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Pós-operatório

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Clínica Cirúrgica | MARIA CLARA BATISTA 
 
 1 
 Pós-operatório Sabiston cáp. 12 
Complicações cirúrgicas
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Complicações da ferida cirúrgica 
 
Seroma 
Os seromas representam as complicações mais 
benignas após um procedimento cirúrgico, sedo 
caracterizadas como um acúmulo de gordura, soro e 
linfa que se forma sob a incisão. (o líquido, em geral, 
é claro, amarelado, viscoso e encontra-se na camada 
subcutânea, abaixo da derme) 
 
Þ Causas 
São prováveis de ocorrer quando retalhos cutâneos 
grandes são desenvolvidos no decorrer da cirurgia, 
como é visto frequentemente com mastectomia, 
dissecção axilar, dissecção da região inguinal e 
grandes hérnias ventrais 
 
• Cirurgias com deslocamento de pele 
Þ Quadro clínico 
Se apresentam como um edema localizado e bem 
circunscrito, com desconforto à pressão e ocasional 
drenagem de líquido claro pela ferida não cicatrizada 
Þ Tratamento 
O dreno de sucção sob os retalhos serve como forma 
de prevenção para evitar que o líquido acumule, bem 
como pode puncionar ou abrir e drenar 
 
Hematoma 
O hematoma é um acúmulo anormal de sangue sob a 
ferida, geralmente na camada subcutânea 
Os hematomas são mais preocupantes do que os 
seromas, em virtude do seu potencial para infecções 
secundárias 
 
Þ Causas 
Sua formação está relacionada com hemostasia 
inadequada, depleção dos fatores de coagulação, 
presença de coagulopatia, e pode ser resultado de 
falha na técnica cirúrgica 
ê As coagulopatias ou distúrbios 
hemorrágicos são condições que afetam a 
forma como os coágulos sanguíneos se 
formam, gerando sangramentos mais 
fáceis e abundantes que o normal 
ê O uso de drogas antiplaquetárias, 
anticoagulantes, inibidores de 
glicoproteína, hepatopatias, doença de 
von Willebrand, podem aumentar a 
probabilidade do surgimento de 
hematomas 
Þ Quadro clínico 
As manifestações clínicas de um hematoma podem 
variar com seu tamanho, localização e presença de 
infecção bem como pode-se manifestar como uma 
expansão, tumefação expansiva ou dor na área da 
incisão cirúrgica. 
No exame físico, um hematoma aparece como uma 
tumefação macia localizada com coloração arroxeada 
da pele e saída de secreção vermelho-vinho. 
Þ Tratamento 
Pode ser expectante, por punção, drenagem aberta, 
revisão da hemostasia, correção de anormalidade na 
coagulação e síntese por planos. 
 
Deiscência da ferida 
A deiscência é a separação das camadas 
musculoaponeuróticas no início do curso pós-
O risco de complicações diminui muito com um 
cuidadoso processo de avaliação pré-
operatória bem como com uma avaliação 
completa e cuidadosa dos pacientes no período 
pós-operatório. Assim, é pode-se detectar 
precocemente as possíveis complicações pós 
cirúrgicas. 
 
Durante esse processo, deverá ser avaliada 
todas as feridas, a ingestão, o débito do 
paciente, o perfil de temperatura, os níveis de 
dor, de atividade e o estado nutricional 
Clínica Cirúrgica | MARIA CLARA BATISTA 
 
 2 
operatório com abertura dos pontos da ferida. Pode 
evoluir para evisceração e hérnia incisional 
 
