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1 MATRIZ DE ATIVIDADE INDIVIDUAL Estudante:BEATRIZ VELLOZO LUCARELLI Disciplina: RECUPERAÇÃO JUDICIAL E FALÊNCIA Turma: Inicialmente, antes de abordar o tema, faço uma breve sintese do caso. Vejamos. Uma sociedade empresária chamada VFC Comércio e Industria de Material Esportivo LTDA, encontra-se em uma crise ecomonica financeira, o qual possui diversas dívidas em seu nome de diversos ramos, as quais, se continuarem em aberto poderão prejudicar ainda mais a imagem da empresa. Quanto as dívidas, temos os seguintes cenários: “R$ 1.000.000,00 de débitos trabalhistas, R$ 3.500.000,00 de débitos para fornecedores – não garantidos, R$ 6.500.000,00 de débitos bancários, garantidos por hipoteca, R$ 1.500.000,00 de débitos para fornecedores ME ou EPP – não garantidos – e R$ 100.000,00 de débitos perante a operadora de prestação de serviço de energia elétrica.” Bom, após o breve resumo sobre o caso em comento, vamos para as soluções para resolução. Vejamos. A primeira medida a ser tomada, é o ingress de uma demanda judicial para que seja reesguardado o patrimônio da empresa, bem como que seja resolvida a questão do superendividamento. O melhor caminho a ser seguido no presente caso é conhecido por RECUPERAÇÃO JUDICIAL, resguardado pela Lei 11.101/05, tendo como principal objetivo o afastamento da falência, conversando-se a manutenção da atividade empresarial e a função social. O Art. 48 da Lei 11.101/05, resguarda os requisitos para quem pode requerer em juízo a recuperação da judicial da empresa, o que, pode-se observar que a empresa VFC Comércio e Industria de Material Esportivo LTDA atende os requisitos: Art. 48. Poderá requerer recuperação judicial o devedor que, no momento do pedido, exerça regularmente suas atividades há mais de 2 (dois) anos e que atenda aos seguintes requisitos, cumulativamente: I – não ser falido e, se o foi, estejam declaradas extintas, por sentença transitada em julgado, as responsabilidades daí decorrentes; II – não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido concessão de recuperação judicial; III - não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido concessão de recuperação judicial com base no plano especial de que trata a Seção V deste Capítulo; (Redação dada pela Lei Complementar nº 147, de 2014) IV – não ter sido condenado ou não ter, como administrador ou sócio controlador, pessoa condenada por qualquer dos crimes previstos nesta Lei. § 1º A recuperação judicial também poderá ser requerida pelo cônjuge sobrevivente, herdeiros do devedor, inventariante ou sócio remanescente. (Renumerado pela Lei nº 12.873, de 2013) § 2º No caso de exercício de atividade rural por pessoa jurídica, admite-se a comprovação do prazo estabelecido no caput deste artigo por meio da Escrituração Contábil Fiscal (ECF), ou por meio de obrigação legal de registros contábeis que venha a substituir a ECF, entregue tempestivamente. (Redação dada pela Lei nº 14.112, de 2020) (Vigência) https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LCP/Lcp147.htm#art5 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LCP/Lcp147.htm#art5 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2013/Lei/L12873.htm#art22 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2020/Lei/L14112.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2020/Lei/L14112.htm#art7 2 § 3º Para a comprovação do prazo estabelecido no caput deste artigo, o cálculo do período de exercício de atividade rural por pessoa física é feito com base no Livro Caixa Digital do Produtor Rural (LCDPR), ou por meio de obrigação legal de registros contábeis que venha a substituir o LCDPR, e pela Declaração do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física (DIRPF) e balanço patrimonial, todos entregues tempestivamente. (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020) (Vigência) § 4º Para efeito do disposto no § 3º deste artigo, no que diz respeito ao período em que não for exigível a entrega do LCDPR, admitir-se-á a entrega do livro-caixa utilizado para a elaboração da DIRPF. (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020) (Vigência) § 5º Para os fins de atendimento ao disposto nos §§ 2º e 3º deste artigo, as informações contábeis relativas a receitas, a bens, a despesas, a custos e a dívidas deverão estar organizadas de acordo com a legislação e com o padrão contábil da legislação correlata vigente, bem como guardar obediência ao regime de competência e de elaboração de balanço patrimonial por contador habilitado. (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020) (Vigência) Assim que for requerida em juízo, o juiz irá analisar todos os documentos juntados pela suposta Recuperanda (ora, VFC Comércio), para verificar a possibilidade de deferimento. Ressalta-se que este ponto é muito importante, pois é nitidamente uma virada de chave dentro da empresa. A recuperação judicial em si, possui vantagens e desvantagens como qualquer outra medida. Entretanto, os pontos positivos, são mais favoráveis, vejamos: (i) suspensão das ações e execuções contra a empresa a fim de resguardar o patrimônio, que poderá ser oferecido como forma de pagamento aos credores em momento oportuno; (ii) possibilidade de prorrogação do stay period (mencioando no item 1); e (iii) possibilidade de renegociação das dívidas. Todos os benefícios estão pré estabelecidos no Art. 6, da Lei: Art. 6º A decretação da falência ou o deferimento