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Fevereiro 2021 • Autores: Thaís Correia Costa, Min Du • Título: Programação fetal: estratégias para melhorar a qualidade da carne em bovinos de corte Introdução A demanda por eficiência da produção pecuária tem sido cada vez mais exigida, devido ao crescimento populacional, além da necessidade de reduzir os custos de produção, e garantir a segurança e qualidade alimentar. Os maiores desafios para a indústria de carnes são produzir uma carne de boa qualidade, que atenda a demanda global e cause o menor impacto ambiental possível. Uma das formas de atingir esses objetivos consiste na diminuição do ciclo de produção animal. Como o músculo esquelético, que fornece a carne, começa a se desenvolver durante a fase intrauterina, a manipulação do desenvolvimento do músculo durante o período fetal pode ajudar a melhorar a eficiência da produção. Devido à sua plasticidade [1], o músculo esquelético é sensível ao aporte materno de nutrientes e às alterações do ambiente intrauterino, que afetam a composição muscular, tais como:massa muscular magra, tecido conjuntivo e gordura. O periodo inicial até a metade da gestação é crucial para o aumento no número de fibras musculares, o que ocorre exclusivamente durante o período pré-natal [2]. Concomitantemente, o tecido adiposo começa a se desenvolver durante a metade até o final da gestação e, embora as células de gordura continuem a se formar após o nascimento, a capacidade de formar novas células de gordura diminui com o tempo [2]. Além disso, a alteração do ambiente intrauterino pode alterar a proporção das fibras musculares, que possuem diferentes propriedades metabólicas [3,4]. O tipo de substrato preferido pelas fibras musculares pode afetar a qualidade final da carne. Portanto, nesta revisão, resumimos os impactos da programação fetal no desenvolvimento do músculo esquelético, além das estratégias de manejo que impactam na composição corporal final e na qualidade da carne. Programação fetal O conceito de programação fetal é baseado em dados epidemiológicos em humanos, onde a escassez de nutrientes noambiente intrauterino resulta em alterações no desenvolvimento, crescimento e saúde da progênie a longo prazo [5]. Da mesma forma, a programação fetal também afeta a produção animal e tem sido amplamente estudada nos últimos anos. As causas da programação fetal em animais de produção são variáveis, incluindo super ou subalimentação materna, presença ou ausência de um nutriente específico, estresse por calor ou frio, idade materna, genótipo materno e gravidez múltipla [6]. Desenvolvimento do músculo esquelético O músculo esquelético é o principal componente da carcaça e os principais componentes do músculo esquelético, como fibras musculares, tecido conjuntivo e adiposo, determinam a qualidade da carne. Os processos pelos quais as fibras musculares, tecido adiposo e conjuntivo são formados, são denominados miogênese (formação de fibras musculares), adipogênese (formação de células de gordura) e fibrogênese (formação de tecido conjuntivo), respectivamente. Miogênese A miogênese envolve a especialização e determinação de uma população de células denominadas células-tronco mesenquimais em células progenitoras miogênicas, que por sua vez se diferenciam em fibras musculares [7]. Todo o processo de miogênese está sob controle de um conjuntoede proteínas regulatórias. Durante amiogênese, uma população de células miogênicas progenitoras não se diferenciam e permanecem ao redor das fibras musculares maduras, estas são denominadas células satélites. Em resposta a estímulos, como crescimento e trauma, essas células podem proliferar e se fundir com as fibras musculares existentes. A formação das fibras musculares ocorre na fase pré-natal, e pode ser subdividida em miogênese primária e secundária. Em bovinos, as fibras musculares primárias são formadas durante o período embrionário, dentro de 2 meses após a concepção [8], enquanto que as fibras musculares secundárias são formadas durante os estágios fetais entre o 2º ao 7º mês de gestação [2]. Embora as fibras musculares secundárias representem a maioria das fibras em adultos, as fibras musculares primárias são usadas como molde para a formação de fibras musculares secundárias durante o estágio fetal [9]. A massa muscular é determinada pelo número (hiperplasia) e tamanho (hipertrofia) das fibras musculares. A hiperplasia ocorre exclusivamente no período pré- natal, e o número de fibras musculares é fixado no