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Slides de Aula - Unidade I (1)

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Prof. Me. Fernando Sales
UNIDADE I
Direito Internacional do 
Meio Ambiente
 O Direito Internacional do Meio Ambiente é derivado de um processo de expansão do Direito 
Internacional Moderno, que não trata, apenas, de fronteiras, como o Direito Internacional 
Clássico, mas, também, de problemas comuns, processo típico de um período de 
globalização jurídica. 
 O Direito Ambiental é uma disciplina autônoma compreendida entre os novos direitos 
contemporâneos, que surge como resultado da crise ambiental. A origem do Direito 
Ambiental é associada à legislação de proteção dos ecossistemas a partir da década de 
1960 e 1970, do século XX, da sociedade de consumo e dos acidentes ambientais.
 Vários foram os motivos que conduziram à 
internacionalização do Direito Ambiental, dentre eles, a 
constatação de que a solução dos danos e conflitos 
ambientais rompe com a tradicional concepção de soberania 
e responsabilidade, rumando para um estágio de cooperação 
regional e global.
Direito Internacional do Meio Ambiente
 Os primeiros tratados bilaterais de proteção ambiental: Convenção entre a França e a Grã-
Bretanha proibindo a pesca de ostras em determinados períodos (11/11/1867); a Convenção 
destinada à conservação das espécies de animais na África, que são úteis ao homem ou 
inofensivos (19/05/1900); a Convenção concernente à exploração e à conservação de 
pescados na fronteira do rio Danúbio (15/01/1902); Convenção para a proteção de aves 
(19/03/1902).
 As fontes do Direito Internacional do Meio Ambiente são as 
mesmas do Direito Internacional, tal como enumeradas pelo 
art. 38 do Estatuto da Corte Internacional de Justiça: os 
tratados, o costume internacional, os princípios gerais do 
Direito, as decisões judiciárias e a doutrina dos autores 
mais qualificados.
Segue
 Expressão utilizada no âmbito do Direito Internacional Público que designa o texto 
internacional, sob diversas denominações, que são desprovidos de caráter jurídico em 
relação aos signatários. São, portanto, facultativas, ao contrário do que ocorre com o jus 
cogens, que são normas cogentes. 
 O Direito Ambiental Internacional é marcado pela presença constante de normas desprovidas 
de obrigatoriedade, constituindo, com isso, um universo jurídico bastante fluido, que se 
reflete não, apenas, em sua normatividade, mas, também, em sua aplicabilidade. Ou seja, a 
sua flexibilidade e a sua evolutividade manifestam-se por meio dos instrumentos utilizados, 
bem como pelo conteúdo das disposições adotadas. 
Soft Law
 Quanto aos instrumentos, seu caráter soft é revelado pela ausência de força jurídica 
vinculante expressa em diversos tipos de tipos de mecanismos, dentre eles: resoluções, 
declarações, programas, códigos de conduta, atos finais de conferências internacionais. 
Quanto ao seu conteúdo, o mesmo pode ser manifestado em normas em “gestação”. Ou 
seja, normas, ainda, não, totalmente, consolidadas ou acabadas. Aliado a isso, é um direito 
que enfrenta uma forte inflação legislativa, de onde emergem as normas com características 
peculiares, pois permitem que os instrumentos sejam revistos e emendados, o que se faz, 
essencialmente, através da modificação de seus anexos com conteúdo e caráter técnico.
Segue
 Regimes internacionais são regras, normas, princípios e procedimentos de decisão, em torno 
dos quais as expectativas dos atores convergem sobre determinado tema, que pode ser 
explícito ou implícito. 
 Princípios são crenças sobre os fatos; normas são padrões de comportamento definidos em 
termos de direitos e obrigações; regras são prescrições específicas, e os procedimentos de 
tomada de decisão são as práticas prevalentes de decisão e implementação de 
escolhas coletivas.
 São os princípios e as normas que fornecem as características 
definidoras de um regime, mas devem existir regras e 
procedimentos de tomada de decisão que sejam consistentes 
com os princípios e as normas.
