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As Síndromes Coronarianas Agudas (SCA), que se caracteriza por um conjunto de sinais e sintomas relacionados à obstrução parcial ou total de uma artéria coronariana, as quais provocam isquemia seguida de necrose do tecido miocárdio. Entre as classificações dessas doenças, está o Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) é uma necrose do músculo cardíaco (miocárdio), resultante de uma isquemia, ou seja, consequência de uma obstrução aguda de uma artéria coronária. Essa isquemia pode se dar de diversas formas e a anamnese dará oportunidade de ser realizado um diagnóstico diferencial de qualidade, otimizando o tratamento do paciente. INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIOINFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO Elaborado por Giovanna Nery Sanches FISIOLOGIA DO SISTEMA CARDÍACO O sistema cardiovascular, também chamado de sistema circulatório, é o sistema responsável por garantir o transporte de sangue pelo corpo, permitindo, dessa forma, que nossas células recebam, por exemplo, nutrientes e oxigênio. VASOS EMERGENTES DO CORAÇÃO Átrio direito: responsável pelo recebimento do sangue proveniente do corpo através das veia cava superior e veia cava inferior. Átrio esquerdo: responsável pelo recebimento do sangue oxigenado pelos pulmões através das veias pulmonares. Ventriculo direito: responsável pela ejeção do sangue desoxigenado para os pulmões através das artérias pulmonares. Ventriculo esquerdo: responsável pela ejeção do sangue oxigenado para o corpo através da artéria aorta. CIRCULAÇÃO Circulação pulmonar: é conduzida pelo coração direito. Realiza troca gasosa com o meio. Inicia-se no ventrículo direito com o sangue pobre em oxigênio. Esse sangue é ejetado para os pulmões, onde será oxigenado e retorna para o átrio esquerdo. Circulação sistêmica: é conduzida pelo coração esquerdo. Realiza troca gasosa e nutrição tecidual. Inicia-se no ventrículo esquerdo com o sangue rico em oxigênio. Esse sangue é ejetado para os capilares e retorna para o átrio direito. VALVAS E VÁLVULAS Valva é o conjunto como um todo e válvulas são as partes que compõe as valvas. Cada válvula pode ser chamada de cúspide. Tricúspide: AD > VD Mitral: AE > VE Atrioventriculares: valvas que separam os átrios dos ventrículos. Podem ser: Pulmonar: VD > árteria pulmonar Aórtica: VE > artéria aorta Semilunares: Valvas que separam os ventrículos das artérias. Podem ser: Elaborado por Giovanna Nery Sanches VASCULARIZAÇÃO CARDÍACA A vascularização cardíaca é realizada por duas artérias principais, a artéria coronária direita e a esquerda, estas originam no seio da aorta ascendente. A coronária esquerda origina do seio da aorta esquerda e bifurca-se em ramo interventricular anterior (descendente anterior) e circunflexa, podendo apresentar ramos diagonais. A coronária direita origina no seio da aorta direita e origina em artéria marginal direita e mais abaixo em ramo interventricular posterior da artéria coronária direita. DÉBITO CARDÍACO, FREQUÊNCIA CARDÍACA E VOLUME SISTÓLICO O débito cardíaco (DC) é o volume de sangue ejetado pelos ventrículos em um minuto e tem como determinante a frequência cardíaca e o volume sistólico. Seu volume altera de acordo com a alteração das necessidades metabólicas do organismo, como no exercício físico, na presença de febre, e queda do volume circulatório, porém em situação de repouso o volume do débito cardíaco varia de 4 a 6 ml por minuto. A frequência cardíaca (FC) sofre alterações mediadas por barorreceptores e sistema nervoso central e autônomo (simpático e parassimpático), por meio do nervo vago que estimulam e inibem o nó sinusal. Normalmente situa-se entre 60 bpm e 100 bpm num indivíduo em repouso ou atividades habituais. O volume sistólico (VS) tem como determinantes a pré-carga, a pós-carga e contratilidade. Quantidade máxima de estiramento que o músculo cardíaco sofre antes de iniciar uma ejeção, ou seja, o volume de sangue dentro do ventrículo ao final da diástole ventricular determina a pré-carga e a pós-carga é a dificuldade enfrentada pelas câmeras ventriculares para realizar a ejeção de sangue e a contratilidade refere-se à força gerada pelo miocárdio durante a contração Mecanismo de Frank-Starling De uma maneira geral, na grande maioria das condições, a quantidade de sangue que é bombeada pelo coração em um determinado período de tempo, depende do volume de sangue que chega ao coração, que por sua vez é chamado de retorno venoso. Se um volume de sangue maior chegar ao coração, um volume maior de sangue será bombeado para o restante do corpo. O mesmo é equivalente para uma menor quantidade de sangue que chega a coração, fazendo com que um volume menor seja repassado para o restante dos órgãos e tecidos. Essa capacidade intrínseca do coração de moldar-se conforme o volume de sangue que bombeia é chamado de Mecanismo de Frank Starling Aumento da chegada de sangue no coração: aumento da estimulação simpática Volume de enchimento igual ao volume de ejeção. Pré-carga: é a pressão do sangue presente no ventrículo ao final da fase de enchimento. Torniquete, amputação traumática, endurecimento dos vasos, arteriosclerose. Pós-carga: é a resistência enfrentada durante a ejeção do ventrículo. O sangue enfrenta dificuldades de seguir no momento em que ele é expelido para as respectivas artérias. O sangue ejetado pelos ventrículos será encaminhado à artéria pulmonar, para ser oxigenado nos pulmões e à aorta para profundir os órgãos e tecidos. Assim, o débito cardíaco ao ser encaminhado para a aorta sofre a resistência imposta pelo vaso, determinada como resistência vascular periférica (RVS), que são determinantes da Pressão Arterial (PA). 