nascimento. Além disso, a hipertrofia muscular também se inicia no período pré-natal e se estende até o final da fase puberal (Figura 1). A proliferação e fusão de células satélite com fibras musculares existentes contribuem para a hipertrofia das fibras musculares pós-natal [10]. Portanto, o estabelecimento de um maior número de fibras musculares ao nascimento e o aumento do número de células satélites podem impactar positivamente na eficiência da produção de carne, que pode ser alcançada por meio de um adequado suporte nutricional e ambiental durante a fase intrauterina. Adipogênese Semelhante à miogênese, a adipogênese envolve a determinação e diferenciação celular. Como um processo competitivo, a mesma população de células- tronco mesenquimais que podem se desenvolver em fibras musculares também podem sofrer diferenciação em um grupo de células progenitoras fibro-adipogênicas que são capazes de formar adipócitos e fibroblastos maduros [11,12]. Os adipócitos maduros são capazes de responder aos hormônios, armazenar lipídios e secretar hormônios que atuam em outros tecidos, a fim de regular o metabolismo de todo o corpo e levar a homeostase [13]. Em bovinos, a adipogênese começa por volta da metade da gestação, concomitantemente com a miogênese secundária [14-16]. O depósito de tecido adiposo segue a ordem sequencial de desenvolvimento: visceral, subcutâneo, intermuscular e intramuscular. Ao contrário da miogênese, a adipogênese não se limita aos estágios pré-natais, porém o potencial de hiperplasia (aumento no numero de células) desse tecido diminui com o tempo [17]. A hiperplasia da gordura visceral se estende até o estágio neonatal, enquanto a gordura subcutânea e intermuscular se estende até o inicio do desmame e a formação de gordura intramuscular se estende até aproximadamente 250 dias de idade [17]. Após o respectivo período de hiperplasia, os adipócitos sofrem hipertrofia (aumento de tamanho), contribuindo para o armazenamento de gordura (Figura 1). Fibrogênese A formação do tecido conjuntivo ocorre por meio de um processo denominado fibrogênese. No músculo esquelético, o tecido conjuntivo é dividido em endomísio, perimísio e epimísio, que circundam respectivamente cada fibra muscular, os feixes de fibras musculares e o músculo como um todo [18,19]. A fibrogênese começa durante o final do estágio fetal, acompanhada da adipogênese; tanto as células de gordura quanto os fibroblastos são oriundos das células progenitoras fibro-adipogênicas. Os fibroblastos são responsáveis pela secreção de componentes do tecido conjuntivo, incluindo colágeno e enzimas que catalisam o crosslinking do colágeno [20]. O processo de crosslinking do colágeno ocorre lentamente, aumentando com a idade, e contribuindo para a dureza da carne [21]. Como os tecidos adiposo e conjuntivo são originados de um mesmo conjunto de células progenitoras durante a fase fetal, há uma oportunidade de manipulação neste período de forma a favorecer o aumento de células de gordura intramuscular e diminuição de fibroblastos e acúmulo de tecido conjuntivo, de forma a melhorar a qualidade da carne [17]. Tipos de fibra muscular e qualidade da carne Metabolismo do músculo esquelético O músculo esquelético utiliza principalmente carboidratos e gorduras como fontes de energia. Em ruminantes, a fermentação pela microbiotaruminal produz ácidos graxos de cadeia curta, como acetato, propionato e butirato. A proporção desses ácidos graxos de cadeia curta é influenciada pelo tipo de alimento consumido, e principalmente pela relação volumoso:concentrado. A degradação ruminal de dietas ricas em forragens proporciona um ambiente adequado para a produção de altas proporções de acetato. Enquanto dietas ricas em grãos favorece a produção de propionato. Por meio da gliconeogênese hepática, o propionato é convertido em glicose que pode ser utilizada como fonte de carbono para diversos processos. Para a síntese de lipídios, o tecido adiposo subcutâneo utiliza principalmente acetato, enquanto o tecido adiposo intramuscular utiliza altos níveis de glicose (fornecida pelo propionato) [22]. Portanto, as estratégias alimentares podem alterar a composição da carcaça e favorecer a deposição da gordura intramuscular desejada. Tipo de fibras musculares As fibras musculares são classificadas por suas propriedades contráteis e metabólicas [23,24]. As fibras do tipo I são caracterizadas pela baixa velocidade de contração, o metabolismo oxidativo (aeróbio), que utiliza a gordura como principal fonte de energia, as