípio fundamental da espectroscopia de absorção atômica envolve a medida da 
absorção da intensidade da radiação eletromagnética, proveniente de uma fonte de 
radiação primária, por átomos gasosos no estado fundamental. (4) No caso da 
espectroscopia de emissão atômica, os átomos do analito são excitados por uma 
fonte de energia externa na forma de calor ou energia elétrica. A energia é tipicamente 
suprida por um plasma, uma chama, uma descarga a baixa pressão ou um laser de 
potência. Neste caso, antes da aplicação da fonte de energia externa, os átomos 
encontram-se normalmente em seu estado de energia mais baixo ou estado 
fundamental. A energia aplicada leva momentaneamente os átomos a um estado de 
energia mais alto ou estado excitado. Logo após, os átomos excitados relaxam para 
o estado fundamental, fornecendo suas energias como fótons de radiação visível ou 
ultravioleta. (8) 
Há, ainda hoje, uma escassez em encontrar materiais que abordam sobre a 
espectroscopia atômica, que possam ser utilizados nos cursos técnicos. Por isso, este 
trabalho foi elaborado com a finalidade de criar um material didático sobre as técnicas 
para auxiliar no conteúdo nas disciplinas de análise instrumental. 
15 
 
2. HISTÓRICO 
Desde a Antiguidade a luz solar pode ser decomposta nas cores do arco-íris. O 
fenômeno da decomposição da luz foi descrito pela primeira vez por Newton (1642- 
1727),no século XVII, utilizando um prisma (figura 1). O conjunto das cores obtidas 
com o prisma é conhecido como espectro, e varia do vermelho ao violeta em suas 
extremidades. (1) 
 
 
Figura 1 - Decomposição da luz por um prisma. 
 
Fonte: (2) 
 
 
 
No ano de 1814, um jovem e talentoso óptico alemão, Josef von Fraunhofer (1787- 
1826), experimentando, inicialmente, diversos tipos de prismas de vidro, e depois 
grades de difração, notou que o espectro do Sol apresentava um grande número de 
linhas muito finas – mais de 500 sobre a faixa do contínuo. (3) Algumas dessas linhas 
podem ser vistas no espectro solar mostrado na figura 2. Fraunhofer designou as 
linhas mais fortes pelas letras do alfabeto, de A até I, e mapeou 574 linhas entre a 
linha B (no vermelho) e a linha H (no violeta). Também ocorriam linhas nas regiões 
invisíveis do espectro. Com o passar do tempo, verificou-se que o número de linhas 
era bem maior, chegando a vários milhares. Na figura 2, o primeiro elemento é o 
espectro contínuo de emissão do Sol, ao qual estão sobrepostas várias linhas negras 
correspondentes aos espectros de absorção de elementos químicos presentes no 
Sol. Os 11 seguintes são espectros de emissão de vários elementos, obtidos em 
laboratório. Nota-se, por exemplo, que o espectro de emissão de sódio e do hélio 
16 
 
apresentam linhas muito próximas no amarelo, correspondendo a linhas negras no 
espectro solar. (1) 
 
Figura 2 - Espectros solar e de vários elementos individuais. 
 
 
Fonte: (1) 
 
 
 
Graças à invenção do bico de gás de chama limpa, pelo químico alemão Robert 
Bunsen (1811 – 1899), foi possível obter-se o padrão de linhas espectrais de 
diferentes vapores químicos. Em 1859 Kirchhoff mostrou que todas as substâncias 
puras têm espectros característicos. Ele e Bunsen inventaram um novo instrumento, 
representado na figura 3, denominado espectroscópio, para observar as linhas 
espectrais, assim como observado de alguns elementos na figura 2.(2) Este aparelho, 
de concepção bastante simples, e, consequências extraordinárias para o avanço da 
ciência, mostra uma alça de platina presa ao suporte E, contendo um composto que 
era excitado até à incandescência pela chama do queimador de Bunsen. A luz emitida 
era colimada e atravessará o tubo B para ser decomposta pelo prisma F. A luneta C 
permitia a observação do espectro de emissão (ou ele poderia ser projetado num 
anteparo). (1) 
Em 1860, Kirchhoff estabeleceu a relação entre emissão e absorção e enunciou a 
seguinte lei: “Em condições especiais, todos os corpos podem absorver radiações 
que eles são capazes de emitir”. Este é considerado o princípio fundamental da 
espectrometria de absorção atômica (AAS), ou seja, de maneira geral os átomos no 
17 
 
estado fundamental só podem absorver radiações de comprimento de onda 
produzidas por eles próprios. Entretanto, não houve interesse pelos químicos da 
época em tentar desenvolver tal ideia como técnica analítica. (4) 
 
 
Figura 3 – O espectroscópio de Bunsen e Kirchhoff. 
 
 
Fonte: (1) adaptado. 
 
 
 
Em 1900, Max Planck, usando o seu conceito dos “quanta” – atualmente conhecido 
como fóton - de energia, estabeleceu a lei quântica de absorção e emissão da 
radiação, a qual descrevia a relação entre intensidade de radiação, temperatura e o 
comprimento de onda. Planck modelou sua teoria com base no conceito de corpo 
negro. Um corpo negro é um absorvedor perfeito, e, ao mesmo tempo um emissor 
perfeito. Corpos negros são entes teóricos, idealizados: eles não existem na 
Natureza, e, por isso, o modelo desenvolvido por Planck se ajustou com aproximação. 
(3) 
 
Alguns anos depois, Alan Walsh (1916 -1998) propôs o conceito da espectrometria 
de absorção atômica (AAS) e montou o primeiro protótipo. Walsh é reconhecido como 
o pai da técnica, devido a sua insistência com a nova técnica, e, as contribuições no 
desenvolvimento das lâmpadas de catodo oco. (4) 
Os primeiros espectrômetros de absorção atômica apresentavam: uma chama como 
atomizador; uma lâmpada de catodo oco como fonte de radiação específica para o 
elemento a ser determinado, que é a mais utilizada até hoje; um monocromador para 
18 
 
selecionar o comprimento de onda; e uma válvula fotomultiplicadora que transforma 
a energia eletromagnética em sinal elétrico. (4) 
 
Em 1959, Boris V. L’Vov introduziu uma nova técnica substituindo a chama por um 
processo de atomização eletrotérmica. Denominada aqui de espectrometria de 
absorção atômica com atomização eletrotérmica (ETAAS), esta técnica só se tornou 
bem conhecida a partir da publicação do trabalho por L’Vov em 1961. (5) 
 
