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Instrumentos Apresentação Os instrumentos são mais do que elementos técnicos, pois, juntamente com as técnicas, é considerado o instrumental técnico-operativo do Serviço Social. No entanto, o uso dos instrumentos pelo Serviço Social também passa pela dimensão ético-política, uma vez que o exercício profissional é norteado por valores e princípios éticos. Para uma atuação profissional crítica e competente, o assistente social deve conhecer as linhas teóricas que embasam a prática profissional. Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai conhecer um pouco mais sobre os principais instrumentos utilizados no cotidiano de trabalho do assistente social, as principais linhas teóricas presentes no interior da categoria profissional e a importância da dimensão ético-política na utilização dos instrumentos de leitura e realidade e de intervenção para a transformação social. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Reconhecer os principais instrumentos utilizados pelo Serviço Social. • Discutir sobre as principais linhas teóricas presentes no interior da categoria profissional do Serviço Social. • Explicar a importância da dimensão ético-política na utilização dos instrumentos de leitura e realidade e de intervenção para a transformação social. • Desafio O assistente social tem a sua disposição instrumentos que favorecem o desenvolvimento de sua prática profissional. Dependendo do seu objetivo e dos recursos disponíveis, pode optar por aquele que melhor atende às suas necessidades. Você é assistente social do Tribunal de Justiça de uma Comarca de entrância intermediária situada em um município de médio porte no Estado de Goiás e atua especificamente na Vara da Infância e da Juventude. Foi solicitado pelo Juiz responsável avaliar o pedido de destituição do poder familiar do genitor, acusado de agredir a filha de 14 anos. O processo foi movido pela mãe da adolescente por meio da Defensoria Pública. Assim, identifique as expressões da questão social evidentes na situação apresentada e os instrumentos que podem ser utilizados para o conhecimento da realidade posta em seu cotidiano de trabalho. Infográfico O Código de Ética do Assistente Social (Lei no 8.662/1993) condensa as principais normativas éticas que direcionam a atuação profissional. Ele aponta os princípios, direitos e deveres do assistente social na sua relação com os usuários, com outros profissionais e com instituições empregadoras. Além disso, estabelece condutas reprováveis e respectivas penalidades. Confira neste Infográfico os princípios que norteiam a prática profissional com base no Código de Ética. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/5d0a2a0d-27f1-4c81-8e14-84bf9872578f/ad6d138c-df43-4e14-a242-8878a50761b8.png Conteúdo do livro Os instrumentos podem ser considerados como elementos essenciais para a operacionalização da prática profissional. Seu uso relaciona-se com a dimensão técnico-operativa, mas também merece destaque a dimensão ético-política, uma vez que a prática profissional está embasada por valores e princípios contidos em um Código de Ética e respaldados pelo Projeto Ético-Político Profissional. Na obra Estratégias e Técnicas em Serviço Social II, leia o capítulo Instrumentos, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, no qual você vai conhecer os principais instrumentos utilizados no Serviço Social, as principais linhas teóricas presentes no interior da categoria profissional, além de compreender a importância da dimensão ético-política para a leitura e interpretação da realidade. Boa leitura. ESTRATÉGIAS E TÉCNICAS EM SERVIÇO SOCIAL II Daniella Tech Doreto Instrumentos Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Reconhecer os principais instrumentos utilizados pelo Serviço Social. Discutir sobre as principais linhas teóricas presentes no interior da categoria profissional do Serviço Social. Explicar a importância da dimensão ético-política na utilização dos instrumentos de leitura e realidade e de intervenção para a transfor- mação social. Introdução Os instrumentos são elementos essenciais ao trabalho do assistente social, e, juntamente com as técnicas, formam um conjunto articulado, conhecido como instrumental. Para a realização de seu trabalho, o assistente social aciona o instrumental técnico-operativo, que contribui para a viabilização da inserção da profissão em diversas formas de enfrentamento das ma- nifestações da Questão Social. É importante situar, ainda, que, além do instrumental técnico, a dimensão ético-política deve ser considerada no exercício profissional do assistente social, sendo essencial na análise da realidade, assim como a dimensão teórico-metodológica, uma vez que tais dimensões são articuladas e não ocorrem de forma isolada uma das outras. Associado a esses aspectos, cabe discutir as principais correntes teóricas presentes na categoria