• Ocorre em aproximadamente 1% a 3% dos 
pacientes submetidos a cirurgias abdominais, 
desenvolvendo-se em 7 a 10 dias do pós-
operatório (podendo ocorrer a qualquer 
momento no intervalo de 1 a 20 dias) 
Þ Causas 
Erros técnicos de sutura (pontos muito próximos às 
bordas ou muito afastados entre si), feridas sob 
tensão, sutura contínua ou interrompida, aumento da 
pressão intra-abdominal (ascite, tosse, constipação, 
vômitos), hematomas e infecções, estado nutricional 
do paciente, idade avançada, uso crônico de 
corticóides e doenças subjacentes (DM, câncer, 
insuficiência renal, deficiência imune). 
Þ Quadro clínico 
Drenagem de líquido claro ou hemático, abertura dos 
pontos da ferida, evsiceração (abdominal) e a infecção 
profunda da ferida é tida como uma das principais 
condições relacionadas a deiscência, assim como, a 
elevação da pressão intra-abdominal. 
O diagnóstico clínico se dá por dor a palpação e saída 
súbita de grande quantidade de secreção. 
• Essa condição pode ser evitada com uma 
cuidadosa atenção aos detalhes técnicos 
durante o fechamento da aponeurose, como 
espaçamento adequado da sutura, 
profundidade adequada, relaxamento do 
paciente durante o fechamento e alcançar 
um fechamento livre de tensão. 
Þ Tratamento 
O tratamento depende da extensão da separação da 
fáscia de evisceração e/ou patologia intra-abdomina 
significativa (ex extravasamento de conteúdo 
intestinal, peritonite). O tratamento cirúrgico ocorre 
em casos de evisceração, constituindo uma 
emergência cirúrgica 
 
Infecção do sítio cirúrgico 
A infecção cirúrgica é todo processo inflamatório da 
ferida ou cavidade que drene secreção purulenta. 
Pode ser circunscrita à incisão ou envolver estruturas 
adjacentes à ferida. 
1. Incisional superficial: limitada pela fáscia 
muscular, acomete somente a pele e/ou 
tecidos subcutâneos 
2. Incisional profunda: envolve camadas mais 
profundas como fáscias e músculos 
3. Espaço de órgãos 
 
 
ê Idade avançada, radioterapia prévia, 
tabagismo, preparação operatória 
inadequada, falhas técnicas na ferida, 
contaminação intra-operatória e entre 
outros também são considerados fatores 
de risco 
Clínica Cirúrgica | MARIA CLARA BATISTA 
 
 3 
 
Þ Quadro clínico 
As ISCs ocorrem, geralmente, de cinco a seis dias após 
a cirurgia; cerca de 80% a 90% de todas as infecções 
pós-operatórias manifestam-se dentro do primeiro 
mês após o procedimento. 
As ISC superficiais e profundas são acompanhadas por 
eritema, dor, edema e drenagem. O paciente pode 
apresentar leucocitose e febre de baixo grau. 
• Pode-se prevenir essa condição com banho 
com sabão antibiótico na noite da véspera, 
tricotomia (retirada dos pelos) no momento 
da cirurgia, preparo do cólon, técnica 
asséptica, hemostasia rigorosa, eliminação de 
corpos estranhos e uso de ATB 
profiláticos/terapêuticos 
Þ Tratamento 
Abertura parcial ou total dos pontos, lavagem da 
ferida com solução salina, desbridamento de tecidos 
desvitalizados, reoperação e uso de antibióticos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Complicações com termorregulação 
 
Hipotermia 
A hipotermia é definida como uma redução da 
Temperatura Corpórea Central (TCC) para menos de 
35°C 
• A TCC é aferida apenas por dispositivos 
especiais, como os localizados em cateter de 
artéria pulmonar, membrana timpânica, 
esôfago, reto e etc. 
 