3. RADIAÇÃO 
 
3.1. RADIAÇÃO ELETROMAGNÉTICA 
 
Radiação eletromagnética é toda energia radiante composta por um campo 
eletromagnético como a luz solar, lasers, raios-x, entre outras. A propagação desse 
tipo de energia gera campos elétricos, e, magnéticos perpendiculares, e devido ao 
comportamento dualístico da radiação eletromagnética essa se comporta como onda, 
ou seja, tem comportamento ondulatório ou como partícula (fóton), onde a radiação 
tem comportamento corpuscular. Devido ao comportamento ondulatório da energia 
radiante, a mesma pode ser descrita em termos de propriedades. A frequência (ʋ) 
identifica o número de oscilações por segundo descrita pela onda eletromagnética, 
enquanto o comprimento de onda (λ) descreve a distância entre as cristas adjacentes da 
onda em um feixe de radiação eletromagnética. Sendo assim, podemos dizer que o λ 
é inversamente proporcional a frequência, e, a amplitude (A), descreve a distância 
entre o eixo horizontal e a crista ou vale da onda (figura 4). Então, a partir de valores 
característicos para energias e frequência foram determinadas e nomeadas regiões 
que contemplam as chamadas regiões do espectro eletromagnético, das quais fazem 
parte a região de raios-X, ultravioleta, visível, infravermelho, microondas e rádio. 
Cada tipo de energia eletromagnética irá interagir de maneira diferente com a matéria, 
podendo ser gerados fenômenos como absorção, emissão e espalhamento dessa 
energia. E para que cada fenômeno aconteça são necessárias energias bem 
definidas, em determinadas regiões, e que variam para cada substância. (9) 
Em 1905 Einstein propôs que a radiação eletromagnética é quantizada, essa 
quantidade de luz é chamada hoje de fóton. Segundo Einstein, um quantum de luz de 
frequência ʋ tem uma energia dada por E = h x ʋ, onde h é a chamada constante de 
Planck, com valor de 6,63 x 10-34 J.s = 4,14 x 10-15 eV.s. (10) 
19 
 
Figura 4 - Radiação eletromagnética, representando comprimento de onda (λ) e a 
amplitude (A). 
 
Fonte: (41) 
 
 
3.2. ONDAS ELETROMAGNÉTICAS 
As ondas eletromagnéticas respeitam todas as leis que regem a teoria dos fenômenos 
ondulatórios, como: reflexão, refração, difração, superposição, interferência, entre 
outros. As ondas eletromagnéticas viajam em alta velocidade, dependem diretamente 
do meio de propagação, e, dependendo de sua frequência, podem atravessar 
diferentes obstáculos físicos, tais como gases, água, paredes, superfícies condutoras, 
dentre outras. Assim, o comportamento de interação das ondas eletromagnéticas com 
o meio depende fundamentalmente de sua frequência, e, portanto, as aplicações 
práticas a quais foram destinadas são divididas em faixas de frequência bem 
definidas. (11) 
 
3.3. DUALIDADE DA RADIAÇÃO (ONDA-PARTÍCULA) 
Sabemos que a radiação pode se comportar como partícula ou como onda. Segundo 
Pessoa Jr. (2005), as partículas clássicas podem ser pensadas como sendo 
pequenas esferas que se movem no espaço. Para cada instante de tempo, essas 
pequenas esferas ocupam uma posição precisa no espaço, e, possuem, uma 
velocidade instantânea bem determinada, descrevendo uma trajetória bem definida. 
As ondas clássicas, por outro lado, são perturbações que se propagam em um meio, 
como as ondas planas na superfície de um lago. Longede serem bem localizadas ou 
descreverem trajetórias bem definidas, as ondas são espalhadas no espaço e podem 
exibir alguns comportamentos tipicamente ondulatórios como o fenômeno de 
interferência. Assumir que um objeto é ao mesmo tempo onda e partícula é uma 
20 
 
contradição lógica, pois isto implicaria afirmar que algo é bem localizado no espaço e 
espalhado ao mesmo tempo e que segue uma trajetória bem definida no espaço, e, 
que não segue. Desta forma, segue a teoria quântica a qual vem para conciliar o 
comportamento de onda e da partícula sem sustentar essa contradição. (6) 
De modo geral, aproximando-se de uma visão positivista e instrumentalista da ciência, 
a Mecânica Quântica passa a se importar simplesmente com a capacidade de 
previsão de resultados experimentais, tornando-se unicamente uma formulação 
capaz de, matematicamente, explicar e descrever os fenômenos. (12) 
 
3.4. ESPECTRO ELETROMAGNÉTICO 
O espectro eletromagnético, em geral, se estende desde comprimentos de onda 
curtos (raios cósmicos), até as ondas de rádio de baixa frequência. De acordo com o 
valor de energia da radiação eletromagnética, as transições entre os estados podem 
ser de vários tipos, dos quais as principais são as transições eletrônicas, vibracionais 
e rotacionais. (13) 
As ondas eletromagnéticas cobrem um largo espectro, ou seja, um largo intervalo de 
frequências de oscilação por intervalo de tempo, e um largo intervalo de comprimento 
de onda. A figura 5 lista o espectro eletromagnético e os nomes associados com os 
vários intervalos de frequência, os comprimentos de onda e algumas aplicações. O 
olho humano é sensível à radiação eletromagnética com comprimentos de onda entre 
400nm e 780nm, que é chamada de luz visível. Os menores e maiores comprimentos 
de onda da luz visível, são respectivamente, os da luz ultravioleta e os da luz 
infravermelha. O calor emitido por objetos a temperatura ambiente está na região do 
infravermelho do espectro eletromagnético. (10) 
O comprimento de onda e a frequência são importantes para determinar os tipos de 
interações entre as ondas eletromagnéticas e a matéria. (10) Na figura 5 podemos 
observar que os raios gama têm a frequência mais alta, enquanto as ondas de rádio 
têm as mais baixas. Ou seja, os raios gama são capazes de penetrar na matéria mais 
profundamente que as outras radiações. A radiação gama é muito utilizada, por 
exemplo, na radioterapia no tratamento de câncer, na qual o paciente é exposto a 
uma fonte radioativa emissora gama sem que haja contato físico com a tal fonte por 
um tempo pré-determinado. A luz visível está, aproximadamente, no meio do espectro 
e abrange uma fração muito pequena do espectro todo. (14) 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cancro
21 
 
Figura 5 - Espectro eletromagnético e suas aplicações. 
 
Fonte: (7) 
 
 
 
3.5. TÉCNICAS QUE UTILIZAM RADIAÇÃO ELETROMAGNÉTICA 
Uma das técnicas utilizadas para identificação e caracterização de compostos 
químicos, tanto orgânicos como inorgânicos, é a espectroscopia de absorção 
molecular na região ultravioleta/visível, onde é medida a absorbância (Abs), 
propriedade que representa a fração de luz absorvida pela amostra, ou transmitância 
(T) que é a fração de luz que atravessa a amostra. Tanto absorbância como 
transmitância estão relacionadas com a absorção de energia eletromagnética pelo 
composto a ser analisado. A região ultravioleta do espectro é geralmente considerada 
na faixa de 200 a 400 nm, e a região do visível entre 400 a 800 nm. As energias 
obtidas nessas regiões apresentam magnitudes que correspondem, muitas vezes, à 
diferença entre estados eletrônicos de muitas moléculas. (9) 
Sob o ponto de vista físico, ao interagirem com um material, as radiações podem 
provocar excitação atômica ou molecular, ionização ou ativação do núcleo. Umas das 
mais importantes interações de fótons com a matéria, são: espalhamentos Compton 
e Rayleigh. (10) 
O efeito Compton é a variação do comprimento de onda da radiação eletromagnética 
dispersada por elétrons livres. No dispositivo experimental que permite estudar as 
características do efeito Compton (figura 6), os raios x, gerados em um tubo de raios 
catódicos, passam por um filtro que separa, do conjunto de radiações 
eletromagnéticas produzidas, a radiação com o comprimento de onda de interesse. 
22 
 
Essa radiação é, então, dispersada pela amostra. Um detetor apropriado analisa a 
radiação espalhada pela amostra em função do ângulo α. (16) 
 
 
Figura 6 – Dispositivo experimental que estuda o efeito Compton. 
 
