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MARATONA ENEM_1 Dia_Simulado 1

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3
1º SIMULADO
2
2023
2023
LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS
Questões de 01 a 45 
Questões de 01 a 05 (opção inglês)
Questão 01 2023
Art which is based on images of mass consumer culture. 
Pop art was initially regarded as a reaction from abstract 
expressionism because its exponents brought back figural 
imagery and made use of impersonal handling. It was seen 
as a descendant of Dada because it debunked the serious-
ness of the art world and embraced the use or reproduction 
ofcommonplace subjects. Comic books, advertisements, 
packaging, and images from television and the cinema were 
all part of the iconography of the movement.
Ian Chilvers e John Glaves-Smith (orgs.).
Oxford Dictionary of Modern and Contemporary Art, 2009. (Adaptado.)
Uma obra representativa do movimento artístico retratado 
no texto está reproduzida em:
A 
B 
C 
D 
E 
Questão 02 2023
Leia a tira.
O humor da tira decorre do fato de 
A o menino estar com o relógio parado. 
B o menino ser controlado por uma máquina. 
C as máquinas ajudarem humanos no trabalho e no lazer. 
D o tigre considerar inverossímil a história de ficção cien-
tífica. 
E o tigre ter ficado com medo das máquinas.
3
2023
2023
Questão 03 2023
Examine a tirinha, publicada na conta do Instagram “Dinos 
and Comics”, em 03.07.2021.
Depreende-se da tirinha que o dinossauro 
A teme que seu trabalho possa vir a ser plagiado. 
B demonstra receio de que seu trabalho não seja original. 
C demonstra receio da reação do mundo ao seu trabalho. 
D acredita que o mundo ainda não compreendeu seu 
trabalho. 
E acredita que morrerá antes de conseguir terminar seu 
trabalho.
Questão 04 2023
TEXTO PARA A QUESTÃO.
O humor do quadrinho decorre 
A da saudade que os personagens têm da vida urbana. 
B da possibilidade de os personagens serem picados por 
abelhas. 
C do som da letra bê em inglês ser o mesmo da palavra 
abelha em inglês. 
D das vestimentas dos personagens. 
E da alegria sem motivo dos personagens.
Questão 05 2023
De acordo com o cartum, 
A o desmatador certamente atenderia à solicitação da 
menina se retirasse seu equipamento. 
B os desmatadores apenas cumprem ordens. 
C os ambientalistas não apresentam argumentos convin-
centes. 
D os desmatadores não ouvem os argumentos dos am-
bientalistas. 
E as crianças são mais sensíveis ao mundo natural.
4
2023
2023
Questões de 01 a 05 (opção espanhol)
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
Este es el principio de las antiguas historias de este lugar 
llamado Quiché. Aquí escribiremos y comenzaremos las 
antiguas historias, el principio y origen de todo lo que se hizo.
Esta es la relación de cómo todo estaba en suspenso, 
todo en calma, en silencio; todo inmóvil, callado, y vacía la 
extensión del cielo.
Entonces vinieron Tepeu y Gucumatz y conferenciaron 
sobre la vida: 1quién será el que produzca el alimento y el 
sustento.
De tierra y lodo hicieron la carne del hombre. Pero vieron 
que no estaba bien, porque se deshacía; estaba 2blando; 
no tenía movimiento; no tenía fuerza; se caía; no movía la 
cabeza; la cara se le iba para un lado; tenía velada la vista; 
no podía ver hacia atrás. Al principio hablaba, pero no tenía 
entendimiento. Rápidamente se humedeció dentro del agua 
y no se pudo sostener.
3Entonces Tepeu y Gucumatz 4desbarataron y 5deshicieron 
su obra y su creación. Y enseguida dijeron:
– ¿Cómo haremos para perfeccionarlos, para que salgan 
bien nuestros adoradores, nuestros invocadores?
6Y al instante fueron hechos los muñecos labrados en 
madera. Se parecían al hombre y poblaron la superficie de 
la tierra.
Existieron y se multiplicaron; tuvieron hijas e hijos los 
muñecos de palo; pero no tenían alma, ni entendimiento; 
caminaban sin rumbo y andaban a gatas.
Ya no se acordaban de sus creadores y por eso 7cayeron 
en desgracia. Fue solamente un ensayo, un intento de hacer 
hombres. Hablaban al principio, pero su cara estaba enjuta; 
sus pies y sus manos no tenían consistencia; no tenían 
sangre, ni sustancia, ni humedad, ni gordura; sus 8mejillas 
estaban secas, secos sus pies y sus manos, y amarillas sus 
carnes.
Enseguida fueron aniquilados, destruidos y deshechos 
los muñecos de palo. Y dicen que su descendencia son los 
monos que existen ahora en los bosques. Y por esta razón 
el mono se parece al hombre.
Y dijeron Tepeu y Gucumatz:
– Ha llegado el tiempo del amanecer, de que se termine la 
obra y que aparezcan los que nos han de sustentar y nutrir, 
los hijos esclarecidos, los vasallos civilizados; ¡que aparezca 
el hombre, la humanidad sobre la superficie de la tierra!
Así entró el maíz en la formación del hombre por obra de 
los creadores. De maíz amarillo y de maíz blanco se hizo su 
carne y su sangre; de masa de maíz se hicieron los brazos 
y las piernas.
Por un prodigio, por obra de encantamiento fueron creados 
y formados por Tepeu y Gucumatz. Y como tenían la apa-
riencia de hombres, hombres fueron; hablaron, conversaron, 
vieron y 9oyeron, anduvieron, agarraron cosas; eran hombres 
buenos y hermosos.
Adaptado de: POPOL VUH Libro sagrado de los maya-quiché. Anónimo.
Sin fecha original de publicación. México, D.F.: Grupo Editorial Tomo, 2004.
Questão 01 2023
De acordo com o texto, houve três tentativas de criação 
da humanidade pelos deuses Tepeu e Gucumatz.
Qual o elemento essencial na criação do homem, na ter-
ceira tentativa? 
A Trigo.
B Arroz.
C Milho.
D Quinua.
E Mandioca.
Questão 02 2023
Leia a tirinha a seguir.
É correto afirmar sobre a tirinha do Condorito:
A a comicidade da tirinha consiste no tratamento informal 
que o empregador utiliza com Condorito.
B a graça consiste em que Condorito confunde o termo 
“jardineiro” com “deixar dinheiro”.
C a jocosidade da tirinha consiste na linguagem de Con-
dorito para pedir emprego.
D a graça da tirinha consiste no tipo de vestimenta com 
que Condorito pede emprego.
E o humor consiste em que o empregador escorrega no 
tapete.
5
2023
2023
Questão 03 2023
Leia o texto a seguir. 
“La lengua de las Mariposas (José Luis Cuerda) En 1935, 
un niño de 7 años está en la edad para ir a la escuela, pero 
tiene miedo, porque le dijeron que los maestros golpean a los 
alumnos; hasta que un profesor con experiencia comienza a 
enseñarle en casa. Poco a poco el niño empieza a respetar 
y admirar la sabiduría y la enseñanza del maestro, pero el 
inicio de la guerra civil irá separarlos. Una hermosa película 
sobre la educación y la amistad.” 
Disponível em: <https://cenpsg2.wordpress.com/espanhol/>. Acesso em: 15 dez.2020. 
É correto afirmar que o texto:
A discorre sobre o resumo do amor de um filho por seu 
pai, que é professor.
B trata-se do resumo de um filme no qual uma criança tem 
medo da guerra.
C refere-se ao sumário de uma amizade nos tempos da 
Primeira Guerra Mundial.
D consiste na síntese de um conto no qual os professores 
agrediam seus alunos.
E trata-se do esboço de um filme sobre a educação e a 
amizade de uma criança e seu professor.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
Solo vine a hablar por teléfono Una tarde de lluvias 
primaverales, 1__________ viajaba sola hacia Barcelona 
conduciendo un coche alquilado, 2María de la Luz Cervantes 
sufrió una 3avería en el desierto de los Monegros. Era una 
mexicana de veintisiete años que estaba casada con un 
prestidigitador de salón, con quien iba a reunirse aquel día 
después de visitar a unos parientes en Zaragoza. 4Al cabo 
de una hora de señas desesperadas a los automóviles y 
camiones de carga que pasaban 5raudos en la tormenta, el 
conductor de un autobús 6destartalado, con muchas mujeres 
a bordo, se compadeció de ella. 7Le advirtió, eso sí, que no 
iba muy lejos.
– No importa – dijo María, lo único que necesito es un 
teléfono.
Era cierto, y solo lo necesitaba para prevenir a su marido 
de que no llegaría antes de las siete de la noche. Parecía un 
pajarito ensopado, con un abrigo de estudiante y los zapatos 
de playa en abril, y estaba tan aturdida por el percance que 
olvidó llevarselas llaves del automóvil. Una mujer que via-
jaba junto al conductor, de aspecto militar, pero de maneras 
dulces, le dio una toalla y una 8manta, y 9le hizo un 10sitio a 
su lado.
María 11se enroscó en el asiento y se abandonó al rumor de 
la lluvia, se quedó dormida. 12__________ se despertó era de 
noche, y el aguacero 13se había disuelto en un sereno helado. 
No tenía la menor idea de cuánto tiempo 14había dormido ni 
en qué lugar del mundo se encontraba. Su vecina de asiento 
tenía una actitud de alerta.
– ¿Dónde estamos? – le preguntó María.
– 15Hemos llegado – contestó la mujer.
El autobús estaba entrando en el patio empedrado de un 
edificio enorme y sombrío que parecía un viejo convento en 
un bosque de 16árboles colosales. La mujer de aspecto militar 
17las hizo descender con un sistema de órdenes primarias, 
18como en un parvulario. Todas eran mayores y se movían 
con tal parsimonia que parecían imágenes de un sueño. 
María, la última en descender, pensó que eran monjas. Lo 
pensó menos cuando vio a varias mujeres de uniforme que 
las recibieron a la puerta del autobús, y que les cubrían la 
cabeza con las mantas para que no se mojaran, y las poní-
an en fila india, dirigiéndolas, sin hablarles, con palmadas 
rítmicas y perentorias.
– ¿Cómo te llamas? – le preguntó una mujer con poca 
amabilidad.
María le dijo su nombre con un suspiro de 19alivio, 
20__________ la mujer no 21lo encontró después de repasar 
la lista varias veces. 22Se lo preguntó alarmada a una guar-
diana, y ésta, sin nada que decir, se encogió de hombros.
– Es que yo solo vine a hablar por teléfono – dijo María.
– De acuerdo, maja – le dijo 23la superiora, llevándola hacia 
su cama con una dulzura 
demasiado ostensible para ser real –, si te portas bien 
podrás hablar por teléfono con quien 
quieras. 24__________ ahora no, mañana.