Regimes internacionais ambientais 
 O regime ambiental é um dos mais complexos e relevantes regimes internacionais, pois 
envolve profundas inter-relações entre a economia e o meio ambiente. Ademais, envolve um 
problema considerado uma preocupação comum da humanidade, já que as mudanças 
climáticas afetam o mundo como um todo, independentemente, do lugar onde a natureza 
tenha sofrido maiores danos.
 Para lidar com essa situação, as nações, através de fóruns multilaterais, buscam estabelecer 
os mecanismos e os acordos que possam solucioná-las, estabelecendo regimes ambientais.
 Em seu sentido mais amplo, o regime ambiental internacional 
pode ser considerado um sistema de regras, explicitadas em 
tratados internacionais, que regulam as ações de diversos 
atores sobre o assunto. Mais do que isso, uma visão ampliada 
também considera esse regime como um vetor tecnológico e 
cultural em desenvolvimento, no sentido de favorecer a 
proteção de um bem coletivo da humanidade: a natureza. 
A construção do regime ambiental internacional
 Revolução Industrial.
 Explosão demográfica.
 Consumo inconsciente.
A preocupação mundial com o meio ambiente
 A expressão “meio ambiente” é utilizada para designar tudo o que está à nossa volta, onde 
vivemos, onde trabalhamos, onde moramos e onde nos divertimos. Em realidade, a 
expressão “meio ambiente” encerra um verdadeiro pleonasmo, na medida em que “meio” e 
“ambiente” significam, exatamente, a mesma coisa. Todavia, a expressão “meio ambiente” 
foi consagrada na literatura jurídica pátria, sendo reconhecida tanto na Constituição Federal 
de 1988, quanto na legislação infraconstitucional. Isso se dá, principalmente, em razão da 
imperiosa necessidade de dar aos textos legislativos a maior precisão significativa possível.
Conciliação do desenvolvimento econômico com a proteção ambiental
Ecologia:
 A palavra “ecologia” tem origem grega, derivando da palavra oikos, que tem o sentido de 
“casa” ou de “lugar onde se vive”. Podemos, assim, entender que ecologia é o estudo dos 
seres vivos em sua casa; 
 A ecologia é definida, pois, como a ciência que estuda as relações dos organismos ou dos 
grupos de organismos vivos com o ambiente em que vivem; 
 O estudo do meio ambiente tem, assim, uma estreita ligação com a ecologia.
Segue
Crescimento econômico: 1º estágio:
 O crescimento econômico é um processo que se caracteriza pelo aumento quantitativo da 
produção, sem alterações significativas na estrutura econômica, nem na qualidade de vida 
da população em geral, e que compreende um período de tempo de duração média, definido 
como o aumento persistente da produção ou da produtividade, sem que haja uma 
significativa alteração das condições sociais. O que caracteriza o crescimento econômico é o 
seu caráter quantitativo. 
Segue
Desenvolvimento econômico: 2º estágio:
 O desenvolvimento econômico implica na alteração da estrutura de rendas, com a diminuição 
das desigualdades sociais, por conta de um aumento significativo e persistente do PIB, e da 
renda per capita, decorrentes de alteração na estrutura produtiva, através de avanços 
tecnológicos relevantes. O que caracteriza o desenvolvimento econômico, além do caráter 
quantitativo, é, também, o qualitativo.
Segue
Desenvolvimento socioeconômico: 3º estágio:
 Quando esse desenvolvimento se dá com uma profunda mudança social, de alcance mais 
amplo e geral, e maior campo de atuação das políticas sociais, temos um 
desenvolvimento socioeconômico.
Segue
Desenvolvimento sustentável: estágio a ser alcançado:
 O desenvolvimento sustentável, que se firma como o novo paradigma do desenvolvimento no 
século XXI, vai diferir do desenvolvimento econômico padrão, porque busca a melhoria das 
condições sociais e econômicas, sem que haja o comprometimento das 
condições ambientais; 
 Ou seja, além da questão social – que é importante – deve haver uma preocupação, 
também, com a questão ambiental. 
Segue
Para que hajao desenvolvimento sustentável, é preciso observar se as condições gerais da 
vida da população, realmente, melhoraram e se isso não comprometeu a qualidade ambiental, 
observando-se quatro condições, que devem ocorrer em conjunto:
a) Aumento persistente da renda média;
b) Desconcentração na estrutura de rendas;
c) Melhoria significativa dos índices sociais;
d) Conservação das condições ambientais.