profissional (p. ex., positivismo, fenomenologia e marxismo). Neste capítulo, você conhecerá os principais instrumentos utilizados pelo Serviço Social e as principais linhas teóricas presentes no interior da categoria profissional. Além disso, será discutida a importância da dimen- são ético-política na utilização dos instrumentos de leitura e realidade e de intervenção para a transformação social. Os instrumentos utilizados pelo Serviço Social Quando falamos em instrumentos utilizados pelo Serviço Social, precisamos situá-los dentro de um contexto mais amplo, para que não o limitemos a uma condição meramente técnica. Nas palavras de Martinelli e Koumrouyan (1994), os instrumentos e as técnicas são elementos articulados que, juntos, constituem os chamados “instrumentais técnico-operativos”. Assim, por instrumental entende-se: [...] o conjunto articulado de instrumentos e técnicas que permitem a opera- cionalização da ação profissional. Nessa concepção é possível atribuir-se ao instrumento a natureza de estratégia ou tática, por meio da qual se realiza a ação, e à técnica, fundamentalmente, a habilidade no uso do instrumental (MARTINELLI; KOUMROUYAN, 1994, p. 137). Para as autoras, o uso do instrumental depende da habilidade técnica do agente, ou seja, do profissional responsável por operacionalizá-lo. As autoras complementam: O instrumental é, por excelência, uma categoria relacional, uma instância de passagem que permite que se realize a trajetória que vai da concepção da ação à sua operacionalização, incluindo-se aí o momento da avaliação. Nesse sentido, o instrumental expressa o eixo operacional das profissões e abrange não só o campo das técnicas como também dos conhecimentos e habilidades. É, portanto, uma categoria que se constrói a cada momento, a partir das finalidades da ação que vai se desenvolver e dos determinantes políticos, sociais e institucionais a ela referidos (MARTINELLI; KOU- MROUYAN,1994, p. 138.) As autoras enfatizam também que as instituições devem produzir ins- trumentais que garantam, por exemplo, o acompanhamento dos programas existentes, a mensuração dos resultados, a relação custo-benefício. Trata-se dos instrumentais quantitativos, ou seja, aqueles que respondem de forma mais imediata aos interesses da instituição ao qual se encontram vinculados e têm como característica principal a padronização de dados e informações necessários. Em geral, associam-se com a eficácia e a eficiência nas insti- tuições. Em contrapartida, os instrumentais qualitativos direcionam-se para o resultado final da ação, para os resultados obtidos por meio da atuação profissional. Segundo as autoras: Instrumentos2 [...] enquanto os instrumentais quantitativos têm por características básicas a padronização, o formalismo tecnoburocrático e o rigor administrativo, os qualitativos diferenciam-se porserem de construção permanente; socialmente determinados e historicamente produzidos (MARTINELLI; NAUMROU- YAN, 1994, p. 138). Em relação ao Serviço Social, Trindade (2001) aponta que estamos falando de uma profissão inscrita na divisão social do trabalho e que se constitui enquanto especialização do trabalho coletivo, sofrendo, portanto, as influências da dinâmica social, de onde surgem as demandas para as instituições às quais os assistentes sociais estão vinculados. De acordo com a autora: “[...] para a consecução de seu trabalho, os assistentes sociais acionam um instrumental técnico-operativo, que contribui para a viabilização da inserção da profissão em diversas formas de enfrentamento das manifestações da Questão Social” (TRINDADE, 2001, p. 6). Para o exercício profissional, é importante que o assistente social saiba analisar quais instrumentais podem ser utilizados, as especificidades de cada um e quais permitem atingir as suas finalidades. É necessário que o assistente social também possua autonomia na escolha do instrumental mais adequado para atingir seus objetivos e que tenha capacidade para relacionar teoria e prática, a fim de que sua intervenção não seja baseada no senso comum. Vale destacar que o instrumental escolhido possibilitará a intervenção na realidade que se apresenta ao profissional. Com base no exposto, podemos dizer que os instrumentos utilizados no Serviço Social auxiliam no desvelamento da realidade social e contri- buem para que o profissional consiga obter os elementos necessários para realizar com êxito a sua prática profissional. Dentre os instrumentos mais utilizados, temos a entrevista, que, segundo Lewgoy e Silveira (2007, documento on-line), “[...] é um dos instrumentos que possibilita a tomada de consciência pelos assistentes sociais das relações e interações que se estabelecem entre a realidade e os sujeitos, sendo eles individuais ou co- letivos”. De acordo como os autores, a entrevista é considerada como uma atividade profissional com finalidades a serem atingidas, em que pessoas estabelecem uma relação profissional