Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Prof. Me. Fernando Sales UNIDADE I Direito Internacional do Meio Ambiente O Direito Internacional do Meio Ambiente é derivado de um processo de expansão do Direito Internacional Moderno, que não trata, apenas, de fronteiras, como o Direito Internacional Clássico, mas, também, de problemas comuns, processo típico de um período de globalização jurídica. O Direito Ambiental é uma disciplina autônoma compreendida entre os novos direitos contemporâneos, que surge como resultado da crise ambiental. A origem do Direito Ambiental é associada à legislação de proteção dos ecossistemas a partir da década de 1960 e 1970, do século XX, da sociedade de consumo e dos acidentes ambientais. Vários foram os motivos que conduziram à internacionalização do Direito Ambiental, dentre eles, a constatação de que a solução dos danos e conflitos ambientais rompe com a tradicional concepção de soberania e responsabilidade, rumando para um estágio de cooperação regional e global. Direito Internacional do Meio Ambiente Os primeiros tratados bilaterais de proteção ambiental: Convenção entre a França e a Grã- Bretanha proibindo a pesca de ostras em determinados períodos (11/11/1867); a Convenção destinada à conservação das espécies de animais na África, que são úteis ao homem ou inofensivos (19/05/1900); a Convenção concernente à exploração e à conservação de pescados na fronteira do rio Danúbio (15/01/1902); Convenção para a proteção de aves (19/03/1902). As fontes do Direito Internacional do Meio Ambiente são as mesmas do Direito Internacional, tal como enumeradas pelo art. 38 do Estatuto da Corte Internacional de Justiça: os tratados, o costume internacional, os princípios gerais do Direito, as decisões judiciárias e a doutrina dos autores mais qualificados. Segue Expressão utilizada no âmbito do Direito Internacional Público que designa o texto internacional, sob diversas denominações, que são desprovidos de caráter jurídico em relação aos signatários. São, portanto, facultativas, ao contrário do que ocorre com o jus cogens, que são normas cogentes. O Direito Ambiental Internacional é marcado pela presença constante de normas desprovidas de obrigatoriedade, constituindo, com isso, um universo jurídico bastante fluido, que se reflete não, apenas, em sua normatividade, mas, também, em sua aplicabilidade. Ou seja, a sua flexibilidade e a sua evolutividade manifestam-se por meio dos instrumentos utilizados, bem como pelo conteúdo das disposições adotadas. Soft Law Quanto aos instrumentos, seu caráter soft é revelado pela ausência de força jurídica vinculante expressa em diversos tipos de tipos de mecanismos, dentre eles: resoluções, declarações, programas, códigos de conduta, atos finais de conferências internacionais. Quanto ao seu conteúdo, o mesmo pode ser manifestado em normas em “gestação”. Ou seja, normas, ainda, não, totalmente, consolidadas ou acabadas. Aliado a isso, é um direito que enfrenta uma forte inflação legislativa, de onde emergem as normas com características peculiares, pois permitem que os instrumentos sejam revistos e emendados, o que se faz, essencialmente, através da modificação de seus anexos com conteúdo e caráter técnico. Segue Regimes internacionais são regras, normas, princípios e procedimentos de decisão, em torno dos quais as expectativas dos atores convergem sobre determinado tema, que pode ser explícito ou implícito. Princípios são crenças sobre os fatos; normas são padrões de comportamento definidos em termos de direitos e obrigações; regras são prescrições específicas, e os procedimentos de tomada de decisão são as práticas prevalentes de decisão e implementação de escolhas coletivas. São os princípios e as normas que fornecem as características definidoras de um regime, mas devem existir regras e procedimentos de tomada de decisão que sejam consistentes com os princípios e as normas. Regimes internacionais ambientais O regime ambiental é um dos