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A importância do Estágio Supervisionado

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Prévia do material em texto

A importância do Estágio Supervisionado 
para a formação profissional 
Apresentação
O estágio supervisionado é a atividade pedagógica que objetiva a aproximação do estudante com a 
prática profissional, correlacionando a teoria e a prática. Entender seu conceito e sua prática é 
fundamental para se desenvolver bem as atividades propostas e definidas no plano de estágio. O 
estágio em Serviço Social tem especificidades definidas pela Resolução do Conselho Federal de 
Serviço Social (CFESS) n.o 533/08, pelo Código de Ética do Assistente Social e pela Lei n.o 
8.662/93.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você entrará em contato com os debates acerca do estágio 
supervisionado em Serviço Social, as suas particularidades e a sua relevância, pautados na visão 
crítica sobre essa atividade obrigatória.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Definir o que é estágio supervisionado em Serviço Social.•
Identificar a importância do estágio prático para a formação do assistente social.•
Reconhecer o estágio supervisionado como instrumento político-pedagógico na qualificação 
da formação.
•
Desafio
O estágio supervisionado é uma atividade que compõe a matriz curricular do curso de Serviço 
Social e é, segundo as Diretrizes Curriculares da Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em 
Serviço Social (ABEPSS), indispensável para alcançar uma formação 
de qualidade. A ABEPSS, em conjunto com os CFESS-CRESS, 
vêm trabalhando com empenho na questão do compromisso 
e da formação profissionais (logo, na supervisão de estágio), 
seja por meio de campanhas, oficinas, seminários, etc.
Muitas questões perpassam o campo de estágio. A atuação 
profissional e a supervisão de estágio juntamente a suas burocracias, podem favorecer para que o 
profissional desista de permanecer 
alinhado com o compromisso, explicitado no Código de Ética Profissional, de contribuição para a 
formação de outros profissionais.
Diante do exposto, busque responder quais elementos levaram a profissional a não desejar 
supervisionar estágio e quais fatores contribuíram para a mudança de sua percepção acerca dessa 
questão.
Infográfico
Várias entidades vinculadas ao Serviço Social no Brasil atuam no sentido de orientar e 
fiscalizar atividades e ações que perpassam a formação profissional. Entre elas, podemos citar o 
conjunto CFESS-CRESS. 
Neste Infográfico, compreenda por que o conjunto CFESS-CRESS também compõe as entidades 
que contribuem para a formação 
de qualidade dos assistentes sociais.
Aponte a câmera para o 
código e acesse o link do 
conteúdo ou clique no 
código para acessar.
https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/2b49e0e5-6156-474d-9b9e-a41bd96fbfdf/392b00c0-340a-41ef-898f-86289658a339.png
Conteúdo do livro
Na formação do assistente social, uma atividade é concebida como de fundamental importância: 
o estágio supervisionado, o qual deve acontecer sempre e invariavelmente de forma direta. Nesse 
espaço de aprendizado (para todas as partes envolvidas), materializa-se a correlação entre a teoria e 
a prática, possibilitando que o aluno apreenda as possibilidades de ação frente às expressões da 
questão social, já que nesse espaço é possível vivenciar os impactos do mundo do capital, do 
mundo do trabalho e das precarizações dessas relações e da educação como um todo (já que os 
usuários não são os únicos a serem impactados, mas também o estagiário e o supervisor de 
estágio).
No capítulo A importância do estágio supervisionado para a formação profissional, da obra Tópicos 
especiais em Serviço Social: a vivência do estágio supervisionado, base teórica desta Unidade de 
Aprendizagem para aprofundar o olhar acerca do assunto, veja como é delineada a importância do 
estágio supervisionado para a formação do assistente social, abarcando questões, como: os 
direcionamentos dados pelas entidades da profissão e das legislações e as 
normatizações elaboradas por ela.
Boa leitura.
TÓPICOS ESPECIAIS 
EM SERVIÇO SOCIAL: 
A VIVÊNCIA DO 
ESTÁGIO 
SUPERVISIONADO
Nídia Gizelli de Oliveira Fernandes
A importância do estágio 
supervisionado para a 
formação profissional
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Definir estágio supervisionado.
  Identificar a importância do estágio prático para a formação do as-
sistente social.
  Reconhecer o estágio supervisionado como instrumento pedagógico 
e político da qualificação da formação.
Introdução
O estágio supervisionado é a atividade que compõe a formação do 
assistente social e, representando a materialização de um dos vieses das 
Diretrizes Curriculares do curso de Serviço Social, deve estar alinhado 
com o projeto ético-político profissional, garantindo ao estudante possi-
bilidades de exercitar e conhecer na prática o que foi teorizado ao longo 
dos anos de graduação.
A atuação do estudante em campo de estágio é fundamental para 
apreender a realidade tal qual ela é, e a partir dessa experiência, proce-
dendo à análise da realidade, ser capaz de apreender as expressões da 
questão social, buscando intervir nelas. 
É necessário perceber que um elemento que compõe a realidade 
dos estagiários é sua inserção em um sistema de educação que integra 
o sistema capitalista, ou seja, o estagiário está inserido em um processo 
de formação que o prepara para atuar frente às mazelas resultantes da 
questão social, produto da sociedade do capital. Para além disso, soma-se 
a questão de que o próprio sistema de ensino se caracteriza, em muitos 
casos, como mercadoria.
Neste capítulo, você vai entender a importância do estágio supervi-
sionado para a formação do assistente social, vai apreender sua definição, 
sua função enquanto instrumento pedagógico e político da qualificação 
da formação profissional, suas particularidades e sua relevância.