por meio do conhecimento de suas histórias. Algumas fases são descritas por Lewgoy e Silveira (2007, docu- mento on-line), sendo a primeiro delas, o planejamento, que consiste em uma forma de organização prévia do que será realizado, “[...] considerando que a ação esteja sustentada pelos eixos teórico, técnico e ético-político. O planejamento é uma mediação teórico-metodológica”. A segunda etapa descrita pelos autores é a execução da entrevista, ou seja, o momento da 3Instrumentos coleta de informações, de estabelecer acordos, síntese e avaliação. Essa etapa pressupõe a habilidade do entrevistador no sentido de identificar as necessidades apresentadas pelo usuário, bem como para apreender o con- teúdo passado tanto pela linguagem verbal quanto não verbal. A terceira etapa descrita pelos autores é o registro da entrevista, que consiste no ato de documentar os dados registrados, resguardando os preceitos éticos no que se refere à exposição dos fatos e compartilhamento das informações com outros profissionais (LEWGOY; SILVEIRA, 2007). Outro instrumento inserido na prática profissional do assistente social é a observação. Considera-se ser este um instrumento bastante importante, pois normalmente aparece articulado a outros instrumentos. A observação não pode ser considerada como uma forma simplista de ver a realidade, mas sim como algo que também requer um planejamento, uma ação refletida, com objetivos determinados. Sousa (2008) aponta que se trata de um olhar atento para determinada realidade, realizado com o objetivo de construir um conhecimento sobre algo. Além da entrevista e da observação, a visita domiciliar também faz parte dos instrumentais utilizados pelo profissional de Serviço Social. De acordo com Mioto (2001), é por meio desse instrumento que o assistente social consegue conhecer as reais condições em que vivem os usuários, bem como apreender os principais elementos que compõem as suas relações e que nem sempre são visíveis mediante o uso de outros instrumentos. A visita domiciliar pode ser realizada pelo assistente social ou, conforme necessidade e realidade institucional, com a participação deste e demais membros da equipe interdisciplinar. A reunião é um instrumento utilizado pelos assistentes sociais e consiste em um espaço em que profissionais, que atuam em conjunto ou em equipes interdisciplinares, podem trocar informações, conhecimentos ou buscar alter- nativas e respostas para determinadas demandas. A reunião possibilita, ainda, que questões importantes sejam discutidas e as decisões sejam tomadas do ponto de vista coletivo. É importante ressaltar que muitos dos instrumentais destacados estão articulados e podem ser utilizados simultaneamente. O estudo social é um processo metodológico que se utiliza de processos avaliativos mais efetivos para alcançar determinados objetivos. Ele pode dar origem a documentos importantes, como o Relatório Social, o Laudo Social e o Parecer Social. Vale destacar, ainda, que o estudo social pode ser operacionalizado juntamente com a observação ou com a entrevista. Ele pode ser definido como: Instrumentos4 [...] um processo metodológico específico do Serviço Social, que tem por finalidade conhecer com profundidade, e de forma crítica, uma determinada situação ou expressão da questão social, objeto da intervenção profissional – especialmente nos seus aspectos socioeconômicos e culturais (CFESS, 2003, p. 42). O estudo social possibilita ao profissional conhecer em profundidade a realidade dos seus usuários e das demandas trazidas por eles. Inicialmente, o estudo social era utilizado como suporte para o trabalho realizado no poder judiciário, como a aplicação de medidas previstas no Estatuto da Criança e do Adolescente, por exemplo. Esse processo metodológico está referendado no Projeto Ético-Político do Serviço Social. Após utilizar-se do estudo social como forma de conhecimento de uma determinada realidade, o assistente social geralmente elabora um relatório social, instrumento de registro de dados que condensa as principais informações coletadas, bem como as intervenções realizadas pelo profissional. Paralelamente ao estudo e ao relatório social, o profissional de Serviço Social está habilitado a realizar ainda o parecer social, instrumento que contém o resultado de uma análise realizada pelo assistente social sobre um assunto para o qual se deve tomar uma decisão. Ele d conter uma informação resumida, com foco na situação-problema analisada e nos objetivos do trabalho, sem perder de vista os fundamentos ético-políticos e técnicos próprios do Serviço Social (CFESS, 2003). Foram descritos acima alguns dos principais instrumentos disponíveis ao profissional de Serviço Social que podem ser utilizados para instrumentalizar a sua prática. Destaca-se que eles estão diretamente relacionados não apenas à dimensão técnica, mas também à ética e à política. Assim, sua aplicação no cotidiano de