quais são ricas em mioglobina que conferem cor vermelha à carne [25]. O tipo II é classificado como fibras de contração rápida, que utiliza a glicose como principal fonte de energia, e possuem baixo teor de mioglobina, tornando a uma carne de cor mais clara [25]. Além da cor da carne, o tipo de fibras musculares também influencia a maciez da carne e a capacidade de retenção de água [26,27]. Além disso, a proporção relativa desses tipos de fibras musculares varia dependendo da espécie, função muscular, raça, sexo, idade, entre outros [28]. A seleção genética de raças para aumento da massa muscular favorece o estabelecimento de maior proporção de fibras do tipo II [29]. Carne Pálida Macia Exsudativa (PSE) e Escura Firme Seca (DFD) A qualidade da carne é determinada através da combinação de fatores pré- natais, pós-natais e pós-mortem. A transformação do músculo em carne é o processo final da produção da carne. Resumidamente, após o abate, o suprimento de oxigênio cessa, e o metabolismo anaeróbico (sem oxigênio) se inicia a fim de fornecer energia para manter a função celular [30]. A glicólise anaeróbica utiliza o glicogênio armazenado no músculo para produzir lactato, que contribui para o declínio do pH. A proporção dos tipos de fibras musculares, a velocidade do declínio do pH e a temperatura afetam as mudanças pós-mortem e a qualidade da carne. O rápido declínio do pH enquanto a temperatura da carcaça ainda está alta pode resultar na desnaturação de proteínas e reduziz a capacidade da carne em reter água, originando uma carne pálida, macia e exsudativa (PSE) [25]. Por outro lado, a maior proporção de fibras do tipo I pode estar associada a carne escura, firme e seca (DFD) [31]. A carne DFD é o resultado de glicólise insuficiente, resultando em um pH final superior ao da carne normal, o que frequentemente se deve ao esgotamento do glicogênio associado ao estresse pré- abate. Estratégias de programação fetal para melhorar o desempenho do gado de corte Número, tamanho e composição da fibra muscular Como mencionado anteriormente, o potencial de crescimento muscular está baseado na formação das fibras musculares durante o pré-natal, uma vez que não há aumento no número de fibras musculares no pós-natal. O aporte de nutrientes para o desenvolvimento embrionário e fetal é fornecido exclusivamente pela mãe e, portanto, garantido por uma nutrição materna adequada. Para vacas de corte prenhes criadas a pasto, a restrição alimentar devido à sazonalidade da produção de forragem pode prejudicar o desenvolvimento intrauterino da progênie. Nessa situação de restrição, os nutrientes maternos são utilizados prioritariamente para a formação dos tecidos vitais do feto (órgãos e visceras) ao invés de tecidos secundários, como o músculo esquelético, acarretando em uma menor eficiência da produção de carne futuramente [32,33]. Em ovelhas, a desnutrição materna durante o início até a metade da gestação diminui o número de fibras musculares na progênie, aumenta a proporção de fibras do tipo II (glicolíticas) e reduz as enzimas responsáveis pela oxidação de ácidos graxos, resultando na redução da proporção de massa magra / gordura da progênie [34]. Além disso, a supernutrição materna durante a metade da gestação também pode reduzir o numero de fibras musculares no feto [4]. Em contraste, estratégias de suplementação proteica durante o terço médio da gestação em bovinos, proporciona o aumento do número de fibras musculares e, consequentemente, melhoraram o desempenho pós- natal [35]. Embora o terço inicial e médio da gestação seja um período crítico para o estabelecimento do número de fibras musculares, o terço médio até o final da gestação, bem como até a puberdade, representam os períodso em que ocorre o aumento do tamanho das fibras musculares (hipertrofia). LeMaster et al. [36] observaram que a desnutrição materna no terço final da gestação desencadeou redução do peso corporal dos bezerros. Além disso, a suplementação proteica para a matriz gestante durante o mesmo período melhora esses efeitos negativos [36]. Avaliando o efeito da suplementação proteica durante as diferentes fases da gestação, Marquez et al. [35] mostraram que apesar da falta de diferença no peso corporal, os bezerros nascidos de mães suplementadas com proteína durante o terço médio ou final da gestação apresentaram maior área de olho de lombo. De fato, a suplementação da matriz durante a gestação garante o desenvolvimento fetal adequado, no entanto, diferentes fontes de alimentos levariam