Segue
Dimensão espacial:
 Na dimensão espacial, vamos observar que a questão ambiental não tem fronteiras: ela afeta 
todo o planeta. Enquanto que o desenvolvimento econômico é localizado (um Estado, um 
país, uma região), a degradação ambiental que resulta desse desenvolvimento é globalizada. 
Um dano ambiental, como aquele que ocorreu no Golfo do México, em 2010, afeta não só 
àquela região, mas o mundo todo. O CO2 emitido na produção industrial dos países 
desenvolvidos atinge a atmosfera de todo o planeta. 
Dimensões da sustentabilidade
Dimensão temporal:
 A sustentabilidade é uma questão de longo prazo. O mote central do desenvolvimento 
sustentável é preservar os recursos ambientais não, apenas, para a geração atual, mas, 
principalmente, para as futuras gerações. No desenvolvimento econômico padrão, o 
imediatismo é uma característica forte. A busca por resultados – e o aumento consequente 
dos lucros – é uma exigência que se faz para já, a todo custo, inclusive, em detrimento dos 
recursos naturais. 
Segue
Condições da sustentabilidade
1) Que a proporção de uso dos recursos renováveis não supere a média de regeneração 
do ecossistema.
2) Que a proporção de consumo ou o descarte irrecuperável de recursos não renováveis, não 
supere a média de desenvolvimento e o uso dos seus substitutos renováveis.
3) Que a proporção de emissão de poluentes dentro do meio ambiente não supere a 
capacidade média de assimilação natural do ecossistema.
Objetivos
1) Econômico: refere-se à utilização eficiente do dos recursos naturais e a um 
crescimento quantitativo.
2) Sociocultural: referente à manutenção da vida social e cultural, e a maior igualdade e 
equidade social.
3) Ecológico: consiste na preservação dos sistemas físicos e biológicos que servem de 
suporte à vida humana. 
Pilares básicos da sustentabilidade
A sustentabilidade assenta-se em três pilares básicos:
 Desenvolvimento econômico; 
 Desenvolvimento social; e 
 Proteção ambiental. 
 O desenvolvimento sustentável tem uma abordagem tríplice, que se costuma chamar de “the 
three Ps”: People (os seres humanos), Planet (o meio ambiente) e Profit (a economia).
Segue
 A evolução do modelo econômico, iniciado com a Revolução Industrial, vai acarretar em uma 
mudança de paradigma no modo como devemos observar a relação homem-natureza. 
 A Revolução Industrial exerceu um papel importante na alteração da vida humana, em todo o 
século XX e neste início de século XXI. 
 Antes dessa revolução, não havia produção industrial em larga escala, sendo que a 
agricultura era a principal atividade econômica até o século XIX. 
A sociedade de risco como paradigma da questão ambiental
 A Revolução Industrial veio alterar essa situação, na medida em que retirou o homem do 
campo e o inseriu nos grandes centros urbanos, que se formaram em torno das indústrias. 
Mas, do mesmo modo que esse processo de industrialização aumenta a força produtiva, ele 
permite um crescimento das potencialidades do homem. 
 E quanto maior o potencial humano de gerar conhecimento, mais torna incerto o futuro. O 
aumento do desenvolvimento econômico, de forma acelerada e sem maior preocupação com 
os fatores externos, vai levar a humanidade a uma situação perigosa, colocando-a 
em risco.
Segue
Os tratados internacionais sobre a matéria ambiental:
a) São fontes de Direito Ambiental interno e, se aprovados pelo Congresso Nacional, 
sobrepõem-se às leis.
b) São fontes de Direito Ambiental interno, desde que aprovados pelo Congresso Nacional em 
dois turnos, por 3/5 dos membros de cada uma de suas casas.
c) Desde o momento em que assinados, são fontes de Direito Ambiental interno e 
internacional.
d) Apenas serão a fonte de Direito Internacional Ambiental 
se aprovados e ratificados por todos os estados que 
os assinaram.
e) São fontes escritas de Direito Internacional Ambiental, 
ao lado de outras normas oriundas de 
organizações internacionais.