mais complexos e relevantes regimes internacionais, pois envolve profundas inter-relações entre a economia e o meio ambiente. Ademais, envolve um problema considerado uma preocupação comum da humanidade, já que as mudanças climáticas afetam o mundo como um todo, independentemente, do lugar onde a natureza tenha sofrido maiores danos. Para lidar com essa situação, as nações, através de fóruns multilaterais, buscam estabelecer os mecanismos e os acordos que possam solucioná-las, estabelecendo regimes ambientais. Em seu sentido mais amplo, o regime ambiental internacional pode ser considerado um sistema de regras, explicitadas em tratados internacionais, que regulam as ações de diversos atores sobre o assunto. Mais do que isso, uma visão ampliada também considera esse regime como um vetor tecnológico e cultural em desenvolvimento, no sentido de favorecer a proteção de um bem coletivo da humanidade: a natureza. A construção do regime ambiental internacional Revolução Industrial. Explosão demográfica. Consumo inconsciente. A preocupação mundial com o meio ambiente A expressão “meio ambiente” é utilizada para designar tudo o que está à nossa volta, onde vivemos, onde trabalhamos, onde moramos e onde nos divertimos. Em realidade, a expressão “meio ambiente” encerra um verdadeiro pleonasmo, na medida em que “meio” e “ambiente” significam, exatamente, a mesma coisa. Todavia, a expressão “meio ambiente” foi consagrada na literatura jurídica pátria, sendo reconhecida tanto na Constituição Federal de 1988, quanto na legislação infraconstitucional. Isso se dá, principalmente, em razão da imperiosa necessidade de dar aos textos legislativos a maior precisão significativa possível. Conciliação do desenvolvimento econômico com a proteção ambiental Ecologia: A palavra “ecologia” tem origem grega, derivando da palavra oikos, que tem o sentido de “casa” ou de “lugar onde se vive”. Podemos, assim, entender que ecologia é o estudo dos seres vivos em sua casa; A ecologia é definida, pois, como a ciência que estuda as relações dos organismos ou dos grupos de organismos vivos com o ambiente em que vivem; O estudo do meio ambiente tem, assim, uma estreita ligação com a ecologia. Segue Crescimento econômico: 1º estágio: O crescimento econômico é um processo que se caracteriza pelo aumento quantitativo da produção, sem alterações significativas na estrutura econômica, nem na qualidade de vida da população em geral, e que compreende um período de tempo de duração média, definido como o aumento persistente da produção ou da produtividade, sem que haja uma significativa alteração das condições sociais. O que caracteriza o crescimento econômico é o seu caráter quantitativo. Segue Desenvolvimento econômico: 2º estágio: O desenvolvimento econômico implica na alteração da estrutura de rendas, com a diminuição das desigualdades sociais, por conta de um aumento significativo e persistente do PIB, e da renda per capita, decorrentes de alteração na estrutura produtiva, através de avanços tecnológicos relevantes. O que caracteriza o desenvolvimento econômico, além do caráter quantitativo, é, também, o qualitativo. Segue Desenvolvimento socioeconômico: 3º estágio: Quando esse desenvolvimento se dá com uma profunda mudança social, de alcance mais amplo e geral, e maior campo de atuação das políticas sociais, temos um desenvolvimento socioeconômico. Segue Desenvolvimento sustentável: estágio a ser alcançado: O desenvolvimento sustentável, que se firma como o novo paradigma do desenvolvimento no século XXI, vai diferir do desenvolvimento econômico padrão, porque busca a melhoria das condições sociais e econômicas, sem que haja o comprometimento das condições ambientais; Ou seja, além da questão social – que é importante – deve haver uma preocupação, também, com a questão ambiental. Segue Para que hajao desenvolvimento sustentável, é preciso observar se as condições gerais da vida da população, realmente, melhoraram e se isso não comprometeu a