Algo sucedió entonces en la mente de María que 25le hizo 
entender dónde estaba. 
Asustada, escapó corriendo del dormitorio y, antes de 
llegar al portón, una guardiana gigantesca con un 26mame-
luco de mecánico la 27atrapó de un 28zarpazo y la inmovilizó 
en el suelo con una llave maestra. María la miró 29de través 
paralizada por el terror.
– Por el amor de Dios – dijo. Le juro por mi madre muerta 
que solo vine a hablar por teléfono.
La mujer era la encargada de los casos difíciles, y dos 
reclusas habían muerto estranguladas con su brazo de oso 
polar adiestrado en el arte de matar por descuido. La versión 
corriente era que aquella oveja descarriada de una familia 
de apellidos grandes tenía una 30turbia carrera de accidentes 
dudosos en varios manicomios de España.
Questão 04 2023
Segundo o texto, é correto afirmar que María 
A morava com seu marido em Zaragoza. 
B viajava de carro com amigas para Barcelona. 
C estava desconfiada. 
D conseguiu carona com um ônibus que passava por ali. 
E ficou muitas horas à espera de ajuda.
6
2023
2023
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
UN POCO DE HISTORIA
Es imposible precisar cuándo se elaboró el 1_____ vino 
espumoso, porque debió de ocurrir de forma accidental. La 
efervescencia en el vino se percibía originariamente como un 
defecto. Intentar descubrirlo es como buscar el 2_____ vino 
oxidado o con 3olor a 4corcho, algo que no merecía la pena 
documentar, ya que los vinicultores 5lo consideraban un 6fallo a 
erradicar, y no un 7hallazgo digno de ser reproducido. El 8_____ 
9vino espumoso históricamente relevante sería el 10_____ en 
el que la efervescencia fuera inducida por un método que 
permitiera 11reproducirlo. Teniendo en cuenta esto, a los fran-
ceses 12les puede irritar descubrir que fueron los 13ingleses, y 
no ellos, los que realmente inventaron el champán.
Es interesante observar que la copa de champán fue cre-
ada hacia 1663 por vidrieros venecianos en la factoría de 
Greenwich del Duque de Buckingham. Como deferencia a 
sus inventores italianos, a este recipiente de cristal se le llamó 
tazza (14copa), 15pero el nombre se 16desvaneció durante su 
ascenso de doscientos años a la popularidad mundial.
17Más allá de la historia, 18hoy día, la diferencia entre un 
vino tranquilo y uno espumoso está, obviamente, en las 
burbujas, 19aunque incluso a veces los 20catadores profesio-
nales pueden ignorar, entender mal o fallar en la valoración 
de la espuma.
La espuma tiene dos atributos: su fuerza, o presión, y 
el tamaño de las burbujas, 21pero estas características no 
pueden apreciarse observando al vino en la copa. Cuando 
el mismo espumoso se sirve en 22doce copas aparentemente 
idénticas, puede dar la apariencia de hasta doce diferentes 
calidades de espuma. 23Éstas pueden variar desde que el 
vino parezca sin efervescencia, con niveles de burbujas 
grandes e irregulares, hasta la espuma más espléndida de 
burbujas extremadamente pequeñas, y la velocidad a la que 
se desprenden puede fluctuar también desde una vertiginosa 
a una 24perezosa cascada. 25Sin embargo, algunas de estas 
impresiones pueden ser falsas.
26Sin lugar a duda, únicamente en la boca se pueden 
27evaluar las verdaderas cualidades de la espuma, y 28esto 
es mucho más simple de lo que parece, porque no estamos 
tratando de expresar la figurada complejidad de una combi-
nación de aromas, sino meramente la picante sensación de 
las burbujas que 29estallan.
Cuando distribuya el 30vino por la boca, sentirá la fuerza 
de la espuma por el grado de efervescencia, que va desde el 
firme y energético de un vino totalmente espumoso, al suave 
y moderado de un ligero estilo crémant.
31Aunque el paladar es el único instrumento fiable para 
evaluar la espuma, si un vino muestra una buena espuma 
en la copa, el aspecto puede ser hipnótico.
Fonte: STEVENSON, Tom. El champán, el cava & otros vinos espumosos. Trad. María Emilia 
Pereda; Guadalupe G. Nettle. In Atlas ilustrado. Susaeta Ediciones: Madrid, [????], p. 9 e 35).
20Forma como são nomeados os degustadores de vinho.
Questão 05 2023
Segundo o texto, é correto afirmar que 
A o champanhe é uma invenção inglesa. 
B a transformação do vinho em champanhe foi estudada 
por muitos anos. 
C a qualidade do champanhe é verificada pela observação. 
D os melhores profissionais que analisam a qualidade do 
champanhe são franceses. 
E os italianos e os franceses criaram juntos o recipiente 
onde se toma o champanhe.
7
2023
2023
LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS
Questões de 06 a 45 
Questão 06 2023
Examine a tirinha do cartunista Silva João, publicada em 
sua conta do Instagram em 26.09.2019.
O efeito de humor da tirinha está centrado na ambiguidade 
do termo
A “inspire”.
B “cheguei”.
C “bolso”.
D “acreditei”.
E “sonho”.
Questão 07 2023
Esta arte trabalha sobre uma dicotomia, quase uma dilace-
ração. De um lado, as determinações católicas contrarre-
formistas — a obrigação de tratar dos temas bíblicos e da 
vida de santos; a perspectiva teocêntrica, que considera 
Deus como o centro do mundo, o eixo da vida. De outro, as 
solicitações do mundo — os temas da vida real, como as 
conquistas, as maravilhas inventadas pelos homens, segun-
do a perspectiva antropocêntrica, que considera o homem 
a medida de todas as coisas. Daí aparecem tensões entre 
o divino e o humano, o tema religioso e o tema mundano, 
o sublime e o profano, o alto e o baixo, etc.
Luís Augusto Fischer. Literatura brasileira: modos de usar, 2013. (Adaptado.)
O texto trata da arte
A renascentista.
B árcade.
C romântica.
D simbolista.
E barroca.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
O tédio profundo
O excesso de positividade se manifesta também como 
excesso de estímulos, informações e impulsos. Modifica 
radicalmente a estrutura e economia da atenção. Com isso 
se fragmenta e destrói a atenção. Também a crescente 
sobrecarga de trabalho torna necessária uma técnica es-
pecífica relacionada ao tempo e à atenção, que tem efeitos 
novamente na estrutura da atenção. A técnica temporal e de 
atenção multitasking (multitarefa) não representa nenhum 
progresso civilizatório. A multitarefa não é uma capacidade 
paraa qual só seria capaz o homem na sociedade traba-
lhista e de informação pós-moderna. 1Trata-se antes de 
um retrocesso. A multitarefa está amplamente disseminada 
entre os animais em estado selvagem. 
Trata-se de uma técnica de atenção, indispensável para so-
breviver na vida selvagem. Um animal ocupado no exercício 
da mastigação de sua comida tem de ocupar-se ao mesmo 
tempo com outras atividades. Deve cuidar 2para que, ao 
comer, ele próprio não acabe comido. Na vida selvagem, 
o animal está obrigado a dividir sua atenção em diversas 
atividades. 3Por isso, não é capaz de aprofundamento con-
templativo – nem para comer, nem no copular. O animal não 
pode mergulhar contemplativamente no que tem diante de 
si, pois tem de elaborar ao mesmo tempo o que tem atrás de 
si. Não apenas a multitarefa, mas também atividades como 
jogos de computador geram uma atenção ampla, mas rasa, 
4que se assemelha à atenção de um animal selvagem. As 
mais recentes evoluções sociais e a mudança de estrutura 
da atenção aproximam cada vez mais a sociedade humana 
da vida selvagem.
Extraído e Adaptado de: HAN, Byung-Chul. Sociedade do cansaço.
Petrópolis, RJ: Vozes, 2017. p. 31-32.
Questão 08 2023
Considere as seguintes sequências extraídas do texto:
O excesso de positividade se manifesta também como 
excesso de estímulos [...];
A multitarefa está amplamente disseminada entre os ani-
mais em estado selvagem.
Assinale a alternativa cujos termos podem substituir, res-
pectivamente, os vocábulos grifados, na acepção que lhes 
confere o texto.
A otimismo; difundida.
B firmeza; transmitida.
C expectativa; alastrada.
D confiança; revelada.
E positivismo; dissipada.
8
2023
2023
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
A fronteira tênue entre heróis e vilões
O conceito de herói está profundamente ligado à cultura 
que o criou e a quando foi criado, o que significa que ele 
varia muito de lugar para lugar e de época para época. 
Mesmo assim, a figura do herói aparece nas mais diversas 
sociedades e eras, sempre atendendo a critérios morais e 
desejos em comum de determinado povo.
Apesar do protagonismo do herói, o que seria dele se não 
houvesse um vilão? Nas narrativas, o vilão costuma ser o 
antagonista. Os vilões representam aquilo que é errado, 
injusto, que foge à moral defendida pelo herói. Por não 
carregar o protagonismo das histórias, o vilão costuma ser 
um personagem sem profundidade, sem dilemas, sem uma 
história que nos explique o porquê de suas ações. E isso 
reforça sua vilania.
Conhecer a história de alguém é um processo humaniza-
dor, capaz até de revogar a alcunha de vilão e conferir ao 
personagem o título de herói, ou só de uma pessoa comum 
que tem seus defeitos e qualidades. Assim, uma maneira de 
fabricar vilões é não deixar suas histórias serem contadas, é 
criar uma imagem sobre esses personagens e mantê-los em 
silêncio.
MIRANDA, Lucas Mascarenhas de. A fronteira tênue entre heróis e vilões. Ciência hoje,
Rio de Janeiro, 21 nov. 2021. Disponível em: https://cienciahoje.org.
br/artigo/a-fronteira-tenueentre-herois-e-viloes/. (Adaptado.)
Questão 09 2023
Considere o primeiro parágrafo do texto:
O conceito de herói está profundamente ligado à cultura 
que o criou e a quando foi criado, o que significa que ele 
varia muito de lugar para lugar e de época para época. 
Mesmo assim, a figura do herói aparece nas mais diversas 
sociedades e eras, sempre atendendo a critérios morais e 
desejos em comum de determinado povo.
Assinale, dentre as alternativas abaixo, aquela que carac-
teriza a relação semântica que a conjunção sublinhada 
estabelece entre as orações conectadas.
A Consequência.
B Oposição.
C Igualdade.
D Finalidade.
E Comparação.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
Soneto de Luís de Camões.
