Logo Passei Direto
Buscar

Técnicas de preenchimento escala de cinzas, luz e sombra

Ferramentas de estudo

Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

DESENHO E 
PLÁSTICAS
Marina Otte
Técnicas de preenchimento: 
escala de cinzas, 
luz e sombra
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 Definir tonalidade localizada, luz e sombra, hachura e textura.
 Diferenciar as técnicas de aplicação de luz e sombra.
 Construir um desenho preenchido.
Introdução
O preenchimento de um desenho é um item essencial para o entendi-
mento da representação. Esse recurso complementa o desenho, que, via 
de regra, é iniciado pelo contorno das formas, mas aspectos de volume 
e textura não podem ser representados somente com esse tipo de linha.
Utilizar recursos de preenchimento como tonalidades, luz e sombra, 
sombreados, hachuras e texturas dá ao desenho aspectos mais realísti-
cos. Aproximar a representação à sua essência ajuda a quem observa o 
desenho a entendê-lo melhor e facilmente reconhecer do que se trata.
Por isso, neste capítulo, você vai ser apresentado ao significado de 
conceitos como tonalidades, luz e sombra, hachura e textura. A partir 
dessas definições, vai conhecer técnicas específicas para a aplicação de 
luz e sombra e vai ver como produzir seu próprio desenho preenchido. 
1 Elementos de preenchimento do objeto
Para a realização de um bom desenho, são necessários diversos aspectos que 
aumentam a capacidade de percepção e o entendimento das formas repre-
sentadas. O elemento mais primário é a linha: “Uma linha contínua ou um 
conjunto de linhas pode representar um formato. Esse formato, por sua vez, 
pode indicar um plano. E as áreas em quedois planos se tocam, as arestas, 
também são indicadas por linha” (BAJZEK, 2019, p. 16).
A partir do formato, são necessários outros elementos que auxiliam no 
entendimento das formas e de suas características. Nesse sentido, a nossa 
percepção é capaz de entender imagens que estimularão os nossos sentidos, 
como, por exemplo, o tato, mesmo que o espectador do desenho não encoste 
nele — isso é possível a partir do uso de sombras, que são capazes de conferir 
um aspecto de materialidade ao desenho (BAJZEK, 2019).
Por meio de técnicas de preenchimento, é possível perceber elementos como 
luz e sombra, que definirão aspectos como volumes e texturas do objeto. O 
preenchimento é composto por tonalidades, luz e sombra e texturas, que são 
resultado das hachuras presentes na representação.
Na tonalidade localizada, é possível identificar as partes mais claras e mais 
escuras do objeto: “Cada objeto tem uma claridade ou obscuridade intrínseca, 
independentemente de sua iluminação. Este fenômeno é conhecido como tom 
local” (DOYLE, 2007, p. 16). Uma superfície de laca branca e um tijolo de 
adobe, sob a mesma fonte luminosa, terão tonalidades localizadas diferentes 
— no tijolo, as partes iluminadas serão mais escuras que as da laca.
O sombreado de claro e escuro é capaz de dar a sensação de volume ao objeto 
e ele é tão importante ao longo da história da pintura que inclusive recebeu 
um nome específico: chiaroscuro, que significa a variação que aparece em 
um sombreado, variando de tons claros até tons escuros, resultando em uma 
sensação de tridimensionalidade do desenho (DOYLE, 2007). 
Essa técnica de luz e sombra pode ser feita tanto no preto e branco, usando 
grafites, quanto com a cores, com materiais como lápis de cor, hidrocores, 
giz pastel, entre outros. Para preto e branco, o ideal é treinar as escalas de 
cinza capazes de serem produzidas pelos variados tipos de grafites (Figura 
1a) — lembrando que eles podem variar de 9H (mais duro e a cor fica mais 
cinza) até 9B (mais mole de cor mais escura, quase preto).
Técnicas de preenchimento: escala de cinzas, luz e sombra2
Em relação às cores, é importante salientar que elas variam sutilmente na 
produção de partes claras e escuras sobre um objeto. Essa variação pode ser 
observada em um círculo cromático (Figura 1b). O matiz, a cor propriamente 
dita, recebe a variação de sua tonalidade acrescentando o branco, cor mais 
luminosa, ou acrescentando preto, cor mais sóbria. A cor vai depender da 
tonalidade local de cada superfície e a incidência de luz. 
