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11.Patologia das construções – Execução de reparos Eng. José Eduardo Granato 151 11. Procedimentos de reparos estruturais 11.Patologia das construções – Execução de reparos Eng. José Eduardo Granato 152 11.Patologia das construções – Execução de reparos Eng. José Eduardo Granato 153 11. Procedimentos de reparos estruturais Os processos de solução de problemas de reparos de concreto inclui a análise do reparo, a estratégia e o projeto/ metodologia. A análise do problema deve ser compreendida, inclusive as causas e os efeitos da deterioração. Avaliação (Causa e efeitos) Análise do reparo Estratégias do reparo Necessidades • Vida útil • Urgência • Custo • Requisitos de desempenho • Estética • Necessidade estrutural • Efeito do reparo na estrutura • Possibilidade de execução • Segurança • Meio ambiente • Materiais • Métodos • Reparo • Proteção Peter H. Emmons 11.Patologia das construções – Execução de reparos Eng. José Eduardo Granato 154 Os problemas de deterioração são diversos. Cada situação exige uma compreensão clara do que é esperado do reparo. Três requisitos de desempenho em geral são proteção, estética e suporte à carga. O processo de análise do reparo é para determinar a exata função do reparo e que propriedades do material de conserto podem ser especificadas e requeridas. Estratégias de reparos Reparos de Superfície Proteção / Estética • Impermeabilidade • Estética • Durabilidade Estrutural • Cargas cíclicas • Impacto • Cargas permanentes 11.Patologia das construções – Execução de reparos Eng. José Eduardo Granato 155 11.1. Reparos Superficiais Os atuais métodos de reparos superficiais são muito mais complexos que no passado por várias razões como indicado abaixo: • O concreto atual é de maior desempenho (alta resistência, menor espessura e peso, baixo cobrimento de armadura, adições diversas ao cimento, etc). • A prática de projeto é mais precisa. • O concreto é exposto a atmosferas mais agressivas. • As estruturas são mais complexas, inclusive dos tipos protendido. • Uma grande variedade de materiais de reparo está disponível. • Maiores e melhores técnicas de reparos estão disponíveis. As técnicas de reparos de superfície exigem um conhecimento prévio das propriedades e características de desempenho dos materiais, engenharia estrutural, ferramentas e equipamentos de preparação da superfície e de aplicação dos materiais, normalização pertinente e métodos de avaliação de desempenho dos materiais. A realização de reparos duráveis e eficientes muitas vezes não é um processo preciso. Muito pode dar errado, existem algumas redundâncias e muitas etapas dependem do sucesso de outras. O cuidado na adoção das melhores técnicas já é uma melhoria do processo. O esquema abaixo detalha estes passos importantes de um reparo de superfície: • Análise do reparo, estratégia e projeto • Seleção dos materiais • Preparação de superfície • Reforço, limpeza e proteção das armaduras • Aderência dos materiais de reparo no substrato existente • Técnicas de execução 11.Patologia das construções – Execução de reparos Eng. José Eduardo Granato 156 Avaliação Análise do Reparo Estratégia de Reparo Método de Aplicação Seleção dos Materiais Projeto de Reparo/Reforço Estrutural Lay out Escoramento Remoções Gerais Delimitação da área Liberando o aço por baixo Limpeza e/ou reforço das armaduras Limpeza e preparação do concreto Tratamento anticorrosivo Ponte de aderência Aplicação do material de reparo 11.Patologia das construções – Execução de reparos Eng. José Eduardo Granato 157 Preparação da estrutura A preparação da superfície são os procedimentos necessários para preparar o concreto para a execução dos reparos. A preparação é requerida para remover todo o substrato deteriorado, contaminado ou danificado, para preparar a superfície para receber os materiais de reparo. Deve-se iniciar