 
Fonte: (16) 
 
 
O efeito Compton (ou espalhamento Compton), é um fenômeno frequentemente 
utilizado para demonstrar o caráter quântico da radiação eletromagnética. A sua 
manifestação ocorre quando radiação de alta frequência, raio x e raio gama, por 
exemplo, incide sobre elétrons ocasionando o espalhamento da mesma de uma 
maneira particular.(15) 
O espalhamento Rayleigh, é um processo de interação no qual fótons são espalhados 
por elétrons atômicos ligados. Neste processo o átomo não é nem excitado nem 
ionizado e, após a interação, os elétrons retornam a seu estado energético inicial. O 
Espalhamento Rayleigh é elástico, o fóton é meramente redirecionado para um 
angulo θ sem perda de energia. Moléculas de oxigênio ou nitrogênio e pequenas 
partículas de poeira podem causar o espalhamento Rayleigh. Como por exemplo, o 
fato de o céu parecer azul durante o dia é devido, entre outras causas, a este 
fenômeno. Os pequenos comprimentos de onda azul do espectro são espalhados 
mais do que os demais comprimentos de onda. (10) 
A espectroscopia atômica estuda a interação de sistemas físicos com a radiação 
eletromagnética, baseada em medidas da luz absorvida ou emitida pelos elementos 
de uma amostra, na qual, determina os elementos que estão presentes e a respectiva 
concentração. Na espectroscopia atômica, a substância que está sendo analisada é 
decomposta em átomos por meio de uma chama, um forno ou um plasma e a 
quantidade de cada elemento é determinada pela absorção ou emissão de radiação 
pelos átomos no estado gasoso. (7) Os métodos espectroscópicos atômicos são 
empregados na determinação qualitativa e quantitativa de mais de 70 elementos. 
23 
 
Tipicamente, esses métodos podem detectar quantidades de partes por milhão a 
partes por bilhão e, em alguns casos, concentrações ainda menores. Os métodos 
espectroscópicos são, além disso, rápidos, convenientes e geralmente de alta 
seletividade. (8) 
 
4. ESPECTROSCOPIA DE ABSORÇÃO ATÔMICA (AAS) 
A espectrometria de absorção atômica – AAS (do inglês, Atomic Absorption 
Spectrometry) surgiu como uma revolução na determinação de elementos metálicos 
durante as décadas de 1950 e 1960. (5) 
Esta técnica que consistia na introdução de uma solução da amostra num atomizador 
com chama, através de um sistema de nebulização, foi desenvolvida e proposta no 
início dos anos 1950 por Alan Walsh. (17) 
A espectrometria de absorção atômica é uma técnica muito difundida para 
determinação de elementos-traço. Essa técnica envolve radiação eletromagnética 
que pode ser absorvida pelos átomos dos constituintes químicos das amostras. Ela é 
baseada na quantificação de espectros de linhas finas que surgem da transição 
eletrônica, envolvendo a camada mais externa do átomo. A amostra a ser analisada 
é decomposta por intenso calor, produzindo átomos livres capazes de absorver 
radiação eletromagnética, em comprimentos de ondas característicos, produzindo 
espectros atômicos. (18) 
Os componentes básicos de um espectrômetro de absorção atômica, representados 
pela figura 7, incluem: fonte de radiação, que emite o espectro do elemento de 
interesse; sistema de atomização, na qual a amostra é introduzida e os átomos da 
amostra são produzidos; monocromador, para a dispersão da luz e seleção do 
comprimento de onda a ser utilizado; detector, que mede a intensidade de luz,transforma este sinal luminoso em um sinal elétrico e o amplifica; e um display (ou 
registrador) que registra e mostra a leitura depois do sinal ser processado. Essa 
técnica é monoelementar e é usada para leitura de metais. (19) 
24 
 
Figura 7- Diagrama de blocos da espectroscopia de absorção atômica. 
 
 
Fonte: Autoria própria 
 
 
4.1. ESPECTROSCOPIA DE ABSORÇÃO ATÔMICA POR CHAMA (FAAS) 
A espectrometria de absorção atômica por chama (FAAS, do inglês Flame Atomic 
Absorption Spectrometry) é uma técnica simples, robusta, seletiva e capaz de 
distinguir diferentes elementos químicos em amostras complexas. Além disso, é um 
dos principais equipamentos utilizados em laboratórios de análise de rotina. (20) 
 
4.1.1. Instrumental 
Na espectroscopia de absorção atômica por chama, a amostra líquida é introduzida 
no atomizador por meio de uma câmara de nebulização que converte o líquido em um 
aerossol. O aerossol é misturado com o gás comburente e oxidante no nebulizador 
antes de atingir o queimador, conforme representado na figura 8. O nebulizador 
pneumático de tubo concêntrico é o tipo mais comum, no qual a amostra é aspirada 
através de um tubo capilar por fluxo de alta pressão de um gás em torno do tubo. O 
gás em alta velocidade divide o líquido em gotas de vários tamanhos. As gotas se 
dispersam sendo selecionadas com o auxílio de um spoiler em que as maiores são 
impedidas de atingir o queimador, sendo eliminadas por meio de um dreno. As 
gotículas que atingem a chama evaporam, liberando átomos no estado gasoso. A 
concentração desses átomos é determinada por absorção da radiação emitida pela 
fonte, que será diretamente relacionada com a quantidade de átomos presentes, 
conforme descritos pela lei de Lambert-Beer. Para isso, fontes especiais conjugadas 
com sistemas eficientes de seleção de comprimentos de onda permitem a 
determinação específica de elementos. (20) 
25 
 
Figura 8 – Esquema da espectroscopia de absorção atômica por chama. 
 
Fonte: (4) 
 
 
4.1.1.1. Fonte de Radiação 
As duas principais fontes de radiação nas quais se promove a excitação de elementos 
capazes de emitir radiação nas regiões visível e ultravioleta do espectro 
eletromagnético são as lâmpadas de catodo oco (HCL, do inglês Hallow Cathode 
Lamp) e lâmpadas de descarga sem eletrodos (EDL, do inglês Electrodeless 
Discharge Lamp). (4) 
A fonte de radiação mais útil para a espectroscopia de absorção atômica é a lâmpada 
de cátodo oco, mostrada esquematicamente na Figura 9. Esta consiste em um ânodo 
de tungstênio e de um cátodo cilíndrico selado em um tubo de vidro, contendo um gás 
inerte, como o argônio, a pressões de 1 a 5 torr. Algumas lâmpadas de cátodo oco 
apresentam um cátodo que contém mais de um elemento; essas lâmpadas fornecem 
linhas espectrais para a determinação de diversas espécies. O desenvolvimento da 
lâmpada de cátodo oco é considerado o mais importante evento na evolução da 
espectroscopia de absorção atômica. (8) 
A lâmpada de catodo oco é um tipo especial de descarga usada como fonte de luz 
em espectrometria de absorção atômica, emissão atômica e fluorescência atômica. 
Este tipo de descarga é baseada nos efeitos de catodo oco e "sputtering" catódico. 
(21) 
26 
 
Figura 9 – Diagrama de uma lâmpada de cátodo oco. 
 