Figura 1. (a) Escala tonal dos vários lápis disponíveis no mercado. (b) Círculo cromático e a 
variação dos matizes mais iluminados (centro) e mais sóbrios (borda).
Fonte: Militaru (2012, documento on-line); PicoStudio/Shutterstock.com.
Escolhido o material, a luz e a sombra podem ser alcançadas com hachuras 
ou esfumados. O esfumado é uma técnica que consiste em misturar os tons de 
modo que não se note a passagem de uma tonalidade para a outra, mas, sim, 
uma espécie de mancha em degrade. O material que aplicado sobre o papel é 
borrado em busca dos valores tonais (CURTIS, 2015).
Esfumar pode ser mais fácil com carvão (Figura 2) ou grafites, mas também é 
possível com lápis de cor macios e giz pastel. Para “espalhar” o material, pode-se 
usar um papel toalha, algodão, limpa-tipos, esfuminhos ou até mesmo o dedo.
3Técnicas de preenchimento: escala de cinzas, luz e sombra
Figura 2. Carvão aplicado sobre papel e esfumado.
Fonte: Anastasiia Firsova/Shutterstock.com.
Hachurar é criar tons de cinza por meio de linhas; os diversos tons 
aparecem conforme a proximidade ou a distância entre as linhas é exe-
cutada. Linhas próximas formam tons mais escuros, enquanto linhas 
mais distantes formam tons mais claros. “Um método alternativo para a 
criação de tom que pode ser empregado em qualquer superfície é criar tons 
de cinza por meio de linhas paralelas (hachuras ou hachuras cruzadas)” 
(CURTIS, 2015, p. 226).
As hachuras também podem variar de intensidade quando se aperta mais 
ou menos o material para conseguir a variação tonal, e a direção da hachura 
também pode identificar a direção da luz ou indicar uma textura ou plano 
(Figura 3).
Técnicas de preenchimento: escala de cinzas, luz e sombra4
Figura 3. Hachuras variadas que podem ser usadas para indicação 
de luz e sombra e ao mesmo tempo indicam texturas.
Fonte: Kovalov Anatolii/Shutterstock.com.
Nesse ponto, vale ressaltar que as hachuras também podem ser feitas com 
pontos e linhas irregulares (Figura 4). Essas variações acabam por gerar 
texturas sobre uma superfície, ajudando a representar outras qualidades dos 
objetos. Com as texturas, é possível perceber se o objeto é mais liso ou rugoso, 
mais duro ou macio; além disso, as texturas em um desenho podem ser táteis, 
com relevos no papel, ou apenas visuais, com a aplicação do preenchimento. 
5Técnicas de preenchimento: escala de cinzas, luz e sombra
Figura 4. Pontilhado para indicar texturas e variação tonal.
Fonte: DarkPlatypus/Shutterstock.com.
Tonalidade, luz e sombra, hachura e textura são os elementos básicos de 
preenchimento e dão todo o diferencial no desenho. Ao utilizá-los, a represen-
tação caminha na busca do realismo das formas. Por isso, para usufruir desses 
princípios, algumas técnicas de aplicação de luz e sombra são necessárias, o 
que você confere a seguir.
2 Procedimentos para a aplicação 
da luz e sombra
Observar é procedimento básico para o início de qualquer desenho, espe-
cialmente no que se refere à aplicação de luz e sombra. Assim, é necessário 
analisar detalhadamente cada objeto, cada material e como a luz incide sobre 
eles para reproduzi-la.
Para desenhos em preto e branco, a base é a variação tonal produzida com 
os grafites. Nos primeiros desenhos, pode-se trabalhar com uma gama em 
torno de seis lápis diferentes para conseguir uma boa variação. Com o tempo, 
é possível conseguir boas variações com apenas alguns lápis ou até mesmo 
com apenas um.
Técnicas de preenchimento: escala de cinzas, luz e sombra6
O exercício de escala tonal é aparentemente muito simples, mas essencial para repre-
sentar sombras, visto que elas precisam dessa variação de tons de cinza para serem 
executadas.
Para realizar o esfumado, começa-se pintando uma camada de grafite sobre 
o papel. Depois, usa-se algum meio para unificar o grafite e, em seguida, 
pode-se ir puxando o grafite para as áreasbrancas a fim de criar meios tons. 
Outra forma é já fazer o degradê nos grafites e depois ir misturando com o 
meio escolhido, como dedo, papel, algodão, esfuminho — muitos profissio-
nais preferem utilizar o esfuminho por ser mais preciso e limpo, visto que o 
desenhista tem mais controle sobre o material e não suja as mãos. 