1ª fase 2ª fase 3ª fase 4ª fase 5ª fase 6ª fase Elaborado por Giovanna Nery Sanches CICLO CARDÍACO Átrio: responsável pelo recebimento do sangue. A sua parede é fina, porque não impõe grande resistência. Essa câmara se enche de sangue e não faz força para que isso aconteça. A pressão dentro do átrio direito é em torno de 2mmHg e no átrio esquerdo é em torno de 4mmHg. Enchimento: maior volume interno e pressão interna mínima. Ejeção: redução gradativa do volume interno e pressão interna variável (elevada). Ventrículo: responsável pela ejeção do sangue com grande força. O ciclo cardíaco é a somatória dos eventos de contração e relaxamento que ocorrem em decorrência dos estímulos elétricos nos miócitos cardíacos. Contração isovolumétrica: marca o início da sístole ventricular e vai até a abertura das valvas semilunares. Nesse período, o volume ventricular permanece constante — o que explica o seu nome. O ventrículo se contrai até a pressão ventricular aumentar a pressão da artéria aorta. Com esse aumento da pressão, a valva semilunar se abre. Sístole: refere-se a contração do ventrículo, onde há a ejeção do sangue. Saída permitida (semilunares abertas) e entrada proibida (atrioventriculares fechadas) Diástole: refere-se ao relaxamento do ventrículo, onde ocorre o enchimento da câmara com sangue. Na prática, esse processo dura o dobro da ejeção. Saída proibida (semilunares fechadas) e entrada permitida (semilunares abertas). Ejeção: após a abertura da valva semilunar, o sangue é ejetado. Quando o sangue é ejetado, a pressão do ventrículo começa a cair e, por isso, o ventrículo continua se contraindo para manter a sua pressão maior que da artéria, mas, como a artéria está recebendo sangue, sua pressão também está subindo. A pressão da artéria vence a pressão dentro do ventrículo e, com isso, o sangue tenta voltar, porém as valvas semilunares se fecham. Relaxamento isovolumétrico: é caracterizada por rápida queda de pressão ventricular sem alteração de volume. O ventrículo começa a relaxar para que haja um aumento do volume da câmera, com o mantimento do volume de sangue e redução gradativa da pressão. O sangue guardado dentro do átrio entra para o ventrículo. Essa fase perdura até a abertura das valvas atrioventriculares (AV). Enchimento rápido: o sangue que está nos átrios passa rapidamente para os ventrículosrelaxados. Com isso, há reduções nas pressões atriais e aumento súbito do volume ventricular. Diástole: equivale uma fase de enchimento ventricular lento pelo sangue que vem das veias cavas e da veia pulmonar enquanto as valvas AV permanecem abertas. Sístole atrial: consiste em uma contração atrial que termina de encher os ventrículos de sangue. Ela promove um pequeno aumento das pressões atriais, ventriculares e venosas e do volume ventricular. Dessa maneira, chega ao fim o ciclo cardíaco. Elaborado por Giovanna Nery Sanches BULHAS CARDÍACAS B1: ocorre no início da sístole e corresponde ao fechamento da valva mitral e tricúspide (atrioventriculares). É mais grave e tem duração um pouco maior que a 2ª bulha. O som pode ser representado por “TUM”. B2: ocorre no início da diástole e corresponde ao fechamento das valvas semilunares. É mais curto e grave. O som pode ser representado 2ª Bulha (B2) por “TA". Os sons cardíacos, ou bulhas, são as vozes acústicas (som) geradas pelo impacto do sangue em diversas estruturas cardíacas e nos grandes vasos. Entre B1 e B2 ocorre a ejeção. Entre B2 e B1 ocorre o enchimento. B3: geralmente se escuta em criança ou idoso muito magro. Como a caixa torácica fica muito fina é possível auscultar. Acontece logo depois do som "TA". O som pode ser representado por “TU”. Não é indicativo de patologia. SISTEMA EXCITO CONDUTOR DO CORAÇÃO O sistema de condução cardíaco são as estruturas onde se produz e se transmite o estímulo elétrico, permitindo a contração do coração. A maioria das células cardíacas são contráteis, mas cerca de 1% são especializadas em gerar potencial de ação espontaneamente. Essas células são responsáveis por uma propriedade única do coração: sua capacidade de se contrair sem qualquer estímulo externo. A comunicação elétrica no coração começa com um potencial de ação em uma célula autoexcitável. A despolarização se propaga rapidamente para as células vizinhas através das junções comunicantes nos discos intercalares. A onda de despolarização é seguida por uma onda de contração, que passa pelo átrio e depois vai para os ventrículos. Em resumo, a comunicação inicia em uma célula autoexcitável e termina com a contração COMPONENTES DO SISTEMA DE CONDUÇÃO DO IMPULSO ELÉTRICO CARDÍACO Nó sinoatrial: o estímulo elétrico nasce no próprio coração, na região chamada de nó sinoatrial, nó sinusal ou marca-passo, localizado na parte superior do átrio direito (aurícula direita). Trata-se de uma célula autoexcitável. Esse estímulo é independente do sistema nervoso central. Via internodal: fibras autoexcitáveis não contráteis ramificadas que conecta o nó sinoatrial (SA) com o nó atrioventricular (AV). Nodo atrioventricular: células autoexcitáveis localizada no assoalho. É uma área de