A hipotermia pode ser causada por numerosos 
mecanismos no pré-operatório, no intra-operatório 
ou no pós-operatório 
 
Þ Fatores de risco 
Pacientes submetidos à reanimação rápida com 
líquidos IV frios, transfusões ou irrigação intracavitária 
com irrigante frio, durante uma operação prolongada 
em baixa temperatura ambiente, paralisia (ausência 
de tremor) 
Þ Quadro clínico 
Os distúrbios causados pela hipotermia variam de 
acordo com sua intensidade, mas no geral incluem 
disfunção plaquetária e de fatores de coagulação com 
riscos de sangramento, propensão à infecção devido a 
prejuízo na função dos macrófagos, prejuízo na 
cicatrização de feridas, aumento do tônus simpático 
• Pacientes com hipotermia grave (TCC<28°C) 
apresentam coma, arreflexia, eventual edema 
agudo de pulmão, hipotensão, bradicardia, 
bradpnéia e etc. 
Þ Tratamento 
Uso de cobertores, aquecimento de líquidos infundido 
(intravenoso e cavitário), aquecimento e umidificação 
dos de gases inalados e sistema arteriovenoso para 
reaquecimento 
 
Hipertemia maligna 
É uma desordem rara do músculo esquelético de 
caráter autossômico dominante. A exposição a 
determinados agentes anestésicos, como alguns 
betabloqueadores neuromusculares (succinilcolina), e 
a agentes inalatórios halogenados (halotano, 
enflurano, sevoflurano e isoflurano), deflagra a crise. 
 
Þ O que seria essa crise? 
A exposição aos agentes relatados provoca uma saída 
de cálcio do retículo para o miócito (aumento 
descontroladodo cálcio intracelular). O resultado é 
uma contração muscular incessante, o que leva a um 
aumento do metabolismo muscular, gerando calor e 
hipertermia. 
Feridas crônicas são aquelas que não cicatrizam após 
30-90 dias, tendo como fatores de risco pacientes em 
uso de altas doses de corticoides, imunossuprimidos 
com neoplasias em quimio ou radioterapia, desnutridos 
ou com obesidade mórbida, com grandes feridas e 
deiscência de suturas. 
O tratamento nessas condições ocorre com o auxílio de 
curativos especiais, drenagem com sucção, 
desbridamentos, retalhos, enxertos e OHB 
(oxigenoterapia hiperbólica) 
Clínica Cirúrgica | MARIA CLARA BATISTA 
 
 4 
Þ Quadro clínico 
Os sinais de HM têm início dentro dos 30 minutos de 
anestesia até 24h de pós-operatório. 
• Febre alta, taquicardia, rigidez muscular e 
cianose. 
• Hipercalcemia, hipercalemia, rabdomiólise, 
acidose metabólica 
 
A HM eleva a temperatura durante a anestesia, mas, 
por. Definição, não é considerada febre. 
 
Þ Tratamento 
Na suspeita de HM o anestesista deve suspender a 
cirurgia, e caso não seja possível trocar as drogas 
anestésicas (substituindo o anestésico inalatório por 
drogas intravenosas e o bloqueador neuromuscular 
por um não despolarizante), o Dantrolene deve ser 
iniciado imediatamente. 
 
Qual conduta devo seguir? 
1. Interromper o agente anestésico deflagrador 
2. Hiperventilar o paciente com O2 a a 100% 
3. Administrar anestesia alternativa (BNM não 
despolarizante, opioides, propofol, etomidato, 
etc..) 
4. Interromper a cirurgia assim que possível 
5. Administrar Dantrolene 2,5mg/kg em bolus, 
seguido de nova dose a cada cinco minutos e, 
a partir de então, iniciar 1 a 2 mg/kg/h até 
desaparecimento dos sintomas 
6. Uso de cobertores térmicos, compressas com 
gelo e líquidos parenterais frios 
7. Tratar acidose com bicarbonato 
8. Controlar as arritmias com betabloqueadores 
e lidocaína 
9. Prevenção de lesão renal por mioglobina: 
manter débito urinário > 1ml/kg/h até a urina 
retornar a sua coloração normal e os níveis de 
CPK começarem a cair 
10. Infusão de insulina e glicose para o controle 
da hipercalemia 
11. Monitorar níveis de cálcio e outros eletrólitos 
12. Monitorar gases artérias 
 
 
Febre pós-operatória 
Febre é uma desordem hipotalâmica da 
termorregulação, ou seja, o hipotálamo, o nosso 
centro regulador térmico, é “reajustado” para 
manter a temperatura basal elevada. Considera-se 
um valor matinal de 37,2°C ou um valor aferido a 
tarde maior que 37,7°C. 
 