O esfuminho nada mais é que um papel enrolado bem firme em um formato cilín-
drico similar a um lápis que pode ser comprado pronto ou ser confeccionado pelo 
desenhista. Veja a Figura 5. 
Figura 5. Esfuminhos.
Fonte: Poli (2018, documento on-line).
7Técnicas de preenchimento: escala de cinzas, luz e sombra
O ideal é passar levemente o esfuminho, ou outro meio para esfumar, sobre o 
grafite, cuidando para não machucar o papel, em função de muitas vezes o grafite 
“encerrar” o papel dificultando seu borrado. O segredo do esfumado é ser sutil — 
inclusive, pode-se, em uma evolução do desenho, eliminar as linhas de contorno 
usando apenas a variação tonal para perceber os limites do objeto (Figura 6).
Figura 6. Variação tonal de luz e sombra com esfumado — note 
que em algumas partes os contornos foram eliminados.
Fonte: JONG23/Shutterstock.com.
É importante salientar que as cores ou escalas de cinza não são visualizados 
de forma isolada. Para aplicar luz e sombra, deve-se considerar sobre qual 
outra cor está aplicada a variação tonal: “Cores claras e cores fortes e vivas 
parecem iluminadas ou brilhantes quandocercadas por valores mais escuros, 
aplicadas sobre fundos tonalizados ou vistas contra eles” (DOYLE, 2007, p. 22).
A base da aplicação da técnica de luz e sombra e suas variações é que ocorram 
contrastes. Nos desenhos conhecidos como PB (preto e branco), o efeito sombre-
ado varia de cinza claro até preto. Todavia, para um desenho colorido, o uso de 
sombreados nesses tons deixará o desenho sem brilho, sem vida (DOYLE, 2007).
Por isso, quando o desenho for colorido, deve-se atentar para a composição 
cromática do matiz. A sombra de desenhos coloridos não é preta ou cinza, mas, 
sim, a variação tonal da cor. Uma cor com um fundo mais sóbrio representará 
partes sombreadas, enquanto nas áreas iluminadas o matiz será mais claro.
Para conseguir essa variação para o claro em tintas, é só acrescentar o 
branco. Já sobre o papel branco, é mais fácil: pode-se deixar cada vez mais 
aparecer o fundo, que é claro e dará a sensação de matiz mais iluminado. Note 
Técnicas de preenchimento: escala de cinzas, luz e sombra8
que o exercício de escala tonal também vale para as cores, e o domínio de 
controlar a pressão do lápis sobre o papel é essencial para essa representação.
Há uma diferença sutil entre os matizes que representarão o claro e o escuro, 
e muitas caixas de lápis de cor já trazem essa variação pronta. Entender a 
mistura das cores também é essencial para luzes e sombras e, mais uma vez, 
o círculo cromático pode ajudar nessa visualização.
Podemos pesnar no exemplo do verde das plantas, que é uma cor secundária, 
ou seja, originária da mistura do azul com amarelo, duas cores primárias. Para 
representar a luz e a sombra em uma árvore, pode-se usar mais amarelo na 
área iluminada e mais azul na parte sombreada (Figura 7).
Figura 7. Verdes podem ser mais iluminados com acréscimo 
de branco ou com o uso de mais amarelo; já para as áreas de 
sombras, acrescenta-se azul.
Fonte: Scott E. Feuer/Shutterstock.com.
As hachuras, segundo Ching (2017), podem variar entre: hachuras paralelas, 
hachuras cruzadas, hachuras com movimentos circulares e pontilhados (Figura 
8). Independentemente da técnica escolhida, o foco sempre deve ser o tom que 
ser quer representar. Já o efeito visual de cada uma pode variar especialmente 
se analisada a textura que se quer representar.
9Técnicas de preenchimento: escala de cinzas, luz e sombra
Figura 8. Tipos variados de hachuras.
Fonte: Ching (2017, p. 149).
Ching (2017) também estabelece alguns procedimentos de execução para cada 
hachura. No caso das hachuras paralelas, os traços, relativamente paralelos uns 
aos outros, podem ser curtos ou longos e executados à mão livre ou com régua.
Quando executados à mão livre, recomenda-se traços mais curtos e diagonais, 
considerando que por esse meio o desenho é mais flexível. A direção da hachura 
pode seguir alguma linha existente no desenho ou no plano. Já para representar 
superfícies curvas, pode-se diminuir a pressão do traçado nas suas bordas.
