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Aula 2 - Desenvolvimento do aparelho digestivo nos animais ruminantes

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Resumo Nutrição – Aula 2 
(Sem revisão gramatical) 
 
- A ração deve ser planejada e seu preparo deve ser fidedigno 
(inclusive o manejo alimentar), pensando sempre na fisiologia do 
animal, pois o animal come o alimento propriamente dito, e não a 
ideia. 
-Ração peletizada para bezerros: mais fácil para capturar, pensando 
no bezerro que é um animal preparado para se alimentar com leite, 
CUSTA DE 30 A 40% mais caro devido a qualidade superior e o uso 
de flavolizantes e palatabilizantes. 
- O animal ruminante nasce com o abomaso maior que o rúmen e 
retículo, o leite é desviado para o abomaso através da goteira 
esofágica (não tem necessidade de o rúmen estar desenvolvido, se 
não vai haver alimentação solida nem absorção de AGV pelas 
papilas, o rúmen nasce praticamente ausente de papilas, nasce 
afuncional, sem bactérias pois a placenta impede a passagem). 
-Introdução de alimentos sólidos para bezerros: tornar o rúmen 
funcional mais precocemente, deve-se usar alimentos de melhor 
qualidade, como um bom feno, pois tem maior concentração de 
nutrientes, ou até mesmo alimentos verdes não fermentados nas 4 
primeiras semanas, porque o rúmen não está totalmente 
colonizado, ou alimentos verdes picados pré-murchados para 
retirar o excesso de agua. OS VOLUMOSOS SÃO 
IMPORTANTES PARA: carrear microrganismos no rúmen, 
provocando a expansão do mesmo, através das partículas fibrosas. 
O contato com a mãe, a lambida, mastigar a forrageira, tudo isso 
contribui para a colonização do ambiente ruminal, tudo isso 
gradativamente vai colonizar o rúmen. 
-CANA: não é interessante trabalhar para bezerros novos (apesar 
da sacarose), pois a digestibilidade da fibra é muito ruim, o animal 
não tem capacidade fermentativa alta, pode haver impactação, 
bolas de capim que bloqueiam a passagem do orifício retículo-
omasal. *não recomenda uso da cana abaixo de 3 meses para 
qualquer ruminante, apesar da capacidade fermentativa, a fibra de 
baixa qualidade ocupa muito espaço no rúmen, reduz a velocidade 
de desempenho. 
-Programação fetal: relacionado a nutrição materna, deve ser um 
programa nutricional contínuo, a papila responde ao manejo 
alimentar, se der muita energia ela vai crescer para absorver AGV, 
mas se não tiver energia ela diminui em tamanho e área. Elas 
demoram cerca de 3 semanas para crescer novamente. O 
aproveitamento é relativo ao tamanho do rúmen e o número e 
tamanha de papilas, não é vantagem o rúmen ter muitas papilas e 
ser pequeno. O melhor é ter o rúmen grande, papilas grandes e mais 
densas, maior numero de papilas 
-Concentrado: ao fermentar gera um volume de AGV maior que 
volumosos, especialmente ácido propionico. 
-Rúmen: cresce em tamanho e em número de acordo com a energia 
disponível (ou reduz tmb). PERIODO DE ADAPTAÇÃO: Quando 
não é bem-feita pode haver encefalite ou abcessos hepáticos, pode 
haver vazamento das bactérias ruminais para localizações erráticas, 
quando não há adaptação adequada as papilas não tem crescimento 
pleno, elas não conseguem absorver todo o AGV produzido, há 
acúmulo de ácido no rúmen que as queima. Isso implica em 
paraqueratose ruminal, faz microfissuras nas papilas, as bactérias 
escapam para cérebro ou fígado, na maioria das vezes não 
compensa tratar o animal (isso acontece nos períodos de transição 
de dieta, principalmente quando se está aumentando a quantidade 
de concentrado da dieta). 
-Caprinos: extremamente selecionadores, tem habito de ramonear, 
levantar a cabeça para comer, tem que pensar na apresentação do 
alimento (a apresentação “do prato” influencia extremamente no 
consumo e quando mal feita pode desbalancear o que estava 
programado pra ser servido corretamente), manejo de altura (pode 
dificultar a apreensão do alimento pelos animais, o animal perde 
tempo para dar o bocado, ao final do dia ele dá menos bocados do 
que daria se estivesse em um pasto com altura adequada) ... para 
não causar problemas de CONSUMO. 
-Forrageira tropical: processo de lignificação inviabiliza nutrientes, 
os nutrientes estão nela, porém estão inacessíveis em sua maior 
parte). 
-Produção de mucina: ajuda na deglutição, os caprinos são os que 
produzem mais, eles comem diversos tipos de espécies diariamente 
e essa variabilidade de cardápio precisa da mucina, ela minimiza 