tecido especializado entre os átrios e ventrículos do coração, que conduz impulso elétrico do átrio em direção aos ventrículos. Feixe de Hiss: uma coleção de fibras nervosas que se encontram no septo interatrial. Eles encaminham os impulsos elétricos do nó atrioventricular e os enviam para os ramos direito e esquerdo. Os ramos direito e esquerdo são um acúmulo contínuo de nervos que inervam os ventrículos e o septo interventricular do coração. Fibras de Purkinje: os feixes terminais de tecido nervoso são conhecidos como fibras de Purkinje, e essas são responsáveis por garantir que cada pequeno grupo de células é atingido pelo estímulo elétrico, de forma que uma contração muscular máxima possa ocorrer. Uma segunda função do nó AV é atrasar um pouco a transmissão do potencial de ação. Esse atraso permite que os átrios completem suas contrações antes do início da contração ventricular Elaborado por Giovanna Nery Sanches A despolarização inicia no nó sinoatrial (nó SA), as células autoexcitáveis no átrio direito que servem como o principal marca-passo do coração. A onda de despolarização, então, propaga-se rapidamente por um sistema especializado de condução, constituído de fibras autoexcitáveis não contráteis. Uma via internodal ramificada conecta o nó SA com o nó atrioventricular (nó AV), um grupo de células autoexcitáveis perto do assoalho do átrio direito. Do nó AV, a despolarização move-se para os ventrículos. A partir do nó AV, os sinais elétricos se transmitem muito rapidamente para baixo pelo fascículo atrioventricular ou feixe de His, no septo ventricular. Percorrido um curto caminho no septo, o fascículo se divide em ramos esquerdo e direito. Esses ramos continuam se deslocando para o ápice do coração, onde se dividem em pequenas fibras de Purkinje, que se espalham lateralmente entre as células contráteis. POTENCIAL DE AÇÃO AUTOEXCITÁVEL Alteração da corrente funny (If): essa corrente é responsável por reduzir a saída depotássio e aumentar a entrada de sódio. Faz uma curva rápida para começar adespolarizar. Simpático: o sistema nervoso autônomo é responsável por aumentar a frequência cardíaca. Alteração da saída de potássio: ao invés do potássio sair rapidamente na repolarização, o potássio sai lentamente, fazendo com que a repolarização seja mais longa. Parassimpático: o sistema nervoso parassimpático é responsável por reduzir a frequência cardíaca. Ao iniciar o potencial marca-passo, há o influxo de sódio (Na+) na célula. O sódio é responsável por iniciar adespolarização até -50mV. Quando atinge o valor limiar de, em média, -50mV, há influxo de cálcio (Ca2+) nacélula e, esse influxo, é responsável por terminar a despolarização. Quando essa despolarização atinge um valormáximo, ocorre a repolarização que consiste na saída de potássio (K+) da célula. Fase 4 Fase 0 Fase 1 Fase 2 Fase 3 Elaborado por Giovanna Nery Sanches POTENCIAL DE AÇÃO - CÉLULAS MIOCÁRDICAS CONTRÁTEIS O potencial de ação das células cardíacas contráteis são similares, de diversas maneiras, aos dos neurônios e dos músculos esqueléticos. A fase de despolarização rápida do potencial de ação é resultado da entrada de Na+, e a fase de repolarização rápida é devida à saída de K+ da célula. A principal diferença entre o potencial de ação das células miocárdicas contráteis daqueles das fibras musculares esqueléticas e dos neurônios é que as células miocárdicas têm um potencial de ação mais longo, devido à entrada de Ca2+ . Potencial de membrana em repouso: as células miocárdicas contráteis têm um potencial de repouso estável de aproximadamente -90mV. Despolarização: quando a onda de despolarização entra na célula contrátil através das junções comunicantes, o potencial de membrana torna-se mais positivo. Os canais de Na+ dependentes de voltagem se abrem, permitindo que a entrada de Na+ despolarize rapidamente a célula. O potencial de membrana atinge cerca de 20 mV antes de os canais de Na se fecharem. Repolarização inicial: quando os canais de Na+ se fecham, a célula começa a repolarizar à medida que o K+ deixa a célula pelos canais de K+ abertos. Platô: os canais de Ca2+ dependentes de voltagem ativados pela despolarização foram abertos lentamente durante as fases 0 e 1 (quando atingem -40mv). Quando eles finalmente abrem, o Ca2+ entra na célula. Ao mesmo tempo, alguns canais “rápidos” de K+ se fecham. A combinação do influxo de Ca2+ com a diminuição do efluxo de K+ faz o potencial de ação se achatar e formar um platô. Repolarização rápida: o platô termina quando os canais de Ca2+ se fecham e a permeabilidade ao K+ aumenta mais uma vez. Os canais lentos de K+ , responsáveis por essa fase, são similares aos dos neurônios: eles são ativados pela despolarização, mas são abertos lentamente. Quando os canais lentos de K+ se abrem, o K+ sai rapidamente e a célula retorna para seu potencial de repouso (fase 4) Elaborado por Giovanna Nery Sanches CLASSIFICAÇÃO DO INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO A mais recente classificação inclui cinco tipos de IAM, sendo: Tipo 1: espontâneo, por ruptura, dissecção ou erosão de placa ateromatosa. Tipo 2: isquemia devido a aumento da demanda de oxigênio (p. ex., hipertensão), ou diminuição do fornecimento (p. ex.,espasmo ou embolia arterial coronariana, arritmia, hipotensão). Tipo 3: relacionado com a morte cardíaca inesperada e súbita Tipo 4a: associado com intervenção coronariana percutânea. Tipo 5: associado com revascularização do miocárdio. Tipo 4b: associado com trombose do stent documentada. ETIOLOGIA E FATORES DE RISCO A forma mais prevalente do Infarto Agudo do Miocárdio é do tipo 1, decorrente de aterosclerose, que consiste no depósito de gordura, cálcio e outros elementos na parede das artérias, reduzindo seu calibre e trazendo um déficit sangüíneo aos tecidos irrigados por elas. Também denominada de placa ateromatosa. A aterosclerose é uma doença sistêmica, acometendo simultaneamente diversas artérias do ser humano. O quadro clínico apresentado pelo paciente vai depender de qual artéria está mais significativamente obstruída: Coronárias: se produzirá a dor cardíaca durante o esforço – angina de peito – na evolução crônica ou o infarto na evolução aguda. Carótidas: e produzirão perturbações visuais, paralisias transitórias e desmaios na evolução crônica ou o acidente vascular encefálico na evolução aguda. Artérias ilíacas e femorais: se produzirão claudicação intermitente (dor nas pernas ao caminhar), queda de pêlos, atrofias da pele, unhas e musculares, e até mesmo impotência coeundi (dificuldade de ereção peniana) nos casos crônicos e gangrena nos casos agudos. Estudos epidemiológicos mostraram que a aterosclerose incide com maior freqüência e intensidade em indivíduos que têm algumas características, que foram denominadas “fatores de risco”: Idade: predominante na faixa de 50 a 70 anos. Sexo: predominante no sexo masculino, pois as mulheres são “protegidas”, desviando suas gorduras sanguíneas para a produção de hormônio feminino (estrogênio). Após a menopausa a “proteção”desaparece. Hiperlipidemia: indivíduos que apresentam altos níveis de gorduras circulantes no sangue, sendo o colesterol LDL a principal delas, que consiste numa lipoproteína de baixa densidade, acumulando-se nas paredes das artérias, elevando o risco de desenvolvimento de doenças coronarianas. Quando apresenta-se em níveis alterados, pode ocorrer a obstrução das artérias e interrupção da circulação. Tabagismo: os indivíduos que fumam têm um risco nove vezes maior de desenvolver a aterosclerose que a população não fumante. A decisão de parar de fumar modifica favoravelmente a evolução dos pacientes sintomáticos. O tabago estimula a produção de novas placas ateromatosas. Hipertensão arterial: provoca alterações na superfície interna das artérias, facilitando a penetração das gorduras na parede arterial. Sedentarismo: a prática de atividades físicas reduz os níveis de colesterol e favorece a circulação. Hereditariedade: diversos desvios metabólicos, estão mais sujeitos à doença. Obesidade, diabetes mellitus e anticoncepcionais orais também fazem parte dos fatores de risco para o desenvolvimento de aterosclerose Elaborado por Giovanna Nery Sanches MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Geralmente, o primeiro sintoma do infarto é a dor subesternal, visceral e profunda, descrita como dor ou pressão, irradiada para dorso, mandíbula, braço esquerdo ou direito, ombros ou todas essas áreas. A dor normalmente é descrita pelo paciente como uma sensação de aperto, pressão, peso ou dor no tórax, que pode ser súbita ou voltar a ocorrer ao longo do tempo, geralmente é grave e tem longa duração, denominada de angina. Frequentemente acompanhada de dispneia, diaforese, náuseas e/ou vômitos, sendo aliviada um pouco ou apenas temporariamente com repouso ou nitroglicerina. Entretanto, o desconforto pode ser leve e cerca de 20% dos IAMs são silenciosos (isto é, assintomáticos ou com sintomas vagos e não reconhecidos como doença pelo paciente) e ocorrem com mais frequência em diabéticos. Geralmente, os pacientes interpretam o desconforto como indigestão, em especial porque o alívio espontâneo pode ser falsamente atribuído à eructação ou ao consumo de antiácidos. Dor pleurítica (em facada e com piora ao tossir ou respirar). Dor primariamente ou somente em abdome médio ou inferior, ou que se irradia para extremidades inferiores. Dor que pode ser localizada com a ponta do dedo, especialmente se no ápix. Dor reprodutível com movimentação ou palpação de tórax ou membros superiores. Dor constante há várias horas. São dores ditas atípicas as que têm chances reduzidas de serem representativas de lesão ou isquemia do miocárdio: Estudos com grandes populações de pacientes com dor torácica indicam que mesmo em dores atípicas o diagnóstico de síndrome coronariana aguda é possível, portanto um fator isolado não pode excluir a possibilidade diagnóstica. Há grupos de pacientes com risco aumentado para apresentação atípica de infarto agudo do miocárdio: idosos, mulheres, diabéticos, pacientes com insuficiência cardíaca ou marcapasso. Esses sinais costumam ser acompanhados de sudorese, palidez, dispneia e síncope. ANAMNESE É de fundamental importância questionar ao paciente algumas características da dor, como por exemplo: tipo de dor (pontada, opressão, queimação), duração, localização, irradiação, intensidade, fatores que pioram ou melhoram os sintomas, contexto em que a dor se iniciou (repouso ou realizando alguma atividade). Deve ser investigado os fatores de risco para o IAM, como tabagismo, hipertensão arterial, diabetes, dislipidemia, obesidade, doença arterial periférica, IAM prévio, acidente vascular cerebral (AVC) prévio e histórico familiar de IAM ou AVC. EXAME FÍSICO Na suspeita da presença de infarto agudo do miocárdio (IAM), ou de uma angina