o serviço efetuando um rigoroso exame da estrutura, visual, por percussão, etc., para a detecção das áreas a serem reparadas. O processo de preparação é uma das fases mais críticas do trabalho. Sem preparar adequadamente o substrato, os resultados dos reparos podem não ter o resultado desejado. Detecção das falhas Fonte: Peter H. Emmons 11.Patologia das construções – Execução de reparos Eng. José Eduardo Granato 158 Deve-se efetuar a marcação e delimitação das áreas a serem reparadas. É importante delimitar as áreas de reparos em um desenho geométrico retangular ou quadrado, evitando delimitar as áreas em formas geométricas que dificultem a execução, como também deve ser levado em consideração à estética do acabamento da área reparada. D el am in aç ão C on ta m in aç ão D es ta ca m en to C or ro sã o Tr in ca D el im ita çã o da á re a R em oç ão d a ár ea c on ta m in ad a Li be ra çã o to ta l d a ar m ad ur a Pr ep ar aç ão d o co nc re to Li m pe za d a ar m ad ur a Pr ot eç ão d a ar m ad ur a Po nt e de a de rê nc ia M at er ia l d e re pa ro d ur áv el Peter H. Emmons Região deteriorada Preparação do concreto e armadura Sistema de reparo ”Lay out” de área a ser reparada 11.Patologia das construções – Execução de reparos Eng. José Eduardo Granato 159 Após a delimitação da área de reparo, deve-se efetuar um corte ortogonal na região delimitada, retirando todo o concreto em torno da armadura. Peter H. Emmons Superfície após o concreto ser removido Parte superior da armadura corroída Perímetro do reparo com corte em ângulo +/- 90° Corte de no mínimo 2 cm abaixo da armadura Remover todo o concreto ao redor da armadura, para a exposição da armadura corroída 11.Patologia das construções – Execução de reparos Eng. José Eduardo Granato 160 Deve-se efetuar a limpeza rigorosa das armaduras, para a retirada de todo o traço de oxidação. Efetuar o tratamento anticorrosivo das armaduras, formando uma película uniforme de espessura recomendada em toda a armadura. Efetuar a preparação da área para receber a argamassa de reparo. Dependendo da ponte de aderência a ser aplicada entre o substrato e a argamassa de reparo, podemos ter procedimentos diversos. Por exemplo, caso seja utilizado como ponte de aderência resina epóxi, o substrato deve estar seco. Caso seja aplicado como ponte de aderência látex acrílico, aplicado puro ou em mistura com cimento (3 partes de cimento – 1 parte de água – 1 parte de resina acrílica), o substrato deve ser primeiramente hidratado com água. A hidratação prévia deve ser saturando-se o substrato, com superfície não encharcada. Entende-se como superfície não encharcada quando não temos filme de água (brilhante) na superfície, pois esta película de água é um filme antiaderente. Jato de areia Agulhadeira Tratamento anticorrosivo 11.Patologia das construções – Execução de reparos Eng. José Eduardo Granato161 Aplicação do material de reparo Após todos os procedimentos de reparos esteja executada, a argamassa de reparo é então aplicada, firmemente comprimida, para ocupar todos os espaços vazios, inclusive na parte posterior da armadura. Os reparos localizados em pequenas regiões, a aplicação do material de reparo é normalmente executado manualmente. Reparo com argamassa tipo a) tixotrópica b) autonivelante c) seca (socada) Fonte: Concrete Repair and Maintenance Illustrated – Peter H. Emmons 11.Patologia das construções – Execução de reparos Eng. José Eduardo Granato 162 Para reparos em grandes regiões, normalmente a aplicação da argamassa reparo é executada com equipamento de projeção, preferencialmente por via úmida. Após a aplicação da argamassa de reparo, deve-se efetuar a cura do reparo com aspersão de água por 7 dias, ou cura química. Argamassa polimérica projetada 11.Patologia das construções – Execução de reparos Eng. José Eduardo Granato 163 Resumo das etapas de preparação 1. Localizar a área a ser reparada, por teste de percussão, exame visual ou outros métodos. Verificar se é necessária a instalação de suportes provisórios. 