Além disso, deve-se tomar cuidado com grafites muitos duros, que podem 
rasgar o papel, bem como cuidar quando a hachura for feita à caneta, pois com 
esse material não é possível variar a pressão, somente aproximar ou afastar 
os traços para conseguir valores tonais diferenciados.
Para as hachuras cruzadas, são utilizadas séries de traços em duas ou mais 
direções e que também podem ser curtos ou longos, feitos com lápis ou caneta, 
à mão livre ou com o uso de régua. Utilizando-se dois sentidos, a sombra fica 
mais dura e mecânica, mas facilita a descrição de certos tipos de texturas.
No conjunto de três ou mais camadas de hachuras, gera-se mais flexibilidade 
na representação, sendo mais fácil representar orientação e curvatura das 
superfícies. Na prática, é comum utilizar em um mesmo desenho dois tipos 
de hachuras, até para diferenciar os materiais e suas texturas.
Técnicas de preenchimento: escala de cinzas, luz e sombra10
Nas hachuras circulares, os movimentos dos traços são aleatórios e 
multidirecionais, e esse tipo de hachura é executado apenas à mão livre: 
“Podemos variar a forma, a densidade e a direção dos traços para atingir 
gamas mais amplas de valores tonais, texturas e expressividade visual” 
(CHING, 2017, p. 152). Os traços podem ser interrompidos ou contínuos 
e facilitam a representação de diferentes materiais, como os veios de uma 
madeira.
Por fim, o pontilhado faz uso de uma série de pontos muito pequenos para 
representar a variação tonal e a luz e a sombra. É um trabalho mais lento e 
minucioso, sendo recomendado para esse desenho o uso de canetas nanquim 
de ponta fina. Além disso, essa técnica é ideal para uso em desenho no qual 
não se tem os contornos dos objetos.
A sequência de pontos é que definirá a silhueta das formas. Para um bom 
resultado, recomenda-se, primeiro, cobrir as áreas sombreadas com pontos 
distribuídos de maneira uniforme. Somente depois são acrescentados novos 
elementos para formar a variação tonal desejada — o importante é não variar 
o tamanho dos pontos, somente a sua quantidade.
Vimos, portanto, que existem variadas formas de representar a ação da 
luz sobre os objetos que serão desenhados e que cada elemento possui uma 
tonalidade própria que também deve ser representada. A seguir, você verá 
como iniciar seu próprio desenho preenchido.
3 O desenvolvimento do desenho preenchido
O desenho é uma aptidão que é aprimorada conforme se pratica. Por isso, para 
criar o próprio desenho de preenchimento, é preciso ter em mente o estágio 
em que se encontra e considerar que, quanto mais exercício é feito, mais se 
evolui nas representações.
Dessa forma, começa-se desenvolvendo formas unitárias mais simples para 
depois chegar ao desenho de uma cena toda. Inicia-se, então, escolhendo um 
papel sulfite A4 e uma gama de alguns grafites e, em um segundo momento, 
treina-se com canetas e materiais coloridos.
11Técnicas de preenchimento: escala de cinzas, luz e sombra
Começa-se desenhando formas geométricas simples e planas, como um 
triângulo, um quadrado, um círculo e um retângulo (Figura 9a). Uma das funções 
do preenchimento, além de dar luz, sombra e textura, é representar os volumes; 
então, a partir dos desenhos planos, preenche-se com tonalidades de grafite a 
fim de transformar os objetos bidimensionais em tridimensionais (Figura 9). 
Observa-se, assim, como a luz funciona sobre as formas: “será mais fácil se você 
semicerrar os olhos, pois isso anula as diferenças sutis de valor e permite a você que 
enxergue as relações tonais genéricas do ‘macrocenário’” (CURTIS,2015, p. 224).
Conforme destaca Hallawel (1999), a incidência da luz sobre os objetos 
causa alguns efeitos, dentre eles (Figura 9b):
  destaques de luz (A): superfície diretamente iluminada pela fonte 
luminosa;
  sombras próprias (B): áreas ainda sobre o objeto que não recebem 
diretamente a luz e estão sombreadas;
  zonas de luz refletidas (C): áreas sombreadas, mas que sofrem certa 
influência das áreas iluminadas — dessa forma, possuem uma sombra 
não tão intensa e que pode ser representada com um tom médio;
  sombras projetadas (D): valores tonais escuros que se formam sobre uma 
superfície que receberia luz caso o objeto não estivesse naquele local.