trabalho exige um conhecimento prévio de todo o contexto que envolve a atuação profissional. As principais linhas teóricas do Serviço Social A refl exão sobre as principais linhas teóricas que se desenvolvem no Serviço Social é muito importante, pois são elas que possibilitam ao profi ssional a compreensão da realidade e o direcionamento da atuação profi ssional sob a luz de teorias. Para Yazbek (2009), a discussão sobre as correntes teóricas deve partir de uma análise sobre a incorporação pela profi ssão das ideias relacionadas ao pensamento social da Igreja Católica e das principais matrizes teórico-metodológicas presentes na sociedade burguesa. Para a autora, essa 5Instrumentos análise nos permite compreender posicionamentos e estratégias que nortearam a prática profi ssional do assistente social desde o início de sua trajetória até os dias atuais. Vale relembrarmos que, na relação com a IgrejaCatólica, o Serviço Social entendia a Questão Social como um problema moral e religioso, e, sob essa perspectiva, a intervenção tinha como foco responsabilizar o indivíduo e a família sobre a satisfação das necessidades apresentadas e a resolução dos problemas (YAZBEK, 2009). De acordo com a autora: “[...] o contributo do Serviço Social, nesse momento, incidirá sobre valores e comportamentos de seus ‘clientes’ na perspectiva de sua integração à sociedade, ou melhor, nas relações sociais vigentes” (YAZBEK, 2009, p. 3). Nesse período, os referenciais adotados eram originários da doutrina social da igreja e no pensamento de São Tomás de Aquino (tomismo e neotomismo). É nessa relação com a Igreja Católica que surgem os primeiros objetivos políticos e sociais, orientados por direcionamentos de cunho humanista conservador e opostos aos ideários liberal e marxista. Essa visão predominou até os anos 40, quando o capitalismo começa a apresentar novas configurações, exigindo também uma reorientação da profissão, a qual se coloca diante da perspectiva positivista, que orienta a profissão na perspectiva conservadora, agora com mediação das Ciências Sociais. Sobre a teoria positivista, Yazbek (1984, p. 71) menciona que: [...] busca de padrões de eficiência, sofisticação de modelos de análise, diag- nóstico e planejamento; enfim, uma tecnificação da ação profissional que é acompanhada de uma crescente burocratização das atividades institucionais. Chagas (2015) aponta que a ideia central do positivismo é que a vida em sociedade é regida por leis universais e invariáveis, sendo a observação, com objetividade científica, a melhor forma de conhecer a vida social. Na visão da autora, o positivismo, que teve como um de seus fundadores Auguste Comte, “[...] apresentou-se como uma das teorias sociais que embasaram os primeiros passos da construção de um referencial teórico para o Serviço Social brasileiro” (CHAGAS, 2015, documento on-line). Tanto o positivismo como o Serviço Social possuem características conservadoras que denotam a “[...] naturalização da existência da pobreza”, partindo da premissa de que “[...] as desigualdades sociais eram naturais e, portanto, insuperáveis” (CHAGAS, 2015, documento on-line). A década de 60 marca o início de mudanças no contexto econômico, político, social e cultural e imprime uma nova característica ao capitalismo mundial, bem como um estilo de desenvolvimento “excludente e subordinado”. O Serviço Instrumentos6 Social também vivencia esse contexto e passa a questionar o tradicionalismo da profissão, desencadeando um processo de revisão global, voltado para a renovação da profissão. Aqui, começam as interlocuções com a teoria marxista e sua matriz teórica. Entretanto, a década de 70 registra uma aproximação dos assistentes sociais com a fenomenologia, cujas características eram verificáveis na profissão desde sua relação com o neotomismo e o positivismo (LIMA; COSTA, 2016). No entanto, as autoras relatam que é no Documento de Sumaré que essa corrente teórica fica de fato evidente. Tonet aponta que a fenomenologia traz como característica a visão existencial no trabalho social, e sua principal contribuição para a profissão é a ideia de ajuda psicossocial a partir de determinados princípios, como diálogos, transformação social e concepções de pessoa (NETTO, 1994). Sobre a fenomenologia enquanto corrente teórica, pode-se dizer que é uma ciência que se preocupa em estudar e classificar os fenômenos e pouco se interessa em considerar a história destes, sendo considerada como a-histórica. Ela não preconiza por transformações na realidade, preservando o conservadorismo, e, ao estudar a realidade, há somente o objetivo de descrevê-la ou mostrá-la como é, ou seja, estática, sem mudanças (LIMA; COSTA, 2016). Essa tendência observada no Serviço Social é considerada como uma reatualização do conservadorismo existente no início da profissão (NETTO, 1994). Nos anos seguintes ao Movimento de Reconceituação, a profissão “[...] questiona sua prática