Interatividade
Os tratados internacionais sobre a matéria ambiental:
a) São fontes de Direito Ambiental interno e, se aprovados pelo Congresso Nacional, 
sobrepõem-se às leis.
b) São fontes de Direito Ambiental interno, desde que aprovados pelo Congresso Nacional em 
dois turnos, por 3/5 dos membros de cada uma de suas casas.
c) Desde o momento em que assinados, são fontes de Direito Ambiental interno e 
internacional.
d) Apenas serão a fonte de Direito Internacional Ambiental 
se aprovados e ratificados por todos os estados que 
os assinaram.
e) São fontes escritas de Direito Internacional Ambiental, 
ao lado de outras normas oriundas de 
organizações internacionais.
Resposta
A Conferência de Estocolmo de 1972:
 Em 1972, a Organização das Nações Unidas (ONU), realizou a Primeira Conferência Mundial 
sobre o Homem e o Meio Ambiente, na cidade de Estocolmo, na Suécia;
 A conferência ocorreu entre os dias 05 e 16 de junho, e contou com a participação de 113 
países, incluindo o Brasil, e tornou-se a primeira grande manifestação, em nível internacional, 
sobre o meio ambiente, tornando-se um marco na proteção ambiental, gerando um importante 
documento denominado de Declaração das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente. 
A ONU entra na parada
Ecodesenvolvimento:
As principais discussões ocorreram em torno da contradição entre o desenvolvimento e a 
preservação ambiental. Dois blocos se formaram, com posições antagônicas: 
 O primeiro, dos países desenvolvidos, propagava o desenvolvimento zero, ou seja, parar, 
totalmente, com as atividades econômicas, como forma de preservar o ambiente; 
 O segundo, liderado pela Brasil, reunia os países em desenvolvimento e os 
subdesenvolvidos, que pregavam o seu direito ao desenvolvimento econômico a 
qualquer custo.
Segue
 Dessas duas posições contraditórias – desenvolvimento zero e desenvolvimento a qualquer 
custo – surgiu uma proposta conciliatória, baseada no ecodesenvolvimento, conforme o 
termo utilizado na época e que foi o embrião do que veio a ser conhecido como 
desenvolvimento sustentável. A ideia preponderante era conciliar o desenvolvimento com a 
proteção ambiental.
Assim, na Declaração de Estocolmo de 1972, encontramos um equilíbrio entre o direito ao 
desenvolvimento e o dever da preservação ambiental, como se vê, especialmente, nos 
princípios 8, 9 e 11:
Segue
 8. O desenvolvimento econômico e social é indispensável para assegurar ao homem um 
ambiente de vida e trabalho favorável, e criar, na Terra, as condições necessárias à melhoria 
da qualidade de vida;
 9. As deficiências do meio ambiente, decorrentes das condições de subdesenvolvimento e de 
desastres naturais, ocasionam graves problemas; a melhor maneira de atenuar as suas 
consequências é promover o desenvolvimento acelerado, mediante à transferência maciça 
de recursos consideráveis de assistência financeira e tecnológica, que complementem os 
esforços dos países em desenvolvimento e a ajuda oportuna, quando necessária;
Segue
 11. As políticas ambientais de todos os países deveriam melhorar e não afetar, 
adversamente, o potencial desenvolvimentista atual e futuro dos países em desenvolvimento, 
nem obstar o atendimento de melhores condições de vida para todos; os Estados e as 
organizações internacionais deveriam adotar as providências apropriadas, visando chegar a 
um acordo, para fazer frente às possíveis consequências econômicas nacionais einternacionais resultantes da aplicação de medidas ambientais.
Segue
 No começo da década de 1980, para comemorar 10 anos da Conferência de Estocolmo, a 
ONU retomou a questão ambiental, nomeando Gro Harlem Brundtland, então primeira-
ministra da Noruega, para chefiar a Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e o 
Desenvolvimento, e elaborar os estudos sobre a ligação entre o desenvolvimento e o meio 
ambiente. Os estudos dessa comissão foram condensados em um relatório, publicado em 
1987, chamado Nosso futuro comum (Our Commom Future), mas ficou, amplamente, 
conhecido como Relatório Brundtland.