Fonte: (8) 
 
 
O efeito de "sputtering" catódico consiste na liberação de átomos neutros do catodo, 
normalmente no estado fundamental, quando íons positivos criados na descarga são 
acelerados pelo potencial da bainha e bombardeiam a superfície do catodo. Estes 
átomos difundem-se das paredes do catodo para a região da nuvem negativa da 
descarga, onde podem ser excitados ou ionizados por impacto de elétrons ou colisões 
com átomos excitados. O "sputtering" é o resultado da transferência de momento da 
partícula incidente para o átomo do catodo. (21) 
Além das lâmpadas de cátodo oco, as lâmpadas de descarga sem eletrodos (EDL) 
são fontes úteis de espectros de linhas. A lâmpada não apresenta nenhum eletrodo, 
sendo energizada por um campo intenso de radiofrequência ou radiação de micro- 
ondas. O argônio ioniza-se nesse campo, e os íons são acelerados pelo componente 
de alta frequência do campo até que ganhem energia para excitar (por colisão) os 
átomos do metal cujo espectro é requerido.(8) Quando as lâmpadas EDLs são 
colocadas em um campo de rádio frequência, ocorre a excitação do metal. A energia 
produzida vaporiza e excita o átomo dentro do bulbo e causa a emissão do espectro 
característico do elemento. As lâmpadas EDLs são tipicamente muito mais intensas 
que as respectivas lâmpadas de HCL. Essa característica não ocasiona um aumento 
correspondente na sensibilidade, mas pode melhorar a razão sinal/ruído, resultando 
maior precisão e melhor limite de detecção. (18) 
 
4.1.1.2. Sistema de atomização 
 
O atomizador é uma parte importantíssima da AAS, pois neste dispositivo serão ge- 
rados os átomos gasosos no estado fundamental, que absorverão a radiação de com- 
primento de onda característico proveniente da fonte de radiação, e, 
27 
 
consequentemente, ser determinada a concentração do elemento de interesse. Os 
dois tipos de atomizadores mais utilizados em espectrometria de absorção atômica 
são a chama e o forno de grafite, este será explicado mais a frente (tópico 4.2.2). (4) 
 
Um atomizador de chama contém um nebulizador pneumático, que converte a solu- 
ção da amostra em aerossol, que é, então, introduzido em um queimador (Figura 10). 
Cerca de 5% a 10% da amostra é nebulizada e entra na chama onde o analito é 
convertido em vapor atômico. As composições da chama mais comumente utilizadas 
são ar/acetileno e óxido nitroso/acetileno, que são escolhidas de acordo com a tem- 
peratura de atomização desejada. A chama composta por ar e acetileno alcança uma 
temperatura aproximada de 2000 °C, enquanto a chama de acetileno e óxido nitroso 
alcança temperaturas da faixa de 2800 °C, sendo esta última suficiente para atomizar 
elementos refratários. (22, 23) 
 
 
Figura 10 - Sistema de introdução da amostra e atomização na FAAS. 
 
 
 
Fonte: (22) 
 
 
 
4.1.1.3. Monocromador 
O monocromador deve separar a linha espectral de interesse das outras linhas 
emitidas pela fonte de radiação ou os demais átomos presentes no sistema de 
28 
 
atomização, através da utilização de um prisma ou rede de difração associado a duas 
fendas estreitas que servem para entrada e saída de radiação. O prisma ou a rede de 
difração (quartzo ou holográfica) irá decompor o feixe de radiação em discretos 
comprimentos de onda, com diferentes ângulos. Dessa forma, através da fenda de 
saída, é possível selecionar apenas a linha de comprimento de onda desejado. (4) 
 
4.1.1.4. Detector 
Em princípio qualquer dispositivo que produza uma resposta à radiação incidente é 
um detector. O mais comum (que todos possuímos) é o olho, pois no seu interior 
existem células fotoreceptoras sobre as quais são formadas as imagens. Entretanto, 
este tipo de receptor fornece uma resposta qualitativa subjetiva, e o que queremos 
quando falamos de medição são medidas quantitativas. Os detectores que podem 
fornecer uma medida objetiva e quantitativa de luz podem ser divididos em dois 
grupos: detectores térmicos e detectores quânticos. Os detectores térmicos são 
chamados assim, pois a resposta do detector à radiação é um aumento em sua 
temperatura e geralmente tem uma banda de resposta muito larga (micro-onda/UV). 
Entre eles podemos citar: termopares ou termopilhas; termistores ou bolômetros; 
pirômetros e célula de golay ou radiômetro. Já os detectores quânticos, respondem à 
taxa de fótons incidentes, ao invés de medirem o aquecimento do elemento devido à 
radiação incidente. Entre eles podemos citar: fotoemissores (fotomultiplicadora e 
fotocélulas); fotocondutores; fotovoltaicos (fotodetectores) e filmes fotográficos.(34) 
O sistema de detecção consiste de um amperímetro analítico, ou seja, um dispositivo 
capaz de medir a corrente proveniente da válvula fotomultiplicadora. Ocorre através 
da passagem da corrente, mudança de posição de um ponteiro do amperímetro 
(sistemas analógicos) ou de um sistema digital. Os equipamentos modernos são 
interfaceados a um microcomputador, que executa quase todas as funções, permite 
registrar o sinal em absorbância ou concentração ( µg/L, mg/L, mol/L, etc), podendo 
registrar as curvas de calibração, verificar os coeficientes de correlação, calcular 
médias e desvios-padrão, enfim processar uma série de informações necessárias. (4) 
 
4.1.2. Sistema de injeção de amostra 
Como vimos, a FAAS é uma técnica analítica amplamente utilizada por sua 
simplicidade, seletividade e robustez, porém, apresenta sensibilidade limitada para 
vários elementos, decorrente da baixa eficiência do processo de nebulização da 
29 
 
amostra, no qual apenas uma pequena quantidade da amostra aspirada (5-10%) 
atinge a chama. Visando contornar esta limitação, muitos métodos de pré- 
concentração do analito podem ser utilizados, mas há na literatura muitas propostas 
que visam melhorar o processo de nebulização, buscando aumentar a eficiência da 
técnica. (24) A seguir serão apresentados alguns exemplos. 
 
4.1.2.1. Tubos de Quartzo 
O uso de atomizadores de quartzo aquecidos eletricamente ou aquecidos em chama 
para a técnica de geração de hidreto foram propostos por Chu et al. em 1972 e 
Thompson e Thomerson em 1974, respectivamente. Desde então, os tubos de 
quartzo aquecidos externamente tomaram-se os atomizadores mais usados. Estes 
atomizadores consistem em tubos em forma de T os quais são alinhados no caminho 
ótico do aparelho. O tubo central é aquecido eletricamente por uma resistência 
enrolada no tubo. As duas saídas deste tubo podem ser abertas ou fechadas com 
janelas de quartzo. Quando as saídas do tubo central estão abertas pode ocorrer a 
ignição do H2 na saída do tubo. O problema deve ser contornado com a passagem 
de uma corrente de gás inerte na entrada do segundo tubo perpendicular ao tubo 
central. Outra maneira de evitar a ignição do H2 é não aquecer as saídas do tubo. (25) 
Os tubos de quartzo também podem ser posicionados acima da chama do 
espectrômetro e, normalmente, utilizados para a inserção de amostras gasosas, 
obtidas por reações de formação de espécies voláteis. (24) 
 
4.1.2.2. Geração de Hidretos 
Existem, basicamente, dois tipos de sistemas de geração de hidretos, e estes são 
classificados como sistema em batelada e sistemas em fluxo. É importante salientar 
que o formato destes influencia diretamente a liberação do respectivo hidreto. Em 
sistemas em batelada (Figura 11), o gás de purga é direcionado para o reservatório 
contendo uma solução de NaBH4 (reagente) que é forçada para o interior do frasco 
de reação (amostra). Desta forma, o agente redutor é adicionado sobre uma solução 
ácida contendo o analito. A reação e a liberação do hidreto ocorrem no frasco de 
reação. Neste tipo de sistema, o transporte dos hidretos até o atomizador (cela de 
quartzo) ocorre de forma direta, e por um fluxo de gás inerte (argônio ou nitrogênio). 
Cabe destacar que a figura 11 apresenta uma cela de quartzo (descrita em 4.1.2.1) 
30 
 
colocada diretamente sobre o queimador, onde, o hidreto gerado pode ser adicionado 
direto na cela. (26) 
 
Figura 11 - Sistema de geração de hidretos em batelada. 
 