1 Estágio supervisionado como pilar do projeto 
ético-político do Serviço Social
O Serviço Social brasileiro é reestruturado, na segunda metade do século XX, 
a partir de uma posição crítica e discordante do projeto em curso de valorização 
do capital e do neoliberalismo. Como consequência, assume compromisso com 
a luta pela qualidade na formação, na profi ssão e no trabalho dos assistentes 
sociais “[...] com vistas a formar profi ssionais que tenham comprometimento 
com a qualidade dos serviços prestados à população usuária, em consonância 
com o Projeto ético-político do Serviço Social” (CONSELHO FEDERAL 
DE SERVIÇO SOCIAL, [201–], p. 4). Considerando o exposto, é certo que o 
estágio supervisionado é atividade que compõe o comprometimento do assis-
tente social no que tange à formação profi ssional, sendo esta um dos pilares 
do projeto ético-político do Serviço Social. Somado a isso, pode-se afi rmar 
que as constantes transformações do mundo do capital refl etem diretamente 
na prática profi ssional, demandando real compreensão pelo profi ssional desta:
[...] conjuntura de reordenamento do capital na busca de recuperação de seu 
ciclo reprodutivo, com impactos significativos para a intensificação da pre-
carização da formação e do exercício profissional, com uma contrarreforma 
expressa na expansão acelerada do ensino superior precarizado [...] (CON-
SELHO FEDERAL DE SERVIÇO SOCIAL, [201–], p. 4).
Diante dessa conjuntura, o estágio supervisionado se torna atividade ainda 
mais fundamental no processo de formação do assistente social.
O estágio é reconhecidamente uma atividade pedagógica que possibilita 
ao estudante vivenciar na realidade prática as habilidades os conhecimentos 
e adquiridos durante os componentes curriculares teóricos de uma determi-
nada formação. Ao imbuirmos o adjetivo supervisionado ao estágio, estamos 
tipificando a que tipo de estágio nos referimos e, nesse caso, a formação em 
Serviço Social exige que a experiência do estágio dos assistentes sociais em 
formação seja realizada por meio de supervisão direta, sistemática, contínua e 
presencial pordois tipos distintos de profissionais supervisores (CONSELHO 
A importância do estágio supervisionado para a formação profissional2
FEDERAL DE SERVIÇO SOCIAL, [201–]). Tal exigência se faz importante 
para a garantia de que esse seja um espaço onde o estudante possa, de forma 
protegida e orientada, materializar os saberes acumulados durante a formação. 
Portanto, esse modelo de estágio está alinhado às concepções estruturais do 
projeto ético-político da profissão ao possibilitar ao estagiário a vivência 
crítica da realidade a partir dos saberes construídos por meio das supervisões.
A compreensão da importância estrutural do estágio supervisionado para 
a formação em Serviço Social foi construída de forma crítica pela profissão, 
alicerçada em uma percepção que o compreende para além de uma possibilidade 
de experimentação prática da realidade do exercício profissional nos campos de 
atuação do assistente social, mas sim como um espaço potente de aprendizado 
onde é possível conhecer essa realidade de forma protegida e orientada. Para 
materializar essa perspectiva, o estágio supervisionado em Serviço Social 
foi pensado de forma a garantir um binômio articulado de supervisão, no 
qual esta é realizada de forma compartilhada entre supervisores de campo e 
supervisores acadêmicos. Dessa forma, o estagiário de Serviço Social pode 
se sentir mais seguro e ter uma orientação constante e qualificada durante o 
seu processo de estágio supervisionado.
Sendo assim, o estágio supervisionado, diante do compromisso estabelecido 
com a formação de qualidade em Serviço Social, permite que os profissionais 
possam prestar serviços de qualidade à população usuária. Nesse sentido, 
Lewgoy (2009, p. 45) afirma que “[...] a supervisão de estágio, ao articular 
formação e exercício profissional, abarca a compreensão, a análise, a proposição 
e a intervenção em processos sociais, compondo a dinâmica da relação entre 
teoria e realidade”. O estágio possibilita que o aluno vivencie experiências, 
observando e intervindo na realidade, a partir da compreensão das relações 
sociais, das correlações de forças e da compreensão da categoria mediação, 
sempre sob supervisão direta. A supervisão de estágio pode ser apreendida 
como “‘[...] uma das atividades mais antigas de ensinar e aprender’, e, no 
Serviço Social, surge quando este ainda tinha caráter de vocação” (LEWGOY, 
2009, p. 65 apud CAPUTI, 2016, p. 390). Esse caráter, ou essa competência, 
não permanece estanque, ele passa por transformações ao longo das décadas 
desde a sua instituição no Brasil. 
Na construção cotidiana do estágio supervisionado em Serviço Social, 
um dos desafios que se impõem ao processo de supervisão de estágio é a 
materialização da proposta de uma supervisão articulada entre supervisores 
de campo e supervisores acadêmicos que potencialize e subsidie de forma 
crítica e propositiva a vivência do estudante estagiário. Esses três sujeitos 
estão “[...] intrinsecamente envolvidos num projeto coletivo e interdisciplinar 
3A importância do estágio supervisionado para a formação profissional
e compõem, assim, uma tríade representativa do universo da instituição à 
qual pertencem” (LEWGOY, 2009, p. 109). Portanto, um dos maiores entraves 
que se processa na realidade é a construção de uma articulação plena entre os 
dois tipos de supervisores, que é, por vezes, reflexo da histórica dissociação 
existente entre os espaços de atuação dos assistentes sociais e as institui-
ções de ensino superior. Essa lacuna tem no espaço da supervisão de estágio 
uma possibilidade de ser superada, visto que esse é um espaço rico para a 
construção de uma aproximação mais orgânica entre esses dois espaços. A 
supervisão articulada e crítica entre supervisores de campo — representantes 
dos campos de atuação — e os supervisores acadêmicos — representantes das 
instituições formadoras — tem uma potência intermediadora da relação entre 
essas duas instituições, podendo gerar outras ações, como pesquisas, ações 
extensionistas, consultorias, entre outras, garantindo, assim, maior articulação 
constante entre as instituições.
Somado ao supraexposto, Pinto (1997, p. 56-57 apud LEWGOY, 2009, p. 
99) traz reflexões acerca da supervisão de campo e da supervisão acadêmica:
1. [...] como prática docente, é tarefa do professor-supervisor no contexto do 
curso. Compreende o processo de ensino-aprendizagem que se estabelece na 
relação do professor-supervisor com o aluno, a partir da atividade cotidiana 
do estágio, mediante uma dada programação que vise ao reconhecimento 
do Serviço Social e a realidade da prática profissional na sua relação com a 
demanda, com a instituição e com a realidade social.
2. [...] como acompanhamento das atividades práticas do aluno no estágio, é 
tarefa do assistente social supervisor no contexto institucional. Compreende o 
processo de desenvolvimento das habilidades técnico-operacionais desejáveis à 
prática profissional, mediante uma dada programação que vise ao atendimento 
das demandas frente à realidade social e às alternativas de enfrentamento às 
questões sociais que emergem do cotidiano da prática.