 
Þ Qual a diferença entre hipertermia e febre? 
Quando um paciente apresenta elevação de sua 
temperatura por um mecanismo que não tem nada 
haver com o desajuste no centro termorregulador 
hipotalâmico, ele é portador de hipertermia. 
 
Þ Como identificar um pico febril no pós-
operatório? 
Um fator fundamental na avaliação da febre é o 
tempo de seu aparecimento, o que pode indicar: 
• 24h: infecção pré-existente ou reações 
transfusionais 
• 48h – 72h: atelectasia 
• 5 a 8 dias: associada a eventos mais 
graves, geralmente de origem infecciosa 
(avaliar pulmão, ferida trato urinário, TGI 
inferior e medicamentos) 
 
Þ Hipóteses diagnósticas 
Rx de tórax para avaliar pneumonia 
Sumário de urina para infecção no trato urinário 
TC abdome para avaliar presença de abscesso 
intracavitário 
Embolia pulmonar 
 
 Complicações respiratórias 
 
Atelectasia e penumonia 
A atelectasia (colapso do tecido pulmonar com perda 
de volume) é a complicação pulmonar mais frequente, 
sendo ocasionada por colapso alveolar segmentar 
bem como é a causa mais comum de febre nas 
primeiras 72h de pós-operatório (principalmente nas 
primeiras 48h) 
 
Þ Quadro clínico 
Febre discreta e eventual desconforto respiratório 
 
O melhor tratamento para atelectasia é a sua 
prevenção 
 
A pneumonia geralmente ocorre no quinto dia da 
cirurgia, complicando uma atelectasia no PO 
 
Þ Quadro clínico 
Febre, tosse produtiva com secreção purulenta e 
radiografias de tórax com infiltrados alveolares. Pode 
evoluir para insuficiência respiratória. 
 
O tratamento deve ser agressivo com antibióticos 
parenterais e tentativa de isolamento do agente 
etiológico. 
 
Clínica Cirúrgica | MARIA CLARA BATISTA 
 
 5 
Pneumonite por aspiração 
Geralmente ocorre quando há a regurgitação de 
conteúdo gástrico para a árvore respiratória, tendo 
como principais causas, a falta de jejum adequado, 
indução anestésica (o que pode ocasionar perda do 
controle da via aérea), sonda nasogástrica, ou 
pacientes que tiveram AVC. 
 
A aspiração do conteúdo gástrico para a árvore 
traqueobrônquica é uma das complicações mais 
graves, isso porque, as secreções do estômago 
possuem pH ácido, e acabam queimando a vi aérea 
com consequente processo inflamatório 
 
Þ Quadro clínico 
Sibilos, murmúrios vesiculares rudes, insuficiência 
respiratória, baixa saturação de O2 
 
O tratamento tem como base o suporte respiratório, 
geralmente está indicada a intubação. Orotraqueal 
seguida de ventilação com pressão positiva 
 
Embolia pulmonar 
Embolia pulmonar ou tromboembolismo pulmonar 
ocorre em decorrência de m bloqueio em uma ou 
mais artérias pulmonares 
 
O termo tromboembolismo venoso engloba a TVP 
(trombose venosa profunda) e o TEP 
(tromboembolismo pulmonar) 
 
Þ Inicia com uma lesão da camada íntima 
(endotelial), que impede a mobilidade do sangue 
e gera uma hipercoagulabilidade, aumentando o 
risco de TVP e EB (embolia pulmonar) 
 
Þ Quadro clínico 
Dispneia, dor torácica pleurítica, apreensão e tosse, 
taquipneia e taquicardia. 
 