institucional e seus objetivos de adaptação social ao mesmo tempo em que se aproxima dos movimentos sociais” (NETTO, 1994, p. 247). A tendência citada é observada até os anos recentes, quando tem sido, de fato, aplicada à realidade. Estamos nos referindo à teoria social de Marx, qual, segundo Chagas (2015), trata-se de uma oposição ao positivismo, que tentava compreender as transformações ocorridas na classe trabalhadora, identificada como aquela que poderia exercer um papel revolucionário. A proposta não era de uma ciência neutra e universal, e sim, o contrário (NETTO, 1994). Lima e Costa (2016) apontam que a contribuição dessa corrente teórica para o Serviço Social é a compreensão de que a sociedade não é estática e nem a-histórica, a fim de que a profissão desenvolva uma criticidade em relação ao contexto político, econômico e social, deixando de considerar a sociedade como uma totalidade harmônica. Assim, essa corrente teórica passa a ser vista como uma nova possibilidade de interpretação do mundo, tendo interesse em defender os direitos da classe trabalhadora. A aproximação do Serviço Social com a teoria marxista permitiu reconhe- cer a profissão no processo de produção e reprodução das relações sociais, 7Instrumentos considerando a divisão social e técnica do trabalho e identificando o assistente social como um trabalhador assalariado (FAERMANN, 2016). Segundo o autor, é essa perspectiva que coloca a categoria “trabalho” como elemento central da vida social. Na visão do autor: [...] a sociedade capitalista é tratada de acordo com suas especificidades: a divisão social do trabalho, a propriedade privada, o conflito e os antago- nismos de classes, as relações de exploração e de dominação e, ainda, as suas formas de alienação e de resistência (FAERMANN, 2016, documento on-line). Faermann (2016, documento on-line) ainda complementa: Ademais, o recurso a essa orientação teórico-metodológica no Serviço Social proporcionou avanços no arsenal teórico, prático e investigativo da profissão, permitindo aos assistentes sociais ultrapassarem a condição de meros exe- cutores de políticas, programas e projetos, para assumirem, nas últimas três décadas, a condição de planejadores e de gestores das políticas. Igualmente, possibilitou aos profissionais a compreensão da sociedade capitalista em uma perspectiva de classe, a investigação do capital enquanto relação social e a análise da questão social como resultado das contradições do modo de produção capitalista, na sua maneira conflitante de produzir e de se apropriar da riqueza socialmente produzida. Possibilitou, ainda, a apreensão da centralidade do trabalho na sociedade, das sequelas da questão social como matéria prima de sua intervenção e do caráter contraditório das políticas sociais, mediante exame rigoroso e substancial da realidade em sua totalidade. Diante disso, pode-se afirmar que o Serviço Social vivenciou ao longo de sua história fatos determinantes que impuseram modos de agir e olhar a realidade. É de fundamental importância reconhecer as correntes teóricas presentes na profissão, de forma a identificar com clareza a função, os limites e as possibilidades da intervenção profissional, relacionando-os aos elementos presentes na teoria e na prática. A clareza dessas concepções teóricas, em particular a influência do marxismo na profissão, favorece a atuação, uma vez que, associado ao conhecimento, a incorporação das dimensões teórico- -metodológica, ético-política e técnico-operativo permite ao profissional um melhor direcionamento e a adoção de estratégias para concretizar os direitos de seus usuários. Trata-se de algo complexo e interligado, visto que os ins- trumentos disponíveis para o uso do assistente social também possibilitam alcançar os objetivos. Instrumentos8 A dimensão ético-política na utilização dos instrumentos do Serviço Social O desenvolvimento da prática profissional apresenta muitos desafi os aos assistentes sociais, principalmente no contexto atual, em que o capitalismo e o neoliberalismo têm reforçado a concentração de riquezas nas mãos de uma minoria, as políticas sociais têm se mostrado seletivas e restritivas, com pouco alcance social, e as privatizações têm ganhado cada vez mais espaço. Assim, assegurar o direito dos indivíduos e reafi rmar o compromisso profi ssional com a classe trabalhadora, numa era de perdas de muitos direitos, tem se tornado um grande desafi o. Iamamoto (2001) nos aponta a importância de que o profissional do Serviço Social tenha competência para estabelecer propostas e negociações com a instituição empregadora no sentido de defesa das qualificações e do campo de trabalho. Assim, menciona que se exige um profissional que consiga ir: [...] além das rotinas institucionais para buscar apreender, no movimento da realidade, as tendências e possibilidades ali presentes, passíveis de serem apropriadas pelo profissional, desenvolvidas e transformadas