os efeitos deletérios das plantas, especialmente os taninos que tem 
gosto amargo. O esôfago dos ruminantes faz antiperistaltismo 
FISIOLÓGICO, ele é auxiliado por mecanismos, nervosos, 
químicos e físicos. Há eructação de gases em momentos diferentes 
da ruminação, pois a digesta não pode subir juntamente aos gases, 
quando esta ruminando a taxa de eructação diminui, o esôfago 
separa esses momentos com o auxílio desses mecanismos. 
- O melhoramento genético aumenta o desafio ao animal, ele 
aumenta sua performance mas fica mais exigente e mais sensível 
ao manejo imposto a ele. 
- A ambiência afeta o consumo, se em determinado horário está 
fora da zona de termoneutralidade, ele pode não comer naquele 
horário e consumir mais no próximo trato, aí desconfigura a ração 
que foi programada, assim como as respostas fisiológicas, isso a 
longo prazo pode causar acidose (problema de manejo, não de 
nutrição propriamente dita). 
- A queda do pH ruminal pode ser também uma estratégia do 
organismo do animal (às vezes), pois com o pH baixo os Ácidos 
ficam na forma ionizada, e as papilas ruminais são mais permeáveis 
a eles nessa forma. Mas quando há excesso que sobreponha a 
capacidade absortiva é prejudicial, pois não vai ter absorção 
suficientemente. A acidose pode ser crônica, clínica ou subclínica. 
- O rúmen tem pilares e musculatura para contração e 
movimentação, também para a separação dos alimentos em zonas. 
No saco ventral do rúmen estão concentrados os microrganismos 
que farão a fermentação, é uma região zoneada e bem dividida 
(proteção para os microrganismos e controle da saída do gás, pois 
o CO2 da fermentação que garantem a anaerobiose do rúmen). No 
saco dorsal do rúmen não tem tantas separações, pois há passagem 
de gás que precisa sair do rúmen, se houvessem barreiras ele ficaria 
retido. Quando o gás sobe, ele encontra com as partículas, e é ele 
quem controla a descida das partículas, se produzir muito gás 
rapidamente, impede a descida das partículas, o rúmen trabalha 
com equilíbrio dos mecanismos. 
- A dinâmica ruminal é diferente nas espécies, os estímulos podem 
ser os mesmos, mas a interpretação deles e a resposta a eles são 
distintas. Não se pode considerar as espécies iguais, mesmo sendo 
todos ruminantes. O tamanho relativo de rúmen e retículo, taxa de 
passagem e dinâmica ruminal são diferentes (isso explica os 
caprinos serem tão selecionadores). 
- O fator primordial que devemos ter em mente é consumo: como? 
O que? E de que forma? O consumo determina todo o processo 
digestivo posterior e vice-versa. As contrações ruminais são 
cíclicas, duram de 10 a 20 segundos e se repetem a cada minuto, 
devem ser ininterruptas. As concentrações são essenciais para a 
fermentação, para que os microrganismos que estão no saco ventral 
colonizem o alimento de todo o rúmen e façam a fermentação; 
misturar a saliva com o alimento (tamponar pH, hidratar o alimento 
para que ocorram as reações de hidrólise/meio aquoso/fluido). O 
potencial osmótico é ligado ao SNC, quando a matéria seca está 
muito alta o consumo é reduzido, relação solvente/soluto; ora 
bolas; contração dispersa o AGV para que não fique 
sobrecarregando as papilas ventrais do rúmen, aumenta o escape de 
AGV do ambiente ruminal (evita o pH ácido); quando o pH cai 
muito, o abomaso envia informação para o SNC bloquear consumo, 
pois tem excesso de ácido no rúmen, o que é prejudicial a ele. 
*AGV está na forma líquida* 
- Rúmen regula a ruminação/regurgitação, taxa de passagem do 
bolo alimentar... o fluxo deve ser contínuo. O controle maior em 
relação de inervaçãoé feito pelo X par do nervo craniano (nervo 
vago). *Quando o animal esta deitado (cetose ou febre do leite), 
pode haver compressão do nervo vago pela expansão dos órgãos 
viscerais e atonia ruminal, agrava mais o quadro (tem que estimular 
o animal a ficar em pé para não parar o rúmen). 
- A movimentação ruminal tem duas fases: o ciclo primário e 
secundário. O Ciclo primário (1ª contração) tem a fase 1 que em 
que é feita a mistura de todo o alimento e depois faz a evacuação 
(envia o alimento para a zona de ejeção) (responsável pela 
ruminação), a segunda fase é o ciclo da eructação (2ª contração) 
- O rúmen é zoneado de acordo com o tamanho de partículas, elas 
podem ir para a zona de ejeção e seguir o fluxo, ou permanecer 
mais no rúmen até estarem ideais para seguir o fluxo.

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