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AULA 1 - CEFALEIAS - NEUROLOGIA

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NE����OG��
CE����I�S
Dividida em cefaleia crônica:
➢ PRIMÁRIA
○ Tensional;
○ Enxaqueca;
○ Em salvas;
○ Outras.
➢ SECUNDÁRIA → suspeitar quando a cefaleia não se
enquadrar na primária. Geralmente, é progressiva,
refratária ou associada a algum déficit ou doença
neurológica.
As cefaleias primárias são doenças em que a dor não é
gerada por uma lesão tecidual da cabeça, mas por uma
disfunção do complexo sistema de modulação sensitiva, que
cursa com ativação do sintoma de maneira recorrente. A
forma mais comum no pronto atendimento é a enxaqueca
(ou migrânea), e na população geral a cefaleia tipo tensão.
As cefaleias trigêmeo-autonômicas, apesar de menos
frequentes, se manifestam com dores muito intensas e
incapacitantes, e devem ser prontamente reconhecidas e
tratadas.
As cefaleias secundárias se dão quando alguma patologia
detectável gera a dor entre seus sintomas. Trata-se de um
grupo de doenças com diferente gravidade. A forma mais
comum em pronto atendimento é a cefaléia por infecção
das vias aéreas superiores (IVAS).
Algumas doenças potencialmente letais podem ter a
cefaleia como primeiro ou único sintoma, como a
hemorragia subaracnóidea (HSA) por rompimento
aneurismático, ou a trombose venosa cerebral (TVC). A
história clínica e o exame físico são fundamentais para
levantar a suspeita de cefaleias secundárias, que devem ser
prontamente investigadas conforme a etiologia provável
HI��ÓRI� C�ÍNI��
➢ Avaliação dos sinais vitais e a garantia da estabilidade
clínica;
➢ Anamnese direcionada à verificação de sinais de
alarme (Tabela 1); e
➢ Exame neurológico direcionado.
Com esses dados iniciais deve-se estabelecer a necessidade
de exames complementares para investigação etiológica. O
tratamento sintomático deve ser instaurado
simultaneamente à investigação, e guiado pela intensidade
da dor e pelos outros sintomas associados. Algumas
cefaleias primárias podem ser reconhecidas pela história, e
devem ser tratadas de acordo com a etiologia suspeita –
como a crise de enxaqueca ou a cefaléia em salvas.
AN����SE
HDA
1. Quando começou?
2. Tipo de dor
3. Intensidade
4. Localização
5. Frequência
6. Fatores que precedem a crise
7. Fatores concomitantes
8. Fatores precipitantes
9. Fatores agravantes
10. Fatores atenuantes
11. Evolução
12. Tratamentos / resposta terapêutica
13. Perfil emocional
14. Antecedentes pessoais e familiares
15. Impactos sobre a rotina
EX��� NE����ÓGI��
Exame geral, avalia:
.Nível de consciência;
.SSVV;
.Se há toxemia e lesões na pele;
Exame neurológico:
.Estado cognitivo;
.Sinais focais com ênfase nos pares cranianos e sinais
meníngeos;
.Fundo de olho → Os principais achados patológicos são
papiledema, palidez de papilas e hemorragia retiniana.
C�A�S����AÇÃO IN���N��I���L
➢ Leve: não afeta as atividades diárias;
➢ Moderada: atrapalha as atividades diárias;
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NE����OG��
➢ Grave: impede qualquer atividade, é a pessoa que
não consegue sair da cama. Reduz muito a qualidade
de vida.
45% das cefaleias que vão para o PS são severas ou
incapacitantes;
Mais frequente entre os 15 a 50 anos;
1% é sintoma de uma patologia subjacente grave.
CE����I� P�I�ÁRI� TE����NA�
➢ Causa mais comum de cefaleia primária
➢ Caracterizada por um desconforto bilateral, de lenta
progressão, oscilando em intensidade, de caráter
constritivo, em faixa.
➢ Sem a presença de náuseas ou vômitos.
➢ Duração de 30min a 7 dias
➢ Divididas de acordo com a sua frequência em 3 grupos
(critério→ números de crises):
○ Cefaleia tensional de baixa frequência: baixo
impacto, pelo menos 10 episódios ocorrendo
menos de uma vez ao mês. Duração de 30min a 7
dias. Apresenta no mínimo duas das
características: bilateral, em aperto, leve a
moderada intensidade, não agrava com exercícios
de rotina. Não apresenta náuseas e vômitos. Pode
ser acompanhada de fotofobia ou fonofobia.