instável, é importante diferenciar o que está ocorrendo, pois, o tratamento e cuidados são diferentes e devem ser instituídos imediatamente. Em relação à intensidade da dor, deve-se utilizar escalas específicas para essa mensuração, como: a escala analógica numérica ou de faces. Associado aos sintomas acima citados a falta de ar é relatada na presença de dispneia (percepção consciente e desconfortável da respiração), ortopneia (a dispneia surge ou se agrava estando o paciente em pé e retirar melhora ao deitar-se) dispneia paroxista noturna (ortopneia e dispneia súbitas, que despertam o paciente durante o sono). O paciente normalmente permanece hiperdinâmico, ou seja, hipertenso e taquicárdico e isto ocorre como um mecanismo compensatório na tentativa de perfundir a área isquêmica Elaborado por Giovanna Nery Sanches Em caso de suspeita de IAM, o enfermeiro deve encaminhar o paciente para a sala de emergência, na qual deve realizar a monitorização do ritmo cardíaco, pressão arterial e saturação de oxigênio além puncionar um acesso venoso, pois entre as principais complicações pós IAM estão as arritmias cardíacas, que podem levar a uma parada cardiorrespiratória, portanto, o acesso para administração de medicações deve ser instalado precocemente. Providenciar imediatamente a realização do ECG de 12 derivações, que irá classificar qual o tipo de síndrome coronariana aguda está ocorrendo. Os protocolos de atendimento a pacientes com dor torácica recomendam a realização do ECG em até 10’, pois a dor torácica, até prova ao contrário, está relacionada à síndrome coronariana aguda, que deve ser tratada como uma emergência. Inspeção e palpação Analise em seguida o pulso venoso, que deve ser avaliado na veia jugular interna direita. Sua importância clínica está relacionada à avaliação do funcionamento do ventrículo direito, da circulação pulmonar, entre outras. Com o paciente deitado em decúbito a 30º e com a cabeça ligeiramente lateralizada, identifique as pulsações das veias jugulares. A veia jugular interna direita está localizada na face interna do músculo esternocleidomastóideo, ou no triângulo formado pela articulação esternoclavicular, ramo esternal do esternocleidomastóideo e ramo clavicular do mesmo músculo. As distensões anormais dessas veias indicam situações de aumento de pressão no ventrículo direito,podendo estar presente na IC do lado direito, em virtude de hipervolemia, hipertensão pulmonar e estenose pulmonar. Durante a avaliação deve-se examinar: localização, amplitude, extensão, intensidade, duração, forma e ritmos, lembrando que é muito importante descrever em qual posição foi realizada a avaliação Localização: deve ser percebido no quarto ou no quinto espaço intercostal esquerdo, na linha hemiclavicular e quando avaliado no decúbito lateralesquerdo, pode sofrer um deslocamento de cerca de dois centímetros, lateralmente, em direção à axila. Extensão: normalmente apresenta aproximadamente 2,5 cm ou mais. Intensidade: deve ser avaliada se normal ou aumentada. Amplitude: normal ou variável. Também devemos avaliar a perfusão periférica do paciente, pois por meio dela identifica-se a adequação do débito cardíaco às necessidades metabólicas do paciente. Nessa avaliação várias características devem estar associadas, tais como: temperatura, coloração e enchimento das extremidades, porém sem desconsiderar a influência de causas externas. A avaliação deve ser realizada com a compressão da polpa digital, que provoca o esvaziamento da microvasculatura da região, tornando a área pálida e ao realizar a descompressão a área readquire a coloração normal. O edema periférico também deve ser avaliado, através do pressionamento com o polegar a região pré- tibial e maleolar dos membros inferiores durante cinco segundos. Para que se tenha uma avaliação menos subjetiva, utiliza-se as cruzes de acordo com a altura da depressão formada, ou seja, 1+ (2mm), 2+ (4mm), 3+ (6mm) e 4+ (8mm). Quando o edema for generalizado a mesma avaliação deve ser realizada na região sacra. Elaborado por Giovanna Nery Sanches Pulsos periféricos O pulso é definido como qualquer ondulação periódica no sistema cardiovascular, causada pela entrada do sangue arterial no vaso e relacionada com alterações de pressão intravascular, diâmetro do vaso e pressão exercida pelos dedos do examinador, devendo ser avaliado pela frequência de pulso, o ritmo, a amplitude, o contorno e a obstrução do fluxo sanguíneo. Frequência do pulso: normal deve variar de 50 - 100 batimentos por minuto (bpm), sendo classificado como taquicardíaco quando as frequências são maiores que 100bpm e bradicárdico quando a frequência se torna menor que 50bpm. Ritmo do pulso: normal é regular e quando irregular, ou seja, na ocorrência de déficits de pulso presente na fibrilação atrial - flutter atrial e extrassístoles ventriculares - está relacionado a um volume sistólico menor, o qual pode ser auscultado no pulso apical, porém não é palpável. Ausculta cardíaca É um método de investigação de distúrbios do sistema cardiovascular. Para a compreensão da ausculta cardíaca é necessário que o profissional tenha conhecimento das alterações que ocorrem durante o ciclo cardíaco e tenha memória da ausculta normal e suas variações. Para a realização da ausculta cardíaca, de preferência, o ambiente deve estar silencioso e o examinador ao lado direito do paciente. 2º espaço intercostal direito paraesternal: foco aórtico. 