qualidade ambiental, observando-se quatro condições, que devem ocorrer em conjunto: a) Aumento persistente da renda média; b) Desconcentração na estrutura de rendas; c) Melhoria significativa dos índices sociais; d) Conservação das condições ambientais. Segue Dimensão espacial: Na dimensão espacial, vamos observar que a questão ambiental não tem fronteiras: ela afeta todo o planeta. Enquanto que o desenvolvimento econômico é localizado (um Estado, um país, uma região), a degradação ambiental que resulta desse desenvolvimento é globalizada. Um dano ambiental, como aquele que ocorreu no Golfo do México, em 2010, afeta não só àquela região, mas o mundo todo. O CO2 emitido na produção industrial dos países desenvolvidos atinge a atmosfera de todo o planeta. Dimensões da sustentabilidade Dimensão temporal: A sustentabilidade é uma questão de longo prazo. O mote central do desenvolvimento sustentável é preservar os recursos ambientais não, apenas, para a geração atual, mas, principalmente, para as futuras gerações. No desenvolvimento econômico padrão, o imediatismo é uma característica forte. A busca por resultados – e o aumento consequente dos lucros – é uma exigência que se faz para já, a todo custo, inclusive, em detrimento dos recursos naturais. Segue Condições da sustentabilidade 1) Que a proporção de uso dos recursos renováveis não supere a média de regeneração do ecossistema. 2) Que a proporção de consumo ou o descarte irrecuperável de recursos não renováveis, não supere a média de desenvolvimento e o uso dos seus substitutos renováveis. 3) Que a proporção de emissão de poluentes dentro do meio ambiente não supere a capacidade média de assimilação natural do ecossistema. Objetivos 1) Econômico: refere-se à utilização eficiente do dos recursos naturais e a um crescimento quantitativo. 2) Sociocultural: referente à manutenção da vida social e cultural, e a maior igualdade e equidade social. 3) Ecológico: consiste na preservação dos sistemas físicos e biológicos que servem de suporte à vida humana. Pilares básicos da sustentabilidade A sustentabilidade assenta-se em três pilares básicos: Desenvolvimento econômico; Desenvolvimento social; e Proteção ambiental. O desenvolvimento sustentável tem uma abordagem tríplice, que se costuma chamar de “the three Ps”: People (os seres humanos), Planet (o meio ambiente) e Profit (a economia). Segue A evolução do modelo econômico, iniciado com a Revolução Industrial, vai acarretar em uma mudança de paradigma no modo como devemos observar a relação homem-natureza. A Revolução Industrial exerceu um papel importante na alteração da vida humana, em todo o século XX e neste início de século XXI. Antes dessa revolução, não havia produção industrial em larga escala, sendo que a agricultura era a principal atividade econômica até o século XIX. A sociedade de risco como paradigma da questão ambiental A Revolução Industrial veio alterar essa situação, na medida em que retirou o homem do campo e o inseriu nos grandes centros urbanos, que se formaram em torno das indústrias. Mas, do mesmo modo que esse processo de industrialização aumenta a força produtiva, ele permite um crescimento das potencialidades do homem. E quanto maior o potencial humano de gerar conhecimento, mais torna incerto o futuro. O aumento do desenvolvimento econômico, de forma acelerada e sem maior preocupação com os fatores externos, vai levar a humanidade a uma situação perigosa, colocando-a em risco. Segue Os tratados internacionais sobre a matéria ambiental: a) São fontes de Direito Ambiental interno e, se aprovados pelo Congresso Nacional, sobrepõem-se às leis. b) São fontes de Direito Ambiental interno, desde que aprovados pelo Congresso Nacional em dois turnos, por 3/5 dos membros de cada uma de suas casas. c) Desde o momento em que assinados, são fontes de Direito Ambiental interno e internacional. d) Apenas serão a fonte de Direito Internacional Ambiental se aprovados e ratificados por todos os estados que os