2. Remover com equipamentos adequados todo o concreto deteriorado. Quando a remoção atingir o ponto da armadura, a mesma deve ser totalmente exposta para o sucesso do reparo. 3. Delimitar a área de reparos de acordo com a metodologia de reparo a ser adotada. A aplicação de concreto projetado pode requerer a modificação da geometria da área delimitada. 4. Efetuar uma rigorosa limpeza da área a ser reparada. A limpeza é muito importante para possibilitar a ancoragem adequada do material de reparo. 5. Caso a seção da armadura esteja seriamente comprometida, com perda de mais de 15% da seção, a colocação de armadura adicional pode ser necessária. 6. Dependendo da metodologia de reparo, a aplicação de pintura protetora da armadura e ponte de aderência podem ser adotada. Fonte: Concrete Repair and Maintenance Illustrated – Peter H. Emmons 11.Patologia das construções – Execução de reparos Eng. José Eduardo Granato 164 11.2. Reparos Médios e Profundos Na execução de reparos de profundidades média ou profunda, devem ser entendidos como um reparo que vai suportar parte da carga da estrutura. Assim sendo, os cuidados de execução criteriosa devem ser observados. Fatos que devem ser levados em consideração: ⇒ Utilizar materiais com o módulo de elasticidade semelhante ao da estrutura, e de materiais que não sofram deformações que impeçam que os mesmos suportem parte das cargas que lhe são atribuídas. ⇒ Utilizar materiais com coeficiente de expansão térmica semelhante ao da estrutura, de forma a não tensões na linha de aderência. ⇒ Garantir a boa aderência do material de reparo à estrutura, de forma a que se comportem como uma peça única. ⇒ É esperada uma certa retração do material de reparo. Isto pode fazer com que o reparo não contribua para suportar as cargas impostas. Devem-se adotar todos os procedimentos possíveis para minimizar a retração do reparo, tal como traço do material de reparo, retração compensada, cura, etc. 11.Patologia das construções – Execução de reparos Eng. José Eduardo Granato 165 Métodos de reparos médios e profundos Existem vários métodos de reparação de profundidade média e profunda, devendo ser estudado a forma mais apropriada para cada caso em questão. A diferença básica entre os reparos médio e profundo difere-se basicamente no tamanho dos agregados do material. Como exemplo, para a utilização de um graute em reparos profundos, adiciona- se brita (cerca de 30% em volume), de forma a economizar material e minimizar a retração. A preparação do substrato para receber o material de reparo são praticamente semelhante do adotado para reparos superficiais, assim como a cura do material de reparo. Reparo com concreto Reparo com graute (com ou sem brita) Reparo com graute injetado em espaço já preenchido com brita lavada Concreto projetado 11.Patologia das construções – Execução de reparos Eng. José Eduardo Granato 166 Reparo com concreto ou graute bombeável Reparo em laje com graute c/ brita ou concreto 11.3 Tratamento de fissuras e trincas A injeção das fissuras e trincas tem como objetivos principais evitar a penetração de agentes agressivos, como também para, no caso de fissuras “mortas” solidarizar a estrutura e proporcionar a boa distribuição de cargas atuantes. Para o tratamento de fissuras, adotam-se os seguintes métodos: a) Injeção em fissuras (acima de 0,20 mm) e trincas “mortas” Abertura de um sulco em forma de “V” ao longo da fissura/trinca, com largura de 15 mm de cada lado do eixo da fissura/trinca e profundidade de aproximadamente 10 mm. Executar a selagem do sulco com argamassa epóxi ou argamassa polimérica. Em intervalos adequados, cerca de 20 a 50 cm (dependendo da abertura e da profundidade da fissura ou trinca), colocar os bicos ou niples de