Nesse sentido, Buriolla (1996, p. 19) afirma que a supervisão em Serviço 
Social é considerada parte integrante da formação e do exercício profissional. A 
autora cita ainda que o processo de estágio consiste em “[...] processo educativo 
e administrativo de aprendizagem mútua [...]” (SHERIFF et al., 1973, p. 26 
apud BURIOLLA, 1996, p. 24) entre estagiário e supervisores, pautado em 
uma educação libertadora. Nesse caso, a supervisão é apreendida enquanto 
processo operacional e educativo em que todos os envolvidos no processo 
compõem e são compostos pelos preceitos da educação libertadora, “[...] de 
consciência crítica dos fatos e sua inserção na realidade para transformá-la” 
(BURIOLLA, 1996, p. 24). Nessa medida, supervisor e supervisionado bus-
cam e criam conjuntamente, como sujeitos da história, uma nova sociedade, 
A importância do estágio supervisionado para a formação profissional4
via “revolução comunitária”. É importante afirmar que o Serviço Social foi 
influenciado pela teoria freireana (de Paulo Freire), da educação libertadora, 
a partir da segunda metade do século XX. 
O estágio supervisionado é um espaço afirmativo de formação, possibi-
litando a consolidação da autonomia dos atores envolvidos, assim como do 
acolhimento e da não tutela, contribuindo para que se consolide uma atuação 
interventiva pautada na capacidade de análise crítica e reflexiva da realidade. 
Buriolla (1996) cita três características diretamente atreladas à supervisão de 
estágio: a supervisão como processo de formação da matriz de identidade pro-
fissional, a supervisão como processo de ensino-aprendizagem e a supervisão 
como uma terapia profissional. Esta é questionada e explicada pela autora, 
que afirma que a supervisão é em si um processo educativo que possibilita 
transformações e mudanças do papel profissional, “[...] como algo que deve 
constantemente ser questionado, debatido, reciclado e que não se esgota no 
término de um curso profissional” (BURIOLLA, 1996, p. 60). A competência 
é elemento que constitui a formação e o exercício profissional e é constituída 
pelas dimensões indissociáveis: ético-política, teórico-metodológica e técnico-
-operativa (LEWGOY, 2009).
É importante ressaltar que o estágio em Serviço Social, enquanto atividade 
atrelada à formação profissional, demanda supervisão direta, questão expressa 
nas leis e documentos que norteiam esse processo (Lei nº. 11.788/2008, Có-
digo de Ética do Assistente Social encontrado na Lei nº. 8.662/93, Diretrizes 
Curriculares do Serviço Social, Política Nacional de Estágio em Serviço 
Social e Resolução CFESS nº. 533/2008). Nesse sentido, a Resolução CFESS 
nº. 533/2008 é uma normativa que trata especificamente da supervisão direta 
em Serviço Social e visa a regular questões que podem gerar contradições 
entre a prática profissional e o compromisso ético, em se tratandode formação 
profissional. Caputi (2016, p. 2) afirma que “A supervisão acompanha o movi-
mento da formação e trabalho profissional e se desenvolve dialeticamente com 
a concepção de educação superior, alinhada à perspectiva teórico-metodológica 
que embasa a profissão”.
Todo esse processo de formação, pautado no estágio supervisionado de 
maneira direta, demanda atenção, envolvimento, orientação e fiscalização por 
parte das entidades da categoria profissional. Há uma publicação, realizada 
pelo CFESS, que trata da supervisão de estágio de maneira detalhada e traz, em 
uma cartilha, ponderações, reflexões e direcionamentos sobre as atividades de 
estágio, suas aplicações, implicações e fiscalização pelas entidades pertinentes 
da profissão. É possível verificar na leitura dos diversos autores e no material 
das entidades a importância do estágio, bem como da fiscalização desses, pois 
5A importância do estágio supervisionado para a formação profissional
foi verificado que há casos de campos de estágio e de supervisões diretas de 
estágio que apresentam irregularidades, como, por exemplo, no que se refere 
ao “[...] credenciamento de campo de estágio, número de estagiários/as por 
profissional, aplicação de multas, garantias éticas técnicas para o exercício 
profissional do/a supervisor/a” (CONSELHO FEDERAL DE SERVIÇO SO-
CIAL, 2014, p. 4). Essas situações demandam, segundo a cartilha do CFESS: 
[...] tanto ações político-pedagógicas, quanto orientações e/ou outras instru-
ções normativas capazes de dirimir processos e procedimentos também na 
sua dimensão normativo-disciplinadora, a exemplo da Resolução CFESS nº. 
568/2010, voltada à aplicação de multas, e da Resolução CFESS nº. 588/2010, 
que tratou de instruir na inscrição para fins de registro profissional, a emissão 
de declaração de estágio (CONSELHO FEDERAL DE SERVIÇO SOCIAL, 
2014, p. 4). 
2 Estágio supervisionado e formação do 
assistente social 
Os novos desafi os contemporâneos exigem dos assistentes sociais refl exões 
e intervenções frente às novas expressões da questão social, o que demanda 
também, na contemporaneidade, uma formação que possibilite uma qualifi -
cação mais aprofundada e pautada no compromisso ético-político, de maneira 
que possibilite ao profi ssional, a partir da relação entre teoria e prática, “[...] 
desempenhar com presteza e qualidade sua intervenção profi ssional” (PIE-
RITZ; MONTIBELLER, 2011, p. 5). Uma questão que se apresenta de maneira 
contundente ao Serviço Social, e é resultado das novas relações do capital e do 
neoliberalismo, é a confi guração da educação em todos os níveis educacionais 
como mercadoria. No Serviço Social, não se apresenta de maneira diferente, 
desafi ando cotidianamente o projeto ético-político da profi ssão. Com vistas 
a regular a atuação e o processo de formação do assistente social, estratégias 
foram concebidas e efetivadas. Entre elas, pode-se citar as Diretrizes Curri-
culares, e nelas encontram-se os direcionamentos das variadas disciplinas e 
atividades que devem compor a formação em Serviço Social. É sabido que 
as Diretrizes Curriculares não foram sancionadas conforme orientação da 
APBEPSS, pois de seu texto foram extraídas diversas partes pelo Conselho 
Nacional de Educação, inclusive as que tratavam mais especifi camente do 
estágio supervisionado.