Figura 9. (a) Formas geométricas simples bidimensionais. (b) Preenchimento transfor-
mando as formas em elementos tridimensionais.
Fonte: Oana_Unciuleanu/Shutterstock.com.
Técnicas de preenchimento: escala de cinzas, luz e sombra12
A luz e a sombra também podem ser representadas com hachuras. Começa-
-se treinando hachuras mais simples: linhas paralelas. Primeiro, desenha-se o 
contorno dos objetos da cena, escolhendo algo mais simples. Depois, faz-se o 
processo de observação das partes mais e menos iluminadas.
A partir do entendimento das sobras, preenche-se as áreas escuras. Então, 
passa-se a diferenciar áreas mais e menos escuras, como, por exemplo, as sombras 
no próprio objeto e as sombras projetadas no chão. Para as áreas com uma tona-
lidade média, as linhas são mais afastadas. Para as sombras projetadas, as linhas 
são aproximadas para dar a sensação de uma tonalidade mais escura (Figura 10).
Figura 10. Desenho com hachuras paralelas: mais distantes nos objetos (tons médios), mais 
próximas nas sombras projetadas (tons escuros).
Fonte: Jackie Irkovich/Shutterstock.com.
Quando se domina o desenho individual e depois de hachuras mais sim-
ples, começa-se a treinar com cenas mais complexas. Aproveita-se, então, 
para escolher algo que retrate seu dia a dia profissional. O ideal é realizar o 
desenho in loco para conseguir observar bem as tonalidades localizadas, a 
luz, a sombra, bem como as texturas.
13Técnicas de preenchimento: escala de cinzas, luz e sombra
Separa-se um papel A4 — ou A3, caso se trate de uma cena maior — e se 
começa, por um desenho de observação, a delimitar os objetos principais. É 
importante lembrar de semicerrar os olhos para observar a incidência de luz 
e, a partir daí, começar a sombrear.
Pode-se aproveitar para começar a retratar as texturas, percebendo as rugosas, 
nas quais se pode usar linhas mais irregulares; metais, que se representa com uma 
espécie de brilho na parte central; lisas, com linhas mais limpas; tramas com 
hachuras cruzadas,; superfícies curvas; vidros com transparência, ou seja, mesmo 
com hachura, aparece o que está por trás do vidro, e assim por diante (Figura 11).
Figura 11. Desenho com hachuras representando luz e sombra, texturas, volumes.
Fonte: Curtis (2015, p. 34).
Neste capítulo, vimos a importância do preenchimento em um desenho. 
Com essa técnica, podemos compreender e representar a tonalidade localizada, 
a luz e a sombra que podem ser efetuadas com esfumados ou hachuras.
Com o uso de hachuras, sejam elas paralelas, cruzadas, circulares ou 
pontilhadas, é possível representar as diferentes texturas dos objetos. Esses 
recursos engrandecem a representação e a trazem para mais perto da realidade 
do mundo que nos cerca.
Técnicas de preenchimento: escala de cinzas, luz e sombra14
BAJZEK, E. Técnicas da ilustração à mão livre: do ambiente construído à paisagem urbana. 
Osasco: Gustavo Gili, 2019.
CHING, F. D. K. Representação gráfica em arquitetura. Porto Alegre: Bookman, 2017.
CURTIS, B. Desenho de observação. 2. ed. Porto Alegre: AMGH, 2015.
DOYLE, M. E. Desenho a cores: técnicas de desenho de projeto para arquitetos, paisagistas 
e designers de interiores. Porto Alegre: Bookman, 2007.
HALLAWELL, P. C. À mão livre: a linguagem do desenho. 11. ed. São Paulo: Melhora-
mentos, 1999.
MILITARU, A. Cumparand materiale pentru desen. Aleg As Desenez, 3 nov. 2012. Dis-
ponível em: http://alegsadesenez.com/cumparand-materiale-pentru-desen/. Acesso 
em: 12 mar. 2020.
POLI, M. Esfuminho: estou usando ele da forma correta? Desenhos Realistas, 11 abr. 2018. 
Disponível em: https://desenhosrealistas.com.br/esfuminho/. Acesso em: 12 mar. 2020.
Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun-
cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a 
rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de 
local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade 
sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links.
15Técnicas de preenchimento: escala de cinzas, luz e sombra

Mais conteúdos dessa disciplina