Na maioria dos casos a TVP acomete os membros 
inferiores. Em contrapartida, a TEP é extremamente 
variável e vai depender do local onde o êmbolo se 
alojou (quanto mais proximal na circulação arterial 
pulmonar o êmbolo se alojar, pior o prognóstico) e da 
presença ou não de comorbidades. 
 
Þ Exames complementares 
• D-dímero: produto de degradação da 
fibrina, uma vez elevado indica a 
formação recente de trombo. Solicitação 
desnecessária por sua falta de 
especificidade em pacientes cirúrgicos. 
• Gasometria arterial: PaO2 < 70 
• ECG com inversão de onda T e alterações 
no segmento ST, podendo ter bloqueio de 
ramo direito ou desvio de eixo 
• Rx de tórax com defeito em formato de 
cunha na base da pleura 
 
Êmbolos grandes: interrupção abrupta das marcas 
vasculares no lado afetado (sinal de Westermark) com 
oligoemia (diminuição do volume de sangue para 
determinado local), por redução de calibre. 
 
Þ Diagnóstico 
Angiografia pulmonar + Cintilografia ventilação-
perfusão + Angio TC de tórax 
 
Þ Conduta clínica 
O2 + intubação + anticoagulação + ionotrópicos (para 
pacientes com choque/hipóxia graves) + terapia 
trombolítica (com estreptoquinase, uroquinase, RT-
PA) + embolectomia pulmonar (cirurgia para retirada 
do trombo). 
 
 Complicações cardíacas 
Algoritmo para avaliação cardiovascular 
perioperatória para cirurgia não cardíaca 
 
Hipertensão pós-operatória 
Os diuréticos são habitualmente omitidos na manhã 
de uma cirurgia eletiva, assim como os IECA e os BRA, 
outros hipertensivos devem ser administrados até o 
momento mais próximo da operação, de preferência 
na manhã da cirurgia. Isso porque pacientes sem um 
controle adequado de sua doença no pré-operatório 
são indivíduos que podem desenvolver emergências 
hipertensivas no intra ou no pós-operatório imediato. 
Clínica Cirúrgica | MARIA CLARA BATISTA 
 
 6 
 
Dentre as complicações na hipertensão pós-
operatória temos: 
• Rompimento de um aneurisma 
• AVC 
• Arritmias 
• Isquemia miocárdica 
• Sangramento da ferida 
• Insuficiência renal 
 
As causas mais evidentes dessas complicações são: 
• HAS primária 
• Estenose da artéria renal (renovascular) 
• Agentes farmacológicos 
• Tratamento inadequado da dor 
• Sobrecarga de líquidos 
• Falha na administração dos anti-
hipertensivos 
 
Þ Tratamento 
De início rápido e com poucos efeitos colaterais.b-bloqueador + a2 agonista (ex.clonidina) + IECA + 
BCC + vasodilatadores intravenosos (nitroglicerina e 
nitroprussiato) 
 
Isquemia e infarto 
Aproximadamente 30% dos pacientes cirúrgicos 
apresentam algum grau de doença coronariana. 
• A mortalidade do IAM no PO é de 30% 
• As complicações miocárdicas resultam em 
10% de todas as mortes perioperatórias 
 
Þ Quadro clínico 
Dor torácica com irradiação para membro superior e 
mandíbula, dispnéia, aumento da FC, hipotensão, 
insuficiência respiratória 
 
Þ Exames 
ECG, troponina, ecocardiograma, cintilografia, 
angiografia 
 
Þ Tratamento 
UTI / cardiologista 
Alto fluxo de O2 + b-bloqueador + AAS + heparinização 
sistêmica + tromboembolíticos (checar contra-
indicação) 
 
O tratamento tem como objetivo preservar o máximo 
de músculo cardíaco possível, melhorar o fluxo 
sanguíneo coronariano bem como reduzir o trabalho 
do miocárdio 
 
A prevenção para essa complicação é avaliar a história 
do paciente, fazer um exame físico detalhado, avaliar 
o índice de risco cardíaco bem como angiografia 
prévia. 
 