do processamento da recuperação judicial implica: (Redação dada pela Lei nº 14.112, de 2020) (Vigência) I - suspensão do curso da prescrição das obrigações do devedor sujeitas ao regime desta Lei; (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020) (Vigência) II - suspensão das execuções ajuizadas contra o devedor, inclusive daquelas dos credores particulares do sócio solidário, relativas a créditos ou obrigações sujeitos à recuperação judicial ou à falência; (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020) (Vigência) III - proibição de qualquer forma de retenção, arresto, penhora, sequestro, busca e apreensão e constrição judicial ou extrajudicial sobre os bens do devedor, oriunda de demandas judiciais ou extrajudiciais cujos créditos ou obrigações sujeitem-se à recuperação judicial ou à falência. (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020) (Vigência) § 1º Terá prosseguimento no juízo no qual estiver se processando a ação que demandar quantia ilíquida. § 2º É permitido pleitear, perante o administrador judicial, habilitação, exclusão ou modificação de créditos derivados da relação de trabalho, mas as ações de natureza trabalhista, inclusive as impugnações a que se refere o art. 8º desta Lei, serão processadas perante a justiça especializada até a apuração do respectivo crédito, que será inscrito no quadro-geral de credores pelo valor determinado em sentença. § 3º O juiz competente para as ações referidas nos §§ 1º e 2º deste artigo poderá determinar a reserva da importância que estimar devida na recuperação judicial ou na falência, e, uma vez reconhecido líquido o direito, será o crédito incluído na classe própria. § 4º Na recuperação judicial, as suspensões e a proibição de que tratam os incisos I, II e III do caput deste artigo perdurarão pelo prazo de 180 (cento e oitenta) dias, contado do deferimento do processamento da recuperação, prorrogável por igual período, uma única vez, em caráter excepcional, desde que o devedor não haja concorrido com a superação do lapso temporal. (Redação dada pela Lei nº 14.112, de 2020) (Vigência) § 4º-A. O decurso do prazo previsto no § 4º deste artigo sem a deliberação a respeito do plano de recuperação judicial proposto pelo devedor faculta aos credores a propositura de plano alternativo, na forma dos §§ 4º, 5º, 6º e 7º do art. 56 desta Lei, observado o seguinte: (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020) (Vigência) https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2020/Lei/L14112.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2020/Lei/L14112.htm#art7https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2020/Lei/L14112.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2020/Lei/L14112.htm#art7 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2020/Lei/L14112.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2020/Lei/L14112.htm#art7 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2020/Lei/L14112.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2020/Lei/L14112.htm#art7 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2020/Lei/L14112.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2020/Lei/L14112.htm#art7 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2020/Lei/L14112.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2020/Lei/L14112.htm#art7 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2020/Lei/L14112.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2020/Lei/L14112.htm#art7 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2020/Lei/L14112.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2020/Lei/L14112.htm#art7 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2020/Lei/L14112.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2020/Lei/L14112.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2020/Lei/L14112.htm#art7 3 I - as suspensões e a proibição de que tratam os incisos I, II e III do caput deste artigo não serão aplicáveis caso os credores não apresentem plano alternativo no prazo de 30 (trinta) dias, contado do final do prazo referido no § 4º deste artigo ou no § 4º do art. 56 desta Lei; (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020) (Vigência) II - as suspensões e a proibição de que tratam os incisos I, II e III do caput deste artigo perdurarão por 180 (cento e oitenta) dias contados do final do prazo referido no § 4º deste artigo, ou da realização da assembleia-geral de credores referida no § 4º do art. 56 desta Lei, caso os credores apresentem plano alternativo no prazo referido no inciso I deste parágrafo ou no prazo referido no § 4º do art. 56 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020) (Vigência) § 5º O disposto no § 2º deste artigo aplica-se à recuperação judicial durante o período de suspensão de que trata o § 4º deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 14.112, de 2020) (Vigência) § 6º Independentemente da verificação periódica perante os cartórios de distribuição, as ações que venham a ser propostas contra o devedor deverão ser comunicadas ao juízo da falência ou da recuperação judicial: I – pelo juiz competente, quando do recebimento da petição inicial; II – pelo devedor, imediatamente após a citação. § 7º-A. O disposto nos incisos I, II e III do caput deste artigo não se aplica aos créditos referidos nos §§ 3º e 4º do art. 49 desta Lei, admitida, todavia, a competência do juízo da recuperação judicial para determinar a suspensão dos