Somada às Diretrizes Curriculares há também a resolução do Conselho 
Federal de Serviço Social nº. 533, de setembro de 2008, que tem como objetivo 
A importância do estágio supervisionado para a formação profissional6
regulamentar a supervisão direta de estágio em Serviço Social, reforçando 
que essa é uma atividade privativa do assistente social formado e devidamente 
registrado no CRESS da região. Tais legislações são ainda subsidiadas pelo 
Código de Ética do Assistente Social, Lei nº. 8.662/93, e pelo Plano Nacional 
de Estágio da ABEPSS, Lei nº. 11.788/2008, que norteiam toda a formação 
profissional. 
Apesar de toda a estrutura de orientações, as normativas, as legislações e 
as entidades que embasam a prática profissional, esse é um campo perpassado 
por contradições e disputas que por vezes não conseguem romper as barreiras 
históricas construídas entre as instituições formadoras e os campos de atuação 
profissional. Esse embate, por vezes, representa uma ruptura histórica na 
categoria profissional diante das contradições impostas pelo mundo do capital 
e pela difícil materialização da autonomia profissional. Essa realidade impõe 
a demanda de que o estagiário e o assistente social, ao realizar a supervisão 
de estágio, precisam ter como plano de fundo de suas análises a busca inces-
sante pela articulação desses dois espaços essenciais para o fortalecimento 
da profissão.
Na Figura 1 é possível observar as bases legais, os impasses profissionais, 
as alternativas de superação desses impasses e os pressupostos estruturantes 
do ensino do Serviço Social. As bases legais são as legislações que alicerçam 
os processos de formação e de atuação profissional do assistente social, nos 
quais faz parte o estágio supervisionado, seja pela prática do aluno enquanto 
estagiário, seja na supervisão direta pelo profissional. O grande impasse está 
entre trabalho intelectual e práxis profissional, pois, conforme Iamamoto (2008 
apud PIERITZ; MONTIBELLER, 2011, p. 7), existe “[...] uma defasagem entre 
as bases fundamentais da teoria e o trabalho de campo”. Para os impasses 
entre teoria e prática, são ideadas alternativas de superação, como:
1) CONSTRUÇÃO TEÓRICA-METODOLÓGICA RIGOROSA: é possível 
desenvolver um trato teórico-metodológico mais rigoroso e profundo, dis-
cutindo os fundamentos e concepções da atuação profissional do assistente 
social desde a sua fundamentação histórica até a atualidade; 
2) REALIDADE COTIDIANA: é fundamental que exista uma construção 
teórica-metodológica aliada e atenta no acompanhamento histórico da dinâ-
mica da sociedade em sua realidade concreta. Em outras palavras, o SES deve 
se aproximar e identificar as várias expressões da questão social, captando 
assim a sua gênese e manifestações no dia-a-dia da sociedade. Resumindo 
esta análise e discussão, pode-se verificar, no organograma a seguir, a base 
estruturante do ensino em Serviço Social (IAMAMOTO, 2008 apud PIERITZ; 
MONTIBELLER, 2011, p. 7).
7A importância do estágio supervisionado para a formação profissional
Os pressupostos estruturantes apontados pelos autores são compostos 
pelas bases teórico-metodológicas, pelas classes e grupos sociais e pelas bases 
técnico-operativas. Tais pressupostos explicitam que houve uma renovação ou 
um redimensionamento histórico da prática profissional do assistente social 
(Figura 1). 
Figura 1. Organograma da base estruturante do ensino em Serviço Social.
Fonte: Adaptada de Pieritz e Tavares (2010 apud PIERITZ; MONTIBELLER, 2011).
Caputi (2016, p. 392) demonstra que o processo de estágio, apesar das 
defasagens e impasses, contribui para a formação, pois ao possibilitar a “[...] 
interlocução do Serviço Social com o referencial teórico crítico-dialético, 
confere à supervisão o espaço de troca de conhecimento entre os atores en-
volvidos, no qual todos têm conhecimento e/ou experiências para trocar, 
ensinar e aprender”. Para a autora (CAPUTI, 2016, p. 392), isso significa 
dizer que a “[...] relação ensino-aprendizagem, numa perspectiva de unidade 
do diverso passa a ser entendida como processo contínuo de construção de 
conhecimentos e saber profissional alinhado ao projeto de profissão”. Para 
França e Souza (2015, p. 2), o estágio é apreendido como momento em que 
o aluno poderá verificar “[...] a inexistência da dicotomia entre a prática e a 
teoria, promovendo uma articulação e intervenção critica [sic] da realidade”, 
exigindo a correlação entre as partes que compõem o processo de estágio.
A reflexão acerca da importância do estágio supervisionado para a forma-
ção profissional do assistente social nos traz a compreensão de que o estágio 
deve ser considerado fundamentalpara a formação profissional do assistente 
A importância do estágio supervisionado para a formação profissional8
social contemporâneo, mas que, para tanto, é preciso reconhecer que essa 
formação só se dará:
 [...] por meio dos processos de ensino e aprendizagem teórico-metodológica 
e ético-político, além do desenvolvimento das habilidades interpessoais e 
técnico-operativas sobre os dilemas, problemáticas, desafios e demandas 
emergentes da realidade social contemporânea, independentemente do método 
empregado pelas IES Brasileiras (PIERITZ; MONTIBELLER, 2011, p. 5).
De acordo com o MEC, “[...] o estágio supervisionado possui uma dimensão 
sócio-educativa muito maior do que se imagina [...]” (MEC, 2004 apud PIE-
RITZ; MONTIBELLER, 2011, p. 9). Não é apenas uma simples aprendizagem 
ou treinamento profissional, mas engloba diversas faces e oportunidades, 
não podendo ser entendido e vivenciado somente como um “treinamento 
em serviço”, pois engloba possibilidades de apreensão do real vivido e de 
suas determinações com o reconhecimento do mundo do trabalho. O estágio 
supervisionado em Serviço Social possibilita ao estudante reconhecer como o 
trabalho do assistente social se materializa em equipes multiprofissionais e de 
como pode ser realizado o trabalho em equipe. Durante a vivência do estágio, 
teorias que explicam as relações sociais produzidas por meio do trabalho, 
estudadas durante os demais componentes curriculares, podem ser materia-
lizadas, e podem ser desenvolvidas competências que apenas ocorrem ao se 
estar inserido enquanto trabalhador, e o estágio permite esse desenvolvimento 
de forma orientada e crítica. A responsabilidade e a capacidade de tomada 
de decisão são características fundamentais e que podem ser desenvolvidas, 
favorecendo a autonomia intelectual do indivíduo.