Qual tem a borboleta por costume,
que, enlevada1 na luz da acesa vela,
dando vai voltas mil, até que nela
se queima agora, agora se consome,
tal eu correndo vou ao vivo lume
desses olhos gentis, Aónia bela;
e abraso-me, por mais que com cautela
livrar-me a parte racional presume.
Conheço o muito a que se atreve a vista,
o quanto se levanta o pensamento,
o como vou morrendo claramente;
porém, não quer Amor que lhe resista,
nem a minha alma o quer; que em tal tormento,
qual em glória maior, está contente.
Luís de Camões. Sonetos, 1942.
1enlevada: atraída, fascinada.
Questão 10 2023
No trecho “em tal tormento, / qual em glória maior, está 
contente.”, o eu lírico faz uso do seguinte recurso retórico:
A pleonasmo.
B eufemismo.
C Paradoxo.
D sinestesia.
E personificação.
9
2023
2023
Questão 11 2023
Considere a tirinha de André Dahmer.
No sentido global da tirinha, a fala do terceiro quadro indica 
que o personagem situado à direita 
A acha improvável que a pessoa que se aproxima seja 
“legal fora da internet”. 
B mudou de opinião em relação ao que disse no primeiro 
quadro. 
C entende que as pessoas podem ser muito diferentes na 
internet e fora dela. 
D desconfia que o personagem situado à esquerda esteja 
mentindo. 
E considera que o personagem situado à esquerda é um 
“chato de rede social”.
Questão 12 2023
“SUS” é uma palavra formada pelo processo de: 
A Abreviação. 
B Conversão. 
C Recomposição. 
D Parassíntese. 
E Hibridismo.
Questão 13 2023
A natureza virou refúgio (“locus amoenus”) para o poeta- 
pastor das culturas urbanas. Todas as tensões deveriam ser 
amaneiradas, para que ele pudesse fundir-se na paisagem 
campestre observada, para integrar-se em sua naturalidade. 
Nada aí seria excepcional e teria a singeleza dos aconte-
cimentos comuns.
Benjamin Abdala Junior e Samira Youssef Campedelli.
Tempos da literatura brasileira, 1997. (Adaptado.)
O texto refere-se ao poeta 
A romântico.
B árcade.
C barroco.
D naturalista.
E simbolista.
Questão 14 2023
O Classicismo considerava o poeta como servidor da obra, 
elaborada segundo regras eternas e destinada a certos fins 
de ordem moral e catártica. Este novo movimento tende a 
se importar mais com a autoexpressão da subjetividade do 
poeta. A verdade poética não é mais obtida pela “imitação 
da natureza” e sim pela “sinceridade” e “autenticidade” da 
autoexpressão. A obra, antes válida enquanto objeto per-
feito, vale agora sobretudo enquanto revelação da verdade 
íntima do criador. A “perfeição” é nociva na medida em que 
suprime a sinceridade e a espontaneidade.
Anatol Rosenfeld. Texto/Contexto I, 1996. (Adaptado.)
O novo movimento a que o texto se refere é o 
A Parnasianismo. 
B Arcadismo. 
C Naturalismo. 
D Simbolismo. 
E Romantismo.
10
2023
2023
Questão 15 2023
TROCANDO EM MIÚDOS
(...)
Aliás
Aceite uma ajuda do seu futuro amor
Pro aluguel
Devolva o Neruda que você me tomou
E nunca leu
Eu bato o portão sem fazer alarde
Eu levo a carteira de identidade
Uma saideira, muita saudade
E a leve impressão de que já vou tarde.
HOLLANDA, Chico Buarque de; HIME, Francis. Chico Buarque, letra e música.
São Paulo: Companhia das letras, 1989. p. 173.
Em “Devolva o Neruda que você me tomou / E nunca leu”, 
observa-se a utilização do autor pela obra. Isso evidencia 
a presença de
A metáfora.
B metonímia.
C catacrese.
D ironia.
E paradoxo.
Questão 16 2023
Finalmente que como Deus tenha de muito longe esta terra 
dedicada à cristandade, e o interesse seja o que mais leva 
os homens trás si que nenhuma outra coisa haja na vida, 
parece manifesto querer entretê-los na terra com esta ri-
queza do mar até chegarem a descobrir aquelas grandes 
minas que a mesma terra promete, para que assim, desta 
maneira, tragam ainda toda aquela bárbara gente que habita 
nestas partes ao lume e ao conhecimento da nossa santa 
fé católica, que será descobrir-lhe outras minas maiores 
no céu, o qual nosso Senhor permita que assim seja, para 
glória sua, e salvação de tantas almas. 
GÂNDAVO, Pero de Magalhães. História da Província de Santa Cruz. Org. Ricardo Martins 
Valle. Introd. e notas Ricardo Martins Valle e Clara Carolina Souza Santos. São Paulo: Hedra, 
2008. p. 115.
Dali avistamoshomens que andavam pela praia, obra de 
sete ou oito. Eram pardos, todos nus. Nas mãos traziam 
arcos com suas setas. Não fazem o menor caso de encobrir 
ou de mostrar suas vergonhas; e nisso têm tanta inocência 
como em mostrar o rosto. Ambos traziam os beiços de baixo 
furados e metidos neles seus ossos brancos e verdadeiros. 
Os cabelos seus são corredios.
CAMINHA, P.V. Carta. Ribeiro, D. et AL. Viagem pela Histórias do Brasil; Documentos.
São Paulo: Companhia das Letras, 1997.
Os textos revelam, respectivamente, que a literatura informativa
A estava consorciada ao projeto de difusão da fé cristã e 
apresentava uma postura etnocêntrica do europeu em 
relação ao indígena.
B evidenciava uma postura eurocêntrica do colonizador e 
equiparava a cultura indígena à europeia.
C ligava-se ao desejo de conquista material e tinha obje-
tivos catequéticos e pedagógicos.
D mostrava grande admiração pelas características físicas 
do indígena e apresentava valores católicos medievais.
E relacionava-se apenas ao desejo de conquista espiritual 
e demonstrava interesse pela cultura indígena.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
Disparidade na saúde: como a desigualdade
social afeta o acesso à saúde
A desigualdade social é um fator debilitante em qualquer 
comunidade. E, assim como afeta o padrão de vida das 
pessoas e a atenção dedicada aos cuidados mais básicos 
dos indivíduos, ocorre uma disparidade na saúde que não 
pode ser ignorada.
1O acesso à saúde é um problema que afeta não apenas 
os países em desenvolvimento, mas nações tidas como 
superpotências. É o caso dos EUA, que já vêm relatando 
estudos cujos prejuízos são calculados aos montes em 
decorrência da desigualdade social.
Em 2011, um estudo foi conduzido e mostrou que os 
custos no setor teriam uma economia anual de US$ 15,6 
bilhões se não houvesse essa disparidade na saúde. Isso 
ocorreu por conta da análise de que certas doenças (como 
diabetes, hipertensão, derrame, entre outras) não afetariam 
as camadas mais carentes da sociedade se elas tivessem 
o mesmo acesso à saúde do que os cidadãos com mais 
poder aquisitivo.
2No Brasil não é diferente. O baixo investimento – apenas 
10,7% do orçamento total dos governos – no setor é um 
grande contraste com a necessidade de uso do sistema 
público de saúde do país, o SUS.
Pesquisa aponta que sete em cada dez brasileiros usam 
o SUS, e o país ainda acumula uma carência com cerca de 
30 milhões de pessoas sem acesso à saúde.
3Há, portanto, uma disparidade na saúde que pode e deve 
ser analisada com base nos desafios, seus impactos e as 
soluções para reduzi-la gradualmente.
Fragmento. Disponível em: https://nexxto.com/disparidade-na-saude-como-a-
-desigualdadesocial-afeta-o-acesso-a-saude/ Acesso em: 25 out. 2021.
Questão 17 2023
“No Brasil não é diferente. O baixo investimento – apenas 
10,7% do orçamento total dos governos – no setor é um 
grande contraste com a necessidade de uso do sistema 
público de saúde do país, o SUS.” (ref. 2).
No fragmento acima, o emprego do travessão tem como 
justificativa: 
A Indicar quebra na sequência de ideias. 
B Apresentar o discurso dos cidadãos. 
C Separar orações com sujeitos diferentes. 
D Enumerar fatos em uma progressão temporal. 
E Destacar uma informação complementar.
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TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
A taxação de livros tem um efeito cascata que acaba custando caro não apenas ao leitor, como também ao mercado edi-
torial – que há anos não anda bem das pernas – e, em última instância, ao desenvolvimento econômico do país. A gente 
explica. Taxar um produto significa, quase sempre, um aumento no valor do produto final. Isso porque ao menos uma parte 
desse imposto será repassada ao consumidor, especialmente se considerarmos que as editoras e livrarias enfrentam há 
anos uma crise que agora está intensificada pela pandemia e não poderiam retirar o valor desse imposto de seu já apertado 
lucro. Livros mais caros também resultam em queda de vendas, que, por sua vez, enfraquece ainda mais editoras e as 
impede de investir em novas publicações – especialmente aquelas de menor apelo comercial, mas igualmente importantes 
para a pluralidade de ideias. Já deu para perceber a confusão, não é?
Mas, além disso, qual seria o custo de uma sociedade com menos leitores e menos livros?
Taís Ilhéu. “Por que taxar os livros pode gerar retrocesso social e econômico no país”.
Guia do Estudante. Setembro/2020. Adaptado.
Questão 18 2023
De acordo com o texto, os eventos sequenciais aos quais alude a expressão “efeito cascata” são:
A livros mais caros, decréscimo de vendas, estímulo às editoras, supressão de investimentoem novas publicações.
B aumento do valor do produto final, queda de vendas, encolhimento das editoras, aumento do investimento em novas obras.
C livros mais caros, instabilidade nas vendas, enfraquecimento das editoras, expansão das publicações.
D aumento do valor do produto final, contração nas vendas, esgotamento das editoras, falta de investimento em novas 
publicações.
E livros mais caros, equilíbrio nas vendas, diminuição das editoras, carência de investimento em novas publicações.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
Examine a tirinha do cartunista André Dahmer.
Questão 19 2023
Para produzir o efeito cômico e também crítico da tirinha, o cartunista mobiliza os seguintes recursos expressivos:
A eufemismo e pleonasmo.
B personificação e hipérbole.
C hipérbole e eufemismo.
C personificação e antítese.
E hipérbole e antítese.
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TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
A arquitetura neoclássica é um estilo arquitetônico que 
promoveu, entre os séculos XVIII e XIX, um retorno às 
formas da cultura greco-romana da Antiguidade. O neo-
classicismo, que englobou também a literatura, a escultura 
e a pintura, buscava fazer uma oposição ao barroco e ao 
rococó, movimentos que privilegiavam o rebuscamento e a 
complexidade. Para os arquitetos da época, era o momento 
de trazer de volta as características das arquiteturas grega 
e romana, adequando-as à Idade Moderna.