assinaram. e) São fontes escritas de Direito Internacional Ambiental, ao lado de outras normas oriundas de organizações internacionais. Interatividade Os tratados internacionais sobre a matéria ambiental: a) São fontes de Direito Ambiental interno e, se aprovados pelo Congresso Nacional, sobrepõem-se às leis. b) São fontes de Direito Ambiental interno, desde que aprovados pelo Congresso Nacional em dois turnos, por 3/5 dos membros de cada uma de suas casas. c) Desde o momento em que assinados, são fontes de Direito Ambiental interno e internacional. d) Apenas serão a fonte de Direito Internacional Ambiental se aprovados e ratificados por todos os estados que os assinaram. e) São fontes escritas de Direito Internacional Ambiental, ao lado de outras normas oriundas de organizações internacionais. Resposta A Conferência de Estocolmo de 1972: Em 1972, a Organização das Nações Unidas (ONU), realizou a Primeira Conferência Mundial sobre o Homem e o Meio Ambiente, na cidade de Estocolmo, na Suécia; A conferência ocorreu entre os dias 05 e 16 de junho, e contou com a participação de 113 países, incluindo o Brasil, e tornou-se a primeira grande manifestação, em nível internacional, sobre o meio ambiente, tornando-se um marco na proteção ambiental, gerando um importante documento denominado de Declaração das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente. A ONU entra na parada Ecodesenvolvimento: As principais discussões ocorreram em torno da contradição entre o desenvolvimento e a preservação ambiental. Dois blocos se formaram, com posições antagônicas: O primeiro, dos países desenvolvidos, propagava o desenvolvimento zero, ou seja, parar, totalmente, com as atividades econômicas, como forma de preservar o ambiente; O segundo, liderado pela Brasil, reunia os países em desenvolvimento e os subdesenvolvidos, que pregavam o seu direito ao desenvolvimento econômico a qualquer custo. Segue Dessas duas posições contraditórias – desenvolvimento zero e desenvolvimento a qualquer custo – surgiu uma proposta conciliatória, baseada no ecodesenvolvimento, conforme o termo utilizado na época e que foi o embrião do que veio a ser conhecido como desenvolvimento sustentável. A ideia preponderante era conciliar o desenvolvimento com a proteção ambiental. Assim, na Declaração de Estocolmo de 1972, encontramos um equilíbrio entre o direito ao desenvolvimento e o dever da preservação ambiental, como se vê, especialmente, nos princípios 8, 9 e 11: Segue 8. O desenvolvimento econômico e social é indispensável para assegurar ao homem um ambiente de vida e trabalho favorável, e criar, na Terra, as condições necessárias à melhoria da qualidade de vida; 9. As deficiências do meio ambiente, decorrentes das condições de subdesenvolvimento e de desastres naturais, ocasionam graves problemas; a melhor maneira de atenuar as suas consequências é promover o desenvolvimento acelerado, mediante à transferência maciça de recursos consideráveis de assistência financeira e tecnológica, que complementem os esforços dos países em desenvolvimento e a ajuda oportuna, quando necessária; Segue 11. As políticas ambientais de todos os países deveriam melhorar e não afetar, adversamente, o potencial desenvolvimentista atual e futuro dos países em desenvolvimento, nem obstar o atendimento de melhores condições de vida para todos; os Estados e as organizações internacionais deveriam adotar as providências apropriadas, visando chegar a um acordo, para fazer frente às possíveis consequências econômicas nacionais einternacionais resultantes da aplicação de medidas ambientais. Segue No começo da década de 1980, para comemorar 10 anos da Conferência de Estocolmo, a ONU retomou a questão ambiental, nomeando Gro Harlem Brundtland, então primeira- ministra da Noruega, para chefiar a Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, e elaborar os estudos sobre a ligação entre o desenvolvimento e o meio ambiente. Os estudos dessa comissão foram condensados