Dessa forma, as autoras demonstram que o estágio supervisionado em 
Serviço Social deve ser apreendido enquanto “[...] processo educativo e re-
flexivo de ensino-aprendizagem, que envolve a supervisão pedagógica, o 
conhecimento do acadêmico e o acompanhamento do profissional in loco 
[...]” (PIERITZ; MONTIBELLER, 2011, p. 4), estimulando e desenvolvendo 
em todas as partes envolvidas nesse processo “[...] um comprometimento com 
um projeto político-pedagógico e de co-responsabilidade social na busca da 
qualidade dos serviços prestados aos usuários de direitos [...]” (PIERITZ; MON-
TIBELLER, 2011, p. 4). Ratificam ainda que o “[...] estágio por si só não é um 
fim em sim [sic] mesmo, mas um processo de comprometimento e de vontade 
que se inicia, desenvolve-se e se transforma por toda uma vida profissional 
[...]” (PIERITZ; MONTIBELLER , 2011, p. 9), tendo como principal função 
desenvolver a capacidade crítica e reflexiva, teórico e prática do estagiário 
9A importância do estágio supervisionado para a formação profissional
a partir da confrontação dele com as questões e os dilemas apresentados a 
ele no cotidiano profissional, de maneira a culminar em soluções efetivas e 
pautadas no compromisso ético-político da profissão.
É necessário também reforçarmos que, pela sua natureza intrínseca en-
quanto um componente curricular do processo de formação, o estágio super-
visionado em Serviço Social se configura enquanto um processo avaliativo 
do desenvolvimento do estudante durante a sua formação. Tal atividade tem 
um caráter formativo e avaliativo e busca conhecer como está se dando o 
desenvolvimento das competências essenciais para o futuro assistente social. 
Nesse processo, o estágio permite que seja avaliado de maneira somativa 
o desenvolvimento desse estudante, sendo assim, os supervisores podem 
mediar o processo de aprendizagem de acordo com as lacunas existentes no 
conhecimento de cada estudante. Portanto, dessa forma, fica ainda mais clara 
a importância do estágio supervisionado para a formação do futuro assistente 
social, pois permite basilar e calibrar o desenvolvimento das competências 
profissionais durante o processo de formação.
3 Estágio supervisionado como instrumento 
pedagógico e político da qualificação da 
formação
O projeto de formação do Serviço Social vai na contramão da lógica neoliberal, 
a qual é seguida por várias outras profi ssões. Isso não signifi ca dizer que, no 
Serviço Social, a formação de seus profi ssionais e a atuação deles não sofram 
os impactos do sistema no qual estão inseridos, mas sim que são conscientes 
do que signifi ca esse sistema, porque ele existe da maneira como se expressa, 
porque se reproduz e como se reproduz. Essa capacidade de análise crítica e 
refl exiva é desenvolvida ao longo dos anos de graduação visando a preparar 
o aluno para a prática profi ssional, devendo esse sempre se pautar pelo com-
promisso ético-político. Para que isso ocorra, é fundamental, ao longo da 
formação, o exercício prático sob supervisão direta de supervisores de campo, 
e também do acadêmico, orientando a construção do saber do aluno, propor-
cionando a correlação entre teoria e prática. A formação desse profi ssional é 
construída considerando toda essa perspectiva, capacitando e qualifi cando o 
estudante para que este, quando estiver atuando enquanto profi ssional, seja 
capaz de intervir e mediar frente às expressões da questão social. Somado a 
isso, compreendemos, com base em Paulo Netto (1996 apud CAPUTI, 2016), 
que o projeto da profi ssão se aproxima de um projeto societal emancipatório e 
A importância do estágio supervisionado para a formação profissional10
que se estrutura nas suas dimensões jurídico-normativa, política e formativa, 
esta materializada por meio das Diretrizes Curriculares, que têm o estágio 
supervisionado como elemento essencial. 
A formação profissional do assistente social é efetivamente direcionada 
para contribuir com alternativas e estratégias para defender os interesses dos 
trabalhadores, de cuja classe o próprio assistente social faz parte (CAPPUTI, 
2016). Para além disso, há também um compromisso da categoria no que tange 
à defesa de uma educação de qualidade para todos, e de uma formação de 
qualidade para a categoria profissional. Nesse sentido, o projeto de formação 
profissional envolve também a luta pela existência e manutenção da univer-
sidade pública, gratuita e de qualidade. Lewgoy (2009 apud CAPUTI, 2016, 
p. 390) afirma que essa defesa também caminha no sentido de se opor “[...] à 
redução da formação ao mero desenvolvimento da racionalidade técnico-ins-
trumental [...]”, buscando que o estágio supervisionado garanta aos estagiários 
experiências que visem a ultrapassar demandas do mercado de trabalho, “[...] 
ampliando os horizontes da formação do profissional com o desenvolvimento 
de competências técnico-operativas, compromisso ético-político e sustenta-
ção teórico-metodológica para o desenvolvimento da capacidade de decifrar 
a realidade e construir propostas de trabalho criativas e efetivar direitos” 
(LEWGOY, 2009 apud CAPUTI, 2016, p. 390). 
Essa preocupação, que perpassa a categoria e suas entidades de repre-
sentação, alcança contundentemente a área da formação profissional. Nesse 
campo de debate, a constante defesa de uma formação alicerçada nos ideais 
do projeto ético-político da profissão faz eco nos direcionamentos dados em 
todos os núcleos da formação profissional. A formação do assistente social 
é pensada de forma a articular os saberes produzidos nas ciências sociais e 
humanas com as estratégias de intervenção na realidade vivida produzidas 
na sociedade, na busca pela constante defesa dos direitos humanos e contra 
qualquer forma de opressão. A construção da dimensão formativa do projeto 
ético-político profissional tem na defesa de uma educação crítica e de qua-
lidade um importante espaço de construção da justiça social. Essa forma de 
conceber a educação não coaduna com a noção neoliberal de educação como 
simples mercadoria, mas sim se opõe a ela e defende uma educação libertária.