 
Fonte: (26) 
 
 
4.1.2.3. Análise in Fluxo (FIA) 
De acordo com Valcarcel e Luque de Castro (1984), a Análise por Injeção em Fluxo 
(FIA) é uma metodologia relativamente recente e importante em Química Analítica, 
que se caracteriza por sua simplicidade, economia de tempo e reagentes, e, facilidade 
no manejo, garantindo a precisão e exatidão de resultados. Sua extrema versatilidade 
a distingue das demais técnicas analíticas. Pode se adaptar facilmente a todo tipo de 
necessidade, sem requerer técnicas complexas, e o químico analítico pode intervir 
diretamente em seu funcionamento, adaptando seu próprio sistema técnico, além de 
controlar as variáveis químicas. (27) 
O processo de análise química por injeção em fluxo tem como conceito básico a 
inserção da amostra num fluido carregador que transporta a mesma para o detetor. 
Inicialmente, a injeção da amostra no fluxo de reagente era feita, empregando-se uma 
seringa hipodérmica, o que deu origem ao nome do processo. (25) 
A análise por injeção em fluxo envolve a injeção rápida de uma amostra em um fluxo 
contínuo de carregador não-segmentado. Uma ou mais soluções contendo reagentes 
confluem continuamente com o carregador, anteriormente à detecção. A zona de 
31 
 
amostra injetada sofre dispersão, sendo misturada com as soluções carregadora e 
reagente. O produto resultante é transportado em direção a um detector no qual 
ocorrerão as medidas e, daí então, para o descarte. A dispersão ou a diluição da zona 
de amostra pode ser controlada ou adaptada às análises requeridas pela otimização 
de vários fatores, tais como o volume injetado da amostra, as vazões do fluído 
carregador e dos reagentes, o comprimento da bobina de reação e o diâmetro interno 
da tubulação. (40) 
A primeira da parte básica que compõem o sistema FIA de linha única é a propulsão 
(figura 12A), na qual na maioria das vezes é utilizada uma bomba peristáltica que tem 
como função impulsionar o fluido e promover o fluxo contínuo de soluções. É um 
equipamento bastante eficiente que promove velocidades bem controladas ao fluxo e 
isso facilita o procedimento por conta da mecanização do sistema, no caso do 
amortecedor de pulso, ajuda a aumentar a vida útil do manômetro, suprindo os efeitos 
dos pulsos prejudiciais ao equipamento. O segundo componente do sistema em fluxo 
é o injetor (figura 12B), o qual tem como função a injeção da amostra ou solução 
padrão no fluxo de soluções, e que em relação ao uso de seringas, por exemplo, 
diminuem a contaminação da amostra ou do analista e permitem um aumento da 
repetibilidade do sistema. 
O injetor utilizado atualmente está ilustrado na figura 12B, sendo geralmente, duas 
partes fixas na base acrílica do injetor e uma com movimento para frente e para trás, 
chamada válvula, a qual insere o volume de amostra no caminho analítico, por onde 
passa o eletrólito. É possível preencher a alça de amostragem de maneira contínua 
utilizando-se a própria bomba peristáltica, na qual haverá um canal exclusivo para o 
analito que será bombeado até a alça de amostragem. Nesse caso, o gasto de 
reagentes é maior já que o analito deve passar por todo um percurso analítico até 
completar o volume de amostragem desejado. Dessa forma, após a inserção do 
analito pelo injetor, este juntamente com a solução suporte segue o fluxo de soluções 
em direção a uma célula eletroquímica e a detecção do analito. (28) 
32 
 
 
 
Figura 12 - Esquema de Sistema por Injeção em Fluxo. A) Propulsão utilizando 
bomba peristáltica junto com amortecedor de pulsos; B) Injetor de acrílico com 
seringa para preenchimento da amostra. 
 
Fonte: (28) 
 
 
4.2. ESPECTROSCOPIA ATÔMICA POR ATOMIZAÇÃO ELETROTÉRMICA (ETAAS) 
Em 1959, L’vov introduziu uma nova técnica usando um processo de atomização 
eletrotérmica. Denominada aqui de espectrometria de absorção atômica com 
atomização eletrotérmica – ETAAS (do inglês, Electrothermal Atomic Absorption 
Spectrometry), esta técnica só se tornou bem conhecida a partir da publicação do 
trabalho de L’vov em 1961. Neste trabalho, a amostra era depositada na superfície 
de um eletrodo móvel de grafite e, em seguida, introduzida em um tubo de grafite 
revestido com uma folha de tântalo, o qual era aquecido eletricamente. Este sistema 
possibilitava a atomização da amostra em uma única e rápida etapa, fornecendo uma 
nuvem atômica mais concentrada com um tempo de residência média dos átomos no 
caminho óptico elevado (1 segundo ou mais). Dessa maneira, uma alta sensibilidadefoi alcançada, com pequenos volumes de amostra. Devido à alta sensibilidade da 
técnica ETAAS, e, a sua boa seletividade, ela é adequada para determinação de 
baixas concentrações de metais e semimetais com limites de detecção, para a maioria 
dos elementos, da ordem de µg L-1 a ng L-1. (5) 
Um atomizador eletrotérmico com formato conveniente e viável comercialmente, foi 
proposto por Massman (1968) e permitiu selecionar condições otimizadas nas 
determinações analíticas de diversos elementos. Nesse modelo de atomizador, 
Massman utilizou um pequeno cilindro de grafite oco, posicionado de forma que o 
33 
 
feixe de radiação passasse ao longo do seu eixo longitudinal, e então, fosse aquecido 
pela passagem de alta corrente elétrica e baixa voltagem. Atualmente, os fornos 
possuem câmaras de refrigeração a água e atmosfera inerte. O forno de Massman 
era menos isotérmico do que aquele originalmente proposto por L’vov. Assim, os 
limites de detecção encontrados por Massman inferiores àqueles obtidos por L’vov. 
Isto tornava o forno de Massman pouco atraente para a realização de medições 
analíticas. (29) 
Os fornos comerciais que adotaram o modelo de Massmann são não isotérmicos, o 
que torna a análise susceptível a severas interferências. Nos fornos não isotérmicos, 
o aquecimento é longitudinal (figura 13 a), provocando maior aquecimento na parte 
central do tubo em relação às extremidades, sendo que as diferenças de temperatura 
entre o meio e a extremidade podem ser superiores a 1000 °C. Na atomização, os 
átomos formados se difundem para as extremidades mais frias do tubo, podendo 
sofrer condensação e/ou recombinação. Na tentativa de tornar os fornos mais 
isotérmicos, foi proposto o aquecimento transversal. Os eletrodos são posicionados 
transversalmente à direção do feixe de radiação, provocando aquecimento mais 
uniforme, de maneira que, no interior do tubo os gradientes de temperatura sejam 
mínimos (figura 13 b). (30) 
 
Figura 13 - Fornos com aquecimento (a) longitudinal e (b) transversal. 
 
