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MARIA JOVINA DE CRISTO SOUZA CENTRO UNIVERSITARIO DE BELO HORIZONTE MEDICINA XXIXC SP 1.3 Quietinha demais PROBLEMAS: 1- Os profissionais da equipe insistem para que Dona Dulce saia um pouco de casa, mas não tem companhia e se sente insegura. Dona Dulce fica muito tempo sentada. 2- Josefina notou que a mãe estava muito pálida, ela tentou insistentemente acordar a mãe. 3- Dona Dulce acordou e encontrou com a filha chorando desesperada e com fortes palpitações, pois tinha achado que a mãe tinha falecido. 4- ACS foi à casa de Dona Dulce e constatou que o pulso arterial de Dona Dulce estava muito lento (56 bpm), com PA 90/60 mmHg. 5- Dona Dulce foi encaminhada para um hospital, em que fez um eletrocardiograma, em que o resultado deu alterado e foi indicado o implante de um marcapasso cardíaco. HIPÓTESES: 1- Indisposição de Dona Dulce pode estar relacionado a sua pressão baixa 2- A palidez de Dona Dulce pode ser do seu problema cardíaco/circulatório 3- A palpitação da filha de Dona Dulce está associado ao emocional 4- Pulso arterial de Dona Dulce pode ser por conta do seu problema cardíaco/circulatório 5- Foi indicado o implante do marcapasso cardíaco para Dona Dulce, por conta do seu problema cardíaco/circulatório PERGUNTAS DE APRENDIZAGEM: 1- O que é a pressão arterial? E como ocorre a regulação da pressão arterial? 2- Como é o funcionamento do ciclo cardíaco? ( sístole, diástole, condução elétrica) 3- O que é o débito cardíaco? E quais são os mecanismos de controle? 4- Como é o registro gráfico da atividade elétrica do coração? ( eletrocardiograma) 5- O que é marcapasso e quando ele é indicado? 6- Quais são os sinais e sintomas da hipotensão? 7- Como o fator emocional afeta o sistema cardio/ circulatório?( Qual a relação do sistema nervoso com o sistema cardio/circulatório?) PALAVRAS CHAVE: 1- frequência cardíaca, 2- eletrocardiograma, 3- débito cardíaco, 4-pressão arterial 5- sistema de condução cardíaco RESPOSTAS: R1: A pressão arterial é a pressão que o sangue exerce sobre as paredes das artérias. Teoricamente, os vasos sanguíneos são auto- reguláveis, ou seja, eles se dilatam ou se comprimem de acordo com o volume de sangue circulante, de forma a manter a pressão arterial mais ou menos constante. Se o volume de sangue diminui um pouco, os vasos se comprimem (vasoconstrição); se o volume de sangue aumenta um pouco, os vasos dilatam-se (vasodilatação). É lógico que existe um limite, se o volume de sangue diminui muito ou aumenta de forma excessiva, por mais que as artérias se comprimam ou se expandam, elas não vão conseguir manter a pressão arterial em um nível adequado. R2: Sistema condutor do coração Os cardiomiócitos são células únicas encontradas no coração, e que são capazes de gerar e transmitir atividade elétrica de uma célula para outra, de forma independente. Essas células se comunicam através de junções comunicantes (pontos de permeabilidade) nos discos intercalares (onde as membranas celulares se encontram). A comunicação entre os de 1 7 MARIA JOVINA DE CRISTO SOUZA CENTRO UNIVERSITARIO DE BELO HORIZONTE MEDICINA XXIXC cardiomiócitos é tão eficiente que as células formam um sincício que permite os íons fluírem livre e rapidamente entre as células. Isso está na base das contrações quase simultâneas do músculo cardíaco. Existe uma área de células subespecializadas, conhecida como nó sinoatrial. Essa área se localiza próxima à abertura da veia cava superior, na parede lateral superior do átrio direito. O nó sinoatrial é capaz de se contrair mais rapidamente do que o restante do tecido cardíaco, e de transmitir um potencial de ação para os átrios direito e esquerdo através de vias condutoras preferenciais. Sendo assim, ele define o ritmo da contração cardíaca e, por isso, é conhecido como o marca-passo do coração. Existe uma área secundária de tecido condutor concentrado, conhecida como nó atrioventricular, que se localiza medial e posteriormente à valva tricúspide. Assim como o nó sinoatrial, o nó atrioventricular também possui propriedades autônomas e é capaz de gerar um potencial de ação. No entanto, essas células são mais lentas do que as do nó sinoatrial e, como resultado, atuam em resposta à atividade do nó sinoatrial. Existem vias internodais preferenciais para uma transmissão mais eficiente do impulso para o nó atrioventricular. O nó atrioventricular está ligado a uma rede