O neoclassicismo coincide com a Revolução Francesa, 
ocorrida em 1789 e com a Revolução Industrial, trazendo 
mudanças que tiveram como pano de fundo o Iluminismo, 
movimento intelectual e filosófico que ficou conhecido como 
“século das luzes”. Com os pensadores iluministas, o inte-
resse pelas obras do passado foi reacendido. [...]
O Brasil possui alguns teatros-monumento que nos mos-
tram o quanto o período entre o século XIX e início do século 
XX foi importante para o desenvolvimento cultural do país. 
Eles são prova do quanto a população da época desejava 
se parecer com a Europa, principalmente com a França.
A cidade do Recife possui um teatro dessa época, motivo 
de muito orgulho para todos os pernambucanos: o Teatro 
de Santa Isabel. Além de ser um dos mais bonitos teatros 
do país, foi o primeiro e é até hoje o principal exemplo de 
arquitetura neoclássica de Pernambuco. Ele também tes-
temunhou boa parte da vida do Recife nesses quase dois 
séculos de existência.
Durante sua história, o teatro foi usado para outros fins, 
não somente para apresentações teatrais. Já no seu primei-
ro ano de funcionamento, em 1850, foi palco de animados 
bailes de carnaval. Para que isso fosse possível, foi colo-
cada uma grande estrutura de madeira sobre a plateia na 
altura do palco. A técnica foi repetida durante a visita de 
D. Pedro II, em 1859. O Teatro de Santa Isabel foi palco 
também de calorosos embates literários. Curiosamente, 
alguns dos mais famosos ocorreram entre Castro Alves e 
Tobias Barreto, na década de 1860, em defesa das atrizes 
Eugênia Câmara e Adelaide Amaral. Dizem que eles eram 
grandes amigos até se envolverem com as duas. Daí em 
diante viraram inimigos. [...]
Imagens e excertos coletados de: https://laart.art.br/blog/arquitetura-neoclassica e
https://www.borapralacomigo.com.br/2015/10/teatro-de-santa-isabel-recife.html. Acesso em 16
ago. 2021. Adaptados.
Questão 20 2023
O leitor devecompreender que o autor do texto não se com-
promete com a certeza da informação no seguinte trecho:
A “Para os arquitetos da época, era o momento de trazer 
de volta as características das arquiteturas grega e 
romana.”.
B “Com os pensadores iluministas, o interesse pelas obras 
do passado foi reacendido.”.
C “Além de ser um dos mais bonitos teatros do país, foi o 
primeiro e é até hoje o principal exemplo de arquitetura 
neoclássica de Pernambuco.”.
D “Já no seu primeiro ano de funcionamento, em 1850, foi 
palco de animados bailes de carnaval.”
E “Dizem que eles eram grandes amigos até se envolverem 
com as duas.”.
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TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
Leia a crônica “Caso de justiceiro”, de Carlos Drummond 
de Andrade.
Mercadinho é imagem de confusão organizada. Todos 
comprando tudo ao mesmo tempo em corredores estreitos, 
carrinhos e pirâmides de coisas se comprimindo, apalpa-
mento, cheiração e análise visual de gêneros pelas mada-
mas, e, a dominar o vozerio, o metralhar contínuo das regis-
tradoras. Um olho invisível, múltiplo e implacável, controla 
os menores movimentos da freguesia, devassa o mistério de 
bolsas e bolsos, quem sabe se até o pensamento. Parece o 
caos; contudo nada escapa à fiscalização. Aquela velhinha 
estrangeira, por exemplo, foi desmascarada.
– A senhora não pagou a dúzia de ovos quebrados.
– Paguei.
Antes que o leitor suponha ter a velhinha quebrado uma 
dúzia de ovos, explico que eles estão à venda assim mes-
mo, trincados. Por isso são mais baratos, e muita gente os 
prefere; casca é embalagem. A senhora ia pagar a dúzia 
de ovos perfeitos, comprada depois; mas e os quebrados, 
que ela comprara antes?
A velhinha se zanga e xinga em ótimo português-carioca 
o rapaz da caixa. O qual lhe responde boas, no mesmo 
idioma, frisando que gringo nenhum viria lá de sua terra da 
peste para dar prejuízo no Brasil, que ele estava ali para 
defender nosso torrão contra piratas da estranja. A mulher, 
fula de indignação, foi perdendo a voz. Caixeiros acorreram, 
tomando posição em defesa da pátria ultrajada na pessoa 
do colega; entre eles, alguns portugueses. A freguesia fez 
bolo. O mercadinho parou.
Eis que irrompe o tarzã de calção de banho ainda rorejante 
e berra para o caixa:
– Para com isso, que eu não conheço essa dona mas vê-
-se pela cara que é distinta.
– Distinta? Roubou cem cruzeiros à casa e insultou a gente 
feito uma danada.
– Roubou coisa nenhuma, e o que ela disse de você eu 
não ouvi mas subscrevo. O que você é, é um calhorda e 
quer fazer média com o patrão à custa de uma pobre mulher.
O outro ia revidar à altura, mas o tarzã não era de cine-
ma, era de verdade, o que aliás não escapou à percepção 
de nenhum dos presentes. De modo que enquanto uns 
socorriam a velhinha, que desmaiava, outros passavam a 
apoiá-la moralmente, querendo arrebentar aquela joça. O 
partido nacionalista acoelhou-se. Foram tratando de cerrar 
as portas, para evitar a repetição de Caxias. Quem estava 
lá dentro que morresse de calor; enquanto não viessem a 
radiopatrulha e a ambulância, a questão dos ovos ficava 
em suspenso.
– Ah, é? – disse o vingador. – Pois eu pago os cem cru-
zeiros pelos ovos mas você tem de engolir a nota.
Tirou-a do bolso do calção, fez uma bolinha, puxou para 
baixo, com dedos de ferro, o queixo do caixa, e meteu-lhe 
o dinheiro na boca.
Assistência deslumbrada, em silêncio admiracional. Não é 
todos os dias que se vê engolir dinheiro. O caixa começou 
a mastigar, branco, nauseado, engasgado.
Uma voz veio do setor de ovos:
– Ela não roubou mesmo não! Olha o dinheiro embaixo 
do pacote!
Outras vozes se altearam: “Engole mais os outros cem!” 
“Os ovos também!” “Salafra” “Isso!” “Aquilo!”.
A onda era tamanha que o tarzã, instrumento da justiça 
divina, teve de restabelecer o equilíbrio.
– Espera aí. Este aqui já pagou. Agora vocês é que vão 
engolir tudo, se maltratarem este rapaz.
Carlos Drummond de Andrade. Cadeira de balanço, 2020.
Questão 21 2023
Observa-se um paradoxo entre os termos que compõem a 
seguinte expressão:
A “assistência deslumbrada” (13º parágrafo)
B “pátria ultrajada” (5º parágrafo)
C “olho invisível” (1º parágrafo)
D “análise visual” (1º parágrafo)
E “confusão organizada” (1º parágrafo)
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TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
Leia o poema “Vaso chinês”, de Alberto de Oliveira.
Vaso chinês
Estranho mimo aquele vaso! Vi-o.
Casualmente, uma vez, de um perfumado
Contador1 sobre o mármor2 luzidio,
Entre um leque e o começo de um bordado.
Fino artista chinês, enamorado,
Nele pusera o coração doentio
Em rubras flores de um sutil lavrado,
Na tinta ardente, de um calor sombrio.
Mas, talvez por contraste à desventura,
Quem o sabe?... de um velho mandarim
Também lá estava a singular figura;
Que arte em pintá-la! a gente acaso vendo-a,
Sentia um não sei quê com aquele chim3
De olhos cortados à feição de amêndoa.
www.academia.org.br
1contador: armário, penteadeira.
2mármor: mármore.
3chim: chinês.
Questão 22 2023
A sinestesia é a figura de linguagem na qual duas ou mais 
sensações associadas a diferentes órgãos dos sentidos se 
mesclam numa mesma expressão. Ocorre sinestesia em:
A “Fino artista chinês, enamorado, / Nele pusera o coração 
doentio” (2ª estrofe)
B “Em rubras flores de um sutil lavrado, / Na tinta ardente, 
de um calor sombrio.” (2ª estrofe)
C “Estranho mimo aquele vaso! Vi-o.” (1ª estrofe)
D “Mas, talvez por contraste à desventura, / Quem o 
sabe?... de um velho mandarim” (3ª estrofe)
E “De olhos cortados à feição de amêndoa.” (4ª estrofe)
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
Leia o texto a seguir.
As vacinas são uma das mais belas criações da humani-
dade. Uma delas erradicou a varíola, outras derrubaram 
as mortes por febre amarela, sarampo e meningite e são 
elas que agora sustentam a volta à vida depois do período 
mais duro da pandemia de Covid-19. Seu princípio básico 
de funcionamento é tremendamente simples: estimular 
o corpo a identificar e combater um agente estranho ao 
organismo. Baseados nesse conceito, há décadas pes-
quisadores na área do câncer perguntam-se qual seria o 
efeito do recurso contra a doença, uma vez que os tumores 
são conglomerados anormais de células crescendo entre 
os tecidos, configurando-se, portanto, em algo alheio à 
natureza dos órgãos. Não tem sido fácil achar a resposta, 
mas o anúncio feito há duas semanas pela Cleveland Clinic, 
dos Estados Unidos, mostra que os estudiosos raciocinam 
no caminho certo.
Considerado um dos melhores do mundo, o centro ameri-
cano de tratamento e pesquisa em saúde informou o início 
de um estudo clínico para testar a eficácia e segurança 
de uma vacina na prevenção e tratamento do tipo mais 
agressivo de câncer de mama. Se der certo, será o primeiro 
imunizante capaz de evitar diretamente o surgimento de 
um tumor. Atualmente, há opções de proteção indireta, 
como as vacinas de HPV e da hepatite B. A primeira atua 
sobre alguns tipos do Papilomavírus humano responsáveis 
por tumores, como o que causa câncer de colo de útero. 
A segunda protege de infecções pelo vírus da hepatite B, 
doença que promove inflamação crônica do fígado, tornando 
as células do órgão vulneráveis à proliferação descontrolada 
(característica do câncer).
Participarão do ensaio clínico entre 18 e 24 pacientes que 
tiveram o diagnóstico do câncer em etapa inicial nos últimos 
três anos, encontram-se sem o tumor, mas apresentam 
grande risco de recidiva. Até setembro de 2022, quando 
esse braço da pesquisa será encerrado, cada uma receberá 
três doses da vacina, aplicadas com intervalos de duas 
semanas entre cada uma. Nessa fase, o objetivo é exami-
nar a resposta imune desencadeada pela vacina e efeitos 
colaterais. Ou seja, avaliar o desempenho do imunizante 
do ponto de vista terapêutico.