○ Cefaleia tensional de alta frequência: grande
impacto, várias crises, apresenta maior
incapacidade, interfere na qualidade de vida. É
caracterizada por mais de um episódio e menos de
15 no mês.
○ Cefaleia tensional crônica: caráter incapacitante
mais pronunciado. Precisa ocorrer mais do que
15x ao mês (> 180 dias ao ano).
T�A��M���O
NÃO MEDICAMENTOSO:
➢ Atividade física, alimentação saudável, higiene do
sono e evitar fatores estressantes.
MEDICAMENTOSO:
➢ ABORTIVO: Analgésicos (paracetamol, dipirona, AINE)
e/ou relaxantes musculares (tizanidina) e técnicas de
relaxamento.
➢ PROFILÁTICO: Antidepressivos tricíclicos (amitriptilina
ou nortriptilina).
MI��ÂNE� O� EN����EC�
Pode ser gerada pelo consumo de determinados alimentos
ou cheiros, como um gatilho.
○ Mais comum é ser unilateral (migrânea significa
metade)
○ Piora com exercício, ex: subir escadas.
○ Pulsátil
○ Varia de intensa a moderada e mede por intensidade
(impede ou não as atividades)
1. Migrânea sem aura
2. Migrânea com aura
2.2. Aura típica com cefaléia migranosa
2.3. Aura típica com cefaléia não migranosa
2.4. Aura típica sem cefaléia !
2.5. Migrânea hemiplegica familiar: apenas parente
de primeiro grau !
2.6. Migrânea hemiplegica esporádica: também
costuma ter história familiar !
2.7. Migrânea do tipo basilar - diagnóstico de
exclusão.
! = pensar em último caso
Idoso não tem enxaqueca, quando os sintomas são
relatados é arterite temporal.
Fatores que precedem a crise e sintomas:
Pródromos: comportamentos compulsivos dias antes da
crise.
Aura: ocorrem em 20% das crises de enxaqueca. Sintomas
característicos: fotopsias (luzes cintilantes), linhas
tremeluzentes em ziguezague, deficiência campo visual.
Podem estar associadas a fatores concomitantes como
fotofobia, fonofobia, náusea e vômito.
Aura pode ter escotomas, perda visual, zumbido, vertigem,
…
Duração da cefaleia: 4 a 72 hrs
Frequência: 1 crise por mês→ 20% apresentam mais de 3
crises por mês
Indica tratamento preventivo
OBS: Dormir conta no tempo de dor!
T�A��M���O
NÃO-FARMACOLÓGICO: diante de uma doença crônica, o
tratamento farmacológico não é a preferível. Toda doença
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NE����OG��
crônica tem um tratamento não farmacológico e por vezes,
isso basta para resolver os sintomas. São eles: tirar o fator
desencadeante, comidas como queijo, vinho, chocolate,
amendoim, banana, iogurte, pão de centeio, comida
chinesa, embutidos.
FARMACOLÓGICO ABORTIVO (NA CRISE): acetaminofeno,
aspirina, AINES, drogas que contêm cafeína. Lembrar ao
paciente que a medicação é eventual, e não frequente,
porque se não, modifica o aspecto da dor, tornando-a uma
cefaléia por abuso de analgésico. Triptanos, alcalóides de
ergotamina, fenotiazinas e corticosteróides são indicados
para crises mais graves.
FARMACOLÓGICO PROFILÁTICO (PARA PREVENIR A CRISE):
betabloqueadores (propranolol. atenolol), bloqueadores de
canais de cálcio (verapamil, flunarizina, nimodipina)
aspirina, fenoprofeno, naproxeno, antidepresivos, DAE
(topiramato, valproato/ácido valproico), ciproheptadina,
clonidina, inhibidores de ECA, metisergida (raramente!).
Deve-se escolher o fármaco de acordo com as
comorbidades do paciente. E se o paciente for depressivo,
usar a dose antidepressiva. Se não for, usar uma subdose.
Se o paciente for asmático, não use betabloqueadores. Se
HAS, usar betabloqueadores. Se o paciente não tiver
comorbidades usar antidepressivo tricíclico.