de fibras que fazem seu trajeto pelo septo interventricular e depois pelas paredes dos ventrículos. O segmento inicial dessa via é chamado de feixe atrioventricular ou feixe de His. O feixe de His bifurca-se em um ramo esquerdo e um direito. O ramo esquerdo também dá origem a ramos posteriores esquerdos, que transmitem impulsos para a face posterior do ventrículo esquerdo. Ambos os ramos esquerdo e direito emitem numerosos ramos, conhecidos como fibras de Purkinje, que suprem o miocárdio dos ventrículos. Fases do ciclo cardíaco Os eventos do ciclo cardíaco iniciam-se com um potencial de ação espontâneo no nó sinoatrial, como descrito anteriormente. Esse estímulo causa uma série de eventos nos átrios e nos ventrículos. Todos esses eventos são “organizados” em duas fases: • diástole (quando o coração se enche com sangue) • sístole (quando o coração bombeia o sangue) Durante essas duas fases, ocorrem diversos eventos, que serão descritos nos parágrafos seguintes. Diástole atrial A diástole atrial é o primeiro evento do ciclo cardíaco. Ocorre alguns milissegundos antes de o sinal elétrico do nó sinoatrial alcançar os átrios. Os átrios funcionam como meios condutores que facilitam a passagem do sangue para o ventrículo ipsilateral, e também auxiliam a bombear o sangue residual para os ventrículos. Durante a diástole atrial, o sangue entra no átrio direito pelas veias cavas inferior e superior e no átrio esquerdo pelas veias pulmonares. Na parte inicial dessa fase, as valvas atrioventriculares estão fechadas e o sangue se acumula nos átrios. Chega um ponto em que a pressão no átrio é superior à pressão no ventrículo ipsilateral. Essa diferença de pressão resulta na abertura das valvas atrioventriculares, permitindo que o sangue flua para o ventrículo de forma passiva. Sístole atrial O nó sinoatrial inicia um potencial de ação de maneira autônoma, que se propaga por todo o miocárdio atrial. A despolarização elétrica resulta na contração simultânea dos átrios, causando um aumento adicional nas pressões atriais e forçando assim que o sangue residual dos átrios passe ativamente para os ventrículos. Diástole ventricular Durante as fases iniciais da diástole ventricular, as valvas atrioventriculares e semilunares estão de 2 7 https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/veia-cava-superior https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/valvas-valvulas-cardiacas https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/valvas-valvulas-cardiacas https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/potencial-de-acao https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/potencial-de-acao https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/veia-cava-inferior MARIA JOVINA DE CRISTO SOUZA CENTRO UNIVERSITARIO DE BELO HORIZONTE MEDICINA XXIXC fechadas. Durante essa fase, a quantidade de sangue nos ventrículos permanece constante, mas há uma queda abrupta na pressão intraventricular. Esse evento é conhecido como relaxamento isovolumétrico. Em algum momento, a pressão ventricular torna- se inferior à pressão atrial, o que leva à abertura das valvas atrioventriculares. Isso resulta no enchimento rápido dos ventrículos com sangue. No final desse processo, a maior parte do sangue passou dos átrios para os ventrículos. Além disso, um pequeno volume de sangue flui diretamente para os ventrículos a partir das veias cavas e, no final da diástole ventricular, o sangue restante nos átrios é bombeado para o ventrículo (pelacontração atrial). Ao volume total de sangue presente no ventrículo no final da diástole dá-se o nome de volume diastólico final ou pré-carga. Sístole ventricular A sístole ventricular refere-se ao período de contração dos ventrículos. O impulso elétrico chega ao nó atrioventricular logo após a despolarização atrial. Há um pequeno atraso na transmissão no nó atrioventricular, o que permite que os átrios completem sua contração antes do impulso ser transmitido para os ventrículos (e, consequentemente, antes que ocorra a despolarização ventricular). O potencial de ação passa pelo nó atrioventricular, desce pelo feixe de His e, posteriormente, para os seus ramos esquerdo e direito (fibras condutoras que percorrem o septo interventricular e se ramificam para suprir os ventrículos). Essas fibras conduzem os impulsos elétricos através de seus respectivos territórios ventriculares, levando à contração ventricular. À