em projetos de trabalho (IAMAMOTO, 2001, p. 12). Iamamoto (2001) após realizar uma análise sobre os desafios impostos ao profissional, estabeleceu três dimensões que devem ser apropriadas pelo assis- tente social: dimensões ético-política, técnica-operativa e teórico-metodológica. Nossa atenção será dada à dimensão ético-político. No entanto, vale reforçar que as três dimensões propostas são articuladas e aparecem de forma interligada no exercício profissional. Isso porque a dimensão teórico-metodológica refere-se ao rigor teórico e metodológico, que possibilita a análise da realidade para além do que está posto na realidade. A dimensão técnica-operativa refere-se a um conjunto de habilidades que o profissional deve ter para atuar ao mesmo tempo junto à população usuária e às instituições empregadoras (SOUSA, 2008). Já sobre dimensão ético-política, o autor considera que o Assistente Social não é um profissional “neutro”. Sua prática se realiza no marco das relações de poder e de forças sociais da sociedade capitalista — relações essas que são contraditórias. Assim, é fundamental que o profissional tenha um posicionamento político frente às questões que aparecem na realidade social, para que possa ter clareza de qual é a direção social da sua prática. Isso implica em assumir valores ético-morais que sustentam a sua prática — valores esses que estão expressos no Código de Ética Profissional dos Assistentes Sociais 9Instrumentos (Resolução CFAS nº. 273/93) e que assumem claramente uma postura profis- sional de articular sua intervenção aos interesses dos setores majoritários da sociedade (SOUSA, 2008). Considera-se que a dimensão ético-política pode ser efetivada quando o assistente social exerce sua prática profissional de forma consciente e crítica e quando adota um posicionamento de defesa dos direitos dos usuários (BAR- ROCO, 2008; IAMAMOTO, 2001). Esta postura de compromisso com os direitos dos usuários e enfrentamento da Questão Social está em consonância com o Código de Ética Profissional e com o Projeto Ético-Político, o que evidencia a relação entre esta dimensão e os valores e princípios preconizados pela Legislação. Diante dos aspectos mencionados, podemos refletir a importância delas para a leitura da realidade mediante o compromisso com a transformação social. Nesse sentido, Guerra (2003, p. 11) aponta que: Se as demandas com as quais trabalhamos são totalidades saturadas de de- terminações (econômicas, políticas, culturais, ideológicas) então elas exigem mais do que ações imediatas, instrumentais, manipulatórias. Elas implicam intervenções que emanem de escolhas, que passem pelos condutos da razão crítica e da vontade dos sujeitos, que se inscrevam no campo dos valores uni- versais (éticos, morais e políticos). Mais ainda, ações que estejam conectadas a projetos profissionais aos quais subjazem referenciais teórico-metodológicos e princípios ético-políticos. Como pode ser observado, a dimensão ético-política compõe um exercício profissional direcionado para a construção de novos valores, baseados no compromisso dos profissionais com o enfrentamento da Questão Social e suas múltiplas expressões. Apenas possuindo a consciência da importância do seu papel, o assistente social conseguirá desvendar a realidade e desenvolver estratégias para seu trabalho independentemente do espaço socio-ocupacional que estiver inserido (IAMAMOTO, 2001). Para que o profissional realize uma leitura crítica da realidade, é neces- sário que tenha uma capacitação teórico-metodológica, ético-política e técnico-operativa, de forma que lhe possibilite a apreensão crítica dos processos sociais analisados a partir de uma perspectiva de totalidade; análise do movimento histórico da sociedade brasileira, apreendendo as particularidades do desenvolvimento do capitalismo no país; a compre- ensão do significado social da profissão e de seu desenvolvimento socio- -histórico desvelando as possibilidades de ação contidas na realidade e Instrumentos10 a identificação das demandas presentes na sociedade, visando formular respostas profissionais p enfrentamento da questão social, considerando as novas articulações entre o público e o privado (ABEPSS, 2003 apud VASCONCELOS, 2006, p. 15). Baseado no seu compromisso com os princípios assegurados no Código de Ética e no Projeto Ético-Político, o assistente social, com a proposta de analisar a realidade de forma crítica, vislumbrou a necessidade de considerar as determinações impostas pelas relações existentes no mundo capitalista, rompendo com uma visão endógena e focalista, baseando sua análise a partir das contribuições marxistas deixadas para a profissão. Dessa forma, os profissionais realizam a análise da realidade na tentativa de compreen- der todo o contexto que referencia o universo profissional, aproximando o conhecimento previamente existente e as especificidades da profissão presentes no desenvolvimento da prática