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Prof. Me. Fernando Sales UNIDADE II Direito Internacional do Meio Ambiente Princípios do direito ambiental Atender às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem a suas próprias necessidades. Desenvolvimento sustentável Em 10 de junho de 1976, na cidade de Seveso na Itália, um acidente provocado pela empresa Suíça ICMESA em que tanques de armazenagem se romperam, liberou TCDD (tetraclorodibenzeno) na atmosfera, atingindo o norte da Itália. Por conta desse acidente, estima-se que 3.000 animais morreram e outros 70.000 tiveram de ser sacrificados. Esse acidente levou a União Europeia a publicar a Diretiva de Seveso, com regulamentos industriais mais rígidos. Segue 1976 – SEVESO, ITÁLIA Segue Fonte: acervo pessoal Segue Fonte: acervo pessoal Em 16 de março de 1978, na costa da Bretanha, na França, o navio petroleiro Amoco Cadiz, da empresa Amoco, sofreu um acidente e se partiu em três e afundou. O navio transportava 220.000 toneladas de óleo cru, sendo que vazaram para o mar. Vinte mil pássaros e milhões de moluscos, ouriços e mariscos foram encontrados mortos. Quatro meses após o acidente, o óleo ainda chegava à costa francesa. Segue 1978 – FRANÇA Segue Fonte: acervo pessoal Segue Fonte: acervo pessoal Em 03 de dezembro de 1984, entre duas e cinco mil pessoas morreram e outras duzentas mil ficaram feridas, quando uma fábrica da Union Carbide, localizada na cidade de Bhopal, na Índia, despejou aproximadamente 40 toneladas de gás letal – isocianato de metila – sobre a atmosfera da cidade. Outras 200.000 pessoas ficaram cegas ou feridas. Segue 1984 – BOPHAL, ÍNDIA Segue Fonte: acervo pessoal Segue Fonte: acervo pessoal Segue O Exxon Valdez era um navio petroleiro da empresa ExxonMobil, que em 24 de março de 1984, depois de encalhar na Enseada do Príncipe Guilherme, na costa do Alasca, lançou aproximadamente 150.000 metros cúbicos de petróleo no mar. Em consequência, centenas de milhares de animais morreram. De acordo com as estimativas, morreram 250.000 pássaros marinhos, 2.800 lontras marinhas, 250 águias e 22 orcas, além da perda de bilhões de ovos de salmão. 1984 – ALASCA, EUA Segue Fonte: acervo pessoal Segue Fonte: acervo pessoal Segue Fonte: acervo pessoal Segue Fonte: acervo pessoal Em 26 de abril de 1986, um acidente ocorreu na Usina Nuclear instalada na cidade de Chernobyl, na Ucrânia, então integrante da União Soviética, quando o reator central teve problemas técnicos e liberou uma imensa nuvem radioativa, que contaminou pessoas, animais e todo o ambiente. Esse acidente liberou radiação em níveis quatrocentas vezes maiores que a bomba atômica de Hiroshima. Segue 1986 – CHERNOBYL, UCRÂNIA Segue Fonte: acervo pessoal No dia 1º de novembro de 1986, um incêndio ocorreu na fábrica da empresa química Sandoz, na cidade da Basileia, na Suíça. Em pouquíssimo tempo, dos 6 mil metros quadrados do depósito, 956 foram destruídos pelo fogo. Mais de mil toneladas de inseticidas, substâncias à base de ureia e mercúrio transformaram-se em nuvens tóxicas incandescentes. Tambores de produtos químicos explodiram no ar como se fossem granadas. A água usada para conter as chamas carregou produtos altamente tóxicos para o Rio Reno, contaminando-o. A fauna aquática daquele rio foi a mais afetada. Foram encontradas mais de cento e cinquenta mil enguias mortas entre a Basileia e Karlsruhe, na Alemanha. Segue 1986 – BASILEIA, SUIÇA Segue Fonte: acervo pessoal Segue Fonte: acervo pessoal Em setembro de 1987, na cidade de Goiânia, em Goiás, um aparelho usado em radiografias foi encontrado por catadores de lixo num hospital abandonado. Ele foi desmontado e as partes foram vendidas a outras pessoas. Dentro desse aparelho havia uma cápsula de cloreto de césio, que é obtido a partir do radioisótopo 137 (daí o nome césio 137). Quando o aparelho foi desmontado, o césio 137 foi exposto e contaminou várias pessoas que com ele tiveram contato. Várias pessoas morreram em virtude da contaminação. No total, foram 60 mortos e mais de 6 mil contaminados. Segue 1986 – GOIÁS, BRASIL Segue Fonte: acervo pessoal No dia 13 de novembro de 2002, na costa da Espanha, o petroleiro Prestige sofreu avarias decorrentes de uma forte tempestade. No dia 19, numa operação para tentar rebocar o navio, ele partiu-se em dois e afundou, derramando mais de 77 milhões de litros de óleo no mar. O impacto ecológico e econômico do desastre atingiu a região da Galícia