Choque cardiogênico 
É uma das sequelas mais sérias de um IAM e 
ocasiona a morte de 75% dos pacientes sem 
tratamento. Ademais, o choque cardiogênico 
também pode ter sua etiologia derivada de uma 
ruptura do músculo papilar, ruptura da parede 
ventricular, insuficiência da valva aórtica, 
regurgitação mitral e defeito do septo ventricular 
 
O choque cardiogênico relacionado ao IAM ocorrem 
em 50% ou mais da massa muscular do VE, que é 
lesada de forma irreversível, gerando a redução do 
débito cardíaco e hipoperfusão. 
 
Þ Quadro clínico 
Hipotensão e insuficiência respiratória 
 
Þ Sequelas 
ICC, arritmias, traomboembolismo 
 
Arritmias e ICC 
A doença coronariana é a causa mais comum dessa 
complicação cirúrgica. 
 
Arritmias são alterações no ritmo cardíaco normal, 
suas principais causas são anormalidades eletrolíticas 
ou endócrinas, medicações, estresse e doenças 
cardíacas subjacentes. Em casos de arritmia deve-se 
corrigir a condição predisponte com o auxílio de 
medicamentos 
 
A ICC descompensada apresenta um quadro clínico 
de dispnéia, edema, distensão venosa jugular, galope 
cardíaco, baixa perfusão periférica. Em casos de ICC 
descompensada deve-se realizar uma otimização da 
pós-carga, pré-carga e contratilidade miocárdica. 
 
 Complicações renais e do trato urinário 
 
Retenção urinária 
Anomalia reversível resultante da descoordenação 
entre o trígono e os músculos detrusores, devido à 
dor e ao desconforto pós-operatório 
 
Lesão no sistema nervoso afeta a função vesical 
(cirurgias pélvicas complexas) 
 
Estenose de uretra (raro) 
Clínica Cirúrgica | MARIA CLARA BATISTA 
 
 7 
Þ Quadro clínico 
Desconforto do hipogastro, urgência e dor no 
hipogasto 
 
Þ Tratamento 
Cateterização 
 
Þ Prevenção 
Controle do tempo decorrido desde a última micção, 
dissecção cuidadosa e infusão inadequada de líquidos 
 
Insuficiência renal aguda 
Redução súbita do débito renal resultando no 
acúmulo de escórias nitrogenadas. 
• Ela também pode manifestar-se em casos 
nos quais ocorra grande perda sanguínea, 
com reações a transfusões, em pacientes 
com diabetes avançado submetidos a 
operações, no trauma potencialmente 
letal, nas grandes queimaduras e na 
falência múltipla de órgãos 
 
Þ Aproximadamente 10% dos pacientes são 
submetidos a cirurgia 
• Oligúricos (produção de urina abaixo do 
normal): <480ml urina/dia 
• Não-oligúricos: >2L urina/dia – urina 
isotenúrica que não elimina toxinas 
 
Ficar atento a essa complicação quando 
• Há grandes procedimentos vasculares 
(ruptura de aorta, derivação 
aortofemural) 
• Transplantes renais 
• Derivação cardiopulmonar 
• Cirurgias abdominais associadas a choque 
séptico 
• Grandes operações urológicas 
• Grandes perdas sanguíneas com reações a 
transfusões 
• Diabetes avançado 
• Trauma (hematina/mioglobina) / grandes 
queimados 
• Contrastes nefrotóxicos 
• Síndrome compartimental abdominal 
(redução da perfusão renal- pré e pós 
renal) 
 
Tipos de insuficiência renal 
Þ Pré-renal: dano à perfusão renal decorrente de 
condições que afetam o fluxo sanguíneo para os 
rins 
• Hipovolemia, hemorragia, desidratação, 
disfunção cardíaca, extensas perdas de 
líquidos para o 3* espaço, administração 
insuficiente de líquidos durante a cirurgia, 
estenose vascular renal e trombose 
(raras) 
 