 
 
 
Fonte: (30) adaptado. 
34 
 
Na tentativa de tornar o tubo de grafite mais isotérmico durante a atomização, L’vov 
propôs a inserção de uma plataforma de grafite no interior do forno, que recebeu o 
nome de Plataforma de L’vov (figura 14). Nesta configuração, a amostra, introduzida 
sobre a plataforma, é aquecida independentemente por irradiação a partir do 
aquecimento do gás inerte pelas paredes do tubo. Dessa forma, a nuvem atômica é 
formada numa atmosfera mais quente do que a superfície da plataforma, minimizando 
interferências na fase vapor. (29) 
 
Figura 14 - Tubos de grafite com aquecimento (a) longitudinal e (b) transversal, ambos 
com plataforma de L’vov integrada ao tubo. 
 
 
 
 
 
Fonte: (30) Modificado. 
 
 
No início, a técnica ETAAS empregava apenas fornos de grafite para atomização 
eletrotérmica, sendo assim, a técnica também foi denominada de espectrometria de 
absorção atômica em forno de grafite – GFAAS (do inglês, Graphite Furnace Atomic 
Absorption Spectrometry). Como a atomização para a maior parte dos elementos só 
é alcançada a temperaturas que variam de 1400 a 2500 °C, o emprego deste tipo de 
forno requer fontes de alta potência elétrica (≥ 2kW), resultando num alto consumo 
de energia elétrica. (5) 
 
4.2.1. Instrumental 
O instrumental do ETAAS é similar ao FAAS ( item 4.1.1) diferenciando apenas no 
sistema de atomização. Na determinação de um elemento por ETAAS, o tubo de 
grafite, tem como função converter a amostra em átomos livres, capazes de absorver 
35 
 
radiação de frequência específica emitida pela fonte espectral, sendo a absorção 
proporcional à concentração dos átomos livres, presentes no caminho ótico. (18) 
Os atomizadores eletrotérmicos fornecem, de forma geral, um aumento de 
sensibilidade em relação ao FAAS, porque toda a amostra é atomizada em um curto 
intervalo de tempo e o tempo de residência médio dos átomos no caminho óptico é 
de 1 s ou maior. Lembrando que no FAAS apenas de 5 a 10% da amostra atinge a 
chama, além de que essa quantidade ainda fica dispersa na chama. Também, as 
amostras são introduzidas em um forno de volume confinado, o que significa que não 
são diluídas tanto como estariam em um plasma ou em uma chama. Com o uso desse 
tipo de atomizador, poucos microlitros da amostra são primeiramente depositados no 
forno com uma seringa ou por um auto-amostrador. Posteriormente uma série 
programada de eventos de aquecimento ocorre. As etapas são a secagem, a pirólise 
e a atomização. (8) 
 
4.2.2. Sistema de Atomização 
A atomização, que é a produção de átomos gasosos no estado fundamental, ocorre 
em um tubo de grafite (figura 14 e 15) aberto em suas extremidades e que contém 
um orifício central na parte superior para a introdução da amostra. O tubo de grafite 
adapta-se perfeitamente a um par de contatos elétricos feitos de grafite localizado nas 
duas extremidades do tudo. Esses contatos são mantidos em um compartimento 
metálico refrigerado de água. Dois fluxos de gás inerte são providos: o fluxo externo 
e interno. O fluxo externo previne a entrada de ar externo e a consequente incineração 
do tubo. A corrente interna flui pelas duas extremidades do tubo e sai pelo orifício 
central. Essa corrente de gás não só exclui o ar como também serve para carregar 
para fora os vapores gerados pela matriz da amostra durante os dois estágios iniciais 
de aquecimento (secagem e pirólise). (8) 
Devido à alta sensibilidade da técnica ETAAS e sua boa seletividade, ela é adequada 
para a determinação de baixas concentrações de metais e semimetais. (5) 
Embora o atomizador mais comum na ETAAS seja o forno de grafite, algumas 
limitações, como a necessidade de uma fonte de alta potência (5-7kW), a 
necessidade de uma rede elétrica apropriada e um sistema de refrigeração adequado, 
acabam contribuindo para o alto custo do equipamento e, consequentemente, um alto 
custo para análise. Desse modo, a atomização eletrotérmica usando modificadores 
36 
 
químicos é uma alternativa de baixo custo, pois eleva a vida útil do forno de grafite 
diminuindo os custos da análise. (17) 
 
Figura 15 - Componentes básicos do sistema de atomização. 
 
Fonte: (35) 
 
 
4.2.2.1 Etapa de utilização do Forno de Grafite 
No ETAAS um programa de temperatura é usado para volatilizar os componentes da 
amostra de uma forma seletiva, separando e/ou minimizando os possíveis 
interferentes do analito. Para isso é necessário elaborar um programa de 
aquecimento adequado para o atomizador, que deve contemplar as seguintes etapas, 
representadas na figura 16: (i) secagem, para a evaporação do solvente e eliminação 
de constituintes voláteis; (ii) pirólise, para eliminação dos componentes orgânicos e 
inorgânicos da matriz, sem perder o elemento a ser determinado (analito) da amostra; 
(iii) atomização, para a vaporização do analito na forma de átomos, nesta etapa a 
radiação emitida pela fonte é absorvida pelos átomos gasosos que se encontram no 
estado fundamental, e, (iv) limpeza do tubo de grafite, para a vaporização dos 
constituintes menos voláteis e remoção de algum resíduo condensado nas partes frias 
do tubo antes do início de um novo ciclo de medida. A fase mais crítica do programa 
de temperatura é a pirólise, na qual devem ser eliminados (química ou fisicamente) 
todos os componentes da amostra que possam causar interferência de qualquer 
natureza. Aparentemente, este processo torna-se mais eficiente quanto maior for a 
temperatura aplicada, porém, a aplicação de temperaturas muito elevadas durante a 
etapa de pirólise pode provocar a volatilização do elemento de interesse, diminuindo 
37 
 
a sensibilidade da determinação. Assim, a otimização deste parâmetro se constitui 
em procedimento fundamental para a obtenção de um programa de temperatura 
adequado. (29) 
 
Figura 16 - Etapas do Forno de Grafite. 
 