cotidiana. Guerra (2007) destaca que o conhecimento da realidade se constitui em um elemento indispensável para que os profissionais compreendam a realidade em suas aproximações com a Questão Social. A análise crítica da realidade que está posta ao profissional de Serviço Social é de fundamental importância, pois, sem ela, a prática cotidiana não adquire a completude necessária para efetivar direitos dos usuários, visto que o assistente social trabalha com as variadas expressões da Questão Social, que sofre influência direta das realidades social, econômica, política e cultural. Concretamente, isso significa conhecer o sistema político e ideológico vigente no país, a política econômica e os aspectos culturais que predominam entre a população. Além disso, o assistente social deve direcionar também o seu olhar para as situações que estão postas na realidade imediata do seu usuário, como as relações familiares que este mantém, e como se apresenta a dinâmica familiar, as relações de amizade, a situação de trabalho, entre outras, que se manifestam no seu cotidiano. A análise das realidades social, política, cultural e econômica, em um nível maior ou menor, deve perpassar a realidade em que a prática profissional está inserida. Se o profissional não tiver o conhecimento necessário sobre essa conjuntura, dificilmente conseguirá realizar adequadamente a leitura da realidade vivenciada por seu usuário. Para isso, as dimensões ético-política, teórico-metodológica e técnico- -operativas devem estar presentes no seu cotidiano, auxiliando o desenvolvimento de sua prática. 11Instrumentos BARROCO, M. L. S. Ética e serviço social: fundamentos ontológicos. 6. ed. São Paulo: Cortez, 2008. CFESS (org.). O estudo social em perícias, laudos e pareceres técnicos: contribuições ao debate no judiciário, na penitenciária e na previdência social. São Paulo: Cortez, 2003. CHAGAS, B. R. F. Positivismo e marxismo: o debate sobre a neutralidade científica e a construçãodo projeto profissional do serviço social brasileiro. 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São Paulo, Cortez, 1984. 13Instrumentos Dica do professor A prática profissional do assistente social é composta por três dimensões articuladas e com características específicas: dimensões ético-política, técnico-operativa e teórico-metodológica. A dimensão teórica-metodológica está presente no cotidiano do Serviço Social quando o profissional busca a apreensão do método e da teoria que embasam sua atuação e o relacionam com a prática. Confira nesta Dica do Professor um pouco mais sobre a dimensão teórico-metodológica da profissão. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/99d06bb8ea1bc3983ad06b55743faaec Exercícios 1) Os instrumentais utilizados no Serviço Social possibilitam a concretização dos objetivos profissionais nas diversas formas de enfrentamento das manifestações da questão social. Os instrumentos podem ser qualitativos ou quantitativos. O que são os instrumentos qualitativos? A) São aqueles com formulações e padronização básicas e que fortalecem o formalismo tecnoburocrático e o rigor administrativo. B) São aqueles que têm construção permanente, são socialmente determinados e historicamente construídos. C) São aqueles que asseguram a qualidade do trabalho profissional. D) São aqueles que qualificam e ao mesmo tempo quantificam o exercício profissional. E) São aqueles que fornecem respostas dinâmicas mediante uso dos instrumentais. 2) A visita domiciliar é um instrumento frequentemente utilizado pelo assistente social em seu cotidiano. No entanto, o uso desse instrumento requer uma análise da situação em que se propõe utilizá-la, bem como um conhecimento sobre esse instrumento. Qual alternativa a seguir apresenta uma afirmativa correta sobre a visita domiciliar? A) A visita domiciliar não necessita de planejamento prévio para ser realizada. B) Não se recomenda a realização de visita domiciliar pelo assistente social, em conjunto com equipes multi ou interdisciplinares, pois trata-se de um instrumento exclusivo do Serviço Social. C) A visita domiciliar exige que o profissional tenha conhecimento de outros instrumentais, como entrevistas e capacidade de observação, como forma de ler a realidade que se apresenta. D) A visita domiciliar deve ser realizada quando solicitada pelo dirigente da Instituição da qual faz parte o assistente social. E) A visita domiciliar não consegue fornecer o conhecimento da realidade exigido no trabalho profissional, por isso é pouco utilizada. 