O Relatório Brundtland
 Foi nesse relatório que, pela primeira vez, utilizou-se o termo “desenvolvimento sustentável”, 
que, ali, foi definido como sendo “o desenvolvimento que satisfaz às necessidades da 
geração presente sem comprometer a capacidade de as gerações futuras satisfazerem às 
suas próprias necessidades”. 
 A expressão “desenvolvimento sustentável” tornou-se 
referência em questão de preservação ambiental, ganhando a 
aceitação mundial por conta de seu caráter simples e 
genérico. O relatório apoia-se na ideia de que as dimensões 
ambientais, sociais e econômicas – pilares do 
desenvolvimento sustentável – devem ser consideradas de 
modo complementar e interdependente, servindo de 
fundamento para a interação das políticas ambientais e de 
desenvolvimento econômico. 
Segue
 Limitar o crescimento da população;
 Garantir a provisão de alimentos a longo prazo; 
 Preservar a biodiversidade;
 Diminuir o consumo de energia e desenvolver as tecnologias baseadas em 
energias renováveis;
 Desenvolver a produção industrial nos países não industrializados, com base em tecnologias 
com o impacto ambiental reduzido;
 Controlar a urbanização desregrada e fazer a integração entre os pequenos meios urbanos e 
as zonas rurais.
Medidas de ação propostas pelo Relatório Brundtland:
 Em1992, vinte anos após a Conferência de Estocolmo, foi realizada a Conferência das 
Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, mais conhecida como ECO-92.
 Sediada na cidade do Rio de Janeiro, entre os dias 03 e 14 de junho, a ECO-92 reuniu os 
chefes de Estado de mais de 100 países, além de representantes de outros, mais de setenta. 
O objetivo dessa conferência era buscar os modos de conciliar o desenvolvimento 
socioeconômico com a preservação e a proteção do meio ambiente.
Conferência do Rio – ECO-92
A ECO-92 produziu importantes documentos, como a Carta da Terra, a Agenda 21, a 
Convenção da Biodiversidade, e a Declaração do Rio sobre o Ambiente e o Desenvolvimento. 
Mas, também, foi importante, pois sedimentou, de vez, o conceito de desenvolvimento 
sustentável, como vemos nos princípios 1, 2, 3, 4 e 27 da Declaração do Rio:
 1. Os seres humanos constituem o centro das preocupações relacionadas com o 
desenvolvimento sustentável. Têm direito a uma vida saudável e produtiva, em harmonia 
com a natureza;
Segue
 2. Os Estados, de acordo com a Carta das Nações Unidas e com os princípios do Direito 
Internacional, têm o direito soberano de explorar os seus próprios recursos segundo as suas 
próprias políticas de meio ambiente e de desenvolvimento, e a responsabilidade de 
assegurar que as atividades sob a sua jurisdição ou o seu controle não causem danos ao 
meio ambiente, de outros Estados ou de áreas além dos limites da jurisdição nacional;
 3. O direito ao desenvolvimento deve ser exercido de modo a permitir que sejam atendidas, 
equitativamente, as necessidades de desenvolvimento e de meio ambiente, das gerações 
presentes e futuras;
Segue
 4. A fim de alcançar o estágio do desenvolvimento sustentável, a proteção do meio ambiente 
deve constituir uma parte integrante do processo de desenvolvimento e não poderá ser 
considerada de forma isolada;
 27. Os Estados e os povos deveriam cooperar, de boa-fé e com o espírito de solidariedade, 
na aplicação dos princípios consagrados nesta declaração e no posterior desenvolvimento do 
Direito Internacional na esfera do desenvolvimento sustentável.
Segue
 A Conferência do Rio (ECO-92) resultou em um tratado conhecido como Convenção-Quadro 
das Nações Unidas sobre as Mudanças do Clima. Esse tratado, que foi assinado por quase 
todos os países do mundo, tinha como objetivo estabilizar a concentração de gases de efeito 
estufa na atmosfera terrestre, evitando as interferências antropogênicas perigosas no 
sistema climático. 