 
Fonte: (31) 
 
 
4.2.2.2.Modificadores Químicos 
A modificação química é um processo em que uma substância química ou uma 
mistura de substâncias são adicionadas às amostras ou à plataforma de L’vov, com 
objetivo de modificar o comportamento termoquímico do analito e da matriz. Neste 
processo dois caminhos podem ser considerados: (i) acelerar a remoção da matriz 
pela adição do modificador que volatilizará a matriz a temperaturas mais baixas, (ii) 
estabilização térmica do analito. O principal objetivo da utilização dos modificadores 
químicos é permitir altas temperaturas de pirólise. Com uma temperatura de pirólise 
elevada, é viável a eliminação dos concomitantes, sem com isso afetar a atomização 
do analito de interesse. (29) 
Existem dois tipos de modificação química: a convencional e a permanente. Na 
modificação convencional o modificador é adicionado antes, depois ou conjuntamente 
com a amostra. (17) Dentre as principais desvantagens do uso de modificadores 
convencionais pode-se citar: (i) tempo de análise maior; e (ii) ação corrosiva no grafite 
causada por certos tipos de modificadores, como exemplo, FeCl3 + HNO3. (29) 
Na modificação química permanente, o modificador é introduzido no forno de grafite 
e uma etapa de aquecimento é executada para fixação do modificador à superfície da 
38 
 
plataforma de grafite e, em seguida, introduz-se a amostra. (29) Esses modificadores 
começaram a ter sucesso para análise de amostras reais, nos últimos anos, por terem 
apresentados benefícios em relação aos modificadores convencionais. As vantagens 
atribuídas ao uso de modificadores permanentes são: simplicidade; menor custo, pois 
não há necessidade de soluções ultrapuras já que as impurezas são eliminadas 
durante a etapa de fixação do modificador na plataforma; menor tempo para a 
determinação dos analitos, o que possibilita que seja realizado um número maior de 
analises durante o dia; menores riscos de contaminação; melhor limite de detecção; 
redução do branco; aumento do tempo de meia vida da plataforma de grafite pirolítico 
(50-100%) quando comparado com a plataforma sem estar revestida. (18) 
 
5. ESPECTROSCOPIA DE EMISSÃO ATÔMICA 
Enquanto a espectroscopia de absorção atômica lê a absorção da energia do analito 
(átomos gasosos no estado fundamental), a espectroscopia de emissão atômica 
(AES) se baseia na medição quantitativa da emissão desses analitos. No AES os 
átomos do analito contidos em forma de solução, são aspirados e transferidos para a 
região de excitação, onde são dissociados, vaporizados e atomizados por uma 
chama, descarga ou plasma e, estas fontes de atomização fornecem energia 
suficiente para promover os átomos a altos níveis de energia, os quais ao retornarem 
ao seu estado fundamental, liberam energia na forma de radiação eletromagnética, 
sendo essa intensidade de energia diretamente proporcional a concentração de 
átomos de determinado elemento. (19) 
A Figura 17 exibe, como exemplo, um diagrama parcial de energia para o sódio 
atômico apontando a fonte de três das suas linhas de emissão. Antes da aplicação 
da fonte de energia externa, os átomos de sódio estão normalmente em seu estado 
de energia mais baixo ou estado fundamental (3s). A energia externa promove os 
elétrons externos dos seus orbitais do estado fundamental para os orbitais excitados 
3p, 4p ou 5p. Após alguns nanossegundos, os átomos excitados relaxam para o 
estado fundamental, fornecendo suas energias como fótons de radiação visível ou 
ultravioleta. Essa energia emitida é lida no equipamento. Como mostrado na figura 
17, os comprimentos de onda da radiação emitida são de 590, 330 e 285 nm. A 
transição para ou de um estado fundamental é denominada transição de ressonância 
e a linha espectral resultante é chamada linha de ressonância. (8) 
39 
 
Figura 17 - Origem de três linhas de emissão do sódio. 
 
 
 
Fonte: (8) 
 
5.1. EMISSÃO ATÔMICA POR CHAMA (FAES) 
A espectrometria de emissão atômica com chama (FAES, do inglês, Flame Atomic 
Emission Spectroscopy) é uma técnica simples, viável e de baixo custo. É 
frequentemente usada para determinação de metais alcalinos e alcalinos-terrosos, 
como sódio, potássio, lítio e cálcio em diversos tipos de amostras. (23) 
Para realizar quantificações empregando FAES é necessário que os analitos estejam 
em solução, pois para introdução no equipamento a primeira etapa consiste na 
aspiração da solução seguida da formação de um aerosol no nebulizador. O aerosol 
é então misturado com os gases combustível e oxidante que alimentam a chama, 
essa mistura é então arrastada até o queimador. Na chama o aerosol é decomposto 
em átomos que são excitados pelo calor da chama, quando esses átomos retornam 
ao estado fundamental, eles emitem radiação que é mensurada pelo sistema de 
detecção. (32) 
40 
 
Neste caso, o processo de atomização é semelhante ao que ocorre no FAAS, a 
diferença está no sistema de detecção, que vai ler a excitação desses elementos. 
 
5.2. ESPECTROSCOPIA DE EMISSÃO ATÔMICA POR PLASMA (ICP) 
A Espectroscopia de Emissão Atômica por Plasma (ICP, do inglês, Inductively 
Coupled Plasm) é amplamente empregada na determinação de traços de metais em 
amostras ambientais, como em águas potáveis, efluentes e poços artesianos, e, pode 
ser utilizada também na determinação de traços de metais em produtos de petróleo, 
em alimentos, em amostras geológicas, em materiais biológicos e no controle de 
qualidade industrial. (8) 
 
5.2.1. ESPECTROSCOPIA DE EMISSÃO ÓTICA COM PLASMA INDUTIVAMENTE 
ACOPLADO (ICP-OES) 
A espectroscopia de emissão ótica com plasma indutivamente acoplado (ICP-OES, 
do inglês, Inductively Coupled Plasm Optcal Emission Spectrometer), é uma técnica 
que foi muito bem sucedida em função da sua capacidade multielementar. (22) Ao 
contrário da absorção atômica ou emissão atômica por chama conseguir ler um 
analito por vez, no ICP são analisados diversos analitos ao mesmo tempo. 
A técnica ICP OES utiliza o plasma como fonte de excitação/ionização. O plasma é 
um gás ionizado neutro, normalmente o argônio, que tem o mesmo número de íons e 
elétrons, em um campo magnético oscilante gerado e mantido por uma fonte de alta 
frequência. O plasma alcança temperatura de até 10000 K. A alta temperatura 
atingida leva a uma vaporização completa do analito e uma alta eficiência de 
atomização e excitação/ionização. (23) (Figura 18) 
De modo geral, apesar de ser relativamente caro para adquirir e para operar, a ICP, 
tem se tornado a fonte de emissão mais utilizada, devido sua alta estabilidade, baixo 
ruído, baixa intensidade de emissão de fundo e imunidade a muitos tipos de 
interferências. (8) 
41 
 
Figura 18 - A tocha do ICP. 
 
 
Fonte: (39) 
 
 
 
 
5.2.2. ESPECTROMETRIA DE MASSA COM PLASMA INDUTIVAMENTE 
ACOPLADO (ICP-MS) 
Para a espectrometria de massa com plasma indutivamente acoplado (ICP-MS, do 
inglês, Inductively Coupled Plasm Mass Spectrometer), o ICP é usado como fonte de 
íons para um espectrômetro de massa, que funciona como um detector altamente 
seletivo e sensível. Os íons são então separados espacialmente de acordo com sua 
massa e carga, e medidos individualmente. A principal atratividade do ICP MS é sua 
sensibilidade excepcional combinada com alta velocidade de análise. Para a maioria 
dos elementos, o ICP MS oferece limites de detecção que são comparáveis ou 
melhores do que os do ETAAS. Mas o ICP MS pode determinar muitos elementos no 
tempo necessário para a determinação de um elemento pelo ETAAS. O ICP MS 
também oferece a capacidade de análise isotópica. (33) 
 
6. SENSIBILIDADE DAS TÉCNICAS 
A sensibilidade de um método é definida pelos limites de detecção (LD) e de 
quantificação (LQ). O LD é a menor concentração da espécie de interesse que pode 
ser detectada, mas não necessariamente quantificada pela técnica instrumental, 
enquanto o LQ é a mais baixa concentração que pode ser quantificada dentro dos 
42 
 
limitesde precisão e exatidão do método durante as operações de rotina do 
laboratório, em condições usuais. (36) 
O limite de detecção para um determinado procedimento analítico pode sofrer 
variações de acordo com a amostra. É fundamental assegurar-se de que todas as 
etapas de processamento do método analítico sejam incluídas na determinação 
desse limite de detecção. (37) 
A tabela 1 compara o LD de alguns elementos, de acordo com os respectivos 
métodos de espectroscopia atômica. Portanto, é possível analisar que o limite varia 
de acordo com o elemento e o método utilizado na análise. 
 