2º espaço intercostal esquerdo paraesternal: foco pulmonar. 4º espaço intercostal esquerdo, junto ao esterno: Foco tricúspide. 5º espaço intercostal na linha hemiclavicular esquerda, foco mitral, ou apical. As áreas para ausculta cardíaca são denominados focos cardíacos e estão assim localizadas no tórax: Sons normais ou bulhas cardíacas são auscultadas no fechamento das valvas átrio ventriculares (tricúspide e mitral), denominada de B1, representado pelo “TUM” e o fechamento das válvulas semilunares (aórtica e pulmonar) denominada B2, que é representado pelo “TÁ”. Para a interpretação correta da ausculta cardíaca o enfermeiro deve entender que entre B1 e B2 está ocorrendo a sístole ventricular e entre B2 e B1 está ocorrendo a diástole ventricular, que acontece em um período menor que a sístole ventricular. Assim, ao realizar a ausculta nos focos mitral e tricúspide o som mais audível será o “TUM” em relação ao som “TÁ”, por outro lado o som “TÁ” será mais audível quando se ausculta os focos aórtico e pulmonar. Os sons anormais aparecem na presença de alterações estruturais e funcionais cardíacas e podem ser: galope de B3 e B4, estalidos de abertura, cliques sistólicos e sopro Galope B3: surge com o impacto que gera turbilhonamento do sangue na parede ventricular, durante a diástole ventricular, ou seja, no fechamento das valvas atrioventriculares. Galope B4: acontece pelo turbilhonamento do sangue na parede ventricular durante a sístole atrial. As condições patológicas que determinam galope de B3 e B4 são a diminuição da complacência ventricular e a hipertrofia ventricular (patológica). Sopro: ocorre pela presença de fluxo turbulento do sangue, quando este atravessa as valvas na presença de estenose ou insuficiência, podendo ser classificados quanto ao: momento em que ocorrem no ciclo cardíaco, sua localização na parede torácica, intensidade, entre outras. EXAMES COMPLEMENTARES Eletrocardiograma (ECG). Níveis enzimáticos (marcadores cardíacos). Angiografia digital. Tomografia computadorizada e exame de imagem. Onda P Segmento PR Complexo QRS Segmento ST Onda T Elaborado por Giovanna Nery Sanches ELETROCARDIOGRAMA (ECG) É um exame de avaliação da atividade elétrica do coração através de eletrodos fixados na pele. O Eletrocardiograma representa cada fase do ciclo cardíaco, por meio de ondas específicas que são registradas em um papel milimetrado, ou na tela do monitor cardíaco, podendo ser utilizado na avaliação cardiológica em várias situações clínicas. Diante disto, o enfermeiro deve estar apto em reconhecer a atividade elétrica normal e suas alterações isquêmica e de ritmo. É a primeira onda do eletrocardiograma. Significa a despolarização Onda P atrial. A onda “P” deve apresentar uma amplitude de no máximo 2,5mm e duração inferior a 110 ms e sua morfologia pode variar com a frequência cardíaca. Deve-se ressaltar que só é onda “P” a atividade elétrica cardíaca gerada no nó sinusal, caso a atividade elétrica cardíaca tenha sido gerada em outra célula do átrio não é onda “P”. É um segmento reto e significa condução para os ventrículos: com a despolarização atrial ocorrerá a sístole atrial e por aumento de pressão nos átrios ocorre a abertura das válvulas átrio ventriculares (mitral e tricúspide), com isso ocorre a passagem do sangue dos átrios para os ventrículos. Enquanto ocorre a passagem do sangue do átrio para o ventrículo ocorre um retardo do estímulo elétrico de 1/10 de segundos. Despolarização dos ventrículos. O complexo “QRS” pode ser positivo, negativo ou com áreas positivas e negativas. Fase de platô ou manutenção da contração. Repolarização dos ventrículos. A onda T positiva indicam que a repolarização ventricular aconteceu adequadamente e alterações podem significar presença de isquemia ou necrose da parede, na qual esta alteração foi identificada no ECG. Existe a repolarização dos átrios, mas não aparece no eletrocardiograma (ECG). Supradesnivelament o do segmento ST: infarto (imagem B) Infradesnivelamento do segmento ST: possivelmente infarto, sendo confirmado pela presença de CK-MB e troponina (Imagem C e D). CK total CK MB Elaborado por Giovanna Nery Sanches MARCADORES CARDÍACOS - NÍVEIS ENZIMÁTICOS Marcadores cardíacos são substâncias liberadas no sangue quando há lesão do músculo cardíaco. A dosagem dos marcadores é usada para auxiliar no diagnóstico de doenças cardíacas. Entre os diversos marcadores, estão o CK total e CK MB. A enzima CK Total é encontrada principalmente na musculatura estriada, cérebro e coração. É um marcador sensível, mas inespecífico de lesão cardíaca. Níveis elevados podem ser encontrados no infarto agudo do miocárdio, miocardite, hipertermia maligna, distrofia muscular, porém também se eleva com exercícios físicos como musculatura, bicicleta, corrida, além de traumas. A isoenzima CK-MB é um marcador muito utilizado na prática clínica, embora tenha limitaçõesconhecidas. A CK-MB apresenta como limitação o fato de também elevar-se após dano em outros tecidos não-cardíacos, especialmente após lesão em músculo liso e esquelético. A enzima CK eleva-se imediatamente com lesão ou esforço físico e pode permanecer alterada por até 7 dias. A CK-MB participa em cerca de 5-50% da atividade total de CK no miocárdio. É um dos marcadores de miocárdio mais importantes, com papel bem estabelecido na confirmação de infarto agudo do miocárdio e no monitoramento de terapia trombolítica. Em