atos de constrição que recaiam sobre bens de capital essenciais à manutenção da atividade empresarial durante o prazo de suspensão a que se refere o § 4º deste artigo, a qual será implementada mediante a cooperação jurisdicional, na forma do art. 69 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil), observado o disposto no art. 805 do referido Código. (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020) (Vigência) § 7º-B. O disposto nos incisos I, II e III do caput deste artigo não se aplica às execuções fiscais, admitida, todavia, a competência do juízo da recuperação judicial para determinar a substituição dos atos de constrição que recaiam sobre bens de capital essenciais à manutenção da atividade empresarial até o encerramento da recuperação judicial, a qual será implementada mediante a cooperação jurisdicional, na forma do art. 69 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil), observado o disposto no art. 805 do referido Código. (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020) (Vigência) § 8º A distribuição do pedido de falência ou de recuperação judicial ou a homologação de recuperação extrajudicial previne a jurisdição para qualquer outro pedido de falência, de recuperação judicial ou de homologação de recuperação extrajudicial relativo ao mesmo devedor. (Redação dada pela Lei nº 14.112, de 2020) (Vigência) § 9º O processamento da recuperação judicial ou a decretação da falência não autoriza o administrador judicial a recusar a eficácia da convenção de arbitragem, não impedindo ou suspendendo a instauração de procedimento arbitral. (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020) (Vigência) § 11. O disposto no § 7º-B deste artigo aplica-se, no que couber, às execuções fiscais e às execuções de ofício que se enquadrem respectivamente nos incisos VII e VIII do caput do art. 114 da Constituição Federal, vedados a expedição de certidão de crédito e o arquivamento das execuções para efeito de habilitação na recuperação judicial ou na falência. (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020) (Vigência) § 12. Observado o disposto no art. 300 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil), o juiz poderá antecipar total ou parcialmente os efeitos do deferimento do processamento da recuperação judicial. (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020) (Vigência) § 13. Não se sujeitam aos efeitos da recuperação judicial os contratos e obrigações decorrentes dos atos cooperativos praticados pelas sociedades cooperativas com seus cooperados, na forma do art. 79 da Lei nº 5.764, de 16 de dezembro de 1971, consequentemente, não se aplicando a vedação contida no inciso II do art. 2º quando a sociedade operadora de plano de assistência à saúde for cooperativa médica. (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020) (Vigência) Com isso, considerando o deferimento da recuperação judicial pelo juiz, a partir deste momento, todas as ações e execução são suspensas pelo prazo de 180 dias. https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2020/Lei/L14112.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2020/Lei/L14112.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2020/Lei/L14112.htm#art7 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2020/Lei/L14112.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2020/Lei/L14112.htm#art7 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2020/Lei/L14112.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2020/Lei/L14112.htm#art7 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art69 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art69 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art805 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art805 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2020/Lei/L14112.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2020/Lei/L14112.htm#art7 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art69 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art69 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art805 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2020/Lei/L14112.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2020/Lei/L14112.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2020/Lei/L14112.htm#art7 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2020/Lei/L14112.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2020/Lei/L14112.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2020/Lei/L14112.htm#art7 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2020/Lei/L14112.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2020/Lei/L14112.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2020/Lei/L14112.htm#art7 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art114vii https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art114viihttps://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2020/Lei/L14112.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2020/Lei/L14112.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2020/Lei/L14112.htm#art7 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art300 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art300 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2020/Lei/L14112.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2020/Lei/L14112.htm#art7 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L5764.HTM#art79 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L5764.HTM#art79 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2020/Lei/L14112.