É ao longo do estágio supervisionado que o aprimoramento do conheci-
mento de todas aspartes é possível, a partir da troca de experiências e do arca-
bouço teórico de cada um dos atores, no qual cada supervisor tem atribuições 
e demandas específicas e complementares. Do supervisor acadêmico, diante 
de sua vinculação à unidade formadora, espera-se que possibilite um encontro 
entre as diversas teorias sociais que estudam a realidade com aquela vivida 
11A importância do estágio supervisionado para a formação profissional
pelo estagiário, ensinando métodos de análise do real que possibilitem a eles 
a construção de reflexões críticas sobre o vivido. Esse supervisor necessita 
ter uma “[...] visão generalista e consistente dos elementos que constituem 
a formação profissional em Serviço Social, para que consiga articular os 
conteúdos das diversas disciplinas, dos diversos componentes curriculares e 
construir uma síntese do trabalho profissional [...]” (CAPUTI, 2016, p. 392). Do 
supervisor de campo, por compreender que este é também o assistente social 
responsável técnico pelo serviço, espera-se que proporcione ao estagiário um 
espaço de constante apreensão da realidade do exercício profissional, de forma 
clara e ampliada, proporcionando um debate que clarifique as contradições que 
se materializam nessa realidade. Sabe-se que, por sua vinculação intrínseca, 
o supervisor de campo:
[...] além de supervisionar o/a estagiário/a, tem, por exemplo, uma fila de 
pessoas para fazer atendimento, tendo de cumprir (muitas vezes, hoje no 
processo de precarização) metas no seu trabalho profissional e tem que dar 
conta de refletir com o/a estudante a intervenção e encaminhamentos que 
ele/a fez (CAPUTI, 2016, p. 392).
Assim, espera-se que o supervisor de campo possibilite espaços protegi-
dos de experimentação da materialidade do exercício profissional, inclusive 
incluindo o estagiário nas variadas formas de intervenção por ele realizadas 
no cotidiano dos serviços. 
Dessa forma, considerando toda a reflexão construída neste capítulo, 
é possível verificar que a supervisão de estágio é também impactada pela 
precarização da educação e do mundo do trabalho, pelo neoliberalismo e as 
consequentes reduções de direitos. Verificou-se, nas palavras de Caputi (2016, 
p. 393, grifo do autor), que a supervisão de estágio:
Configura-se como dimensão educativa, formativa, pedagógica e do exercício 
profissional, calcada nas dimensões teórico-metodológicas, ético-política e 
técnico-operativa do Serviço Social num processo permanente de construção 
de competências aliada à dimensão política, identidade e autonomia profis-
sional, atrelada ao perfil e ethos profissional. 
Pelas questões anteriormente expressas, o processo de supervisão deve 
ser efetivado de maneira direta, seja a supervisão de campo ou a acadêmica. 
É fato que essa relação encontra entraves, seja pela demanda cotidiana posta 
aos supervisores ou pela modalidade de ensino. Mas as instruções quanto 
A importância do estágio supervisionado para a formação profissional12
à supervisão direta não diferem no que tange à modalidade presencial ou à 
distância. Ambas têm suas especificidades e particularidades, o que demanda 
diálogo permanente entre as partes, de maneira a conduzir uma formação bem 
estruturada, com reflexões fundamentadas acerca das questões que surgem 
no espaço da atividade de estágio. A potencialidade do processo direto e 
articulado dos dois tipos de supervisão de estágios necessários possibilita 
um espaço amplo e plural de debate sobre a realidade vivida pelo estagiário. 
Quando a supervisão é realizada conjuntamente em um mesmo momento, é 
possível criar um espaço muito rico de compreensão do real vivido diante do 
debate realizado pelos três sujeitos que compõem o estágio supervisionado, 
de maneira articulada. Sempre que possível, esse momento de supervisão 
conjunta deve acontecer no espaço onde é realizado o estágio supervisionado, 
a partir da visita previamente agendada do supervisor acadêmico ao campo 
de estágio, dessa forma, esse momento permite uma integração importante 
e facilitadora do diálogo e da construção criativa de reflexão e ação sobre a 
realidade do estágio. 
Neste capítulo, foi possível verificar que o estágio supervisionado em 
Serviço Social é um processo fundamental para a formação profissional e 
deve perpassar as dimensões técnico-operativas, ético-política e técnico-
-metodológicas. A partir dele, o estudante tem a possiblidade de intervir, sob 
supervisão direta, frente às expressões da questão social na realidade social, tal 
como ela é, sem filtros e sem barreiras na construção de uma visão ampliada 
do exercício profissional. É importante que o estagiário tenha consciência de 
que o campo de estágio é perpassado pelas (e nele se materializam) correla-
ções de forças, e pelas diversas, e por vezes contraditórias, relações sociais, 
e que estas demandam a compreensão da categoria mediação para embasar a 
leitura do objeto, da realidade e também a sua intervenção. A supervisão direta 
deve ser realizada traduzindo as orientações das legislações que norteiam a 
profissão, e a prática profissional deve ser crítica, reflexiva e propositiva. 
O estágio supervisionado deve ser, portanto, um espaço de crescimento, 
amadurecimento e evolução profissional. Esse espaço também tem como 
função buscar averiguar o desenvolvimento das competências profissionais 
do assistente social em formação até aquele momento, bem como fornecer ao 
estagiário a segurança necessária para que ele possa se sentir seguro diante 
de sua futura atuação profissional.
13A importância do estágio supervisionado para a formação profissional
BURIOLLA, M. A. F. Supervisão em serviço social: o supervisor, sua relação e seus papéis. 
2. ed. São Paulo: Cortez, 1996.
CAPUTI, L. Supervisão de estágio em serviço social: significados e significados. Revista 
Katálysis, v. 19, n. 3, p. 389–394, 2016. Disponível em https://www.scielo.br/pdf/rk/
v19n3/1414-4980-rk-19-03-00389.pdf. Acesso em: 29 jun. 2020. 
CONSELHO FEDERAL DE SERVIÇO SOCIAL. Meia formação não garante um direito. Brasília, 
DF: CFESS, [201-]. Cartilha estágio supervisionado. Disponível em: http://www.cfess.org.
br/arquivos/BROCHURACFESS_ESTAGIO-SUPERVISIONADO.pdf. Acesso em: 29 jun. 2020.