Adaptado de: PEREIRA, Cilene. Uma vacina tão esperada. Veja. São Paulo: Ed. Abril. 10 de
novembro de 2021. ed. 2763, ano 54, nº 44, p. 62-63.
Questão 23 2023
Assinale a alternativa que apresenta, corretamente, um fatocomprovado pelo texto.
A Cientistas americanos descobriram a cura de uma moda-
lidade de câncer, graças aos equipamentos e recursos 
financeiros que o país possui.
B Obstáculos sociais e precariedade de equipamentos 
brasileiros dificultam que cientistas desenvolvam pes-
quisas semelhantes no Brasil.
C Testes clínicos com pacientes potencialmente reinciden-
tes são fundamentais no experimento para o alcance 
de respostas.
D Os Estados Unidos apresentam dados alarmantes sobre 
o tipo de câncer mais agressivo de mama.
E Toda pessoa que teve câncer de mama, e se encontra 
livre do tumor, voltará a desenvolver a doença.
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TEXTOS PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
Texto 1
“Letra para um assobio”
Eis acima, leitor destas linhas, o título que minha saudosa 
amiga e poeta Ilka Laurito tinha reservado para um poema 
seu, um poema “que nunca poderia existir”, admitia e la-
mentava ela.
Assobios não abrigam letras, letras não cabem em asso-
bios. Mas quem diz que não vão um dia se encontrar no 
mundo dos nossos mais altos desejos?
Ilka se foi há tempo, sem fazer seu poema sonhado, sem 
ter jamais desistido da ideia de um dia vir a assobiá-lo, 
numa plenitude poética.
Laurindo Villares, a publicar
Texto 2
Uma noite, há anos, acordei bruscamente e uma estranha 
pergunta explodiu de minha boca. De que cor eram os olhos 
de minha mãe? [...]
Sempre ao lado de minha mãe, aprendi a conhecê-la. 
Decifrava o seu silêncio nas horas de dificuldades, como 
também sabia reconhecer, em seus gestos, prenúncios de 
possíveis alegrias. Naquele momento, entretanto, me des-
cobria cheia de culpa, por não recordar de que cor seriam 
os seus olhos. [...]
Eu me lembrava de algumas histórias da infância de minha 
mãe. [...] Às vezes, as histórias de minha mãe confundiam-
-se com as de minha própria infância. Lembro-me de que
muitas vezes, quando a mãe cozinhava, da panela subia
cheiro algum. Era como se cozinhasse, ali, apenas o nosso 
desesperado desejo de alimento. As labaredas, sob a água 
solitária que fervia na panela cheia de fome, pareciam debo-
char do vazio do nosso estômago, ignorando nossas bocas 
infantis em que as línguas brincavam a salivar sonho de
comida. E era justamente nesses dias de parco ou nenhum
alimento que ela mais brincava com as filhas.
Nessas ocasiões a brincadeira preferida era aquela em 
que a mãe era a Senhora, a Rainha.
Ela se assentava em seu trono, um pequeno banquinho 
de madeira. Felizes, colhíamos flores cultivadas em um 
pequeno pedaço de terra que circundava o nosso barraco.
E foi então que, tomada pelo desespero por não me lem-
brar de que cor seriam os olhos de minha mãe, naquele 
momento resolvi deixar tudo e, no dia seguinte, voltar à 
cidade em que nasci. [...]
E quando, após longos dias de viagem para chegar à 
minha terra, pude contemplar extasiada os olhos de minha 
mãe, sabem o que vi?
Vi só lágrimas e lágrimas. Entretanto, ela sorria feliz. 
Mas eram tantas lágrimas, que eu me perguntei se minha 
mãe tinha olhos ou rios caudalosos sobre a face. E só 
então compreendi. Minha mãe trazia, serenamente em si, 
águas correntezas. Por isso, prantos e prantos a enfeitar o 
seu rosto. A cor dos olhos de minha mãe era cor de olhos 
d’água. [...]
Conceição Evaristo, Olhos d’água. Rio de Janeiro: Pallas – Fundação Biblioteca Nacional,
2016.
Questão 24 2023
A personificação é uma figura de linguagem amplamente 
empregada pela autora, por meio da qual ela dá vida ou 
traços humanos a objetos inanimados.
Assinale a alternativa em que esse recurso é empregado
E Eu me lembrava de algumas histórias da infância de 
minha mãe.
B As labaredas [...] pareciam debochar do vazio de nosso 
estômago.
C ...a brincadeira preferida era aquela em que a mãe era 
a Senhora, a Rainha.
D Felizes, colhíamos flores cultivadas...
E ...pude contemplar extasiada os olhos de minha mãe.
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2023
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
O MACHISMO BRASILEIRO E A DOMINAÇÃO DO MAL
A lógica da dominação masculina silencia e mata mulheres 
e homens
Uma aluna me interrompeu bruscamente quando eu esta-
va dando uma aula para uma turma de psicologia sobre o 
livro “A dominação masculina”, de Pierre Bourdieu. “Você 
está comparando o sofrimento das mulheres com o dos 
homens?” Respondi que, para o sociólogo francês, a lógi-
ca da dominação masculina, além de oprimir, aprisionar e 
escravizar as mulheres, também provoca sofrimento nos 
homens que não conseguem corresponder ao modelo 
dominante de ser um “homem de verdade”.
Na lógica da dominação masculina, os homens devem ser 
sempre superiores às mulheres: mais velhos, mais altos, 
mais fortes, mais poderosos, mais ricos, mais escolarizados 
etc. Essa lógica tem como efeito colocar as mulheres em 
um permanente estado de insegurança, inferioridade e de-
pendência. Delas se espera que sejam submissas, contidas, 
discretas, apagadas, inferiores, invisíveis.
No entanto, essa lógica aprisiona as mulheres e também os 
homens, já que eles precisam fazer um esforço desesperado 
e patético, segundo Bourdieu, para estar à altura do ideal de 
masculinidade: força física, altura, sucesso, poder, prestígio, 
dinheiro, potência, virilidade, tamanho do pênis etc.
A aluna reagiu agressivamente: “Mas os homens não pre-
cisam ser defendidos pelas mulheres.
Eles são os agressores, os inimigos, não as vítimas. Todos 
os homens são culpados ou
cúmplices da violência que as mulheres sofrem”. Tentei 
argumentar mostrando que os discursos sobre masculinida-
de podem ter mudado, mas que muitos comportamentos e 
valores permanecem, de forma consciente ou inconsciente, 
reproduzindo e fortalecendo a lógica da dominação mascu-
lina, inclusive pelas próprias mulheres.
“Ninguém está defendendo os machistas, só estamos refle-
tindo sobre como a lógica da dominação masculina aprisiona 
mulheres e homens. Não estamos diminuindo o sofrimento 
feminino, mas apenas mostrando que os homens também 
sofrem. E sofrem calados.” Dei então alguns exemplos das 
minhas pesquisas. Quando perguntei: “O que todo homem 
é?”, as respostas mais citadas foram: machista, galinha e 
infiel. Para “O que toda mulher é?”, a maioria respondeu: 
maternal, sensível e romântica.
Quando perguntei: “Você chora muito ou pouco?”, 52% das 
mulheres responderam que choram muito, 46% choram 
pouco e 2% nunca choram. Já os homens disseram que 
choram pouco (58%) ou nunca (37%). Apenas 5% choram 
muito. Perguntei: “Quem chora mais: o homem ou a mu-
lher?”: 95% concordaram que a mulher chora mais e 5% 
que homens e mulheres choram igual.
Muitos homens cresceram ouvindo: “Homem não chora”; 
“Homem que chora é mulherzinha”; “Engole o choro, seja 
um homem de verdade”; “Chorar é frescura, coisa de ma-
ricas”. Alguns choram escondido, dentro do banheiro, pois 
não querem revelar seus medos, fraquezas e inseguranças 
para a esposa, namorada, filhos, pais e amigos. Outros con-
fessaram que só choram quando estão bêbados, como um 
estudante de 18 anos: “Quando minha namorada terminou 
comigo entrei em depressão, passei a beber muito, tomar 
muito remédio. Muitas vezes me escondi para chorar no 
banheiro do bar para meus amigos não zombarem de mim.” 
Mostrei pesquisas sobre o número de homens que morrem 
de infartos, suicídios, violência urbana. E outras sobre 
aposentados que se tornaram alcoólatras por se sentirem 
inúteis, invisíveis e descartáveis. Apresentei os resultados 
de pesquisas sobre jovens que têm vergonha do tamanho 
do pênis e que tomam Viagra por medo de brochar. A aluna 
gritou: “todos os homens são machistas”.
A turma tinha 100 alunos: 75 mulheres e 25 homens. Por 
que ninguém mais disse o que pensava? Por que todos 
ficaram calados?
Muitos alunos e alunas vieram conversar comigo depois da 
aula. “Professora, o discurso odiento e raivoso silencia as 
vozes de todos, não importa o assunto, pode ser machismo 
ou outro qualquer. Ela não quer ouvir ninguém, só quer 
vomitar seu ódio. Vivemos em uma época em que mesmo 
que 99% pensem diferente, o mal eo ódio venceram, estão 
no poder. Não existe a banalização do mal? Agora é a era 
da dominação do mal.”
Mirian Goldenberg, Antropóloga e professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro
Fonte:https://www1.folha.uol.com.br/colunas/miriangoldenberg/2022/04/o-
-machismo-brasileiroe-a-dominacao-do-mal.shtml
Questão 25 2023
Pode-se afirmar, de modo geral, que o texto de Mirian 
Goldenberg discute basicamente:
A o machismo em oposição ao feminismo.
B a dominação masculina em oposição à dominação 
feminina.
C a banalização do mal em oposição à dominação do mal.
D a masculinidade em oposição à feminilidade.
E o modo como a dominação masculina afeta homens e 
mulheres.
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2023
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
TECENDO A MANHÃ.
Um galo sozinho não tece uma manhã:
ele precisará sempre de outros galos.
De um que apanhe esse grito que ele
e o lance a outro; de um outro galo
que apanhe o grito que um galo antes
e o lance a outro; e de outros galos
que com muitos outros galos se cruzem
os fios de sol de seus gritos de galo,
para que a manhã, desde uma teia tênue,
se vá tecendo, entre todos os galos.
E se encorpando em tela, entre todos,
se erguendo tenda, onde entrem todos,
se entretendendo para todos, no toldo
(a manhã) que plana livre de armação.
A manhã, toldo de um tecido tão aéreo
que, tecido, se eleva por si: luz balão.