Protocolo de Kyoto
O efeito estufa:
 O efeito estufa resulta da concentração de gases na atmosfera que absorvem a radiação 
infravermelha que é emitida pela superfície terrestre. Por conta disso, o calor fica retido, não 
sendo liberado para o espaço; 
 Primeiramente, identificado pela Nasa, a agência espacial 
norte-americana, no início da década de 1980, nesse efeito 
estufa, provocado por gases presentes na atmosfera, dois 
gases – o metano e o dióxido de carbono – exercem um papel 
muito importante: quanto maior a concentração desses gases, 
maior será o calor médio da Terra. O metano aumenta, 
principalmente, por conta das plantações de arroz e da 
criação de gado, que são, cada vez mais, densos. 
Segue
 O aumento do CO2 – decorrente, principalmente, da queima de combustíveis fósseis – é 
mais preocupante, pois, enquanto o metano é reabsorvido em anos, o CO2 é acumulado 
em séculos.
 Dentro da normalidade, o efeito estufa é vital para a manutenção da vida na Terra, pois 
mantém o planeta aquecido. Sem o efeito estufa, a temperatura média da Terra seria de 
-18 ºC (dezoito graus negativos), em vez dos 15 ºC atuais. O problema está no descontrole, 
que gera o aquecimento global.
 Os gases do efeito estufa são, principalmente, o dióxido de 
carbono (CO2), o metano (CH4) e o óxido nitroso (N2O).
Segue
 A Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre as Mudanças do Clima não estabeleceu os 
níveis de redução para a emissão dos gases do efeito estufa, preferindo deixar isso para os 
aditamentos, também chamados, no Direito Internacional, de protocolos.
 O mais famoso desses protocolos a respeito do clima foi o de Kyoto, que recebeu esse nome 
por ter sido assinado na cidade japonesa de mesmo nome, em 1997. É um tratado 
internacional que determina as metas de redução de emissões de gases do efeito estufa 
(GEE) e estimula o desenvolvimento de tecnologias sustentáveis.
 O protocolo de Kyoto divide as nações do mundo em três 
grupos: países desenvolvidos, países em desenvolvimento e 
países não desenvolvidos.
Segue
 Os países desenvolvidos (constantes do anexo I do protocolo) comprometem-se a reduzir as 
emissões de gases do efeito estufa em 5,2%, em média, em relação às suas emissões 
de 1990. 
 Os países em desenvolvimento (incluindo o Brasil) não têm essa obrigação, mas devem 
ajudar na redução da emissão dos gases. 
 Para que as metas de redução sejam alcançadas, o protocolo 
de Kyoto prevê três “mecanismos de flexibilidade” que 
possibilitam aos países signatários cumprir com as exigências 
de redução de emissões, fora de seus próprios territórios.
Segue
 Também conhecida como Fórum Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável (Rio+10), a 
Conferência de Joanesburgo não teve o mesmo impacto das conferências anteriores, 
apresentando os resultados decepcionantes quando a elas comparada.
 Realizada na cidade sul-africana de Joanesburgo, entre os dias 26 de agosto e 04 de 
setembro de 2002, tinha como objetivo discutir as soluções já propostas na Agenda 21
primordial da Conferência do Rio – ECO-92, para que pudesse ser aplicada de forma 
coerente não só pelo governo, mas, também, pelos cidadãos, realizando uma Agenda 21 
local, e implementando o que fora lá discutido.
Conferência de Joanesburgo (2002)
 O principal documento produzido por essa conferência foi a Declaração de Joanesburgo 
sobre o Desenvolvimento Sustentável, que reafirma os compromissosfirmados pelos países 
que participaram da ECO-92, especialmente, com o desenvolvimento sustentável.
As metas para combater as ameaças ao desenvolvimento sustentável foram lançadas no 
item 19:
 19. Reafirmamos a nossa promessa de aplicar foco especial e 
dar atenção prioritária à luta contra as condições mundiais 
que apresentam severas ameaças ao desenvolvimento 
sustentável de nosso povo. Entre essas condições estão: 
fome crônica; desnutrição; ocupações estrangeiras; conflitos 
armados; problemas com drogas ilícitas; crime organizado; 
corrupção; desastres naturais; tráfico de armamentos; tráfico 
humano; terrorismo; intolerância e incitamento ao ódio racial, 
étnico e religioso, entre outros; xenofobia; e doenças 
endêmicas, transmissíveis e crônicas, em particular o(a) 
HIV/Aids, malária e tuberculose.