Þ Renal: Lesão aguda os néfrons (é potencialmente 
mais grave e pode ser irreversível) 
• Azotemia pré-renal prolonganda e grave, 
hipotensão prolongada, toxinas (contraste 
radiológico, medicamentos), lesões à 
mioglobina 
 
Þ Pós-renal: lesão da via urinária excretora 
• Lesão na bexiga, ligadura do ureter, dano 
ou lesão à uretra, obstrução da uretra por 
trombo ou muco 
 
Insuficiência adrenal 
Ocorre quando há falência das glândulas adrenais 
Pode ocorrer devido a: 
• Insuficiência secundária: uso 
farmacológico de corticoide que suprime 
a secreção de ACTH, suprimindo 
consequentemente as glândulas adrenais 
• Interrupção abrupta do corticoide resulta 
em insuficiência adrenal, que geralmente 
é bastante sintomática e potencialmente 
letal 
• Doença inflamatória intestinal, 
transplantados, doença auto-imune 
 
Þ Quadro clínico 
Colapso cardiovascular súbito, hipotensão, febre, 
confusão mental, dor abdominal 
 
Deve-se ter uma atenção maior a pacientes que 
utilizavam doses prévias de corticoides, pacientes 
submetidos à resseccão adrenal e pacientes com 
grandes sangramentos retroperitoneais. 
 
Þ Prevenção 
Administração de corticoide pré-operatório 
 
Þ Tratamento 
Hidrocortisona ou metilpredinisolona IV – monitorar o 
paciente 
 
Hipertireoidismo 
Apresenta um quadro clínico de taquicardia, fibrilação 
atrial, ICC, diarreia, náuseas, vômitos, ansiedade, 
delírio, inquietação, irritabilidade, exoftalmia, 
Clínica Cirúrgica | MARIA CLARA BATISTA 
 
 8 
fraqueza muscular, pele quente, úmida e com 
intolerância ao calor. 
 
Hipotireoidismo 
Apresenta um quadro clínico de intolerância ao frio, 
constipação, cabelos quebradiços, sonolência, ganho 
de peso e fadiga 
 
 Complicações gastrintestinais 
 
Íleo 
A maioria das complicações são autolimitadas 
 
Þ Causas 
Pancreatite, infecção intra-abdominal, distúrbio 
eletrolítico, medicamentos (narcóticos, psicotrópicos), 
manipulação cirúrgica de alça intestinal, hemorragia 
retroperitoneal, pneumonia, víscera inflamada e 
trauma abdominal 
 
Þ Quadro clínico 
Distensão abdominal, desconforto/ dor, abdome 
silencioso. No RX há distensão de alças – níveis 
hidroaéreos 
 
Þ Tratamento 
Corrigir causa base 
 
Þ Diagnóstico diferencial 
Obstrução mecânica que pode ocorrer devido a 
aderências, malignidades e hérnias 
 
Þ Conduta 
Reavaliação seriada bem como hidratação/ ATB/ 
cirurgia 
 
Síndrome compartimental abdominal 
É uma emergência cirúrgica caracterizada por um 
grande trauma abdominal e uma grande infecção 
abdominal e ocorre quando a cirurgia abdominal é 
complicada ou prolongada. 
Nessa complicação ocorre um edema intestinal 
significativo e alta pressão intra-abdominal > 25cm 
h2O 
 
Þ Quadro clínico 
abdome distendido e tenso, hipóxia, incapacidade de 
ventilação adequada, pressão de pico de via aérea 
elevada e oligúria (redução do volume urinário para 
um valor abaixo de 400ml em 24h) 
 
Þ Complicações 
Insuficiência renal, insuficiência respiratória, acidose, 
redução do débito cardíaco, choque. 
 
Essa complicação é corrigida com uma abertura da 
fáscia abdominal e fechamento com tela. 
 