casos de infarto agudo do miocárdio, os valores séricos tipicamente sobem em 3-6 horas após o início dos sintomas, com picos entre 12-24 horas, e retorno a valores basais em carga de 24-48 horas. Troponina Cardíaca I (Tn-I) Atualmente, devido à sua alta especificidade e sensibilidade para detectar necrose miocárdica, as troponinas (Tn) são consideradas os biomarcadores padrão ouro para o diagnóstico e avaliação de risco em pacientes com IAM. Além disso, as troponinas têm constituído poderosos preditores de mortalidade e eventos isquêmicos recorrentes. As troponinas são constituídas de três proteínas (troponina-C, troponina- I, e troponina-T) localizadas nas fibras musculares estriadas. A medição clínica dos níveis de Tn-I no soro é uma ferramenta importante no diagnóstico do IAM. Mioglobina Por causa de sua liberação rápida na circulação, sua alta sensibilidade e seu alto valor preditivo negativo, a mioglobina é considerada excelente para descartar o diagnóstico de IAM, apesar de sua baixa especificidade, pois é encontrada também nas fibras musculares esqueléticas. Está elevada no quadro de choque grave, trauma no músculo esquelético, estágio final da doença renal, exercício vigoroso, distrofia muscular, entre outras situações. Portanto, a mioglobina pode ser mais útil quando usada em conjunto com outros marcadores cardíacos para a rápida determinação do IAM, especialmente em pacientes com dor torácica atípica ou alterações eletrocardiográficas inespecíficas e que chegam ao serviço de emergência antes de quatro horas do início dos sintomas. Elaborado por Giovanna Nery Sanches TRATAMENTO Ao analisar o ECG e identificar um supra desnivelamento do seguimento ST > ou igual a 2mm, ou Bloqueio de ramos esquerdo novo ou supostamente novo em 2 ou mais derivação, o diagnóstico de IAM já foi feito, não sendo necessário o resultado das enzimas para que condutas sejam tomadas. No infradesnivelamento do seguimento ST ou na inversão de T é necessário o resultado da enzima. Atualmente para diagnósticos do IAM a troponina quantitativa deve estar elevada e a CKMB será utilizada para avaliar a extensão da lesão e sua evolução. Fisiologicamente ao se diagnosticar o IAM, houve a oclusão da coronária pelo trombo formado na ruptura da placa, de acordo com a derivação que aparecer, a alteração (supra ou infradesnivelamento do segmento ST ou inversão de T), identifica-se a coronária em que ocorreu a lesão. Definido que existe uma coronária ocluída o tratamento de escolha é a reperfusão precoce da coronária envolvida. Dentre as possibilidades para a reperfusão existe a reperfusão mecânica, química e a cirúrgica REPERFUSÃO MECÂNICA Sempre que possível, deve ser priorizada e no caso dos pacientes instáveis deve ser o tratamento de escolha. A reperfusão consiste na colocação na hemodinâmica de um cateter por via femural ou braquial até a coronária lesada e dilatação por meio de um balão do cateter, seguido da instalação de um stent (prótese que mantem a artéria aberta). Após a instalação do stent, deve-se manter o paciente monitorizado por 24 horas, estimular ingesta hídrica para eliminação do contraste utilizado durante o procedimento, manter repouso no leito, no caso do acesso em via femural e manter o membro imobilizado por 6 horas, também deve ser observado o local de acesso, seja femural ou braquial para presença de alterações, incluindo sangramento. REPERFUSÃO QUÍMICA Na impossibilidade de realização de angioplastia a reperfusão pode ser química, por meio da utilização de fibrinolíticos o mais precoce possível, até 12 horas após o início dos sintomas. Os fibrinolíticos pertencem a uma classe de medicamentos especializada em promover a lise da fibrina e a consequente dissolução do trombo. Elaborado por Giovanna Nery Sanches Além da reperfusão da área obstruída deve ser instituído o tratamento para a estabilização de outras áreas de lesão, para evitar que novas obstruções ocorram. ÁCIDO ACETILSALICÍLICO O AAS deve ser considerado desde a suspeita de SCA e deve ser administrado já no pré-hospitalar. A dose inicial deve ser de 160 a 325 mg e mantida após 100mg ao dia. O mecanismo de ação ocorre por meio da inibição da enzima cicloxigenase e evita a agregação plaquetária. Como efeito colateral, pode ocorrer lesão gástrica tipo gastrite até úlceras. Para se obter o sinergismo na agregação plaquetária e atingir os efeitos benéficos da dupla antiagregação plaquetária, recomenda-se associação de clopidogrel com uma dose inicial de 300 mg e dose de manutenção de 75 mg ao dia. NITRATOS Atuam como vasodilatadores coronarianos, com o objetivo de controlar a dor anginosa, lembrando que é contraindicado aos pacientes com pressão sistêmica < 90 mmHg, ou queda > 30 mmHg, em comparação com sua pressão arterial basal, bradicardia ou taquicardia, infarto do ventrículo direito, ou naqueles que tenham usado inibidores da fosfodiesterase para disfunção erétil nas últimas 24 a 48 horas, assim a avaliação e anamnese desse paciente deve ser detalhada e minuciosa. BETABLOQUEADORES Os betabloqueadores serão utilizados com o objetivo de reduzir o consumo de oxigênio pelo miocárdio, por meio da redução da pressão arterial, frequência cardíaca e diminuição da força de contração. Existem contraindicações para o uso de betabloqueadores e entre elas a frequência cardíaca < 60 bpm, Pressão sistólica < 100 mmhg, Bloqueio atrioventricular de segundo e terceiro graus, presença de