injeção. Havendo bifurcações das fissuras/trincas, colocar sempre um bico/niple nesta bifurcação. Nos casos de fissuras e trincas passantes, é conveniente instalar bicos/niples em ambos os lados, quando possível. Efetuar o teste de intercomunicação entre os bicos/niples com ar comprimido filtrado. No caso de haver umidade nas fissuras/trincas, é conveniente manter a passagem de ar comprimido para a secagem da umidade, exceção feita para o caso de injeção de resinas hidrorreativas de poliuretano ou metacrilatos. Iniciar a injeção da resina epóxi, iniciando no ponto mais baixo para o mais alto. A pressão de injeção varia entre 0,5 Mpa a 2,0 Mpa, dependendo da abertura da fissura (maior pressão para as fissuras de menor abertura) e da viscosidade da resina. Na medida que a resina extravasar pelo bico/niple superior ao que se está injetando, proceder à vedação do primeiro bico e passar para o bico seguinte e assim sucessivamente. Deve-se procurar injetar a resina de forma ininterrupta e o mais lentamente possível, para que a mesma preencha todos os vazios. 11.Patologia das construções – Execução de reparos Eng. José Eduardo Granato 167 Após a cura da resina, retirar os bicos injetores e dar acabamento à superfície. Vista superior: Injeção com bicos inseridos ao longo da fissura/trinca Vista superior: Injeção com bicos inseridos transversalmente à fissura/trinca b) Injeção em fissuras mortas inferiores a 0,20 mm Fissuras de dimensões abaixo de 0,20 mm (micro fissuras), podem-se adotar a colmatação com o pincelamento de solução de metassilicato ou fluorsilicato de sódio, potássio, cálcio, diluídas em água quente, iniciando-se as primeiras demãos com uma dissolução em água de 15% a 20%, passando-se a seguir a uma dissolução de 30%, até a colmatação da fissura. c) Calafetação em fissuras e trincas vivas com selantes Para o caso de fissuras e trincas que se movimentam, não é recomendada a solidarização da estrutura com injeção de resinas, já que as tensões internas acabarão por fazer surgir novas fissuras ou trincas, para o alívio das tensões restringidas. Nestes casos, de forma a evitar a penetração de agentes agressivos, procede-se a calafetação das fissuras e trincas com selantes elásticos, que acompanham a movimentação das mesmas, mantendo-as estanques à penetração de agentes agressivos. 11.Patologia das construções – Execução de reparos Eng. José Eduardo Granato 168 11.4 Grauteamentos 11.4.1 Objetivo Este manual tem por objetivo sugerir produtos para que os profissionais de engenharia possamcom estas, melhor analisar o desempenho e condições de uso de cada produto em relação às várias interferências e variáveis que cada caso tenha. 11.4.2 O que é um graute ? Graute é uma argamassa a base de cimentos ou resinas que possui elevadas resistências e fluidez, com retração compensada ou não retrátil, utilizado para preencher vazios. Os grautes surgiram para o preenchimento de vãos entre as chapas de bases de equipamentos e o bloco de fundação, pois o assentamento das chapas metálicas das bases dos equipamentos, quando ficavam apoiadas diretamente sobre o concreto, implicavam em um contato imperfeito para a adequada distribuição de cargas. Os primeiros grautes eram constituídos de materiais expansivos ferrosos misturados ao cimento para serem socados no vão entre a chapa de base e o bloco de fundação. No entanto estes materiais não são mais utilizados, pois se tratavam de materiais geradores de corrosão nos chumbadores e chapas dos equipamentos. Com a modernidade foram desenvolvidos ao grautes utilizados até hoje, que possuem com grande fluidez para agilizar os serviços e não são geradores de corrosão È importante lembrar que os grautes foram desenvolvidos para serem utilizados confinados sob as chapas de bases dos equipamentos. 