em um relatório, publicado em 1987, chamado Nosso futuro comum (Our Commom Future), mas ficou, amplamente, conhecido como Relatório Brundtland. O Relatório Brundtland Foi nesse relatório que, pela primeira vez, utilizou-se o termo “desenvolvimento sustentável”, que, ali, foi definido como sendo “o desenvolvimento que satisfaz às necessidades da geração presente sem comprometer a capacidade de as gerações futuras satisfazerem às suas próprias necessidades”. A expressão “desenvolvimento sustentável” tornou-se referência em questão de preservação ambiental, ganhando a aceitação mundial por conta de seu caráter simples e genérico. O relatório apoia-se na ideia de que as dimensões ambientais, sociais e econômicas – pilares do desenvolvimento sustentável – devem ser consideradas de modo complementar e interdependente, servindo de fundamento para a interação das políticas ambientais e de desenvolvimento econômico. Segue Limitar o crescimento da população; Garantir a provisão de alimentos a longo prazo; Preservar a biodiversidade; Diminuir o consumo de energia e desenvolver as tecnologias baseadas em energias renováveis; Desenvolver a produção industrial nos países não industrializados, com base em tecnologias com o impacto ambiental reduzido; Controlar a urbanização desregrada e fazer a integração entre os pequenos meios urbanos e as zonas rurais. Medidas de ação propostas pelo Relatório Brundtland: Em1992, vinte anos após a Conferência de Estocolmo, foi realizada a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, mais conhecida como ECO-92. Sediada na cidade do Rio de Janeiro, entre os dias 03 e 14 de junho, a ECO-92 reuniu os chefes de Estado de mais de 100 países, além de representantes de outros, mais de setenta. O objetivo dessa conferência era buscar os modos de conciliar o desenvolvimento socioeconômico com a preservação e a proteção do meio ambiente. Conferência do Rio – ECO-92 A ECO-92 produziu importantes documentos, como a Carta da Terra, a Agenda 21, a Convenção da Biodiversidade, e a Declaração do Rio sobre o Ambiente e o Desenvolvimento. Mas, também, foi importante, pois sedimentou, de vez, o conceito de desenvolvimento sustentável, como vemos nos princípios 1, 2, 3, 4 e 27 da Declaração do Rio: 1. Os seres humanos constituem o centro das preocupações relacionadas com o desenvolvimento sustentável. Têm direito a uma vida saudável e produtiva, em harmonia com a natureza; Segue 2. Os Estados, de acordo com a Carta das Nações Unidas e com os princípios do Direito Internacional, têm o direito soberano de explorar os seus próprios recursos segundo as suas próprias políticas de meio ambiente e de desenvolvimento, e a responsabilidade de assegurar que as atividades sob a sua jurisdição ou o seu controle não causem danos ao meio ambiente, de outros Estados ou de áreas além dos limites da jurisdição nacional; 3. O direito ao desenvolvimento deve ser exercido de modo a permitir que sejam atendidas, equitativamente, as necessidades de desenvolvimento e de meio ambiente, das gerações presentes e futuras; Segue 4. A fim de alcançar o estágio do desenvolvimento sustentável, a proteção do meio ambiente deve constituir uma parte integrante do processo de desenvolvimento e não poderá ser considerada de forma isolada; 27. Os Estados e os povos deveriam cooperar, de boa-fé e com o espírito de solidariedade, na aplicação dos princípios consagrados nesta declaração e no posterior desenvolvimento do Direito Internacional na esfera do desenvolvimento sustentável. Segue A Conferência do Rio (ECO-92) resultou em um tratado conhecido como Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre as Mudanças do Clima. Esse tratado, que foi assinado por quase todos os países do mundo, tinha como objetivo estabilizar a concentração de gases de efeito estufa na atmosfera terrestre, evitando as interferências antropogênicas perigosas no sistema climático. Protocolo de Kyoto O efeito estufa: O efeito estufa resulta da concentração