e o resto do norte de Espanha, o norte de Portugal e mesmo a costa da França. O total dos danos causados pelo naufrágio é estimado em 4.120 milhões de euros. Mais de 2.600 quilômetros da costa espanhola foram afetados nos meses seguintes ao acidente. Estima-se que mais de 20.000 aves foram mortas. Segue 2002 – ESPANHA Segue Fonte: acervo pessoal Segue Fonte: acervo pessoal Segue Fonte: acervo pessoal Segue Fonte: acervo pessoal Segue Fonte: acervo pessoal No ano de 2010, um vazamento de petróleo no Golfo do México foi provocado pela British Petroleum, uma das maiores empresas de extração de petróleo do mundo, derramou milhões de litros de petróleo no mar, durante quatro meses. Segue 2010 – MÉXICO Segue Fonte: acervo pessoal Segue Fonte: acervo pessoal Segue Fonte: acervo pessoal O postulado do desenvolvimento sustentável apoia-se na premissa de que: a) os países têm o direito de se desenvolver economicamente sem utilizar os recursos ambientais. b) os países devem parar imediatamente o desenvolvimento econômico como forma de preservar o meio ambiente. c) os recursos ambientais podem e devem ser utilizados, desde que sejam preservados para as presentes e futuras gerações. d) deve-se adotar o desenvolvimento zero, como meio de proteção ambiental. e) os países têm o direito de se desenvolver economicamente sem se preocupar com a proteção ambiental. Interatividade O postulado do desenvolvimento sustentável apoia-se na premissa de que: a) os países têm o direito de se desenvolver economicamente sem utilizar os recursos ambientais. b) os países devem parar imediatamente o desenvolvimento econômico como forma de preservar o meio ambiente. c) os recursos ambientais podem e devem ser utilizados, desde que sejam preservados para as presentes e futuras gerações. d) deve-se adotar o desenvolvimento zero, como meio de proteção ambiental. e) os países têm o direito de se desenvolver economicamente sem se preocupar com a proteção ambiental. Resposta A sustentabilidade como paradigma para o século XXI Adotar uma postura sustentável é, hoje, uma obrigação de todos que exploram as atividades empresariais, sejam elas pessoas jurídicas de direito privado ou público. Não há, nos dias atuais, espaço para acumulação de riqueza nas mãos de poucos em detrimento dos bens ambientais que pertencem a todos. A sustentabilidade pressupõe o respeito aos valores ambientais, de sorte a não esgotá-los. Uma atividade econômica sustentável é aquela que interage com o meio ambiente, mas protege-o e preserva-o para as presentes e futuras gerações. Conseguir chegar a isso é o grande desafio, que impõe uma mudança radical e significativa dos padrões e valores estabelecidos, não só por aquele que exerce a atividade econômica, mas também por toda a sociedade. O desenvolvimento econômico só será legítimo quando promover a proteção e a preservação dos recursos ambientais para as presentes e futuras gerações, orientando-se pelo direito do ser humano de habitar um planeta ecologicamente saudável, socialmente integrado e economicamente equilibrado. Sociedades ambientalmente sustentáveis são aquelas cuja economia satisfaça três principais condições: 1. que a proporção de uso dos recursos renováveis não supere a média de regeneração do ecossistema; 2. quea proporção de consumo ou o descarte irrecuperável de recursos não renováveis não supere a média de desenvolvimento e uso dos seus substitutos renováveis; 3. que a proporção de emissão de poluentes dentro do meio ambiente não supere a capacidade média de assimilação natural do ecossistema. Segue Com isso, se por um lado permite-se o desenvolvimento econômico, por outro se faz necessário um planejamento para que, de forma sustentável, os recursos ambientais não se esgotem, impelindo o empresário a buscar soluções triplamente vencedoras, em termos sociais, econômicos e ecológicos, eliminando, desta forma, o crescimento selvagem obtido ao custo de elevadas externalidades negativas, tanto sociais quanto ambientais. O desenvolvimento sustentável vai mirar, precipuamente, em normas capazes de instrumentalizar políticas de desenvolvimento com base no aumento da qualidade das condições de vida da população. Segue Vida. O desenvolvimento sustentável deve, acima de tudo, assegurar o direito à vida. Mas que fique bem claro que a vida que propõe aqui é a vida digna e não a simples existência. Uma vida digna é aquela que tem garantidos um mínimo de direitos básicos, como