11.Patologia das construções – Execução de reparos Eng. José Eduardo Granato 169 11.4.3 Tipos de graute Epoxidicos: Não retrátil Cimentícios: Com retração compensada Ação Química: não retrátil Quando devemos usar cada tipo ? Indica-se a seguir usos básicos para cada material, porém devem-se considerar as várias interferências da obra antes da escolha. Epoxídicos: utilizado quando são requeridas resistência a carga cíclicas e dinâmicas, rápido ganho de resistências com limites a exposição térmica de 60°C e o substrato estiverem secos. Espessura de 2 a 5 cm por camada, não necessita de cura úmida ou química. Epoxídicos especiais: utilizado quando são requeridas resistência a carga cíclicas e dinâmicas, elevadíssimas resistências finais (compressão 110Mpa) com limite a exposição térmica maior a 114°C e o substrato estiver seco. Espessuras de 2 a 10 cm/ camada, não necessita de cura química ou úmida. 11.Patologia das construções – Execução de reparos Eng. José Eduardo Granato 170 Cimentícios de uso geral: utilizado para uso geral, como reparos de estruturas, ancoragens, grauteamentos de máquinas com os limites térmicos do cimento Portland. Espessuras: • de 2 a 4 cm sem adições • de 5 a 10 cm adiciona-se até 30% de brita 0 em peso. • acima de 10cm adiciona-se até 15% de brita 0 e 15% de brita 1 em peso. As adições devem ser estudadas caso a caso, pois poderá ser desejável outras misturas e providências. O substrato deve estar saturado com água e seco superficialmente. Precisa de cura úmida ou química. Cimentícios de precisão: utilizado para grauteamento de precisão onde a fluidez elevada é requerida. Possui limites térmicos dos cimentos Portland e possuem maior tempo de trabalhabilidade se comparado com grautes de uso geral. Espessuras: • de 2 a 4cm, sem adições; • de 5 a 10cm adiciona-se até 40% de brita 0 em peso; • acima de 10cm, adiciona-se até 20% de brita 0 e 20% de brita 1 em peso. 11.Patologia das construções – Execução de reparos Eng. José Eduardo Granato 171 As adições devem ser estudadas caso a caso, pois poderá ser desejável outras misturas e providências. O substrato deve estar saturado com água e seco superficialmente. Precisa de cura úmida ou química. Cimentícios especiais: utilizado para grauteamento de trilhos ou equipamentos sujeitos a cargas cíclicas ou dinâmicas (devido aos agregados metálicos) em situações que um graute epoxídico não poder utilizado. Possui limitações térmicas do cimento Portland. Espessuras: de 2 a 5cm/camada O substrato deve estar saturado com água e seco superficialmente. Precisa de cura úmida ou química. Cimentícios rápidos: utilizado para grauteamentos rápidos, normalmente liberando em 3 horas o uso das máquinas. Possui elevada resistência inicial a altas temperaturas por ser a base de cimento aluminoso. Espessuras: • de 2 a 4cm: sem adições • de 5 a 10cm: com até 40% de brita 0 em peso • acima de 10cm: com até 20% de brita 0 e 20% de brita 1. 11.Patologia das construções – Execução de reparos Eng. José Eduardo Granato 172 O substrato deve estar saturado com água e seco superficialmente. Precisa de cura úmida ou química. Ação química: utilizado para grauteamento ultra rápido normalmente liberando em 45 min o uso. Mantem seu desempenho para exposições térmicas de até 150°C. não necessita de cura e requer substrato seco. Não é um graute considerado de precisão devido a sua menor fluidez. Espessura: de 2 a 3cm: sem adições de 3 a 10cm: adicionar até 50% de brita 0 em peso. Acima de 10cm: adicionar até 25% de brita 0 e 25% de brita 1 em peso. 11.Patologia das construções – Execução de reparos Eng. José Eduardo Granato 173 11.4.4 Preparação do substrato As superfícies de aço e concreto devem estar livres de pó, óleo, graxa ou outros contaminantes. Todas as superfícies devem ser apicoadas para que se remova todas as camadas frágeis expondo o concreto sólido. Quando sujeito a cargas dinâmicas, as superfícies de concreto devem ser parcialmente demolidas até se alcançar uma área áspera