medida que o ventrículo começa a se contrair, o aumento da pressão ventricular excede a pressão atrial, promovendo o fechamento das valvas atrioventriculares. No entanto, nessa fase, a pressão ventricular ainda não é suficiente para abrir as valvas semilunares. Por isso, os ventrículos estão em estado de contração isovolumétrica – uma vez que, durante esse curto período de tempo, não há alteração no volume total (volume diastólico final) no ventrículo. À medida que a pressão ventricular aumenta e se torna superior à pressão nos tratos de saída (artérias pulmonares e aorta), as válvulas semilunares se abrem, permitindo que a maior parte do sangue saia do ventrículo. Essa é a fase de ejeção do ciclo cardíaco. No final da sístole, fica uma pequena quantidade de sangue no ventrículo, que é conhecida como volume sistólico final ou pós-carga (entre 40 – 50 mL de sangue). A razão entre o volume de ejeção e o volume diastólico final é chamada de fração de ejeção e geralmente é cerca de 60%. Os ventrículos voltam então a um estado de relaxamento isovolumétrico, e os átrios continuam se enchendo com sangue. O processo se inicia novamente e continua a repetir-se durante toda a vida. R3:O débito cardíaco é a forma de calcular o fluxo sanguíneo impulsionado pelo coração a cada batimento. Ele permite descobrir qual é a condição e o desempenho cardíaco de cada paciente. Esse monitoramento é um dos elementos mais importantes em relação à circulação sanguínea, uma vez que revela o volume do fluxo sanguíneo que irriga todos os tecidos do corpo. A frequência cardíaca e o volume sistólico (ou o volume de sangue ejetado pelo ventrículo esquerdo do coração para a circulação sanguínea) são as medidas que indicam o valor do débito cardíaco no paciente O débito cardíaco (DC) é a medida do fluxo sanguíneo bombeado pelo coração a cada minuto, para suprir a oxigenação e a nutrição de todas as células e órgãos do corpo. A demanda do corpo por oxigênio muda, como durante o exercício, e o débito cardíaco é alterado pela modulação da frequência cardíaca (FC) e do volume sistólico (VS); Quando o paciente apresenta um débito cardíaco abaixo do nível esperado, pode ser o indicativo de algumas enfermidades, como: hipertensão, de 3 7 MARIA JOVINA DE CRISTO SOUZA CENTRO UNIVERSITARIO DE BELO HORIZONTE MEDICINA XXIXC arritmias, choque cardiogênico e insuficiência cardíaca. Todas estão associadas a perda desse volume. Por isso, ele é considerado um aliado dos diagnósticos. O débito cardíaco é controlado, principalmente pela soma de todos os fluxos teciduais locais. R4:Corações com funcionamento elétrico normal (ritmo sinusal) vão apresentar traçados muito semelhantes. Saber o que cada onda do traçado significa em um coração normal é essencial para compreender como as patologias se apresentam. Onda P: representa a despolarização atrial, sendo que sua parte inicial corresponde mais ao átrio direito e a final, ao esquerdo. Complexo QRS: representa a despolarização ventricular. E a repolarização atrial? Não é vista no ECG, uma vez que a despolarização ventricular a “superpõe” Onda T: representa a repolarização ventricular. Tem sempre a mesma polaridade que o complexo QRS. Q5:Existem diversas indicações para a instalação de um marcapasso, mas, de forma geral, marcapassos têm o seu uso indicado para tratamentos de de- terminados tipos de bradiarritmias. Algumas taquiarritmias também podem ser interrompidas através do chamado overdrive pacing ou sobre estimulação, isto é, um breve período de estimulação artificial a uma frequ- ência mais elevada para posterior re- dução à frequência desejada. Entre- tanto, essas arritmias são melhores tratadas com dispositivos capazes de fazer cardioversão e desfibrilação, sendo os marcapassos indicados principalmente para as bradiarritmias. Os principais tipos de bradiarritmias que possuem indicação de implementação de marcapasso são: -Bloqueio atrioventricular de 2o grau Mobitz II - Bloqueio atrioventricular total (BAVT) - Bloqueio atrioventricular de 1o ou de 2o grau de 4 7 MARIA JOVINA DE CRISTO SOUZA CENTRO UNIVERSITARIO DE BELO HORIZONTE MEDICINA XXIXC Casos de bloqueio atrioventricular de 2o grau Mobitz do tipo II e de bloqueio atrioventricular total possuem indicação direta para a instalação de um marcapasso. Por outro lado, quando se tem casos de bloqueio atrioventricular de 1o grau ou de 2o grau Mobitz do tipo I, é necessário haver uma