Tabela 1 - Limite de Detecção para alguns elementos. 
 
Fonte: (8) 
 
 
Segundo Harris (2001), o limite de detecção é a concentração de um elemento que 
dá um sinal igual a três vezes o nível sinal-ruído da linha base. O nível de ruído da 
linha base deve ser medido enquanto uma amostra em branco (amostra sem analito) 
é analisada. O limite de detecção é definido por Holler, Skoog e Crouch (2009) como 
sendo a concentração, ou massa mínima, do analito que pode ser detectada em um 
dado nível de confiança. Esse limite depende da razão da magnitude do sinal analítico 
em relação à grandeza da flutuação estatística do sinal do branco. (37) 
Existem diferentes maneiras de se calcular o limite de detecção. Segundo a American 
Public Health Association, o limite de detecção do método (LDM) pode ser calculado 
43 
 
com base no desvio-padrão e na média de sete leituras da amostra branco, 
considerando-se o valor t de Student para n =7 e empregando-se a seguinte fórmula: 
𝐿𝐷𝑀 = ( x + 𝑡 × 𝑠 ) × d 
em que: x é o teor médio da substância de interesse em sete amostras em branco; 
t é o valor de Student a 0,01 de probabilidade e n - 1 graus de liberdade (para 
n = 7 e α = 0,01; t = 3,14); 
s é o desvio-padrão das sete amostras em branco e 
d é a diluição (ou, mais raramente, concentração) empregada no método de 
digestão da amostra. (37) 
 
A tabela 2, resume de forma geral, as técnicas da espectroscopia atômica, e, cita a 
sensibilidade de cada uma e suas particularidades. 
 
Tabela 2 - Sensibilidade das técnicas e suas particularidades. 
 
 FAAS ETAAS ICP-OES ICP-MS 
Limites de 
Detecção (ng/g) 
10 - 1000 0,01 - 1 0,1 - 10 0,00001 – 0,0001 
Interferência 
Química 
Muito poucas Muito poucas Muitas Poucas 
Interferência 
Espectral 
Muitas Muitas Muito poucas Algumas 
Interferência 
de Ionização 
Não há Não há Não há Muitas 
Tempo por 
amostra 
10 – 15 s por 
elemento 
3 – 4 min por 
elemento 
Lê 6 – 60 
elementos por 
minuto 
Todos os 
elementos em 2 
– 5 min 
Volume de 
Amostra 
Grande Muito pequeno Médio Médio 
Fonte: (7) adaptado. 
44 
 
7. COMPARAÇÃO ENTRE AS TÉCNICAS ATÔMICAS 
A técnica de espectrofotometria de absorção atômica continua a ocupar um lugar de 
destaque na determinação de metais e metalóides em inúmeros campos da análise 
instrumental. As vantagens desta técnica incluem em primeiro lugar a extensa lista de 
elementos que é possível determinar, mais de 60 elementos, com elevada 
sensibilidade e a custo moderado. A rapidez das determinações, bem como a 
simplicidade na sua utilização torna a sua aplicação apropriada a determinações de 
rotina mesmo com operadores pouco treinados. A principal desvantagem é o fato de 
não permitir a determinação simultânea de diferentes elementos. Apesar de já terem 
sido desenvolvidos instrumentos de EAA para análise multielementar, estas 
determinações requerem condições de compromisso que conduzem à deterioração 
da sensibilidade e outros parâmetros analíticos para um grande número de 
elementos. Por este fato, esta deixou de ser para os principais fabricantes deste tipo 
de equipamentos, uma das apostas de desenvolvimento desta técnica. O ICP MS 
vem alterar esta situação apesar de ainda ser uma técnica bastante dispendiosa e 
com alguns problemas devido às possíveis interferências isobáricas. (38) A tabela 3 
apresenta um comparativo entre as técnicas citadas. 
Conclui-se, portanto, que as técnicas AAS são mais vantajosas, pois possuem, no 
geral, custos mais baixos, menor possibilidade de interferências, maior variedade de 
tipos de amostras que podem ser analisadas (líquidas, sólidas, e em suspensão), 
apesar de serem técnicas monoelementares. No caso da FAAS, a análise depende 
da temperatura da chama, mas tem alto rendimento e tem o tempo de analise rápido. 
Já no caso da ETAAS, tem uma faixa analítica limitada e possui um longo tempo de 
análise, porém esta técnica tem uma alta sensibilidade. Essas são uma das mais 
utilizadas na determinação de elementos em baixas concentrações. Por isso, a FAAS 
é a técnica mais utilizada para análises em nível de mg/L, enquanto a ETAAS é 
utilizada em análises de determinação de baixas concentrações, ou seja, em nível de 
µg/L. 
45 
 
 
 
Tabela 3 - Comparação das técnicas da espectroscopia atômica. 
 
 
FAAS ETAAS ICP-OES ICP-MS 
Custo Baixo Elevado Elevado Elevado 
Elementos 
analisados 
Metais, semi- 
metais e alguns 
não metais 
Metais, semi- 
metais e alguns 
não metais 
(normalmente 
As, Cd, Co, Cu, 
Ni, Pb e Se) 
Maioria dos 
metais e não 
metais 
Maioria dos 
metais e não 
metais 
Forma física da 
amostra 
Líquidas Sólida, pasta, pó 
ou líquida 
Líquidas Líquidas 
Volume de 
amostra 
3 – 5mL 0,05 - 100µL 3 – 5mL 0,05 – 100µL 
Tempo de 
leitura por 
análise 
10 segundos 5 minutos 1 - 2 minutos 1 - 2 minutos 
Tipo de técnica Monoelementar Monoelementar Multielementar Multielementar 
LD mg L-1 (ppm) µg L-1 (ppb) µg L-1 (ppb) a 
mg L-1 (ppm) 
ng L-1 (ppt) 
Vantagens Técnica barata A preparação da 
amostra é 
minimizada e 
tem alta 
sensibilidade 
Análise rápida e 
faixa analítica 
ampla 
Análise rápida, 
sensível, faixa 
analítica ampla 
e bom controle 
de 
interferências 
Desvantagens Depende da 
temperatura da 
chama 
Faixa analítica 
limitada 
Interferências 
complexas e 
sensibilidade 
relativamente 
baixa 
Interferência 
isobárica 
Fonte: Autoria própria 
46 
 
8. CONCLUSÃO 
Este trabalho foi elaborado com a finalidade de construir-se um material didático sobre 
as técnicas da espectroscopia atômica, que trouxesse as informações principais 
sobre as técnicas, para auxiliar no conteúdo durante as aulas de análise instrumental 
dos cursos técnicos. 
Desta forma, no material proposto foi realizada uma explanação sobre as técnicas de 
FAAS, ETAAS, FAES, ICP OES e ICP MS de maneira a possibilitar aos alunos dos 
cursos técnicos um conhecimento sobre as características principais dessas técnicas 
que são extremamente empregadas nas mais diversas matrizes. 
47 
 
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