de aproximadamente 3/8”. As superfícies devem estar saturadas com água e seca superficialmente para uso dos grautes cimentícios. As superfícies devem possuir teor de umidade menos 5% e a umidade do ar inferior a 70% (a 25°C) para uso dos grautes epoxídicos. Os chumbadores devem ser grauteados previamente ao grauteamento das chapas de base. Os calços de nivelamento poderão ser posicionados com grautes ou argamassas não retráteis com consistência seca. Proporcione sombra 24horas antes do grauteamento e 24 horas depois no local. Checar se a superfície não se apresenta carbonatada. Executar testes com solução de fenoftaleína. Checar a capacidade do substrato com elcometer ( ensaios de aderência). 11.4.5 Fôrmas Devem ser não absorventes (aplicar desmoldantes) e devem estar colmatadas para evitar fuga dos materiais, selando-se as formas com selante de poliuretano. Uma caixa de carga com inclinação de 45° deve ser utilizada para melhorar o lançamento do graute; criando uma carga hidrostática. As laterais devem estar a uma distância mínima de 3cm do objetivo a grautear para permitir a expulsão de ar. Devem ser reforçadas para suportar a pressão do grauteamento. Devem entender-se no mínimo 3cm acima do fundo do equipamento que será grauteado. Podem ser necessárias juntas de dilatação ou expansão,exemplo grauteamentos trilhos. Para os grautes epoxídicos ou de ação química, formas revestidas de PVC facilitam a desforma. 11.Patologia das construções – Execução de reparos Eng. José Eduardo Granato 174 11.4.6 Mistura É importante se definir que tipo de equipamento deverá ser utilizado: Graute com adição de brita = betoneira Graute sem adição de brita= argamassadeira Ajuste a temperatura da água para obter um graute misturado de 7 a 32ºC (p/ cimenticios) Utilizar água gelada para estender o tempo de trabalhabilidade quando a temperatura local estiver elevada ou quando o grauteamento for de grande volume. (p/ grautes cimenticios) Utilize água morna em ambientes frios para que o cimento atinja a temperatura para a reação (p/ cimenticios) Os materiais a serem utilizados devem estar a sombra No caso do uso de britas, estas devem ser lavadas momentos antes da utilização,para que não absorvam a água prevista para a reação com o graute (para grautes cimenticios) A ordem na colocação dos produtos no misturador deve ser: água, brita e graute por último (para cimenticios). A mistura deve ser de 5 minutos aproximadamente para que os aditivos tenham iniciado sua função. Deve-se prever a quantidade necessária de misturadores para que o lançamento do graute seja continuo no interior da formas e utilizável no máximo tempo recomendado. A mistura deve ser efetuada próximo ao local da utilização, evitando o adensamento de transporte. A fluidez da mistura pode ser aferida com funil Norma ASTM C940 – Máximo 30 segundos. Observe se o material misturado não apresenta segregação ou exsudação. 11.Patologia das construções – Execução de reparos Eng. José Eduardo Granato 175 11.4.7 Lançamento do graute O graute deve ser lançado sob interior do caixa de carga hidrostática O lançamento deve ocorrer sempre por um único local de forma continua, mantendo sempre cheia a caixa de carga hidrostática. O objetivo da forma de lançamento é que o graute ocupe o espaço do ar, no interior da forma, expulsando-o totalmente e evitando o seu aprisonamento. Os grautes devem fluir de um lado para outro sem o auxilio de vibração ou adensamento pelo seu próprio desempenho auxiliado pela pressão hidrostática formada na caixa de carga. Verta o graute ate que vaze do outro lado da forma, expulsando todo o ar. Em condições adversas, técnicas especiais devem ser adotadas: Grandes volumes de graute, ou serviços em ambientes com temperatura elevada, as formas durante o grautemento devem ser mantidas úmida para os grautes cimenticios. Sob a ação do sol ou vento, deve-se aplicar nevoa