de gases na atmosfera que absorvem a radiação infravermelha que é emitida pela superfície terrestre. Por conta disso, o calor fica retido, não sendo liberado para o espaço; Primeiramente, identificado pela Nasa, a agência espacial norte-americana, no início da década de 1980, nesse efeito estufa, provocado por gases presentes na atmosfera, dois gases – o metano e o dióxido de carbono – exercem um papel muito importante: quanto maior a concentração desses gases, maior será o calor médio da Terra. O metano aumenta, principalmente, por conta das plantações de arroz e da criação de gado, que são, cada vez mais, densos. Segue O aumento do CO2 – decorrente, principalmente, da queima de combustíveis fósseis – é mais preocupante, pois, enquanto o metano é reabsorvido em anos, o CO2 é acumulado em séculos. Dentro da normalidade, o efeito estufa é vital para a manutenção da vida na Terra, pois mantém o planeta aquecido. Sem o efeito estufa, a temperatura média da Terra seria de -18 ºC (dezoito graus negativos), em vez dos 15 ºC atuais. O problema está no descontrole, que gera o aquecimento global. Os gases do efeito estufa são, principalmente, o dióxido de carbono (CO2), o metano (CH4) e o óxido nitroso (N2O). Segue A Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre as Mudanças do Clima não estabeleceu os níveis de redução para a emissão dos gases do efeito estufa, preferindo deixar isso para os aditamentos, também chamados, no Direito Internacional, de protocolos. O mais famoso desses protocolos a respeito do clima foi o de Kyoto, que recebeu esse nome por ter sido assinado na cidade japonesa de mesmo nome, em 1997. É um tratado internacional que determina as metas de redução de emissões de gases do efeito estufa (GEE) e estimula o desenvolvimento de tecnologias sustentáveis. O protocolo de Kyoto divide as nações do mundo em três grupos: países desenvolvidos, países em desenvolvimento e países não desenvolvidos. Segue Os países desenvolvidos (constantes do anexo I do protocolo) comprometem-se a reduzir as emissões de gases do efeito estufa em 5,2%, em média, em relação às suas emissões de 1990. Os países em desenvolvimento (incluindo o Brasil) não têm essa obrigação, mas devem ajudar na redução da emissão dos gases. Para que as metas de redução sejam alcançadas, o protocolo de Kyoto prevê três “mecanismos de flexibilidade” que possibilitam aos países signatários cumprir com as exigências de redução de emissões, fora de seus próprios territórios. Segue Também conhecida como Fórum Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável (Rio+10), a Conferência de Joanesburgo não teve o mesmo impacto das conferências anteriores, apresentando os resultados decepcionantes quando a elas comparada. Realizada na cidade sul-africana de Joanesburgo, entre os dias 26 de agosto e 04 de setembro de 2002, tinha como objetivo discutir as soluções já propostas na Agenda 21 primordial da Conferência do Rio – ECO-92, para que pudesse ser aplicada de forma coerente não só pelo governo, mas, também, pelos cidadãos, realizando uma Agenda 21 local, e implementando o que fora lá discutido. Conferência de Joanesburgo (2002) O principal documento produzido por essa conferência foi a Declaração de Joanesburgo sobre o Desenvolvimento Sustentável, que reafirma os compromissosfirmados pelos países que participaram da ECO-92, especialmente, com o desenvolvimento sustentável. As metas para combater as ameaças ao desenvolvimento sustentável foram lançadas no item 19: 19. Reafirmamos a nossa promessa de aplicar foco especial e dar atenção prioritária à luta contra as condições mundiais que apresentam severas ameaças ao desenvolvimento sustentável de nosso povo. Entre essas condições estão: fome crônica; desnutrição; ocupações estrangeiras; conflitos armados; problemas com drogas ilícitas; crime organizado; corrupção; desastres naturais; tráfico de armamentos; tráfico humano; terrorismo; intolerância e incitamento ao ódio racial, étnico