a diferentes respostas envolvendo o desenvolvimento do músculo esquelético da progênie e a futura composição muscular. Especificamente, as dietas à base de amido (milho) diminuem o desenvolvimento da fibra muscular, enquanto as dietas ricas em fibra, proteína e gordura (grão de milho seco por destilação; DDG) aumentam principalmente a gordura subcutânea e perirrenal fetal durante o terço médio até o final da gestação [37]. Marmoreio e maciez da carne A gordura intramuscular ou marmoreio é um parâmetro importante que afeta a qualidade da carne, afetando o sabor, a suculência, a maciez e agregando valor econômico ao produto final [38,39]. A seleção de raças para o crescimento muscular magro prejudica a deposição de gordura intramuscular e, consequentemente, reduz a qualidade da carne [17]. Além disso, a tentativa de aumentar a gordura intramuscular, sem aumentar o acúmulo geral de gordura corporal, continua sendo um desafio para os produtores de carne bovina [17]. O outro fator responsável pela qualidade da carne é a maciez, que é influenciada principalmente pela combinação de fibrilas de colágeno e o crooslinking intermolecular no tecido conjuntivo, conferindo a dureza da carne [40]. Conforme relatado anteriormente, os adipócitos (incluindo células de gordura intramuscular) e fibroblastos (tecido conjuntivo) originam-se do mesmo grupo de células progenitoras (progenitoras fibro-adipogênicas). Portanto, a manipulação dessas células em favor da adipogênese, pode ajudar a melhorar a qualidade da carne, melhorando o marmoreio e consequentemente a maciez. O conceito de “janela de marmoreio” comprovado em inúmeros estudos descreve o momento adequado para o fornecimento de suplementação de nutrientes para o bezerro, que pode contribuir para o aumento da gordura intramuscular, sem aumentar o acúmulo de outros depósitos de gordura. Nesse sentido, a suplementação com nutrientes ou compostos bioativos desde o início da desmama até os 250 dias de idade, resulta em altos níveis de marmoreio na carne [17]. Além disso, bezerros recebendo dietas à base de grãos logo após o desmame apresentaram carcaçascom alto teor de marmoreio [41-44]. Comparando raças distintas de bovinos de corte, Duarte et al. [45] mostraram que o alto potencial de marmoreio em bovinos Wagyu é acompanhado pelo aumento no tecido conjuntivo, possivelmente devido à maior abundância de células progenitoras fibro-adipogênicas em comparação com bovinos Angus. Da mesma forma, a abundância de células progenitoras fibro-adipogênicas pode ser responsável pela diferença entre o gado Angus e Nelore no desenvolvimento da gordura intramuscular (marmoreio). Devido à alta proporção dessas células, a raça Angus apresenta alto potencial adipogênico comparado ao gado Nelore, enquanto que a fibrogênese não é diferente entre essas raças [46], o que poderia explicar um alto nível de marmoreio na raça Angus. Conclusão Os estágios embrionário e fetal são cruciais para a formação das fibras musculares, tecido adiposo e conjuntivo. Compreender os estágios específicos da gestação que afetam a composição final da carcaça da progênie nos ajuda a melhorar a eficiência da produção de carne bovina e, consequentemente, melhorar a qualidade da carne. A nutrição materna durante a gestação pode alterar a composição da fibra muscular e a relação massa magra: gordura, levando à produção de uma composição corporal desejável. Marmoreio e maciez são características críticas de qualidade da carne. A combinação da nutrição materna com a suplementação pós-natal em uma chamada janela de marmoreio, resulta no elevado número de células de gordura intramuscular, levando a um alto índice de marmoreio nas carcaças. Com o crescente conhecimento da programação fetal em bovinos, mais estratégias de seleção genética e manejo nutricional podem ser desenvolvidas a fim de aumentar a qualidade e a eficiência produtiva dos bovinos de corte. Figura 1. Ordem cronológica do desenvolvimento das fibras musculares e depósitos de gordura em bovinos. A janela de marmoreio compreende o período crítico para o manejo nutricional de bezerros para aumentar a formação de gordura intramuscular. Cores mais claras e linha pontilhada representam o período de aumento do número de células (hiperplasia). Cores mais escuras e linhas tracejadas representam o período de aumento no tamanho da célula (hipertrofia). Referências [1] Frontera WR, Ochala J. Skeletal Muscle: A Brief Review of Structure and Function. 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