de redutor de evaporação Confilm logo após a aplicação, evitando perda excessiva de água até que se possa aplicar agente de cura ou cura úmida para os grautes cimenticios. Em ambientes e substratos frios, pode-se aquecer o local com lâmpadas. Após o grauteamento e o fim de pega, as lâmpadas não devem se desligadas todas de uma vez, evitando o choque térmico. Caso o lançamento tenha que ser efetuado em camadas sobrepostas, o lançamento da camada seguinte deve ser efetuado preferencialmente logo após a camada anterior ter a temperatura da superfície normalizada. No caso deste não ser possível, a camada anterior deve ser ranhurada é ser mantida molhada até momentos antes da aplicação da nova camada para os grautes cimenticios. Para os epoxídicos ou de ação química somente será necessário se ranhurar as superfícies. 11.Patologia das construções – Execução de reparos Eng. José Eduardo Granato 176 11.4.8 Cura do graute cimentício Tão logo as superfícies expostas do graute estejam firmes, efetuar cura úmida por 24 horas, seguida de cura química ou úmida. As formas poderão ser removidas tão logo o graute suporte a penetração de uma colher de pedreiro pontiaguda. Após a remoção aplique imediatamente cura úmida ou química, para os grautes cimenticios. Os grautes epoxídicos ou de ação química não necessitam de cura. 11.4.9 Observações importantes Os grautes convencionais não foram projetados para uso com o recobrimento ou revestimento de pisos É possível o aparecimento de fissuras nas áreas expostas que não estejam nas regiões confirmadas. Podem ainda ocorrer em esquinas (verticais) acentuadas. Estas ocorrem geralmente devido a mudança de temperatura e umidade; porém não afetam o desempenho estrutural de preparação, colocação e cura. Consulte as fichas de segurança e saúde. Estima-se normalmente 5 a 10% paras as quantidades em eventuais perdas. A escolha e técnicas a serem adotadas devem ser bem avaliadas em relação ao tempo de trabalhabilidade, absorção dos capilares, temperatura de aplicação e uso. (Item 11.4 Grauteamentos Preparado por: Ricardo Novelli Salomão (MBTBrasil - Master Builders Technologies) 11.5 Concretagem e grauteamento submerso A técnica de concretagem e grauteamento submerso consiste no uso de aditivos especiais que mantém o concreto coeso, argamassa, graute ou calda de cimento, sem lavagem ou segregação dos seus componentes finos, mesmo em água corrente, doce ou salgada. A técnica é adotada para concretagem, grauteamento ou injeção de cimento subaquático, para recobrimento de pilares, barragens, preenchimento de vazios, etc. 11.Patologia das construções – Execução de reparos Eng. José Eduardo Granato 177 Fonte: Concrete Repair and Maintenance Illustrated – Peter H. Emmons 11.Patologia das construções – Execução de reparos Eng. José Eduardo Granato 178 Com reparos em áreas envolvidas por fôrma, utiliza-se um concreto, calda de cimento ou graute com elevado abatimento (slump 18 ou mais) , para facilitar os serviços, dispensando a utilização de vibradores. O material de reparo é bombeado dentro de uma forma estanque, de baixo para cima. Como o concreto tem sua massa específica superior ao da água, o preenchimento da área com concreto provoca a expulsão da água através de purgadores. Para reparos manuais, utiliza-se uma argamassa de reparo tixotrópica, aditivada com o aditivo coesivo e antisegregante. Abaixo podemos verificar uma técnica adotada para a concretagem submersa. Equipamento abrasivo rotativo para a limpeza e preparação do substrato Fôrmas especiais para o encapsulamento do pilar Bico de injeção 11.Patologia das construções – Execução de reparos Eng. José Eduardo Granato 179 Montagem das fôrmas Equipamento de injeção Consistência do graute a ser injetado Injeção do graute pelos bicos de injeção Serviço executado Ensaio de aderência do reparo
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