e religioso, entre outros; xenofobia; e doenças endêmicas, transmissíveis e crônicas, em particular o(a) HIV/Aids, malária e tuberculose. Segue Com 194 países signatários da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre as Mudanças do Clima, realizou-se a Conferência do Clima da África do Sul, na cidade de Durban, entre os dias 28/11 e 11/12 de 2011, para estabelecer um novo acordo sobre a emissão dos gases de efeito estufa. Depois de uma longa negociação, chegou-se a um acordo que possibilitou a continuidade do processo climático da ONU, que foi chamado de Plataforma Durban. Essa Plataforma Durban vale como o início de uma política climática global, com vista a reduzir as emissões de gases do efeito estufa, nas próximas décadas, de tal forma que o aumento da temperatura global fique abaixo de dois graus Celsius. Plataforma Durban Esse acordo prevê um roteiro para um tratado sobre o clima global juridicamente vinculativo até 2017 ou 2020, o qual deverá obrigar não, apenas, os países industrializados, mas, também, os emergentes e as nações em desenvolvimento a reduzirem as suas emissões. Em troca, a União Europeia concordou com uma prorrogação do Protocolo de Kyoto, o único acordo climático vinculativo, até hoje. O mais importante, todavia, é que os Estados Unidos da América e a China deram o seu aval para a criação de um acordo climático mundial. Segue Em 2012, vinte anos após a ECO-92, aconteceu, também na cidade do Rio de Janeiro, a Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável, conhecida como Rio+20. Realizada entre os dias 13 e 22 de junho de 2012, teve como objetivo discutir a renovação do compromisso político das nações com o desenvolvimento sustentável. Rio+20 Em novembro de 2012, os 194 países signatários da Convenção-Quadro da ONU sobre as Mudanças do Clima reuniram-se na cidade de Doha, no Catar, para discutir, principalmente, a extensão do Protocolo de Kyoto, cuja validade terminaria em 2012. Nessa conferência, ficou acordada a validade do protocolo de Kyoto até o ano de 2020. Todavia, Rússia, Japão, Canadá e Nova Zelândia denunciaram o protocolo e não participam mais do programa global de redução de poluentes da ONU. Com isso, muito pouco foi avançado. Como os Estados Unidos da América também estão fora, os países que participam do Protocolo de Kyoto respondem por pouco mais de 15% da emissão total de poluentes no mundo. Doha 2012 Na evolução da normativa do Direito Ambiental Internacional, pode-se identificar os documentos elaborados por comissões, como ocorreu com a Comissão da ONU sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento. Esses documentos são, posteriormente, discutidos para, eventualmente, serem incorporados em Declarações de Princípios das Conferências sobre o Meio Ambiente. Esse processo pode ser identificado, quando da consagração do princípio do desenvolvimento sustentável, respectivamente, pelo: a) Programa da Agenda 21 e Declaração do Rio/92. b) Plano de vigia Earthwatch e Cúpula de Joanesburgo. c) Relatório Brundtland e Declaração do Rio/92. d) Relatório Brundtland e Declaração de Estocolmo. e) Plano de vigia Earthwatch e Declaração de Estocolmo. Interatividade Na evolução da normativa do Direito Ambiental Internacional, pode-se identificar os documentos elaborados por comissões, como ocorreu com a Comissão da ONU sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento. Esses documentos são, posteriormente, discutidos para, eventualmente, serem incorporados em Declarações de Princípios das Conferências sobre o Meio Ambiente. Esse processo pode ser identificado, quando da consagração do princípio do desenvolvimento sustentável, respectivamente, pelo: a) Programa da Agenda 21 e Declaração do Rio/92. b) Plano de vigia Earthwatch e Cúpula de Joanesburgo. c) Relatório Brundtland e Declaração do Rio/92. d) Relatório Brundtland e Declaração de Estocolmo. e) Plano de vigia Earthwatch e Declaração de Estocolmo. Resposta ATÉ A PRÓXIMA!
Compartilhar