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2020/Lei/L14112.htm#art7 4 Importante observar que se a recuperação judicial não foi deferida, o juiz pode decretar a falência, se, a empresa provavelmente não atender os requisitos. Neste sentido, com a empresa tendo a recuperação judicial deferida, o juiz irá nomear um administrador judicial para a empresa de sua confiança, que irá conduzir de forma paralela, informando o juiz de todas as questões financeiras que envolvem a empresa, bem como consoliar as dívidas, credores, assembleia geral de credores, bem como para sanar eventuais dúvidas. Outro ponto importante é que, a partir do deferimento da recuperação judicial, a empresa recuperanda tem o prazo de 60 dias para apresentar a formalização de um plano para reorganização financeira e pagamento de credores. Com isso, o juiz designa a Assembleia Geral de Credores para que todos compaceram com o intuito de conversar sobre o “PRJ” apresentando, restanto apenas 3 alternativas conforme o Art. 35: a aprovação, a rejeição ou a modificação do plano de recuperação. O “PRJ” prevê a forma de pagamento (início, quantidade de parcelas e deságio), entretanto, respeitando-se a classificação do crédito pela seguinte forma de pagamento, conforme determinada no Art. 83 da Lei de Recuperação Judicial. 1. Créditos trabalhistas até 150 salários-mínimos ou de acidentes de trabalho; 2. Créditos garantidos por direitos reais; 3. Créditos tributários, exceto os créditos extraconcursais e as multas tributárias; 4. Créditos quirografários; 5. Demais créditos. O “PRJ” torna-se uma garantia aos credores sobre a possibilidade de recebimento do crédito, mesmo que venha com deságio, é uma garantia. A empresa precisa verificar os valores/deságio colocados a disposição dos credores para pagamento foram feitos com base nas perspectivas e projeções da Recuperanda, ao qual, não pode se comprometer com algo que esteja fora de seu alcance, sob pena de seu descumprimento acarretar na decretação de falência, conforme artigo 61, § 1º, Lei nº 11.101 /05. No momento da “AGC”, com a deliberação e discussão de pontos que entendem ser importantes para votação do plano, os credores presentes votam, e caso seja aprovado pela maioria, todos os créditos serão submetidos aos efeitos da recuperação judicial, mesmo ao credor ausente. Neste sentido, o poder de voto que é exercido pelos credores na “AGC” é um direito democrático e legítimo de suas deliberações, como bem expostos nas palavras de RONALDO ALVES DE ANDRADE: Não podemos perder de vista, que nos termos da nova lei (...) o credor tem participação ativa no sentido de aceitar ou não as condições oferecidas pelo devedor. A fim de não permitir que a falência do devedor seja decretada pela vontade de um único devedor, a lei preconizou que em case de impugnação por algum devedor ao plano de recuperação apresentado pelo devedor, o juiz deverá convocar a assembleia para deliberar acerca da conveniência da recuperação apresentada. Isto evita que uma falência seja decretada injustamente tão-somente porque um devedor, as vezes por espírito puramente emulativo, não concorde com o plano simplesmente para que a falência seja decretada, em prejuízo dos demais credores e do mercado. A convocação da assembleia para essa finalidade outorga uma maior e efetiva representatividade dos credores, na medida em que se trata de um órgão colegiado formado por um número mais expressivo de credores, 5 que poderão melhor avaliar o sucesso do plano de recuperação apresentado pelo devedor, podendo, na forma do art. 56, §3º, sofrer alterações, as quais dependerão de concordância do devedor para serem implementada.1 (1) Inclusive, porque, após a aprovação do “PRJ” o Poder Judiciário não pode interferir em sobre questões financeiras e econômicas que foram colocadas para votação. O que deve ser verificado apenas é com relação a legalidade, evitando a aprovação do plano com cláusulas que são contrárias a lei. Por essas e outras questões, entendo que a melhor saída para a empresa em comento seja o ajuizamento da recuperação judicial, a fim de que seja resguardado a função social da sociedade bem como a atividade econômica, conforme Art. 47. No mais, após o inicio dos pagamentos, o processo de recuperação judicial ficará suspenso até o cumprimento integral do plano, a fim de resguardar a empresa para cumprimento de todas as suas obrigações assumidas. Art. 47. A recuperação judicial tem por objetivo viabilizar a superação da situação de crise econômico- financeira do devedor, a fim de permitir a manutenção da fonte produtora, do emprego dos trabalhadores e dos interesses dos credores, promovendo, assim, a preservação da empresa, sua função social e o estímulo à atividade econômica. *Referências bibliográficas 1. DE LUCCA, Newton e SIMÃO FILHO, Adalberto (coordenação). Comentários à Nova Lei de Recuperação de Empresas e de Falências. São Paulo, Quartier Latin, 2005, p. 178 2. Lei 11.101/05 - Regula a recuperação judicial, a extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária. *Abreviações AGC- Assembleia Geral de Credores PRJ- Plano de Recuperação Judicial 1 DE LUCCA, Newton e SIMÃO FILHO, Adalberto (coordenação). Comentários à Nova Lei de Recuperação de Empresas e de Falências. São Paulo, Quartier Latin, 2005, p. 178
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