João Cabral de Melo Neto, A educação pela pedra.
Questão 26 2023
Considerando a formação da palavra sublinhada no verso 
“se entretendendo para todos, no toldo”, pode-se concluir 
que se trata de um
A neologismo.
B tecnicismo.
C arcaísmo.
D coloquialismo.
E regionalismo.
Questão 27 2023
Enquanto fomos país-colônia, a nossa expressão literária foi 
rigorosamente um prolongamento da literatura portuguesa. 
Foi-nos imposto ou transmitido com acentuado exclusivismo 
um conjunto de tradições e instituições do país-metrópole, 
ao mesmo tempo que a tendência geral era a de não reco-
nhecer valores autóctones [...].
No trecho acima, do crítico e historiador literário José Ade-
raldo Castello, destaca-se o fato de que
A não houve qualquer manifestação literária de valor nos 
três primeiros séculos da história nacional.
B na formação colonial de um país privilegiam-se de modo 
quase exclusivo os valores da literatura do colonizador.
C as tradições e as instituições culturais de um país co-
lonizador costumam amoldar-se às raízes culturais do 
gentio dominado.
D o nativismo e o indianismo costumam caracterizar as pri-
meiras manifestações literárias de um processo colonial.
E as marcas predominantes das primeiras manifestações 
literárias devem-se aos valores autóctones de um país- 
colônia.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
O “Tribunal da Internet” e os efeitos da
cultura do cancelamento
ThaysBertoncini da Silva e Erica Marie Viterito Honda
A cultura do cancelamento tem chamado a atenção, prin-
cipalmente nas redes sociais, por tratar-se de uma onda 
que incentiva pessoas a deixarem de apoiar determinadas 
personalidades ou empresas, públicas ou não, do meio 
artístico ou não, em razão de erro ou conduta reprovável. 
quinta-feira, 30 de julho de 2020
De acordo com o dicionário australiano Macquarie, a “cul-
tura do cancelamento” foi eleita o termo do ano de 2019, 
e não é para menos. Mesmo não tendo um marco exato 
de origem, a cultura do cancelamento aparentemente teve 
início a partir da mobilização de vítimas de assédio e abuso 
sexual (Movimento #MeToo), que ganhou maior visibilidade 
em 2017 por força das denúncias realizadas em Hollywood.
Desde então, mesmo o Movimento #MeToo traduzindo 
a coragem de se expor problemas há anos escondidos, a 
cultura do cancelamento vem seguindo um caminho que 
aparentemente diferencia-se da iniciativa de conscientiza-
ção e debate de assuntos relevantes no âmbito digital e no 
âmbito real, como assédio, racismo, homofobia etc.
A cultura do cancelamento tem chamado a atenção, prin-
cipalmente nas redes sociais, por tratar-se de uma onda 
que incentiva pessoas a deixarem de apoiar determinadas 
personalidades ou empresas, públicas ou não, do meio 
artístico ou não, em razão de erro ou conduta reprovável. 
Nos termos da definição da palavra “cancelar”, a ideia do 
movimento é literalmente “eliminar” e “tornar sem efeito” o 
agente do erro ou conduta tidos como reprováveis.
Ao analisarmos o movimento sob o prisma das modalida-
des de regulação da Internet proposta por Lawrence Lessig, 
composta por direito, normas sociais, mercado e arquitetu-
ra1, podemos considerar a cultura do cancelamento como 
uma sanção imposta pelos próprios usuários no âmbito da 
Internet, diante da violação de normas sociais existentes.
Assim como as demais modalidades de regulação, as 
normas sociais são eficientes, uma vez que inibem o com-
portamento reprovável por parte da comunidade que assim 
o entende.
Exemplo que demonstra a eficiência das normas sociais é
a campanha de boicote à publicidade (#StopHateforProfit), 
iniciada no último dia 17. A ideia foi aderida por diversas 
empresas que manifestaram interesse em suspender seus 
anúncios em uma das maiores redes sociais da Internet, de 
modo a protestar contra “discurso de ódio” e pressionar a 
empresa para adotar medidas satisfatórias e criar mecanis-
mos eficientes de combate. Em contrapartida, outra gigante 
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da tecnologia informou maiores medidas internas e externas 
para combater o racismo e aumentar a representatividade 
na empresa, reforçando as políticas já existentes contra o 
discurso do ódio.
Ocorre que, especificamente com relação à cultura do 
cancelamento, e ao contrário do Direito em que há um 
devido processo legal para justificar uma punição ou não, 
o “Tribunal da Internet” não costuma oportunizar sequer o 
exercício do contraditório. Na maioria das vezes, aliás, a 
cultura do cancelamento costuma ter efeitos imediatos, de 
modo que a onda de boicote tem início tão logo o erro ou 
conduta tidos como reprováveis são notados e expostos. Tal 
imediatismo, porém, traz à tona certa intolerância e muita 
polarização, demonstrando assim que a sanção antecede 
a defesa. Dessa forma, o ambiente virtual torna-se hostil, 
seletivo e, por vezes, injusto.
Nota-se que, a partir da constatação de erro ou conduta 
reprovável por um grupo de pessoas, cria-se um movimento 
na rede social de exposição para que não somente os usuá-
rios deixem de “seguir” a pessoa ou de comprar determinada 
marca, por exemplo, mas também para que parem de dar 
visibilidade ao trabalho de alguém ou determinada empresa. 
Por meio da onda de ataque aos perfis em redes sociais, 
os efeitos são sentidos em todos os aspectos: na vida pes-
soal de pessoas físicas que perdem trabalhos, contratos, 
patrocínios e até desenvolvem problemas psicoemocionais, 
bem como na atividade de empresas que deixam de realizar 
vendas, atender clientes etc.
Um dos exemplos recentes da cultura do cancelamento 
nas redes sociais ocorreu com uma digital influencer do 
mundo fitness que, durante a pandemia e o isolamento 
social, meses após ser diagnosticada e “se curar” do coro-
navírus, reuniu alguns amigos em sua casa, fazendo publi-
cações da “festinha”. A anfitriã foi imediatamente cancelada 
nas redes sociais, com a consequente perda de diversas 
parcerias e rescisão de contratos. E apesar do pedido de 
desculpas e reconhecimento do erro, o cancelamento se 
manteve, beirando o linchamento virtual e fazendo com que 
ela desativasse seu perfil em uma de suas redes sociais.
Nesse contexto, observa-se que o “Tribunal da Internet” 
não realiza seus julgamentos com igualdade ou propor-
cionalidade. Primeiro, porque deixa-se de discutir ideias e 
passa-se a discutir pessoas ou empresas. Segundo, porque 
poucos preferem ouvir, entender e formar uma opinião antes 
de atacar. Terceiro, porque outras pessoas ou empresas 
envolvidas em situações análogas, por exemplo, não so-
frem sanções na mesma intensidade que as “canceladas”. 
Quarto, porque, no mundo virtual, é muito tênue a linha 
entre a crítica construtivae o ataque revestido de ofensas.
Apesar dos julgamentos, porém, a cultura do cancelamento 
também pode gerar um efeito contrário ao pretendido, já 
que a proporção da exposição faz com que a pessoa ganhe 
mais visibilidade nas redes sociais e, a depender de seus 
próximos passos, acabe transformando a visibilidade do 
ocorrido a seu favor, fazendo mais sucesso e ganhando 
mais engajamento. Numa breve analogia, comparar o Direito 
com o “Tribunal da Internet” seria como se, após a sentença 
do “cancelamento”, o recurso do “cancelado” fosse provido 
para afastar a condenação.
O que se extrai de interessante dessa dicotomia na cul-
tura do cancelamento é que não apenas comportamentos 
reprováveis são objeto da onda de boicote, mas também 
opiniões contrárias sobre determinados temas. E, em que 
pese a liberdade de expressão seja um direito fundamental, 
isso acontece porque muitos usuários, ao se depararem com 
divergências, ao invés de promoverem um debate saudável, 
dão lugar à cultura do cancelamento, boicotando pessoas 
físicas ou jurídicas.
Acontece que, além do mero “cancelamento”, os ataques 
virtuais tornam-se massificados e, por muitas vezes, extra-
polam os limites da livre manifestação de pensamento de 
modo a ensejar, de fato, um linchamento virtual que, mesmo 
revestido de boa intenção, pode provocar uma propagação 
de discurso de ódio e, ainda, incorrer em crimes como injú-
ria ou difamação. Em situações como esta, o “cancelado”, 
que não encontra formas de se justificar sobre o ocorrido 
em tempo de reparar sua imagem, acaba por adotar medi-
das judiciais em face daqueles que propagaram ofensas, 
divulgaram informações eventualmente falsas e coisas do 
tipo. (...)
A pergunta que fica diante de tantos julgamentos e san-
ções imediatamente impostas sem a possibilidade de defesa 
ou reflexão é: como seria se todos fôssemos “cancelados” 
por um erro ou conduta reprovável, já que estamos em 
constante evolução? (...)
Nas palavras do atual Ministro Alexandre de Moraes: “a 
liberdade de expressão constitui um dos fundamentos es-
senciais de uma sociedade democrática e compreende não 
somente as informações consideradas como inofensivas, 
indiferentes ou favoráveis, mas também aquelas que pos-
sam causar transtornos, resistência, inquietar pessoas, pois 
a democracia somente existe a partir da consagração do 
pluralismo de ideia e pensamento, da tolerância de opiniões 
e do espírito aberto ao diálogo”2. (...)
Com isso, o propósito de exposição de temas para que 
haja liberdade de comunicação social, garantindo-se a livre 
circulação de ideias e informações de forma pluralista, na 
realidade, tornou-se uma ferramenta de autocensura ao 
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invés de promover o debate, como a contranarrativa. A 
cultura do cancelamento, na forma como praticada atual-
mente, afeta, ainda que de maneira indireta, o exercício 
dos direitos da livre manifestação de pensamento e da 
liberdade de expressão, obstando o debate de questões 
que, de forma saudável, traria benefícios para a sociedade 
e ainda promoveria o progresso intelectual e a evolução 
pessoal de cada um.
1Leonardi, Marcel. Fundamentos de Direito Digital, São 
Paulo, 2019, Thomson Reuters, pág..47 e ss.- 2.5. 
As modalidades de regulação proposta por Lawrence 
Lessing.
2MORAES, Alexandre de. Direitos Humanos Fundamentais; 
9ª edição, São Paulo. Atlas S.A. 2011.
* ThaysBertoncini da Silva é advogada, sócia da Lee, Brock, 
Camargo Advogados (LBCA) e especialista em Direito
Digital Aplicado e Direito das Plataformas Digitais pela 
FGV.
* Erica Marie Viterito Honda é advogada, sócia da Lee,
Brock, Camargo Advogados (LBCA) e especialista em
Direito Digital Aplicado pela FGV.