observação mais ampla do quadro, a fim de avaliar a necessidade ou não da implantação do dispositivo. Nesses casos, o marcapasso deverá ser implantado quando o BAV é irreversível e, principalmente, sintomático. Dessa forma, o médico deve estar atento aos sinais e sintomas de bradiarritmias, tais como confusão mental, tontura, sensação de cabeça vazia, lentificação da fala, pali- dez, má perfusão periférica, astenia, prostração, angina, ortopneia, dispneia paroxística noturna, crepitação pulmonar bilateral, com- prometimento da pressão venosa jugular, entre outros. Portanto, para BAV de 1o e 2o grau po- de-se dizer que, caso haja repercussão sintomática ou geração de desconfortos ao paciente, é provável que se tenha indicação para a instalação de um marcapasso. Caso contrário, na ausência de sintomas, é improvável que se constitua um caso em que um marcapasso deva ser implantado. Por fim, também há indicação de im- plantação de marcapasso na presença de alguns outros bloqueios, como por exemplo, de um bloqueio sinoa- trial, caso seja sintomático. Nesses casos, também vale a orientação de observação de todo o quadro clínico do paciente antes da decisão pela implantação. De forma geral, o implante definitivo está indicado nas situações de bradicardia sinusal ou BAV sintomático, bradicardia como resultado de medicação essencial ao paciente, BAV avançado com assistolia > 3 segundos, ritmo de escape < 40 bpm, BAV pós-operatório, doença neuromuscular, BAV completo intermitente, BAV de 2o grau Mobitz II intermitente, bloqueio de ramo alternante e síncope recorrente por massagem de seio carotídeo. R6:Quando a pressão arterial se encontra muito baixa, o primeiro órgão cujo funcionamento é atingido geralmente é o cérebro. O cérebro passa a funcionar mal em primeiro lugar porque está localizado na parte superior do corpo e o fluxo sanguíneo precisa vencer a gravidade para chegar ao cérebro. Por isso, a maioria das pessoas com hipotensão arterial sente tonturas ou sensação de desmaio iminente, principalmente quando estão em pé e algumas podem chegar a desmaiar. Quando desmaiam, as pessoas geralmente caem no chão, em geral com o cérebro ao nível do coração. Como resultado, o sangue pode fluir para o cérebro sem ter de vencer a gravidade e o fluxo sanguíneo para o cérebro aumenta, ajudando a protegê-lo de lesões. No entanto, se a pressão arterial estiver muito baixa, ainda há a possibilidade de lesões cerebrais. Além disso, o desmaio pode resultarem lesões sérias na cabeça ou em outras partes do corpo. A hipotensão arterial ocasionalmente provoca falta de ar ou dor torácica devido ao fornecimento insuficiente de sangue ao músculo cardíaco (um quadro clínico chamado angina). Todos os órgãos começam a funcionar mal se a pressão arterial se tornar muito baixa e permanecer baixa. Esse quadro clínico é conhecido como choque. O distúrbio que provoca a hipotensão arterial pode produzir muitos outros sintomas, que não são causados diretamente pela hipotensão arterial. Por exemplo, uma infecção pode produzir febre. Alguns sintomas aparecem quando o corpo tenta aumentar a pressão arterial que está baixa. Por exemplo, quando as arteríolas se contraem, o fluxo de sangue para a pele, para os pés e para as mãos é reduzido. Essas zonas resfriam-se e adquirem uma coloração azulada. Quando o coração bate com mais velocidade e mais força, a pessoa pode sentir palpitações (percepção dos batimentos cardíacos). R7: A vida consiste de um equilíbrio dinâmico, constantemente alternando estados de estresse e de 5 7 https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-do-cora%C3%A7%C3%A3o-e-dos-vasos-sangu%C3%ADneos/sintomas-de-dist%C3%BArbios-do-cora%C3%A7%C3%A3o-e-dos-vasos-sangu%C3%ADneos/tontura-ou-sensa%C3%A7%C3%A3o-de-desmaio-iminente-ao-se-levantar https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-do-cora%C3%A7%C3%A3o-e-dos-vasos-sangu%C3%ADneos/sintomas-de-dist%C3%BArbios-do-cora%C3%A7%C3%A3o-e-dos-vasos-sangu%C3%ADneos/desmaio https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-do-cora%C3%A7%C3%A3o-e-dos-vasos-sangu%C3%ADneos/doen%C3%A7a-arterial-coronariana/angina https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-do-cora%C3%A7%C3%A3o-e-dos-vasos-sangu%C3%ADneos/hipotens%C3%A3o-arterial-e-choque/choque https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-do-cora%C3%A7%C3%A3o-e-dos-vasos-sangu%C3%ADneos/sintomas-de-dist%C3%BArbios-do-cora%C3%A7%C3%A3o-e-dos-vasos-sangu%C3%ADneos/palpita%C3%A7%C3%B5es