FRANÇA, A. P. A.; SOUZA, L. J. F. S. Estágio em serviço social e o processo de formação 
profissional: entre rebatimentos e possibilidades. In: I CONGRESSO INTERNACIONAL 
DE POLÍTICA SOCIAL E SERVIÇO SOCIAL, 1., 2015, Londrina. Anais [...]. Londrina: UEL, 
2015. Disponível em: http://www.uel.br/pos/mestradoservicosocial/congresso/anais/
Trabalhos/eixo4/oral/21_estagio_em_servico....pdf. Acesso em: 29 jun. 2020.
LEWGOY, A. M. B. Supervisão de estágio em serviço social: desafios para a formação e o 
exercício profissional. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2009.
PIERITZ, V. L. H.; MONTIBELLER, C. Reflexões sobre a importância e a necessidade do 
estágio supervisionado em serviço social na educação superior a distância no Brasil. 
In: CONGRESSO INTERNACIONAL DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA, 17., 2011, Manaus. Anais 
[...]. São Paulo: ABED, 2011. Disponível em: http://www.abed.org.br/congresso2011/
cd/56.pdf. Acesso em: 29 jun. 2020.
Leituras recomendadas
BRASIL. Lei nº 8.662, de 7 de junho de 1993. Dispõe sobre a profissão de Assistente Social 
e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, [2010]. Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8662.htm. Acesso em: 29 jun. 2020.
BRASIL. Lei nº 11.788, de 25 de setembro de 2008. Dispõe sobre o estágio de estudantes; 
altera a redação do art. 428 da Consolidação das Leis do Trabalho — CLT, aprovada 
pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943, e a Lei no 9.394, de 20 de dezembro 
de 1996; revoga as Leis nos 6.494, de 7 de dezembro de 1977, e 8.859, de 23 de março 
de 1994, o parágrafo único do art. 82 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, 
e o art. 6o da Medida Provisória no 2.164-41, de 24 de agosto de 2001; e dá outras 
providências. Brasília, DF: Presidência da República, 2008. Disponívelem: http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11788.htm. Acesso em: 29 jun. 2020.
A importância do estágio supervisionado para a formação profissional14
CONSELHO FEDERAL DE SERVIÇO SOCIAL. Resolução CFESS nº 533, de 29 de setembro 
de 2008. Regulamenta a supervisão direta de estágio no Serviço Social. Brasília, DF: 
CFESS, 2008. Disponível em: http://www.cfess.org.br/arquivos/Resolucao533.pdf. 
Acesso em: 29 jun. 2020.
LEWGOY, A. M. B. O estágio supervisionado em serviço social: desafios e estratégias 
para a articulação entre formação e exercício profissional. Temporalis, ano 13, n. 25, p. 
63–90, 2013.
Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun-
cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a 
rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de 
local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade 
sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links.
15A importância do estágio supervisionado para a formação profissional
Dica do professor
O estágio é uma atividade prevista nas diretrizes curriculares do 
Serviço Social e sua supervisão deve atender a uma série de requisitos previstos em legislação 
pertinente, como a Lei n.º 11.788/08, o Código de Ética do Assistente Social, a Resolução CFESS 
n.º 533/08 e a Lei n.º 8.662/93.
Na Dica do Professor a seguir, acompanhe de que maneira o estágio supervisionado é visto como 
uma prática pedagógia.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/ed50ffa0e107f3402f8dfa257fe17994
Exercícios
1) "As Diretrizes Curriculares da área de Serviço Social (1996) – DC, desenhadas coletivamente 
pela categoria profissional no período entre 1994 e 1997, foram promulgadas pelo MEC em 
2002" (LEWGOY, 2013). Sobre as DCs do curso de Serviço Social, segundo Lewgoy, é 
correto afirmar que:
A) as DCs do curso de Serviço Social, promulgadas pelo MEC em 2002, trazem as normativas e 
os direcionamentos detalhados acerca do estágio supervisonado.
B) as DCs do curso de Serviço Social, encaminhadas pela ABEPSS, não sofreram qualquer 
alteração ao serem analisadas pelo Conselho Nacional de Educação.
C) as DCs do curso de Serviço Social, encaminhadas para o MEC e promulgadas em 2002, 
sofreram alterações em sua redação pela ABEPSS, retirando a supervisão de estágio como 
atividade obrigatória.
D) as DCs do curso de Serviço Social, promulgadas pelo MEC em 2002, não trazem em seu texto 
a afirmação de que o estágio supervisionado é atividade indispensável e integradora do 
currículo.
E) as DCs do curso de Serviço Social, promulgadas pelo MEC em 2002, afirmam que o estágio 
supervisionado é atividade indispensável e integradora do currículo.
2) O estágio supervisionado é uma atividade que compõe a formação dos assistentes sociais. 
Sobre ele, podemos afirmar que:
A) é uma atividade que pode ser desenvolvida pelos alunos dos cursos em EaD, não havendo 
obrigatoriedade. Nesse caso, temos os estágios não curriculares.
B) é uma atividade que deve ser desenvolvida pelos alunos dos cursos presenciais e que pode, a 
critério do estudantes, ser desenvolvida pelos alunos dos cursos de EaD.
C) é uma atividade obrigatória e que deve compor o Projeto Pedagógico do curso de Serviço 
Social, em qualquer modalidade de ensino.
D) é uma atividade obrigatória e deve acontecer com a supervisão direta de um dos supervisores 
de estágio.
E) é uma atividade não obrigatória, não compondo o Projeto Pedagógico do curso de Serviço 
Social, por definição do MEC.
3) Segundo Lewgoy (2013), "é recomendado que a supervisão seja feita por um professor 
supervisor e pelo profissional de campo, por meio da reflexão, do acompanhamento e da 
sistematização, com base em __________."
A alternativa que completa o espaço em branco é:
A) planos de estágio elaborados em conjunto entre a unidade de ensino e a unidade de campo 
de estágio, tendo como referência a Lei n.o 8.662/93 (Lei de Regulamentação da Profissão) e 
o Código de Ética do Profissional (1993) (ABEPSS, 1997, p. 71).