asma ou doença pulmonar obstrutiva grave e doença vascular periférica grave. Existem contraindicações para o uso de betabloqueadores e entre elas a frequência cardíaca < 60 bpm, Pressão sistólica < 100 mmhg, Bloqueio atrioventricular de segundo e terceiro graus, presença de asma ou doença pulmonar obstrutiva grave e doença vascular periférica grave. Também agem promovendo relaxamento da musculatura lisa vascular por liberarem óxido nítrico, com maior efeito sobre as veias e também inibem a endotelina induzida pela trombina, diminuindo ainda a agregação plaquetária. Tem como efeito hemodinâmico redução da pré-carga e em menor grau da pós- carga, vasodilatação e redistribuição do fluxo coronariano. Em doses mais elevadas também pode reduzir a pós-carga. Oferece benefício adicional pelo alívio da isquemia miocárdica. ANALGESIA - MORFINA Age por mecanismo não bem conhecido no sistema nervoso central e promove vasodilatação arterial e venosa. Em parte os efeitos são decorrentes de ação simpaticolítica. Tem potente ação analgésica. Tem como efeito hemodinâmico a redução da pré-carga e da resistência vascular sistêmica, diminuindo o consumo de oxigenio. Oferece benefício por diminuição do esforço e do trabalho respiratório, e por suas propriedades analgésicas. Dose inicial de 2 a 4mg IV a cada 5 a 30 minutos (máximo de 15mg/hora em 3 horas), em pacientes com dor, edema agudo de pulmão, evitando-se administrá-la em casos de hipovolemia ou pressão sistólica menor que 90 mmHg (evitar via IM por interferir com os marcadores séricos). Elaborado por Giovanna Nery Sanches TRATAMENTO NÃO FARMACOLÓGICO Quando se pensa em tratamento do IAM, além do tratamento farmacológico, é preciso lembrar que a oferta de oxigênio está dentre os tratamentos não farmacológico, porém só deve ser instalado o suporte de oxigênio em saturações menores de 90%, a não observação deste cuidado pode provocar a hiperoxia, tendo impacto negativo no desfecho final deste paciente. Também como tratamento não farmacológicoestá a manutenção de repouso absoluto pelo paciente, pois deste modo é possível reduzir o consumo de oxigênio pelo miocárdio, mas neste caso o enfermeiro deve ter bom senso ao avaliar a liberação em algumas situações para repouso relativo, principalmente em situações que a manutenção do repouso absoluto vai provocar maior esforço ao paciente, como por exemplo, evacuar em uma comadre. BLOQUEADORES DO CANAL DE CÁLCIO Somente serão utilizados, como drogas alternativas, após o nitrato e os betabloqueadores, na isquemia persistente ou recorrente, na hipertensão arterial e na contra-indicação aos betabloqueadores, dando-se preferência ao diltiazem ou verapamil. INIBIDORES DA ENZIMA CONVERSORA DE ANGIOTENSINA (IECA) Por reduzirem o estresse parietal ventricular, atuando na pré e pós-carga, são capazes, principalmente nos infartos anteriores e nos extensos, de atenuar a dilatação e remodelação ventricular melhorando a sobrevida e a classe funcional pós-IAM. Atentar para a presença de hipovolemia ou hiponatremia que podem potencializar a hipotensão induzida pelos IECA. Não utilizar na gestação (morte ou injúria fetal), se a pressão sistólica < 100 mmHg, se houver história de estenose bilateral das arterias renais ou alergia aos IECA. ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM O enfermeiro como profissional responsável por diversas funções, as quais vão desde a prevenção por meio da realização de orientações, até o atendimento pré e intra hospitalar, deve possuir conhecimento técnico e cientifico para atuar, de maneira que possua a competência necessária, para reduzir o número de casos de IAM, ou evite que complicações possam vir a acontecer, mediante pacientes internados, devido a patologia. Durante todo o processo de atendimento ao paciente infartado, o enfermeiro exerce funções de grande importância, iniciando pela triagem do paciente e auxílio médico, caso seja necessário a realização de algum procedimento de emergência, passando para cuidados de enfermagem durante o período de internação. Em grande parte dos casos, o enfermeiro é o primeiro a ter contato com o paciente que apresenta quadro de infarto, sendo que este profissional em muitos casos consegue distinguir os sinais e sintomas da patologia, contribuindo desta maneira para a detecção precoce da mesma e consequentemente para um prognóstico positivo. A principal “ferramenta” utilizada pelo enfermeiro durante o seu processo assistencial, diz respeito a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), a qual inclui todo um processo, que vai desde a colheita de informações sobre o histórico do paciente, até o levantamento de diagnósticos e a prescrições de cuidados baseados nas fragilidades apresentadas pelo paciente. A SAE é um processo utilizado pelo enfermeiro de grande importância, uma vez que o cliente com IAM apresenta diversas necessidades, as quais podem ser identificas pelo enfermeiro mediante a aplicação do processo. Por meio do processo, é possível ainda criar as intervenções de enfermagem e promover a avaliação de acordo com a evolução apresentada pelo cliente. O paciente vítima de IAM, pode comumente apresentar alterações no seu estado psicológico, devido a intensificação de suas emoções, já que é possível notar que muitos apresentam quadro de ansiedade e principalmente medo mediante a possibilidade de virem a óbito.
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