Sangramento gastrintestinal PO 
Úlcera pépica, erosão por estresse, ruptura de 
Mallory-Weiss, varizes gástricas, mal-formações 
intestinal, deiscência anastomósica, hemorragias 
anastomósicas, diverticulações, mal-formações 
arterio-venosas sangue vivo X melena. 
 
Þ Quadro clínico 
Hipotensão e taquicardia 
 
Þ Conduta 
SNG em aspiração, reposição de líquidos/ sangue, 
monitorização UTI- seriar exames, EDA/ colonoscopia, 
cirurgia de urgência.Ostomias 
Pode ser causada por erosões na pele, prolapso do 
estoma, necrose, estenose, hérnia, rotação, alto 
débito, fístula, sangramento, obstrução, cianose/ 
edema/ isquemia. 
 
Colite pseudomenbranosa 
É uma alteração da microbiota intestinal pelo 
antibiótico (principalmente de amplo espectro) e até 
1% dos pacientes internados podem apresentar essa 
complicação. Pode iniciar em até 6 semanas após o 
uso. 
 
Þ Proliferação de Clostridium difficile- libera 
exotoxina (causa uma reação inflamatória na 
mucosa do cólon) 
Þ Formação de pseudomembrana- fibrina, 
leucócitos, células necrosadas da mucosa e muco 
geralmente localizados no cólon distal (pode ser 
mais extensa) 
 
Þ Quadro clínico 
Diarreia copiosa, vômitos, desidratação, forte dor 
abdominal, íleo paralítico, leucocitose e febre. 
 
Þ Tratamento 
Vancomicina e metronidazol 
 
Deiscência anastomótica 
Extravasamento de líquido carregados de bactérias 
Þ Complicações 
Abscessos locais, fístulas, ruptura de anastomose, 
deiscência da parede abdominal, sepse, morte. 
Clínica Cirúrgica | MARIA CLARA BATISTA 
 
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Þ Prevenção 
Estado nutricional, preparo do intestino, drenagem de 
abscesso e descompressão de alças 
 
Deve-se preservar o suprimento arterial e mínimo 
trauma manipulativo. 
 
Þ Quadro clínico 
Febre, dor abdominal, mal-estar (não evolui), eritema 
local, abaulamento, deiscência da ferida operatória, 
fístula 
 
Þ Exame 
TC de abdome: coleção de líquidos, níveis hidro-
aéreos em uma cavidade de abscesso, líquido 
peritoneal, grande quantidade de ar livre na cavidade 
 
Þ Tratamento 
• Fístula descontrolada: conservador (ATB, 
nutrição parenteral toral) 
• Deiscência de cólon: colostomia 
• Deiscência de ducto biliar: dreno 
proximal ao escape 
• Sepse: laparotomia imediata 
 
Fístulas 
É caracterizada pro uma complicação anormal entre 
o órgão oco epitelizado e outra superfície epitelizada 
(pele, bexiga, intestino, trato genital) - mortalidade 
de 15 a 20% 
Þ Causas 
Sepse, desnutrição, imunossupressão, erro técnico, 
doença de Crohn 
 
Þ Diagnóstico 
TC abdome, contraste através da fístula 
 
Þ Quadro clínico 
Eritema, abscesso, efluxo do conteúdo intestinal, dor, 
febre e sepse 
 
Þ Prevenção 
Manipulação suave dos tecidos, evitar tensão, 
suprimento sanguíneo adequado, boa visualização da 
anastomose, bom preparo intestinal, falhas no 
fechamento, corpo estranho, abscesso ou infecção 
local da fístula, neoplasia ao redor da fístula e 
obstrução da alça distal 
 
Þ Tratamento 
Ressuscitação volêmica + ATB + proteção da pele + 
nutrição enteral/parenteral + bloq H2 + octreoide. 
Reoperar 4-6sem com ressecção do sítio da fístula.

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