3) Dentre os instrumentos disponíveis ao Serviço Social para concretização de sua prática, temos a entrevista. Qual alternativa apresenta uma afirmativa correta sobre esse instrumento? A) A entrevista é utilizada por muitos profissionais, mas não é considerada um instrumental, pois é uma técnica utilizada em pesquisas científicas. B) A entrevista se materializa por meio de um diálogo e mediante realização de perguntas e respostas. Por já ter perguntas pré-definidas, qualquer funcionário da instituição pode fazer a entrevista no lugar do assistente social. C) A entrevista pode ser considerada como uma atividade profissional com finalidades a serem atingidas, em que pessoas estabelecem uma relação profissional por meio do conhecimento de suas histórias. D) A entrevista não pode ser utilizada em conjunto com outros instrumentos. E) A entrevista é um instrumento incorporado à prática profissional após a ruptura da profissão com o conservadorismo. 4) Dentre as principais correntes filosóficas presentes no Serviço Social, temos o positivismo, a fenomenologia e o marxismo. Qual alternativa a seguir representa uma afirmativa correta sobre o positivismo? A) O positivismo apresenta uma visão existencial no trabalho social e sua principal contribuição para a profissão é a ideia de ajuda psicossocial a partir de determinados princípios, sendo diálogos, transformação social e concepções de pessoa. B) O positivismo tenta entender as transformações ocorridas na classe trabalhadora, identificada como aquela que poderia exercer um papel revolucionário na sociedade, que não é considerada estática nem a-histórica. C) A ideia central do positivismo é que a vida em sociedade é regida por leis universais e invariáveis, sendo a observação, com objetividade científica, a melhor forma de conhecer a vida social. D) O positivismo reconhece a importância da classe trabalhadora e do contexto histórico, no entanto, mantém uma visão assistencial e de ajuda psicossocial. O positivismo nunca deixou de existir como corrente teórica do Serviço Social e, mesmo após o movimento de ruptura com o conservadorismo da profissão, ainda permanece como a visão E) predominante entre os assistentes sociais. 5) O teoria proposta por Marx foi muito importante para o Serviço Social, especialmente no momento de intenção de rompimento com o conservadorismo da profissão. Qual alternativa representa uma afirmativa correta sobre a teoria social de Marx? A) A teoria social de Marx possibilita uma apreensão da crise mundiale sem precedentes na história, sua contribuição no serviço social centra-se exclusivamente nas dimensões macroeconômicas. B) O contato do Serviço Social com o marxismo contribuiu efetivamente para um processo de ruptura teórica e prática com a tradição profissional conservadora, sendo responsável, ainda, por muitos problemas decorrentes dessa aproximação. C) A aproximação do Serviço Social com a teoria marxista permitiu reconhecer a profissão no processo de produção e reprodução das relações sociais, considerando a divisão social e técnica do trabalho e identificando o assistente social como um trabalhador assalariado. D) A teoria social de Marx trouxe como premissa a perspectiva a-histórica dos fenômenos sociais e a imutabilidade das situações. E) A aproximação com a teoria social de Marx foi um fenômeno europeu, não tendo relação nenhuma com o Serviço Social no Brasil. Na prática Após o movimento de reconceituação e o rompimento da profissão com o conservadorismo existente, ainda encontram-se culturas institucionais identificadas com teorias positivistas de características conservadoras. Na atualidade, a categoria profissional dos assistentes sociais optou por uma prática baseada nas contribuições de Marx e sua teoria, pois é esta a que melhor explica o contexto atual sem desconsiderar a sua história. Por vezes, o assistente social se vê como profissional assalariado, desafiado a materializar sua atuação profissional transformadora. Confira um exemplo de um modelo institucional baseado na teoria positivista e as estratégias profissionais adotadas para a transformação de uma cultura institucional conservadora. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/34d373c7-5a66-425a-940d-6ad483093322/d0926432-14bf-471b-b087-5b793e75dc68.png Saiba + Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Teoria social de Marx: conhecimentos e contribuições ao trabalho do assistente social Confira no artigo uma análise sobre as contribuições da teoria social de Marx para o Serviço Social e aspectos importantes para a prática profissional. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. O objeto, a finalidade e os instrumentos do processo de trabalho em saúde na atenção à violência de gênero em um serviço de atenção básica Este artigo é resultado de um estudo que teve como finalidade analisar as práticas profissionais na atenção à saúde da mulher em situação de violência, identificando os elementos do processo de trabalho e sua relação com a emancipação da opressão de gênero. Artigo importante para conhecer um pouco mais sobre os instrumentos do ponto de vista da prática profissional. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/ssrevista/article/viewFile/22804/19101 https://www.scielosp.org/article/icse/2014.v18n48/47-60/pt/
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