B) termos de compromisso elaborados em conjunto entre o estagiário, a unidade de ensino e a 
unidade de campo de estágio, tendo como referência a Lei n.o 8.662/93 (Lei de 
Regulamentação da Profissão) e o Código de Ética do Profissional (1993) (ABEPSS, 1997, p. 
71).
C) planos de estágio elaborados pelo MEC, tendo como referência a Lei n. 8.662/93 (Lei de 
Regulamentação da Profissão) e o Código de Ética do Profissional (1993) (ABEPSS, 1997, p. 
71).
D) termos de compromisso elaborados em conjunto entre o estagiário, a unidade de ensino e 
unidade de campo de estágio, tendo como referência a Lei n.o 8.662/93 (Lei de 
Regulamentação da Profissão) e a Lei n.o 8.112/93 (ABEPSS, 1997, p. 71).
E) planos de estágio elaborados pelo Conselho Nacional de Educação, tendo como referência a 
Lei n. 8.662/93 (Lei de Regulamentação da Profissão) e o Código de Ética do Profissional 
(1993) (ABEPSS, 1997, p. 71).
4) Segundo Caputi (2016), "um dos pilares do projeto ético-político do Serviço Social é a 
formação profissional". Por meio desse projeto e pelo projeto profissional, suas entidades 
representativas reafirmam sua defesa e fortalecem sua continuidade. Essas entidades 
representativas são:
A) a Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social (ABEPSS), o Conselho Federal 
de Serviço Social (CFESS), o Conselho Regional de Serviço Social (CRESS), a Executiva 
Nacional de Estudantes de Serviço Social (Enesso) e o Centro de Referência em Assistência 
Social (Cras).
a Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social (ABEPSS), o Conselho Federal 
de Serviço Social (CFESS), o Conselho Regional de Serviço Social (CRESS) e a Executiva 
B) 
Nacional de Estudantes de Serviço Social (Enesso).
C) o Ministério da Educação e Cultura (MEC), o Conselho Federal de Serviço Social (CFESS), o 
Conselho Regional de Serviço Social (CRESS) e a Executiva Nacional de Estudantes de Serviço 
Social (Enesso).
D) o Conselho Nacional de Educação (CNE), o Conselho Federal de Serviço Social (CFESS), o 
Conselho Regional de Serviço Social (CRESS) e a Executiva Nacional de Estudantes de Serviço 
Social (Enesso).
E) a Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social (ABEPSS), o Conselho Federal 
de Serviço Social (CFESS), o Conselho Regional de Serviço Social (CRESS), o Centro Regional 
de Assistência Social (Cras) e o Conselho Nacional de Educação (CNE).
O trecho a seguir foi extraído do trabalho de Caputi (2016) e traz reflexões interessantes 
acerca do processo de estágio. 
Após a leitura do trecho, leia os itens que vêm na sequência.
"Supervisão de campo e acadêmica enquanto faces de uma mesma atividade curricular, 
dialeticamente demandam, por exemplo, respostas e reflexões próprias do arcabouço 
teórico-prático que constituem formação e trabalho profissional. Cujas respostas estão nas 
mediações construídas conjuntamente pelos seus atores: supervisores e estagiários no 
processo da supervisão, no espaço do fazer profissional, na análise institucional que se faz 
do trabalho profissional".
I. O supervisor acadêmico tem que ser um professor com visão generalista e consistente dos 
elementos que constituem a formação profissional em Serviço Social. Isso porque ele precisa 
articular os conteúdos das diversas disciplinas e dos diversos componentes curriculares, 
além de construir uma síntese do trabalho profissional do assistente social, para que o 
estudante compreenda aquele espaço onde está inserido.
II. A supervisão acadêmica tem que trazer elementos fundamentais, por exemplo: da 
economia política, do fetiche da mercadoria, de mais-valia, da teoria do valor trabalho, entre 
outros que constituem os fundamentos do trabalho profissional.
III.A supervisão de estágio apresenta limites próprios das determinantesadvindas da 
precarização do mundo do trabalho e da educação, cujas possibilidades estão intrínsecas na 
leitura crítica da realidade concreta e no fortalecimento da identidade profissional 
construída. Configura-se como dimensão educativa, formativa, pedagógica e do exercício 
profissional, calcada nas dimensões teórico-metodológicas, ético-política e técnico-
operativa do Serviço Social, em um processo permanente de construção de competências, 
aliada à dimensão política, identidade e autonomia profissional, atrelada ao perfil e ethos 
profissional.
5) 
São afirmações verdadeiras:
A) I e II.
B) I e III.
C) II e III.
D) III.
E) I, II e III.
Na prática
O estágio supervisionado em Serviço Social é uma rica oportunidade de experiência para o aluno. 
Nesse espaço, ele terá contato com diversas questões, por vezes positivas e contributivas, por 
outras vezes negativas e desmotivadoras. A observação do ambiente e o embasamento teórico são 
instrumentos e estratégias fundamentais para consolidar uma atuação pautada no compromisso 
ético-político da profissão.
Na Prática a seguir, veja a história de duas estagiárias em um campo 
de estágio, entendendo como essa experiência pode sempre contribuir para a formação do 
profissional. Acompanhe também como a vivência dessas estudantes contribuiu para as partes 
envolvidas no processo 
de estágio, assim como para os colegas de curso.
Aponte a câmera para o 
código e acesse o link do 
conteúdo ou clique no 
código para acessar.
https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/c2582922-0df5-4665-b455-de91e11af4a4/6063187f-dfbe-4d1b-840e-1987215bb1ca.png
Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
Fórum Nacional de Supervisão de Estágio: entrega do 
documento final de orientação aos fóruns
Assista ao vídeo contendo o documento final de orientação para os fóruns de supervisão de 
estágio.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
XVI Enpess - 06 de dezembro - VI Fórum Nacional de 
Supervisão de Estágio
Veja informações sobre a consolidação dos parâmetros para efetivação e orientação do estágio 
supervisionado.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Oficina Nacional da ABEPSS 2017 - Fórum Nacional de 
Supervisão de Estágio
Confira a Oficina Nacional da ABEPSS, no Fórum Nacional de Supervisão de Estágio.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
https://www.youtube.com/embed/xLIwG3bPLdQ
https://www.youtube.com/embed/PGtdGE2hKOo
https://www.youtube.com/embed/2OQ0FdYNfEo

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