Segue
 Com 194 países signatários da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre as Mudanças 
do Clima, realizou-se a Conferência do Clima da África do Sul, na cidade de Durban, entre os 
dias 28/11 e 11/12 de 2011, para estabelecer um novo acordo sobre a emissão dos gases de 
efeito estufa. Depois de uma longa negociação, chegou-se a um acordo que possibilitou a 
continuidade do processo climático da ONU, que foi chamado de Plataforma Durban.
 Essa Plataforma Durban vale como o início de uma política climática global, com vista a 
reduzir as emissões de gases do efeito estufa, nas próximas décadas, de tal forma que o 
aumento da temperatura global fique abaixo de dois graus Celsius. 
Plataforma Durban
 Esse acordo prevê um roteiro para um tratado sobre o clima global juridicamente vinculativo 
até 2017 ou 2020, o qual deverá obrigar não, apenas, os países industrializados, mas, 
também, os emergentes e as nações em desenvolvimento a reduzirem as suas emissões. 
Em troca, a União Europeia concordou com uma prorrogação do Protocolo de Kyoto, o único 
acordo climático vinculativo, até hoje.
 O mais importante, todavia, é que os Estados Unidos da América e a China deram o seu aval 
para a criação de um acordo climático mundial.
Segue
 Em 2012, vinte anos após a ECO-92, aconteceu, também na cidade do Rio de Janeiro, a 
Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável, conhecida 
como Rio+20.
 Realizada entre os dias 13 e 22 de junho de 2012, teve como objetivo discutir a renovação 
do compromisso político das nações com o desenvolvimento sustentável.
Rio+20
 Em novembro de 2012, os 194 países signatários da Convenção-Quadro da ONU sobre as 
Mudanças do Clima reuniram-se na cidade de Doha, no Catar, para discutir, principalmente, 
a extensão do Protocolo de Kyoto, cuja validade terminaria em 2012.
 Nessa conferência, ficou acordada a validade do protocolo de Kyoto até o ano de 2020. 
Todavia, Rússia, Japão, Canadá e Nova Zelândia denunciaram o protocolo e não participam 
mais do programa global de redução de poluentes da ONU. Com isso, muito pouco foi 
avançado. Como os Estados Unidos da América também estão fora, os países que 
participam do Protocolo de Kyoto respondem por pouco mais de 15% da emissão total de 
poluentes no mundo.
Doha 2012
Na evolução da normativa do Direito Ambiental Internacional, pode-se identificar os 
documentos elaborados por comissões, como ocorreu com a Comissão da ONU sobre o Meio 
Ambiente e o Desenvolvimento. Esses documentos são, posteriormente, discutidos para, 
eventualmente, serem incorporados em Declarações de Princípios das Conferências sobre o 
Meio Ambiente. Esse processo pode ser identificado, quando da consagração do princípio do 
desenvolvimento sustentável, respectivamente, pelo:
a) Programa da Agenda 21 e Declaração do Rio/92.
b) Plano de vigia Earthwatch e Cúpula de Joanesburgo.
c) Relatório Brundtland e Declaração do Rio/92.
d) Relatório Brundtland e Declaração de Estocolmo.
e) Plano de vigia Earthwatch e Declaração de Estocolmo.
Interatividade
Na evolução da normativa do Direito Ambiental Internacional, pode-se identificar os 
documentos elaborados por comissões, como ocorreu com a Comissão da ONU sobre o Meio 
Ambiente e o Desenvolvimento. Esses documentos são, posteriormente, discutidos para, 
eventualmente, serem incorporados em Declarações de Princípios das Conferências sobre o 
Meio Ambiente. Esse processo pode ser identificado, quando da consagração do princípio do 
desenvolvimento sustentável, respectivamente, pelo:
a) Programa da Agenda 21 e Declaração do Rio/92.
b) Plano de vigia Earthwatch e Cúpula de Joanesburgo.
c) Relatório Brundtland e Declaração do Rio/92.
d) Relatório Brundtland e Declaração de Estocolmo.
e) Plano de vigia Earthwatch e Declaração de Estocolmo.
Resposta
ATÉ A PRÓXIMA!

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