saúde, educação, segurança, lazer, trabalho, tudo com qualidade ambiental. O bom desenvolvimento é aquele que propicia a distribuição da riqueza. Ao desenvolvimento, para ser sustentável, não basta proteger o meio ambiente, mas deve dar também condições de existência digna para todos. As dimensões do desenvolvimento sustentável Coesão social. A função principal do desenvolvimento é melhorar as condições de vida das pessoas. Se isso não ocorre, não é desenvolvimento, mas apenas crescimento econômico, como vimos anteriormente. Assim, o desenvolvimento sustentável deve ter essa preocupação com a melhoria das condições econômicas da população, reduzindo as desigualdades sociais. Segue Educação. O desenvolvimento sustentável, para acontecer mesmo, precisa do envolvimento de toda a sociedade e não apenas dos empresários. É preciso que haja uma comunhão entre empresários, Poder Público e sociedade civil, engajados no mesmo objetivo. Nesse ponto, a sociedade civil tem um importante papel a exercer, quer seja através de consumo consciente, quer seja através da fiscalização das empresas e do Poder Público. Mas para que isso corra, o povo deve ser informado e educado. É um processo lento, todavia, porque requer a mudança de hábitos profundamente arraigados nas pessoas. Mas a informação ambiental é, hoje, uma necessidade, especialmente para incutir nas pessoas a ideia de consumo sustentável. Se não houver essa mudança de postura no próprio consumidor, o desenvolvimento sustentável não acontecerá. Segue O princípio do poluidor-pagador aparece na Declaração do Rio/92, nos princípios 13 e 16: 13. Os Estados devem desenvolver legislação nacional relativa à responsabilidade e indenização das vítimas de poluição e outros danos ambientais. Os Estados devem ainda cooperar de forma expedita e determinada para o desenvolvimento de normas de direito internacional ambiental relativas à responsabilidade e indenização por efeitos adversos de danos ambientais causados, em área fora de sua jurisdição, por atividades dentro de sua jurisdição ou sob seu controle. 16. Tendo em vista que o poluidor deve, em princípio, arcar com o custo decorrente da poluição, as autoridades nacionais devem procurar promover a internalização dos custos ambientais e o uso de instrumentos econômicos, levando na devida conta o interesse público, sem distorcer o comércio e os investimentos internacionais. Princípio do poluidor-pagador Poluidor – quem causa a poluição Poluição: qualidade ambiental degradação ambiental poluição Segue Na Declaração do Rio de Janeiro sobre Meio Ambiente (ECO-92), encontramos a prevenção no princípio n° 15: 15. Para proteger o meio ambiente, medidas de precaução devem ser largamente aplicadas pelos Estados segundo suas capacidades. Em caso de risco de danos graves ou irreversíveis, a ausência de certeza científica absoluta não deve servir de pretexto para procrastinar a adoção de medidas efetivas visando a prevenir a degradação do meio ambiente. Princípio da prevenção/precaução Prevenção – havendo certeza científica da possibilidade de dano ambiental – risco em concreto. Precaução – não há a certeza da possibilidade de dano ambiental – risco incerto. Segue As Organizações não Governamentais são organizações sem fins lucrativos, constituídas formalmente e autonomamente, caracterizadas por ações de solidariedade no campo das políticas públicas e pelo legítimo exercício de pressões políticas em proveito de populações excluídas das condições da cidadania. Atuação das ONGs Segue Fonte: acervo pessoal Segue Fonte: acervo pessoal Pelo princípio do poluidor-pagador: a) O poluidor poderá pagar para poluir. b) O poluidor que poluir ficará obrigado a reparar o dano causado. c) O poluidor estará autorizado a poluir desde que pague uma taxa ao Estado. d) A reparação do dano isenta o poluidor de responder por eventual crime ambiental. e) A reparação do dano isenta o poluidor de qualquer responsabilidade pelo dano ambiental causado. Interatividade Pelo princípio do poluidor-pagador: a) O poluidor poderá pagar para poluir. b) O poluidor que poluir ficará obrigado a reparar o dano causado. c) O poluidor estará autorizado a poluir desde que pague uma taxa ao Estado. d) A reparação do dano isenta o poluidor de responder por eventual crime ambiental. e) A reparação do dano isenta o poluidor de qualquer responsabilidade pelo dano ambiental causado. Resposta ATÉ A PRÓXIMA!
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