Texto adaptado, disponível em: https://migalhas.uol.com.br/depeso/331363/o--tribunal-
-dainternet--e-os-efeitos-da-cultura-do-cancelamento. Acesso em 27/11/2020.
Questão 28 2023
A construção metafórica “Tribunal da Internet” é autorizada 
devido
A à busca por status da maioria dos usuários das redes 
sociais.
B à conduta de usuários de redes de julgar comportamen-
tos alheios.
C à ilegalidade dos comportamentos dos usuários das 
redes sociais.
D ao caráter imparcial dos julgamentos de usuários de 
redes sociais.
E ao caráter justo e fundamentado das interações em 
redes sociais.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
Proteção individual versus proteção coletiva
Sergio de Castro Lessa
Fermin Roland Schramm
Historicamente, os programas de vacinação com cobertura 
universal ganharam credibilidade e lograram êxitos com a 
eliminação da varíola, a quase erradicação da poliomielite, e 
a diminuição da incidência de doenças tais como a caxumba, 
sarampo e catapora. 1Apesar deste sucesso ser geralmente 
interpretado como reflexo do princípio da imunidade cole-
tiva – o qual assume que os benefícios das vacinas são 
maiores quanto mais indivíduos de uma comunidade são 
imunizados – o controle das doenças nos assim chamados 
países desenvolvidos ocorreu devido à melhoria da condi-
ção sanitária, associando higiene e vacinação e, nos países 
mais pobres, devido essencialmente à vacinação em massa.
Com isso, um dos principais desafios destes países na 
área da saúde pública tem sido manter altas taxas de co-
bertura vacinal para o controle e a prevenção de epidemias 
ou para evitar o ressurgimento daquelas já controladas, 
ampliando, cada vez mais, a responsabilidade do indivíduo 
pela manutenção de sua saúde para a proteção coletiva 
e, consequentemente, a melhoria da saúde da população. 
Neste sentido, como alertou Schramm, “a saúde não é mais, 
em última instância, um direito do cidadão e um dever do 
Estado, mas, ao contrário, tornou-se um dever do cidadão 
e um direito do Estado”.
Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/csc/v20n1/1413-8123-csc-20-01-00115.pdf/ Acesso
em:28 maio 2021. Fragmento.
Questão 29 2023
A estrutura do texto é, predominantemente:
A Narrativa
B Descritiva
C Argumentativa
D Enumerativa
E Expositiva
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TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
Balé das baleias
Verissimo
“Em compensação” não pode ser o começo de nenhuma 
frase sobre a pandemia que nos assola. 1Nada compensa, 
mitiga, inocenta, redime, atenua, suaviza ou absolve o vírus 
assassino, por respeito aos que ele já matou e continua 
matando. Portanto, não veja como simpatia pelo demônio a 
simples constatação, noticiada pela imprensa internacional, 
de que um efeito da pandemia e das medidas tomadas para 
controlá-la tem sido a queda dos índices da poluição em 
todo o planeta. 2Triste ironia: o ar se torna respirável pela 
diminuição da atividade industrial e a ausência de gente 
nas ruas justamente onde ele é mais venenoso. O demônio 
tem suas astúcias.
Li que os habitantes de Marselha, no sul da França, estão 
vendo, diariamente, um espetáculo raro. Baleias se apro-
ximam da costa e se exibem, certamente surpreendidas 
pela sua própria súbita ascensão ao estrelato. O porto de 
Marselha é o mais importante da França, e seu movimento 
incessante mantém as baleias longe. Ou mantinha. Com 
as limitações impostas pelo coronavírus, abriu-se o espaço 
para o balé das baleias, que, não demora, estarão integra-
das à vida social de Marselha, provando a bouillabaisse do 
Vieux-Port e dando autógrafos.
Disponível em: https://oglobo.globo.com/opiniao/bale-das-baleias-24374057. Acesso em 03 jun.
2020.
Questão 30 2023
“Balé das baleias”, de Verissimo, apresenta, predominan-
temente, marcas de um texto
A narrativo
B epistolar
C pedagógico
D argumentativo
E propagandístico
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
Legado do Iluminismo
1O pensamento iluminista abraçou a ideia do progresso 
e buscou ativamente a ruptura com a história e a tradição 
esposada pela modernidade. Foi, sobretudo, um movi-
mento secular que procurou desmistificar e dessacralizar 
o conhecimento e a organização social para libertar os 
seres humanos de seus grilhões. Ele levou a injunção de 
Alexander Pope, de que “o estudoNpróprio da humanidade 
é o homem”, muito a sério. Na medida em que eletambém 
saudava aMcriatividade humana, a descoberta científica e 
a busca da excelência individual em nome doMprogresso 
humano, os pensadores iluministas acolheram o turbilhão da 
mudança e viram a transitoriedade, o fugidio e o fragmen-
tário como condição necessária por meio da qual o projeto 
modernizador poderia ser realizado. Abundavam doutrinas 
de igualdade, liberdade, fé na inteligência humana (uma vez 
permitidos os benefícios da educação) e razão universal. 
“Uma boa lei deve ser boa para todos”, pronunciou Con-
dorcet às vésperas da Revolução Francesa, “exatamente 
da mesma maneira como uma proposição verdadeira é ver-
dadeira para todos”. Essa visão era incrivelmente otimista. 
Escritores como Condorcet, observa Habermas (1983, p. 9), 
estavam possuídos “da extravagante expectativa de que as 
artes e as ciências iriam promover não somente o controle 
das forças naturais, mas também a compreensão do mundo 
e do eu, o progresso moral, a justiça das instituições e até 
a felicidade dos seres humanos”.
2O século XX – com seus campos de concentração e 
esquadrões da morte, seu militarismo e duas guerras mun-
diais, sua ameaça de aniquilação nuclear e sua experiência 
de Hiroshima e Nagasaki – certamente deitou por terra 
esse otimismo. Pior ainda, há suspeita de que o projeto do 
Iluminismo estava fadado a voltar-se contra si mesmo e 
transformar a busca da emancipação humana num sistema 
de opressão universal em nome da libertação humana.
Essa foi a atrevida tese apresentada por Horkheimer e 
Adorno em Dialética do esclarecimento (1972). Escreven-
do sob as sombras da Alemanha de Hitler e da Rússia de 
Stálin, eles alegavam que a lógica que se oculta por trás 
da racionalidade iluminista é uma lógica da dominação e 
da opressão. A ânsia por dominar a natureza envolvia o 
domínio dos seres humanos, o que no final só poderia levar 
a “uma tenebrosa condição de autodominação”, conforme 
salienta Bernstein (1985, p. 9). A revolta da natureza, que 
eles apresentavam como a única saída para o impasse, 
tinha, portanto, de ser concebida como uma revolta da na-
tureza humana contra o poder opressor da razão puramente 
instrumental sobre a cultura e a personalidade.
São questões cruciais saber (i) se o projeto do Iluminismo 
estava ou não fadado desde o começo a nos mergulhar num 
mundo kafkiano; (ii) se tinha ou não de levar a Auschwitz e 
Hiroshima; e (iii) se lhe restava ou não poder para formar e 
inspirar o pensamento e a ação contemporâneos. 3Há quem, 
como Habermas, continue a apoiar o projeto, se bem que 
com forte dose de ceticismo quanto às suas metas, com 
muita angústia quanto à relação entre meios e fins e com 
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certo pessimismo no tocante à possibilidade de realizar tal projeto nas condições econômicas e políticas contemporâneas. 
E há quem – e isso é o cerne do pensamento filosófico pós-modernista – insista que devemos, em nome da emancipação 
humana, abandonar por inteiro o projeto iluminista. A posição a tomar depende de como se explica o “lado sombrio” da nossa 
história recente e do grau até o qual o atribuímos aos defeitos da razão iluminista, e não à falta de sua correta aplicação.
HARVEY, David. A condição pós-moderna: uma pesquisa sobre as origens da mudança cultural. 3. ed. São Paulo: Loyola, 1993. p. 23-24. (Adaptado).
Questão 31 2023
Considere o seguinte enunciado:
“Há quem, como Habermas, continue a apoiar o projeto, se bem que com forte dose de ceticismo quanto às suas metas, 
com muita angústia quanto à relação entre meios e fins e com certo pessimismo no tocante à possibilidade de realizar tal 
projeto nas condições econômicas e políticas contemporâneas”. (ref. 3).
O constituinte sintático introduzido por “se bem que” estabelece com o trecho anterior uma relação de
A oposição
B proporção
C explicação
D comparação
E concessão
Questão 32 2023
Leia o gráfico a seguir:
Assinale a alternativa CORRETA, de acordo com o gráfico.
A O número de solicitações de refúgio concedidas no Brasil em 2017 foi menor que o número de solicitações concedidas 
em 2016.
B 2015 foi o ano em que foi concedido o maior número de solicitações de refúgio no Brasil.
C Em 2016, o número de solicitações de refúgio recebido foi igual ao número de solicitações concedidas.
D O número de solicitações de refúgio no Brasil diminuiu a partir de 2011.
E O número de solicitações de reconhecimento da condição de refugiado no Brasil aumentou em relação a 2011.
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Questão 33 2023
O UNIVERSO DA LÍNGUA DE SINAIS
A partir da leitura atenta do acima, é CORRETO afirmar 
que a LIBRAS
A é uma derivação da língua francesa.
B é apenas uma entre as diversas línguas de sinais exis-
tentes no mundo.
C constitui-se a partir da combinação de mímicas.
D é reconhecida como língua oficial brasileira desde 1857, 
quando foi criada a primeira escola para surdos no Brasil.
E é bem compreendida por 70% dos surdos brasileiros que 
têm dificuldade de compreender a língua portuguesa.
Questão 34 2023
A campanha proposta tem como principal objetivo
A criticar o uso abusivo de certas estruturas on-line durante 
o expediente.
B conscientizar os trabalhadores sobre a mais relevante 
função social do Facebook.
C proibir a utilização de determinados aplicativos da web 
em espaços profissionais.
D orientar os usuários quanto ao acesso responsável e 
sensato às redes sociais no trabalho.
E convencer os interlocutores a divulgar sempre, no cibe-
respaço, as boas práticas que veicula.
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Questão 35 2023
Examine esta propaganda.
Por ser empregado tanto na linguagem formal quanto na 
linguagem informal, o termo “legal” pode ser lido, no contexto 
da propaganda, respectivamente, nos seguintes sentidos:
A lícito e bom.
B aceito e regulado.
C requintado e excepcional.
D viável e interessante.
E jurídico e autorizado.