→ Deve-se observar o tempo de utilização dos tricíclicos
→A eficácia de ergotamina e triptanos confirma enxaqueca
→Atenção aos efeitos colaterais
Cefaleia do final de semana: pacientes que ingerem muito
cafeína no trabalho e sentem cefaleia no final de semana
pela falta do café. Tratamento é cessar a cafeína.
CE����I� EM SA���S
➢ Origem vascular;
➢ Unilateral;
➢ Periorbitária;
➢ Rubor facial, lacrimejamento;
➢ Predominio no sexo masculino;
➢ Breve duração (15min a 3h) ;
➢ Paroxística quente de reporte;
➢ Grande intensidade - leva o indivíduo a loucura,
ideaçãosuicida;
➢ Mais comum em homens - ao diagnosticar em
mulheres, duvidar;
➢ Predomínio noturno;
➢ Fator desencadeante mais comum: álcool (ressaca);
➢ Início após os 20 anos ;
➢ "Em salvas": vai e volta, dor chega do nada e também
pode sumir e não voltar;
T�A��M���O
Não-farmacológico: eliminar bebida alcoólica
Farmacológico abortivo: triptanos, teste terapêutico com 8
a 10L/minutos de 02 com o indivíduo sentado,
corticosteroides, analgésicos e narcóticos.
Farmacológico profilático verapamil, corticosteróides, lítio,
ergotamina, metisergida, bloqueadores de canais de cálcio,
indometacina, ácido valpróico, pizotifeno e triptanos.
EX���� CO��L����TA���
➢ TC de rotina
➢ RM para ver detalhes
➢ Exames de sangue: hipoglicemia é causa
desencadeantes
➢ Exames do LCR
➢ Doppler de carótidas: suspeita de doença vascular
➢ Eletroencefalograma
➢ Avaliação cardiológica
Na primária estes exames não tem alterações.
CE����I�S SE���DÁRI��
ET���O���
1. Tumoral
2. Infecciosa
3. Vascular
4. Traumática
5. Inflamatória
6. Outras.
A dor é percebida nas estruturas da cabeça e do pescoço
sensíveis à dor. Quando tracionadas, comprimidas ou
deslocadas.
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NE����OG��
CE����I� C�ÔNI�� DIÁRI�
Costuma ser acompanhada por distúrbios psiquiátricos:
ansiedade e depressão entre outros.
Cefaleia→marcador biológico da depressão.
ET���O���S QU� P�E���PA� - TU����IS
SHIC
➢ Localizada;
➢ Quadro clínico: cefaléia, vômito em jato, edema de
papila, paralisia do 3° nervo craniano uni ou bilateral
e alteração da consciência até coma leve a grave;
➢ Mais acentuada pela manhã;
➢ Agrava com tosse, inclinar a cabeça para frente e
outras características da síndrome de hipertensão
intracraniana - SHIC.
Na criança as fontanelas não estão fechadas logo a
estrutura cresce - Hidrocefalia
HI���C��A���
1. Congênita;
2. Adquirida.
P�O��S�� EX���S��O
➢ Neoplasias malignas e Benignas,
➢ Hemorragias traumáticas e espontâneas,
➢ Infecção ( abscesso, meningoencefalites , coleções etc).
Enfim, lesões espaço-ocupante
+ EDEMA PERILESIONAL que propaga-se com o tempo, com
o crescimento, de acordo com a agressividade do processo =
Sinais focais e SHIC.
Deslocamento das estruturas intracranianas variando de
desvio da linha média até as hérnias cerebrais (
deslocamento máximo).
Complicação máxima da SHI→ Hérnia cerebral
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NE����OG��
SI���� DE AL����
Mnemônico SNOOP
S Sistêmico→ com toxemia, tumores, HIV, rigidez de nuca,
imunossuprimidos, rash cutâneo e outros.
N Neurológico→ sinais neurológicos focais, papiledema etc.
O Older→ Início após os 50 anos
O Onset→ Início súbito/ primeiro episódio atingindo o pico
em 1 minuto.
P Pattern→Mudança de padrão
10 Ps
1. Mudança de padrão
2. Cefaleia posicional
3. Precipitada por espirros, tosse ou exercícios
4. Papiledema
5. Progressiva ou com apresentação atípica
6. Puerpério
7. Gravidez (Pregnancy)
8. Dor ocular com sintomas autonômicos (Painful)
9. Cefaleia pós-traumática
10. Patologia imunológica
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