MARIA JOVINA DE CRISTO SOUZA CENTRO UNIVERSITARIO DE BELO HORIZONTE MEDICINA XXIXC homeostase. Desta forma, as forças que alteram a homeostase são equilibradas por respostas adaptativas geradas pelo organismo. Os organismos multicelulares se adaptam a essas situações através de complexas alterações neurais, humorais e celulares, envolvendo múltiplos órgãos e tecidos. O organismo humano desenvolveu um sistema complexo, constituído por componentes do sistema nervoso central, incluindo os neurônios do núcleo paraventricular hipotalâmico, que produzem o hormônio de liberação da corticotrofina, núcleos noradrenérgicos do tronco cerebral com seus componentes periféricos, o eixo hipotálamo- hipófise-adrenal e o sistema nervoso autônomo, cuja principal função é manter a homeostase no repouso e em situações de estresse. Este sistema exerce importante influência em muitas funções vitais, como a respiração, o tônus cardiovascular e o metabolismo intermediário, que também são alteradas por estados de estresse. O sistema cardiovascular participa ativamente das adaptações ao estresse, estando portanto sujeito às influências neuro-humorais. As respostas cardiovasculares resultam principalmente em um aumento da freqüência cardíaca, da contratilidade, débito cardíaco e pressão arterial 2. Estudos recentes também demonstram que o estresse mental pode afetar processos que são relevantes para a hemostase e trombogênese. Há uma redução da atividade do ativador do plasminogênio tecidual (tPA), aumento do tempo de lise do coágulo e do inibidor do plasminogênio tecidual em ratos submetidos a estresse agudo e intenso, demonstrado pelo aumento nos níveis séricos de serotonina 4. O estresse mental pode, portanto, levar a um aumento da ativação plaquetária, aumento da viscosidade sangüínea e reduções agudas do volume circulante plasmático Estresse mental e função ventricular- O estresse mental também afeta de forma importante a função miocárdica. Nos pacientes que apresentam disfunção do ventrículo esquerdo (diminuição da fração de ejeção maior ou igual a 5%), durante o teste de estresse mental, há um aumento maior da freqüência cardíaca, débito cardíaco, pressão arterial e resistência vascular periférica, quando comparados com aqueles que não desenvolveram disfunção de ventrículo esquerdo durante o estresse 27,30. Há portanto uma correlação com o aumento da secreção de epinefrina Estresse mental e isquemia miocárdica - Estudos epidemiológicos relacionam o estresse emocional com a morbimortalidade na doença aterosclerótica coronariana 10,11. A ampla literatura sobre o assunto inclui os efeitos crônicos e agudos do estresse, como o isolamento social 12, o estresse ocupacional, o prognóstico pós infarto agudo do miocárdio em pacientes com depressão 13 e a precipitação de eventos cardíacos agudos 14,15. A presença de isquemia induzida pelo estresse mental está associada com aumento significante da freqüência de eventos cardíacos fatais ou não- fatais, independente da idade, fração de ejeção, infarto agudo do miocárdio prévio e eventos provocados na isquemia esforço induzida 16. A atividade mental parece ser tão potente quanto a atividade física em determinar isquemia miocárdica transitória, tendo ampla correlação com o ritmo circadiano FONTE: https://www.scielo.br/j/abc/a/ qWvvLPQ5BGKykyjxDp74CkJ/?lang=pt A aceleração dos batimentos cardíacos, causada pelos hormônios, pode levar ao aumento da pressão. A pressão alta, por sua vez, tem impacto no coração, como o maior risco de infarto e AVC. Também pode acontecer de a pessoa procurar alguma saída para diminuir o estresse, como o cigarro. Assim, a longo prazo, surgem problemas cardiovasculares secundários à ativação dessas condições. Por isso, o tratamento envolve reduzir o estresse e tratar a hipertensão ou o tabagismo, por exemplo. Para pessoas que tem outros fatores de risco para as doenças cardiovasculares, como os idosos, o efeito agudo dos hormônios no coração pode de 6 7 https://www.scielo.br/j/abc/a/qWvvLPQ5BGKykyjxDp74CkJ/?lang=pt https://www.scielo.br/j/abc/a/qWvvLPQ5BGKykyjxDp74CkJ/?lang=pt MARIA JOVINA DE CRISTO SOUZA CENTRO UNIVERSITARIO DE BELO HORIZONTE MEDICINA XXIXC levar a arritmia ou parada cardíaca. Quando se fala em “morrer de susto”, apesar de serem casos raros, pode acontecer. de 7 7
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