Questão 36 2023
A compreensão do texto, no informe publicitário acima, exige que o leitor perceba que, nele, apresentam-se duas normas 
linguísticas. Para diferenciá-las, o principal recurso utilizado pelo autor foi o de
A representar, nas ilustrações, duas diferentes classes sociais. Isso justifica, por exemplo, as imagens de pessoas 
bem-vestidas juntamente com outras, de pessoas malvestidas.
B mesclar, no texto, elementos verbais com elementos não verbais. Isso possibilitou que o texto fosse escrito na ‘norma 
culta’, e as imagens representassem a ‘norma popular’.
C grafar algumas palavras em desacordo com as convenções ortográficas, porém de maneira mais aproximada da fala. 
Isso justifica, por exemplo, as diferentes grafias de “bem está” / “bem-estar”.
D distribuir o texto em diferentes planos. Isso permitiu que a norma considerada ‘culta’ ficasse destacada em primeiro 
plano, e a norma considerada ‘não culta’ ficasse em segundo.
E trazer, para o texto, diferentes gêneros. Isso possibilitou que a ‘norma culta’ fosse expressa na forma de versos, no 
gênero poema; e a ‘norma não culta’ fosse expressa na forma de prosa, no gênero anúncio publicitário.
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TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
Centrando-se, assim, no moderno, [...] faziam apologia da 
velocidade, da máquina, do automóvel (“um automóvel é 
mais belo que a Vitória de Samotrácia”, dizia Marinetti no 
seu primeiro manifesto), da agressividade, do esporte, da 
guerra, do patriotismo, do militarismo, das fábricas, das 
estações ferroviárias, das multidões, das locomotivas, dos 
aviões, enfim, de tudo quanto exprimisse o moderno nas 
suas formas avançadas e imprevistas.
Massaud Moisés, Dicionário de Termos Literários, Cultrix, p. 234.
Questão 37 2023
Levando-se em conta que Filippo Marinetti, fundador do 
movimento a que se refere o texto, rejeitou o passado 
e defendeu a extinção de museus e cidades antigas, ao 
afirmar que “um automóvel é mais belo que a Vitória de 
Samotrácia”, ele só não usou com essa frase:
A eufemismo, já que automóvel apenas suaviza a natural 
ideia de superioridade sobre uma estátua.
Bmetonímia, em que o automóvel substitui toda modernida-
de veloz e a Vitória de Samotrácia substitui a arte grega.
C comparação ou símile, pois para o autor o automóvel é 
mais belo artisticamente que a estátua grega.
D metáfora, em que o automóvel simboliza o moderno e a 
estátua simboliza o antigo.
E antítese, pois contrapõe o conjunto da modernidade ao 
conjunto do passadismo.
Questão 38 2023
Da imagem, que foi capa da Revista Veja em 20 de agosto 
de 2008, pode-se compreender:
A O registro do modelo de ensino representado pelo uso 
ultrapassado da tecnologia do giz.
B Uma constatação de que os alunos não precisam es-
crever à mão.
C Um apelo de aluno para que melhore o ensino.
D Uma crítica irônica em relação à situação do ensino na 
escola brasileira.
E Uma afirmação de que a relação entre ler e escrever não 
é explorada na escola.
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Questão 39 2023
Os quadros abaixo fazem parte de um “Manifesto” criado 
por uma revista feminina:
Em comum, eles apresentam
A o emprego da linguagem formal.
B a valorização de uma aparência natural, despojada.
C a desconstrução de clichês divulgados na mídia.
D a desconstrução da imagem de esposa perfeita.
E a desmistificação da família perfeita.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
Chiquinho Azevedo
Gilberto Gil
Chiquinho Azevedo
Garoto de Ipanema
Já salvou um menino
Na Praia, no Recife
Nesse dia Momó também estava com a gente
Levou-se o menino
Pra uma clínica em frente
E o médico não quis
Vir atender a gente
Nessa hora nosso sangue ficou bem quente
Menino morrendo
Era aquela agonia
E o doutor só queria
Mediante dinheiro
Nessa hora vi quanto o mundo está doente
Discutiu-se muito
Ameaçou-se briga
Doze litros de água
Tiraram da barriga
Do menino que sobreviveu finalmente
Muita gente me pergunta
Se essa estória aconteceu
Aconteceu minha gente
Quem está contando sou eu
Aconteceu e acontece
Todo dia por aí
Aconteceu e acontece
Que esse mundo é mesmo assim
GIL, Gilberto. Quanta. CD Warner Music, 1997. Faixa 6.
Questão 40 2023
A letra da canção de Gilberto Gil, apresentada acima, 
caracteriza-se, predominantemente, por:
A Descrever.
B Narrar.
C Dissertar.
D Argumentar.
E Simbolizar.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
O rumor crescia, condensando-se; o zunzum de todos os 
dias acentuava-se; já se não destacavam vozes dispersas, 
1mas um só ruído compacto que enchia todo o cortiço.
Começavam a fazer compras na venda; ensarilhavam-se* 
discussões e rezingas**; 2ouviam-se gargalhadas e pragas; 
já se não falava, gritava-se. Sentia-se naquela fermentação 
sanguínea, naquela gula viçosa de plantas rasteiras que 
mergulham os pés vigorosos na lama preta enutriente da 
vida, 3o prazer animal de existir, a triunfante satisfação de 
respirar sobre a terra.
Da porta da venda que dava para o cortiço iam e vinham 
como formigas; fazendo compras.
Duas janelas do Miranda abriram-se. Apareceu numa a 
Isaura, que se dispunha a começar a limpeza da casa.
– Nhá Dunga! 4gritou ela para baixo, a sacudir um pano 
de mesa; se você tem cuscuz de milho hoje, 5bata na 
porta, ouviu?
Aluísio Azevedo, O cortiço.
* ensarilhar-se: emaranhar-se.
** rezinga: resmungo.
Questão 41 2023
Uma característica do Naturalismo presente no texto é:
A forte apelo aos sentidos.
B idealização do espaço.
C exaltação da natureza.
D realce de aspectos raciais.
E ênfase nas individualidades.
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Questão 42 2023
ATENÇÃO AO TEXTO
Os anúncios publicitários, em linhas gerais, têm como propósito estabelecer, no imaginário social, um desejo “inconsciente” 
pelo consumo de um produto. Em muitos casos, há uma nítida falta de preocupação entre o que está sendo divulgado e a 
norma culta da língua, já que esses exemplares de textos circulam em várias instâncias públicas, a exemplo deste acima, 
disposto no Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek, em Brasília, em set. de 2017.
Assim, podemos verificar que a violação gramatical se deu no plano do(a):
A Segmentação de palavras.
B Sentido estabelecido entre as partes e o todo.
C Ambiguidade entre termos.
D Polissemia entre palavras homônimas e parônimas.
E Desrespeito ao Novo Acordo Ortográfico.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
Questão 43 2023
O cartaz anuncia os números alcançados por um projeto de merenda escolar da cidade de São Paulo. De acordo com suas 
informações, a quantidade de água utilizada demonstra qu
A o cultivo de frutas e legumes exagera o seu uso.
B a população da cidade é a que mais precisa da água.
C cada aluno gasta em média dois litros de água na escola.
D a produção de proteína animal tem elevado custo ambiental.
E a conscientização do uso da água é responsabilidade do governo.
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TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
Um pensamento liberal moderno, em tudo oposto ao pesa-
do escravismo dos anos 1840, pode formular-se tanto entre 
políticos e intelectuais das cidades mais importantes quanto
junto a bacharéis egressos das famílias nordestinas que 
pouco ou nada poderiam esperar do cativeiro em declínio.
BOSI, Alfredo. Dialética da Colonização. São Paulo: Companhia das Letras, 1992, p. 224
Questão 44 2023
Ideias liberais, tornadas públicas, entraram em conflito com 
a realidade escravista do Brasil, tal como se pode avaliar 
na força dramática que assumiram
A os poemas libertários de Castro Alves, já ao final do 
período romântico.
B os romances naturalistas de Aluísio Azevedo e Machado 
de Assis.
C as páginas de literatura documental de Antonil e Pero 
de Magalhães Gândavo.
D os manifestos pré-modernistas de Euclides da Cunha e 
Augusto dos Anjos.
E as crônicas de costumes de Olavo Bilac e João do Rio.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
Cronista sem assunto
Difícil é ser cronista regular de algum periódico. Uma crô-
nica por semana, havendo ou não assunto... É buscar na 
cabeça uma luzinha, uma palavra que possa acender toda 
uma frase, um parágrafo, uma página inteira – mas qual? 
1Onde o ímã que atraia uma boa limalha? 2Onde a farinha 
que proverá o pão substancioso? O relógio está correndo 
e o assunto não vem. Cronos, cronologia, crônica, tempo, 
tempo, tempo... Que tal falar da falta de assunto? Mas 
isso já aconteceu umas três vezes... Há cronista que abre 
a Bíblia em busca de um grande tema: os mandamentos, 
um faraó, o Egito antigo, as pragas, as pirâmides erguidas 
pelo trabalho escravo? Mas como atualizar o interesse em 
tudo isso? O leitor de jornal ou de revista anda com mais 
pressa do que nunca, 3e, aliás, está munido de um celular 
que lhe coloca o mundo nas mãos a qualquer momento.
Sim, a internet! O Google! É a salvação. 4Lá vai o cronista 
caçar assunto no computador. Mas aí o problema fica sendo 
o excesso: ele digita, por exemplo, “Liberdade”, e 5lá vem 
a estátua nova-iorquina com seu facho de luz saudando os 
navegantes, ou o bairro do imigrante japonês em São Paulo, 
6ou a letra de um hino cívico, ou um tratado filosófico, até 
mesmo o “Libertas quae sera tamen*” dos inconfidentes 
mineiros... Tenta-se outro tema geral: “Política”. Aí mesmo 
é que não para mais: vêm coisas desde a polis grega até 
um poema de Drummond, salta-se da política econômica 
para a financeira, chega-se à política de preservação de 
bens naturais, à política ecológica, à partidária, à política 
imperialista, à política do velho Maquiavel, ufa.
Que tal então a gastronomia, mais na moda do que nunca? 
7O velho bifinho da tia ou o saudoso picadinho da vovó, 
receitas domésticas guardadas no segredo das bocas, 
viraram nomes estrangeiros, sob molhos complicados, de 
apelido francês. Nesse ramo da alimentação há também que 
considerar o que sejam produtos transgênicos, orgânicos, as 
ameaças do glúten, do sódio, da química nociva de tantos 
fertilizantes. Tudo muito sofisticado e atingindo altos níveis 
de audiência nos programas de TV: já seremos um país 
povoado por cozinheiros, quer dizer, por chefs de cuisine?**
Temas palpitantes, certamente de interesse público, estão 
no campo da educação: há, por exemplo, quem veja nos 
livros de História uma orientação

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